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1.1 INTRODUÇÃO
Extrusão é um processo de conformação mecânica por compressão no qual a
peça de partida é forçada a escoar através da abertura de uma matriz para produzir a
forma da seção transversal.
Existem diversas vantagens no processo moderno:
1) Possibilidade de produzir uma variedade de formas, especialmente por meio da
extrusão a quente;
2) A estrutura dos grãos e as propriedades de resistência são melhoradas nas
extrusões a frio e a morno.
3) É possível alcançar tolerâncias apertadas, sobretudo na extrusão a frio.
4) Gera pouca ou nenhuma sucata em operações de extrusão. Tendo como
limitação do processo a uniformidade da seção transversal ao longo do seu
comprimento.
FATORES DE INFLUÊNCIA NO PROCESSO DE EXTRUSÃO
➢ Homogeneidade de composição e estrutura da matéria prima
➢ Temperatura de operação
Baixa: minimização de consumo de energia, desgaste de máquina, ferramentas e
container e de oxidação e/ou corrosão do material.
Alta (maioria dos casos): superior a temperatura de recristalização (limite superior) e
50 ºC abaixo de Tf (limite superior). Na prática, o limite superior é fixado a temperaturas
mais baixas, para evitar fragilidade a quente (fusão de microconstituintes de menor ponto
de fusão)
➢ Pressão de trabalho
Consumo de energia, robustez e custo do equipamento, desgaste.
Fator de maior influência: intensidade de redução. Reduções acima de 90% acentuam
aumento de pressão.
➢ Velocidade de trabalho.
Produtividade; Minimização das perdas de calor
TIPOS DE EXTRUSÃO
A extrusão é conduzida de várias maneiras. Uma importante distinção é entre a
extrusão direta e extrusão indireta. Outra classificação é pela temperatura de
trabalho: extrusão a frio, a quente, ou extrusão a morno E por fim a extrusão pode
ser realizada por processo contínuo, ou intermitente.
Vantagens:
1) Não há fricção entre o tarugo e o recipiente;
2) Devido ao baixo atrito entre a matriz e o tarugo pode-se usar baixos ângulos de
extrusão;
3) Resistência mais alta do produto devido a ausência de vazios e poros;
4) O processo é versátil na troca das matrizes;
5) A própria pressão assenta a matriz no recipiente;
6) Menor restrição quanto a forma da seção transversal
PRODUTOS DA EXTRUSÃO
(a) Extrusão direta para produzir uma seção transversal vazada ou semivazada;
seções transversais (b) vazadas; e (c) semivazadas.
EXTRUSÃO HIDROSTÁTICA
Desvantagens
1) Perda de energia e eficiência devido a compressão do fluido com o aumento
considerável da pressão;
2) A ponta do tarugo deve ser cônica e deve ser posicionada por pressão contra a
matriz para promover a vedação inicial;
3) É difícil controlar a velocidade de extrusão;
4) Apresenta problemas associados à vedação do pistão carregamento cíclicos
(fadiga dos componentes do equipamento)
PARÂMETROS DE EXTRUSÃO
Na figura abaixo pode ser observado o resultado desta técnica, para uma
situação hipotética de extrusão direta numa matriz quadrada (ângulo da matriz de
90°) .
Observe as zonas mortas nas figuras “b” e “c” , onde o metal fica praticamente
estacionário nos cantos. A situação é similar ao escoamento de fluido num canal
com cantos vivos e curvas.
EXTRUSÃO A QUENTE
É feita em temperatura elevada para ligas que não tenham suficiente ductilidade
a temperatura ambiente, de forma a reduzir as forças necessárias.
Apresenta alguns problemas, como todo o processo de alta temperatura:
1) O desgaste da matriz é excessivo;
2) O esfriamento do tarugo na câmara pode gerar deformações não uniformes;
3) O tarugo aquecido é coberto por filme de óxido (exceto quando aquecido em
atmosfera inerte) que afeta o comportamento do fluxo do metal por suas
características de fricção e pode gerar um produto de pobre acabamento superficial.
EXTRUSÃO A QUENTE
➢ Atrito
➢ Propriedades Mecânicas do Material
➢ Razão de extrusão:
➢ Velocidade
➢ Temperatura
➢ Geometria da Matriz
As velocidades do pistão podem chegar até 0,5 m/s, e dependem do material e de
outras variáveis. A força requerida para o processo depende da resistência do material,
da relação de extrusão, da fricção na câmara e na matriz, e outras variáveis como a
temperatura e a velocidade de extrusão.
ANÁLISE DA EXTRUSÃO
𝐴0
𝑟𝑥 = [1]
𝐴𝑓
𝐴0
𝜺 = ln 𝑟𝑥 = 𝑙𝑛 [2]
𝐴𝑓
ANÁLISE DA EXTRUSÃO
𝑝 = 𝜎𝑒 ln 𝑟𝑥 [3]
Em que 𝜏𝑒 tensão média de escoamento durante a deformação, e 𝜀 é o valor da
máxima deformação durante o processo de deformação.
𝐾𝜀 𝑛
𝜎𝑒 = [4]
1+𝑛
ANÁLISE DA EXTRUSÃO
Na verdade não existe extrusão sem atrito, vários métodos foram sugeridos para
calcular a deformação verdadeira do processo real associada com a pressão do
êmbolo na extrusão. A equação proposta por Johnson para estimativa da deformação
na extrusão ganhou considerável reconhecimento.
[5]
𝜀𝑥 = 𝑎 + 𝑏 ln(𝑟𝑥)
𝑃 = 𝜎ഥ𝑒 𝜀 𝑥 [6]
em que 𝜎e é calculada com base na deformação ideal a partir da Eq. (2), em vez da
deformação de extrusão dada pela Eq. (5).
ANÁLISE DA EXTRUSÃO
Na extrusão direta, o efeito do atrito entre as paredes da câmara e o tarugo faz com
que o pressão do êmbolo seja maior que na extrusão indireta. Podemos escrever a
equação que isola a força de atrito na câmara de extrusão direta:
[7]
𝜋𝐷02
𝑃𝑒 = μ𝑝𝑐 𝜋𝐷0 𝐿
4
em que pe é a pressão adicional necessária para vencer o atrito, MPa (lbf/in2); πD02/4 é a
área da seção transversal do tarugo, mm2 (in2); μ é o coeficiente de atrito na parede da
câmara; pc é a pressão do tarugo contra a parede da câmara, MPa (lbf/in2); e πDoL é a área
da interface de contato entre o tarugo e a parede da câmara mm2 (in2).
➢ O lado direito desta equação indica a força de atrito tarugo-câmara, e o lado esquerdo
fornece a força adicional ao êmbolo para vencer este atrito.
ANÁLISE DA EXTRUSÃO
No pior dos casos, atrito de aderência ocorre na parede da câmara de modo que a
tensão de atrito se iguala ao limite de resistência de cisalhamento do material:
[8]
μpcπDoL = τsπDoL
Com base neste raciocínio, a seguinte equação pode ser usada para computar a
pressão do êmbolo (P) na extrusão direta:
2𝐿
𝑃 = 𝜎𝑒 (𝜀𝑥 + )
𝐷0 [10]
𝐹 = 𝑃𝐴0 [11]
𝐴
F = 𝐴0 𝐾 ln( 0) [12]
𝐴𝑓
Onde,
Ao = Área transversal inicial do tarugo;
k = Constante de extrusão;
Af = Área transversal final do produto extrudado.
1. EXTRUSÃO
𝐴0
F = 𝐴0 k ln( )
𝐴𝑓
2
𝜋 125 𝜋 125 2
𝐹= 250 ln = 5,6 MN
4 𝜋 50 2
EXEMPLO 1
Solução:
(a) rx = Ao / Af = Do 2 / Df 2 = (35) 2 / (20) 2 = 3,0625
(b) 𝜀 = 𝑙𝑛𝑟𝑥 = ln 3,0625 = 1,1119
(c) 𝜖𝑥 = 𝑎 + 𝑏 ln 𝑟𝑥 = 0,8 + 1,4 (1,119) = 2,367
75
𝑃 = 373(2,8795+2 25 )= 3312 Mpa
50
L=50 mm, 𝑃 = 373(2,8795+2 25) = 2566 Mpa
25
𝐿 = 25𝑚𝑚, 𝑃 = 373(2,8795+2 25 )= 1820 Mpa
EXEMPLO 2
0
𝑃 = 373(2,8795 + 2 ) = 1074Mpa
25
Este é também o valor da pressão do êmbolo que estaria associado com a extrusão
indireta de todo o comprimento do tarugo.
EXERCÍCIO 1
13.21 Um tarugo de 2,0 in de comprimento com diâmetro igual a 1,25 in é reduzido por
extrusão direta para um diâmetro de 0,50 in. O ângulo da matriz de extrusão é igual a
90o. Para o material da peça, coeficiente de escoamento K = 45.000 lbf/in2, e n = 0,20.
Na equação de Johnson, a = 0,8 e b = 1,5. Determine (a) a razão de extrusão, (b) a
deformação verdadeira (deformação homogênea), (c) a deformação de extrusão, e (d) a
pressão do êmbolo para L = 2,0; 1,5; 1,0; 0,5 e em zero. O uso de uma planilha de
cálculo é recomendado para o item (d).