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STJ reconhece a validade de contratos


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digitais para execução de dívida
18 de maio de 2018, 10h36 Imprimir Enviar AGRONEGÓCIO DE OLHO
Especialistas defendem que STF
Por Mariana Oliveira module decisão do Funrural

 Ouvir: STJ reconhece vali 0:00 OPINIÃO


Opinião: Argumentos metajurídicos
no Direito Penal e no Tributário

BASTA CONHECIMENTO
Intenção de lesar credor é
A 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça reconheceu que é possível
dispensável para caracterizar fraude
execução de dívida fundada em contrato eletrônico, ao julgar recurso especial
apresentado pela Fundação dos Economiários Federais (Funcef). DISPUTA POR HERANÇA
É possível reconhecer fraude à
A entidade queria cobrar devedor com base em negócio firmado por meio
execução em habilitação de
eletrônico, mas teve o pedido negado no tribunal de origem. A justificativa do
sucessores
juízo de primeira instância foi a falta de requisitos de título executivo do
documento, principalmente com relação à ausência de assinaturas de ABUSO DE PERSONALIDADE
testemunhas. O entendimento foi mantido pelo Tribunal de Justiça do Distrito Desconsideração da pessoa jurídica
Federal. não exige provar falta de bens da
empresa
A fundação, então, levou o caso ao Sergio Amaral

STJ. O relator, ministro Paulo de COMPETÊNCIA DO JUÍZO


Tarso Sanseverino, permitiu que a TCU não pode bloquear bens de
organização execute a dívida empresa em recuperação, diz Fachin
diretamente com base no contrato
digital, equiparando sua validade à Facebook Twitter
dedicada aos acordos assinados em
papel.
Linkedin RSS
O ministro disse que a legislação
processual exige apenas a existência Paulo de Tarso Sanseverino afirmou que
assinatura digital garante veracidade de
de um “documento” para o documento assinado por meio digital.

reconhecimento de títulos executivos.


Assim, ele concluiu que o contrato
eletrônico entra nesse conceito e ganha foros de autenticidade e veracidade
quando conta com assinatura digital. A ausência de testemunhas, por si só,
também não afasta a executividade do contrato eletrônico, segundo o relator.
Sanseverino reconheceu a importância econômica e social desses acordos
firmados on-line nos dias atuais, comuns nas instituições financeiras e em
vários países do mundo. Grande parte dos negócios hoje não é mais celebrada
em papel, mas em bits, declarou.

O voto foi seguido por maioria, ficando vencido o ministro Ricardo Villas Bôas
Cueva. O julgamento ocorreu na terça-feira (15/5), e o acórdão ainda não foi publicado.

Inovação reconhecida
O principal fundamento da decisão dos ministros foi a atenção do tribunal às
inovações tecnológicas, segundo Bruno Batista Lobo Guimarães, advogado
do Viveiros Advogados. “O ministro Moura Ribeiro, em outra ação, já tinha
votado contra a execução com contrato eletrônico e agora mudou o
posicionamento”, afirma. 

Sobre a ausência de testemunhas no contrato da Funcef, a corte entendeu que


esse ponto deve ser alegado pela defesa do executado, destaca Guimarães. O
STJ deve analisar os requisitos fundamentais para o título executório em
momento posterior. 

O professor Ruy Coppola Junior, que leciona Direito Empresarial na


Faculdade de São Bernardo do Campo,  considera que a decisão do STJ é
fruto de uma evolução social e técnica agora reconhecida pelo Judiciário.
“Alguns tribunais de Justiça não estavam permitindo que esses contratos
fossem executados”, diz o docente. “O credor era obrigado a ir à Justiça com
um processo de conhecimento que é longo, burocrático e difícil”.

De acordo com Ruy, ainda que não seja possível cravar estimativa real por
causa da diferença de funcionamento das cortes estaduais, costumam passar
no mínimo sete anos entre a propositura e o término de uma ação de
conhecimento, com a qual se permite a cobrança de um contrato digital.

“A decisão rompe essa barreira, e o credor ganha tempo podendo passar


diretamente para a cobrança com a intimação para pagamento. Para, a partir
daí, diante da inadimplência, partir para os atos de constrição do patrimônio
do devedor”, afirma o professor sobre o precedente aberto pelo STJ.

REsp 1.495.920

* Texto atualizado às 10h55 do dia 18/5/2018.


00:00/00:00 conjur

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Mariana Oliveira é repórter da revista Consultor Jurídico.

Revista Consultor Jurídico, 18 de maio de 2018, 10h36

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