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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI


TEÓFILO OTONI – MINAS GERAIS
BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA
www.ufvjm.edu.br

UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONA E MUCURI


ICET – INSTITUTO DE CIÊNCIA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA
CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Aline Santos das Mercês


Camila Oliveira
Derek Oliveira Sá
Gustavo Ferreira Coelho
José Diogo Rodrigues Barreto

TRABALHO DE CAMPO II
CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DO SOLO

Teófilo Otoni
2018
Aline Santos das Mercês
Camila Oliveira
Derek Oliveira Sá
Gustavo Ferreira Coelho
José Diogo Rodrigues Barreto

TRABALHO DE CAMPO II
CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DO SOLO

Trabalho Acadêmico apresentado como


requisito parcial para aprovação na
disciplina de Ciência do solo, lecionada pelo
Prof. André Froede.

Teófilo Otoni
2018
LISTA DE FIGURAS

Estado de Minas Gerais


Figura 01 7

Figura 02 Vista de acesso à área 8

Figura 03 Vista superior da área 8

Figura 04 Saprólito encontrado 9


Figura 05 Alguns materiais utilizados 10

Figura 06 Corte do mapa geológico da região 12

Mapa de solos da Bacia Hidrográfica do Vale do Mucuri


Figura 07 13
Figura 08 Colúvio 15

Figura 09 Camada de Lixiviação 16


Figura 10 Afloramento e horizontes 17

Aterro
Figura 11 18

Figura 12 Horizonte A 19

Horizonte BC
Figura 13 20

Horizonte C
Figura 14 21

Figura 15 21
Amostra do solo de xisto com feldspato encontrado no
local
LISTA DE TABELAS

Informações de localização
Tabela 01 15

Tabela 02 Identificação dos horizontes 25

Tabela 03 Descrição morfológica dos perfis de solo


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO. ..................................................................................................... 06
1.2 Objetivo. ............................................................................................................ 07

2 LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO. ................................................................ 07

3 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 09

4 CARACTERÍSTICAS AMBIENTAIS ...................................................................... 11


4.1 Vegetação ......................................................................................................... 11
4.2 Clima. ................................................................................................................. 11
4.3 Vegetação. ......................................................................................................... 11

5 GEOLOGIA REGIONAL. ...................................................................................... 12

6 CONTEXTO DE SOLOS DE TEÓFILO OTONI .................................................... 13

7 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 15


7.1 Ponto realizado e as respectivas interações geológicas-pedológica vista no
campo. ............................................................................................................... 15
7.1.1. Observações preliminares.......................................................................15
7.2. Análise morfológica do solo ………………………………………………………22
7.2.1 Cor……………………………………………………………………………….22
7.2.2. Estrutura dos agregados……………………………………………………22
7.2.3 Consistência……………………………………………………………………23
7.2.4 Textura………………………………………………………………………..…24

8 CONCLUSÕES ..................................................................................................... 26

9 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 27
6

1 INTRODUÇÃO

“Os solos são materiais resultantes da decomposição de rochas pela ação de


agentes de intemperismo, decomposição química e desintegração mecânica. São
constituídos, principalmente por partículas de ar e água nos espaços intermediários
e a formação pode ocorrer no local ou ser transportado”. (SARAIVA,2007)
“A classificação de um solo é obtida a partir da avaliação dos dados
morfológicos, físicos, químicos e mineralógicos do perfil que o apresenta. Aspectos
ambientais do local do perfil, tais como, clima, vegetação, relevo, material originário,
condições hídricas, características externas ao solo e relações solo paisagem, são
também utilizadas.” (EMBRAPA,2006, p.93)
(KER; NOVAIS, 2000) aponta que não é fácil indicar os critérios para
diferenciar, pois muitas vezes a variedade de horizontes é bem vasta, além de haver
uma mudança em várias características em um curto intervalo de distância. Não há um
instrumento capaz de agregar todas as especificidades e pluralidades presentes nos solos.
Porém, ainda assim, é importante dentro do conceito de classes de solos e suas fases, para
que se tenha sucesso em projetos ambientais por exemplo.
Existem duas características físicas tidas como de mais relevantes na
identificação dos solos, a primeira é a textura, que se determina pela dimensão e
distribuição do tamanho de cada grão e pela estrutura do solo quanto ao seu arranjo
de agregação de partículas. Já no que diz respeito à porosidade é fator que
determina vários fenômenos na fica dos solos, como a percolação a água, presença
de ar, porém não menos importantes, são as forças externas que atuam.
É de suma importância para efetiva análise de um solo a que os dados
coletados sejam aferidos de maneira correta, para assegurar a confiabilidade dos
resultados, além de ser necessária a utilização correta dos instrumentos de medição.
“A confiabilidade dos resultados de uma análise está relacionada diretamente com
uso correto dos equipamentos utilizados para medidas. (RAU et al, 2001).
Afim de conhecer as características do solo localizado na cidade de Teófilo,
com a orientação do professor da disciplina de ciência dos solos André Froede, na
UFVJM- campus Mucuri, desenvolvemos esse trabalho, utilizando-nos também dos
conhecimentos adquiridos em sala de aula bem como prévios. .
7

1.1 Objetivos

Com esse trabalho pretende-se expressar as características encontradas no


perfil do solo escolhido identificando os horizontes presentes, reconhecer o material
para que se analise fatores tais como textura, cor e consistência. Além disso haverá
o estudo da amostra de solo de cada horizonte e por fim com todas essas
informações fazer o reconhecimento do tipo de solo.

2 LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO

A Localização da área escolhida está no Brasil, estado de Minas Gerais, na


cidade de Teófilo Otoni (Figura 01). Polo da região nordeste, a cidade tem, segundo o
último senso do IBGE (Instituto brasileiro de geografia e estatística) uma população
de 134745.Situado no vale do mucuri, ainda segundo o IBGE, sua extensão territorial
é de3.242,270km², segundo dados do IBGE (2016). A localização especifica da área
analisada está a: 17º 52' 16" S e Longitude: 41º 30' 42" W, e com uma altitude de 331
m.

Figura 01 – Estado de Minas Gerais

Fonte: (imagens Google).

A parte prática do presente trabalho se deu no bairro Olga Correia, à rua Carlos
Alberto da Cunha Mello, sem número, onde há um terreno sem edificações até a
presente dará. Está localizada nas imediações do local a Faculdade Presidente
Antônio Carlos (FUPAC), que pode servir de referência para identificação do local.
8

O acesso ao local do afloramento foi executado por rua pavimentada pública e


posteriormente a um terreno privado onde está localizado o nosso ponto de análise.
Na figura (Figura 02) podemos observar a localização da entrada da área.
(2018/2),bem como o docente, durando cerca de alguns minutos do ponto de partida
(UNIPAC). (Figura 03).

Figura 02: Vista do acesso a área.

Fonte: Google Maps.

Figura 03: Vista superior da área.

Fonte: Google Maps.


9

3 MATERIAIS E MÉTODOS

A partir dos conhecimentos pré-adquiridos em sala de aula observou-se em


campo de maneira mais prática o que havia sido passado pelo professor, o que veio
a ser um facilitador na hora de se empregar os métodos. A análise teve início as
10:00hrs do dia vinte e seis de novembro de 2018 com duração de duas horas. Os
primeiros passos foram receber as orientações por parte do discente responsável,
além do material que seria utilizado. Já com material em mãos realizamos uma
análise inicial do afloramento como um todo e as áreas circundantes, além de aferir
as coordenadas mediante a toponímia local e aplicativo GPS .
Com a análise do campo observou-se um corte em área taludada na qual não
se identificou presença de vegetação, uma vez que a região se encontra em
processo construtivo. Vale ressaltar ainda que havia a presença de saprólito nas
imediações, como pode ser visto na (FIGURA 04)

Figura 04: Saprólito econtrado.

Fonte: Acervo pessoal


10
Como já encontramos o local preparado segundo as especificações
pertinentes e após os serviços preliminares, demos início ao estudo com a utilização
dos seguintes instrumentos:

 Trena: Para aferir as medidas dos horizontes e afloramento;


 Água : Para umectação das porções de solo do perfil;
 Câmera do Celular: Para registro da atividade;
 Faca: Para coleta de amostra;
 Tabela: Para registro de informações
 Caneta: Para anotar
 Livro de cores Munsell – Ulilizado para análise das cores de cada horizonte
(seco, úmido, molhado);
 Prancheta: Para apoiar a folha de tabela ;
 GPS: Usado para registrar coordenadas e da região.

Figura 05: Alguns materiais utilizados.

Fonte: Acervo pessoal


11

4 CARACTERÍSTICAS AMBIENTAIS

4.1Localização
Originalmente a vegetação predominante na região era formada por
Mata Atlântica (RBMA, 2015). Porém como pode ser observado isso já não é uma
realidade nos dias atuais. No Vale do Mucuri encontram-se hoje três tipos de
vegetação que resultam das ações do homem sobre o meio, sendo elas capoeira
(empregada para a criação de gado), o cerrado e alguns resquícios de Mata
Atlântica.

4.2Clima
O Clima observado em Teófilo Otoni na região do Vale do Mucuri é o
tropical Brasil Central, podendo ser quente com média anual de 23°C, embora sejam
maiores na maior parte de ano. (IBGE,2014). Sabendo que o clima é dos fatores de
formação de solos, essas informação tem grande relevância no que diz respeito na
definição do solo encontrado.

4.3Vegetação
Teófilo Otoni está localizado na Floresta Estacional Semidecidual de
formação aluvial, com vegetação predominantemente subcauducifólia secundaria. E
está compreendida no Bioma Mata Atlântica (IBGE, 2014).
12

5 GEOLOGIA REGIONAL

Dentro dos limites da cidade de Teófilo Otoni, as principais formações


geológicas são a Tumiritinga e Tonalito São Vitor conforme nos apresenta o mapa
geológico da região, no projeto Leste. (GOMES; GOMES; GOMES, 2014).
Segundo Pedrosa-Soares et al (2007), a Formação Tumiritinga contém rochas
vulcanoclásticas (tufos, cinzas), essas rochas têm composição dacítica e assinatura
geoquímica de arco vulcânico continental. O autor ressalta que esta formação é
interpretada como depósito de bacias intra-arco a ante-arco, preenchidas no estágio
tardio de desenvolvimento do arco magmático.
O Tonalito São Vitor é um granito sin- a tarditectônico com Biotita tonalito,
Hornblenda-biotita tonalito e, subordinadamente, biotita granodiorito, de cor cinza
granulação média a grossa, foliado e, ocasionalmente, com megacristais de
feldspato mostrando textura de fluxo magmático (PAES, 2000).

Figura 06 corte do mapa geológico da região

Fonte:RAMOS;GOMES,2016.Adaptado.
13

6 CONTEXTO DE SOLOS DE TEÓFILO OTONI

O território do Vale do Mucuri apresenta diversos tipos de solos, no entanto,


na cidade de Teófilo Otoni se destacam principalmente os Argissolos e Latossolos
(IBGE, 2001), como observado na Figura.

Figura 07 - Mapa de solos da Bacia Hidrográfica do Vale do Mucuri.

Segundo o CETEC (1983) os Latossolos Vermelho Amarelo Distróficos -


predominam na bacia do Rio Mucuri, ocorrendo em relevo forte ondulado como visto
no decorrer do trabalho.
Os Latossolos Vermelho-Amarelos são identificados em extensas áreas
dispersas em todo o território nacional associados aos relevos, plano, suave
ondulado ou ondulado. Ocorrem em ambientes bem drenados, sendo muito
profundos e uniformes em características de cor, textura e estrutura em
profundidade.
Os Latossolos Vermelhos-Amerolos que apresentam níveis laterizados,
presentes na bacia, são resultado da pedogênese que alterou o substrato pré-
cambriano. Na região do Baixo Mucuri, presente no estado da Bahia onde se
encontram as coberturas neocenozóicas, ocorre Latossolos amarelos que exibem
encrostamentos lateríticos interrompidos pela dissecação fluvial (FERRAZ e
VALADÃO, 2005).
Os autores acima salientam que a região correspondente ao Vale do Mucuri
14
tem o relevo caracterizado por modelado de intensa dissecação fluvial
estruturalmente controlada, no qual estão presentes pontões graníticos distribuídos
em quase toda a sua extensão.
De acordo com a AGEITC (Agência Embrapa de Informação Tecnológica), a
classe dos Argissolos Vermelho-Amarelos, também presente em todo o território
nacional, do Amapá ao Rio Grande do Sul, constitui-se juntamente com os
Latossolos como a classe de solo das mais extensas no Brasil. Ocorrem em áreas
de relevos mais acidentados e dissecados do que os relevos nas áreas de
ocorrência dos Latossolos.
As principais restrições são relacionadas à fertilidade, em alguns casos, e
susceptibilidade à erosão, restrições estas vistas em boa parte da Bacia do Mucuri.
15

7. RESULTADOS E DISCUSSÃO

7.1.Ponto realizado e as respectivas interações geológicas-pedológica vista no


campo

7.1.1Observações preliminares

Tabela 01: Informações de localização

Neste ponto, perecebe-se um colúvio (como indicado), onde a terra cedida já


sedimentada, registra uma separação entre a solo original e o novo solo formado
pelo deslizamento. Na FIGURA 08 pode-se notar o solo residual nas áreas
demarcadas, que provavelmente foi deslocado da parte superior, devido s chuvas
que ao se infiltrar no solo argiloso (característico da região), influenciou para que seu
próprio peso juntamente com ação da gravidade, o transportasse para camadas
inferiores.
No dia de analise foi notado que o solo estava úmido, consequencia da chuva
da noite anterior havia chovido no dia anterior, portanto o solo encontrava-se bem
úmido.

Figura 08: Colúvio

Fonte: Acervo pessoal.


16

Observa-se também uma certa maturidade nesse solo, pois o perfil analisado
demonstra alguns fatores próprios que serão abordados a seguir.
Na figura 09, nota-se uma camada de lixiviação devido às chuvas recentes.
No traçado vemos definidamente a separação da camada úmida de continuidade
que muito provavelmente recebeu boa quantidade de óxidos da camada superior.

Figura 09: Camada de lixiviação.

Fonte: Acervo pessoal

Na análise do perfil do solo foram identificados três horizontes, como


identificado na figura 10.
17
Figura 10: Afloramento e horizontes

Fonte: Acervo pessoal

Tabela 02: Identificação dos horizontes


Horizonte Prof. (cm) Espessura

ATERRO 0-40cm 40cm

A 40-56cm 16cm

BC 56-171cm 115cm

C 171-180++ cm 9cm

Fonte: Arquivo pessoal.


18
Com o estudo de horizontes concluído, foram retiradas amostras de cada um,
com o intuito de identificar a classificação quanto a coloração.
O primeiro horizonte identificado foi o aterro, que tinha indícios da vegetação
do topo do solo. Nele encontra-se o resultado de um deslocamento de solo das
partes superiores da superfície, como visto na figura 11.

Figura 11: Aterro

Fonte: Arquivo Pessoal


19
Abaixo do aterro, encontra-se o horizonte A, que é identificado pela coloração
mais escura, resultado da mistura de matéria orgânica e húmus. É observado nesse
horizonte, boa parte das raízes da vegetação do local.

Figura 12: Horizonte A

Fonte: Arquivo Pessoal


20
Após o horizonte A, há o horizonte BC com coloração fundida referente aos
horizontes que dão o respectivo nome de orientação, sendo ela predominantemente
o vermelho. Neste horizonte existe alguns saprólitos, semelhantes aos que são
encontrados na última camada.
Figura 13: Horizonte BC

Fonte: Arquivo Pessoal


21
O horizonte C vem a seguir e é o último a ser notado. Nele tem-se uma
coloração mais escurecida, identificando grande quantidade de argila. Também se
encontra feldspato e saprólitos.

Figura 14: Horizonte C

Fonte: Arquivo Pessoal

Figura 15: Amostra de solo de xisto com feldspato encontrada no local

Fonte: Arquivo Pessoal


22
7.2. Análise morfológica do solo

Com a identificação dos horizontes encontrados no local, foi feita a análise


morfológica do perfil de solo, que relaciona:
 Cor do solo: seca e úmida;
 Estrutura dos agregados: tipo, tamanho e grau;
 Consistência: seca, úmida e molhada;
 Textura;
 Transição;
 Cerosidade.
 Sendo assim, a tabela a seguir foi preenchida após a informações colhidas:

Para realizar a analise de morfologia do perfil, foi utilizada o Manual de


Descrição e Coleta de Solo no Campo( SANTOS et al, 2005) de acordo os padrões
de cores da carta de Munsell:
Obsevamos que a primeira camada de solo é um alóctone, por ser material
transportado, ou seja, é um solo gerado a partir da intemperização das rochas
subjacentes.

7.2.1 Cor

Primeiramente foram identificados que os horizonte A tem coloração 5YR 4/6


(vermelho amarelado) úmido.
O horizonte BC teve sua cor notada como 2,5YR 3/6( vermelho escuro),
úmido.
E o horizonte C foi identificado com a cor 2,5YR 3/3(vermelho ), úmido.

7.2.2. Estrutura dos agregados

Iniciado a caracterização estrutural do solo deve-se primeiro classifica-lo


acordo o seu tipo, concluímos que a estrutura do horizonte BC tem formas
granulares, por suas unidades serem pouco porosas.
O horizonte A tem características de blocos subangulares, pois possui
unidades estruturais que apresentam mistura-de faces arredondadas e planas, com
muitos vértices arredondados.
O horizonte C foi determinado como blocos angulares, por ter unidades
23
estruturais que apresentam faces planas e ângulos vivos na maioria dos vértices,
segundo Santos et al, 2005.
Com isso, pode-se identificar o segundo aspecto, que são os tamanhos das
unidades estruturais São elas reconhecidas como as seguintes classes: muito
pequena; pequena; média; grande; muito grande. Este reconhecimento foi realizado
a partir da comparação com as tabelas de Santos et al, 2005.
O horizonte A por ser subangular foi classificado como pequeno, com
diâmetros que não ultrapassaram 5 a 10mm.
Já o horizonte BC, é classificado como pequeno por ter estrutura, com grãos
de 4 a 10mm.
Por fim, o horizonte C tem classe de tamanho angular pequena, por seus
grãos serem de 5 a 10mm.
De acordo Santos et al, 2005, a terceira caraterística usada é o grau de
desenvolvimento da estrutura, que é a manifestação das condições de coesão
dentro e fora dos agregados. Quanto às unidades estruturais, os graus podem ser:
1. Fraco: unidades estruturais pouco frequentes em relação à terra solta;
2. Moderado: unidades estruturais são bem definidas e há pouco material solto;
3. Forte: unidades estruturais são separadas com facilidade e quase não se
observa material de solo solto.
A camada alóctone apresenta grau moderado, os horizontes A e C possuem
grau fraco e o horizonte BC também apresenta grau moderado.
Esses três graus são definidos em função da resistência dos agregados, da
sua distinção na face exposta do horizonte na trincheira e pela proporção entre
materiais agregados e não-agregados(SANTOS, 2005).

7.2.3 Consistência

De acordo Santos et al, 2005, ao avaliar a consistência do solo, é recolhida


uma amostra do solo e deve-se umidifica-la, formando com a mão um torrão. Assim,
pode-se identificar:
1. Solta: não coerente.
2. Muito friável: o material do solo esboroa-se com pressão muito leve, mas
agrega-se por compressão posterior.
3. Friável: o material do solo esboroa-se facilmente sob pressão fraca e
moderada entre o polegar e o indicador e agrega-se por compressão
posterior.
24
4. Firme: o material do solo esboroa-se sob pressão moderada entre o indicador
e o polegar, mas apresenta resistência distintamente perceptível.
5. Muito firme: o material do solo esboroa-se sob forte pressão; dificilmente
esmagável entre o indicador e o polegar.
6. Extremamente firme: o material do solo somente se esboroa sob pressão
muito forte, não pode ser esmagado entre o indicador e o polegar e deve ser
fragmentado pedaço por pedaço.
O horizonte alóctone possui características de solo firme, juntamente com o
horizonte C analisado, já os horizontes A e BC foram observados como friáveis.
Para classificar os horizontes quanto a consistência molhada, deve-se
observar a plasticidade e pegajosidade das amostras, com ligeira umidade. A
determinação da plasticidade em campo, é realizada após o amassamento,
rolamento do material homogeneizado e pulverizado entre o indicador e polegar.
Deve ser observado se é feito um fio de 3 a 4 mm de diâmetro e 6 de comprimento
de solo. Já a pegajosidade é uma propriedade que é vista ao ser comprimida entre
os dedos polegar e indicador, observando assim a aderência.
Seguindo as instruções, foi visto que o horizonte alóctone é ligeiramente
plástico e pegajoso, pois forma facilmente um fio, o que acontece também com o
horizonte BC e ao sofrer pressão e depois que ela é cessada, o horizonte alóctone
tem o material aderido os dedos indicador e polegar, desprendendo facilmente de
um deles, não foi observado grande alongamento.
O horizonte A e C apresentam características não plásticas, pois o fio quase
não é notado e é facilmente deformado. No entanto, o horizonte A é pegajoso,o que
observado também no horizonte BC, pois o material aderido entre os dedos tende a
alongar um pouco e romper, quando estes são afastados. O horizonte C é não
pegajoso pois após a cessão de pressão, quase nenhuma aderência é notada nos
dedos.

7.2.4 Textura

Para Santos et al, 2005 textura, é referente à proporção relativa das frações
granulométricas de areia, silte e argila que compõem o solo. Isso é determinado
após o umedecimento da amostra de solo e amassamento, até que não haja mais
excesso de água. O material deve ser passado entre o polegar e indicador, e assim
25
pode se ter a sensação de aspereza, sedosidade e pegajosidade, respectivamente
associadas a areia, silte e argila.
Analisando por meio do Triângulo textural que apresenta as
percentagens de classes de argila, silte e areia, foi percebido todos os horizontes
possuem características de argila siltosa.

Tabela 03: Descrição Morfológica de Perfis de Solo

Cor (Munsell) Agregados


Horizonte (camada) Profundidade (cm)

Seca Úmida Tipo Tamanho Grau


Muito pequeno
Aloctone ___ 2,5YR 3/4 Granular Moderado
0 – 40 (< 1 mm)

Pequeno
A 40 - 56 ___ 5YR 4/6 Blocos subangulares Fraco
(de 5 a 10 mm)

muito pequeno
BC 56 - 171 ___ 2,5YR 3/6 Granular Moderado
(< 1 mm )

Blocos Pequeno
C 171 - +++ ___ 2,5YR 3/3 Fraco
angulares (de 5 a 10 mm)

Profun Características
Horizonte
didade Textura Transição Cerosidade
(camada)
(cm) Seca Úmida Molhada
Firme Ligeiramente plástica;
Argilo-
Aloctone ___ Ligeiramente pegajosa ___
0 – 40 Siltosa
Friável
Argilo-
A 40 - 56 ___ Não plástica; Pegajosa ___
Siltosa
Friável Ligeiramente plástica;
56 - Argilo-
BC ___ Pegajosa ___
171 Siltosa
Firme
171 - Argilo-
C ___ Não plástica; Não pegajosa ___
+++ Siltosa
Fonte: Arquivo Pessoal
26
8.CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após o desenvolvimento do trabalho foi possível fazer a diferenciação dos horizontes


presentes no afloramento, além disso foi viável a análise das características do solo, tais
como, textura, granulométrica, cor, porosidade, consistência e estrutura dos agregados, de
cada horizonte. As identificações dessas propriedades foram realizadas através da
literatura e orientações do docente responsável.
Por fim, tendo como base a bibliografia e comparando aos resultados dos testes, há
indícios de que se trate de um latossolo, informação confirmada pelos registros existentes.
Porém não temos embasamento suficiente para fazer essa afirmação apenas com os
dados disponíveis no trabalho. Para isso seriam necessárias analises mais aprofundadas,
laboratoriais por exemplo.
27

9 REFERÊNCIAS

AGEITC, Agência Embrapa de Informação Tecnológica. Disponível em:


http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/solos_tropicais/arvore/CONT000gn0pz
mhe02wx5ok0liq1mqk4130gy.html. Acesso em 21 de Dezembro de 2018.

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de caso de movimento gravitacional de massa na Rua Manoel Ramos de Souza
e Avenida Agnaldo Neiva, na cidade de Teófilo Otoni-MG. Maringá-PR, 2016.
Disponível em: <http://www.sinageo.org.br/2016/trabalhos/8/8-431-1053.html>.
Acesso em: 11 de dezembro de 2018.

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continental passiva: estudo de caso do nordeste de Minas Gerais e sul da Bahia.
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28
GOMES, Antônio Jorge de Lima; et al. Gradiente Geotérmico do Município de
Teófilo Otoni no Vale do Mucuri. RCTVM – Revista de Ciência e Tecnologia do Vale
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