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Universidade Federal de Minas Gerais,

Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional,


Departamento de Terapia Ocupacional

Isabela Faria Barroso Neme

Mapeamento das ações de acolhimento destinadas à comunidade


acadêmica da Universidade Federal de Minas Gerais

Belo Horizonte, Minas Gerais


2021
Isabela Faria Barroso Neme

Mapeamento das ações de acolhimento destinadas à comunidade


acadêmica da Universidade Federal de Minas Gerais

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Curso Terapia Ocupacional como requisito para a
obtenção do título de Bacharelado em Terapia
Ocupacional

Universidade Federal de Minas Gerais

Orientadora: Adriana de França Drummond

Belo Horizonte, Minas Gerais


2021
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus pais, Cláudio e Valquiria, por sempre me
apoiarem e incentivarem a seguir meus objetivos. Agradeço à minha
irmã, Mariana, que sempre foi meu exemplo e meu maior orgulho. Ao
Matheus, meu companheiro dos melhores e piores momentos, obrigada
por não desistir de mim.
Aos meus professores e colegas do curso, agradeço por me
acompanharem nestes anos e por compartilharem momentos de
grandes aprendizagens. Em especial, agradeço a Adriana Drummond
pela orientação deste trabalho e pela atenção que teve comigo desde a
primeira aula de História da Terapia Ocupacional. Gostaria de
agradecer também a Rosangela e Teresa por aceitarem participar da
banca avaliadora deste trabalho.
Por fim, agradecer à UFMG, que mesmo diante de tantas
dificuldades, se esforçou para manter a qualidade no ensino e
incentivou a permanência de diversos estudantes a partir dos projetos
de auxílio estudantil.
Muito obrigada, sem vocês tudo seria mais difícil.

“Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é” (Dom de iludir,


Caetano Veloso)
RESUMO
O ambiente acadêmico pode causar aos estudantes de graduação muitas
experiências, como estresse e sofrimento psíquico. Dessa forma, discussões sobre
a implementação de ações de acolhimento destinadas a esse público têm sido
frequentemente pautadas por diversos autores e universidades. Entende-se
acolhimento como a escuta de uma pessoa sobre suas queixas, no auxílio do seu
protagonismo no processo de saúde e na responsabilização pela resolução. Diante
desse cenário, o objetivo deste trabalho é identificar, reconhecer e mapear as ações
de acolhimento existentes para a comunidade universitária da UFMG. Para isso,
foram realizadas buscas nos sites das unidades acadêmicas a fim de localizar
publicações sobre ações de acolhimento. Além disso, foram feitas análises dos sites
da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE), da Fundação Universitária Mendes
Pimentel (FUMP), do Departamento de Atenção à Saúde do Trabalhador (DAST), da
Divisão de Acompanhamento Funcional (DAF) e Site de Saúde Mental/UFMG. Com
os resultados obtidos, nota-se que há desigualdade na divulgação de ações de
acolhimento nos sites das unidades da UFMG. Em relação à análise dos sites,
observa-se que as informações são de fácil compreensão, com conteúdos
destinados à comunidade da universidade, como também para familiares e amigos,
como no caso do site de Saúde Mental. À vista disso, torna-se necessária a ampla
divulgação, por todas as unidades acadêmicas, das ações de acolhimento
oferecidas a toda comunidade universitária. Ainda, faz-se importante a elaboração
de um material padronizado com objetivo de listar as ações de acolhimento
contínuas, bem como onde podem ser acessadas e como é o funcionamento e
organização dessas ações e serviços. Para isso, é imprescindível a mobilização de
todas as unidades para que a divulgação alcance toda a comunidade universitária,
permitindo assim o total acesso às ações de acolhimento disponíveis na UFMG pelo
público alvo.
Palavras-chave: acolhimento, saúde mental, comunidade acadêmica
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Número de resultados encontrados por termos pesquisados e unidades 8

Tabela 2: Categorização das divulgações por tipos de ações 10


LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Núcleos de escuta da UFMG. 12


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APP - Projeto de Assistência Psicológica


CAEP - Centro de Apoio Educacional e Psicológico
CAES - Comissão de Apoio aos Estudantes
CEGRAD - Colegiado de Medicina
Cedecom - Centro de Comunicação
CISME - Comissão Institucional de Saúde Mental da UFMG
CPSM - Comissão Permanente de Saúde Mental da UFMG
DAF - Divisão de Acompanhamento Funcional
DAST - Departamento de Atenção à Saúde do Trabalhador
FACE - Faculdade de Ciências Econômicas
FAFAR - Faculdade de Farmácia
FAPSI - Faculdade de Psicologia da PUC-MG
FUMP - Fundação Universitária Mendes Pimentel
FMRP-USP - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
ICA - Instituto de Ciências Agrárias
ICB - Instituto de Ciências Biológicas
MEC - Ministério da Educação
NAPEM - Núcleo de apoio psicopedagógico aos Estudantes da Faculdade de
Medicina
PAI - Programa de Acolhimento ao Ingressante
PASME - Programa de Extensão em Atenção à Saúde Mental
PIPA - Programa de Apoio à Inclusão e Promoção à Acessibilidade
PRAE - Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis
PUC-MG - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
RAPS - Rede de Atenção Psicossocial
SAST - Serviço de Atenção à Saúde do Trabalhador
SPA - Serviço de Psicologia Aplicada
SUS - Sistema Único de Saúde
UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 1

2. OBJETIVO 6
2.1. Objetivos Específicos 6

3. METODOLOGIA 7

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 8
4.1 Unidades Acadêmicas 8
4.2 Pró-reitoria de Assuntos Estudantis 14
4.3 Fundação Universitária Mendes Pimentel 15
4.4 Departamento de Atenção à Saúde do Trabalhador 15
4.5 Divisão de Acompanhamento Funcional 16
4.6 Comissão Permanente de Saúde Mental da UFMG 16

5. CONCLUSÃO 20

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 22
1

1. INTRODUÇÃO

A universidade é um ambiente que traz muitos recursos, possibilidades de


vivência e aprendizagem para o estudante. Além do percurso básico de disciplinas e
estágios, o estudante pode também participar de projetos de extensão, iniciação
científica, mostra de profissões, atléticas, equipes de esportes, e equipes de
discussões de assuntos estudantis. É também na universidade que o estudante está
sujeito a novas experimentações, que podem estar relacionadas ao meio acadêmico
ou também à vida pessoal, seja no âmbito familiar ou não. Assim, a universidade
pode ser entendida como um ambiente de acolhimento dos estudantes, no qual eles
podem estabelecer relações sociais importantes para seu dia a dia e para a sua rede
de apoio emocional.
Segundo o Ministério da Saúde (2008), acolhimento “é uma postura ética que
implica na escuta do usuário em suas queixas, no reconhecimento do seu
protagonismo no processo de saúde e adoecimento, e na responsabilização pela
resolução [...]”. Além disso, o acolhimento, dito como uma forma de minimizar o
estresse psicológico, tem estado em pauta durante os últimos anos, devido ao
aumento do sofrimento mental enfrentado pelos alunos universitários. É importante
ressaltar que o ambiente acadêmico pode intensificar o sofrimento psíquico dos
estudantes, mas não está necessariamente vinculado somente à vida universitária.
O adoecimento mental atinge toda a população e podem advir de fatores
genéticos, situações de estresse, esgotamento físico e mental. Ao discutir sobre o
sofrimento mental é imprescindível entender a definição de saúde mental. Para isso,
segundo a Organização Mundial da Saúde:
“saúde mental é entendida como um bem estar no qual o
indivíduo desenvolve suas habilidades pessoais, consegue lidar
com os estresses da vida, trabalha de forma produtiva e
encontra-se apto a dar sua contribuição para sua comunidade”.
(OMS, 2014)
2

A sobrecarga acadêmica, a dificuldade para adaptação e cobranças


excessivas de professores, são fatores contribuintes ao adoecimento mental dos
estudantes, tendo em vista que é um período de grande estresse psicológico
(TANAKA, 2016). Além disso, fatores extrínsecos à universidade também são
apontados como facilitadores para o adoecimento mental, tais como dificuldades
familiares, financeiras, adaptação à nova cidade e a necessidade de se adaptar às
novas regras universitárias e sociais, como a vontade se sentir pertencente à um
grupo que compartilhe as mesmas ideias e características.
De acordo com Ibrahim (2013, p.396 apud Costa, 2016, p.75), “para os
estudantes universitários, a depressão e ansiedade são mais comuns do que para o
restante da população, além de se apresentarem mais frequentemente nos
primeiros anos do curso”. Devido a isso, muitas discussões sobre o adoecimento
mental de estudantes têm se tornado mais frequentes no ambiente universitário e,
ainda se discute a urgência da implementação de intervenções eficazes para evitar e
reduzir o sofrimento dos mesmos.
Zonta (2006, p. 150, apud Tanaka, 2016, p.664) aponta que as “intervenções
criadas para reduzir o estresse dos alunos de medicina se mostraram efetivas e os
participantes da pesquisa consideraram os programas de suporte aos alunos úteis”.
Os programas citados são baseados no gerenciamento de tempo, manejo do
estresse (com o uso de meditação, hipnose, relaxamento muscular e tutoria para
suporte pessoal durante o desenvolvimento profissional). O autor ainda destaca a
urgência de ações para acolher, escutar, ajudar e receber o estudante, com o
objetivo de apoiá-lo ao lidar com a pressão do cotidiano acadêmico e profissional.
Para ele, a universidade deve também fornecer suporte psicológico e pedagógico de
forma geral, e, em especial aos estudantes que passam por dificuldades.
Devido a essas discussões, as universidades têm oferecido alguns programas
de acolhimento estudantil, por exemplo, a Universidade de Vassouras oferta o
acolhimento por meio de ligas acadêmicas compostas por alunos já ingressos no
curso, proporcionando atividades extracurriculares como projetos de pesquisas e
extensão com o acompanhamento de professores. Existe também nessa
universidade o Programa de Acolhimento ao Ingressante (PAI), que tem como
objetivo acolher, apresentar e orientar os alunos recém chegados. Por meio do PAI,
a universidade oferece a feira de calourada, onde são realizadas a apresentação de
3

ligas acadêmicas e atividades, como jogos temáticos e questionários. Após três


meses deste evento, foi feita uma pesquisa para avaliar a importância da feira. A
partir dos resultados, foi observado uma boa adesão dos alunos e que a feira é
reconhecida como um ambiente livre de constrangimento e preocupações,
favorecendo trocas de experiências entre os alunos. Houve também um aumento do
interesse dos estudantes para as iniciações científicas, projetos de extensão e
monitorias, a aproximação entre os alunos e professores, e formação de amizades
entres eles (SOARES et. al., 2014).
Na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) foi iniciado
um Projeto de Assistência Psicológica (APP) em 2002. Em 2014, foi apresentada à
Faculdade de Psicologia (FAPSI) da PUC-MG uma proposta com o objetivo de
desenvolver o atendimento de discentes com sofrimento mental e também de
responder às exigências do MEC, referentes às políticas de atendimento aos
discentes. Em 2015 foi iniciada a discussão sobre a criação de um espaço destinado
à acolhida dos discentes e não de tratamento. Para isso, os alunos atendidos foram
acolhidos e encaminhados ao serviço especializado externo à PUC-MG (MENDES.,
2019).
Atualmente, o APP realiza uma escuta pontual, executada por estagiários
bolsistas e um monitor voluntário do curso de psicologia, orientados por um
professor. O atual objetivo é acolher e dar apoio aos alunos que necessitam de uma
intervenção psicopedagógica. Quando constata-se a necessidade a urgência de um
caso, o aluno é encaminhado para o atendimento externo à PUC-MG, a exemplo de
clínicas sociais e profissionais egressos da universidade (MENDES., 2019).
Na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
(FMRP-USP) foi criado o Centro de Apoio Educacional e Psicológico (CAEP), por
volta de 1990. O CAEP desenvolve atividades voltadas para a assistência aos
estudantes, envolvendo atendimento psicológico e psicopedagógico, como também
atividades de apoio ao ensino e pesquisa na área de Educação em Saúde. O centro
conta com uma equipe técnica formada por psicólogos, educadores e assistentes
administrativos. Além disso, o serviço é constituído por um grupo de docentes da
universidade para auxiliar e direcionar as atividades de ensino e pesquisa. Com isso,
são discutidas, planejadas e desenvolvidas ações preventivas e de promoção da
saúde mental dos estudantes, bem como o planejamento de assessorias específicas
4

dos Setores de Psicologia e Educação às comissões coordenadoras dos cursos


(PANÚNCIO-PINTO; COLARES, 2020).
Ademais, a universidade oferece atendimento psicológico e psicopedagógico
aos estudantes, sendo que são atendidos os casos de estudantes que apresentam
sintomatologia de baixa complexidade, originada de demandas acadêmicas ou
emocionais. Casos mais complexos e com maior sintomatologia são encaminhados
aos serviços especializados do Hospital das Clínicas da FMRP-USP. O CAEP
mantém um programa institucional de tutoria que pretende acompanhar, orientar e
supervisionar o processo pedagógico de ensino-aprendizagem, estabelecendo uma
relação de confiança, suporte e acompanhamento pessoal e profissional entre os
tutores e estudantes. O programa tem como objetivo apoiar o aluno nas dificuldades
ao longo do curso, procurando favorecer o processo de desenvolvimento de uma
identidade profissional, contribuindo assim para uma formação mais integral
(PANÚNCIO-PINTO; COLARES, 2020).
Os autores aqui citados ressaltam a importância do acolhimento dos alunos
de graduação, tanto para o sucesso do seu percurso acadêmico, como também para
a sua carreira profissional. Tinto (2012, p.7), sugere que:
“outras práticas de acolhimento sejam implementadas a fim de
promover a inserção dos discentes no ambiente universitário, por
meio de mudanças no ambiente institucional, e consequentemente
nas relações, as mudanças viriam de forma a minimizar as diferenças,
facilitando a vivência dos estudantes na universidade.” (apud
FIGUEIREDO, 2018, p.7)
Panúncio-Pinto e Colares (2019) concluíram que o acolhimento resulta em
maior adesão dos estudantes universitários em atividades extracurriculares, melhora
nas relações interpessoais, na percepção sobre a própria saúde, no desempenho
acadêmico e adaptação à universidade.
Ante o exposto, nota-se a importância de ações integrativas e participativas
que promovam o acolhimento dos estudantes universitários, visto que o período de
vivência da universidade oferece diversas dificuldades que perpassam pelo percurso
acadêmico. É diante dessa discussão que se ressalta a importância de identificar e
mapear as ações de acolhimento realizadas pela Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG), a fim de explorar a divulgação das mesmas e avaliar se os
5

estudantes, servidores e trabalhadores terceirizados possuem amplo acesso às


informações.
6

2. OBJETIVO

O presente trabalho tem como objetivo identificar, reconhecer e mapear as


ações de acolhimento existentes para a comunidade universitária da UFMG.

2.1. Objetivos Específicos


1. Identificar as ações de acolhimento em diferentes unidades da UFMG;
2. Reconhecer quais são essas ações e quem as realiza;
3. Investigar se tais ações de acolhimento são pontuais ou contínuas e
como são feitas as divulgações das mesmas.
7

3. METODOLOGIA

Para a realização deste trabalho foram realizadas consultas em sites das


unidades acadêmicas da UFMG. Os termos utilizados para a busca foram: ‘saúde’,
‘saúde mental’, ‘qualidade de vida’, ‘acolhimento’ e ‘escuta’. Entende-se por
comunidade acadêmica, os alunos de graduação e pós-graduação, servidores
(professores e técnicos administrativos) e os trabalhadores terceirizados, como
porteiros, seguranças, agentes de limpeza e manutenção dos espaços físicos, bem
como os trabalhadores de lanchonetes e dos restaurantes universitários.
Após a escolha dos termos, foi realizada a pesquisa em cada um dos sites
das unidades. A partir dos resultados, foi feita uma filtragem manual com objetivo de
selecionar os assuntos relacionados à comunidade universitária, foi feita a
categorização sobre os objetivos das publicações, por exemplo, se é algum evento,
divulgação de assuntos sobre acolhimento e saúde mental. Além disso, foram
organizadas pelas unidades que realizam escutas e projetos que promovem o
envolvimento da comunidade acadêmica em ações de promoção de saúde, bem
como em discussões sobre a importância da saúde mental e onde procurar ajuda na
UFMG.
Foram feitas análises dos sites da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis
(PRAE), da Fundação Universitária Mendes Pimentel (FUMP), do Departamento de
Atenção à Saúde do Trabalhador (DAST), da Divisão de Acompanhamento
Funcional (DAF) e Site de Saúde Mental/UFMG. Esses sites foram analisados com o
objetivo de mapear as informações de ações de acolhimento e informações
importantes para identificar as situações que são necessários os acolhimentos
imediatos e onde procurar por esse atendimento.
8

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A partir das buscas realizadas nos sites das unidades acadêmicas da UFMG
e das análises dos serviços de acolhimento destinados ao público universitário,
firma-se neste capítulo os resultados obtidos e a discussão dos mesmos. O presente
capítulo está dividido em subseções, às quais se referem: 4.1. aos resultados das
buscas pelos sites acadêmicos; as demais referem-se às análises dos serviços.

4.1 Unidades Acadêmicas

A busca dos termos foi realizada nos 20 sites das unidades acadêmicas da
UFMG, após finalizá-la foi possível encontrar 125 resultados de publicações que
englobam todos os termos selecionados. No entanto, é possível que algumas
publicações relevantes não foram enquadradas na pesquisa por não possuírem os
termos em seu texto, mesmo que sejam pertinentes para o objetivo deste trabalho.
Outra dificuldade encontrada durante a busca das publicações foi a falta da
ferramenta de pesquisa em alguns sites. Com isso, foi realizada a busca pelo site da
Google com o seguinte filtro: ‘termo de busca site:unidade.ufmg.com.br’, onde o
termo de busca e a unidade foram apropriadamente substituídos de acordo com a
pesquisa. É possível relacionar a falta da ferramenta de pesquisa com o número de
resultados obtidos, uma vez que esses sites apresentaram menos resultados. Com
isso, é importante ressaltar que possivelmente esses sites não tenham sido
totalmente explorados devido a uma limitação do buscador. Esses sites estão
destacados na Tabela 1 pelo marcador ‘*’. É importante ressaltar que as contagens
obtidas na Tabela 1 desconsideram resultados duplicados.
A Tabela 1 apresenta os resultados encontrados pela pesquisa das palavras-
chaves selecionadas nos sites de cada unidade acadêmica.
9

Tabela 1: Número de resultados encontrados por termos pesquisados e unidades


Escolas e sites institucionais Saúde Saúde Qualidade Escuta Acolhimento Total
Mental de Vida

Escola de Belas Artes * - 2 - - - 2


(2**)

Escola de Ciência da Informação - - - - - 0

Escola de Educação Física, - 10 - - 2 12


Fisioterapia e Terapia Ocupacional (2**)

Escola de Engenharia - - - - - 0

Escola de Veterinária - 20 1 3 10 34

Escola de Música - 2 - - - 2

Faculdade de Farmácia (FAFAR) - 2 - 2 - 4


(1**)

Instituto de Geociências - - - - 1 1

Escola de Arquitetura * - 2 - - - 2

Faculdade de Odontologia - - - - - 0

Instituto de Ciências Exatas - - 1 - 1 2

Faculdade de Ciências Econômicas - - - 1 - 1


(FACE)

Faculdade de Educação (FAE) - 2 1 3 3 9

Faculdade de Filosofia e Ciências - 4 - 1 3 8


Humanas (1**)

Faculdade de Letras - 2 - - - 2
(1**)

Escola de Enfermagem - 9 - - 8 17
(9**)

Faculdade de Medicina - 3 1 4 2 10
(5**)

Faculdade de Direito - 3 - 2 1 6
(4**)

Instituto de Ciências Agrárias (ICA) - 4 - 6 4 14


(6**)

Instituto de Ciências Biológicas - 1 - - - 1


(ICB)

Total 0 64 4 22 35 125
Legenda: (*) site não possui ferramenta de pesquisa; (**) temática à pandemia da SARS-CoV-2.
10

O termo que mais apresentou resultados foi o de ‘saúde mental’ e estava


relacionado principalmente com ações de acolhimento e escuta dos estudantes,
disciplinas acadêmicas e também divulgação de eventos e palestras relacionadas à
saúde do estudante. Tendo em vista o adoecimento psíquico e mental dos
estudantes universitários, algumas unidades promovem e divulgam material de
forma a ampliar o debate sobre a importância da saúde mental. A Escola de
Veterinária apresentou a maior quantidade de resultados com uma larga margem em
comparação com as outras unidades. Entretanto, muitos desses resultados são
relativos ao repasse de informações e eventos externos à unidade.
O termo ‘acolhimento’ foi o segundo mais encontrado pela pesquisa. Esse
termo está associado principalmente a ações de acolhimento e escuta de alunos e
servidores. Além da palavra chave estar relacionada às ações de acolhimento, ela
também se refere aos eventos de recepção de alunos recém-ingressos e alunos
intercambistas. Ainda, ocorre a correspondência entre o termo ‘acolhimento’ e
‘escuta’, uma vez que alguns resultados eram concomitantes às pesquisas, ou seja,
dois ou mais termos buscados obtiveram o mesmo resultado das publicações
disponíveis nos sites.
A busca pela palavra-chave ‘escuta’ apontou resultados relacionados aos
canais e núcleos de escuta direcionados ao público acadêmico, que são ofertados
por algumas unidades. Dentre elas, algumas propõem rodas de conversas e
oferecem amparo psicológico aos alunos. Além disso, divulgam eventos que
promovem discussões entre os estudantes sobre a importância temas relacionados
à promoção de saúde e prevenção ao adoecimento mental, bem como sobre o
setembro amarelo, mês dedicado à campanha de prevenção ao suicídio.
Por fim, o tema ‘qualidade de vida’ apresentou apenas quatro resultados. Um
desses resultados é relativo à divulgação de um questionário aplicado aos
estudantes universitários com o objetivo de compreender a prevalência e fatores
associados ao adoecimento mental dos mesmos. O termo ainda apresenta-se em
eventos que discutem sobre qualidade de vida e motivação dos alunos, bem como
eventos de valorização de servidores e trabalhadores terceirizados da universidade.

Um tema que foi presente em muitos dos termos pesquisados é relativo às


implicações oriundas da pandemia do vírus SARS-CoV-2, também conhecido pelo
11

nome de Covid-19. No dia 18 de março de 2020, a UFMG suspendeu as atividades


presenciais de ensino e atividades administrativas como método de contenção à
transmissão do vírus entre a comunidade universitária. Por isso, somente em
agosto, a universidade retomou o ensino de forma remota emergencial e eventos on-
line (PRAE UFMG, S.D.).
Diante do cenário pandêmico, o distanciamento social provocou e intensificou
o sofrimento psíquico de estudantes e servidores que compõem a comunidade
acadêmica. Devido a isso, foram criados projetos de acolhimento, núcleos de
escuta, palestras e eventos que abordassem a temática do sofrimento mental e
pandemia, bem como a importância do indivíduo buscar apoio nesses momentos.
Para mais, a universidade criou ações de acolhimento à distância a fim de
possibilitar a escuta extensiva de toda a comunidade da UFMG (PRAE UFMG, S.D.).
Uma limitação presente na metodologia proposta é que não é possível
mapear as ações e eventos de acolhimento que não foram divulgados on-line, uma
vez que existem outras formas de divulgação, como por exemplo cartazes nos
murais das escolas e unidades, listas de emails de colegiados e departamentos e,
redes sociais das escolas ou organizações estudantis. Outra possibilidade é que
alguns eventos relevantes não foram encontrados, pois os termos principais
divergem dos escolhidos para este trabalho. Assim, apesar de apresentar um
panorama, não é possível reproduzir o cenário real de acolhimento com absoluta
precisão.
Na Tabela 2, estão dispostas as informações que categorizam as divulgações
das ações de acolhimento por eventos, projetos, pesquisas, projetos e programas, e
ações de acolhimento.
12

Tabela 2: Categorização das divulgações por tipos de ações


Escolas e sites institucionais Eventos Pesquisas Projetos Divulgação Total
e Conteúdos
Programas SM

Escola de Belas Artes - - - 2 2

Escola de Ciência da Informação - - - - 0

Escola de Educação Física, 8 1 3 - 12


Fisioterapia e Terapia Ocupacional

Escola de Engenharia - - - - 0

Escola de Veterinária 19 3 2 9 34

Escola de Música - - - 2 2

Faculdade de Farmácia - - 3 1 4

Instituto de Geociências - - 1 - 1

Escola de Arquitetura 1 - 1 - 2

Faculdade de Odontologia - - - - 0

Instituto de Ciências Exatas 1 - - 1 2

Faculdade de Ciências Econômicas - 1 - - 1

Faculdade de Educação 4 - 1 4 9

Faculdade de Filosofia e Ciências 2 - 1 5 8


Humanas

Faculdade de Letras 1 - 1 - 2

Escola de Enfermagem 5 - 2 10 17

Faculdade de Medicina 2 - - 8 10

Faculdade de Direito - - - 5 6

Instituto de Ciências Agrárias 1 - 4 9 14

Instituto de Ciências Biológicas 1 - - - 1

Total 48 5 19 54 125
13

A partir da Tabela 2 é possível salientar que, em algumas unidades


acadêmicas, há ampla divulgação de materiais que dizem respeito à saúde mental
da comunidade. No entanto, observa-se que algumas unidades sequer possuem
divulgações de tais materiais nos respectivos sites, o que pode indicar outra forma
de divulgação de eventos, projetos, pesquisas e ações de acolhimento.
Dentre a classificação do material obtido pela busca das palavras-chaves
escolhidas, é notório que há grande divulgação de materiais sobre saúde mental,
seguido por divulgações de eventos que dizem a respeito do tema. Além disso, há
também um aumento na divulgação de eventos e ações de acolhimento e escuta
após o início da pandemia, bem como temáticas de incentivo à busca de ajuda
profissional para acompanhamento psicológico.
É importante refletir sobre a movimentação que vêm ocorrendo entre os
cursos/docentes/unidades para realizar os acolhimentos dos estudantes, haja vista
os 13 núcleos de escuta disponibilizados pela UFMG. Os núcleos estão
representados no Quadro 1.

Quadro 1: Núcleos de escuta da UFMG.


Assessoria de Escuta Acadêmica do CEGRAD – Faculdade de Medicina

Comissão de Apoio aos Estudantes – CAES da Escola de Enfermagem

Escuta Acadêmica da Escola de Veterinária

Escuta FAFAR da Faculdade de Farmácia

Escuta ICB disponibilizado no instituto de Instituto de Ciências Biológicas

Escuta Integrada FACE da Faculdade de Ciências Econômica

Fale com a FAE – Escuta Acadêmica / Administrativa da Faculdade de Educação

Núcleo de Acolhimento e Diálogo da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas

Departamento de Atenção à Saúde do Trabalhador

Ouvidoria da UFMG

Serviço de Psicologia Aplicada – SPA

Núcleo de apoio psicopedagógico aos Estudantes da Faculdade de Medicina – NAPEM

Programa de Apoio à Inclusão e Promoção à Acessibilidade (PIPA) desenvolvido pelo


Departamento de Terapia Ocupacional.
14

Por fim, existem unidades que fazem somente a divulgação de eventos,


projetos, programas e pesquisas relacionados ao acolhimento e escuta de
estudantes, enquanto outras unidades promovem tais ações. Ainda vale ressaltar
que algumas ações de acolhimento ocorrem pontualmente em algumas datas
durante o período letivo, por exemplo a semana de saúde mental, que acontece em
maio, encerrando-se com o desfile da Luta Antimanicomial no dia 18 de maio. Em
contrapartida há ações como o acolhimento da FUMP, PRAE, DAST e DAF, que
ocorrem continuamente durante o ano.

4.2 Pró-reitoria de Assuntos Estudantis

A Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE) é um departamento exclusivo


para lidar com assuntos estudantis, bem como planejar e organizar ações
destinadas ao público acadêmico. Possui três eixos políticos de atuação: ações
afirmativas, assistência estudantil e apoio a projetos de estudantes. A PRAE é
responsável por elaborar, coordenar e avaliar políticas que contribuam para a
permanência e o percurso acadêmico dos estudantes, segundo os princípios de
igualdade de oportunidades e de equidade de direitos na UFMG. É também,
responsável pela coordenação de ações culturais e de lazer, do projeto viver UFMG,
além de divulgar as ações de acolhimento à urgência e emergências e questões
relacionadas à pandemia do novo coronavírus (PRAE UFMG, S.D.).
Ao atuar em ações afirmativas, baseadas em políticas que promovem grupos
socialmente discriminados e não representados pela sociedade (população negra,
lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros ou transexuais, travestis, intersexualidades,
e gêneros não-binários), a PRAE tem como objetivo promover políticas e reunir
esforços para reverter situações discriminatórias. Além disso, a PRAE também
promove a assistência estudantil a alunos em situação de vulnerabilidade
socioeconômica e risco social. Dentre as ações de assistência estudantis
encontram-se programas de alimentação, moradias universitárias, assistência à
saúde, bolsas e estágios e contribuição para a assistência estudantil, tais ações
15

ocorrem em conjunto com a Fundação Universitária Mendes Pimentel (FUMP)


(PRAE UFMG, S.D.).

4.3 Fundação Universitária Mendes Pimentel

A FUMP é um órgão da UFMG responsável pela manutenção dos


restaurantes universitários, das moradias universitárias e de assistência estudantil
aos alunos de baixa condição socioeconômica. Como dito anteriormente, é
responsável, juntamente com a PRAE, por dar assistência aos estudantes
universitários, garantindo o acesso à saúde, como atendimento médico,
odontológico e psicológico, bem como atendimento com assistentes sociais para
avaliação da condição socioeconômica e para garantir o acesso aos benefícios
(FUMP, S.D.).
A fundação possui um núcleo de escuta, no qual o estudante recebe o
atendimento de um assistente social ou psicólogo sem agendamento prévio. No
entanto, esse acolhimento é prioritariamente aos alunos assistidos pela FUMP, para
serem escutados, acolhidos, orientados, encaminhados a outros setores da própria
fundação e da UFMG. Oferece também apoio à comunidade indígena e quilombola,
a partir do programa de bolsa permanência, que é uma ação do governo federal
realizado por meio de auxílio financeiro pago diretamente ao estudante, pelo
Ministério da Educação (MEC) (FUMP, S.D.).

4.4 Departamento de Atenção à Saúde do Trabalhador

O DAST é um serviço de acolhimento breve destinado à comunidade


acadêmica, sejam estudantes, professores, servidores ou trabalhadores
terceirizados que precisem de atendimento de urgência ou emergência. Este serviço
foi instituído por meio da Portaria nº 01043, em 23 de abril de 1999, sob o nome
Serviço de Atenção à Saúde do Trabalhador (SAST). É composto por duas unidades
de acolhimento, uma no campus Pampulha e outra no campus Saúde (DAST UFMG,
S.D).
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O serviço desempenha atividades de perícia em saúde, vigilância aos


ambientes e processos de trabalho e à promoção da saúde, tendo como base a
Política de Atenção à Saúde do Servidor Público Federal. Compete ao DAST ações
de saúde do trabalhador, exames periódicos, levantamento de riscos ambientais,
avaliações para concessão de adicionais (insalubridade, periculosidade e raios x),
Perícia Oficial em Saúde, exame médico para posse de candidatos a cargos efetivos
da universidade, além da assessoria aos servidores da universidade em questões
que envolvem a saúde (DAST UFMG, S.D).

4.5 Divisão de Acompanhamento Funcional

A DAF é um serviço que integra o Departamento de Desenvolvimento de


Recursos Humanos, e é responsável pela avaliação de desempenho e pelo
acompanhamento funcional do servidor. É um espaço de acolhimento para o
profissional, que realiza uma escuta ativa de suas demandas. Isso significa que,
caso necessário, e sempre de acordo com a vontade do próprio servidor, a DAF
pode intervir para melhorar as condições de trabalho de um ambiente (SAÚDE
MENTAL: Qualidade de vida UFMG, S.D).
Apesar do DAST e da DAF serem serviços de relevância para a universidade,
ambos não possuem um site específico para detalhar suas características e divulgar
suas ações ao público. Os dois serviços estão descritos e disponíveis para acesso
aos contatos online no site da Comissão Permanente de Saúde Mental e no site da
Pró-reitoria de Recursos Humanos (SAÚDE MENTAL: Qualidade de vida UFMG,
S.D).

4.6 Comissão Permanente de Saúde Mental da UFMG

Em 2014 a Pró-Reitoria de Extensão criou a Rede Saúde Mental UFMG, com


objetivo de ser um espaço de discussões de projetos de pesquisas, programas de
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extensão e serviços de acolhimento, que discutem sobre a saúde mental da


comunidade da UFMG. A rede foi criada a partir de discussões desenvolvidas pelo
Programa de Extensão em Atenção à Saúde Mental (PASME) e é composta por
profissionais de diversas áreas do conhecimento. Assim, em 2015, surge a
Comissão Institucional de Saúde Mental da UFMG (CISME), cujo objetivo se
respalda na promoção de diálogos entre a universidade e a comunidade e, com isso
foi proposta a elaboração de Princípios e Diretrizes da Política de Saúde Mental da
UFMG, finalizando sua atuação em 2016 (SAÚDE MENTAL: Princípios e Diretrizes
UFMG, S.D).
Dois anos depois, em 2018, foi criada a Comissão Permanente de Saúde
Mental da UFMG (CPSM), que se apresenta como um fórum permanente para a
formulação de ações e consolidação da Política de Saúde Mental da UFMG, visando
a o diálogo e a construção em conjunto com a comunidade universitária. Em 2017,
para alcançar a comunidade do campus de Montes Claros, o Instituto de Ciências
Agrárias instituiu a Comissão de Acompanhamento da Saúde Mental do ICA. Essa
comissão se propõe a promover espaços de escuta, acolhimento, eventos, por fim,
promover qualidade de vida e ambiente favorável ao desenvolvimento social, cultural
e psíquico do indivíduo (SAÚDE MENTAL: Princípios e Diretrizes UFMG, S.D).
Para apresentar a Comissão Permanente de Saúde Mental à comunidade da
UFMG, foram realizadas visitas às unidades acadêmicas, moradias e outros setores
administrativos. As visitas tinham como objetivos:
1. Realizar a escuta de experiências, propostas, demandas e sugestões
de questões de acolhimento e saúde mental pela visão das unidades;
2. Aproximar a comunidade acadêmica às ações da comissão;
3. Orientar e divulgar os fluxos institucionais em situações de urgência e
emergência;
4. Explicitar os serviços do SUS e da Rede de Atenção Psicossocial
(RAPS);
5. Promover a divulgação dos princípios e diretrizes da Política de Saúde
Mental da UFMG.
No ano de 2019, a Comissão em conjunto com a Rede Saúde Mental,
coordenou a VII Semana de Saúde Mental e Inclusão Social da UFMG cujo objetivo
era promover a reflexão da comunidade acadêmica sobre a construção de relações
18

e os efeitos das perdas de direitos e ameaça à democracia. A fim de conhecer o


público da UFMG, a Comissão também elaborou um questionário direcionado aos
diretores das unidades, para mapear as ações de acolhimento, os espaços de
convivência e projetos de ensino, pesquisa e extensão existentes, e as dificuldades
vivenciadas nas situações de urgências e emergências. A partir das respostas do
questionário, foi possível conhecer a realidade de cada unidade e também promover
a divulgação das ações de acolhimento (SAÚDE MENTAL: Princípios e Diretrizes
UFMG, S.D).
Em setembro de 2020, foi inaugurado o site de saúde mental da UFMG, pela
Comissão Permanente de Saúde Mental em parceria com o Centro de Comunicação
(Cedecom) da UFMG. A comissão é um fórum que cria ações e políticas de saúde
mental, apoia e dá suporte às iniciativas, ações, projetos e movimentos que
baseiam-se nas diretrizes e princípios da Política de saúde mental da UFMG. O site
foi criado para reunir diversas informações como ações de acolhimento, onde são
realizadas e como e onde procurar ajuda nas unidades da universidade. Além disso,
o site não se resume somente aos alunos, mas a toda a comunidade universitária
encontra ações e entidades de acolhimento, tais como professores, servidores, e
também família e amigos (SAÚDE MENTAL: Qualidade de vida UFMG, S.D).
O objetivo do site é aproximar a comunidade universitária e familiar das ações
de acolhimento existentes na universidade. Em toda a disposição do site há
informações de ações e canais de acolhimento, sejam eles criados pela ou para a
universidade, como ações da rede pública de saúde disponíveis a toda população,
como também canais de atendimento voltados especificamente para os integrantes
da universidade. Ao todo, o site apresenta 14 canais de acolhimento já ativos e 2
ainda em etapa de estruturação, correspondentes aos núcleos de escuta da escola
de Engenharia e Geociências. A maior parte desses canais atende em horário
comercial, entre 8h00 e 19h00, sendo apenas quatro canais com atendimento
disponível após 19h00, podendo se estender até às 22h00. Além dos canais de
acolhimento, o site também apresenta sete canais de atendimento especializado na
UFMG, com rede de profissionais da psicologia. Com exceção da FUMP, os canais
internos de atendimento só indicam a atuação nos campi de Belo Horizonte. Para o
campus de Montes Claros, o site também apresenta canais de acolhimento externo,
19

especificamente os contatos para o Centros de Apoio Psicossocial (SAÚDE


MENTAL: Qualidade de vida UFMG, S.D).
A página inicial do site também apresenta uma divisão das informações em
três categorias: (i) estudantes, (ii) servidores, e (iii) família e amigos. Essas
categorias apresentam a divisão de alguns artigos expositivos ou educacionais
sobre temas relacionados à saúde mental. As categorias de estudantes e servidores
contém sete artigos cada, enquanto a categoria para família e amigos apresenta
apenas dois artigos. Dentre as categorias de estudantes e servidores são
apresentadas publicações relacionadas à inclusão, acolhimento, promoção de
diversidade e cultura, qualidade de vida nos ambientes comuns da universidade,
promoção das relações interpessoais e da saúde mental da comunidade. Já em
relação à aba para família e amigos, as duas publicações são relativas a como
ajudar pessoas em situações de sofrimento mental (SAÚDE MENTAL: Qualidade de
vida UFMG, S.D).
O site apesar de ter sido inaugurado recentemente apresenta bastante
informações sobre acolhimento na universidade e os meios para acessá-los. Além
disso, ele é sucinto e direto, o que facilita o acesso à informações de forma objetiva,
permitindo assim a resolução de problema e o encontro do indivíduo ao serviço, seja
ele relacionado à universidade ou ao sistema único de saúde (SUS). Haja vista que
na tela inicial há um link “Precisa de ajuda? Saiba como”, no qual o indivíduo é
direcionado à uma página que descreve a urgência da situação e se tal situação é
com outra pessoa, assim em cada categoria há uma descrição sobre como proceder
(SAÚDE MENTAL: Qualidade de vida UFMG, S.D).
20

5. CONCLUSÃO

Pode-se constatar que os eventos divulgados para a comunidade acadêmica


ganham importância após sensibilização de professores e servidores da UFMG
diante do aumento no adoecimento dos estudantes universitários ao longo dos anos.
Em algumas unidades observa-se uma grande mobilização da administração para
promover e divulgar nos sites as ações de acolhimento que acontecem em toda a
UFMG, enquanto em outras não há registros disponíveis da temática pesquisada
nos sites.
Observa-se que há um grande número de ações de acolhimento direcionadas
aos estudantes de graduação, enquanto que para alunos de pós-graduação,
professores, servidores e trabalhadores terceirizados da universidade é visto um
menor número de ações promovidas exclusivamente para esse público. No entanto,
os serviços de urgência e emergência estão disponíveis no DAST para toda a
comunidade universitária. É importante ressaltar a importância da DAST e do DAF
para a comunidade da UFMG e também sobre a necessidade de transmitir os
objetivos e as potencialidades do serviço àquela pessoa que precisa do acolhimento.
É possível que existam ações de acolhimento desenvolvidas por todas as
unidades da UFMG. No entanto, muitas dessas unidades não fazem a divulgação
dessas ações nos próprios sites e podem usar de outros recursos para divulgá-las,
como o direcionamento de email e cartazes distribuídos pelos murais das unidades.
Diante disso, pode-se discutir que a falta da divulgação das ações de acolhimento
nos sites institucionais podem gerar desconhecimento dos integrantes da
comunidade universitária, além da padronização da divulgação dessas ações por
todas as unidades da UFMG em seus sites, a fim de obter maior alcance informativo
ao público da universidade.
Ainda, seria de grande importância a produção de um material padronizado e
direcionado amplamente para a comunidade acadêmica em conjunto com a
Comissão Permanente de Saúde Mental, devido à importância das discussões e às
ações promovidas pela equipe que a compõem. O objetivo desse material se
21

relacionaria com a criação de uma lista das ações de acolhimento contínuas, bem
como onde podem ser acessadas e como é o funcionamento e organização dessas
ações e serviços.
Além disso, com o cenário pandêmico em 2020 e 2021, mais ações foram
elaboradas para acolher os alunos e servidores durante o isolamento social.
Houveram ainda, mobilizações de setores administrativos para acolher e auxiliar os
estudantes durante esse período. Tais mobilizações foram feitas a partir de
acolhimentos virtuais, eventos realizados em lives sobre a temática, rodas de
conversas, campanhas de escutas e divulgações de serviços externos à
universidade, como o Centro de Valorização da Vida. No entanto, seria de grande
relevância que a UFMG dê continuidade à essas ações mesmo após a pandemia.
Uma vez que esses serviços podem ser modificados para outros objetivos e que
incorporem as ações de acolhimento já realizadas, a fim de ampliar o acesso da
comunidade acadêmica às ações de acolhimento.
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