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ADRIANA FERNANDES DE SOUZA GARCIA

PERFUSÃO REGIONAL INTRAVENOSA EM EQUINOS: OPORTUNIDADES DE


MELHORIAS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-


Graduação em Mestrado Profissional em
Saúde e Bem-estar animal do Centro
Universitário das Faculdades Metropolitanas
Unidas, como requisito parcial para obtenção
do Grau de Mestre.

Orientador: Profa. Dra. GESIANE RIBEIRO

São Paulo
2018
ADRIANA FERNANDES DE SOUZA GARCIA

PERFUSÃO REGIONAL INTRAVENOSA EM EQUINOS: OPORTUNIDADES DE


MELHORIAS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-


Graduação em Mestrado Profissional em
Saúde e Bem-Estar Animal do Centro
Universitário das Faculdades Metropolitanas
Unidas, como requisito parcial para obtenção
do Grau de Mestre.

Aprovada em junho de 2018.

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________________________
Profa. Dra. GESIANE RIBEIRO– Orientador
CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

_____________________________________________________________
Profa. Dra.GISELE ALMEIDA LIMA DA VEIGA
CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

_____________________________________________________________
Profa. Dra. RENATA GEBARA SAMPAIO DÓRIA
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

São Paulo
2018
AGRADECIMENTOS

Justo iniciar essa seção de agradecimentos citando minha orientadora Profa. Dra. Gesiane
Ribeiro por toda a dedicação (e paciência) que teve durante o período em que desenvolvemos
esse trabalho. Mais justo ainda, é agradecer a amiga Gesiane por toda a amizade, carinho e
incentivo, que me honram muito em ter, pois vem de uma amiga que admiro muito pessoal e
profissionalmente. Sem ela, nada disso teria acontecido.

Agradeço também, a Fernanda Neubauer por toda a amizade e parceria, incentivando-me e


proporcionado tempo para que eu me dedicasse a este projeto, e tantos outros. Sem ela, nada
disso seria possível.

E por último, porém não menos importante, agradeço a minha família que me proporcionou
tudo que sou na minha vida, dando-me amor, carinho, educação e valores. Eles são o alicerce
do meu eu. Sem eles, nada disso poderia ser realizado.
“Chegará o tempo em que o homem conhecerá o íntimo de um animal e nesse dia todo crime
contra um animal será um crime contra a humanidade.”
- Leonardo Da Vinci (1452- 1519)
RESUMO
A perfusão regional intravenosa é uma técnica eficiente para o tratamento de infecções
ortopédicas. No entanto, repetidas aplicações são necessárias e o encerramento prematuro do
tratamento pode ocorrer devido a flebites ou perda do acesso venoso, em decorrência de
constantes perfurações. Na medicina são utilizados cateteres totalmente implantáveis para que
haja acesso fácil e prolongado ao sistema vascular, com excelentes resultados e níveis de
satisfação dos pacientes. A venografia permite visualização radiográfica dos vasos do equino
por meio da aplicação de líquido contrastado radiopaco. Os objetivos desta dissertação foram:
1. avaliar diferenças na dispersão de contraste radiopaco infundido na veia cefálica de equinos
em decúbito lateral e posição quadrupedal. Para tal estudo, foram utilizados 10 equinos
adultos hígidos, avaliados em dois momentos, primeiramente sob anestesia geral em decúbito
(GD) e, após 15 dias, sedados em posição quadrupedal (GPQ). Em ambos os momentos foram
feitas imagens radiográficas sequenciais no início da aplicação do contraste(T0) e após
10,20,30,40 e 50 minutos. O torniquete foi retirado com 30 minutos. O tempo de chegada do
contraste no casco foi de, aproximadamente 2 minutos para GPQ, e 4 minutos para GD. O
contraste, nos animais GD, apresenta-se mais evidente nas veias laterais do membro e chega
em menor quantidade no casco. Observa-se aumento da radiopacidade dos tecidos, a partir de
T10 até T50. Soluções de contraste infundidos pela veia cefálica, chegam mais rapidamente e
uniformemente ao casco de GPQ, porém a movimentação do equino pode promover falha na
estase. Após 15 minutos de estase sanguínea ocorre difusão de contraste para os tecidos. 2.
avaliar a técnica cirúrgica de colocação do cateter totalmente implantado na veia cefálica de
equinos, e verificar a viabilidade do uso prolongado deste tipo de cateter na espécie equina.
Foram utilizados 10 equinos adultos divididos em dois grupos para implantação dos cateteres.
Em um grupo foram colocados cateteres de 15cm e em outro de 46 cm de comprimento. Os
animais foram monitorados por 60 dias e avaliados clinicamente e através de exames
hematológicos. 70% apresentaram edema e claudicação após a implantação. Outros
problemas encontrados foram: trombose venosa, dobras no cateter e desacoplamento do
portal. As alterações hematológicas encontradas foram leucocitose por neutrofilia e aumento
nos níveis de fibrinogênio. O cateter totalmente implantado não se mostrou viável para ser
aplicado na rotina veterinária equina.
Palavras-chave: contraste radiopaco, venografia, veia cefálica, cateter totalmente
implantável.
ABSTRACT

Intravenous regional infusion is an efficient technique for the treatment of orthopedic


infections. However, repeated applications are necessary and premature closure of the
treatment may occur due to phlebitis or loss of venous access, due to constant perforations. In
medicine, fully implantable catheters are used for easy and prolonged access to the vascular
system, with excellent results and levels of patient satisfaction. The venography allows
radiographic visualization of the vessels of the equine through the application of radiopaque
contrast medium. The objectives of this dissertation were: 1. to evaluate differences in the
dispersion of radiopaque contrast infused in the cephalic vein of horses in lateral decubitus
and quadrupedal position. For this study, 10 healthy adult horses were used, evaluated in two
moments, first under general anesthesia in decubitus (DG) and, after 15 days, sedation in
quadrupedal position (GPQ). In both moments sequential radiographic images were made at
the beginning of the application of the contrast (T0) and after 10,20,30,40 and 50 minutes.
The tourniquet was removed with 30 minutes. The time of arrival of the contrast in the hull
was approximately 2 minutes for GPQ and 4 minutes for GD. Contrast in GD animals is more
evident in the lateral veins of the limb and reaches less in the hull. An increase in tissue
radiopacity is observed from T10 to T50. Contrast solutions infused by the cephalic vein,
arrive more quickly and uniformly to the hull of GPQ, but the movement of the equine can
promote stasis failure. After 15 minutes of blood stasis diffusion of contrast to the tissues
occurs. 2. to evaluate the surgical technique of placing the catheter fully implanted in the
cephalic vein of horses and verify the viability of prolonged use of this type of catheter in the
equine species. Ten adult horses were divided into two groups for catheter implantation. In
one group, 15cm catheters were placed and 46cm long catheters. The animals were monitored
for 60 days and evaluated clinically and through hematological examinations. 70% presented
edema and lameness after implantation. Other problems were: venous thrombosis, folds in the
catheter and uncoupling of the portal. Hematological alterations were leukocytosis due to
neutrophilia and increased levels of fibrinogen. The fully implanted catheter was not shown to
be feasible to be applied in the equine veterinary routine.

Key words: cephalic vein, totally implantable catheters , radiopaque contrast, venography
LISTA DE FIGURAS

CAPÍTULO 2
Figura 1: Imagem radiográfica em projeção dorsopalmar da região metacarpofalangeana de
cavalo adulto em decúbito (A) e em posição quadrupedal (B). Nota-se em (A) maior evidência
da presença de contraste na veia digital palmar lateral (seta) do que na
medial........................................................................................................................................32
Figura 2: Imagem radiográfica em projeção dorsopalmar da região do casco de cavalos em
decúbito. Nota-se em maior evidência da presença de contraste na veia digital palmar lateral
(seta) do que na medial.............................................................................................................33
Figura 3: Imagens radiográficas na projeção lateromedial da região metacarpofalangeana de
cavalo adulto em posição quadrupedal (A) e projeção mediolateral nos animais em decúbito
(B). Nota-se em (A) maior radiopacidade dos tecidos e menor evidenciação dos vasos pelo
contraste....................................................................................................................................34
Figura 4: Imagens radiográficas na projeção lateromedial da região metacarpofalangeana de
cavalo adulto em posição quadrupedal (A) e projeção mediolateral nos animais em decúbito
(B). Nota-se maior radiopacidade dos tecidos em T50, 20 minutos após a retirada do
torniquete..................................................................................................................................35
Figura 5: Imagem radiográfica da região de rádio de cavalo adulto ilustrando presença de
contraste acima do torniquete...................................................................................................36
Figura 6: Imagens radiográficas da região metacarpofalageana de cavalos adultos
apresentando radiopacidade do tecido após administração de contraste pela veia cefálica. (A)
animal que manteve o torniquete por 15 minutos. (B) animal que manteve o torniquete por 30
minutos......................................................................................................................................37
CAPÍTULO 3
Figura 1: Imagens da técnica cirúrgica de colocação do cateter totalmente implantável
(modelo Life-Port ®) na veia cefálica de membro torácico direito de equino
adulto........................................................................................................................................46
Figura 2: Imagens radiográficas de membros torácicos de cavalos adultos ilustrando em (I):
Posicionamento de cateter intravenoso totalmente implantado modelo Life-Port® Titânio
Infantil 7,5 Fr de 15cm de comprimento em veia cefálica, e em (II): Posicionamento do
cateter de 46 cm de comprimento passando pela articulação cárpica (A) e terminando no terço
médio do terceiro metacarpiano (B). A seta na ilustração I indica o posicionamento do
portal.........................................................................................................................................47
Figura 3: Imagens radiográficas de membros torácicos de equinos, mostrando o
posicionamento de cateter intravenoso totalmente implantado modelo Life-Port® Titânio
Infantil 7,5 Fr de 15 cm em veia cefálica durante o período transoperatório da implantação (a)
e após 24 horas (b), quando nota-se uma curvatura mais acentuada do cateter no local de
acoplamento ao portal (seta).....................................................................................................48
LISTA DE TABELAS

CAPÍTULO 3
Tabela 1: Apresentação dos resultados observados, relativos à viabilidade do cateter em
relação à administração de fluidos (viável ou não viável), desacoplamentos, presença de
dobra, inchaço e ou dor do membro e tempo com que o cateter foi
removido...................................................................................................................................49
SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 – PERFUSÃO REGIONAL INTRAVENOSA EM MEMBRO DE


EQUINOS....................................................................................................................... 12
INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 12
REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................................... 13
REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 19
CAPÍTULO 2 - ESTUDO RADIOGRÁFICO DE PERFUSÃO REGIONAL
INTRAVENOSA EM EQUINOS EM DECÚBITOOU EM POSIÇÃO
QUADRUPEDAL ......................................................................................................... 27
RESUMO ........................................................................................................................ 27
ABSTRACT .................................................................................................................... 27
INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 28
MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................ 29
RESULTADO E DISCUSSÃO ...................................................................................... 30
CONCLUSÃO ................................................................................................................ 37
REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 38
CAPÍTULO 3 –AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE UTILIZAÇÃO DE CATETER
TOTALMENTE IMPLANTADO EM MEMBROS DE EQUINOS ............................. 41
RESUMO ........................................................................................................................ 41
ABSTRACT .................................................................................................................... 41
INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 42
MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................ 43
RESULTADO E DISCUSSÃO ...................................................................................... 46
CONCLUSÃO ................................................................................................................ 53
REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 53
CAPÍTULO 4 – MANUAL DE BOAS PRÁTICAS PARA REALIZAÇÃO DE
PERFUSÃO REGIONAL INTRAVENOSA EM MEBRO DE EQUINOS ................. 56
ANEXO A – CERTIFICAÇÃO CEUA .......................................................................... 62
ANEXO B – INSTRUÇÕES PARA SUBMISSÃO DE ARTIGO
................................63
12

CAPÍTULO 1 – PERFUSÃO REGIONAL INTRAVENOSA EM


MEMBRO DE EQUINOS

INTRODUÇÃO

Para o tratamento de afecções infecciosas nos membros dos equinos como, por
exemplo, artrite séptica, tenossinovite séptica, osteomielite e osteíte podal, tem-se utilizado,
tradicionalmente, a antibioticoterapia sistêmica, lavagem articular/bainha tendínea,
administração intra-articular/bainha tendínea de antibióticos e a perfusão regional intraóssea e
ou intravenosa com antibióticos (Morris, 1980; Martinez, 2004; Dória et al., 2010; Rubio-
Martinez et al., 2012).
Como elevadas concentrações de antibióticos nos tecidos afetados são necessárias para
controlar a infecção, preconiza-se que o tratamento com antibióticos deva ser feito através de
administração sistêmica e local. A administração sistêmica de antibióticos geralmente resulta
em gradientes acima da concentração inibitória mínima em articulação, bainha tendínea ou
ossos não infeccionados. Entretanto, nos processos infecciosos, fatores como alterações no pH
local, no fluxo sanguíneo e a obstrução capilar por fibrina e detritos celulares podem
prejudicar a difusão de antibióticos e dificultar a entrega local adequada do fármaco (Nix et
al., 1991; Schnabel et al., 2010; Schnabel et al., 2012), não alcançando concentrações locais
suficientes para debelar a infecção, além de predispor o equino a complicações sistêmicas
(Cohen & Woods, 1999, Van der Harst et al., 2005; Dória et al., 2015). Portanto, para que o
tratamento sistêmico com antibióticos seja eficiente, é necessária prolongada administração
do fármaco, tornando o tratamento caro, demorado e potencialmente tóxico (Bertone e
McIlwraith, 1987; Bertone et al., 1987; Nix et al., 1991).
Por outro lado, a administração intra-articular/intra bainha tendínea de antibióticos
resulta em uma meia vida média aparente no líquido sinovial prolongada, que mantém,
durante 24 horas, a concentração média bem acima da concentração inibitória mínima para
muitos patógenos bacterianos (Lloyd et al., 1988; Meijer et al., 2000). Porém, vale lembrar
que este procedimento apresenta riscos e é considerado uma das principais causas de
inflamação/infecção articular/bainha tendínea, em equinos. Por este motivo, a administração
local de antibióticos para infecções sinoviais tem sido realizada por meio de perfusões
regionais intraósseas e intravenosas (Whitehair et al., 1992c; Whitehair, 1995; Rubio-
Martinez et al., 2012).
13

REVISÃO DE LITERATURA

Muitos autores descrevem a perfusão regional intravenosa como um adjuvante à


administração sistêmica de antibióticos (Martinez e Cruz, 2006). Porém, foi demonstrado que
podem ser eficientes como única modalidade terapêutica para o tratamento de infecções nas
cavidades sinoviais (Kelmer et al., 2012; Rubio-Martinez et al., 2012; Harvey et al., 2016;
Moser et al., 2016; Oreff et al., 2017; Kilcoyne et al., 2018), sem efeitos adversos sistêmicos
(Dória, 2009; Dória et al., 2012; Kelmer et al., 2012; Rubio-martinez et al., 2012; Lallemand
et al., 2013)
Com a perfusão regional intravenosa, as altas concentrações de antibiótico no sistema
vascular e a pressurização do mesmo, geram um gradiente de concentração muito elevado
entre o espaço intravascular e os tecidos, o que maximiza o processo de difusão a todos estes
(líquido sinovial, tecidos moles e ossos), incluindo os pouco vascularizados, onde os
patógenos se encontram protegidos (Finterbusch e Weinberg, 1972; Parra-Sanchez et al.,
2006; Errico et al., 2008; Gilliam et al., 2008).
A técnica surgiu com Bier e colaboradores, em 1908, que propuseram a aplicação
regionalizada de um fármaco restringindo-se, temporariamente, a sua absorção sistêmica,
utilizando-se torniquetes. Foi inicialmente investigada em cadáveres, e posteriormente
utilizada tanto em cavalos em posição quadrupedal (Hyde et al., 1990; Errico et al., 2008)
como em decúbito, sob anestesia geral (Murphey et al, 1999; Butt et al., 2001).
Estudos que investigam a farmacocinética de fármacos administrados por perfusão
regional intravenosa demonstram que, os acessos pelas veias digital palmar/plantar, cefálica e
safena, são eficientes na distribuição dos antimicrobianos no membro de equinos (Murphey,
et al., 1999; Butt et al., 2001; Werner et al., 2003; Martinez e Cruz, 2006; Para-sanchez et al.,
2006; Errico, et al., 2008; Kelmer et al., 2009; Kelmer et al., 2012; Kelmer et al, 2014;
Harvey et al., 2016; Moser et al., 2016; Oreff et al., 2017; Kilcoyne et al., 2018).
No entanto, quando se utiliza o acesso a partir das veias digitais, devido a necessidade
de múltiplas aplicações para resolver infecções persistentes e o pequeno calibre destas veias, a
perda do acesso ocorre de maneira prematura (Butt et al., 2001; Scheuch et al., 2002; Mattson
et al., 2004).
O uso das grandes veias do membro do equino para o procedimento de perfusão
regional tem sido avaliado, tanto experimental como clinicamente, e provou ser de grande
vantagem para se executar as perfusões regionais, (Kelmer et al., 2009, 2012), considerando
que, após aplicações de antimicrobianos nas veias cefálica (no membro torácico) e safena (no
14

membro pélvico), a concentração do antibiótico no líquido sinovial nas articulações, foi


inicialmente muito acima da concentração mínima inibitória dos mais suscetíveis patógenos
(Godfrey et al, 2016; Harvey et al., 2016; Moser et al., 2016; Kelmer et al., 2017; Oreff et al.,
2017).
É essencial, para a efetividade da técnica, promover o isolamento vascular adequado da
região a ser perfundida, com o uso de torniquetes. Estes podem ser do tipo pneumático
(Harvey et al., 2016; Moser et al., 2016; Kilcoyne et al., 2018), fita de borracha (Esmarch)
(Lellemand et al., 2013; Mahne et al., 2014; Oreff et al., 2016; Kelmer et al., 2017) ou de
látex (“tripa de mico”) (Levine et al., 2010). Em estudo avaliando as concentrações de
amicacina na articulação metacarpofalangeana a partir de aplicação regional pela veia cefálica
de equino em posição quadrupedal, Levine (2010) comparou a eficiência dos três tipos de
torniquetes, e concluiu que com o uso de torniquete pneumático e de Esmarch as
concentrações intra-articulares foram superiores às observadas nos animais que usaram o
torniquete de látex, não recomendando este último para a execução de perfusões regionais.
Para a perfusão regional à partir da veia cefálica, o torniquete deve ser posicionado a 10
cm proximal ao osso acessório do carpo, na altura da castanha (Lallemand et al., 2013;
Harvey et al., 2016; Sole et al., 2016; Kilcoyne et al., 2018b), e para perfusão utilizando a
veia safena, deve ser posicionado 10 cm acima do tarso, ao nível do maléolo medial (Kelmer
et al., 2015; Kelmer et al.,2017).
O posicionamento do torniquete não só deve promover a estase, mas também área
suficiente para evidenciação da veia a ser acessada, e a área selecionada deve ser
tricotomizada e receber assepsia. Cateteres variando de 16G (Kelmer et al., 2015), 20G (Oreff
et al., 2016) 22G (Godfrey et al, 2016; HARVEY et al., 2016) são utilizados para o acesso.
Vale ressaltar que, em estudos que avaliaram a concentração intra-articular de fármacos
aplicados por perfusão regional à partir da veia cefálica, comparando-se a articulação rádio-
cárpica com articulações mais distais como a interfalangeana distal, a concentração foi
significantemente maior na interfalangeana do que na articulação proximal estudada (Moser et
al., 2016; Schoonover et al., 2017), sugerindo que, para tratamento de articulações proximais,
faz-se necessário o uso de um segundo torniquete, distal à região a ser tratada, para se
conseguir níveis satisfatórios intra-articulares (Hunter et al., 2015; Schoonover et al., 2017).
Quanto ao posicionamento do cavalo durante o procedimento de perfusão regional
intravenosa, ainda não existe um consenso se o ideal seria o decúbito ou a posição
quadrupedal. Em animais submetidos a perfusão regional intravascular em posição
quadrupedal, frequentemente se relata manifestações de incômodo (como levantar o membro,
15

cavar, bater membro torácico no solo) provavelmente proporcionado pela pressão exercida
pelo garrote e desconforto pela diminuição da circulação na região (Errico et al., 2008). Além
disso, a movimentação do animal durante o procedimento, aumenta a resistência vascular
periférica no membro, resultando em pressões intravasculares maiores que a produzida pelo
torniquete, possibilitando o vazamento dos fluidos estagnados (Cimetti, 2004) ocasionando
perdas de fármacos para a corrente sanguínea e, consequente diminuição da concentração na
região isolada. Levine (2010) ressaltou que os cavalos que não se movimentaram durante o
tempo de restrição vascular, tiveram concentrações intra-articulares de antibiótico maiores
que os cavalos que se movimentaram, independentemente do tipo de torniquete que
estivessem utilizando, apesar de ressaltar que não houveram casos suficientes ou um controle
apropriado para permitir a avaliação objetiva do efeito do movimento sobre eficácia do
torniquete.
Na prática clínica, sabe-se que é difícil impedir a movimentação do animal em posição
quadrupedal, mas pode-se reduzi-la com sedação adequada e, se necessário, reaplicação dos
fármacos para minimizar o desconforto (Hyde et al., 1990; Hunter et al., 2015; Oreff et al.,
2016). Protocolos associando o cloridrato de detomidina e butorfanol tem sido de uso
constante na espécie equina (Hyde et al., 1990; Levine et al., 2010; Oreff et al., 2016; Sole et
al., 2016; Kilcoyne et al., 2018b).
Outras técnicas podem ser utilizadas para minimizar o desconforto promovido pelo
torniquete e contribuir para a eficiência da perfusão, como a realização de bloqueios dos
nervos periféricos proximais ao torniquete (nervos mediano, ulnar e músculo cutâneo do
antebraço) (Harvey et al., 2016; Moser et al., 2016; Kilcoyne et al., 2018); e a adição de
anestésico local (mepivacaína ou lidocaína) juntamente com o fármaco a ser utilizado na
perfusão regional (Mahne et al., 2014; Kelmer et al., 2017); ou, ainda, submeter o animal a
uma anestesia geral.
Comparando-se as técnicas citadas, Mahne et al. (2014) concluiu que, nos cavalos
sedados em posição quadrupedal, o bloqueio dos nervos proximais ao torniquete é mais
eficiente para minimizar o desconforto, do que a perfusão anestésica ou somente a sedação,
recomendado esta técnica como preferencial para animais neste posicionamento. De acordo
com os pesquisadores, os resultados observados quanto a farmacocinética da amicacina não
justificam o uso de anestesia geral, considerando os riscos e altos custos relacionados ao
procedimento.
Além disso, observou-se que a concentração de amicacina na articulação
metacarpofalangeana, após 30 minutos do início da perfusão regional, é mais baixa em
16

animais em decúbito se comparado com animais em posição quadrupedal (Mahne et al., 2014;
Aristizabal et al., 2016). É possível que cavalos em decúbito lateral tenham menor pressão
venosa no membro em comparação com cavalos em posição quadrupedal, devido às
diferenças de pressão hidrostática, especialmente nas regiões mais distais do membro, e a
infusão de solução em uma veia com menor pressão poder prejudicar a difusão para fora da
malha vascular. Deve-se considerar também, que o efeito da gravidade no cavalo em posição
quadrupedal possa permitir que a solução atinja regiões mais distais do membro (Aristizabal
et al., 2016).
Em relação ao tempo em que o torniquete deve ser mantido para promover o isolamento
vascular durante a perfusão regional intravenosa, frequentemente tem-se proposto 30 minutos,
independente da área a ser tratada (Hyde et al., 1990; Lallemand et al., 2013; Hunter et al.,
2015; Godfrey et al, 2016; Sole et al., 2016; Nieto et al., 2016; Moser et al., 2016; Oreff et al.,
2016, 2017; Kelmer et al., 2017; Schoonever et al., 2017). Estudos que mantiveram o
torniquete por trinta minutos, demonstraram que a concentração de antibiótico nas amostras
de líquido sinovial coletadas imediatamente antes da retirada do torniquete encontrava-se
acima da mínima inibitória para os diferentes patógenos, nas articulações
metacarpofalangeanas (Godfrey et al, 2016; Oreff et al., 2016, Oreff et al., 2017; Kelmer et
al., 2017), cárpicas (Mahne et al., 2014; Moser et al., 2016; Schoonover et al., 2017) e
interfalangeanas distal (Moser et al., 2016; Schoonover et al., 2017; Kilcoyne et al., 2018).
Porém, já foi relatado que a concentração articular de amicacina em animais que
receberam infusão regional intravenosa com isolamento vascular durante 30 minutos é
equivalente à concentração encontrada nos animais que tiveram o garrote mantido por 20
minutos (Aristizabal et al., 2016).
Em recente estudo, Kilcoyne et al (2018) perfundiram amicacina (2g diluído em 60 ml
de NaCl 0,9%), a partir da veia cefálica de equinos em posição quadrupedal, e coletaram
amostras de líquido sinovial da articulação interfalangeana distal nos tempos 5, 10, 15, 20, 25
e 30 minutos. Os resultados obtidos mostraram que a concentração máxima do antibiótico no
líquido sinovial ocorreu com 15 minutos, não havendo mais aumento nas colheitas
subsequentes. Dessa forma, os pesquisadores consideraram que este tempo de isolamento é o
suficiente para se promover a difusão desejada.
A utilização de um tempo menor do que 30 minutos de manutenção do torniquete no
membro do animal, permite uma realização mais eficiente do procedimento, minimizando o
desconforto do cavalo e a necessidade de sucessivas sedações. Em estudo utilizando uma
escala analógica visual de desconforto, observou-se que grande parte dos animais que
17

apresentam incômodo durante o procedimento de perfusão regional intravenosa, demostram


na segunda metade do tempo de 30 minutos, sendo necessária a reaplicação de sedação com
17 minutos em média (Mahne et al., 2014).
O volume de solução a ser perfundido varia entre 10 à 120 ml, sendo 60 ml o mais
utilizado (Hunter et al., 2015; Harvey et al., 2016; Oreff et al., 2016; Sole et al., 2016;
Kilcoyne et al., 2018). Diferente do que se pode imaginar, estudos têm demonstrado que o
volume não influencia significantemente na concentração intra-articular do fármaco, que
alcança níveis mínimos inibitórios para os diversos patógenos, em todas as articulações
estudadas (Hyde et al., 1990; Moser et al., 2016; Oreff et al., 2016), desde que os torniquetes
tenham sido posicionados de maneira correta.
Outro ponto que não tem demonstrado influenciar na eficiência das perfusões regionais
é a exsanguinação da região a ser perfundida, utilizando uma faixa de borracha do tipo
esmarch, aplicada inicialmente na região distal, progredindo proximalmente, afim de diminuir
a quantidade de sangue presente no membro (Sole et al., 2016). Ao comparar equinos que
foram submetidos ao processo de diminuição do volume sanguíneo local com animais que
não passaram por esse procedimento, ambos apresentavam concentração semelhante de
fármacos intra-articular (Sole et al., 2016; Schoonover et al., 2017).
A técnica de aplicação regionalizada não tem sido utilizada apenas para o tratamento de
afecções ortopédicas, mas também pode ser usada como auxiliar ao diagnóstico e
monitoramento de evolução clínica, como quando empregada na venografia. Usada
principalmente para avaliação da microcirculação do dígito em casos de laminite, a venografia
permite a avaliação da perfusão vascular por meio de radiografia contrastada (Rucker et al.,
2006; D'após et al, 2010). Nestes casos, as veias utilizadas são as digitais palmares/plantares,
lateral e medial, e o torniquete deve ser posicionados na região metacarpofalangeana (Rucker
et al., 2006; D'após et al, 2010; Rucker, 2010). A técnica é relativamente simples e pode ser
realizada usando equipamento radiográfico padrão (Rucker, 2010) ou ressonância magnética
(Aarsvold et al, 2018), para avaliação de uma variedade de condições clínicas do dígito do
equino.
Tradicionalmente, para administração de medicamentos por perfusão regional
intravenosa em equinos, faz-se uso de cateteres externalizados, sendo estes classificados como
temporários ou de longo prazo (Marie, 2005; Phan et al., 2005). No entanto, em muitos casos
clínicos, repetidas perfusões regionais são necessárias para resolver infecções persistentes e o
encerramento prematuro da perfusão regional intravenosa costuma ocorrer devido à flebite ou
perda do acesso venoso (Butt, et al., 2001; Scheuch et al., 2002; Mattson et al., 2004). A
18

cateterização de um membro de equino, por período prolongado, com cateteres intravenosos


externalizados convencionais é descrita como sendo difícil e com grande chance de insucesso.
A utilização da canulação de veias periféricas frequentemente, em pacientes que necessitam
de uma constante administração de medicamentos, pode resultar na fragilização do lúmen e
enrijecimento vascular. Isto ocorre pelas constantes perfurações, o que dificulta o manuseio
dos vasos e favorece o extravasamento dos fármacos (Bonassa, 2005).
As complicações relacionadas ao cateter venoso externalizado podem ser divididas em
complicações precoces, como falhas mecânicas (dobramento, estenose do lúmen, perfuração,
ruptura, etc) e infecciosas, e em complicações tardias, que compreendem as falhas mecânicas,
infecciosas e trombóticas. Complicações trombóticas, ou seja, o resultado da formação de
coágulos no interior do cateter, normalmente, são devido à falha na inserção do mesmo,
enquanto que as complicações mecânicas e infecciosas são mais frequentemente associadas às
péssimas práticas no manejo da implantação do cateter (Rolston, 2000; Cook e Fairfield,
2003; Santos e Rodrigues, 2007).
Sendo assim, fatores como a necessidade de cuidados intensivos para prevenção de
infecções, a necessidade de restrição de movimento do animal para evitar deslocamentos do
cateter convencional, a dificuldade em se acessar os vasos após inflamação do ponto de
punção com cateter, a resistência dos animais devido à dor no local das punções repetidas,
além da necessidade de procedimentos anestésicos diários, inviabilizam o uso da perfusão
regional repetida, realizada durante período prolongado em equinos (Kelmer et al., 2012).
Para que haja acesso fácil e prolongado ao sistema vascular, são utilizados na medicina
humana em geral, para hemodiálise, hemoterapia, quimioterapia e nutrição parenteral
prolongada, cateteres constituídos em silicone ou poliuretano, de lúmen único ou múltiplo,
sendo semi-implantáveis ou totalmente implantáveis (Neves Junior et al., 2010). Os cateteres
totalmente implantados (port-a-cath system®, life port®, primo port®, entre outros) foram
desenvolvidos para serem implantados cirurgicamente em grandes vasos e, são conectados a
um dispositivo de administração (portal) que fica alojado no espaço subcutâneo. O acesso é
feito através da pele íntegra, atingindo o portal e pode ser procedida a punção e administração
dos fármacos de maneira intermitente ou por infusão (Marie, 2005; Phan et al., 2005; Garcia
et al., 2007). Há estudos sobre a utilização de cateteres totalmente implantados em pessoas,
que demonstram persistência de, em média, 353 dias, não resultando em complicações em
82,2% dos casos, sendo a taxa de satisfação dos pacientes de 93% (Wolosker et al., 2004;
Ignatov et al., 2009).
Os cateteres totalmente implantados são cateteres de maior custo em curto prazo, porém
19

apresentam grandes vantagens como menor risco de infecção, menor risco de deslocamento e
migração do cateter, e custo reduzido do tratamento em longo prazo (Marie, 2005), mas ainda
não foram descritos para a medicina veterinária equina.
Em síntese, a perfusão regional intravenosa é um procedimento de grande importância
na clínica de equinos e, apesar de ser uma técnica descrita há mais de cem anos, ainda tem
sido estudada e aperfeiçoada com o objetivo de melhorar a eficiência do tratamento e
minimizar o desconforto para os animais. Os próximos capítulos apresentam trabalhos que
foram realizados com este enfoque.

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27

CAPÍTULO 2 - ESTUDO RADIOGRÁFICO DA PERFUSÃO REGIONAL


INTRAVENOSA EM EQUINOS EM DECÚBITO E EM POSIÇÃO QUADRUPEDAL

RESUMO
A perfusão regional intravenosa é uma técnica eficiente para o tratamento de infecções
ortopédicas. A venografia permite visualização radiográfica dos vasos do equino por meio da
aplicação de líquido contrastado radiopaco. O objetivo deste trabalho foi avaliar diferenças na
dispersão de contraste radiopaco infundido na veia cefálica de equinos em decúbito lateral e
posição quadrupedal. 10 equinos adultos hígidos, avaliados em decúbito (GD) sob anestesia
geral e, após 15 dias, em posição quadrupedal (GPQ). Em ambos os momentos foram feitas
imagens radiográficas sequenciais no início da aplicação do contraste(T0) e após 10,20,30,40
e 50 minutos. O torniquete foi retirado com 30 minutos. A chegada do contraste no casco foi
de, aproximadamente, 2 minutos para GPQ e 4 minutos para GD. Nos animais GD, há uma
melhor evidenciação do contraste nas veias laterais e chega em menor quantidade no casco.
Observou-se aumento da radiopacidade dos tecidos, a partir de T10 até T50. Soluções de
contraste infundidas pela veia cefálica, chegam mais rapidamente e uniformemente ao casco
de GPQ, porém a movimentação do equino pode promover falha na estase. Após 15 minutos
de estase sanguínea ocorre difusão de contraste para os tecidos.
Palavras-chave: contraste radiopaco, venografia, veia cefálica.

ABSTRACT
Intravenous regional infusion is an efficient technique for the treatment of orthopedic
infections. The venography allows radiographic visualization of the vessels of the equine
through the application of radiopaque contrast medium. The objective of this work was to
evaluate differences in the dispersion of radiopaque contrast infused in the cephalic vein of
horses in lateral decubitus and quadrupedal position. 10 healthy adult horses, evaluated in
decubitus (GD) under general anesthesia and, after 15 days, quadrupedal position (GPQ). In
both moments sequential radiographic images were made at the beginning of the application
of the contrast (T0) and after 10,20,30,40 and 50 minutes. The tourniquet was removed with
30 minutes. The arrival of the contrast in the hull was approximately 2 minutes for GPQ and 4
minutes for GD. In the GD animals, there is a better evidence of the contrast in the lateral
veins and arrives in less quantity in the hull. An increase in tissue radiopacity is observed
28

from T10 to T50. Contrast solutions infused by the cephalic vein, arrive more quickly and
uniformly to the hull of GPQ, but the movement of the equine can promote stasis failure.
After 15 minutes of blood stasis diffusion of contrast to the tissues occurs.

Key words: radiopaque contrast, venography, cephalic vein

INTRODUÇÃO
A perfusão regional intravenosa surgiu em 1908 com August Gustav Bier. A técnica
consiste na infusão de fármaco, na época anestésico, em uma região do organismo isolada
vascularmente da circulação sistêmica, através de torniquete (Van Zundert et al., 2008).
Nessa técnica, as altas concentrações de antibiótico no sistema vascular e a
pressurização do mesmo, geram um gradiente de concentração muito elevado entre o espaço
intravascular e os tecidos, o que maximiza o processo de difusão a todos estes (líquido
sinovial, tecidos moles e osso), incluindo os pouco vascularizados, onde os patógenos se
encontram protegidos (Errico et al., 2008).
Estudos que investigam a farmacocinética de fármacos administrados por perfusão
regional intravenosa demonstram que os acessos pelas veias digital palmar, cefálica e safena
são eficientes na distribuição dos antimicrobianos no membro de equinos (Hyde et al., 1990;
Kelmer et al., 2015; Godfrey et al, 2016; Sole et al., 2016). Alguns pesquisadores têm
trabalhado com os animais em posição quadrupedal (Levine et al., 2010; Oreff et al., 2017;
Kilcoyne et al., 2018), enquanto outros mantêm os animais em decúbito lateral durante o
procedimento (Butt et al., 2001; Dória et al., 2015).
A venografia é uma ferramenta que permite visualização radiográfica dos vasos do
equino por meio da aplicação de líquido contrastado radiopaco, permitindo a avaliação da
perfusão vascular do membro (D'após et al, 2010) , e tem sido amplamente utilizada na clínica
equina, principalmente para avaliação da circulação digital nos casos de laminite. Esta técnica
foi inicialmente descrita em 1992, usando membros de cadáveres. Com aplicação na veia
digital lateral e utilização do torniquete promovendo estase distal, demonstrou o
preenchimento retrógrado das veias digitais usando contraste radiopaco. Posteriormente,
juntamente com Redden (1993), desenvolveram a técnica para aplicação em cavalos em
posição quadrupedal, para entender os efeitos da laminite na circulação do dígito (Rucker et
al., 2006).
O objetivo deste trabalho foi avaliar se existe diferença na dispersão de contraste
radiopaco infundido na veia cefálica de equinos em decúbito lateral ou em posição
29

quadrupedal.

MATERIAL E MÉTODOS
Este experimento foi aprovado pela Comissão de Ética no Uso de Animais da Faculdade
de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo - FZEA/USP
(CEUA/FZEA), sob o protocolo número CEUA nº 9519191217.
Antes do início do experimento os animais foram submetidos a exame físico (frequência
cardíaca, frequência respiratória, temperatura corpórea e avaliação de mucosas) e inspeção,
em movimento e em posição quadrupedal, para avaliação de alterações no sistema locomotor
como edemas e claudicação. Os equinos também foram submetidos a exames hematológicos
(hemograma e fibrinogênio) e bioquímica sérica para avaliação da função hepática, renal e
muscular.
Foram utilizados dez equinos, adultos, machos e fêmeas, sem raça definida, com peso
corpóreo médio de 350 kg, considerados hígidos após a realização dos exames físicos e
laboratoriais. Os dez animais foram avaliados em dois momentos: Grupo Decúbito (GD) e,
após 15 dias, Grupo Posição Quadrupedal (GPQ).
No momento de avaliação de GD, os animais foram sedados com xilazina 2% (1mg/kg,
IV), seguido de miorrelaxamento com éter gliceril guaiacol, (100mg/kg, IV) e indução
anestésica com a associação de cetamina 10% (2mg/kg, IV) e midazolam (0,1mg/kg, IV). Na
sequência, foram posicionados em decúbito lateral direito em mesa cirúrgica, e mantidos sob
anestesia geral inalatória, com isofluorano. Foi realizada tricotomia e antissepsia na região do
terço médio do rádio do membro torácico direito, onde se efetuou o acesso da veia cefálica
com cateter 20G (Nipro®) na altura da castanha. Acima da região onde foi fixado o cateter, a
pele foi protegida por uma compressa cirúrgica, ao redor da área de aplicação do torniquete, e
foi posicionado uma atadura enrolada sobre a veia cefálica para garantir maior eficiência na
pressão do garrote sobre a veia. Em seguida, promoveu-se a estase circulatória do membro
com a colocação de um torniquete de látex (“tripa de mico”).
Imediatamente após a colocação do garrote, iniciou-se a infusão de 100 mL de meio de
contraste de baixa osmolaridade (Omnipaque® ioexol 300mg I/ml) em uma velocidade
aproximada de 10 mL/min.
O estudo radiográfico da dispersão da solução infundida foi realizado em seis
momentos: Tempo Zero (T0), Tempo 10 (T10), Tempo 20 (T20), Tempo 30 (T30), Tempo 40
(T40) e Tempo 50 (T50), ou seja, no início da aplicação do contraste e após 10, 20, 30, 40 e
50 minutos, respectivamente. Para a execução das radiografias, foi utilizado emissor da marca
30

Poskon, modelo PXP-20HF PLUS e sistema DR Serv Imagem, modelo SIMS DR 35. A
técnica utilizada foi de 76 a 80 Kv e 3,2 a 4,0 mAs, dependendo da região radiografada e
porte físico do animal.
Com o objetivo de acompanhar o fluxo do contraste, utilizou-se a estratégia de dividir o
membro em cinco regiões a serem radiografadas: região do rádio proximal ao garrote, região
do rádio distal ao cateter, carpo, metacarpofalangeana e casco. As regiões foram radiografadas
nas projeções mediolateral, dorsolateral-palmaromedial, dorsopalmar e dorsomedial-
palmarolateral. A avaliação radiográfica da região proximal ao garrote teve o objetivo de
verificar se haveria passagem do contraste, o que indicaria falha da obstrução circulatória.
Após 30 minutos da infusão do contraste, os garrotes foram retirados e as avaliações
radiográficas T40 e T50 foram realizadas com o objetivo de avaliar o percurso do contraste
após o restabelecimento do fluxo circulatório.
Para o estudo do Grupo em Posição Quadrupedal (GPQ), os animais foram contidos em
tronco e sedados com cloridrato de detomidina por via intravenosa, na dose de 10 a 20 µg/kg,
de acordo com o comportamento de cada animal. Foi realizado o acesso da veia cefálica do
membro torácico direito com cateter 20G (Nipro®) na altura da castanha. E em seguida,
realizou-se a colocação do garrote e a infusão do contraste da mesma forma como foi
realizada para o GD. O estudo radiográfico foi conduzido nos mesmos tempos e regiões já
descritas.
Todas as imagens obtidas foram analisadas individualmente e sem identificação do
grupo a que pertenciam por dois radiologistas e as observações foram catalogadas para
posterior análise comparativa entre os mesmos tempos dos diferentes grupos. Por se tratar de
uma avaliação qualitativa, não houve um estudo estatístico e os resultados foram apresentados
de forma descritiva.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A primeira observação a ser relatada é que soluções administradas a partir da veia


cefálica de equinos chegam rapidamente nas regiões mais distais dos membros, tanto com os
animais em posição quadrupedal, quanto em decúbito lateral.

Apesar de o estudo radiográfico ter sido iniciado simultaneamente ao início da aplicação


do contraste e uma sequência ininterrupta de imagens terem sido realizadas com o objetivo de
acompanhar o trajeto da solução infundida, não foi possível registrar o exato momento da
chegada ao casco, em virtude do tempo necessário para o posicionamento do chassi e
31

realização das radiografias. Porém, foi possível obter imagens em tempos muito próximos em
que o contraste ainda não estava presente e logo depois já foi visualizado na próxima
avaliação. Dessa forma, os resultados obtidos mostraram que o contraste injetado na veia
cefálica pode ser identificado radiograficamente na circulação do casco em aproximadamente
2 minutos para o Grupo em Posição Quadrupedal (GPQ) e 4 minutos para o Grupo em
Decúbito (GD).

Estes resultados, pioneiros para a espécies equina, sugerem que a progressão do


contraste é mais rápida nos animais em posição quadrupedal, estando relacionada à ação da
gravidade. No entanto, é importante que novos estudos sejam conduzidos e com a utilização
de métodos de avaliação em tempo real, como a fluoroscopia, para determinação precisa do
tempo de trajeto das soluções infundidas nas perfusões regionais em membros de equinos.

O volume de 100 ml de solução utilizado foi suficiente para promover o preenchimento


da malha venosa a partir da veia cefálica até as regiões mais distais do membro, chegando ao
casco. Porém, as imagens obtidas mostraram que um volume inferior possa promover o
mesmo efeito, visto que em todos os animais avaliados o contraste chegou ao casco antes do
término da infusão total. Considerando que a velocidade de infusão foi de 10 ml por minuto,
no GD o volume de contraste administrado para a visualização no casco foi de,
aproximadamente, 40 ml e no GPQ, 20 ml.

Alguns autores indicam um volume a partir de 60 ml para a perfusão regional


intravenosa em equinos (L allemand et al., 2013; Dória et al., 2015; Hunter et al., 2015;
Harvey et al., 2016; Oreff et al., 2017; Kilcoyne et al., 2018b) independente da região a ser
tratada e do fármaco utilizado, desde que a dose esteja correta.
Em estudos que avaliaram a concentração de amicacina (Moser et al., 2016) e
gentamicina (Hyde et al, 2013) intra-articular em animais submetidos à perfusão regional a
partir da veia cefálica, utilizando a mesma dose de fármaco mas em volumes que variavam de
10 a 120 ml, os pesquisadores observaram que a concentração das drogas no líquido sinovial,
independente do volume aplicado, atingiu igualmente os níveis mínimos inibitórios. Quando
se utiliza volumes inferiores a 10 ml, recomenda-se a colocação de dois torniquetes (distal e
proximal), quando a intenção é tratar uma articulação proximal como, por exemplo a
radiocárpica, mas caso o tratamento seja de articulações distais, como a interfalangeana distal,
a concentração intra-articular do fármaco, mesmo em baixo volume de aplicação, atinge os
níveis terapêuticos (Schoonover et al, 2017).
Uma observação importante é que a administração de contraste pela veia cefálica de
32

equinos realizada neste trabalho não teve como objetivo fazer um estudo venográfico da
microcirculação lamelar e, por isso, as imagens obtidas não mostraram a presença do
contraste tão evidente nesta região quanto em imagens de estudos venográficos de casco, que
utilizam o acesso pela veia digital palmar (Rucker et al., 2006) e não pela cefálica. Já para as
perfusões regionais, o uso das grandes veias do membro do equino se mostrou muito eficiente
(Hyde et al., 1990; Hunter et al., 2015; Oreff et al., 2016; Sole et al., 2016; Kilcoyne et al.,
2018b) considerando que, após aplicações de antimicrobianos nas veias cefálica e safena, a
concentração do antibiótico no líquido sinovial nas articulações
metacarpofalangeana/metatarsofalangeana (Kelmer et al., 2017; Oreff et al., 2017),
interfalangeanas distais (Moser et al., 2016; Schoonover et al., 2017; Kilcoyne et al., 2018b) e
carpo (Lallemand et al., 2013; Harvey et al., 2016), foi inicialmente muito acima da
concentração mínima inibitória dos mais suscetíveis patógenos.
Em relação à distribuição do contraste, também foram observadas diferenças entre os
grupos. Em GD, a presença de contraste na face lateral do membro foi mais evidente do que
na face medial (Fig. 1A) e nos animais em posição quadrupedal a distribuição do contraste foi
uniforme (Fig. 1B). Na região do casco, essa diferença na distribuição do contraste entre as
veias digitais lateral e medial também foi bastante evidente (Fig. 2). Esta diferença na
distribuição do contraste observada nos animais em decúbito pode estar relacionada à
gravidade, visto que a região onde se identificou maior evidência contraste (região lateral) era
justamente a face que estava mais baixa.

FIGURA 1. Imagem radiográfica em projeção dorsopalmar da região metacarpofalangeana de


cavalo adulto em decúbito (A) e em posição quadrupedal (B). Nota-se em (A) maior evidência
da presença de contraste na veia digital palmar lateral (seta) do que na medial.
33

FIGURA 2. Imagem radiográfica em projeção dorsopalmar da região do casco de cavalos em


decúbito. Nota-se em maior evidência da presença de contraste na veia digital palmar lateral
(seta) do que na medial.

Além da diferença de concentração entre lateral e medial, também foi possível


observar, uma menor evidenciação dos vasos dentro do casco, nos animais em decúbito,
associado a provável menor quantidade de contraste que chegou a região.
Observou-se no decorrer dos tempos de avaliação radiográfica que as imagens
apresentaram diferenças quanto à presença da solução de contraste no interior dos vasos
sanguíneos. Enquanto na primeira avaliação (T0), a presença do contraste era evidente apenas
no interior dos vasos em ambos os grupo, nas imagens obtidas em T10 foi possível notar um
aumento de radiopacidade nos tecidos, mais marcante nos animais em posição quadrupedal
(Fig. 3A) do que nos animais em decúbito (Fig. 3B), corroborando com Aristizabal et al
(2016) que relata ser possível que os cavalos em decúbito lateral tenham menor pressão
venosa no membro em comparação com os cavalos em posição quadrupedal, devido às
diferenças de pressão hidrostática, especialmente mais distalmente no membro. A infusão da
solução perfundida em uma veia com menor pressão pode ter prejudicado a difusão fora
malha vascular na porção mais distal do membro, considerando, também, que a gravidade no
cavalo somente sedado possa contribuir para que a solução atinja regiões mais distais do
membro (Aristizabal et al., 2016).
34

FIGURA 3. Imagens radiográficas na projeção lateromedial da região metacarpofalangeana


de cavalo adulto em posição quadrupedal (A) e projeção mediolateral nos animais em
decúbito (B). Nota-se em (A) maior radiopacidade dos tecidos e menor evidenciação dos
vasos pelo contraste.

Em T20, o aumento da radiopacidade dos tecidos estava presente em ambos os grupos,


juntamente com diminuição da evidenciação dos vasos, em todas as regiões. Estes resultados
sugerem que ocorreu uma difusão do contraste presente no interior dos vasos e migração para
os tecidos.
Embora o fator de hidrossolubilidade do ioexol seja baixo (0.796 mg/mL), a difusão
para os tecidos pode ter sido favorecida pelo aumento da permeabilidade vascular promovida
pela estase circulatória. Os antibicrobianos frequentemente utilizados para infusão regional
em membros de equinos, possuem fator de hidrossolubilidade alto, o que facilita sua
distribuição nos tecidos. Estudos recentes mostram que 15 minutos após a aplicação de
antibióticos em perfusões regionais a partir da veia cefálica, já é possível encontrar na
articulação, concentrações superiores aos níveis mínimos inibitórios (Moser et al., 2016;
Schoonover et al., 2017), comprovando que esse tempo é suficiente para a difusão do fármaco
no espaço extra vascular, chegando inclusive, em região profunda e menos vascularizadas
como uma articulação.
As imagens realizadas em T30 foram semelhantes às obtidas em T20 mostrando
aumento de radiopacidade dos tecidos e ausência de delimitação dos vasos. Após a realização
destas imagens, os torniquetes foram removidos e se restabeleceu a circulação sanguínea.
Porém, as imagens radiográficas obtidas de ambos os grupos nos tempos T40 e T50
continuaram semelhantes (Fig. 4). Estes resultados mostram que mesmo após 20 minutos da
retirada do torniquete a solução de contraste infundida ainda continuou presente nos tecidos, o
que comprova a migração do contraste para o espaço extra vascular.
35

FIGURA 4. Imagens radiográficas na projeção lateromedial da região metacarpofalangeana


de cavalo adulto em posição quadrupedal (A) e projeção mediolateral nos animais em
decúbito (B). Nota-se a manutenção do aumento da radiopacidade dos tecidos em T50, 20
minutos após a retirada do torniquete.

A manifestação de desconforto apresentada pelos animais avaliados em posição


quadrupedal foi o principal entrave observado durante a execução deste estudo. Em torno de
15 minutos após a colocação do torniquete, todos os animais apresentaram manifestações
evidentes de incômodo, como agitação, elevação frequente do membro e movimentos de
cavar. Alguns animais, embora agitados, permitiram a condução do estudo até o final e outros
foram sedados novamente.
Segundo Oreff et al. (2016), é difícil impedir a movimentação do animal, mas ela pode
ser reduzida com sedação adequada e, se necessário, reaplicação para minimizar o
desconforto. Além disso, outras técnicas podem ser utilizadas para minimizar o incômodo
durante a perfusão regional em membros de equinos, como bloqueio do nervo periférico
proximal ao torniquete (Harvey et al., 2016) ou adição de anestésico regional perfundido
(Kelmer et al., 2017).
Obviamente, esta complicação não foi observada nos animais em decúbito porque
estavam sob efeito de anestesia geral. Entretanto, há de se considerar que, nos tratamentos por
perfusão regional de antibióticos, o procedimento deve ser feito por período prolongado e
repetido diariamente. Anestesias gerais sucessivas podem encarecer o processo e trazer riscos,
principalmente para animais tratados a campo. Além disso, como já relatado nesse trabalho, o
procedimento realizado com o animal na posição quadrupedal propicia uma difusão uniforme
no membro e é mais eficiente para atingir as porções mais distais do mesmo.
36

Após esse momento de agitação, observou-se em três animais (30%) a perda da estase
circulatória, evidenciada radiograficamente pela presença do contraste na região proximal ao
torniquete (Fig. 5).

FIGURA 5: Imagem radiográfica da região do rádio de cavalo adulto em posição


quadrupedal, ilustrando presença de contraste acima do torniquete.

De acordo com Cimetti et al (2004), o movimento do animal aumenta a resistência


vascular periférica no membro, resultando em pressões intravasculares maiores que a
produzida pelo torniquete, possibilitando o vazamento dos fluidos estagnados.
Os animais que apresentaram falha na estase circulatória tiveram os torniquetes
retirados e as manifestações de incômodo cessaram imediatamente, confirmando que o
desconforto advinha da pressão do garrote. Ao comparar as imagens de T30 desses animais
que retiraram o torniquete precocemente, com as imagens dos outros animais que
permaneceram com o garrote até 30 minutos, o padrão de radiopacidade dos tecidos se
mostrou muito parecido, indicando que a difusão do contraste nos tecidos já havia ocorrido
antes de completar os 15 minutos (Figura 6).
37

FIGURA 6: Imagens radiográficas de T 30 da região metacarpofalageana de cavalos adultos


em posição quadrupedal, apresentando radiopacidade do tecido após administração de
contraste pela veia cefálica. (A) animal que manteve o torniquete por 15 minutos. (B) animal
que manteve o torniquete por 30 minutos.

Em recente estudo, Kilcoyne et al (2018) perfundiram amicacina (2g diluído em 60 ml


de NaCl 0,9%), à partir da veia cefálica de equinos em posição quadrupedal, e procedeu
colheitas de amostras de líquido sinovial da articulação interfalangeanas distal nos tempos 5,
10, 15, 20, 25 e 30 minutos. A conclusão foi que a concentração máxima encontrada ocorreu
com 15 minutos, não havendo mais aumento nas colheitas subsequentes, considerando este,
tempo de isolamento suficiente para se promover a difusão desejada.
Estes resultados sugerem que o tempo mínimo necessário para o torniquete nas
perfusões regionais de membros de equinos possa ser inferior ao recomendado na literatura,
que costuma ser de trinta (Hyde et al., 1990; Lallemand et al., 2013; Hunter et al., 2015;
Kelmer et al., 2015; Moser et al., 2016; Oreff et al., 2016, 2017; Sole et al., 2016; Schoonover
et al., 2017).

CONCLUSÕES
Os resultados obtidos no presente trabalho permitem concluir que, em perfusão regional
de membros de equinos com solução de contraste:
- solução infundida pela veia cefálica chega ao casco mais rapidamente quando os
animais estão em posição quadrupedal do que quando estão em decúbito lateral;
- a distribuição da solução infundida pela veia cefálica é mais uniforme quando o animal
está em posição quadrupedal do que quando está em decúbito lateral;
- após 15 minutos de estase circulatória ocorre difusão da solução presente nos vasos
38

sanguíneos para o meio extravascular;


- a movimentação do cavalo em posição quadrupedal pode promover falha na estase
circulatória.

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41

CAPÍTULO 3 - AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE UTILIZAÇÃO DE


CATETER TOTALMENTE IMPLANTADO EM MEMBROS DE EQUINOS

RESUMO

Para o tratamento de infecções ortopédicas em equinos, tradicionalmente, faz-se uso de


perfusão regional intravenosa. No entanto, repetidas aplicações são necessárias e o
encerramento prematuro do tratamento pode ocorrer devido a flebites ou perda do acesso
venoso, em decorrência de constantes perfurações. Na medicina humana são utilizados
cateteres totalmente implantáveis para que haja acesso fácil e prolongado ao sistema vascular,
com excelentes resultados e níveis de satisfação dos pacientes. Os objetivos deste trabalho
foram: avaliar a técnica cirúrgica de colocação do cateter totalmente implantado na veia
cefálica de equinos, e verificar a viabilidade do uso prolongado deste tipo de cateter na
espécie equina. Foram utilizados 10 equinos adultos divididos em dois grupos para
implantação dos cateteres. Em um grupo foi colocado cateter de 15cm e em outro de 46 cm de
comprimento. Os animais foram monitorados por 60 dias e avaliados clinicamente e através
de exames hematológicos. 70% apresentaram edema e claudicação após a implantação.
Outros problemas encontrados foram: trombose venosa, dobras no cateter e desacoplamento
do portal. As alterações hematológicas encontradas foram leucocitose por neutrofilia e
aumento nos níveis de fibrinogênio. O cateter totalmente implantado não se mostrou viável
para ser aplicado na rotina veterinária equina.

Palavras-chave: veia cefálica, cateter totalmente implantável, perfusão intravascular regional

ABSTRACT
Traditionally, intravenous regional perfusion is used for the treatment of orthopedic
infections in horses. However, repeated applications are necessary and premature closure of
the treatment may occur due to phlebitis or loss of venous access, due to constant
perforations. In human medicine, totally implantable catheters are used for easy and
prolonged access to the vascular system, with excellent results and patient satisfaction levels.
The objectives of this study were to evaluate the surgical technique for the implantation of
fully implantable catheter in the cephalic vein of horses, and to verify the viability of
prolonged use of this type of catheter in the equine species. Ten adult horses were divided into
two groups for catheter implantation. A 15cm catheter was inserted in one group and in the
42

other a 46cm. The animals were monitored for 60 days and evaluated clinically and through
hematological examinations. 70% presented edema and lameness after catheter implantation.
Other complications were venous thrombosis, bends in the catheter and connection
uncoupling. Hematological parameters changes were leukocytosis due to neutrophilia and
increased fibrinogen levels.
Key words: cephalic vein, totally implantable catheters , regional limb perfusion

INTRODUÇÃO
Tradicionalmente, para administração de medicamentos por perfusão regional
intravenosa em equinos, faz-se uso de cateteres externalizados, classificados como
temporários ou de longo prazo (Marie, 2005; Phan et al., 2005). No entanto, em muitos casos
clínicos, repetidas perfusões regionais são necessárias para resolver infecções persistentes e o
encerramento prematuro da perfusão regional intravenosa costuma ocorrer devido à flebite ou
perda do acesso venoso (Butt et al., 2001; Scheuch et al., 2002; Mattson et al., 2004). Isto
ocorre pelas constantes perfurações, o que dificulta o manuseio dos vasos e favorece o
extravasamento dos fármacos (Bonassa, 2005).

Atualmente, para que haja acesso fácil e prolongado ao sistema vascular, são utilizados
na medicina, para hemodiálise, hemoterapia, quimioterapia e nutrição parenteral prolongada,
cateteres constituídos em silicone ou poliuretano, de lúmen único ou múltiplo, sendo semi-
implantáveis ou totalmente implantáveis (Neves Junior et al., 2010). Os cateteres totalmente
implantados (port-a-cath system®, life port®, primo port®, entre outros) foram
desenvolvidos para serem implantados cirurgicamente em grandes vasos e são conectados a
um dispositivo de administração (portal) que fica alojado no espaço subcutâneo. Por este
portal, que é acessado pela punção através da pele íntegra, os fármacos podem ser
administrados de maneira intermitente ou por infusão (Marie, 2005; Phan et al., 2005; Garcia
et al., 2007). Há estudos sobre a utilização de cateteres totalmente implantados em pessoas,
que demonstram persistência de, em média, 353 dias, não resultando em complicações em
82,2% dos casos, sendo a taxa de satisfação dos pacientes de 93% (Wolosker et al., 2004;
Ignatov et al., 2009).

O objetivo deste trabalho foi desenvolver e avaliar a técnica cirúrgica de colocação do


cateter totalmente implantado (Life-port ®) na veia cefálica de equinos, e verificar a
viabilidade do uso prolongado deste tipo de cateter na espécie equina, detectando as possíveis
complicações.
43

MATERIAL E MÉTODOS

Este experimento foi aprovado pela Comissão de Ética no Uso de Animais da Faculdade
de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo - FZEA/USP
(CEUA/FZEA), sob o protocolo número CEUA nº 9519191217.
Foram utilizados dez equinos adultos com peso corpóreo médio de 350 kg, machos e
fêmeas, sem raça definida, considerados hígidos após exames clínicos e laboratoriais.
Para o procedimento cirúrgico, os animais foram submetidos a jejum alimentar de doze
horas antes do início do experimento. Após estarem contidos em tronco para equinos, foi
realizada tricotomia ampla da região rádio-cárpica do membro torácico direito
Os animais foram sedados com xilazina 2% (1mg/kg, IV), seguido de miorrelaxamento
com éter gliceril guaiacol (100mg/kg, IV) e indução anestésica com a associação, na mesma
seringa, de cetamina 10% (2mg/kg, IV) e midazolam (0,1mg/kg, IV). Na sequência, os
animais foram submetidos a anestesia geral inalatória, com isofluorano e foi realizada
anestesia local infiltrativa, com cloridrato de lidocaína 2%, sem vasoconstrictor, nos locais
predefinidos para a inserção do cateter e sepultamento do portal.
Sob anestesia geral inalatória, após rigorosa antissepsia do campo cirúrgico com
digluconato de clorexidine degermante (2%), alcoólico (0,5%) e álcool 70%, um cateter
intravenoso totalmente implantado, de silicone, modelo Life-Port ® Titânio Infantil 7,5 Fr, foi
introduzindo na veia cefálica, canulando-a, seguindo as instruções do fabricante com
adaptações para espécie equina, considerando que, em humanos, a implantação é para acesso
central e no presente estudo o cateter foi implantado para acesso regional no membro. Em
cinco animais (A1, A2, A3, A4 e A5) foram implantados cateteres de 46 cm de comprimento
(Grupo 46 - G46), estendendo-se até ao terço médio do terceiro metacarpiano, e nos outros
cinco animais (A6, A7, A8, A9 e A10) foram implantados cateteres de 15 cm de comprimento
(Grupo 15 – G15), afim de evitar que sua extensão terminasse na região distal do rádio,
proximal ao carpo.
Durante o procedimento cirúrgico foram feitas imagens radiográficas do rádio, nos
animais em que foram implantados cateter de 15 cm de comprimento, e rádio, carpo e
metacarpo nos animais em que foram implantados cateter de 46 cm de comprimento, para
avaliar se o posicionamento do cateter estava adequado e se não havia dobras antes de
finalizar a fixação cirúrgica do mesmo. A projeção de escolha foi a mediolateral devido
decúbito, e por evidenciar com maior clareza o posicionamento do cateter, tendo em vista que
em outras projeções as sobreposições poderiam dificultar a avaliação.
44

Para as avaliações radiográficas foi utilizado emissor da marca Poskon, modelo PXP-
20HF PLUS e sistema DR Serv Imagem, modelo SIMS DR 35. A técnica utilizada foi de 76 a
80 Kv e 3,2 a 4,0 mAs, dependendo da região radiografada e porte físico do animal.
Após recuperação anestésica, os animais foram alojados em baias individuais. A ferida
cirúrgica foi limpa uma vez ao dia, mantendo-se ataduras sobre os pontos e foram aplicadas
três doses de 20.000 UI/kg de penicilina benzatina, em intervalos de 48 horas e 4,4 mg/kg de
fenilbutazona, a cada 24 horas, durante 3 dias. Os pontos de pele foram removidos com 10
dias pós-operatórios.
Vinte quatro horas após a implantação do cateter, os animais foram levados para
ambiente controlado, em uma sala de procedimento, e contidos em tronco para segunda
avaliação radiográfica para confirmar o posicionando e verificar ausência de dobras no
cateter. A projeção utilizada nesse momento foi a lateromedial do rádio, nos animais em que
foram implantados cateter de 15 cm de comprimento, e do rádio, carpo e metacarpo nos
animais em que foram implantados cateter de 46 cm de comprimento.

Os dez animais foram avaliados em cinco momentos experimentais. A saber: D0 (antes


da implantação do cateter), D7, D15, D30, D60 (7, 15, 30 e 60 dias após a implantação do
cateter, respectivamente). O Grupo Controle foi considerado o membro contralateral.
Foram avaliadas as seguintes variáveis:
• Exame clínico geral: coloração de mucosas, tempo de preenchimento capilar,
auscultação da frequência cardíaca, frequência respiratória, motilidade intestinal e aferição da
temperatura retal;
• Exame do sistema locomotor: inspeção da postura e movimentação do animal, que
incluiu a observação e registro de alterações dignas de nota quanto ao comportamento do
animal na baia e em movimento (Stashak, 2006), avaliando-se aspectos como evitar apoio do
membro cateterizado e presença de claudicação.
• Avaliação hematológica: Contagem de hemácias, Volume globular, Dosagem de
hemoglobina, Contagem global de leucócitos, Contagem diferencial de leucócitos e
Fibrinogênio plasmático.
As feridas cirúrgicas foram avaliadas por meio da descrição do aspecto macroscópico
(dor, aumento de volume, aumento de temperatura e extravasamento de secreção, cicatrização
da pele após a retirada dos pontos). Foram avaliados aspectos como flebite ou inflamação
subcutânea na região próxima ao local de cateterização.
Nos casos em que ocorreram reações teciduais ou rejeição ao implante, os cateteres
45

foram imediatamente removidos, os animais tratados para controle de infecção (com


penicilina benzatina 20.000 UI/kg, a cada 48 horas, 3 aplicações), dor (fenilbutazona, 4,4
mg/kg, 3 dias) e cicatrização da ferida (cicatrização por segunda intenção com curativos a
base de iodo).
Durante o experimento, o manuseio do cateter totalmente implantado, foi feito da
seguinte forma: antissepsia com povidona iodo em movimentos espirais na pele sobre o
portal, seguida de álcool a 70% também em movimentos espirais. A pele só foi puncionada
quando totalmente seca. Antes de qualquer punção, a região do portal foi massageada com
pomada anestésica, a base de lidocaína 2,5% e prilocaína 2,5%, para reduzir o desconforto do
procedimento. O material utilizado foi sempre estéril, utilizando-se agulha tipo Huber para a
punção do portal. Este tipo de agulha é usado para acesso ao reservatório totalmente
implantável, possui ponta curva não perfurante que penetra no septo sem cortá-lo,
assegurando a longevidade do septo. Ressalta-se, ainda, que a inserção da agulha obedeceu ao
ângulo de 90º e foi introduzida no septo do silicone até sentir que sua ponta tocou o fundo do
portal. Foi respeitado um rodízio do local de inserção da agulha, a fim de evitar lesões na pele
sobre o reservatório. Após cada punção de pele, foi realizado curativo com antissépticos e
esparadrapo micropore (Vasques et al., 2009).
Para testar a patência da veia cefálica, a cada dois dias após a implantação do cateter
venoso até o 15º dia, e depois semanalmente, foram realizadas, mediante antissepsia prévia,
punções de 5 mL de sangue e a infusões de 10 mL de solução fisiológica 0,9%, via portal, e
assim foi testada a resistência da via. Foi utilizada agulha do tipo Huber, cujo correto
posicionamento no reservatório foi confirmado pela presença de retorno venoso e/ou pela
infusão livre, fácil e indolor da solução infundida (Homório et al., 2011). Imediatamente após
os testes de patência, os cateteres foram lavados com 10 ml de solução heparinizada 200
UI/ml. Os resultados foram descritos como cateteres viáveis ou não viáveis (obstruídos).
Foram considerados também os vazamentos a partir do portal para o meio exterior ou
para o subcutâneo (observado pelo aumento de volume na região do portal). Terminado o
período experimental, os cateteres foram removidos e, após antissepsia, a região foi mantida
recoberta por bandagem durante 24 horas.
Os animais com cateteres classificados como não viáveis ou que apresentaram
manifestação clínica, como edema, foram submetidos a exames ultrassonográficos e/ou
radiológicos para investigação sobre o que resultou a condição apresentada.
A análise estatística foi realizada com o objetivo de comparar as médias entre os
momentos D0, D7, D15, D30 e D60 para as variáveis de estudo. Para tanto, a Análise de
46

Variância (AVOVA) de uma via para medidas repetidas foi utilizada a 0,05 de significância.
Nos casos em que foi observada diferença significativa, foi conduzido o teste t pareado com o
ajuste de Bonferroni como prova post-hoc (α=0,05).

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Não existem relatos na literatura sobre o uso de cateter totalmente implantado na
espécie equina e a técnica cirúrgica utilizada neste trabalho para colocação do cateter foi
adaptada a partir das instruções do fabricante para a espécie humana. O procedimento de
implantação levou em torno de 40 minutos e o passo-a-passo está ilustrado na Figura 1.

Figura 1. Imagens da técnica cirúrgica de colocação do cateter totalmente implantável


(modelo Life-Port ®) na veia cefálica de membro torácico direito de equino adulto: I - Incisão
47

de pele de aproximadamente 2 cm, e incisão de aproximadamente cinco centímetros, elíptica,


foi realizada proximal e caudalmente à anterior; II - introdução da agulha de punção; III –
retorno venoso na agulha de punção; IV - Passagem fio guia em “J” e retirada da agulha de
punção; V e VI – posicionamento do introdutor e dilatador pelo fio guia e introdução na veia
cefálica; VII - o cateter foi colocado no fio guia, conduzido distalmente na veia cefálica e
retirada do fio guia e dilatador; VIII – cateter na veia cefálica sem o introdutor e dilatador; IX
- haste de aço introduzida através do tecido subcutâneo entre as incisões, X - introdução e
sepultamento do portal suturado ao espaço subcutâneo, em três pontos para ancoragem de
sutura, próprios do portal, com fio de náilon 1; XI – Sutura da pele.

Verificou-se que é possível progredir, no interior da veia cefálica, 46 cm de cateter,


atingindo proximidades anatômicas distais, e que o cateter 7,5Fr é compatível com o diâmetro
da veia cefálica de equinos adultos.
As imagens radiográficas obtidas no período transoperatório, mostraram que os
cateteres foram posicionados de forma retilínea e sem dobras, possibilitando a fixação. Os
cateteres de 15 cm apresentaram a extremidade posicionada no terço distal do osso rádio e os
cateteres de 46 cm se estenderam caudalmente a região da articulação cárpica sem sofrer
dobras ou estreitamentos, e terminaram no terço médio caudal do metacarpo (Fig. 2). Os
portais dos cateteres estavam posicionados na altura da junção rádio-ulna e caudalmente a
veia cefálica, formando uma leve curvatura.

Figura 2. Imagens radiográficas de membros torácicos de cavalos adultos ilustrando em (I):


Posicionamento de cateter intravenoso totalmente implantado modelo Life-Port® Titânio
Infantil 7,5 Fr de 15cm de comprimento em veia cefálica. A seta na ilustração I indica o
posicionamento do portal. Em (II): Posicionamento do cateter de 46 cm de comprimento
passando pela articulação cárpica (A) e terminando no terço médio do terceiro metacarpiano
48

(B).
Vinte e quatro horas após a implantação, as imagens radiográficas mostraram que os
cateteres continuavam fixados e sem dobras. Porém, em todos os animais foi observada
alteração de posicionamento, comparando-se ao período transoperatório, podendo estar
relacionada ao fato de os animais estarem em decúbito na primeira avaliação e em estação na
segunda. Os portais estavam em posição mais distal, o que acarretou numa curvatura mais
acentuada do cateter no local de acoplamento ao portal (Fig. 3), porém, sem
comprometimento ao fluxo ou imagem sugestiva de bloqueio por estrangulação.

Figura 3. Imagens radiográficas de membros torácicos de equinos, mostrando o


posicionamento de cateter intravenoso totalmente implantado modelo Life-Port® Titânio
Infantil 7,5 Fr de 15 cm em veia cefálica durante o período transoperatório da implantação (a)
e após 24 horas (b). Nota-se, na imagem (b), uma curvatura mais acentuada do cateter no local
de acoplamento ao portal (seta) e o posicionamento mais distal do portal em relação à ulna,
comparado à imagem (a).

Durante todo o experimento, os animais não apresentaram alterações na avaliação


clínica quanto a coloração de mucosas, tempo de preenchimento capilar, auscultação da
frequência cardíaca, aumento de temperatura corpórea, frequência respiratória e motilidade
intestinal.
Os resultados relativos à viabilidade do cateter em relação à administração de fluidos,
desacoplamentos, presença de dobra, edema e ou dor do membro e tempo com que o cateter
foi removido estão apresentados na Tabela 1.
49

Tabela 1. Apresentação dos resultados observados, relativos à viabilidade do cateter em


relação à administração de fluidos (viável ou não viável), desacoplamentos, presença de
dobra, inchaço e ou dor do membro e tempo com que o cateter foi removido.
Animal Viável Não Desacoplamento Dobra Edema/Dor tempo remoção
viável cateter
A1 X X X 7 dias
A2 X X 60 dias
G46 A3 X X X 7 dias
A4 X X 60 dias
A5 X X 15 dias
A6 X X 7 dias
A7 X X 15 dias
G15 A8 X X 15 dias
A9 X X 7 dias
A10 X 60 dias

Os animais 1 (A1) e 3 (A3), apresentaram aumento de volume claudicação em D7. O


cateter estava viável, visto que era possível a infusão livre, fácil e indolor da solução
fisiológica e da solução heparinizada. Porém, não era possível aspirar sangue, nem se percebia
retorno venoso espontâneo. Ao exame radiográfico foi possível visualizar a dobra no cateter,
na altura da articulação do carpo, o que provavelmente impedia o retorno venoso, mas
permitia a infusão. Optou-se pela remoção do cateter.
No oitavo dia de pós-operatório, foi observado no animal 2 (A2) vazamento de solução
fisiológica pela sutura de pele próxima ao portal quando se fazia a infusão. Pelo exame
radiográfico foi constatado desacoplamento do cateter ao portal, de forma que a solução
infundida no portal estava sendo injetada no espaço subcutâneo. Este animal foi mantido com
cateter e portal, embora desconectados, para que fosse possível avaliar a reação do implante.
Durante o período experimental, não foram observadas alterações em membro, claudicação ou
reações de rejeição ao material. Não foram observadas alterações clínicas ou em hemograma.
No animal 4 (A4), foi observado que o cateter estava viável, visto que era possível a
50

infusão livre, fácil e indolor da solução fisiológica e da solução heparinizada, porém, não
havendo retorno de sangue. No exame radiográfico, verificou-se uma dobra do cateter no
espaço subcutâneo, próximo ao local de acoplamento ao portal, o que impediu o refluxo de
sangue. Não foi observado dor, aumento de volume ou claudicação. O cateter foi mantido no
animal durante os 60 dias experimentais, posicionado na veia cefálica, sem apresentar
qualquer reação tecidual.
Nos animais 6 (A6) e 9 (A9), foi observado no sétimo dia aumento de volume (edema)
generalizado no membro, desde o casco até o rádio e claudicação, quando se optou pela
remoção do cateter. Esses mesmos sinais foram observados nos animais 5 (A5), 7 (A7) e 8
(A8), porém, mais tardiamente, com 15 dias, quando se optou pela remoção do cateter. Em
todos esses animais não era mais observado o retorno venoso pelo cateter, embora fosse
possível administrar soluções. Ao exame radiográfico não foi possível visualizar qualquer
alteração. Ao exame ultrassonográfico, verificou-se estase venosa/ausência de fluxo no local
onde o cateter estava implantado, dificultando o fluxo sanguíneo no membro, o que
provavelmente gerou o edema por dificuldade de retorno venoso. Ao se remover o cateter,
observou-se que o mesmo estava corretamente posicionado, sem dobras e sem reações
teciduais subcutâneas no local onde fora posicionado o portal. Não se observou sangue
coagulado no interior do cateter.
No animal 10 (A10), foram realizados os testes de patência a cada dois dias, durante 60
dias e o cateter se mostrou viável durante todo o experimento, visto que era possível a infusão
livre, fácil e indolor da solução fisiológica e da solução heparinizada. Também era possível
aspirar sangue. Não foi observado aumento de volume do membro ou claudicação. Ao se
remover o cateter, observou-se que o mesmo estava corretamente posicionado, sem reações
teciduais ao implante.
Os cavalos que não apresentaram reação ao cateter (A2, A4 e A10) não apresentaram
dor à palpação ou aumento de temperatura no membro onde o cateter foi implantado,
permanecendo com o cateter durante 60 dias. Por outro lado, nos cavalos que reagiram ao
cateter, com sete (A1, A3, A6, A9) e 15 dias (A5, A7, A8), os cateteres foram imediatamente
removidos, após avaliação radiográfica e ultrassonográfica, e instaurada terapia de controle de
infecção, dor e cicatrização. Os animais apresentaram redução do aumento de volume e
melhora da claudicação nos dias subsequentes à remoção do cateter, e evoluíram
positivamente com o passar dos dias. Não foram verificados sinais de comprometimento
vascular do membro com 30 dias após remoção dos cateteres.
51

As complicações associadas ao cateter totalmente implantável em humanos podem ser


divididas em precoces e tardias (Biffi et al., 1998). Dentre as complicações precoces estão:
hematomas no local de implantação, pneumotórax, hemotórax, hemomediastino e mau
posicionamento do cateter. As complicações tardias podem ser divididas entre infecciosas e
não-infecciosas. As infecciosas são as mais frequentes podendo exceder 30% do total de
pacientes que tiveram complicações. Essas infecções decorrem da contaminação por
microorganismos do local da infusão ou do cateter a partir da colonização da pele e da
utilização de material ou maquinário contaminado (Carvalho et al., 1999; Clair et al., 2008;
Oliveira et al., 2012; Zeratti et al., 2017). Em estudo com cães, esse tipo de complicação foi a
única observada, tanto no pós-operatório imediato, com infecção na região do portal, quanto
infecções tardias. Porém, de 12 animais, apenas 2 tiveram que retirar o cateter. O estudo
finaliza propondo que oncologistas adotem o uso do cateter totalmente implantado para
promover melhor manutenção e qualidade de vida dos pacientes (Valentini et al., 2013).

No presente trabalho, não se observou a ocorrência de manifestações clínicas


relacionadas a infecção em nenhum dos animais estudados, estando os problemas
encontrados, muito mais relacionados a complicações tardias não-infecciosas. Segundo
Oliveira et al. (2012), as obstruções são definidas como impossibilidade ou dificuldade de
infusão de substância, ou retirada de sangue, sendo classificadas como parciais ou totais.
Podem ser mecânicas (dobras ou compressão), trombóticas (interna ou externamente ao
cateter) ou hipercoagulabilidade.
Deduz-se que os cavalos que apresentaram edema de membro e claudicação, sofreram
de uma complicação frequentemente relatada na medicina, associada ao cateter totalmente
implantável, que é a trombose venosa profunda. Esta é a segunda complicação mais frequente
encontrada no uso desse tipo de cateter (De Miranda et al., 2008; Silva e Campos, 2009).
Deve ser tratada com seriedade, devendo ser reconhecida precocemente por meio de rigorosa
observação clínica, métodos diagnósticos rápidos e sensíveis (Silva e Campos, 2009).

As manifestações clínicas da trombose venosa profunda (TVP) são dor no trajeto


venoso, edema de membro, edema de face e presença de circulação venosa colateral,
dependendo da veia em que o cateter foi implantado (Biffi et al., 1998; Carvalho et al., 1999).
Em humanos, frequentemente o paciente é assintomático e o diagnóstico é feito em exames
de rotina realizados durante o tratamento oncológico, como, por exemplo, os exames de
imagem duplex scan venoso, para os territórios cervical, abdominal e de membros, a
angiografia por tomografia computadorizada ou a ressonância magnética. (Zerati et al., 2017).
52

A principal causa relacionada ao aparecimento da TVP é a lesão sofrida pelo endotélio


durante a manipulação do cateter. A implantação do acesso venoso central, faz com que o
endotélio perca sua integridade e desencadeia a cascata de coagulação, ativando fatores
procoagulantes e plaquetas, predispondo a formação de trombos (Oliveira et al., 2012).
Manter a ponta do cateter próxima ou dentro do átrio direito, mesmo nos casos em que o
implante é feito por acesso femoral ou safeno, é manobra que contribui para a redução da
ocorrência de TVP associada ao cateter (Zerati et al., 2017). No presente trabalho o cateter foi
colocado em sentido retrógrado à circulação, para a realização da perfusão regional, o que
pode ter favorecido a ocorrência de lesão endotelial.

Na medicina, se o cateter mantiver o funcionamento adequado, deve ser preservado


(Zerati et al., 2017), e tratamentos com antifibrinolíticos e anticoagulantes podem ser
instaurados (Carvalho et al., 1999; De Miranda et al., 2008). Neste trabalho, optou-se pela
retirada dos cateteres, em razão da intensidade e a precocidade das manifestações clínicas.

Na maioria dos animais estudados, os cateteres se mostravam viáveis para aplicação de


fluido, porém apenas em um animal se obtinha retorno venoso. Esse quadro pode estar
associado à posição da extremidade do cateter e ter ocorrido o que se conhece como obstrução
de “mão única”. Nesse tipo de obstrução, a extremidade do cateter age como uma ventosa no
endotélio durante a aspiração e impede a saída do sangue (Clair et al., 2008).

Não foram observadas alterações hematológicas em nenhuma das avaliações nos


animais que permaneceram com o cateter durante 60 dias e não apresentaram reação tecidual
(A2, A4 e A10). Por outro lado, em todos os animais que apresentaram edema, foi observada
leucocitose por neutrofilia na avaliação de sete dias (A1, A3, A5, A6, A7, A8 e A9), e na
avaliação quinze dias (A5, A7, A8). Uma elevação sérica de fibrinogênio também foi
observada nos animais que apresentaram reação ao cateter, mas somente naqueles onde a
reação ocorreu após 15 dias da implantação (A5, A7 e A8). Os outros parâmetros
hematológicos avaliados não apresentaram alterações significativas.

Em síntese, os resultados deste trabalho mostraram que 70% dos animais demonstraram
reações adversas à presença do cateter totalmente implantado, como edema de membro e
claudicação, e 30% dos animais permaneceram com o cateter implantado durante 60 dias sem
manifestação clínica.

Em relação ao comprimento do cateter implantado, 60% dos animais que estavam com
o cateter longo (G46) apresentaram dobras na região da articulação cárpica que, embora não
53

tenham inviabilizado a infusão de solução, representa um problema em potencial a longo


prazo.

Se por um lado, os cateteres mais curtos (G15) anularam a ocorrência de dobras, por
outro lado, 90% dos animais que estavam com estes cateteres, apresentaram edema de
membro associado à ausência de fluxo sanguíneo no local onde o cateter foi implantado.

Os cateteres totalmente implantáveis são de maior custo em curto prazo, porém


apresentam grandes vantagens na espécie humana como menor risco de infecção, menor risco
de deslocamento e migração do cateter e custo reduzido do tratamento em longo prazo (Marie,
2005). A utilização deste tipo de cateter em equinos seria de grande valia em casos de
tratamentos intravenosos prolongados e repetitivos como nas infecções articulares tratadas por
meio de perfusão regional intravenosa, quando o cateter totalmente implantado anularia a
necessidade de acessar repetidamente o vaso, resultando em menores complicações e menor
desconforto para o animal. Porém, neste estudo, verificou-se uma não adaptação dos equinos
ao cateter totalmente implantado na veia cefálica.

CONCLUSÃO

Este estudo demonstrou que o cateter totalmente implantado, da forma como foi
utilizado, não se mostrou viável para ser aplicado na rotina veterinária equina.

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56

CAPÍTULO 4 – MANUAL DE BOAS PRÁTICAS PARA REALIZAÇÃO DE


PERFUSÃO REGIONAL INTRAVENOSA EM MEMBRO DE EQUINOS

1. Definição
A perfusão regional intravenosa consiste na aplicação de solução em uma região
temporariamente isolada da circulação sistêmica, com intuito de se obter altas concentrações
do fármaco na região da afecção, potencializando sua ação e minimizando a toxicidade
sistêmica. É um procedimento simples de ser executado, porém há necessidade do
conhecimento da técnica e planejamento prévio das ações.

2. Indicações

A principal indicação de uso da perfusão regional intravenosa é para o tratamento de


infecções do sistema locomotor como, por exemplo, as artrites sépticas, infecções de bainhas
tendíneas, feridas profundas, etc. Nestes casos, utiliza-se a administração de antibióticos,
sendo o mais indicado a amicacina (1-2 g).
O procedimento também é bastante utilizado para realização de anestesia regional
intravenosa (técnica descrita por Bier em 1908). Este tipo de anestesia permite a realização de
procedimentos como debridamento de feridas e pequenas cirurgias. Para este fim, o fármaco
geralmente administrado é o cloridrato de lidocaína sem vasoconstritor a 2% e a aplicação
desse anestésico está relacionado com o volume a ser infundido (quantidade recomendável de
20 à 40 ml), uma vez que sua dose tóxica (5 a 7 mg/kg) é alta e, portanto, um fármaco seguro.

3. Local de aplicação do fármaco

A perfusão regional intravenosa pode ser feita à partir de qualquer acesso venoso que
seja fácil e possível o isolamento da região a ser tratada. As veias preferencialmente
escolhidas para a aplicação do fármaco são:
• veia cefálica, se a região a ser tratada for no membro torácico;
• veia safena, se o tratamento for no membro pélvico;
• veias digitais palmares e plantares, em casos distais.
57

Porém, sabidamente, os acessos pelas veias cefálica e safena, são eficientes para
entregar a concentração terapêutica nas regiões distais, o acesso é mais fácil e, devido ao
grande calibre destas, são mais resistentes a sucessivas perfurações que um tratamento por
perfusão pode exigir, em comparação às veias digitais.

4. Posição do cavalo e Contenção

O procedimento pode ser realizado com o animal sedado, em posição quadrupedal, ou


anestesiado, em decúbito lateral. O uso do decúbito lateral com anestesia geral só se justifica
dependendo do membro a ser perfundido e temperamento do animal (por exemplo: membro
pélvico de um animal agitado), considerando a segurança do animal e dos profissionais
envolvidos, e se algum procedimento cirúrgico for executado concomitantemente (como
debridamento de feridas, lavagens articulares, etc).
Se a perfusão for ser executada com o animal em posição quadrupedal, este deve ser
colocado em tronco de contenção e submetido a sedação com cloridrato de detomidina (0,006
à 0,01 mg/kg) associado com butorfanol (0,01 mg/kg).
Caso seja em decúbito, proceder, preferencialmente, em uma sala de indução
anestésica, anestesiando segundo o protocolo: xilazina 2% (1mg/kg, via intravenosa), seguido
de miorrelaxamento com éter gliceril guaiacol, (100mg/kg, via intravenosa) e indução
anestésica com a associação de cetamina 10% (2mg/kg) e midazolam (0,1mg/kg), por via
intravenosa, e manutenção com isofluorano.
A pressão do torniquete, associado à estase venosa, promovem desconforto no animal
em posição quadrupedal, manifestado através de movimentação do membro perfundido
(levantando o membro, cavando, escoiceando). Além do incômodo propriamente dito, a
movimentação pode ocasionar falhas na estase venosa, ocorrendo escape de solução na região
do torniquete. Por esses motivos, é imprescindível manter o conforto do cavalo durante o
procedimento. Além da sedação inicial, são formas de minimizar essas reações:
a) Repetir sedação caso o animal manifeste desconforto;
b) Proceder aplicação de anestésico por perfusão (mepivacaína ou lidocaína),
juntamente com a solução infundida;
c) Proceder o bloqueio (com mepivacaína ou lidocaína) dos nervos mediano, ulnar e
músculo cutâneo, no membro torácico, e do nervo fibular comum e tibial no
membro pélvico.
58

Dentre as três possibilidades, os melhores resultados para minimizar o incômodo, tem


sido o bloqueio dos nervos.

5. Materiais necessários

Cateter 16 G – 20 G Material para assepsia


Torniquete Luva de procedimento
Sedativos/anestésicos Extensor de cateter
Seringas 20 e 60 ml Fármaco a ser aplicado
Agulhas 40 x 8 Solução fisiológica
Ataduras 15 cm Algodão
Material para tricotomia Esparadrapo

6. Preparo do animal

O jejum deve ser condizente com a contenção escolhida, sendo de 2 horas na sedação
ou 12 horas nos animais que receberão anestesia geral.

• A veia deve ser identificada (setas


vermelhas) por palpação digital.
• Determinar a área a ser
puncionada (retângulo vermelho).
• Proceder tricotomia.
• Fazer assepsia da área com
clorexidine ou povidine.

7. Tipos de torniquetes
Existem três tipos de torniquetes e qualquer um pode ser utilizado com bons
resultados, desde que a pressão exercida seja suficiente para promover a estase venosa.
São eles:
59

a) Torniquete de látex (“tripa de


mico”): como se trata de um torniquete
fino, recomenda-se colocar uma
compressa em contato com a pele do
animal, antes da pressão. Também se
utiliza uma atadura enrolada na região da
veia a ser perfundida, para exercer maior
pressão nesta, conforme figura ao lado.

b) Torniquete de borracha (Esmarch):


muito usado para se proceder
exsanguinação no pré cirúrgico ortopédico,
também pode ser usado para promover a
estase venosa para perfusão regional. A
colocação dele não requer proteção da pele,
mas pode-se usar uma atadura enrolada na
região da veia a ser perfundida, para
exercer maior pressão nesta.

c) Torniquete pneumático: a grande vantagem é o controle da pressão exercida no


membro. Necessita de energia elétrica e tem um custo razoável. Após sua colocação,
deve ser insuflado entre 450 mmHg e 600 mmHg.
60

8. Colocação dos torniquetes

Para perfusão regional do membro


torácico, recomenda-se a colocação do
torniquete a 10 cm proximal ao osso
acessório do carpo, e a veia acessada na
altura da castanha.

Para perfusão regional no membro


pélvico, o posicionamento deve ser 10
cm acima do tarso, e a veia acessada ao
nível do maléolo medial (Kelmer et al.,
2015; Kelmer et al.,2017).

Caso a região a ser tratada seja proximal, por exemplo a articulação do carpo,
recomenda-se a colocação de um segundo torniquete distal a região.
61

9. Volume de solução a ser infundida

Após a colocação do torniquete, deve-se puncionar a veia cefálica ou safena,


dependendo do membro a ser perfundido. Recomenda-se a diluição do fármaco em solução
fisiológica promovendo um volume total entre 20 e 60 ml, desde que o princípio ativo de
escolha esteja na dose correta.
O volume infundido não tem se mostrado um fator determinante para o sucesso, ou
fracasso, do tratamento.

Evidenciação da veia cefálica após a Perfusão de solução pela veia cefálica


colocação do garrote (seta)

10. Tempo de garrote

Após a infusão da solução, o animal tem que permanecer com o isolamento vascular
por no mínimo 15 minutos.
Terminado o tempo, os torniquetes e cateteres devem ser retirados, e um curativo com
antisséptico e atadura compressiva deve ser colocado sobre a área, afim de favorecer a
cicatrização, evitar infecção e preservar o acesso venoso para futuras perfusões.
62

ANEXO A – TÍTULO DO ANEXO


63

ANEXO B – INSTRUÇÕES PARA SUBMISSÃO DE ARTIGOS

Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia


(Brazilian Journal of Veterinary and Animal Sciences)
Política Editorial
O periódico Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia (Brazilian Journal of
Veterinary and Animal Science), ISSN 1678-4162 (on-line), é editado pela FEPMVZ Editora,
CNPJ: 16.629.388/0001-24, e destina-se à publicação de artigos científicos sobre temas de
medicina veterinária, zootecnia, tecnologia e inspeção de produtos de origem animal, aquacultura
e áreas afins.
Os artigos encaminhados para publicação são submetidos à aprovação do Corpo Editorial, com
assessoria de especialistas da área (relatores). Os artigos cujos textos necessitarem de revisões ou
correções serão devolvidos aos autores. Os aceitos para publicação tornam-se propriedade do
Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia (ABMVZ) citado como Arq. Bras. Med.
Vet. Zootec.. Os autores são responsáveis pelos conceitos e informações neles contidos. São
imprescindíveis originalidade, ineditismo e destinação exclusiva ao ABMVZ.
Reprodução de artigos publicados
A reprodução de qualquer artigo publicado é permitida desde que seja corretamente referenciado.
Não é consentido o uso comercial dos resultados.
A submissão e tramitação dos artigos é feita exclusivamente on-line, no endereço eletrônico
<http://mc04.manuscriptcentral.com/abmvz-scielo>.
Não serão fornecidas separatas. Os artigos encontram-se disponíveis no endereço
www.scielo.br/abmvz
Orientações Gerais
▪ Toda a tramitação dos artigos é feita exclusivamente pelo Sistema de Publicação on-line do
Scielo – ScholarOne, no endereço http://mc04.manuscriptcentral.com/abmvz-scielo sendo
necessário o cadastramento no mesmo.
▪ Toda a comunicação entre os diversos autores do processo de avaliação e de publicação
(autores, revisores e editores) será feita apenas de forma eletrônica pelo Sistema, sendo que o
autor responsável pelo artigo será informado automaticamente por e-mail sobre qualquer mudança
de status do mesmo.
▪ Fotografias, desenhos e gravuras devem ser inseridos no texto e quando solicitados pela
equipe de editoração também devem ser enviados, em separado, em arquivo com extensão JPG,
em alta qualidade (mínimo 300dpi), zipado, inserido em “Figure or Image” (Step 6).
▪ É de exclusiva responsabilidade de quem submete o artigo certificar-se de que cada
64

um dos autores tenha conhecimento e concorde com a inclusão de seu nome no texto submetido.
▪ O ABMVZ comunicará a cada um dos inscritos, por meio de correspondência eletrônica, a
participação no artigo. Caso um dos produtores do texto não concorde em participar como autor, o
artigo será considerado como desistência de um dos autores e sua tramitação encerrada.

Comitê de Ética
É indispensável anexar cópia, em arquivo PDF, do Certificado de Aprovação do Projeto da
pesquisa que originou o artigo, expedido pelo CEUA (Comitê de Ética no Uso de Animais) de sua
Instituição, em atendimento à Lei 11794/2008. O documento deve ser anexado em “Ethics
Conmitee” (Step 6). Esclarecemos que o número do Certificado de Aprovação do Projeto deve ser
mencionado no campo Material e Métodos.
Tipos de artigos aceitos para publicação:
▪ Artigo científico

É o relato completo de um trabalho experimental. Baseia-se na premissa de que os resultados são


posteriores ao planejamento da pesquisa.
Seções do texto: Título (português e inglês), Autores e Afiliação (somente na “Title Page” – Step
6), Resumo, Abstract, Introdução, Material e Métodos, Resultados, Discussão (ou Resultados e
Discussão), Conclusões, Agradecimentos (quando houver) e Referências.
O número de páginas não deve exceder a 15, incluindo tabelas, figuras e Referências.
O número de Referências não deve exceder a 30.
▪ Relato de caso

Contempla principalmente as áreas médicas em que o resultado é anterior ao interesse de sua


divulgação ou a ocorrência dos resultados não é planejada.
Seções do texto: Título (português e inglês), Autores e Afiliação (somente na “Title Page” - Step
6), Resumo, Abstract, Introdução, Casuística, Discussão e Conclusões (quando pertinentes),
Agradecimentos (quando houver) e Referências.
O número de páginas não deve exceder a dez, incluindo tabelas e figuras.
O número de Referências não deve exceder a 12.
▪ Comunicação

É o relato sucinto de resultados parciais de um trabalho experimental digno de publicação, embora


insuficiente ou inconsistente para constituir um artigo científico.
Seções do texto:Título (português e inglês), Autores e Afiliação (somente na “Title Page” - Step
6). Deve ser compacto, sem distinção das seções do texto especificadas para “Artigo científico”,
embora seguindo àquela ordem. Quando a Comunicação for redigida em português deve conter
um “Abstract” e quando redigida em inglês deve
65

conter um “Resumo”.
O número de páginas não deve exceder a oito, incluindo tabelas e figuras.
O número de Referências não deve exceder a 12.
Preparação dos textos para publicação
Os artigos devem ser redigidos em português ou inglês na forma impessoal.
Formatação do texto
▪ O texto NÃO deve conter subitens em nenhuma das seções do artigo, deve ser apresentado em
arquivo Microsoft Word e anexado como “Main Document” (Step 6), no formato A4, com
margem de 3cm (superior, inferior, direita e esquerda), na fonte Times New Roman, no tamanho
12 e no espaçamento de entrelinhas 1,5, em todas as páginas e seções do artigo (do título às
referências), com linhas numeradas.
▪ Não usar rodapé. Referências a empresas e produtos, por exemplo, devem vir,
obrigatoriamente, entre parêntesis no corpo do texto na seguinte ordem: nome do produto,
substância, empresa e país.

Seções de um artigo
▪ Título. Em português e em inglês. Deve contemplar a essência do artigo e não ultrapassar 50
palavras.
▪ Autores e Afiliação. Os nomes dos autores são colocados abaixo do título, com identificação
da instituição a qual pertencem. O autor e o seu e-mail para correspondência devem ser indicados
com asterisco somente no “Title Page” (Step 6), em arquivo Word.
▪ Resumo e Abstract. Deve ser o mesmo apresentado no cadastro contendo até 200 palavras
em um só parágrafo. Não repetir o título e não acrescentar revisão de literatura. Incluir os
principais resultados numéricos, citando-os sem explicá-los, quando for o caso. Cada frase deve
conter uma informação completa.
▪ Palavras-chave e Keywords. No máximo cinco e no mínimo duas*.

* na submissão usar somente o Keyword (Step 2) e no corpo do artigo constar tanto keyword
(inglês) quanto palavra-chave (português), independente do idioma em que o artigo for submetido.
▪ Introdução. Explanação concisa na qual os problemas serão estabelecidos , bem como a
pertinência, a relevância e os objetivos do trabalho. Deve conter poucas referências, o suficiente
para balizá-la.
▪ Material e Métodos. Citar o desenho experimental, o material envolvido, a descrição dos
métodos usados ou referenciar corretamente os métodos já publicados. Nos trabalhos que
envolvam animais e/ou organismos geneticamente modificados deverão constar
obrigatoriamente o número do Certificado de Aprovação do CEUA. (verificar o Item Comitê
de Ética).

▪ Resultados. Apresentar clara e objetivamente os resultados encontrados.


66

✓ Tabela. Conjunto de dados alfanuméricos ordenados em linhas e colunas. Usar linhas


horizontais na separação dos cabeçalhos e no final da tabela. O título da tabela recebe inicialmente
a palavra Tabela, seguida pelo número de ordem em algarismo arábico e ponto (ex.: Tabela 1.).
No texto, a tabela deve ser referida como Tab seguida de ponto e do número de ordem (ex.: Tab.
1), mesmo quando referir-se a várias tabelas (ex.: Tab. 1, 2 e 3). Pode ser apresentada em
espaçamento simples e fonte de tamanho menor que 12 (o menor tamanho aceito é oito). A
legenda da Tabela deve conter apenas o indispensável para o seu entendimento. As tabelas devem
ser obrigatoriamente inseridas no corpo do texto de preferência após a sua primeira citação.
✓ Figura. Compreende qualquer ilustração que apresente linhas e pontos: desenho, fotografia,
gráfico, fluxograma, esquema etc. A legenda recebe inicialmente a palavra Figura, seguida do
número de ordem em algarismo arábico e ponto (ex.: Figura 1.) e é citada no texto como Fig
seguida de ponto e do número de ordem (ex.: Fig.1), mesmo se citar mais de uma figura (ex.: Fig.
1, 2 e 3). Além de inseridas no corpo do texto, fotografias e desenhos devem também ser enviados
no formato JPG com alta qualidade, em um arquivo zipado, anexado no campo próprio de
submissão, na tela de registro do artigo. As figuras devem ser obrigatoriamente inseridas no corpo
do texto de preferência após a sua primeira citação.

Nota:
✓ Toda tabela e/ou figura que já tenha sido publicada deve conter, abaixo da legenda,
informação sobre a fonte (autor, autorização de uso, data) e a correspondente referência deve
figurar nas Referências.
▪ Discussão. Discutir somente os resultados obtidos no trabalho. (Obs.: As seções Resultados e
Discussão poderão ser apresentadas em conjunto a juízo do autor, sem prejudicar qualquer uma
das partes).
▪ Conclusões. As conclusões devem apoiar-se nos resultados da pesquisa executada e serem
apresentadas de forma objetiva, SEM revisão de literatura, discussão, repetição de resultados e
especulações.
▪ Agradecimentos. Não obrigatório. Devem ser concisamente expressados.
▪ Referências. As referências devem ser relacionadas em ordem alfabética, dando-se
preferência a artigos publicados em revistas nacionais e internacionais, indexadas. Livros e teses
devem ser referenciados o mínimo possível, portanto, somente quando indispensáveis. São
adotadas as normas gerais da ABNT, adaptadas para o ABMVZ, conforme exemplos:

Como referenciar:
1. Citações no texto
▪ A indicação da fonte entre parênteses sucede à citação para evitar interrupção na sequência do
texto, conforme exemplos:
✓ autoria única: (Silva, 1971) ou Silva (1971); (Anuário..., 1987/88) ou
67

Anuário... (1987/88);
✓ dois autores: (Lopes e Moreno, 1974) ou Lopes e Moreno (1974);
✓ mais de dois autores: (Ferguson et al., 1979) ou Ferguson et al. (1979);
✓ mais de um artigo citado: Dunne (1967); Silva (1971); Ferguson et al. (1979) ou (Dunne,
1967; Silva, 1971; Ferguson et al., 1979), sempre em ordem cronológica ascendente e alfabética
de autores para artigos do mesmo ano.

▪ Citação de citação. Todo esforço deve ser empreendido para se consultar o documento
original. Em situações excepcionais pode-se reproduzir a informação já citada por outros autores.
No texto, citar o sobrenome do autor do documento não consultado com o ano de publicação,
seguido da expressão citado por e o sobrenome do autor e ano do documento consultado. Nas
Referências deve-se incluir apenas a fonte consultada.
▪ Comunicação pessoal. Não faz parte das Referências. Na citação coloca-se o sobrenome do
autor, a data da comunicação, nome da Instituição à qual o autor é vinculado.

2. Periódicos (até quatro autores citar todos. Acima de quatro autores citar três autores et al.):

ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO BRASIL. v.48, p.351, 1987-88.


FERGUSON, J.A.; REEVES, W.C.; HARDY, J.L. Studies on immunity to alphaviruses in foals.
Am. J. Vet. Res., v.40, p.5-10, 1979.
HOLENWEGER, J.A.; TAGLE, R.; WASERMAN, A. et al. Anestesia general del canino. Not.
Med. Vet., n.1, p.13-20, 1984.
3. Publicação avulsa (até quatro autores citar todos. Acima de quatro autores citar três autores et
al.):

DUNNE, H.W. (Ed). Enfermedades del cerdo. México: UTEHA, 1967. 981p.
LOPES, C.A.M.; MORENO, G. Aspectos bacteriológicos de ostras, mariscos e mexilhões. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE MEDICINA VETERINÁRIA, 14., 1974, São Paulo. Anais...
São Paulo: [s.n.] 1974. p.97. (Resumo).
MORRIL, C.C. Infecciones por clostridios. In: DUNNE, H.W. (Ed). Enfermedades del cerdo.
México: UTEHA, 1967. p.400-415.
NUTRIENT requirements of swine. 6a ed. Washington: National Academy of Sciences, 1968.
69p.
SOUZA, C.F.A. Produtividade, qualidade e rendimentos de carcaça e de
68

carne em bovinos de corte. 1999. 44f. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) – Escola
de Veterinária, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.
4. Documentos eletrônicos (até quatro autores citar todos. Acima de quatro autores citar três
autores et al.):

QUALITY food from animals for a global market. Washington: Association of American
Veterinary Medical College, 1995. Disponível em: <http://www. org/critca16.htm>. Acessado
em: 27 abr. 2000.
JONHNSON, T. Indigenous people are now more cambative, organized. Miami Herald, 1994.
Disponível em: <http://www.summit.fiu.edu/ MiamiHerld-Summit-RelatedArticles/>. Acessado
em: 5 dez. 1994.

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