Você está na página 1de 6

Império Bizantino

Nome: Yuri André Carmo nº32

Prof° Fernando Pimentel


Colégio São Francisco
Durante um longo período o Império Romano agonizou. Invasões bárbaras,
saques e má gestão levaram o Império ao colapso. Por outro lado, é neste
período também que, na tentativa de minimizar os efeitos da crise e manter o
Império, propõe-se a separação do Império em dois: o do Oriente e o do
Ocidente. É este contexto que se dá início ao processo de declínio do Império
Romano, que se desintegrou em 476, marcando não apenas o fim do Império do
Romano do Ocidente, mas também o período histórico que chamamos
costumeiramente de Idade Antiga. No entanto, o Império Romano do Oriente
sobreviveu (atualmente chamado de Império Bizantino), até o ano de 1453,
ano de sua queda. O período situado entre a queda do Império Romano do
Ocidente e a queda do Império Romano do Oriente é o que conhecemos por
Idade Média. Foi também neste período que ocorreu uma difusão e maior adesão
ao cristianismo, inicialmente entre os componentes das classes mais pobres da
população, mas chegando também às elites romanas.

A palavra medieval carrega consigo um conjunto de representações e


estereótipos negativos, usualmente associando o período a uma “idade das
trevas”. O termo idade média também pode passar uma interpretação
equivocada, parecendo ser o período localizado no meio de acontecimentos
importantes. Como se pode perceber, a história da Idade Medieval está
diretamente relacionada ao Império Romano e seu declínio, no ocidente e no
oriente. O intervalo de tempo entre os dois acontecimentos, de 476 a 1453,
também é bastante significativo: são mil anos de experiências partilhadas entre
homens e mulheres comuns. Não é possível, portanto, negligenciar os
estereotipar este período da História da humanidade. Essa visão que temos
sobre a divisão dos períodos da história faz parte de uma visão clássica sobre a
própria constituição da história, fomentada pelos estudiosos europeus. Muitas
vezes, e em muitos casos, essas divisões temporais fazem pouco sentido em
outros países, como o Brasil.

Assim, ainda que a queda do Império Romano do Ocidente tenha sido fatal para
eles, a sobrevivência do Império Romano do Oriente foi expressiva. Isso se deu
porque havia outra configuração e outros jogos políticos no oriente, diferentes
das despesas e necessidades do Império Romano do Ocidente. O povo do oriente
enfrentou poucas ameaças de bárbaros, passando a viver um período de
estabilidade e prosperidade. Formado na tentativa de salvar o Império Romano
do Ocidente, em plena divisão do Império Romano no século IV, o Império
Romano do Oriente manteve a continuidade da cultura romana cristã e boa parte
da cultura grega. Tendo a capital localizada em Bizâncio, que mais tarde teria
sido batizada de Constantinopla, a cidade de Constantino, esta cidade
protagonizou inúmeros encontros entre povos e culturas. Entre os povos que ali
se encontravam estavam os gregos, os egípcios, os sírios, os semitas e os
eslavos. Um dos pontos principais eram as rotas comerciais que por ali
passavam trazendo produtos dos mais variados tipos, tais como ouro, marfim,
trigo, mel, pimenta, porcelanas, canela entre outros. Por volta do ano 1000 a
cidade chegou a ter uma população de quase 1 milhão de habitantes e chegou a
ser a cidade mais rica de toda a Europa. Nos dias de hoje ocupa o território de
Constantinopla a cidade de Istambul, na Turquia.
A cidade repleta de edificações majestosas, como a Basílica de Santa Sofia, era
cercada por uma muralha dupla que desempenhava muito bem o papel de
proteção para aqueles que ali viviam. O cristianismo ali teve grande aceitação, e
a cidade foi palco de atrações religiosas, como as relíquias que os cristãos da
época acreditavam ter pertencido aos protagonistas da religião, tais como o
sangue sagrado, os cravos da coroa de cristo e até mesmo as suas sandálias
estavam na cidade para a apreciação dos devotos.

Religião e governo
Representados como santos, os imperadores bizantinos tinham o poder sobre o
Estado, o exército e a Igreja, e eram tratados com os próprios representantes de
Deus na Terra. Como havia várias culturas que compunham o Estado havia
necessidade de se respeitar as várias nacionalidades e para isso era necessário
um modelo administrativo bem estabelecido. Desta forma escolheram a religião
para dar unidade, pois acreditavam ser Deus aquele que dava unidade divina, e
ao imperador caberia dar a unidade terrestre. Um dos imperadores de maior
sucesso foi Justiniano, que governou o Império Bizantino ao longo do século VI
ao lado de Teodora, sua esposa que era muito atuante na política. Como
medidas de Teodora, ocorreram as recuperações de territórios antes ocupados
pelos povos bárbaros, a construção de estradas e a retomada do comércio no
mar Mediterrâneo. O território bizantino neste período retomou boa parte do
Império Romano do Ocidente, dominando a península Itálica, o norte da África, o
sul da península Ibérica, além do seu território no oriente. A expansão territorial
foi um dos principais objetivos do governo de Justiniano. O marco desse período
foi a construção da basílica de Santa Sofia e o Código Justiniano, que ampliou
novas leis baseadas no antigo direito romano substituindo o latim pelo grego
como língua oficial.

Sociedade no Império Bizantino


Os bizantinos eram divididos socialmente em grandes proprietários de terras,
altos funcionários públicos, comerciantes, artesãos e um pequeno grupo de
escravizados. Havia ainda camponeses que cultivavam plantações no interior e
pagavam tributos ao Estado em forma de produtos. No século IX, era comum ver
em Constantinopla a sua população tendo como entretenimento os teatros,
hipódromos, onde ocorriam os espetáculos mais populares entre os bizantinos,
as corridas de cavalos. Os mais ricos e as camadas médias valorizavam a
educação, e boa parte dessa parte da população eram alfabetizados, inclusive as
mulheres. As mulheres se dedicavam à cosmetologia e a tecelagem. Como vimos
acima, haviam imperatrizes como Teodora que participavam da política em
destaque, no século VIII outra imperatriz atuante no mundo da política foi Irene.

Arte bizantina
Os mosaicos, obras de arte que já eram conhecidos pelos gregos e pelos
romanos, fizeram parte do cotidiano das igrejas bizantinas. As obras geralmente
retratavam para os fiéis as histórias da bíblia e tinham funções de ensinar a
religião. Vale ressaltar que a maior parte da população não era alfabetizada
como abordamos anteriormente, e os aprendizados deveriam ser feitos por meio
de imagens, passando de forma facilitada a doutrina cristã. Nos mosaicos os
ensinamentos eram contados de forma objetiva e o mais simples possível.

Cisma do Oriente: divisão da Igreja Católica


A religião cristã em Constantinopla seguia os moldes do Império Romano do
Ocidente. Ao longo do tempo, tendo os imperadores o controle da religião,
passaram a se efetivar várias mudanças. Os patriarcas da Igreja, líderes
religiosos, eram nomeados diretamente pelo Imperador. Na hierarquia clerical,
abaixo dos patriarcas se encontravam aproximadamente seiscentos bispos e
arcebispos que controlavam milhares de padres e párocos. As missas antes
rezadas em latim, passam a ser celebradas em grego, os padres começam a
adotar barbas e tiveram autorização para contraírem o matrimônio. Essas
diferenças geraram desentendimentos entre os chefes de cada Igreja o Patriarca
e o Papa levando a uma ruptura em definitivo no ano de 1054, fato que ficou
conhecido como A cisma do Oriente. A separação entre as igrejas fez com que os
bizantinos adotassem uma liturgia própria, não tendo mais relações com a
Igreja Católica, e assim passaram a se chamar de Igreja Ortodoxa. Uma das
principais diferenças entre as religiões católicas e bizantinas é a adoração de
imagens, que na Igreja Ortodoxa passou a ser proibida, pois eram acusadas de
idolatria. Segundo a interpretação bíblica dos ortodoxos, o culto às imagens era
condenado pelas escrituras sagradas. Essa discussão dividia a sociedade
bizantina desde o século VIII, quando o imperador proibiu esta prática, porém
ocorreram diversas revoltas da população, muitas delas tinham como incitadores
os próprios monges que eram contrários à ordem do imperador. A questão
iconoclasta, como ficou conhecida, durou até meados do século IX, quando o
culto as imagens foram liberadas, exceto as estátuas e esculturas.

Queda de Constantinopla e o fim do Império


Bizantino
A localização de Constantinopla, próximo à Ásia Menor, fez com que a cidade
fosse alvo de tentativas de conquistas e de ameaças frequentes. Diversos foram
os povos que tentaram invadir Constantinopla, assim como fizeram com Roma
no século V. Esses constantes ataques e ameaças foram responsáveis pelo
enfraquecimento da defesa de Constantinopla e pela diminuição gradativa de seu
território. Disputando o poder, Mehmed II, do império otomano, avançou sobre
Constantinopla, que, já fragilizada, não conseguiu se sustentar. Os símbolos aqui
são importantes para marcar o fim do Império Romano do Oriente: no dia em
que Constantinopla foi tomada pelos otomanos, a principal referência do
cristianismo na região, a Basílica de Hagia Sofia, sofreu duros ataques, sendo
transformada em uma mesquita imediatamente. Em 1453 o Império Romano do
Oriente chegava ao fim, dando início a novos tempos.Como foi possível conhecer
a história do Império Bizantino é de fundamental importância para que se
compreenda as marcas deixadas pela queda dos dois impérios, com
aproximadamente mil anos de distância entre os dois acontecimentos.

Você também pode gostar