TRÍADE FELINA

Bárbara Nascimento Augusto RA 819164710

Gabriella Paravati RA 818141372
Gabrielli Capalvo Pegoraro RA 819227166
Juliana Giroto Mosconi RA 820272873
Lucas Santos Maia RA 82015413
Stefani Campos Sobral Brito RA 819168504
Victória Aparecida Bornacchi Cristino RA 81710186
¹Alunos do Curso de Medicina Veterinária

Introdução

Neste presente estudo analisamos artigos científicos e as principais

literaturas para abordar a temática da Tríade Felina, abrangendo suas
características, exames complementares e os tratamentos existentes.

Tríade Felina

A tríade felina ou triadite consiste em três enfermidades, sendo elas:

a pancreatite, colangiohepatite e doença inflamatória intestinal (DII).
Não se tem informações da etiologia da tríade, porém estudos
mostram que 83% dos gatos diagnosticados com colangiohepatite
apresentam também DII e 50% pancreatite moderada, trazendo Figura 3: corte longitudinal de alça intestinal com perda do padrão de camadas.
https://mobilevet.com.br/site/doencasintestinaisemfelinos/
evidências de que a anatomia do ducto biliar dos felinos unido
ao ducto pancreático favoreça a ocorrência das três condições,
isso ocorre, pois esta disposição permite a transmissão de antígenos
como enzimas e proteínas, bactérias, agentes infecciosos e toxinas
provenientes do duodeno, fígado, vesícula biliar ou pâncreas para
os demais órgãos, podendo qualquer uma dessas condições
isoladamente iniciar a síndrome.
Não há predisposição com relação a raça ou ao sexo, mas é sabido
que animais de meia idade e idosos são mais comumente afetados,
embora qualquer animal possa ser acometido.
Figura 4: lesão inflamatória expandindo a lâmina própria da mucosa do intestino delgado. HE, 100x. B) Infiltrado
predominantemente composto por linfócitos e plasmócitos. HE, 400x. Fonte: HistoPato - Análise
Anatomopatológica Veterinária.

Tratamento: Deve-se realizar

Figura 1: esquema comparativo para
diferenciação anatômica do ducto biliar
e pancreático entre cães e gatos
a reposição eletrolítica e
a hidratação do paciente
(suplementação de potássio
(K) e Glucose podem ajudar
durante a reposição),
analgesia, controle do vômito,
antibioticoterapia, manejo
Figura 2: exemplo da aproximação dos órgãos
acometidos pela Tráde Felina.
alimentar com o uso da dieta de
eliminação uma vez que a dieta
apresenta um baixo teor de Figura 5: seção histológica do pâncreas de um gato com
pancreatite aguda. Fonte: (BAZELLE & WATSON, 2014).

Sinais clínicos: Embora os sinais clínicos sejam inespecíficos,
sendo variado de acordo com cada paciente, de acordo com o grau
que está a doença e do quanto cada órgão foi afetado os sintomas
podem variar a vômitos, anorexia, perda de peso, mucosas ictéricas,
febre, hematoquezia, náusea, desidratação, diminuição do escore
corporal e dor abdominal.
Diagnostico: Os exames complementares são de suma importância e
devem ser solicitados hemograma completo, enzimas hepáticas (ALT,
AST, GGT, FA), ultrassom e por fim histopatológico nos três órgãos
acometidos por meio de laparoscopia ou laparoscopia exploratória,
que de fato poderá ajudar a fechar o diagnóstico da tríade.
Espera-se encontrar em pacientes com tríade anemia regenerativa,
neutrofilia, linfopenia, trombocitose, aumento das enzimas hepáticas
(alamina aminotransferase (ALT), fosfatase alcalina (FA) e gama
glutamil transferase (GGT)), hipocolesterolemia, hiperbilirrubinemia,
hiperglicemia, hipoalbuminemia e hipergamaglobulinemia.
Nos achados ultrassonográficos é possível visualizar espessamento
de paredes intestinais, hepatomegalia, alteração na ecogenicidade
hepática, podendo apresentar aumento ou redução,
linfoadenomegalia e alteração em parênquima pancreático.
Já nos histopatológicos os resultados serão diferentes de acordo com
o órgão e a evolução da doença nos mesmos. No caso de uma
pancreatite aguda por exemplo podemos encontrar hipercelularidade,
neutrófilos inteiros ou degenerados, e células acinares degeneradas.
Na colangiohepatite suporativa, que é mais comum em casos de
tríade, encontramos uma infiltração de neutrófilos no lúmen
e no epitélio dos ductos, e na DII o achado é caracterizado
pela infiltração da lâmina própria da mucosa por células inflamatórias,
podendo ser linfócitos, plasmócitos, eosinófilos ou neutrófilos.
resíduos, diminuindo o substrato para as bactérias intestinais
digerirem, uma boa opção são as dietas hidrolisadas. Além desse
suporte também é necessário que a terapia medicamentosa consista
em um glicocorticoide, sendo mais utilizado a prednisolona em felinos,
pois possui maior biodisponibilidade.
Importante ressaltar que o animal precisará de reavaliações para
verificar se está tudo bem e para que ocorra um ‘’desmame’’ gradual
do glicocorticoide.
Considerações finais
A tríade necessita de atenção e cuidados ao ser diagnosticada, pois
muitas vezes pode ser confundida com outras patologias devido aos
seus sinais clínicos tão inespecíficos. É importante utilizar de todas as
ferramentas disponíveis para que se que chegue a um diagnóstico e
ao tratamento correto, uma vez que as enfermidades envolvidas
possam trazer doenças secundarias e agravar ainda mais o quadro
clínico do paciente.
Referências bibliográficas
MURAKAMI, V.Y. et al. Tríade Felina. Revista científica de medicina
veterinária. XIV Número 26, janeiro, 2016. Disponível em:
http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/BGrzX0
YQv15LwxZ_2016-12-9-11-36-2.pdf. Acesso maio, 2021.
LITTLE, Susan E. O gato: medicina interna; tradução Roxane
Gomes dos Santos Jacobson. Idilia Vanzellotti. 2015.