Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Assim, ainda que a queda do Império Romano do Ocidente tenha sido fatal para
eles, a sobrevivência do Império Romano do Oriente foi expressiva. Isso se deu
porque havia outra configuração e outros jogos políticos no oriente, diferentes
das despesas e necessidades do Império Romano do Ocidente. O povo do oriente
enfrentou poucas ameaças de bárbaros, passando a viver um período de
estabilidade e prosperidade. Formado na tentativa de salvar o Império Romano
do Ocidente, em plena divisão do Império Romano no século IV, o Império
Romano do Oriente manteve a continuidade da cultura romana cristã e boa parte
da cultura grega. Tendo a capital localizada em Bizâncio, que mais tarde teria
sido batizada de Constantinopla, a cidade de Constantino, esta cidade
protagonizou inúmeros encontros entre povos e culturas. Entre os povos que ali
se encontravam estavam os gregos, os egípcios, os sírios, os semitas e os
eslavos. Um dos pontos principais eram as rotas comerciais que por ali
passavam trazendo produtos dos mais variados tipos, tais como ouro, marfim,
trigo, mel, pimenta, porcelanas, canela entre outros. Por volta do ano 1000 a
cidade chegou a ter uma população de quase 1 milhão de habitantes e chegou a
ser a cidade mais rica de toda a Europa. Nos dias de hoje ocupa o território de
Constantinopla a cidade de Istambul, na Turquia.
A cidade repleta de edificações majestosas, como a Basílica de Santa Sofia, era
cercada por uma muralha dupla que desempenhava muito bem o papel de
proteção para aqueles que ali viviam. O cristianismo ali teve grande aceitação, e
a cidade foi palco de atrações religiosas, como as relíquias que os cristãos da
época acreditavam ter pertencido aos protagonistas da religião, tais como o
sangue sagrado, os cravos da coroa de cristo e até mesmo as suas sandálias
estavam na cidade para a apreciação dos devotos.
Religião e governo
Representados como santos, os imperadores bizantinos tinham o poder sobre o
Estado, o exército e a Igreja, e eram tratados com os próprios representantes de
Deus na Terra. Como havia várias culturas que compunham o Estado havia
necessidade de se respeitar as várias nacionalidades e para isso era necessário
um modelo administrativo bem estabelecido. Desta forma escolheram a religião
para dar unidade, pois acreditavam ser Deus aquele que dava unidade divina, e
ao imperador caberia dar a unidade terrestre. Um dos imperadores de maior
sucesso foi Justiniano, que governou o Império Bizantino ao longo do século VI
ao lado de Teodora, sua esposa que era muito atuante na política. Como
medidas de Teodora, ocorreram as recuperações de territórios antes ocupados
pelos povos bárbaros, a construção de estradas e a retomada do comércio no
mar Mediterrâneo. O território bizantino neste período retomou boa parte do
Império Romano do Ocidente, dominando a península Itálica, o norte da África, o
sul da península Ibérica, além do seu território no oriente. A expansão territorial
foi um dos principais objetivos do governo de Justiniano. O marco desse período
foi a construção da basílica de Santa Sofia e o Código Justiniano, que ampliou
novas leis baseadas no antigo direito romano substituindo o latim pelo grego
como língua oficial.
Arte bizantina
Os mosaicos, obras de arte que já eram conhecidos pelos gregos e pelos
romanos, fizeram parte do cotidiano das igrejas bizantinas. As obras geralmente
retratavam para os fiéis as histórias da bíblia e tinham funções de ensinar a
religião. Vale ressaltar que a maior parte da população não era alfabetizada
como abordamos anteriormente, e os aprendizados deveriam ser feitos por meio
de imagens, passando de forma facilitada a doutrina cristã. Nos mosaicos os
ensinamentos eram contados de forma objetiva e o mais simples possível.