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O Surgimento Da Idéia

Após a organização do Departamento de Jovens da Igreja Adventista do Sétimo Dia (l907) “foi dada atenção aos juvenis”20 através do Curso de
Leitura de Menores (l908), das sociedades de Juvenis (l908) com lições bíblicas, Ano Bíblico Juvenil (l917) e o Manual dos Juvenis.

“Devia, porém, desenvolver-se ainda um campo de ação maior de atividades [específicas] para os menores. Depois de observar a Organização
dos Escoteiros e de outra Sociedade... para meninas, os diretores organizaram clubes locais para trabalhos manuais e acampamentos.”21

Em l919 Arthur W. Spalding, editor do Whathman Magazine, iniciou em seu lar (Madson, Tennessee – EUA) “um dos primeiros trabalhos
diretamente relacionados com os juvenis – Os Escoteiros Missionários de Madson”, como foram chamados (referência ao Escotismo criado na
Inglaterra 12 anos antes).

“A idéia começou com seu filho que acampou com alguns escoteiros. Arthur estudou a organização, formulou novas diretrizes compatíveis com
os objetivos espirituais da Igreja e criou o seu clube...[que fazia] excursões de fim de semana, trabalhos manuais e seguimento de pista.”22

Os “Escoteiros Missionários” ou “Missão dos Sentinelas”23 desenvolveram idéias fundamentais para o atual Clube de Desbravadores como seu
voto, lei e lema (redigidos em 1921 por Spalding e Harriet Holt) base para os atuais. Após um ano eles “advogaram as idéias básicas para o
funcionamento dos futuros clubes”.24

Em 1922 a Associação Geral adotou os nomes de “Amigo”, “Companheiro”, “Camarada” e “Guia Camarada” para as classes J.A (inicialmente um
programa para jovens). Depois vieram as Preliminares (l930), usadas hoje pelos Aventureiros; Pesquisador (1956), Pioneiro (1966) e Excursionista
(1982).

Em 1925 houve o primeiro acampamento de Juvenis na Austrália. Um ano depois o Pr. Grover Fattic fez o mesmo nos EUA. “Ao lado do lago
Town Line – Michigan, com muitas dificuldades ele conseguiu reunir 18 garotos que formaram o Clube Urso Polar e ficaram acampados por 10
dias.”25

Em 1927 o Departamento de Jovens da Associação Geral projetou os “Méritos Vocacionais” (depois “Especialidades”). Após um ano C. Lester
Bond, o Secretário, preparou as primeiras especialidades, publicadas num Manual com 16 ao todo (Fotografia, Avicultura, Lavanderia, Estrelas,
Árvores, Radioamadorismo...). Com algumas alterações elas...“permanecem até hoje.”26

A Origem do Nome 

O nome original “DESBRAVADOR” – “PATHFINDER” (em inglês) significando “DESCOBRIDOR DE CAMINHOS NOVOS”,27 foi usado primeiramente
pelo Pr. Spalding, no Acampamento de Juvenis da Califórnia, em 1929.No Fogo do Conselho ele contou a história de um pioneiro e explorador
americano daquele Estado – “John Freemont – Um Desbravador”. A história e a palavra “DESBRAVADOR” chamou tanto a atenção dos juvenis e
líderes, que no próximo ano o terreno foi comprado e batizado “Acampamento do Desbravador MVJ (Missionário voluntário Juvenil).”28 Nesse
ano “John Mckin, “Chefe de Escoteiros”, [que estava presente] iniciou um Clube de ‘Desbravadores’ em sua casa em Anaheim, Califórnia.”

O termo “PATHFINDERS” – “DESBRAVADORES” foi usado pela primeira vez num ‘Programa de Jovens’ por dois leigos nos primeiros anos da
década de 30.29
Em 1930 o Dr. Theron Johnston vendo as necessidades espirituais dos juvenis da Igreja de santa Ana – Califórnia e John Mckin fundaram um clube
que “resolveram chamar Clube de Desbravadores” (Mckin escolheu) por esse nome já ser comum entre os juvenis. Supõe-se que ele inspirou-se
na história contada por Spalding, embora outros indiquem o nome do Acampamento Pathfinders Camp (Campo dos Desbravadores).
As reuniões aconteciam no porão da casa de Johnston
“e as primeiras instruções foram sobre técnicas de rádio e eletrônica. Sua filha, Maurine, que o tinha ajudado com o rádio, protestou quando
não lhe foi permitido participar do clube. Como resultado sua mãe”30

“Segundo o Pastor Arnold Plata, que junto com a esposa Dixie, mantêm o Museu do Desbravador... os primeiros clubes, surgidos em 1927 e início
dos anos 30, esbarraram no conservadorismo da época. Os mais antigos achavam que não era o tipo de recreação indicada para os jovens. ‘Foi
determinado pela Igreja que os clubes que continuassem a se reunir seriam excluídos’... Durante cerca de uma década as atividades cessaram.
Até que em 1946 a idéia foi retomada, com o surgimento de um clube no Sul da Califórnia”.

Daí pra frente o movimento cresceu até ser reconhecido pela Igreja. (Revista Adventista, agosto de 2002, pág. 37)

Bem mais tarde (1940) “a Associação do Sudeste da Califórnia usou o nome de Desbravadores para seu acampamento de verão em Idyllwid,
Califórnia, denominando-o Acampamento de verão de Desbravadores Jovens MV.”33 Baseado nisso o Pr. Hancock usou o nome “Clube de
Desbravadores” para seu clube (1946).

A Expansão dos Clubes

Um evento importante de 1930 que ajudaria no rápido crescimento dos clubes quando oficializados foi um treinamento no Acampamento de
Wawona, Parque Yosemite. 40 diretores de Jovens foram capacitados para dirigirem os “acampamentos culturais”. Esse programa incluía
Pioneiria, trabalhos manuais, estudo da Natureza, caminhadas e excursões com equipamento para pernoite, relatos ao pé da fogueira...tudo
sobre um fundo de idealismo religioso e fidelidade à Igreja.

Eles “receberam o distintivo de Guia Maior ou Líder e... regressaram as suas associações... prontos para dirigirem acampamentos.”34

De 1931 a 1940, apesar de alguns clubes não receberem apoio das igrejas (alguns foram fechados por ameaça de exclusão como o de Johnston) o
programa foi aderido por outras associações. Lawrence A Skinner, diretor de Jovens da União Norte do Pacífico fundou o Clube Traiblazers
(Locomotivas). No início dos anos 40 “várias associações através da América do Norte experimentaram um programa similar ao que temos hoje
como Desbravadores”35, através dos clubes locais e acampamentos de verão.36

A Organização do Movimento

Em 1946 o Pr. John Hancock, eleito Secretário de Jovens da Associação Sudeste da Califórnia, assimilando idéias dos clubes existentes, resolveu
conduzir um programa similar.

Como o acampamento da Associação chamava-se Campo dos Desbravadores “pareceu lógico” chamar a “nova organização” “Clube de
Desbravadores.” Promovida a idéia o Pr. Hancock recebeu novo ânimo pela visita de uma mãe em seu escritório. Ela perguntou:
“Por que não pode o acampamento de verão durar todo o ano? Meu filho regressou do acampamento com o brilho dos céus nos olhos... [Aí ele]
sentiu que o programa dos Desbravadores experimentado em acampamentos de verão seria mais eficiente se tornasse parte integral do
programa semanal das igrejas locais.”37

Ele desenhou o triângulo dos Desbravadores (usado até hoje), incorporando idéias do clube Locomotivas. Os três lados representando o
desenvolvimento físico, mental e espiritual dos membros (Lucas 2:52 – Educação pág. 23); a espada o Espírito Santo, o escudo a fé. Juntos
indicando que o clube é uma organização espiritual, ligada à Igreja. As cores significando.

A – Vermelho: Sangue de Cristo.


B – Azul: Lealdade e coragem.
C – Amarelo: Excelência – Filipenses 1:9-11
D – Branco: Pureza.38
A Igreja de Riverside escolheu o jovem universitário Francis Hunt para começar o primeiro clube com essas novas diretrizes. Seus 35 membros
reuniam-se na casa de membros da Igreja e ocupavam-se de atividades ainda populares (“acampamentos, classes de cozinha, padaria, trabalhos
em couro e plástico”).39 Ainda em 46 (Riverside) foi realizada a primeira Conferência dos Desbravadores.

Esse plano mais organizado atingiu outras associações. Em 1947 a Associação Geral solicitou à União Norte do Pacífico desenvolver a idéia para
transformá-la num programa mundial. O Pr. J.R. Nelsom, diretor de Jovens da União, desenvolveu um plano “unificado e organizado”. Lawrence
Paulson, diretor do Clube de Glendale, escreveu os primeiros manuais. A Associação Geral da Califórnia foi pioneira em ter uma Coordenação
para Desbravadores.

Em 1948 o Pr. Henry Berg, diretor de Jovens da Associação Central da Califórnia (que nomeou nesse ano os primeiros Coordenadores de Área)
desenhou a Bandeira (Hellen Hobbs confeccionou a primeira). Em maio do ano seguinte, num sábado, sem ser músico, compôs o Hino
(oficializado em 1952).

O Reconhecimento e Crescimento 

Finalmente em 24 de agosto de 1950 a Associação Geral adotou, oficialmente, o Clube de Desbravadores como um programa mundial para toda a
Igreja.40 Lawrence A. Skinner foi nomeado Líder Mundial de Desbravadores e surgiram manuais para formação de líderes e clubes.

Inicialmente usava-se o uniforme verde-floresta (identificação com a Natureza) para facilitar espírito de corpo, cerimônias ou investiduras e
identificação como grupo ao evangelizarem. Essa cor foi adotada em vários países.

Durante os próximos 20 anos o Clube começou sua expansão mundial. Destacam-se a primeira Feira Anual (1951), o primeiro Campuri (1953),
criação do Dia Mundial (1953) e primeiro Campuri de União (1960).

Em 1970 o Pr. brasileiro Léo Ranzolim foi eleito Líder Mundial. Após o primeiro Campuri de Divisão (Suécia – 1971); primeiro filme (1971) e
difusão de publicações, eventos, divulgação na mídia o crescimento se tornou “fenomenal”.

Graças ao dinamismo do Pr. Robert Holbrook (atual Líder Mundial) em 1990 foram “remodeladas” as classes, criadas as de Líder Avançado e
Líder Máster; definido o programa dos Aventureiros e revisados vários manuais.

De 02 a 06 de agosto de 1994 aconteceu o primeiro Campuri Internacional de Desbravadores (“Dare to Care” - pela Divisão Norte Americana) em
Morrison, colorado – EUA, com participantes de vários países.

Atualmente, graças a direção de Deus, esforço dos pioneiros e sua participação há desbravadores nos 5 continentes, espalhados por 165 países,
compondo 90.000 clubes com mais de 2 milhões de membros aproximadamente. EBENÉZER!

Na América Do Sul e Brasil 

Tudo “começou quando Nercida [de Ruiz] e seus amigos ouviram falar da fundação de um Clube de ‘Pathfinders’” nos EUA.

Em 1955 ela (e o Diretor do Ministério Jovem da antiga União Incaica) pediu o material e providenciou a tradução. A primeira dúvida foi quanto
ao nome: “Club de Conquistadores” foi aceito para a América do Sul, e depois traduzido para o português “Clube de Desbravadores”.

“Graças ao apoio dos pais e de toda a Liderança da Igreja de Miraflores em Lima, Peru, os jovens foram animados e, em abril de 1955” houve a
primeira reunião para a criação do Clube... No pátio da Igreja 40 pessoas iniciaram essa conquista.

A primeira dificuldade foi conseguir dinheiro para o uniforme. Decididas as cores, verde para meninas e cáqui para meninos, foram às ruas pedir
doações.

Nercida de Ruiz (a base desta história ), atuou 20 anos na Liderança dos Clubes e ainda hoje, aos 83 anos, é Conselheira.41
Este Clube (“Conquistadores de La Iglesia”) “foi inaugurado oficialmente por um Pastor, em 1961, que na semana seguinte esteve em Ribeirão
Preto, inaugurando o primeiro Clube Brasileiro... e na outra semana” o primeiro do Rio de Janeiro.42

O Pr Jairo Tavares de Araújo, então Diretor de Jovens da Divisão Sul-Americana (sediada ainda no Paraguai) foi o primeiro a incentivar a
fundação de clubes na América do Sul. Em 1957 ele preparou um Manual sobre como organizá-los. 43

Atualmente existem 165.000 desbravadores em cerca de 3.000 clubes na América do Sul e o seu Manual de Especialidades contêm 252
especialidades, aceitas por todas as divisões mundiais; 06 classes regulares/avançadas e 03 de Liderança (Líder, Líder Máster e Líder Máster
Avançado).

EM SÃO PAULO 44 - Em 1960, na comemoração dos 40 anos da Sociedade dos Missionários Voluntários no Brasil (hoje J.A) (29 de julho a 1 de
agosto, no antigo Colégio Adventista Brasileiro) “ele lançou um desafio para a criação de clubes”. O Pr Wilson Sarli estava presente como
distrital de Bauru (SP).

O Pr Wilson assumiu o Departamento de Jovens da Associação Paulista e representou São Paulo no Congresso de Jovens da União Austral (06 de
janeiro de 1961, em Embalce, Rio Tercero, Córdoba – Argentina). “Na sexta-feira assistiu”, pela primeira vez, “as apresentações de um Clube”
chileno (liderado pelo Pr americano John B. Youngberg) fundador do movimento no Chile.

De volta pediu a sua secretária (Cássia Nigri Demétrio) traduzisse o material conseguido com Youngberg, que foi, segundo ele, solicitado por
Feyerabend e apoiou o surgimento dos clubes catarinenses.

Dias depois o Pr Jesus Nazareth Bronze, distrital de Ribeirão Preto (SP) comunicou-lhe haver a comissão da Igreja recém escolhido “um diretor
para o clube a ser fundado” e pedia orientações.

Ele “foi apresentado a um dos primeiros diretores... o jovem Luiz Roberto Farias” (substituído logo por Edgar Turcílio). No sábado pregou “o
primeiro sermão sobre... Desbravadores no Brasil”.

Escolhida a Diretoria “a primeira reunião oficial aconteceu no domingo pela manhã, no pátio da antiga Igreja Central, quando foram inscritos 23
juvenis.”

Em março de 1961, através dos pastores Wilson e Nazareth foi organizado e “oficializado pela Associação Paulista o primeiro clube do Brasil – O
Clube Pioneiros.” O segundo do Estado “foi o da Igreja do bairro Capão Redondo, sendo diretor o Pr Joel Sarli” (também Pioneiros). (Veja
Revista Adventista, abril de 2000, pág 8).

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