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Guerra do Paraguai

A Guerra do Paraguai foi o maior conflito armado internacional ocorrido na


América Latina. Foi travada entre o Paraguai e a Tríplice Aliança, composta
pelo Império do Brasil, Argentina e Uruguai. Ela se estendeu de dezembro de
1864 a março de 1870.
A guerra foi causada pelos diferentes interesses que existiam entre as nações
platinas na segunda metade do século XIX. O estopim para o início desse
conflito, na visão paraguaia, deu-se quando o Brasil invadiu o Uruguai para
lutar contra os blancos.

Principais Batalhas da Guerra do Paraguai


Batalha de Tuiuti
Em 24 de maio de 1866, travou-se a Batalha de Tuiuti, que terminou com um
saldo de 13 mil mortos. As forças paraguaias atacaram os aliados num terreno
pantanoso e, inicialmente, abriram vantagem. Atrasos e a má distribuição de
armas, porém, favoreceram a vitória da Tríplice Aliança.

Apesar de vitorioso nessa batalha, o general Osório deixou o comando das


forças brasileiras e foi substituído pelo Marquês de Caxias (futuro Duque de
Caxias).

A batalha do Tuiuti é considerada o maior combate campal da América do Sul.

Retirada da Laguna
Em 1867, tropas brasileiras tentaram libertar parte do Mato Grosso, que estava
em mãos paraguaias.

Uma coluna partiu de Minas Gerais e se dirigiu até o Mato Grosso. Sofrendo
doenças e falta de mantimentos, os brasileiros foram derrotados pelas tropas
de López, no episódio conhecido como a Retirada da Laguna (MS).

Batalha de Humaitá
Caxias era considerado um dos militares mais experientes do Exército
brasileiro. Foi chamado pelo governo imperial a fim de organizar e traçar uma
estratégia para alcançar a vitória.

Desta maneira foi o responsável por uma série de triunfos militares que tinha
como objetivo conquistar o forte de Humaitá, capturado em 19 de fevereiro de
1868. Assim, as tropas aliadas puderam avançar no território paraguaio.

Dezembrada
A dezembrada consiste em três batalhas travadas em em Itororó, Avaí,
Angostura e Lomas Valentinas, em dezembro de 1868.

Em seguida, as tropas aliadas marcham sobre a cidade de Assunção,


vencendo o conflito.
Voluntários do Pátria
No dia 7 de janeiro de 1865, através do Decreto nº 3371, o Imperador tomou uma
decisão estratégica determinando a criação dos corpos militares denominados
Voluntários da Pátria. Tais corporações receberam este nome pois, em seu início, o
alistamento era facultativo, sendo mais tarde obrigatório. Portanto, a criação dos
Voluntários da Pátria tinha a intenção de reforçar o efetivo das forças militares
brasileiras.
O Exército Brasileiro estava totalmente despreparado para um conflito em larga
escala. O nosso país não dispunha de grandes recursos bélicos e não possuía um
corpo militar numeroso, nem instruído. Por causa dessa situação grave, o Imperador
Dom Pedro II decidiu convocar os brasileiros (Voluntários da Pátria) a partir do
sentimento patriótico que, com tanto esforço, vinha sendo construído na recente
Nação.
Dom Pedro II, tocado pelo anseio patriótico e tendo pleno conhecimento do seu dever
como soberano, afirma aos seus ministros o desejo de ir pessoalmente à Uruguaiana
(Rio Grande do Sul), ocupada pelo exército inimigo. Entretanto, temerários por seu
Imperador, os ministros o desaconselham. Dom Pedro, então, ganha consentimento
ao ameaçar abdicar do trono e alistar-se com cidadão comum.

Duque de Caxias
No Exército brasileiro, internamente, surgiam as discórdias. Em
outubro de 1866, o Partido Conservador, na oposição,
responsabilizava o Partido Liberal, no poder, pelos rumos incertos
tomados pelo conflito. É nesse contexto que o general Luís Alves de
Lima e Silva, que também era senador pelo Partido Conservador,
assume, muito prestigiado, o comando das tropas do Império. Na
frente de batalha, no Paraguai, a situação do Exército era complexa. A
tropa estava desanimada, contando com um efetivo insuficiente e
despreparado. Rareava a apresentação de voluntários, o que fez com
que se intensificasse o recrutamento obrigatório.
Lima e Silva, futuro Duque de Caxias, depois de um longo período de
preparação e reorganização do Exército, reiniciou as manobras
militares. Entre as inúmeras batalhas destacou-se a ofensiva à
Fortaleza de Humaitá, no Paraguai, que capitulou em agosto de 1868.
No início de 1869, as tropas do Império entraram em Assunção sem
encontrar resistência. Caxias deu a guerra por encerrada, embora não
tivesse conseguido capturar ou matar López. Apesar de não ser o
desejo do imperador, retirou-se do comando.

Batalha de Acosta Ñu
Calcula-se que, em 5 anos, tenham morrido entre 200 mil e 300 mil paraguaios,
que correspondiam na época à metade da população do país. Do total de
mortos, 80% eram homens.

Travada em 16 de agosto de 1869, a batalha foi protagonizada, do lado


paraguaio, crianças e adolescentes. Seu impacto foi tão forte que a data
acabou virando o Dia da Criança no Paraguai.
A ordem, entretanto, era de que a guerra só chegaria ao fim com a morte do
presidente do Paraguai, o marechal Francisco Solano López, o que só
aconteceria em 1º de março de 1870.

"De um lado estavam os brasileiros, com 20 mil homens", escreveu


Chiavenato. "De outro, os paraguaios, com 3,5 mil soldados entre 9 e 15 anos,
além de crianças de 6, 7 e 8 anos que também acompanhavam o grupo."

As crianças e jovens lutaram ao lado de alguns veteranos de guerra, um


contingente estimado em algo entre 500 e 3 mil.

De qualquer forma, existia uma assimetria grande entre os dois exércitos, que
não só era númerica e etária, mas também tecnológica.

"As armas usadas pelos paraguaios tinham um alcance máximo de 50 metros",


diz Chamorro, enquanto "os rifles Spencer, usados sobretudo pela cavalaria
imperial do Brasil, tinha um alcance de mais de 500 metros."

"Ou seja, para que o paraguaio pudesse confrontar um brasileiro, tinha que
encarar dez descargas de bala. Era impossível", completa.

A batalha começou pela manhã e terminou cerca de 10 horas depois, com


poucas baixas do lado brasileiro e quase nenhum sobrevivente do lado
paraguaio.

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