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DOI: 10.1590/1413-812320152012.

01042015 3621

Representações sociais e crenças normativas sobre envelhecimento

artigo article
Social representations and normative beliefs of aging

Tatiana de Lucena Torres 1


Brigido Vizeu Camargo 2
Andréa Barbará Boulsfield 2
Antônia Oliveira Silva 3

Abstract This study adopted the theory of social Resumo Este estudo adotou a Teoria das Repre-
representations as a theoretical framework in or- sentações Sociais como referencial teórico, com
der to characterize similarities and differences in o objetivo de caracterizar aproximações e dis-
social representations and normative beliefs of ag- tanciamentos de representações sociais e crenças
ing for different age groups. The 638 participants normativas do envelhecimento para diferentes
responded to self-administered questionnaire and grupos etários. Os 638 participantes responderam
were equally distributed by sex and age. The re- um questionário autoaplicado e foram divididos
sults show that aging is characterized by positive paritariamente (sexo e idade). Os resultados de-
stereotypes (knowledge and experience); howev- monstram que o envelhecimento se caracteriza por
er, retirement is linked to aging, but in a nega- estereótipos positivos, além disso, a aposentadoria
tive way, particularly for men, involving illness, se vincula ao envelhecimento, mas de forma nega-
loneliness and disability. When age was consid- tiva, especialmente para homens, envolvendo ado-
ered, it was verified that the connections with the ecimento, solidão e incapacidade. Ao considerar a
representational elements became more complex idade, verificamos que as conexões de elementos
for older groups, showing social representation representacionais se tornam mais complexas para
functionality, largely for the elderly. Adulthood grupos de mais idade, mostrando funcionalidade
seems to be preferred and old age is disliked. There da representação social, sobretudo para idosos. A
1
Departamento de
Psicologia, Centro de were divergences related to the perception of the fase adulta parece ser preferida e a velhice pre-
Ciências Humanas Letras e beginning of life phases, especially that of old age. terida. Houve divergências quanto ao início das
Artes, Universidade Federal Work was characterized as the opposite of aging, fases da vida, notadamente em relação à velhice.
do Rio Grande do Norte.
Av. Senador Salgado Filho and it revealed the need for actions intended for O trabalho foi caracterizado como o oposto do
s/n, Campus Universitário. the elderly and retired workers, with post-retire- envelhecimento, revelando a necessidade de ações
59072-970 Natal RN ment projects. In addition, it suggests investment voltadas para trabalhadores mais velhos e apo-
Brasil. tltorres2@gmail.com
2
Departamento de in public policies that encourage intergenerational sentados, com projetos pós-aposentadoria, além
Psicologia, Centro de contact, with efforts to reduce intolerance and dis- do necessário investimento em políticas públicas
Filosofia e Ciências crimination based on age of people. que incentivem contato intergeracional, na inten-
Humanas, Universidade
Federal de Santa Catarina. Key words Aging, Elderly, Retirement, Life phases ção de diminuir preconceitos e discriminação com
3
Departamento de base na idade das pessoas.
Enfermagem, Centro Palavras-chave Envelhecimento; Idoso; Aposen-
de Ciências da Saúde,
Universidade Federal da tadoria; Estágios do ciclo de vida.
Paraíba.
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Torres TL et al.

Introdução pessoas vive o suficiente para atingir a etapa da


velhice e, portanto, um dia pertencerão ao gru-
Existem divergências na orientação da lineari- po que ora está sendo categorizado. A percepção
dade do envelhecimento no ciclo vital, mas há das pessoas mais jovens sobre os idosos se baseia
consenso de que o envelhecimento se caracteriza em categorias estereotípicas e prototípicas, sendo
como processo enquanto que a velhice se carac- que a representação cognitiva do idoso pertence
teriza como etapa do desenvolvimento. Embora a uma categoria social que se diferencia em sub-
a velhice seja definida comumente por meio da categorias: aspectos físicos, personalidade e com-
idade cronológica (a partir de 60 anos) também portamento10.
existem as idades psicológica, funcional, bioló- Em estudos realizados sobre representação
gica1. A idade cronológica não considera fatores social do envelhecimento, velhice e da pessoa
como o gênero e a classe social, mas é um impor- idosa para diferentes grupos etários11-15, percebe-
tante indicador para a avaliação da capacidade mos que os elementos voltados ao idoso eviden-
funcional. O processo de envelhecimento é de- ciam o papel social de “Avô” ou características
terminado por múltiplos fatores e atinge maior e objetos que os representam (cabelos brancos,
amplitude na fase da velhice. E a velhice por sua rugas, bengala). Em comum os estudos apresen-
vez é consequência desse processo de envelheci- tam aspectos positivos e negativos que se contra-
mento1-3. põem, sendo que os elementos positivos se cen-
Os estudos sobre envelhecimento se polari- tram na experiência e sabedoria, enquanto que
zam, de um lado com perspectivas que vinculam os elementos negativos são mais heterogêneos e
velhice a declínio, e de outro, com concepções diferem conforme o grupo social, se relacionan-
que assumem que o desenvolvimento é possível do em geral com: inatividade, desânimo, degra-
durante o envelhecimento3. Em geral existem dação física e doenças, tristeza, solidão, morte. A
algumas perdas físicas e cognitivas relacionadas representação social dos idosos sobre a pessoa ve-
à fase da velhice, principalmente no que diz res- lha reflete pouca identificação do grupo, uma vez
peito ao tônus muscular, audição e resistência que falam do outro, não se reconhecendo como
ortomuscular, além de possíveis dificuldades nas pessoas envelhecidas.
capacidades de memória, linguagem e atenção1. Nos últimos anos, o referencial da Teoria das
Algumas características e sintomas de algu- Representações Sociais7 tem sido muito utilizado
mas doenças4 não são percebidos pela família do no campo da saúde, por contribuir para a com-
idoso porque envolvem comportamentos social- preensão do pensamento e das práticas sociais. As
mente esperados para a velhice, como esqueci- representações sociais (RS) são formas compar-
mentos, apatia, cansaço, até mesmo o isolamento tilhadas e identitárias de reconhecer o mundo,
e a ausência de ocupação. Esses comportamentos numa tensão entre os sujeitos e suas subjetivida-
esperados pela sociedade são muito influencia- des com as normas coletivas de uma determinada
dos pelos instrumentos midiáticos, televisivos, cultura e sociedade. As RS são importantes ferra-
impressos ou digitais, que poderiam transmitir mentas que auxiliam na compreensão de infor-
modelos mais positivos da velhice, na intenção mações, posicionamento e justificativa de ações
de diminuir estereótipos e preconceitos4,5. das pessoas16,17. Diante do exposto, o presente es-
A velhice é um objeto social polissêmico jus- tudo pretende caracterizar representações sociais
tamente pela impossibilidade de tratá-la como e crenças normativas sobre envelhecimento, na
um fenômeno homogêneo6. Por isso, o estudo tentativa de identificar aproximações e distancia-
das representações sociais da velhice ou do pro- mentos considerando o sexo e grupo etário dos
cesso de envelhecimento deve considerar esta participantes, contribuindo para o debate no âm-
perspectiva heterogênea dos objetos, além das vi- bito das políticas públicas18 voltadas para o idoso
vências dos idosos, considerando o seu contexto e envelhecimento, seja no campo da saúde ou na
social e familiar. Os resultados de alguns estudos assistência social.
sobre representações sociais associam os idosos
com características positivas como sabedoria e
experiência, e negativas como doença, solidão, Método
dependência e morte7-9.
A categorização dos membros de um grupo Participantes
por meio do critério idade envolve características
que para os percebedores inevitavelmente lhes Os 638 participantes se dividiram, de forma
pertencerão também, afinal a grande maioria das pareada, por sexo e grupo etário (adolescentes
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de 14 a 18 anos, adultos de 19 a 59 anos e ido- Com relação às características sociodemográ-
sos a partir de 60 anos), residentes no município ficas descritas na Tabela 1, pode-se atribuir um
de Florianópolis e São José, no estado de Santa perfil de participantes com escolaridade mais
Catarina e vinculados a instituições de educação alta, casados e solteiros, com renda familiar de
(professores, funcionários, estudantes ou usuá- média a alta.
rios dos serviços oferecidos pelas instituições de Houve associação significativa entre grupo
educação) ou grupos de terceira idade. etário e a situação socioeconômica dos partici-
pantes [χ²(6) = 79,05; p < 0,001; V = 0,25], des-
Instrumento de coleta de dados tacando os idosos que apresentaram uma situa-
ção socioeconômica mais alta, e também houve
Utilizou-se um questionário semiestrutura- associação entre sexo e situação socioeconômica,
do, composto por questões referentes à caracteri- com destaque para os homens que ganham mais
zação do participante (idade, sexo, escolaridade); [χ²(6) = 50,72; p < 0,001; V = 0,28].
rede social do mesmo (situação conjugal, com Com relação à rede social, 49,5% dos ado-
quem reside, contato frequente); percepção sobre lescentes e 83% dos adultos afirmam que não
as fases da vida19,20; agrupamento de palavras a possuem contato frequente com os avós. Dentre
partir da escolha de palavras com maior e menor os adolescentes que possuem contato frequente
relação com a palavra indutora “envelhecimen- com os avós, 30,9% são meninas, aspecto que se
to”21; e crenças normativas sobre essa temática. repete entre os adultos, pois dos 17% que afir-
Este estudo foi previamente aprovado pelo mam contato com avós, 12,1% são mulheres,
Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Huma- embora neste último caso, pela média de idade
nos e todos os participantes assinaram o Termo dos adultos seja possível inferir que esses respon-
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). O dentes são adultos-jovens.
tempo de aplicação variou de trinta minutos até Ainda com relação à rede social houve asso-
uma hora e trinta minutos, dependendo do gru- ciação significativa entre grupo etário e contato
po etário e escolaridade dos participantes. com pais [χ²(2) = 254,11; p < 0,001], e esta as-
sociação mostrou-se forte (V = 0,63), uma vez
Análise de dados que principalmente os adolescentes e os adultos
afirmam que as pessoas de idades diferentes com
Para a análise dos dados sociodemográficos os quais mantêm contato frequente são os seus
utilizou-se de análise estatística descritiva e infe- pais. Houve uma associação significativa entre as
rencial. Os resultados das questões sobre o enve- variáveis: grupo etário e contato com avós, tanto
lhecimento foram analisados através da coocor- para os adolescentes [χ²(1) = 11,30; p < 0,001; V
rência, indicando a força com que os elementos = 0,23] quanto para os adultos [χ²(1) = 7,11; p
ligam-se uns aos outros22,23.
O conteúdo textual referente à questão dis-
cursiva do questionário (O que as pessoas da
sua idade pensam sobre envelhecimento?), foi Tabela 1. Características sociodemográficas dos
submetido à análise fatorial de correspondên- participantes (N = 638).
cia binária (AFC)22-24, com base no vocabulário
específico considerando como variáveis ativas: Variáveis de caracterização %
grupo etário, sexo, pessoas de diferentes idades Escolaridade
aos quais têm contato frequente e percepção da Até ensino fundamental completo 29,9
melhor fase da vida. Até ensino médio completo 33,9
Até ensino superior completo 36,1
Situação conjugal
Resultados Casados 39,9
Solteiros 37,5
Separados/divorciados 10,3
Participaram desse estudo 638 pessoas divididas
Viúvos 6,3
de forma emparelhada por sexo e grupo etário, Relacionamento estável 5,6
sendo 32% de adolescentes, 35,1% de adultos e Situação socioeconômica (renda)
32,9% de idosos, com média de idade de 15 anos Até 4 salários mínimos 25,1
e nove meses (DP = 1,03), 43 anos e dois meses De 4 a 8 salários mínimos 30,7
(DP = 9,67) e de aproximadamente 66 anos (DP De 8 a 12 salários mínimos 25,7
= 5,78), respectivamente. Mais que 12 salários mínimos 17,1
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Torres TL et al.

< 0,01; V = 0,17]. Quanto ao contato com filhos, lhice, essa divergência foi significante entre os
as mulheres se destacam em relação aos homens três grupos [F(2/617) = 18,78; p < 0,05], com
numa nova associação significativa [χ²(1) = 7,24; um efeito moderado (d = 0,49), principalmente
p < 0,01; C = 0,10]. quando se compara a percepção dos adolescentes
A associação entre contato com os pais e es- com a percepção dos idosos. Ao correlacionar a
colaridade ocorreu entre as mulheres, principal- idade dos participantes e suas respostas sobre o
mente as que tinham ensino médio ou superior início das fases de desenvolvimento, verifica-se
completo [χ²(2) = 32,12; p < 0,001; V = 0,32], que apenas a fase da velhice possui uma corre-
em oposição aos homens, em que houve uma as- lação fraca com a idade dos participantes, prin-
sociação inversa: quanto menos escolaridade os cipalmente entre os idosos [r = 0,33, p < 0,001
mesmos apresentavam, maior era o contato com para homens; r = 0,19, p < 0,001 para mulheres,
os pais [χ²(2) = 16,47; p < 0,001; V = 0,22]. respectivamente].
Quando questionados sobre o início das fases Quando os participantes foram questionados
de desenvolvimento (adolescência, adulta e ve- sobre a melhor fase da vida, 25,4% indicam a in-
lhice), os adolescentes afirmaram em média que fância, 31% a adolescência, 36,8% a fase adulta e
a adolescência se iniciava em torno dos 13 anos, 6,7% a velhice. Verifica-se que há uma associação
de forma muito semelhante com a percepção dos significativa entre as variáveis, sexo e percepção
idosos e um pouco maior que a percepção dos da melhor fase da vida [χ²(3) = 9,66; p < 0,05],
adultos. Em média, a fase adulta inicia-se para mas esta associação é fraca (V = 0,13), isto por-
os participantes desse estudo após os 21 anos de que a maioria dos homens prefere a adolescência
idade. Enquanto que a fase da velhice, para os e a fase adulta enquanto as mulheres preferem de
adolescentes, inicia-se em média dois anos antes forma majoritária a fase adulta. Quando se consi-
dos 60 anos; para os adultos, pouco depois dos 61 dera o grupo etário, identifica-se que também há
e, para os idosos, a velhice começa praticamente uma associação entre as variáveis [χ²(6) = 177,53;
aos 64 anos. p < 0,001], mas desta vez com força moderada (V
No geral, ao comparar a idade dos partici- = 0,48), à medida que enquanto os adolescentes
pantes com a idade que os mesmos indicaram preferem a fase da adolescência e os adultos a fase
como início das fases da vida, verifica-se que en- adulta, os idosos, diferentemente, preferem a fase
tre os idosos houve uma tendência para elevar adulta e a infância.
em aproximadamente dois anos o início da velhi-
ce (M = 2,14; DP = 10,96). Centralidade e conexão dos elementos da
Ao considerar o sexo e o grupo etário dos representação social do envelhecimento
participantes, verifica-se que as mulheres de to-
dos os grupos etários, tendem a atribuir menos Na intenção de avaliar a estrutura das repre-
idade para o início das fases da adolescência e da sentações sociais do envelhecimento, buscou-se
fase adulta, em relação a percepção masculina, confirmar as palavras relacionadas com o núcleo
mas o oposto acontece na fase da velhice, quando central das representações sociais do envelheci-
os homens atribuem uma idade menor do que mento utilizando, para tanto, uma questão de
as mulheres. É possível verificar que entre ho- agrupamento de palavras, com base nos estudos
mens e mulheres há diferenças de percepções do brasileiros sobre a temática, como descrito no
início das fases da vida. A percepção da fase da método.
adolescência foi diferente de forma significativa Ao analisar todos os grupos juntos, verifica-
entre homens e mulheres em todos os grupos se que há uma organização em torno da palavra
[t(202) = 3,03; p < 0,005; d = 0,43 para os ado- sabedoria, que tem forte conexão com “aposen-
lescentes; t(220) = 4,89; p < 0,001; d = 0,68 para tadoria” e “experiência”, e de forma menos evi-
os adultos e t(199) = 2,94; p < 0,005; d = 0,42 dente com o elemento “solidão”. Como evidencia
para os idosos]. No que diz respeito à percepção a Figura 1, que apresenta a árvore máxima com
do início da fase adulta, a diferença só ocorreu as conexões obtidas pela aplicação do primeiro
de forma significativa entre homens e mulheres filtro, cujo critério foi de 40 coocorrências.
adultos [t(221) = 2,35; p < 0,05; d = 0,32]. E so- Os elementos “sabedoria”, “experiência” e
bre o início da fase da velhice houve diferença na “aposentadoria” permanecem como centrais
percepção entre homens e mulheres adolescentes mesmo quando se realiza uma análise compa-
[t(202) = 3,10; p < 0,005; d = 0,44]. rativa considerando o grupo etário ou sexo. A
Os grupos etários divergiram quanto ao iní- especificidade ocorre com relação aos homens
cio das fases da vida, mas apenas na fase da ve- que adicionam elementos (doença, solidão e in-
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capacidade) relacionados à aposentadoria, e as Ao apresentar a árvore geral (Figura 2), sem
mulheres que aproximam experiência de família. considerar as variáveis (sexo e grupos etários),
Considerando o grupo etário, percebemos que é possível destacar que os participantes se dis-
embora a estrutura se mantenha na tríade sabe- tanciaram do objeto social “envelhecimento”,
doria-experiência-aposentadoria, a composição principalmente o elemento “trabalho”, que é or-
dos elementos da representação ganha mais com- ganizador de outros elementos (utilidade, saúde,
plexidade à medida que o grupo se torna mais sexo, atividade, amigos, capacidade) e que tam-
velho. Entre os idosos, os elementos se apresen- bém se conecta ao elemento “tristeza” que orga-
tam de forma mais fragmentada, a única conexão niza os elementos “solidão, incapacidade, morte,
mais forte é entre os elementos “aposentadoria e dependência e declínio”. Indicando novamente
sabedoria”, observando-se que todas as outras co- duas perspectivas: (1) os aspectos positivos que
nexões, inclusive com o elemento “experiência”, não fazem parte do envelhecimento, o que se
apresentam-se através de fracas conexões. perde com a velhice e, (2) os aspectos negativos
Verifica-se que o elemento “sabedoria” atua que não fazem parte do envelhecimento, aquilo
como organizador dos demais elementos ofere- que para os participantes não se relaciona direta-
cendo significado acerca do objeto da represen- mente com o envelhecimento. Sendo importante
tação. O elemento “sabedoria” se relaciona numa mencionar que esta estrutura se evidenciou tanto
perspectiva mais positiva com o elemento “expe- entre homens quanto entre mulheres.
riência”, que por sua vez se vincula aos elementos Entre os adolescentes, o “trabalho” se conecta
“família e amigos”. Do mesmo modo, se conec- especialmente aos elementos “atividade e sexo”,
ta ao elemento “solidão” que, numa perspectiva sendo que, principalmente os aspectos positi-
mais negativa, organiza os elementos “incapaci- vos, aparecem como desvinculados do envelhe-
dade e doença”. Demonstrando que para os ido- cimento. Para os adultos, também o “trabalho”
sos o envelhecimento é representado de forma é organizador dos demais elementos, excluindo
mais heterogênea, uma vez que as conexões são também dos elementos relacionados à represen-
fracas, mas também que existem duas perspecti- tação social do envelhecimento, os elementos:
vas antagônicas, uma positiva e outra negativa do “capacidade, saúde e atividade”. Também os ido-
envelhecimento. sos excluíram os elementos “trabalho, atividade
Além dos elementos que mais se relaciona- e sexo”, como integrantes dos elementos centrais
vam com o envelhecimento, os participantes da representação do envelhecimento, mas tam-
também responderam quais elementos que me- bém excluíram os elementos “utilidade, saúde,
nos se relacionavam com o referido objeto social. capacidade”, e de forma mais fraca “amigos e sa-
Nesse ponto é interessante demonstrar o quanto
estes elementos se distanciaram daqueles que fa-
zem parte dos elementos mais centrais da repre-
sentação social do envelhecimento.

utilidade
114
saúde 156 trabalho 240 sexo
85 209
aposentadoria 128
amigos atividade
112
sabedoria capacidade
93
82
experiência 41 solidão
declínio 102
solidão 81
tristeza 104 incapacidade
48 40 62
dependência 69
incapacidade doença morte

Figura 1. Gráfico dos elementos mais relacionados Figura 2. Gráfico da árvore máxima para os elementos
com envelhecimento – Filtro 40. não centrais para o envelhecimento - Filtro 60.
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bedoria”, que nem sequer aparece na árvore geral entendem que a melhor forma de enfrentar as
como é possível visualizar através da Figura 2. dificuldades seria fazendo viagens e procurando
A estrutura da representação social do enve- realizar atividades. Além disso, os idosos, como
lhecimento envolve a perda da atividade laboral esperado, não possuem contato com os pais, mas
(trabalho), caracterizada por meio da aposen- possuem contato com os netos, como grupos de
tadoria, tanto para os homens quanto para as diferentes idades, e acreditam que a fase adulta é
mulheres. Aspecto interessante, uma vez que é a melhor fase da vida.
justamente o trabalho que organiza os demais O segundo fator explica 12,5% da variância,
elementos excluídos da estrutura da represen- com autovalor de 0,011. No referido fator há a
tação social do envelhecimento. Mas também o contraposição entre os participantes consideran-
envelhecimento é representado de forma mais do o sexo. Além disso, também ocorre uma con-
subjetiva, numa perspectiva de ganhos (experi- traposição entre adultos e idosos, e a fase adulta
ência e sabedoria) e perdas (doença, limitação, como melhor fase da vida em oposição à velhi-
solidão), em que as perdas assumem maior rele- ce. As mulheres caracterizam o envelhecimento
vância para os idosos, enquanto que para os ado- como um processo. As mudanças ocorridas no
lescentes a relação é inversa, os ganhos assumem corpo, ocasionadas pelo envelhecimento, soma-
maior importância. Para os adultos, numa rela- das a dependência dos idosos, a distância que se
ção triangular; “experiência, sabedoria e limita- percebe entre a fase atual e o futuro, envolve o
ção” se conectam, envolvendo o que se infere que medo que se tem de envelhecer e de como isto
seja o alicerce da representação social do enve- para as mulheres é difícil, mesmo para as adultas
lhecimento para este grupo. No entanto, todos os que percebem o envelhecimento como algo ainda
grupos apresentaram conexão entre os elementos distante de si mesmas. No entanto, os participan-
“sabedoria, experiência e aposentadoria”. tes indicam os avós como um modelo que po-
deria representar o envelhecimento, e nesse caso
Crenças normativas sobre envelhecimento um estereótipo positivo (experiência) aparece
como um indicativo do grupo participante. De
A partir da análise da questão: O que as outro lado, fica evidente a perspectiva de finitude
pessoas da sua idade pensam sobre o envelheci- da vida, o envelhecimento caracterizado como o
mento? Realizou-se uma análise fatorial de cor- fim. A chegada da velhice vem acompanhada de
respondência (AFC), considerando as seguintes tristeza e solidão, quando se fica velho e não se
modalidades: grupo etário, sexo, pessoas de di- tem mais a idade da juventude, não se consegue
ferentes idades, as quais têm contato frequente e mais realizar as mesmas atividades.
percepção da melhor fase da vida. O Phi2 total da O terceiro fator explica 10,6% da variância,
análise foi de 0,0851 e 11 fatores foram extraídos, com autovalor de 0,009. No referido fator no-
sendo que os cinco primeiros fatores explicam vamente há uma contraposição entre homens e
78,28% da variância. mulheres. Envolve de um lado, o envelhecimento
O primeiro fator foi o mais representativo na masculino, no qual há uma característica funcio-
AFC, pois explica sozinho 41,58% da variância, nal, uma preocupação ocasionada pela aposen-
com autovalor de 0,035. Observa-se que o grupo tadoria, vinculando-a com o declínio da saúde
de adolescentes se contrapõe aos idosos. No fator e à necessidade de maiores cuidados. Nesta di-
1, o envelhecimento enquanto crença normativa mensão, o envelhecimento é caracterizado como
aparece para os adolescentes como vinculado a parte natural do ciclo de vida, que diante dos
pessoa do idoso e suas características de persona- cuidados citados, é possível alcançar o bem-estar.
lidade, à exemplo dos idosos chatos e dos idosos De outro lado, no envelhecimento feminino, os
experientes. Além disso, esses participantes afir- participantes consideram que a velhice pode ser
mam que o envelhecimento é um assunto que uma época difícil, pior do que as outras, na qual
não se pensa nada. Nesta dimensão o conteúdo o idoso se torna incapaz, chato e procura convi-
se relaciona com estereótipos etários. Ainda no ver cada vez menos com as outras pessoas. Em
fator 1, o envelhecimento é indicado pelos ido- contrapartida, evidencia-se nesta dimensão a im-
sos como algo que é preciso encarar, procurando portância dos grupos de terceira idade, uma vez
mais qualidade de vida, mas compreendendo que que a convivência entre os idosos parece auxiliar
há aspectos negativos como as dores, doenças, na adaptação às mudanças ocorridas no decorrer
declínio, que causam sentimentos de tristeza que do tempo, às alterações entre o ontem e o hoje.
dificultam a adaptação ao processo do envelheci- Nos grupos, os idosos aprendem, melhoram suas
mento e à fase da velhice. No entanto, os mesmos capacidades, realizam novas atividades. Ainda
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nesta dimensão, o envelhecimento se relaciona em se respeitar os próprios limites, e a constata-
com sabedoria e experiência. ção que a beleza é maior na adolescência e menor
O quarto fator explica 7,4% da variância, na velhice.
com autovalor de 0,006 e o quinto fator explica A Figura 3 mostra a representação gráfica dos
6,2% da variância, com autovalor de 0,005. Con- dois primeiros fatores no plano cartesiano. Op-
trapõem-se no quarto fator, os adultos e idosos, tou-se por considerar os dois primeiros fatores
mas que retratam o mesmo aspecto do envelheci- por causa da sua contribuição para a variância do
mento: as perdas. De um lado se retrata as perdas conteúdo, que juntos envolvem 54,04% da mes-
físicas, a mudança na aparência, a velhice como ma. O primeiro fator apresenta as dimensões: es-
uma espera, o final do ciclo, a terceira idade. E tereótipos etários x enfrentamento e adaptação, e
de outro, apresenta as perdas funcionais, relacio- o segundo fator apresenta as dimensões: processo
nadas à atividade, o envelhecimento enquanto x finitude. As palavras que contribuíram para o
momento inativo, no qual se deve aproveitar o fator 1 estão sublinhadas, aquelas que contribu-
possível, mas que a morte é algo sempre presente. íram para o fator 2 estão em itálico, aquelas que
No quinto fator, as preferências pela melhor contribuíram para os dois fatores estão sublinha-
fase da vida se contrapõem às fases da infância e das e em itálico, e as palavras em negrito são as
da velhice de um lado, e à fase da adolescência de modalidades dos fatores.
outro. Há uma contraposição entre as atividades
e limitações; a primeira categoria retrata a neces-
sidade de continuar em atividade, seja trabalhan- Discussão
do ou realizando outras ações, de forma que não
se fique esperando pela morte ou somente pen- Ao avaliar a estrutura da representação social do
sando nas dificuldades que surgem com o enve- envelhecimento, considerando as variáveis: gru-
lhecimento, esperando a vida passar. A segunda po etário e sexo; observa-se que os elementos su-
categoria retrata as limitações atuais e a diferença pracitados (sabedoria, experiência e aposentado-
do “hoje e do ontem”, caracteriza a preocupação ria) não se modificam e continuam organizando

Fator 2
avós
processo hoje distante
curtir
qualidade
saudável aposentadoria
0.2 viagens corpo dependência
procurar Adultos
atividade medo futuro
experiência
sexo
Fase adulta Feminino etapas acontecer
problemas poder
Contato c/ filhos Contato c/ avós
0 todos Sem contato c/ filhos
dores declínio doenças pensar
encarar chatos
achar nada
ficar Adolescentes descansar
atualidade chegar idoso
sentimento idade
Idosos
tristeza jovemsó Masculino
- 0.2
sinto Contato c/ netos
fim conseguir
perguntar
adultos
- 0.4

Fase da velhice
-0.8 -0.4 0 0.4 Fator 1

Figura 3. Plano fatorial para fatores 1 e 2.


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outros elementos e centralizando as conexões, decisão de continuar trabalhando está vinculada


são elementos que fazem parte do conteúdo mais à aposentadoria como ociosidade e ausência de
compartilhado entre os grupos. atividades substitutivas ao trabalho, mas depende
No entanto, alguns elementos embora te- também da dimensão familiar29. Alguns estudos
nham uma frequência alta, são característicos do indicam que a aposentadoria é frequentemente
grupo que representa, indicando que provavel- vinculada, seja entre leigos ou nos estudos cientí-
mente pertençam a uma periferia próxima. Para ficos, ao envelhecimento patológico29, concepção
os homens, o envelhecimento é representado que muitas vezes se relaciona com estereótipos
através de uma perspectiva patológica e negativa da velhice e do processo de envelhecimento, uma
(doença, solidão e incapacidade) que se relacio- vez que a imagem do aposentado está diretamen-
na com o elemento “aposentadoria”, indicando te associada ao idoso.
o quanto a “perda” do trabalho está vinculada às As fases da vida são percebidas de formas di-
perdas da saúde, dos contatos sociais e da capa- ferenciadas para cada grupo. As mulheres anteci-
cidade física. pam as fases da adolescência e adulta e prorrogam
Estes resultados também vão ao encontro do o início da fase da velhice, quando comparadas
estudo realizado por Veloz et al.13 que indicam com os homens. Há uma negação por parte de
três representações sociais do envelhecimento, a alguns idosos que buscam protelar e deixar a ve-
primeira doméstica e feminina relacionada aos lhice para depois. Com exceção dos idosos, os ou-
laços familiares, a segunda funcionalista e mas- tros dois grupos etários se percebem incluídos em
culina relacionada com a perda do trabalho e a suas fases. Mas, 1/3 dos idosos não se percebem
última mais utilitarista relacionada ao desgaste na fase da velhice, sendo que para estes a velhice
humano. Em nosso estudo, as duas primeiras re- deve começar em aproximadamente uma década
presentações sociais associadas às características depois da sua idade atual. Estudos30 evidenciaram
masculinas e femininas se mantiveram, com um a percepção da incapacidade e funcionalidade
único diferencial, a aposentadoria torna-se um como vinculados a questão da velhice, de modo
elemento que aparece em ambos os grupos, certa- que quando há funcionalidade e ainda é possível
mente num reflexo da importância atual do mer- “dar conta” ainda não se está velho, mas quando
cado de trabalho também para as mulheres. Estu- se está incapaz e dependente, torna-se velho.
dos sobre percepção do envelhecimento indicam Os resultados que apresentam a estrutura,
perspectivas mais positivas em relação a pessoas conteúdo e campo representacional do envelhe-
mais velhas que continuam trabalhando25. cimento, reforçam a perspectiva da Abordagem
Ao avaliar a força da relação entre os elemen- Estrutural das RS30, que afirma que quanto mais
tos da representação social do envelhecimento foi próximo do objeto social o indivíduo estiver,
possível identificar sua estrutura. No núcleo cen- mais funcional se torna o núcleo da represen-
tral estão os elementos: “sabedoria, experiência e tação social. É exatamente o que ocorre com os
aposentadoria”. Isto está de acordo com estudos indivíduos que possuem contato frequente com
anteriores9,11,26,27 que indicam principalmente os idosos, este comportamento interfere na utilida-
dois primeiros elementos como pertencentes ao de das representações sociais do envelhecimento.
núcleo central, sendo formas estereotipadas, mais A crença normativa se relaciona com o que
especificamente estereótipos etários positivos. se acredita que os membros do grupo de perten-
O envelhecimento apresenta-se para os par- ça pensam sobre o objeto avaliado30, sendo uma
ticipantes deste estudo como um objeto social boa forma de acessar elementos que por ventura
desvinculado, sobretudo do trabalho e dos ele- estejam mascarados na zona muda das represen-
mentos a ele relacionados (atividade, capacida- tações sociais31,32.
de, saúde, sexo, amigos, utilidade). Por isso, o Corroborando com resultados de estudos an-
elemento “aposentadoria” aparece como central teriores que demonstram diferenças entre idosos
para todos os grupos, indicando que a chegada e não idosos12,28,29,33 e também diferenças entre
da aposentadoria significa o momento máximo homens e mulheres idosos9, no presente estudo
de sabedoria e experiência, mas também uma es- também foram encontradas diferenças entre ho-
pécie de decadência, quando se chega ao ápice e mens e mulheres, principalmente adolescentes e
depois se espera o declínio. idosos. De forma geral, o envelhecimento assume
Em estudo sobre significado da aposentado- características positivas e negativas, de perdas e
ria28, a autora identificou cinco padrões: direito ganhos. No entanto, neste estudo as perdas pre-
do trabalhador, descanso, ficar em casa ocioso, valecem, sobretudo para adolescentes e idosos.
nova etapa de vida, tempo de usufruir a vida. A O conflito entre perdas e ganhos não é propria-
3629

Ciência & Saúde Coletiva, 20(12):3621-3630, 2015


mente um achado, uma vez que outros estudos Ainda com base nos resultados encontrados,
já evidenciaram tais características28,29, o aspecto concluímos que se torna imperativo desenvol-
novo aqui, refere-se a associação da aposentado- ver ações de preparação para aposentadoria no
ria como algo negativo associado aos estereótipos âmbito da gestão, seja em organizações públicas
positivos (experiência e sabedoria). ou privadas, considerando para tanto, o que no
De acordo com Jodelet6, embora o que se in- senso comum o trabalho se apresenta como opo-
vestigue por meio das representações sociais seja sição ao envelhecimento e a aposentadoria como
o conteúdo de um saber compartilhado, não se vinculada às doenças e improdutividade.
pode desconsiderar que as representações, envol- Embora as representações sociais tenham se
vendo processos cognitivos, afetivos ou referentes dividido entre ganhos e perdas, além dos estere-
à sua ação, são construídas pelos indivíduos situ- ótipos positivos atribuídos aos idosos, percebe-se
ados no mundo, atores nesse processo de cons- que ao falar em nome do grupo e não por si mes-
trução. Os estudos em psicologia social envolvem mo, uma perspectiva negativa do envelhecimento
quatro níveis de análise: intraindividual, inte- emerge entre os participantes e se sobressai dian-
rindividual e situacional, intergrupal e societal te dos estereótipos positivos. O fomento de tais
(crenças, representações, normas sociais)31. Des- crenças compartilhadas, certamente influenciaria
te modo, infere-se que estas perdas e ganhos do os estereótipos, as atitudes e o comportamento
envelhecimento, evidenciados neste estudo, estão dos grupos. Atualmente, não é raro observar con-
relacionados com uma perspectiva intergrupal e flito entre idosos e jovens, nos lugares onde o en-
societal. velhecimento populacional, se tornou realidade,
As pessoas velhas são vistas de forma muito mas também um problema social e econômico.
negativa7, seja pelas características psicológicas As prioridades do idoso garantidas por lei podem
(depressão, perdas cognitivas), físicas (doença, ser uma justificativa para a exclusão deste grupo
dor, fragilidade) ou sociais (improdutividade, por parte de outras gerações. Pensar em lugares e
isolamento), que demarcam oposições estabe- situações que estimulem o convívio entre as ge-
lecidas por jovens e idosos; chamando atenção rações seria uma importante ação por meio de
que tais oposições podem desencadear conflitos políticas públicas. Primeiro, porque incentivaria
intergeracionais, que se caracterizam como uma a tolerância entre os grupos e depois por ser uma
área fértil para as expressões de antipatia, discri- forma de construção e articulação de uma rede
minação, segregação e exclusão34. social de apoio ao idoso.

Colaboradores

TL Torres, BV Camargo, AB Boulsfield e AO Silva


contribuíram de igual forma para a elaboração
do manuscrito. A pesquisa está baseada na tese
de doutorado da primeira autora do manuscrito.
3630
Torres TL et al.

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