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DIREITO PENAL P/ PC-PR (2018) Ð ESCRIVÌO
Teoria e quest›es
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
AULA DEMO
INFRA‚ÌO PENAL.
DO CRIME - CONCEITO. ELEMENTOS (PARTE I): FATO
TêPICO; CLASSIFICA‚ÌO DOS CRIMES (DOLOSO,
CULPOSO, CONSUMADO, TENTADO E IMPOSSêVEL).
ILICITUDE.
SUMçRIO
1 INFRA‚ÌO PENAL ................................................................................................. 6
1.1 Conceito ......................................................................................................... 6
1.2 Conceito de Crime .......................................................................................... 6
1.3 0
Contraven•‹o Penal ....................................................................................... 8
1.4 Sujeitos da infra•‹o penal .............................................................................. 9
1.4.1 Sujeito ativo.................................................................................................. 9
1.4.2 Sujeito Passivo ............................................................................................ 11
2 DO CRIME ........................................................................................................... 11
2.1 Fato t’pico e seus elementos ........................................................................ 12
2.1.1 Conduta ..................................................................................................... 12
2.1.2 Resultado natural’stico.................................................................................. 14
2.1.3 Nexo de Causalidade .................................................................................... 15
2.1.4 Tipicidade ................................................................................................... 22
2.2 Crime doloso e crime culposo ....................................................................... 23
2.2.1 Crime doloso ............................................................................................... 24
2.2.2 Crime culposo ............................................................................................. 26
2.2.3 Crime preterdoloso....................................................................................... 28
2.3 Crime consumado, tentado e imposs’vel ...................................................... 29
2.3.1 Iter criminis ................................................................................................ 29
2.3.1.1 Cogita•‹o (cogitatio) .............................................................................. 29
2.3.1.2 Atos preparat—rios (conatus remotus) ...................................................... 29
2.3.1.3 Atos execut—rios.................................................................................... 30
2.3.1.4 Consuma•‹o ......................................................................................... 31
2.3.1.5 Exaurimento ......................................................................................... 31
2.3.2 Tentativa .................................................................................................... 31
2.3.3 Crime imposs’vel ......................................................................................... 35
2.3.4 Desist•ncia volunt‡ria e arrependimento eficaz ................................................ 36
2.3.5 Arrependimento posterior.............................................................................. 37
2.3.6 Causas de exclus‹o do fato t’pico ................................................................... 40
2.3.6.1 Coa•‹o f’sica irresist’vel ......................................................................... 40
2.3.6.2 Erro de tipo inevit‡vel ............................................................................ 40
2.3.6.3 Sonambulismo e atos reflexos ................................................................. 41
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2.3.6.4 Insignific‰ncia e adequa•‹o social da conduta ........................................... 41
2.4 Ilicitude ....................................................................................................... 41
2.4.1 Estado de necessidade .................................................................................. 42
2.4.2 Leg’tima defesa ........................................................................................... 44
2.4.3 Estrito cumprimento do dever legal ................................................................ 47
2.4.4 Exerc’cio regular de direito ............................................................................ 48
2.4.5 Consentimento do ofendido ........................................................................... 49
2.4.6 Excesso pun’vel ........................................................................................... 49
3 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES ............................................................... 49
4 SòMULAS PERTINENTES ..................................................................................... 52
4.1 Sœmulas do STJ ............................................................................................ 52
5 RESUMO .............................................................................................................. 52
6 EXERCêCIOS DA AULA ......................................................................................... 59
7 EXERCêCIOS COMENTADOS ................................................................................. 82
8 GABARITO ........................................................................................................ 125
ƒ com imenso prazer que estou aqui, mais uma vez, pelo ESTRATƒGIA
CONCURSOS, tendo a oportunidade de poder contribuir para a aprova•‹o de
voc•s no concurso da POLêCIA CIVIL DO ESTADO DO PARANç (PC-PR). N—s
vamos estudar teoria e comentar exerc’cios sobre DIREITO PENAL, para o cargo
de ESCRIVÌO DE POLêCIA CIVIL.
E a’, povo, preparados para a maratona?
O edital ainda n‹o foi publicado, mas cresce a expectativa pela
realiza•‹o do novo concurso, pois j‡ foi autorizada a realiza•‹o do certame,
com 100 vagas para Escriv‹o!
Bom, est‡ na hora de me apresentar a voc•s, certo?
Meu nome Ž Renan Araujo, tenho 30 anos, sou Defensor Pœblico
Federal desde 2010, atuando na Defensoria Pœblica da Uni‹o no Rio de Janeiro,
e mestre em Direito Penal pela Faculdade de Direito da UERJ. Antes,
porŽm, fui servidor da Justi•a Eleitoral (TRE-RJ), onde exerci o cargo de
TŽcnico Judici‡rio, por dois anos. Sou Bacharel em Direito pela UNESA e p—s-
graduado em Direito Pœblico pela Universidade Gama Filho.
Minha trajet—ria de vida est‡ intimamente ligada aos Concursos Pœblicos.
Desde o come•o da Faculdade eu sabia que era isso que eu queria para a minha
vida! E querem saber? Isso faz toda a diferen•a! Algumas pessoas me perguntam
como consegui sucesso nos concursos em t‹o pouco tempo. Simples: Foco +
For•a de vontade + Disciplina. N‹o h‡ f—rmula m‡gica, n‹o h‡ ingrediente
secreto! Basta querer e correr atr‡s do seu sonho! Acreditem em mim, isso
funciona!
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ƒ muito gratificante, depois de ter vivido minha jornada de concurseiro,
poder colaborar para a aprova•‹o de outros tantos concurseiros, como um dia eu
fui! E quando eu falo em Òcolaborar para a aprova•‹oÓ, n‹o estou falando apenas
por falar. O EstratŽgia Concursos possui ’ndices alt’ssimos de aprova•‹o
em todos os concursos!
Neste curso voc•s receber‹o todas as informa•›es necess‡rias para que
possam ter sucesso na prova da PC-PR. Acreditem, voc•s n‹o v‹o se
arrepender! O EstratŽgia Concursos est‡ comprometido com sua
aprova•‹o, com sua vaga, ou seja, com voc•!
Mas Ž poss’vel que, mesmo diante de tudo isso que eu disse, voc• ainda
n‹o esteja plenamente convencido de que o EstratŽgia Concursos Ž a melhor
escolha. Eu entendo voc•, j‡ estive deste lado do computador. Ës vezes Ž dif’cil
escolher o melhor material para sua prepara•‹o. Contudo, alguns colegas de
caminhada podem te ajudar a resolver este impasse:
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AULA CONTEòDO DATA
Infra•‹o penal. Teoria do Delito 15.02
Aula 00
(parte I): tipicidade e ilicitude.
Teoria do Delito (parte II):
Aula 01 culpabilidade. Imputabilidade penal. 22.02
Erro.
Aula 02 Concurso de pessoas 03.03
Punibilidade e Extin•‹o da
Aula 03
punibilidade. 10.03
Aula 04 Crimes contra a pessoa 20.03
Aula 05 Crimes contra o patrim™nio 30.03
Crimes praticados por funcion‡rio 07.04
Aula 06 pœblico contra a administra•‹o em
geral
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edital com a profundidade necess‡ria, a fim de que o aluno possa esclarecer
pontos mais complexos, fixar aqueles pontos mais relevantes, etc.
E-mail: profrenanaraujo@gmail.com
Periscope: @profrenanaraujo
Facebook: www.facebook.com/profrenanaraujoestrategia
Instagram: www.instagram.com/profrenanaraujo/?hl=pt-br
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1! INFRA‚ÌO PENAL
1.1!Conceito
A infra•‹o penal Ž um fen™meno social, disso ninguŽm duvida. Mas como
defini-la?
Podemos conceituar infra•‹o penal como:
1.2!Conceito de Crime
Muito se buscou na Doutrina acerca disso, tendo surgido inœmeras posi•›es
a respeito. Vamos tratar das principais.
O Crime pode ser entendido sob tr•s aspectos: Material, legal e anal’tico.
Sob o aspecto material, crime Ž toda a•‹o humana que lesa ou exp›e
a perigo um bem jur’dico de terceiro, que, por sua relev‰ncia, merece a
prote•‹o penal. Esse aspecto valoriza o crime enquanto conteœdo, ou seja,
busca identificar se a conduta Ž ou n‹o apta a produzir uma les‹o a um bem
jur’dico penalmente tutelado.
Assim, se uma lei cria um tipo penal dizendo que Ž proibido chorar em
pœblico, essa lei n‹o estar‡ criando uma hip—tese de crime em seu sentido
material, pois essa conduta NUNCA SERç crime em sentido material, pois
n‹o produz qualquer les‹o ou exposi•‹o de les‹o a bem jur’dico de quem quer
que seja. Assim, ainda que a lei diga que Ž crime, materialmente n‹o o ser‡.
Sob o aspecto legal, ou formal, crime Ž toda infra•‹o penal a que a lei
comina pena de reclus‹o ou deten•‹o. Nos termos do art. 1¡ da Lei de
Introdu•‹o ao CP:
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Art 1¼ Considera-se crime a infra•‹o penal que a lei comina pena de reclus‹o ou de
deten•‹o, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa;
contraven•‹o, a infra•‹o penal a que a lei comina, isoladamente, pena de pris‹o simples ou
de multa, ou ambas. alternativa ou cumulativamente.
CRIMES
INFRAÇÕES
PENAIS
CONTRAVENÇÕES
PENAIS
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Todos os tr•s aspectos (material, legal e anal’tico) est‹o presentes no nosso
sistema jur’dico-penal. De fato, uma conduta pode ser materialmente crime
(furtar, por exemplo), mas n‹o o ser‡ se n‹o houver previs‹o legal (n‹o ser‡
legalmente crime). Poder‡, ainda, ser formalmente crime (no caso da lei que
citei, que criminalizava a conduta de chorar em pœblico), mas n‹o o ser‡
materialmente se n‹o trouxer les‹o ou amea•a a les‹o de algum bem jur’dico de
terceiro.
Desta forma:
MATERIAL
CONCEITO DE TEORIA
FORMAL
CRIME BIPARTIDA
TEORIA
QUADRIPARTIDA
Esse œltimo conceito de crime (sob o aspecto anal’tico), Ž o que vai nos
fornecer os subs’dios para que possamos estudar os elementos do crime (Fato
t’pico, ilicitude e culpabilidade). Entretanto, isso Ž tema para nossa pr—xima aula
apenas!
1.3!Contraven•‹o Penal
As contraven•›es penais s‹o infra•›es penais que tutelam bens jur’dicos
menos relevantes para a sociedade e, por isso, as penas previstas para as
contraven•›es s‹o bem mais brandas. Nos termos do art. 1¡ do da Lei de
Introdu•‹o ao C—digo Penal:
Art 1¼ Considera-se crime a infra•‹o penal que a lei comina pena de reclus‹o ou de
deten•‹o, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa;
contraven•‹o, a infra•‹o penal a que a lei comina, isoladamente, pena de pris‹o simples ou
de multa, ou ambas. alternativa ou cumulativamente.
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o legislador estabelece qual conduta ser‡ considerada crime e qual conduta ser‡
considerada contraven•‹o, de acordo com sua no•‹o de lesividade para a
sociedade.
Mas professor, qual Ž a diferen•a pr‡tica em saber se a conduta Ž
crime ou contraven•‹o? Muitas, meu caro! Vejamos:
CRIMES CONTRAVEN‚ÍES
Admitem tentativa (art. 14, II). N‹o se admite puni•‹o de
contraven•‹o na modalidade
tentada. Ou se pratica a contraven•‹o
consumada ou se trata de um indiferente
penal.
Se cometido crime, tanto no A pr‡tica de contraven•‹o no exterior
Brasil quanto no estrangeiro, e n‹o gera efeitos penais, inclusive para
vier o agente a cometer fins de reincid•ncia. S— h‡ efeitos penais
contraven•‹o, haver‡ em rela•‹o ˆ contraven•‹o praticada no
reincid•ncia. Brasil!
Tempo m‡ximo de cumprimento Tempo m‡ximo de cumprimento de
de pena: 30 anos. pena: 05 anos.
Aplicam-se as hip—teses de N‹o se aplicam as hip—teses de
extraterritorialidade (alguns extraterritorialidade do art. 7¡ do
crimes cometidos no C—digo Penal.
estrangeiro, em determinadas
circunst‰ncias, podem ser
julgados no Brasil)
N‹o se prendam a estas diferen•as! Para o estudo desta aula o que importa
Ž saber que Hç DIFEREN‚AS PRçTICAS entre ambos.
Portanto, crime e contraven•‹o s‹o termos relacionados ˆ mesma
categoria (infra•‹o penal), mas n‹o se confundem, existindo diferen•as
pr‡ticas entre ambos.
1.4.1!Sujeito ativo
Sujeito ativo Ž a pessoa que pratica a conduta descrita no tipo penal.
Entretanto, atravŽs do concurso de pessoas, ou concurso de agentes, Ž poss’vel
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que alguŽm seja sujeito ativo de uma infra•‹o penal sem que realize a
conduta descrita no tipo penal.
EXEMPLO: Pedro atira contra Paulo, vindo a causar-lhe a morte. Pedro Ž
sujeito ativo do crime de homic’dio, previsto no art. 121 do C—digo Penal, isso
n‹o se discute. Mas tambŽm ser‡ sujeito ativo do crime de homic’dio, Jo‹o, que
lhe emprestou a arma e lhe encorajou a atirar. Embora Jo‹o n‹o tenha realizado
a conduta prevista no tipo penal, pois n‹o praticou a conduta de Òmatar alguŽmÓ,
auxiliou material e moralmente Pedro a faz•-lo.
Somente o ser humano, em regra, pode ser sujeito ativo de uma
infra•‹o penal. Os animais, por exemplo, n‹o podem ser sujeitos ativos da
infra•‹o penal, embora possam ser instrumentos para a pr‡tica de crimes.
Modernamente, tem se admitido a RESPONSABILIDADE PENAL DA
PESSOA JURêDICA, ou seja, tem se admitido que a pessoa jur’dica seja
considerada SUJEITO ATIVO DE INFRA‚ÍES PENAIS.
Embora boa parte da DOUTRINA discorde desta corrente, por inœmeras
raz›es, temos que estud‡-la.
A Constitui•‹o de 1988 trouxe, em seu art. 225, ¤ 3¡, estabelece que:
¤ 3¼ - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitar‹o os
infratores, pessoas f’sicas ou jur’dicas, a san•›es penais e administrativas,
independentemente da obriga•‹o de reparar os danos causados.
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cl‡ssica, mais recentemente o STF e o STJ DISPENSARAM o requisito da
dupla imputa•‹o. Ou seja, atualmente n‹o mais se exige a chamada
Òdupla imputa•‹oÓ.
Em regra, a Lei Penal Ž aplic‡vel a todas as pessoas indistintamente.
Entretanto, em rela•‹o a algumas pessoas, existem disposi•›es especiais
do C—digo Penal. S‹o as chamadas imunidades diplom‡ticas (diplom‡ticas e de
chefes de governos estrangeiros) e parlamentares (referentes aos membros do
Poder Legislativo).
1.4.2!Sujeito Passivo
O sujeito passivo nada mais Ž que aquele que sofre a ofensa causada
pelo sujeito ativo. Pode ser de duas espŽcies:
1)! Sujeito passivo mediato ou formal Ð ƒ o Estado, pois a ele pertence
o dever de manter a ordem pœblica e punir aqueles que cometem crimes.
Todo crime possui o Estado como sujeito passivo mediato, pois todo crime
Ž uma ofensa ao Estado, ˆ ordem estatu’da;
2)! Sujeito passivo imediato ou material Ð ƒ o titular do bem jur’dico
efetivamente lesado. Por exemplo: A pessoa que sofre a les‹o no crime
de les‹o corporal (art. 129 do CP), o dono do carro roubado no crime de
roubo (art. 157 do CP), etc.
2! DO CRIME
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2.1! Fato t’pico e seus elementos
O fato t’pico tambŽm se divide em elementos, s‹o eles:
¥! Conduta humana (alguns entendem poss’vel a conduta de
pessoa jur’dica)
¥! Resultado natural’stico
¥! Nexo de causalidade
¥! Tipicidade
2.1.1!Conduta
Tr•s s‹o as principais teorias1 que buscam explicar a conduta: Teoria
causal-natural’stica (ou cl‡ssica), finalista e social.
Para a teoria causal-natural’stica, conduta Ž a a•‹o humana. Assim,
basta que haja movimento corporal para que exista conduta. Esta teoria est‡
praticamente abandonada, pois entende que n‹o h‡ necessidade de se analisar
o conteœdo da vontade do agente nesse momento, guardando esta an‡lise (dolo
ou culpa) para quando do estudo da culpabilidade.2
EXEMPLO: JosŽ est‡ conversando com Maria na rua, quando Paulo d‡ um susto
em JosŽ que, mediante um movimento reflexo, acerta um tapa em Tiago, que
passava pelo local, causando-lhe les‹o corporal leve. Neste caso, para a teoria
causalista, o importante seria saber se foi o movimento corporal de JosŽ que
provocou o resultado. No caso, de fato foi JosŽ quem provocou a les‹o corporal
em Tiago. Assim, para a teoria causalista, neste exemplo ter’amos uma conduta
penalmente relevante, j‡ que o movimento corporal de JosŽ provocou a les‹o em
Tiago. Para esta teoria, portanto, seria irrelevante, neste momento, saber se JosŽ
agiu com dolo ou culpa, o que s— seria analisado futuramente, para definir se
havia ou n‹o culpabilidade.
1
Temos, ainda, outras teorias de menor relev‰ncia para fins de concurso, como a teoria funcionalista
teleol—gica de CLAUS ROXIN, segundo a qual a no•‹o de ÒcondutaÓ deve estar vinculada ˆ fun•‹o do Direito
Penal (que Ž a de prote•‹o de bens jur’dicos). Logo, conduta seria a a•‹o ou omiss‹o, dolosa ou culposa,
que provoque (ou seja destinada a provocar) uma ofensa relevante ao bem jur’dico.
H‡, ainda, o funcionalismo sist•mico (tambŽm chamado de radical), cujo principal expoente Ž JAKOBS.
Para essa teoria a conduta deve ser analisada com base na fun•‹o que o Direito Penal cumpre no sistema
social, mais precisamente, a fun•‹o de reafirmar a ordem violada pelo ato criminoso. Assim, para esta teoria,
a conduta seria a a•‹o ou omiss‹o, dolosa ou culposa, que viola o sistema e frustra a expectativa normativa
(expectativa de que todos cumpram a norma). Importa saber, portanto, se houve viola•‹o ˆ norma, n‹o
importando se h‡ alguma ofensa a bens jur’dicos.
2
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 287/288
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Para a teoria finalista, que foi idealizada por Hans Welzel, a conduta
humana Ž a a•‹o (positiva ou negativa) volunt‡ria dirigida a uma determinada
finalidade. Assim:
Conduta = vontade + a•‹o ou
omiss‹o
EXEMPLO: Jo‹o olha para Roberto e o agride, por livre espont‰nea vontade.
Estamos diante de uma conduta (quis agir e agrediu) dolosa (quis o resultado).
Agora, se Jo‹o dirige seu carro, v• Roberto e sem querer, o atinge, estamos
diante de uma conduta (quis dirigir e acabou ferindo) culposa (n‹o quis o
resultado).
Ora, se a lei prev• que o erro sobre um elemento do tipo exclui o dolo e a
culpa, se inevit‡vel, ou somente o dolo, se evit‡vel, Ž porque entende que estes
elementos subjetivos est‹o no tipo (fato t’pico), n‹o na culpabilidade. Assim, a
conduta Ž, necessariamente, volunt‡ria.
A grande evolu•‹o da teoria finalista, portanto, foi conceber a conduta como
um Òacontecimento finalÓ4, ou seja, somente h‡ conduta quando o agir de alguŽm
Ž dirigido a alguma finalidade (seja ela l’cita ou n‹o).
Para terceira teoria, a teoria social, a conduta Ž a a•‹o humana, volunt‡ria
e que Ž dotada de alguma relev‰ncia social.5
3
DOTTI, RenŽ Ariel. Curso de Direito Penal, Parte Geral. 4. ed. S‹o Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 2012,
p. 397
4
DOTTI, RenŽ Ariel. Curso de Direito Penal, Parte Geral. 4. ed. S‹o Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 2012,
p. 396
5
DOTTI, RenŽ Ariel. Op. cit. p. 397
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H‡ cr’ticas a esta teoria, pois a relev‰ncia social n‹o seria um elemento
estruturante da conduta, mas uma qualidade que esta poderia ou n‹o possuir.
Assim, a conduta que n‹o fosse socialmente relevante continuaria sendo
conduta.6
Verifica-se, portanto, que a conduta, para fins penais, pode se dar por a•‹o
ou por omiss‹o.
2.1.2!Resultado natural’stico
O resultado natural’stico Ž a modifica•‹o do mundo real provocada
pela conduta do agente.7
Entretanto, apenas nos crimes chamados materiais se exige um
resultado natural’stico. Nos crimes formais e de mera conduta n‹o h‡ essa
exig•ncia.
Os crimes formais s‹o aqueles nos quais o resultado natural’stico pode
ocorrer, mas a sua ocorr•ncia Ž irrelevante para o Direito Penal. J‡ os crimes de
mera conduta s‹o crimes em que n‹o h‡ um resultado natural’stico poss’vel.
Vou dar um exemplo de cada um dos tr•s:
¥! Crime material Ð Homic’dio. Para que o homic’dio seja consumado, Ž
necess‡rio que a v’tima venha a —bito. Caso isso n‹o ocorra, estaremos
diante de um homic’dio tentado (ou les›es corporais culposas);
¥! Crime formal Ð Extors‹o (art. 158 do CP). Para que o crime de extors‹o
se consume n‹o Ž necess‡rio que o agente obtenha a vantagem il’cita,
bastando o constrangimento ˆ v’tima;
¥! Crime de mera conduta Ð Invas‹o de domic’lio. Nesse caso, a mera
presen•a do agente, indevidamente, no domic’lio da v’tima caracteriza o
crime. N‹o h‡ um resultado previsto para esse crime. Qualquer outra
conduta praticada a partir da’ configura crime aut™nomo (furto, roubo,
homic’dio, etc.).
6
ROXIN, Claus. Derecho penal, parte general: Tomo I. Civitas. Madrid, 1997, p. 246/247
7
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 354
8
Pelo princ’pio da ofensividade, n‹o Ž poss’vel haver crime sem resultado jur’dico. BITENCOURT, Cezar
Roberto. Op. cit., p. 354
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2.1.3!Nexo de Causalidade
Nos termos do art. 13 do CP:
Art. 13 - O resultado, de que depende a exist•ncia do crime, somente Ž imput‡vel a
quem lhe deu causa. Considera-se causa a a•‹o ou omiss‹o sem a qual o resultado n‹o
teria ocorrido.
Assim, o nexo de causalidade pode ser entendido como o v’nculo que une
a conduta do agente ao resultado natural’stico ocorrido no mundo exterior.
Portanto, s— se aplica aos crimes materiais!
Algumas teorias existem acerca do nexo de causalidade:
¥!TEORIA DA EQUIVALæNCIA DOS ANTECEDENTES (OU DA CONDITIO
SINE QUA NON) Ð Para esta teoria, Ž considerada causa do crime toda conduta
sem a qual o resultado n‹o teria ocorrido. Assim, para se saber se uma conduta
Ž ou n‹o causa do crime, devemos retir‡-la do curso dos acontecimentos e ver
se, ainda assim, o crime ocorreria (Processo hipotŽtico de elimina•‹o de
ThyrŽn). EXEMPLO: Marcelo acorda de manh‹, toma cafŽ, compra uma arma e
encontra Jœlio, seu desafeto, disparando tr•s tiros contra ele, causando-lhe a
morte. Retirando-se do curso o cafŽ tomado por Marcelo, conclu’mos que o
resultado teria ocorrido do mesmo jeito. Entretanto, se retirarmos a compra da
arma do curso do processo, o crime n‹o teria ocorrido.
O inconveniente claro desta teoria Ž que ela permite que se coloquem como
causa situa•›es absurdas, como a venda da arma ou atŽ mesmo o nascimento
do agente, j‡ que se os pais n‹o tivessem colocado a crian•a no mundo, o crime
n‹o teria acontecido. Isso Ž um absurdo!
Assim, para solucionar o problema, criou-se outro filtro que Ž o dolo.
Logo, s— ser‡ considerada causa a conduta que Ž indispens‡vel ao
resultado e que foi querida pelo agente. Assim, no exemplo anterior, o
vendedor da arma n‹o seria responsabilizado, pois nada mais fez que vender seu
produto, n‹o tendo a inten•‹o (nem sequer imaginou) de ver a morte de Jœlio.
Nesse sentido:
CAUSA = conduta indispens‡vel ao resultado + que tenha
sido prevista e querida por quem a praticou
Podemos dizer, ent‹o, que a causalidade aqui n‹o Ž meramente f’sica, mas
tambŽm, psicol—gica.
Essa foi a teoria adotada pelo C—digo Penal, como regra.
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independente que, por si s—, produz o resultado9. Como assim? Vamos
explicar desde o come•o!
As concausas s‹o circunst‰ncias que atuam paralelamente ˆ conduta
do agente em rela•‹o ao resultado. As concausas podem ser: absolutamente
independentes e relativamente independentes.
As concausas absolutamente independentes s‹o aquelas que n‹o se
juntam ˆ conduta do agente para produzir o resultado, e podem ser
preexistentes (existiam antes da conduta), concomitantes (surgiram durante a
conduta) e supervenientes (surgiram ap—s a conduta). Exemplos:
EXEMPLO (1) Pedro resolve matar Jo‹o, e coloca veneno em seu drink.
PorŽm, Pedro n‹o sabe que Marcelo tambŽm queria matar Jo‹o e minutos
antes tambŽm havia colocado veneno no drink de Jo‹o, que vem a morrer em
raz‹o do veneno colocado por Marcelo. Nesse caso, a concausa preexistente
(conduta de Marcelo) produziu por si s— o resultado (morte). Nesse caso, Pedro
responder‡ somente por tentativa de homic’dio.
__________________________________________________
EXEMPLO (2) Pedro resolve matar Jo‹o, e come•a a disparar contra ele
projŽteis de arma de fogo. Entretanto, durante a execu•‹o, o teto da casa de
Jo‹o desaba sobre ele, vindo a causar-lhe a morte. Aqui, a causa concomitante
(queda do teto) produziu isoladamente o resultado (morte). Portanto, Pedro
responde somente por homic’dio tentado.
__________________________________________________
EXEMPLO (3) Pedro resolve matar Jo‹o, desta vez, ministrando em sua
bebida certa dose de veneno. Entretanto, antes que o veneno fa•a efeito,
Marcelo aparece e dispara 10 tiros de pistola contra Jo‹o, o mantando. Nesse
caso, Pedro responder‡ somente por homic’dio tentado.
__________________________________________________
Em todos estes casos o agente NÌO responde pelo resultado ocorrido.
Por qual motivo? Sua conduta NÌO FOI a causa da morte (aplica-se a
pr—pria e j‡ falada teoria da equival•ncia dos antecedentes). Se suprimirmos
a conduta de cada um destes agentes (nos tr•s exemplos), o resultado morte
ainda assim teria ocorrido da mesma forma. Logo, a conduta dos agentes
NÌO Ž considerada causa.
9
CUNHA, RogŽrio Sanches. Manual de Direito Penal. Parte Especial. 7¼ edi•‹o. Ed. Juspodivm. Salvador,
2015, p. 232/233
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Mais uma vez, vou dar um exemplo de cada uma das tr•s e explicar quais
os efeitos jur’dico-penais em rela•‹o ao agente. Primeiro come•arei pelas
preexistentes e concomitantes. Ap—s, falarei especificamente sobre as
supervenientes.
EXEMPLO (1) Caio decide matar Maria, desferindo contra ela golpes de fac‹o,
causando-lhe a morte. Entretanto, Maria era hemof’lica (condi•‹o conhecida
por Caio), tendo a doen•a contribu’do em grande parte para seu —bito.
Nesse caso, embora a doen•a (concausa preexistente) tenha contribu’do para
o —bito, Caio responde por homic’dio consumado. Por qual motivo? Sua
conduta FOI a causa da morte (aplica-se a pr—pria e j‡ falada teoria da
equival•ncia dos antecedentes). Se suprimirmos a conduta de Caio, o
resultado teria ocorrido? N‹o. Caio teve a inten•‹o de produzir o resultado?
Sim. Logo, responde pelo resultado (homic’dio consumado).
___________________________________________________
EXEMPLO (2) Pedro resolve matar Jo‹o, e coloca em seu drink determinada
dose de veneno. Ao mesmo tempo, Ricardo faz a mesma coisa. Pedro e Ricardo
querem a mesa coisa, mas n‹o se conhecem nem sabem da conduta um do
outro. Jo‹o ingere a bebida e acaba falecendo. A per’cia comprova que
qualquer das doses de veneno, isoladamente, n‹o seria capaz de produzir o
resultado. PorŽm, a soma de esfor•os de ambas (a soma das quantidades de
veneno) produziu o resultado. Assim, Pedro responde por homic’dio
consumado.
Por qual motivo? Sua conduta FOI a causa da morte (aplica-se a pr—pria
e j‡ falada teoria da equival•ncia dos antecedentes). Se suprimirmos a
conduta de Pedro, o resultado teria ocorrido? N‹o. Pedro teve a inten•‹o de
produzir o resultado? Sim. Logo, responde pelo resultado (homic’dio
consumado).
AtŽ aqui n—s conseguimos resolver todos os casos pela teoria da equival•ncia
dos antecedentes, da seguinte forma:
¥! Nas concausas absolutamente independentes Ð Em todos os
casos a conduta do agente n‹o contribuiu para o resultado. Logo,
pelo ju’zo hip—tese de elimina•‹o, a conduta do agente n‹o foi causa.
Portanto, n‹o responde pelo resultado.
¥! Nas concausas relativamente independentes (Preexistentes e
concomitantes) Ð Em todos os casos a conduta do agente
contribuiu para o resultado. Logo, pelo ju’zo hip—tese de elimina•‹o,
a conduta do agente foi causa. Portanto, responde pelo resultado.
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§! A causa superveniente se agrega ao desdobramento natural da
conduta do agente e ajuda a produzir o resultado.
EXEMPLO (1) - Pedro resolve matar Jo‹o (insistente esse cara!), e dispara 25
tiros contra ele, usando seu Fuzil Autom‡tico Ligeiro-Fal, CALIBRE 7.62 (agora
vai!). Jo‹o fica estirado no ch‹o, Ž socorrido por uma ambul‰ncia e, no caminho
para o Hospital, sofre um acidente de carro (a ambul‰ncia bate de frente com
uma carreta) e vem a morrer em raz‹o do acidente, n‹o dos ferimentos
causados por Pedro.
Nesse caso, Pedro responde apenas por tentativa de homic’dio.
Por qual motivo? Sua conduta n‹o foi a causa da morte. Mas, se
suprimirmos a conduta de Pedro, o resultado teria ocorrido? N‹o. Pedro teve a
inten•‹o de produzir o resultado? Sim.
Ent‹o por que n‹o responde pelo resultado??
Aqui o CP adotou a teoria da causalidade adequada. A causa
superveniente (acidente de tr‰nsito) produziu por si s— o resultado, j‡ que o
acidente de ambul‰ncia n‹o Ž o desdobramento natural de um disparo de arma
de fogo (esse resultado n‹o Ž consequ•ncia natural e previs’vel da conduta do
agente10).
Perceba que a concausa superveniente (acidente de carro), apesar de
produzir sozinha o resultado, n‹o Ž absolutamente independente, pois
se n‹o fosse a conduta de Pedro, o acidente n‹o teria ocorrido (j‡ que a v’tima
n‹o estaria na ambul‰ncia).
Por isso dizemos que, aqui, temos:
§! Concausa superveniente relativamente independente Ð A conduta
de Pedro Ž relevante para o resultado.
§! Que por si s— produziu o resultado Ð Apesar disso, a conduta de Pedro
foi relevante apenas por CRIAR A SITUA‚ÌO, mas n‹o foi a respons‡vel
efetiva pela morte.
10
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal Ð Parte Geral. Ed. Saraiva, 21¼ edi•‹o. S‹o Paulo,
2015, p. 324/325
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§! No exemplo (1) Ð A conduta do agente Ž relevante em apenas um
momento: por criar a situa•‹o (necessidade de ser transportado pela
ambul‰ncia).
§! No exemplo (2) - A conduta do agente Ž relevante em dois
momentos: (a) cria a situa•‹o, ao fazer com que a v’tima tenha que
ser operada; (b) contribui para o pr—prio resultado (j‡ que a infec•‹o
do ferimento n‹o Ž um novo nexo causal).
AGENTE NÃO
RESPONDE PELO TEORIA DA
ABSOLUTAMENTE
INDEPENDENTES RESULTADO, POIS EQUIVALÊNCIA DOS
SUA CONDUTA ANTECEDENTES
NÃO FOI CAUSA.
0
PRODUZIU SOZINHA
RELATIVAMENTE O RESULTADO - NÃO
INDEPENDENTES TEORIA DA
RESPONDE PELO
CAUSALIDADE
RESULTADO. É
ADEQUADA
CAUSA, MAS NÃO É
CAUSA ADEQUADA.
SUPERVENIENTES
NÃO PRODUZIU
SOZINHA O
RESULTADO - TEORIA DA
EQUIVALÊNCIA DOS
RESPONDE PELO ANTECEDENTES
RESULTADO - FOI
CAUSA
11
ROXIN, Claus. Derecho penal, parte general: Tomo I. Civitas. Madrid, 1997, p. 362/411
12
ROXIN, Claus. Op. cit., p. 365
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cabe•a de Paulo e o empurra. Paulo cai no ch‹o e fratura levemente o bra•o.
Neste caso, JosŽ deu causa (causalidade f’sica) ˆs les›es corporais sofridas
por Paulo. Contudo, sua conduta n‹o criou nem aumentou um risco. Ao
contr‡rio, JosŽ diminuiu um risco, ao evitar a morte de Paulo.
b)! Risco deve ser proibido pelo Direito Ð Aquele que cria um risco de les‹o para
alguŽm, em tese n‹o comete crime, a menos que esse risco seja proibido pelo
Direito. Assim, o filho que manda os pais em viagem para a Europa, na
inten•‹o de que o avi‹o caia, os pais morram, e ele receba a heran•a, n‹o
comete crime, pois o risco por ele criado n‹o Ž proibido pelo Direito.
c)! Risco deve ser criado no resultado Ð Assim, um crime n‹o pode ser imputado
ˆquele que n‹o criou o risco para aquela ocorr•ncia. Explico: Imaginem que
JosŽ ateia fogo na casa de Maria. JosŽ causou um risco, n‹o permitido pelo
Direito. Deve responder pelo crime de inc•ndio doloso, art. 250 do CP.
Entretanto, Maria invade a casa em chamas para resgatar a œnica foto que
restou de seu filho falecido, sendo lambida pelo fogo, vindo a falecer. Nesse
caso, JosŽ n‹o responde pelo crime de homic’dio, pois o risco por ele criado
n‹o se insere nesse resultado, que foi provocado pela conduta exclusiva de
Maria.
A conduta humana, como se viu, pode ser uma a•‹o ou uma omiss‹o.
A quest‹o Ž: Qual Ž o resultado natural’stico que advŽm de uma omiss‹o?
Naturalisticamente nenhum, pois do nada, nada surge.
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Pena - deten•‹o, de um a seis meses, ou multa.
Como se v•, o tipo penal estabelece que aquele que n‹o fizer o que norma
determina responder‡ por aquele crime. Assim, no crime omissivo puro o agente
simplesmente descumpre a norma penal, que impunha o dever de agir.
Neste caso, Ž irrelevante avaliar se houve qualquer resultado (no exemplo,
Ž irrelevante saber se houve dano ˆ v’tima), pois o agente responde
criminalmente pelo simples fato de ter violado a norma penal, descumprindo o
mandamento.
Neste caso, Maria praticou um crime omissivo impr—prio. Isto porque Maria
tinha o espec’fico dever de prote•‹o e cuidado em rela•‹o ˆ sua filha, de
forma que tinha o dever de agir para impedir que a filha fosse v’tima daquele
crime, ou seja, tinha o dever de agir para impedir a ocorr•ncia do resultado.
Se nos crimes omissivos puros a an‡lise do resultado Ž irrelevante, porque
o agente responde simplesmente por ter se omitido, nos crimes omissivos
impuros a an‡lise do resultado Ž penalmente relevante, pois o pr—prio resultado
ser‡ imputado ˆquele que se omitiu. No exemplo anterior, portanto, Maria
responder‡ pelo pr—prio crime de estupro (no caso, estupro de vulner‡vel, art.
217-A do CP), pois tinha o dever legal espec’fico de agir para evitar o
resultado.
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ele imputado em raz‹o do descumprimento da norma (omitir-se, quando deveria
agir), num racioc’nio de presun•‹o: se o agente tivesse agido, possivelmente
teria evitado o resultado; como n‹o o fez, deve responder por ele.
RELAÇÃO DE
CRIMES CAUSALIDADE RESULTADO
COMISSIVOS FÍSICA OU NATURALÍSTICO
NATURAL
2.1.4!Tipicidade
A tipicidade pode ser de duas ordens: tipicidade formal e tipicidade
material.
A tipicidade formal nada mais Ž que a adequa•‹o da conduta do agente
a uma previs‹o t’pica (norma penal que prev• o fato e lhe descreve como
crime). Assim, o tipo do art. 121 Ž: Òmatar alguŽmÓ. Portanto, quando Marcio
esfaqueia Luiz e o mata, est‡ cometendo fato t’pico (tipicidade formal), pois est‡
praticando uma conduta que encontra previs‹o como tipo penal.
N‹o h‡ muito o que se falar acerca da tipicidade formal. Basta que o
intŽrprete proceda ao cotejo entre a conduta praticada no caso concreto e
a conduta prevista na Lei Penal (subsun•‹o). Se a conduta praticada se
amoldar ˆquela prevista na Lei Penal, o fato ser‡ t’pico, ou seja, haver‡
adequa•‹o t’pica, por estar presente o elemento ÒtipicidadeÓ.
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conjuga-se o art. 121 do CP com seu art. 14, II, que diz ser o crime pun’vel na
modalidade tentada.
13
BITENCOURT, Op. cit., p. 290/291
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2.2.1!Crime doloso
O dolo Ž o elemento subjetivo do tipo, consistente na vontade, livre e
consciente, de praticar o crime (dolo direto), ou a assun•‹o do risco produzido
pela conduta (dolo eventual). Nos termos do art. 18 do CP:
Art. 18 - Diz-se o crime: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Crime doloso(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;(Inclu’do pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
14
A Òconsci•ncia da ilicitudeÓ, inclusive, pode ser real (quando o agente sabe que sua conduta Ž contr‡ria
ao direito) ou meramente potencial (quando, apesar de n‹o saber que sua conduta Ž contr‡ria ao Direito,
tinha condi•›es intelectuais para ter este conhecimento).
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H‡, ainda, o que a Doutrina chama de dolo indireto. O dolo indireto se
divide em dolo eventual e dolo alternativo.
O dolo eventual consiste na consci•ncia de que a conduta pode gerar um
resultado criminoso, mais a assun•‹o desse risco, mesmo diante da probabilidade
de algo dar errado. Trata-se de hip—tese na qual o agente n‹o tem vontade de
produzir o resultado criminoso, mas, analisando as circunst‰ncias, sabe que este
resultado pode ocorrer e n‹o se importa, age da mesma maneira.
EXEMPLO: Imagine que Renato, dono de um s’tio, e apreciador da pr‡tica do tiro
esportivo, decida levantar s‡bado pela manh‹ e praticar tiro no seu terreno,
mesmo sabendo que as balas possuem longo alcance e que h‡ casas na
vizinhan•a. Renato atŽ n‹o quer que ninguŽm seja atingido, mas sabe que isso
pode ocorrer e n‹o se importa, pratica a conduta assim mesmo. Nesse caso, se
Renato atingir alguŽm, causando-lhe les›es ou mesmo a morte, estar‡ praticando
homic’dio doloso por dolo eventual
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Exemplo: Imagine a m‹e que, querendo matar o pr—prio filho de 05
anos, o estrangula e, com medo de ser descoberta, o joga num rio.
Posteriormente a crian•a Ž encontrada e se descobre que a v’tima
morreu por afogamento. Nesse caso, embora a m‹e n‹o tenha querido
matar o filho afogado, mas por estrangulamento, isso Ž irrelevante
penalmente, importando apenas o fato de que a m‹e alcan•ou o fim
pretendido (morte do filho), ainda que por outro meio, devendo, pois,
responder por homic’dio consumado.
⇒! Dolo antecedente, atual e subsequente Ð O dolo antecedente Ž o
que se d‡ antes do in’cio da execu•‹o da conduta. O dolo atual Ž o que
est‡ presente enquanto o agente se mantŽm exercendo a conduta, e
o dolo subsequente ocorre quando o agente, embora tendo iniciado a
conduta com uma finalidade l’cita, altera seu ‰nimo, passando a agir
de forma il’cita. Esse œltimo caso Ž o que ocorre no caso, por exemplo,
do crime de apropria•‹o indŽbita (art. 168 do CP), no qual o agente
recebe o bem de boa-fŽ, obrigando-se devolv•-lo, mas,
posteriormente, muda de ideia e n‹o devolve o bem nas condi•›es
ajustadas, passando a agir de maneira il’cita.
2.2.2!Crime culposo
Se no crime doloso o agente quis o resultado, sendo este seu objetivo, ou
assumiu o risco de sua ocorr•ncia, embora n‹o fosse originalmente pretendido o
resultado, no crime culposo a conduta do agente Ž destinada a um determinado
fim (que pode ser l’cito ou n‹o), tal qual no dolo eventual, mas pela viola•‹o a
um dever de cuidado, o agente acaba por lesar um bem jur’dico de terceiro,
cometendo crime culposo.
A viola•‹o ao dever objetivo de cuidado pode se dar de tr•s maneiras:
¥! Neglig•ncia Ð O agente deixa de tomar todas as cautelas
necess‡rias para que sua conduta n‹o venha a lesar o bem jur’dico
de terceiro. ƒ o famoso relapso. Aqui o agente deixa de fazer algo
que deveria;
¥! Imprud•ncia Ð ƒ o caso do afoito, daquele que pratica atos
temer‡rios, que n‹o se coadunam com a prud•ncia que se deve ter
na vida em sociedade. Aqui o agente faz algo que a prud•ncia
n‹o recomenda;
¥! Imper’cia Ð Decorre do desconhecimento de uma regra tŽcnica
profissional. Assim, se o mŽdico, ap—s fazer todos os exames
necess‡rios, d‡ diagn—stico errado, concedendo alto ao paciente e
este vem a —bito em decorr•ncia da alta concedida, n‹o h‡
neglig•ncia, pois o profissional mŽdico adotou todos os cuidados
necess‡rios, mas em decorr•ncia de sua falta de conhecimento
tŽcnico, n‹o conseguiu verificar qual o problema do paciente, o que
acabou por ocasionar seu falecimento;
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A punibilidade da culpa se fundamenta no desvalor do resultado praticado
pelo agente, embora o desvalor da conduta seja menor, pois n‹o deriva de uma
deliberada a•‹o contr‡ria ao direito.
O CP prev• o crime culposo em seu art. 18, II:
Art. 18 - Diz-se o crime: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Crime culposo(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprud•ncia, neglig•ncia ou
imper’cia. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
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assim age. Entretanto, a diferen•a Ž que, enquanto no dolo eventual
o agente assume o risco de produzi-lo, n‹o se importando com
a sua ocorr•ncia, na culpa consciente o agente n‹o assume o
risco de produzir o resultado, pois acredita, sinceramente, que ele
n‹o ocorrer‡.
¥! Culpa pr—pria e culpa impr—pria Ð A culpa pr—pria Ž aquela na
qual o agente NÌO QUER O RESULTADO criminoso. ƒ a culpa
propriamente dita. Pode ser consciente, quando o agente prev• o
resultado como poss’vel, ou inconsciente, quando n‹o h‡ essa
previs‹o. Na culpa impr—pria, o agente quer o resultado, mas,
por erro inescus‡vel, acredita que o est‡ fazendo amparado
por uma causa excludente da ilicitude ou da culpabilidade. ƒ o
caso do pai que, percebendo um barulho na madrugada, se levanta e
avista um vulto, determinando sua imediata parada. Como o vulto
continua, o pai dispara tr•s tiros de arma de fogo contra a v’tima,
acreditando estar agindo em leg’tima defesa de sua fam’lia. No
entanto, ao verificar a v’tima, percebe que o vulto era seu filho de 16
anos que havia sa’do escondido para assistir a um show de Rock no
qual havia sido proibido de ir. Nesse caso, embora o crime seja
naturalmente doloso (pois o agente quis o resultado), por quest›es
de pol’tica criminal o C—digo determina que lhe seja aplicada a pena
correspondente ˆ modalidade culposa. Nos termos do art. 20, ¤ 1¡
do CP:
Art. 20 (...) ¤ 1¼ - ƒ isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas
circunst‰ncias, sup›e situa•‹o de fato que, se existisse, tornaria a a•‹o leg’tima.
N‹o h‡ isen•‹o de pena quando o erro deriva de culpa e o fato Ž pun’vel como
crime culposo.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
2.2.3!Crime preterdoloso
H‡ ainda a figura do crime preterdoloso (ou preterintencional). O
crime preterdoloso ocorre quando o agente, com vontade de praticar determinado
crime (dolo), acaba por praticar crime mais grave, n‹o com dolo, mas por culpa.
Um exemplo cl‡ssico Ž o crime de les‹o corporal seguida de morte, previsto no
art. 129, ¤ 3¡ do CP. Nesse crime o agente provoca les›es corporais na v’tima,
mediante conduta dolosa. No entanto, em raz‹o de sua imprud•ncia na execu•‹o
(excesso), acabou por provocar a morte da v’tima, que era um resultado n‹o
pretendido (culpa).
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A Doutrina distingue, no entanto, o crime preterdoloso do crime
qualificado pelo resultado15. Para a Doutrina, o crime qualificado pelo
resultado Ž um g•nero, do qual o crime preterdoloso Ž espŽcie. Um crime
qualificado pelo resultado Ž aquele no qual, ocorrendo determinado
resultado, teremos a aplica•‹o de uma circunst‰ncia qualificadora. Aqui
Ž irrelevante se o resultado que qualifica o crime Ž doloso ou culposo. No delito
preterdoloso, o resultado que qualifica o crime Ž, necessariamente, culposo. Ou
seja, h‡ dolo na conduta inicial e culpa em rela•‹o ao resultado que efetivamente
ocorre.
2.3.1!Iter criminis
O iter criminis Ž o Òcaminho do crimeÓ, ou seja, o itiner‡rio percorrido pelo
agente atŽ a consuma•‹o do delito.
O iter criminis pode ser dividido em 04 etapas:
15
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 337
16
Em raz‹o do princ’pio da Òexterioriza•‹o do fatoÓ ou Òmaterializa•‹o do fatoÓ, que impede a puni•‹o de
atitudes internas das pessoas.
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Ex.: JosŽ quer matar Maria. Para tanto, JosŽ vai atŽ uma loja e compra uma faca
bem grande.
Como regra, os atos preparat—rios s‹o impun’veis, j‡ que o agente n‹o
chega, sequer, a iniciar a execu•‹o do crime. Todavia, os atos preparat—rios ser‹o
pun’veis quando configurarem, por si s—, um delito aut™nomo.
Ex.: JosŽ quer falsificar v‡rias notas de R$ 100,00 (quer praticar o crime de
moeda falsa, art. 289 do CP). Assim, JosŽ compra um maquin‡rio destinado a
falsificar moeda. A princ’pio, essa conduta seria um mero ato preparat—rio
impun’vel. Todavia, neste espec’fico caso o CP j‡ criminaliza essa conduta
preparat—ria, estabelecendo um tipo penal aut™nomo, que Ž o crime de
Òpetrechos de falsifica•‹oÓ (art. 291 do CP17), ou seja, o CP j‡ considera crime a
aquisi•‹o do maquin‡rio!
==0==
17
Petrechos para falsifica•‹o de moeda
Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a t’tulo oneroso ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho,
instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado ˆ falsifica•‹o de moeda:
Pena - reclus‹o, de dois a seis anos, e multa.
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2.3.1.4! Consuma•‹o
Aqui o crime atinge sua realiza•‹o plena, havendo a presen•a de todos os
elementos que o comp›em, ou seja, o agente consegue realizar tudo o que o tipo
penal prev•, causando a ofensa jur’dica prevista na norma penal.
Temos, aqui, portanto, um crime completo e acabado.
2.3.1.5! Exaurimento
O exaurimento Ž uma etapa Òp—s-crimeÓ, ou seja, um acontecimento
posterior ˆ consuma•‹o do delito, n‹o alterando a tipifica•‹o da conduta.
Ex.: JosŽ pratica falso testemunho num processo que envolve Maria (crime de
falso testemunho consumado, art. 342 do CP). Ap—s isso, Maria Ž condenada em
raz‹o do testemunho falso de JosŽ (consequ•ncia que Ž mero exaurimento do
delito, n‹o alterando a tipifica•‹o do crime).
2.3.2!Tentativa
Todos os elementos citados como sendo partes integrantes do fato t’pico
(conduta, resultado natural’stico, nexo de causalidade e tipicidade) s‹o, no
entanto, elementos do crime material consumado, que Ž aquele no qual se
exige resultado natural’stico e no qual este resultado efetivamente ocorre.
Nos termos do art. 14 do CP:
Art. 14 - Diz-se o crime: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
I - consumado, quando nele se reœnem todos os elementos de sua defini•‹o legal; (Inclu’do
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
II - tentado, quando, iniciada a execu•‹o, n‹o se consuma por circunst‰ncias alheias ˆ
vontade do agente. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
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Assim, nos crimes tentados, por n‹o haver sua consuma•‹o (ocorr•ncia de
resultado natural’stico), n‹o estar‹o presentes, em regra, os elementos
ÒresultadoÓ e Ònexo de causalidadeÓ.
Disse Òem regraÓ, porque pode acontecer que um crime tentado produza
resultados, que ser‹o analisados de acordo com a conduta do agente e sua
aptid‹o para produzi-los.
EXEMPLO: Imaginem que Marcelo, visando ˆ morte de Rodrigo, dispare cinco
tiros de pistola contra ele. Rodrigo Ž baleado, fica paraplŽgico, mas sobrevive.
Nesse caso, como o objetivo n‹o era causar les‹o corporal, mas sim matar, o
crime n‹o foi consumado, pois a morte n‹o ocorreu. Entretanto, n‹o se pode
negar que houve resultado natural’stico e nexo causal, embora este resultado
n‹o tenha sido o pretendido pelo agente quando da pr‡tica da conduta
criminosa.
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Desta forma, o crime cometido na modalidade tentada n‹o Ž punido da
mesma maneira que o crime consumado, pois embora o desvalor da conduta (sua
reprovabilidade social) seja o mesmo do crime consumado, o desvalor do
resultado (suas consequ•ncias na sociedade) Ž menor, indiscutivelmente. Assim,
diz-se que o CP adotou a teoria dual’stica, realista ou objetiva da
punibilidade da tentativa.18
Mas qual o critŽrio para aplica•‹o da quantidade de diminui•‹o (1/3
ou 2/3)? Nesse caso, o Juiz deve analisar a proximidade de alcance do resultado.
Quanto mais pr—xima do resultado chegar a conduta, menor ser‡ a
diminui•‹o da pena, e vice-versa. No exemplo acima, como Marcelo quase
matou Rodrigo, chegando a deix‡-lo paraplŽgico, a diminui•‹o ser‡ a menor
poss’vel (1/3), pois o resultado esteve perto de se consumar. Entretanto, se
Marcelo tivesse errado todos os disparos, o resultado teria passado longe da
consuma•‹o, devendo o Juiz aplicar a redu•‹o m‡xima.
A tentativa pode ser:
18
Em contraposi•‹o ˆ Teoria objetiva h‡ a Teoria subjetiva, que sustenta que a punibilidade da tentativa
deveria estar atrelada ao fato de que o desvalor da conduta Ž o mesmo do crime consumado (Ž t‹o
reprov‡vel a conduta de ÒmatarÓ quanto a de Òtentar matarÓ). Para esta Teoria, a tentativa deveria ser
punida da mesma forma que o crime consumado (BITENCOURT, Op. cit., p. 536/537). Na verdade, adotou-
se no Brasil uma espŽcie de Teoria objetiva ÒtemperadaÓ ou mitigada. Isto porque a regra do art. 14, II
admite exce•›es, ou seja, existem casos na legisla•‹o p‡tria em que se pune a tentativa com a mesma pena
do crime consumado.
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ƒ poss’vel a mescla de espŽcies de tentativa entre as duas primeiras com
as duas œltimas (cruenta e imperfeita, incruenta e imperfeita, etc.), mas nunca
entre elas mesmas (ao mesmo tempo cruenta e incruenta ou perfeita e
imperfeita), por quest›es l—gicas.
19
Todavia, no excepcional caso de Òculpa impr—priaÓ, como o agente quis o resultado, mas est‡
recebendo a pena relativa ao crime culposo por quest›es de pol’tica criminal, ser‡ cab’vel a tentativa, pois
Ž poss’vel que o agente tente obter o resultado, por erro evit‡vel, n‹o consiga, e teremos um crime tentado,
Como o agente n‹o responder‡ pelo dolo, mas por culpa, poderemos ter um crime culposo em sua forma
tentada.
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¥! Crimes habituais Ð Nestes crimes, o agente deve praticar diversos atos,
habitualmente, a fim de que o crime se consume. Entretanto, o problema
Ž que cada ato isolado Ž um indiferente penal. Assim, ou o agente praticou
poucos atos isolados, n‹o cometendo crime, ou praticou os atos de forma
habitual, cometendo crime consumado. Exemplo: Crime de
curandeirismo, no qual ou o agente pratica atos isolados, n‹o praticando
crime, ou o faz com habitualidade, praticando crime consumado, nos
termos do art. 284, I do CP.
2.3.3!Crime imposs’vel
Nos termos do C—digo Penal:
Art. 17 - N‹o se pune a tentativa quando, por inefic‡cia absoluta do meio ou por absoluta
impropriedade do objeto, Ž imposs’vel consumar-se o crime.(Reda•‹o dada pela Lei n¼
7.209, de 11.7.1984)
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Na verdade, o crime imposs’vel Ž uma espŽcie de tentativa, com a
circunst‰ncia de que jamais poder‡ se tornar consuma•‹o, face ˆ
impropriedade do objeto ou do meio utilizado. Por isso, n‹o se pode punir a
tentativa nestes casos, eis que n‹o houve les‹o ou sequer exposi•‹o ˆ les‹o do
bem jur’dico tutelado, n‹o bastando para a puni•‹o do agente o mero desvalor
da conduta, devendo haver um m’nimo de desvalor do resultado.
20
O STJ j‡ sumulou entendimento, por exemplo, no sentido de que a presen•a de c‰meras e dispositivos
eletr™nicos de seguran•a em estabelecimentos comerciais n‹o afasta a possibilidade de consuma•‹o do
crime de furto. Assim, se o agente tenta sair do local com um produto escondido (furto), mas Ž detido pelos
seguran•as, n‹o h‡ crime imposs’vel, pois havia uma possibilidade, ainda que pequena, de que ele
conseguisse burlar o sistema e causar o preju’zo ao bem jur’dico tutelado (patrim™nio do estabelecimento)
21
BITENCOURT, Op. cit., p. 542/543.
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responde por homic’dio tentado (n‹o h‡ tentativa, lembram-se?), mas por
les›es corporais.
2.3.5!Arrependimento posterior
O arrependimento posterior, por sua vez, n‹o exclui o crime, pois
este j‡ se consumou, mas Ž causa obrigat—ria de diminui•‹o de pena.
Ocorre quando, nos crimes em que n‹o h‡ viol•ncia ou grave amea•a ˆ pessoa,
o agente, atŽ o recebimento da denœncia ou queixa, repara o dano provocado ou
restitui a coisa. Nos termos do art. 16 do CP:
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem viol•ncia ou grave amea•a ˆ pessoa, reparado o dano
ou restitu’da a coisa, atŽ o recebimento da denœncia ou da queixa, por ato volunt‡rio do
agente, a pena ser‡ reduzida de um a dois ter•os. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
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EXEMPLO: Imagine o crime de dano (art. 163 do CP), no qual o agente quebra
a vidra•a de uma padaria, revoltado com o esgotamento do p‹o franc•s naquela
tarde. Nesse caso, se antes do recebimento da queixa o agente ressarcir o
preju’zo causado, ele responder‡ pelo crime, mas a pena aplicada dever‡
ser diminu’da de um a dois ter•os.
QUADRO ESQUEMçTICO
INSTITUTO RESUMO CONSEQUæNCIAS
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criminosa (mesmo podendo Desconsidera-se o
continuar) e o resultado n‹o Òdolo inicialÓ, e o
ocorre. agente Ž punido
apenas pelos danos
que efetivamente
causou.
ARREPENDIMENTO O agente INICIA a pr‡tica da Responde apenas
EFICAZ conduta delituosa E COMPLETA A pelos atos j‡
EXECU‚ÌO DA CONDUTA, mas se praticados.
arrepende do que fez e toma as Desconsidera-se o
provid•ncias para que o resultado Òdolo inicialÓ, e o
inicialmente pretendido n‹o agente Ž punido
ocorra. O resultado NÌO apenas pelos danos
ocorre. que efetivamente
causou.
ARREPENDIMENTO O agente completa a execu•‹o da O agente tem a
POSTERIOR atividade criminosa e o pena reduzida de
resultado efetivamente 1/3 a 2/3.
ocorre. PorŽm, ap—s a ocorr•ncia
do resultado, o agente se
arrepende E REPARA O DANO ou
RESTITUI A COISA.
1.! S— pode ocorrer nos crimes
cometidos sem viol•ncia
ou grave amea•a ˆ
pessoa
2.! S— tem validade se ocorre
antes do recebimento da
denœncia ou queixa.
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CASO HAJA
ARREPENDIMENTO
CRIME SE RESPONDE
PELO CRIME
POSTERIOR =
CAUSA DE
CONSUMA CONSUMADO
DIMINUIÇÃO DE
PENA (1/3 a 2/3)
INÍCIO DA
AGENTE DESISTIU DA
EXECUÇÃO DO EXECUÇÃO
DELITO (DESISTÊNCIA
VOLUNTÁRIA) RESPONDE SÓ
PELOS ATOS
AGENTE COMPLETOU A PRATICADOS
CRIME NÃO SE EXECUÇÃO MAS SE
ARREPENDEU E EVITOU O
CONSUMA RESULTADO
(ARREPENDIMENTO EFICAZ)
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2.4!Ilicitude
J‡ vimos que a conduta deve ser considerada um fato t’pico para que o
primeiro elemento do crime esteja presente. Entretanto, isso n‹o basta. Uma
conduta enquadrada como fato t’pico pode n‹o ser il’cita perante o direito. Assim,
a antijuridicidade (ou ilicitude) Ž a condi•‹o de contrariedade da conduta
perante o Direito.
Estando presente o primeiro elemento (fato t’pico), presume-se
presente a ilicitude, devendo o acusado comprovar a exist•ncia de uma
causa de exclus‹o da ilicitude. Percebam, assim, que uma das fun•›es do fato
t’pico Ž gerar uma presun•‹o de ilicitude da conduta, que pode ser desconstitu’da
diante da presen•a de uma das causas de exclus‹o da ilicitude.
As causas de exclus‹o da ilicitude podem ser:
¥! GenŽricas Ð S‹o aquelas que se aplicam a todo e qualquer crime. Est‹o
previstas na parte geral do C—digo Penal, em seu art. 23;
¥! Espec’ficas Ð S‹o aquelas que s‹o pr—prias de determinados crimes, n‹o
se aplicando a outros. Por exemplo: Furto de coisas comum, previsto no art.
156, ¤2¡. Nesse caso, o fato de a coisa furtada ser comum retira a ilicitude
da conduta. PorŽm, s— nesse crime!
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(n‹o previstas na lei, mas que decorrem da l—gica, como o consentimento do
ofendido nos crimes contra bens dispon’veis).
2.4.1!Estado de necessidade
Est‡ previsto no art. 24 do C—digo Penal:
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de
perigo atual, que n‹o provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar,
direito pr—prio ou alheio, cujo sacrif’cio, nas circunst‰ncias, n‹o era razo‡vel exigir-
se.
!
O Brasil adotou a teoria unit‡ria de estado de necessidade, que
estabelece que o bem jur’dico protegido deve ser de valor igual ou superior
ao sacrificado, afastando-se em ambos os casos a ilicitude da conduta.
EXEMPLO: Marcos e Jo‹o est‹o num avi‹o que est‡ caindo. S— h‡ uma mochila
com paraquedas. Marcos agride Jo‹o atŽ causar-lhe a morte, a fim de que o
paraquedas seja seu e ele possa se salvar. Nesse caso, o bem jur’dico que
Marcos buscou preservar (vida) Ž de igual valor ao bem sacrificado (Vida de
Jo‹o). Assim, Marcos n‹o cometeu crime, pois agiu coberto por uma excludente
de ilicitude, que Ž o estado de necessidade.
22
Bitencourt sustenta que, apesar da ado•‹o da teoria unit‡ria, quando a escolha do agente por sacrificar
determinado bem em detrimento de outro n‹o for a mais correta de acordo com o Direito, mas puder ser
considerada como algo que qualquer pessoa acabaria fazendo da mesma forma, ter’amos o estado de
necessidade exculpante supralegal, ou seja, o Juiz poderia afastar a culpabilidade do agente por considerar
ser inexig’vel conduta diversa. BITENCOURT, Op. cit., p. 411/413
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¥! N‹o ter sido criada voluntariamente pelo agente (ou seja, se foi
ele mesmo quem deu causa, n‹o poder‡ sacrificar o direito de um
terceiro a pretexto de salvar o seu). EXEMPLO: O agente provoca ao
naufr‡gio de um navio e, para se salvar, mata um terceiro, a fim de
ficar com o œltimo colete dispon’vel. Nesse caso, embora os bens sejam
de igual valor, a situa•‹o de perigo foi criada pelo pr—prio agente, logo,
ele n‹o estar‡ agindo em estado de necessidade.23
¥! Perigo atual Ð O perigo deve estar ocorrendo. A lei n‹o permite o
estado de necessidade diante de um perigo futuro, ainda que iminente;
¥! A situa•‹o de perigo deve estar expondo ˆ les‹o um bem jur’dico
do pr—prio agente ou de um terceiro.
¥! O agente n‹o pode ter o dever jur’dico enfrentar o perigo.24
23
A Doutrina se divide quanto ˆ abrang•ncia da express‹o ÒvoluntariamenteÓ. Alguns sustentam que tanto
a causa•‹o culposa quanto a dolosa afastam a possibilidade de caracteriza•‹o do estado de necessidade
(Por todos, ASSIS TOLEDO). Outros defendem que somente a causa•‹o DOLOSA impede a caracteriza•‹o
do estado de necessidade (Por todos, DAMçSIO DE JESUS e CEZAR ROBERTO BITENCOURT). BITENCOURT,
Op. cit., p. 419
24
Todavia, a Doutrina entende que se n‹o h‡ mais como enfrentar a situa•‹o, Ž poss’vel alegar o estado
de necessidade, mesmo por aquele que teria o dever de enfrentar o perigo. Entende-se que n‹o se pode
exigir do agente um ato de hero’smo, sacrificando a pr—pria vida em prol de terceiros.
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da exist•ncia dos outros coletes), excluir‡ a imputa•‹o do delito (a
maioria da Doutrina entende que teremos exclus‹o da culpabilidade).
J‡ se o erro for inescus‡vel (o agente era marinheiro h‡ muito tempo,
devendo saber que existia mais coletes), o agente responde pelo crime
cometido, MAS NA MODALIDADE CULPOSA, se houver previs‹o em
lei.
2.4.2!Leg’tima defesa
Nos termos do art. 25 do CP:
Art. 25 - Entende-se em leg’tima defesa quem, usando moderadamente dos meios
necess‡rios, repele injusta agress‹o, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
O agente deve ter praticado o fato para repelir uma agress‹o. Contudo, h‡
alguns requisitos:
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¥! Agress‹o Injusta Ð Assim, se a agress‹o Ž justa, n‹o h‡ leg’tima defesa.
Dessa forma, o preso que agride o carcereiro que o est‡ colocando para
dentro da cela n‹o age em leg’tima defesa, pois a agress‹o do carcereiro
(empurr‡-lo ˆ for•a) Ž justa.
¥! Atual ou iminente Ð A agress‹o deve estar acontecendo ou prestes a
acontecer. Veja que aqui, diferente do estado necessidade, n‹o h‡
necessidade de que o fato seja atual, bastando que seja iminente. Desta
maneira, se Paulo encontra, em local ermo, Poliana, sua ex-mulher, que por
vingan•a amea•ou mat‡-lo, e esta saca uma arma, Paulo poder‡ repelir essa
agress‹o iminente, pois ainda que n‹o tenha acontecido, n‹o se pode exigir
que Paulo aguarde Poliana come•ar a efetuar os disparos (absurdo!).
¥! Contra direito pr—prio ou alheio Ð A agress‹o injusta pode estar
acontecendo ou prestes a acontecer contra direito do pr—prio agente ou de
um terceiro. Assim, se Paulo agride Roberto porque ele est‡ agredindo
Poliana, n‹o comete crime, pois agiu em leg’tima defesa da integridade f’sica
de terceiro (Poliana).
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cometendo les›es corporais (art. 129), mas n‹o h‡ crime, em raz‹o
da presen•a da causa excludente da ilicitude.
¥! Defensiva Ð O agente se limita a se defender, n‹o atacando nenhum
bem jur’dico do agressor.
¥! Pr—pria Ð Quando o agente defende seu pr—prio bem jur’dico.
¥! De terceiro Ð Quando defende bem jur’dico pertencente a outra
pessoa.
¥! Real Ð Quando a agress‹o a imin•ncia dela acontece, de fato, no
mundo real.
¥! Putativa Ð Quando o agente pensa que est‡ sendo agredido ou que
esta agress‹o ir‡ ocorrer, mas, na verdade, trata-se de fruto da sua
imagina•‹o. Aqui, aplica-se o que foi dito acerca do estado de
necessidade putativo!
A leg’tima defesa n‹o Ž presumida. Aquele que a alega deve provar sua
ocorr•ncia, pois, como estudamos, a exist•ncia do fato t’pico tem o cond‹o de
fazer presumir a ilicitude da conduta, cabendo ao acusado provar a exist•ncia de
uma das causas de exclus‹o da ilicitude.
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Age acobertado por esta excludente aquele que pratica fato t’pico, mas o faz
em cumprimento a um dever previsto em lei.
Assim, o Policial tem o dever legal de manter a ordem pœblica. Se alguŽm
comete crime, eventuais les›es corporais praticadas pelo policial (quando da
persegui•‹o) n‹o s‹o consideradas il’citas, pois embora tenha sido provocada
les‹o corporal (prevista no art. 129 do CP), o policial agiu no estrito cumprimento
do seu dever legal.
CUIDADO! Quando o policial, numa troca de tiros, acaba por ferir ou matar um
suspeito, ele n‹o age no estrito cumprimento do dever legal, mas em leg’tima
defesa. Isso porque o policial s— pode atirar contra alguŽm quando isso for
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absolutamente necess‡rio para repelir injusta agress‹o contra si ou contra
terceiros.25
25
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 431
26
O Prof. Zaffaroni entenderia que, neste caso, o fato Ž at’pico, pois, pela sua teoria da tipicidade
conglobante, um fato nunca poder‡ ser t’pico quando sua pr‡tica foi tolerada ou determinada pelo sistema
jur’dico. Fica apenas o registro, mas essa teoria n‹o Ž adotada pelo CP e Doutrinariamente Ž discutida.
Lembrem-se: Fica apenas o registro.
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2.4.5!Consentimento do ofendido
O consentimento do ofendido n‹o est‡ expressamente previsto no CP como
causa de exclus‹o da ilicitude. Todavia, a Doutrina Ž pac’fica ao sustentar que o
consentimento do ofendido pode, a depender do caso, afastar a ilicitude da
conduta, funcionando como causa supralegal (n‹o prevista na Lei) de exclus‹o
da ilicitude).
Ex.: JosŽ e Paulo combinam de fazer manobras arriscadas numa moto, estando
Paulo na garupa e JosŽ guiando a motocicleta. Neste caso, se JosŽ perder a
dire•‹o e causar les›es culposas em Paulo, n‹o haver‡ crime, eis que o
consentimento de Paulo em rela•‹o ˆ conduta arriscada de JosŽ afasta a ilicitude
da conduta.
2.4.6!Excesso pun’vel
O excesso pun’vel Ž o exerc’cio irregular de uma causa excludente
da ilicitude, seja porque n‹o h‡ mais a circunst‰ncia que permitia seu exerc’cio
(cessou a agress‹o, no caso da leg’tima defesa, por exemplo, seja porque o meio
utilizado n‹o Ž proporcional (agredido saca uma metralhadora para repelir um
tapa, no caso da leg’tima defesa). No primeiro caso, temos o excesso extensivo,
e no segundo, o excesso intensivo. Nesses casos, a lei prev• que aquele que se
exceder responder‡ pelos danos que causar, art. 23, ¤ œnico do CP:
Art. 23 (...)
Par‡grafo œnico - O agente, em qualquer das hip—teses deste artigo, responder‡ pelo
excesso doloso ou culposo.
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CîDIGO PENAL
Ä Art. 13 do CP Ð Nexo de causalidade e relev‰ncia da omiss‹o
Rela•‹o de causalidade(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 13 - O resultado, de que depende a exist•ncia do crime, somente Ž imput‡vel a
quem lhe deu causa. Considera-se causa a a•‹o ou omiss‹o sem a qual o resultado
n‹o teria ocorrido. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Superveni•ncia de causa independente(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
¤ 1¼ - A superveni•ncia de causa relativamente independente exclui a imputa•‹o
quando, por si s—, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se
a quem os praticou. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Relev‰ncia da omiss‹o(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
¤ 2¼ - A omiss‹o Ž penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para
evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
a) tenha por lei obriga•‹o de cuidado, prote•‹o ou vigil‰ncia; (Inclu’do pela Lei n¼
7.209, de 11.7.1984)
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (Inclu’do pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorr•ncia do resultado. (Inclu’do
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
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Art. 17 - N‹o se pune a tentativa quando, por inefic‡cia absoluta do meio ou por
absoluta impropriedade do objeto, Ž imposs’vel consumar-se o crime.(Reda•‹o dada
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
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4! SòMULAS PERTINENTES
4.1!Sœmulas do STJ
Ä Sœmula 567 do STJ Ð Durante algum tempo se discutiu, principalmente na
Doutrina, se a exist•ncia de sistema de vigil‰ncia ou monitoramento eletr™nico
seria um impedimento absoluto ˆ consuma•‹o do delito de furto, caracterizando
crime imposs’vel. O STJ, j‡ h‡ algum tempo, havia solidificado entendimento no
sentido de que tal fato n‹o impede, em absoluto, a consuma•‹o do furto, motivo
pelo qual n‹o h‡ que se falar em crime imposs’vel, mas em tentativa, j‡ que
o meio utilizado n‹o Ž absolutamente ineficaz. Em raz‹o disso, foi editado o
verbete de sœmula 567 do STJ:
Sœmula 567 do STJ - Sistema de vigil‰ncia realizado por monitoramento eletr™nico
ou por exist•ncia de seguran•a no interior de estabelecimento comercial, por si s—,
n‹o torna imposs’vel a configura•‹o do crime de furto.
5! RESUMO
CONCEITO DE CRIME
O Crime pode ser entendido sob tr•s aspectos: Material, formal (legal) e anal’tico:
¥! Formal (legal) Ð Crime Ž a conduta prevista em Lei como crime. No Brasil,
mais especificamente, Ž toda infra•‹o penal a que a lei comina pena de
reclus‹o ou deten•‹o
¥! Material Ð Crime Ž a conduta que afeta, de maneira significativa (mediante
les‹o ou exposi•‹o a perigo), um bem jur’dico relevante de terceira pessoa.
¥! Anal’tico Ð Ado•‹o da teoria tripartida. Crime Ž composto por fato t’pico,
ilicitude e culpabilidade.
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antecedentes (considera-se causa do crime toda conduta sem a qual
o resultado n‹o teria ocorrido). Utiliza•‹o do elemento subjetivo (dolo
ou culpa) como filtro, para evirar a Òregress‹o infinitaÓ. Ado•‹o,
subsidiariamente, da teoria da causalidade adequada, na hip—tese
de superveni•ncia de causa relativamente independente que produz,
por si s—, o resultado. OBS.: Teoria da imputa•‹o objetiva n‹o foi
expressamente adotada pelo CP, mas h‡ decis›es jurisprudenciais
aplicando a Teoria.
¥! Tipicidade Ð ƒ a adequa•‹o da conduta do agente ˆ conduta descrita
pela norma penal incriminadora (tipicidade formal). A tipicidade
material Ž o desdobramento do conceito material de crime: s— haver‡
tipicidade material quando houver les‹o (ou exposi•‹o a perigo)
significativa a bem jur’dico relevante de terceiro (afasta-se a tipicidade
material, por exemplo, quando se reconhece o princ’pio da
insignific‰ncia). OBS.: Adequa•‹o t’pica mediata: Nem sempre a
conduta praticada pelo agente se amolda perfeitamente ao tipo penal
(adequa•‹o imediata). Ës vezes Ž necess‡rio que se proceda ˆ
conjuga•‹o de outro dispositivo da Lei Penal para se chegar ˆ
conclus‹o de que um fato Ž t’pico (adequa•‹o mediata). Ex.: homic’dio
tentado (art. 121 + art. 14, II do CP).
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¥! Dolo espec’fico, ou especial fim de agir Ð Em contraposi•‹o ao
dolo genŽrico, nesse caso o agente n‹o quer somente praticar a
conduta t’pica, mas o faz por alguma raz‹o especial, com alguma
finalidade espec’fica.
¥! Dolo geral, por erro sucessivo, ou aberratio causae Ð Ocorre
quando o agente, acreditando ter alcan•ado seu objetivo, pratica
nova conduta, com finalidade diversa, mas depois se constata que
esta œltima foi a que efetivamente causou o resultado. Trata-se de
erro na rela•‹o de causalidade, pois embora o agente tenha
conseguido alcan•ar a finalidade proposta, somente o alcan•ou
atravŽs de outro meio, que n‹o tinha direcionado para isso.
¥! Dolo antecedente, atual e subsequente Ð O dolo antecedente Ž o
que se d‡ antes do in’cio da execu•‹o da conduta. O dolo atual Ž o
que est‡ presente enquanto o agente se mantŽm exercendo a
conduta, e o dolo subsequente ocorre quando o agente, embora
tendo iniciado a conduta com uma finalidade l’cita, altera seu ‰nimo,
passando a agir de forma il’cita.
Crime culposo
No crime culposo a conduta do agente Ž destinada a um determinado fim (que
pode ser l’cito ou n‹o), mas pela viola•‹o a um dever de cuidado, o agente
acaba por lesar um bem jur’dico de terceiro, cometendo crime culposo. Pode se
dar por:
¥! Neglig•ncia Ð O agente deixa de tomar todas as cautelas
necess‡rias para que sua conduta n‹o venha a lesar o bem jur’dico
de terceiro.
¥! Imprud•ncia Ð ƒ o caso do afoito, daquele que pratica atos
temer‡rios, que n‹o se coadunam com a prud•ncia que se deve ter
na vida em sociedade.
¥! Imper’cia Ð Decorre do desconhecimento de uma regra tŽcnica
profissional para a pr‡tica da conduta.
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¥! Previsibilidade objetiva - O resultado ocorrido deve ser previs’vel
mediante um esfor•o intelectual razo‡vel. ƒ chamada previsibilidade
do Òhomem mŽdioÓ.
Modalidades de culpa
¥! Culpa consciente e inconsciente Ð Na culpa consciente, o
agente prev• o resultado como poss’vel, mas acredita que este n‹o
ir‡ ocorrer (previsibilidade SUBJETIVA). Na culpa inconsciente, o
agente n‹o prev• que o resultado possa ocorrer (h‡ apenas
previsibilidade OBJETIVA, n‹o subjetiva).
¥! Culpa pr—pria e culpa impr—pria Ð A culpa pr—pria Ž aquela na
qual o agente NÌO QUER O RESULTADO criminoso. ƒ a culpa
propriamente dita. Pode ser consciente, quando o agente prev• o
resultado como poss’vel, ou inconsciente, quando n‹o h‡ essa
previs‹o. Na culpa impr—pria, o agente quer o resultado, mas,
por erro inescus‡vel, acredita que o est‡ fazendo amparado por uma
causa excludente da ilicitude ou da culpabilidade. A culpa, portanto,
n‹o est‡ na execu•‹o da conduta, mas no momento de escolher
praticar a conduta.
OBS.: crime preterdoloso (ou preterintencional): O crime preterdoloso
ocorre quando o agente, com vontade de praticar determinado crime (dolo),
acaba por praticar crime mais grave, n‹o com dolo, mas por culpa.
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Arrependimento eficaz - Aqui o agente j‡ praticou todos os atos execut—rios
que queria e podia, mas ap—s isto, se arrepende do ato e adota medidas que
acabam por impedir a consuma•‹o do resultado. Se o resultado n‹o ocorre, o
agente n‹o responde pela tentativa, mas apenas pelos atos efetivamente
praticados.
Arrependimento posterior - N‹o exclui o crime, pois este j‡ se consumou.
Ocorre quando o agente repara o dano provocado ou restitui a coisa.
Consequ•ncia: diminui•‹o de pena, de um a dois ter•os. S— cabe:
¥! Nos crimes em que n‹o h‡ viol•ncia ou grave amea•a ˆ pessoa;
¥! Se a repara•‹o do dano ou restitui•‹o da coisa Ž anterior ao recebimento
da denœncia ou queixa.
ILICITUDE (ANTIJURIDICIDADE)
ƒ a condi•‹o de contrariedade da conduta perante o Direito. Em regra, toda
conduta t’pica Ž il’cita. N‹o o ser‡, porŽm, se houver uma causa de exclus‹o da
ilicitude. S‹o elas:
¥! GenŽricas Ð S‹o aquelas que se aplicam a todo e qualquer crime. Est‹o
previstas na parte geral do C—digo Penal, em seu art. 23;
¥! Espec’ficas Ð S‹o aquelas que s‹o pr—prias de determinados crimes, n‹o se
aplicando a outros.
ESTADO DE NECESSIDADE
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¥! Bem jur’dico sacrificado deve ser de valor igual ou inferior ao
bem protegido - Se o bem sacrificado era de valor maior que o bem
protegido, n‹o h‡ justifica•‹o. A conduta Ž il’cita. O agente, contudo,
tem a pena diminu’da de um a dois ter•os.
¥! Atitude necess‡ria Ð O agente deve agir nos estritos limites do
necess‡rio. Caso se exceda, responder‡ pelo excesso (culposo ou
doloso).
EspŽcies:
¥! Agressivo Ð Quando para salvar seu bem jur’dico o agente sacrifica
bem jur’dico de um terceiro que n‹o provocou a situa•‹o de perigo.
¥! Defensivo Ð Quando o agente sacrifica um bem jur’dico de quem
ocasionou a situa•‹o de perigo.
¥! Real Ð Quando a situa•‹o de perigo efetivamente existe.
¥! Putativo Ð Quando a situa•‹o de perigo n‹o existe de fato, apenas
na imagina•‹o do agente.
LEGêTIMA DEFESA
Conceito Ð ÒEntende-se em leg’tima defesa quem, usando moderadamente dos
meios necess‡rios, repele injusta agress‹o, atual ou iminente, a direito seu ou
de outremÓ.
Requisitos:
¥! Agress‹o Injusta Ð Assim, se a agress‹o Ž justa, n‹o h‡ leg’tima
defesa.
¥! Atual ou iminente Ð A agress‹o deve estar acontecendo ou prestes a
acontecer.
¥! Contra direito pr—prio ou alheio Ð A agress‹o injusta pode estar
acontecendo ou prestes a acontecer contra direito do pr—prio agente
ou de um terceiro.
¥! Rea•‹o proporcional Ð O agente deve repelir a agress‹o injusta,
valendo-se dos meios necess‡rios, mas sem se exceder. Caso se
exceda, responder‡ pelo excesso (culposo ou doloso).
OBS.: Na leg’tima defesa, diferentemente do que ocorre no estado de
necessidade, o agredido (que age em leg’tima defesa) n‹o Ž obrigado a fugir
do agressor, ainda que possa.
EspŽcies de leg’tima defesa:
¥! Agressiva Ð Quando o agente pratica um fato previsto como infra•‹o
penal.
¥! Defensiva Ð O agente se limita a se defender, n‹o atacando nenhum
bem jur’dico do agressor.
¥! Pr—pria Ð Quando o agente defende seu pr—prio bem jur’dico.
¥! De terceiro Ð Quando defende bem jur’dico pertencente a outra
pessoa.
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¥! Real Ð Quando a agress‹o a imin•ncia dela acontece, de fato, no
mundo real.
¥! Putativa Ð Quando o agente pensa que est‡ sendo agredido ou que
esta agress‹o ir‡ ocorrer, mas, na verdade, trata-se de fruto da sua
imagina•‹o.
T—picos importantes:
¥! N‹o cabe leg’tima defesa real em face de leg’tima defesa real.
¥! Cabe leg’tima defesa real em face de leg’tima defesa putativa.
¥! Cabe leg’tima defesa sucessiva
¥! Sempre caber‡ leg’tima defesa em face de conduta que esteja acobertada
apenas por causa de exclus‹o da culpabilidade
¥! NUNCA haver‡ possibilidade de leg’tima defesa real em face de qualquer
causa de exclus‹o da ilicitude real.
Bons estudos!
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6! EXERCêCIOS DA AULA
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c) configura crime, mas o resultado somente poder‡ ser imputado a t’tulo de
culpa, em raz‹o do estado de necessidade;
d) n‹o configura crime, em raz‹o da leg’tima defesa;
e) configura crime, tendo em vista que n‹o havia direito pr—prio do Oficial de
Justi•a em risco para ser protegido.
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D) furto, sendo totalmente irrelevante a devoluç‹o do bem a partir de
convencimento da esposa.
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Assinale:
a) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
b) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
c) se apenas as afirmativas I e IV estiverem corretas.
d) se nenhuma afirmativa estiver correta.
e) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
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Jo‹o v• a cena e fica irritado ao perceber que, pela atua•‹o r‡pida de JosŽ, n‹o
conseguira acertar o vaso na cabe•a de Ant™nio.
Com base no caso apresentado, segundo os estudos acerca da teoria da
imputa•‹o objetiva, assinale a afirmativa correta.
A) JosŽ praticou les‹o corporal culposa.
B) JosŽ praticou les‹o corporal dolosa.
C) O resultado n‹o pode ser imputado a JosŽ, ainda que entre a les‹o e sua
conduta exista nexo de causalidade.
D) O resultado pode ser imputado a JosŽ, que agiu com excesso e sem a
observ‰ncia de devido cuidado.
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e) requerer o arquivamento, diante da atipicidade da conduta.
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imbu’do de sœbito remorso por ver uma enorme quantidade de sangue jorrando
do nariz de sua colega, faz cessar sua inten•‹o e a conduz ao departamento
mŽdico, para que receba o atendimento adequado.
Em rela•‹o a sua conduta, Carlos:
a) responder‡ por estupro tentado, em virtude da ocorr•ncia de tentativa
imperfeita;
b) n‹o responder‡ por estupro, em virtude da desist•ncia volunt‡ria;
c) n‹o responder‡ por estupro, em virtude de arrependimento eficaz;
d) n‹o responder‡ por estupro, em virtude de arrependimento posterior;
e) responder‡ por estupro consumado, pois atualmente a lei n‹o exige a pr‡tica
de conjun•‹o carnal para a configura•‹o desse delito.
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a) emo•‹o ou a paix‹o.
b) dela•‹o.
c) a•‹o ou omiss‹o sem a qual o resultado n‹o teria ocorrido.
d) excludente de ilicitude.
e) descriminante putativa.
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III. H‡ arrependimento eficaz, quando o agente, ap—s ter esgotado os meios de
que dispunha para a pr‡tica do crime, arrepende-se e tenta, sem •xito, por todas
as formas, impedir a consuma•‹o.
IV. Em todos os crimes contra o patrim™nio, o arrependimento posterior
consistente na repara•‹o volunt‡ria e completa do preju’zo causado, implica a
redu•‹o obrigat—ria da pena de um a dois ter•os.
V. H‡ crime imposs’vel quando a consuma•‹o n‹o ocorre pela utiliza•‹o de meio
relativamente inid™neo para produzir o resultado.
Est‡ correto o que se afirma APENAS em
a) I.
b) I e II.
c) III e IV.
d) IV.
e) II e V.
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c) in’cio de execu•‹o do tipo penal; falta de consuma•‹o por circunst‰ncias
alheias ˆ vontade do agente; culpa consciente.
d) atos preparat—rios; In’cio de execu•‹o do tipo penal; falta de consuma•‹o por
circunst‰ncias alheias ˆ vontade do agente; dolo e culpa.
e) atos preparat—rios; In’cio de execu•‹o do tipo penal; falta de consuma•‹o por
circunst‰ncias alheias ˆ vontade do agente; dolo.
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b) As causas excludentes da ilicitude restringem-se ˆquelas previstas na Parte
Geral do C—digo Penal.
c) A figura do crime imposs’vel prevista no art. 17 do C—digo Penal retrata
hip—tese de fato t’pico, mas inculp‡vel.
d) Pelo C—digo Penal, aquele que concretiza conduta prevista hipoteticamente
como crime, mas que age em obedi•ncia ˆ ordem de superior hier‡rquico que
n‹o seja notoriamente ilegal, pratica a•‹o at’pica penalmente.
e) Nas hip—teses de estado de necessidade, o C—digo Penal prev• que o excesso
doloso disposto no par‡grafo œnico do art. 23 do C—digo Penal torna il’cita conduta
originalmente permitida, o que n‹o ocorre com o excesso culposo, que mantŽm
a a•‹o excessiva impun’vel.
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Aprovada em Sess‹o Plen‡ria de 15 de dezembro de 1976, a Sœmula 554 do
Supremo Tribunal Federal enuncia que ÒO pagamento de cheque emitido sem
suficiente previs‹o de fundos, ap—s o recebimento da denœncia, n‹o obsta o
prosseguimento da a•‹o penalÓ. Com o advento da reforma da Parte Geral do
C—digo Penal pela Lei no 7.209/1984, o sentido normativo dessa sœmula passou
a ser, no entanto, tensionado por importantes segmentos da doutrina brasileira,
notadamente ˆ luz do instituto denominado
a) insignific‰ncia penal.
b) desist•ncia volunt‡ria.
c) arrependimento eficaz.
d) arrependimento posterior.
e) crime imposs’vel.
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39.! (FCC Ð 2014 Ð TRT 18 Ð JUIZ)
ƒ causa de exclus‹o da tipicidade,
a) a insignific‰ncia do fato ou a sua adequa•‹o social, segundo corrente
doutrin‡ria e jurisprudencial.
b) o erro inevit‡vel sobre a ilicitude do fato.
c) a coa•‹o moral irresist’vel.
d) a n‹o exigibilidade de conduta diversa.
e) a obedi•ncia hier‡rquica.
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Paulo, sabendo que seu desafeto Pedro n‹o sabia nadar e desejando mat‡-lo,
jogou-o nas ‡guas, durante a travessia de um bra•o de mar. Todavia, ficou com
pena da v’tima, mergulhou e a retirou, antes que se afogasse. Nesse caso,
ocorreu:
a) desist•ncia volunt‡ria.
b) arrependimento eficaz
c) crime tentado
d) crime putativo.
e) crime imposs’vel
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d) Marcus e L’cius.
e) C’cerus, apenas
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d) a imper’cia Ž a pr‡tica de conduta arriscada ou perigosa, aferida pelo
comportamento do homem mŽdio.
e) Ž previs’vel o fato cujo poss’vel superveni•ncia n‹o escapa ˆ perspic‡cia
comum.
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De acordo com o C—digo Penal Brasileiro, responde penalmente, a t’tulo de
omiss‹o, aquele que deixa de agir para evitar o resultado quando, por lei ou
conven•‹o social, tenha obriga•‹o de cuidado, prote•‹o ou vigil‰ncia.
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O indiv’duo ÒBÓ, com inten•‹o de matar a pessoa ÒDÓ, efetua dez disparos de
arma de fogo em dire•‹o a um ve’culo que se encontra estacionado na via pœblica
por imaginar que dentro desse ve’culo encontrava-se a pessoa ÒDÓ, contudo, n‹o
havia nenhuma pessoa no interior do ve’culo. Com rela•‹o ˆ conduta praticada
por ÒBÓ, Ž correto afirmar que
(A) o indiv’duo ÒBÓ poder‡ ser punido pelo crime de homic’dio tentado, em virtude
da interpreta•‹o extensiva do crime de homic’dio em vista de sua inten•‹o.
(B) o indiv’duo ÒBÓ poder‡ ser punido pelo crime de homic’dio consumado, em
virtude da interpreta•‹o extensiva do crime de homic’dio.
(C) o indiv’duo ÒBÓ n‹o poder‡ ser punido pelo crime de homic’dio.
(D) o indiv’duo ÒBÓ poder‡ ser punido pelo crime de homic’dio tentado, por
analogia ao crime de homic’dio em vista de sua inten•‹o.
(E) o indiv’duo ÒBÓ poder‡ ser punido pelo crime de homic’dio consumado, por
analogia ao crime de homic’dio em vista de sua inten•‹o.
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(C) a a•‹o ou omiss‹o praticada pelo autor, independentemente da sua rela•‹o
com o resultado.
(D) exclusivamente a a•‹o ou omiss‹o que mais contribui para o resultado.
(E) exclusivamente a a•‹o ou omiss‹o que mais se relaciona com a inten•‹o do
autor.
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b) tipicidade.
c) antijuridicidade material.
d) punibilidade do fato.
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c) leg’tima defesa e, portanto, n‹o cometeu crime.
d) estado de necessidade e, portanto, n‹o cometeu crime.
e) leg’tima defesa e, portanto, ter‡ a pena diminu’da de 1 (um) a 2 (dois) ter•os.
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viv•ncia, etc.) n‹o tinha percep•‹o da antijuricidade de sua conduta, estar‡
reconhecendo
a) erro sobre elemento do tipo, que exclui o dolo.
b) erro de proibi•‹o.
c) descriminante putativa.
d) ignor‰ncia da lei.
7! EXERCêCIOS COMENTADOS
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B) O afastamento da qualificadora, tendo em vista que esta somente
pode ser aplicada aos crimes de aborto provocado por terceiro, com ou
sem consentimento da gestante, mas n‹o para o delito de autoaborto de
P‰mela.
C) A desclassificaç‹o para o crime de les‹o corporal grave, afastando a
condena•‹o pelo aborto.
D) O reconhecimento da tentativa do crime de aborto qualificado pelo
resultado.
COMENTçRIOS: A conduta, aqui, Ž at’pica, em raz‹o da ABSOLUTA
IMPROPRIEDADE DO OBJETO, nos termos do art. 17 do CP, pois temos a figura
do crime imposs’vel. Isso se d‡ porque, nessas circunst‰ncias, P‰mela JAMAIS
conseguiria alcan•ar o resultado pretendido (aborto), pois nunca esteve gr‡vida,
e o primeiro pressuposto para o praticar autoaborto Ž estar gr‡vida.
P‰mela n‹o ir‡ responder, ainda, pela les‹o corporal, eis que a les‹o foi
provocada pela pr—pria v’tima, e o direito penal n‹o pune a autoles‹o.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.
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Diz-se que o crime Ž doloso quando o agente quis o resultado ou assumiu
o risco de produzi-lo, e que o crime Ž culposo, quando o agente deu causa
a resultado previs’vel por imprud•ncia, neglig•ncia ou imper’cia. Sobre
o tema, Ž correto afirmar que:
a) o dolo direto de segundo grau tambŽm Ž conhecido como dolo de
consequ•ncias necess‡rias;
b) para a teoria finalista da a•‹o, o dolo e a culpa integram a
culpabilidade;
c) no crime culposo, a imprud•ncia se caracteriza por uma conduta
negativa, enquanto a neglig•ncia, por um comportamento positivo;
d) o crime culposo admite como regra a forma tentada;
e) na culpa consciente, o agente prev• o resultado como poss’vel, mas
com ele n‹o se importa.
COMENTçRIOS:
a) CORRETA: Item correto, pois este (dolo de consequ•ncias necess‡rias) Ž outro
nome dado pela doutrina ao dolo direto de segundo grau, que ocorre quando o
agente n‹o quer diretamente a ocorr•ncia do resultado, mas o aceita como
consequ•ncia necess‡ria de seu agir.
b) ERRADA: Item errado, pois, para a teoria finalista da a•‹o o elemento subjetivo
(dolo e culpa) encontra-se dentro da conduta (conduta como a•‹o humana
dirigida a uma determinada finalidade), logo, dentro do fato t’pico.
c) ERRADA: Item errado, pois a doutrina classifica exatamente de forma diversa,
ou seja, neglig•ncia como uma conduta negativa, enquanto a imprud•ncia como
um comportamento positivo.
d) ERRADA: Item errado, pois, como regra, o crime culposo n‹o admite forma
tentada, j‡ que para que haja tentativa o agente deve querer o resultado, mas
n‹o o alcan•a por circunst‰ncias alheias ˆ sua vontade. No crime culposo o agente
n‹o quer o resultado. A œnica hip—tese de crime culposo na forma tentada fica
por conta da chamada Òculpa impr—priaÓ, como ocorre, por exemplo, no caso do
art. 20, ¤1¼ do CP (descriminante putativa por erro evit‡vel), em que o agente
pratica uma conduta dolosa, mas, por quest‹o de pol’tica criminal, responde a
t’tulo de culpa.
e) ERRADA: Item errado, pois isso ocorre no dolo eventual. Na culpa consciente
o agente prev• a possibilidade de ocorr•ncia do resultado mas acredita que, com
suas habilidades, conseguir‡ evita-lo.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.
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d‡ tempo para que um dos trabalhadores saia sem se queimar. Quando
Diego, que estava mais pr—ximo da porta, vai sair, Jœlio CŽsar,
desesperado por ver que se queimaria se esperasse a sa’da do
companheiro, d‡ um soco na cabe•a do colega de trabalho e passa ˆ sua
frente, deixando o armazŽm. Diego sofre uma queda, tem parte do corpo
queimada, mas tambŽm consegue sair vivo do local. Em raz‹o do
ocorrido, Diego ficou com debilidade permanente de membro.
Considerando apenas os fatos narrados na situa•‹o hipotŽtica, Ž correto
afirmar que a conduta de Jœlio CŽsar
a) configura crime de les‹o corporal grave, sendo o fato t’pico, il’cito e
culp‡vel.
b) est‡ amparada pelo instituto da leg’tima defesa, causa de exclus‹o da
ilicitude.
c) configura crime de les‹o corporal grav’ssima, sendo o fato t’pico,
il’cito e culp‡vel.
d) est‡ amparada pelo instituto do estado de necessidade, causa de
exclus‹o da ilicitude.
e) est‡ amparada pelo instituto do estado de necessidade, causa de
exclus‹o da culpabilidade.
COMENTçRIOS: Neste caso, a conduta do agente n‹o configura crime, pois est‡
amparada pelo instituto do estado de necessidade, previsto no art. 24 do CP, j‡
que agiu assim para salvar de perigo atual, que n‹o provocou por sua vontade
nem podia de outra forma evitar, um bem jur’dico pr—prio (vida).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.
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resultados atŽ ent‹o efetivamente obtidos, que s‹o as les›es corporais
provocadas na v’tima, desprezando-se o dolo inicial (que era de matar).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
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COMENTçRIOS: Neste caso, n‹o podemos falar em desist•ncia volunt‡ria ou
arrependimento eficaz, eis que o crime j‡ se consumou (art. 15 do CP).
Contudo, por se tratar de crimes cometido sem viol•ncia ou grave amea•a ˆ
pessoa, a restitui•‹o volunt‡ria da coisa antes do recebimento da denœncia
importa em arrependimento posterior, que Ž causa de diminui•‹o da pena, de
um a dois ter•os, nos termos do art. 16 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.
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c) O agente, em qualquer das hip—teses de exclus‹o da ilicitude,
responder‡ pelo excesso doloso ou culposo
d) O pai que protege a integridade f’sica de seu filho do ataque de um
animal est‡ amparado pela excludente da ilicitude do estado de
necessidade.
e) A embriaguez volunt‡ria e atŽ mesmo a culposa n‹o excluem a
imputabilidade penal.
COMENTçRIOS:
A) CORRETA: O STJ entende que a tipicidade engloba sua parte formal (exist•ncia
do fato t’pico na Lei) e sua parte material (lesividade social, grosso modo).
Ausente qualquer uma das duas, o fato ser‡ at’pico.
B) ERRADA: A obedi•ncia hier‡rquica Ž causa de exclus‹o da culpabilidade, nos
termos do art. 22 do CP.
C) CORRETA: Esta Ž a previs‹o do art. 23, ¤ œnico do CP.
D) CORRETA: Item correto, pois n‹o h‡ que se falar em leg’tima defesa aqui, j‡
que esta somente Ž cab’vel em face de agress‹o proveniente de ser humano.
Temos, aqui, estado de necessidade.
E) CORRETA: Item correto, nos termos do art. 28, II do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA ERRADA ƒ A LETRA B.
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volunt‡rio do agente, a pena ser‡ reduzida de um a dois ter•os. (Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Logo, o agente ter‡ sua pena reduzida de um a dois ter•os.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.
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COMENTçRIOS: No caso em tela, o agente deixou de prosseguir na execu•‹o
em raz‹o de circunst‰ncias alheias ˆ sua vontade, e n‹o por ter Òse arrependidoÓ
de ter iniciado a conduta.
Assim, teremos crime em sua forma TENTADA (e n‹o desist•ncia volunt‡ria).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.
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pensasse o contr‡rio, motivo pelo qual entendo que se trata de erro venc’vel
(desculp‡vel).
No caso de ser escus‡vel o erro, Apolo estaria isento de pena, e caso inescus‡vel,
responderia a t’tulo culposo, e n‹o doloso, nos termos do art. 20, ¤1¼ do CP,
motivo pelo qual as alternativas B e D est‹o incorretas.
No entanto, mesmo tendo agido em leg’tima defesa e podendo ser punido a t’tulo
culposo ou ser isento de pena (a depender do tipo de erro), o certo Ž que a
conduta de APOLO Ž DOLOSA, eis que ele teve vontade de atirar contra Hades,
com dolo de matar (animus necandi). Independentemente da circunst‰ncia de
agir em leg’tima defesa putativa (o que influenciar‡ nos reflexos penais), a
conduta Ž considerada dolosa, motivo pelo qual est‡ correta a letra A.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.
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crime Ž a conduta t’pica, il’cita e culp‡vel. Nem toda conduta t’pica ser‡
il’cita, tendo em vista que existem causas de exclus‹o da ilicitude.
As alternativas a seguir apresentam causas que excluem a ilicitude, de
acordo com o C—digo Penal, ˆ exce•‹o de uma. Assinale-a.
a) Leg’tima Defesa.
b) Obedi•ncia hier‡rquica.
c) Estrito cumprimento de dever legal.
d) Exerc’cio regular de direito.
e) Estado de necessidade.
COMENTçRIOS: As causas de exclus‹o da ilicitude est‹o previstas no art. 23 do
CP:
Exclus‹o de ilicitude(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 23 - N‹o h‡ crime quando o agente pratica o fato: (Reda•‹o dada pela Lei n¼
7.209, de 11.7.1984)
I - em estado de necessidade; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
II - em leg’tima defesa;(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exerc’cio regular de direito.(Inclu’do
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Vemos, portanto, que n‹o se inclui entre as causas de exclus‹o da ilicitude a
obedi•ncia hier‡rquica, que Ž considerada causa de exclus‹o da CULPABILIDADE,
na forma do art. 22 do CP:
Art. 22 - Se o fato Ž cometido sob coa•‹o irresist’vel ou em estrita obedi•ncia a ordem,
n‹o manifestamente ilegal, de superior hier‡rquico, s— Ž pun’vel o autor da coa•‹o ou
da ordem.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
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d) denunciar o agente pelo crime de tentativa de homic’dio, tendo em
vista que o resultado pretendido inicialmente n‹o foi obtido.
e) requerer o arquivamento, diante da atipicidade da conduta.
COMENTçRIOS: Quest‹o interessante. No caso em tela, temos o que se chama
de arrependimento eficaz, pois o agente j‡ havia terminado a execu•‹o do delito
(a quest‹o deixa claro que s— havia uma bala na arma), logo, n‹o h‡ que se falar
em DESISTæNCIA VOLUNTçRIA (pois esta pressup›e que o agente deixe de
prosseguir na execu•‹o, quando podia prosseguir). O arrependimento, neste
caso, Ž ÒeficazÓ e n‹o ÒposteriorÓ porque o resultado n‹o ocorreu. Vejamos:
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execu•‹o ou impede
que o resultado se produza, s— responde pelos atos j‡ praticados. (Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
No caso em tela temos a segunda parte do artigo, ou seja, Òimpede que o
resultado se produzaÓ.
Desta forma, o agente responde apenas pelos atos j‡ praticados, ou seja, les‹o
corporal, em raz‹o do arrependimento eficaz.
O aluno poderia questionar se n‹o deveria ser homic’dio tentado, mas a resposta
Ž simples: N‹o. Por uma raz‹o simples. A tentativa pressup›e que o resultado
n‹o ocorra por circunst‰ncias ALHEIAS Ë VONTADE DO INFRATOR, ou seja, por
fatores externos. Neste caso o resultado n‹o ocorre em raz‹o da pr—pria conduta
do infrator, que se arrepende e evita o resultado.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
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se exerce sobre uma determinada pessoa que pratica um fato t’pico e antijur’dico,
tendo como requisitos a imputabilidade, a potencial consci•ncia da ilicitude e a
exigibilidade de conduta diversaÓ.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.
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d) n‹o responder‡ por estupro, em virtude de arrependimento posterior;
e) responder‡ por estupro consumado, pois atualmente a lei n‹o exige a
pr‡tica de conjun•‹o carnal para a configura•‹o desse delito.
COMENTçRIOS: Carlos, neste caso, n‹o responder‡ por estupro. Carlos deu
in’cio ˆ execu•‹o da conduta de estupro, mas podendo continuar, n‹o o fez, por
ter se arrependido. Neste caso, ocorreu a DESISTæNCIA VOLUNTçRIA. Assim, o
agente responder‡, apenas, pelos atos j‡ praticados (no caso, les›es corporais).
Vejamos o que diz o CP sobre a desist•ncia volunt‡ria:
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execu•‹o ou impede
que o resultado se produza, s— responde pelos atos j‡ praticados.(Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
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¤ 2¼ - A omiss‹o Ž penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para
evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
a) tenha por lei obriga•‹o de cuidado, prote•‹o ou vigil‰ncia; (Inclu’do pela Lei n¼
7.209, de 11.7.1984)
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (Inclu’do pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorr•ncia do resultado. (Inclu’do
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.
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d) omissivos pr—prios, com a simples omiss‹o.
e) culposos, com a pr‡tica da conduta imprudente, imperita ou
negligente
COMENTçRIOS:
a) ERRADA: Item errado, pois nos crimes de mera conduta n‹o h‡ resultado
natural’stico previsto para a conduta descrita no tipo.
b) ERRADA: Item errado, pois nos crimes omissivos impr—prios a consuma•‹o
ocorre com a ocorr•ncia do resultado que deveria ter sido evitado pelo agente
que se omitiu.
c) ERRADA: Item errado, pois nos crimes permanentes o crime est‡ se
consumando durante todo o per’odo de perman•ncia.
d) CORRETA: Item correto, pois tais crimes se consumam com a mera realiza•‹o
da conduta (simples omiss‹o por parte do agente).
e) ERRADA: Nos crimes culposos a consuma•‹o ocorre com a ocorr•ncia do
resultado decorrente da conduta negligente, imprudente ou imperita.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.
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COMENTçRIOS:
I Ð CORRETA: A desist•ncia volunt‡ria n‹o precisa partir espontaneamente do
agente, podendo ocorrer mesmo quando o agente atende a um pedido da v’tima
ou de outra pessoa. O importante, aqui, Ž que o agente deixe de prosseguir na
execu•‹o por vontade pr—pria, e n‹o porque foi impedido (caso contr‡rio,
ter’amos tentativa).
II Ð ERRADA: O percentual de redu•‹o ir‡ variar conforme a proximidade do
resultado; quanto mais pr—ximo do resultado, menos o percentual de redu•‹o.
III Ð ERRADA: Item errado, pois para que se configure o arrependimento eficaz
Ž necess‡rio que o agente consiga, efetivamente, evitar a ocorr•ncia do
resultado.
IV Ð ERRADA: Item errado, pois o arrependimento posterior n‹o Ž admitido em
todos os crimes patrimoniais, mas apenas naqueles em que n‹o houver viol•ncia
ou grave amea•a ˆ pessoa, nos termos do art. 16 do CP. AlŽm disso, a repara•‹o
do dano ou restitui•‹o da coisa deve ocorrer atŽ o recebimento da denœncia ou
queixa.
V Ð ERRADA: Se o meio Ž RELATIVAMENTE inid™neo n‹o h‡ crime imposs’vel,
pois o resultado poderia ocorrer. S— haver‡ crime imposs’vel quando o meio for
ABSOLUTAMENTE inid™neo ou o objeto for ABSOLUTAMENTE impr—prio, nos
termos do art. 17 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.
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c) a a•‹o e a omiss‹o s‹o desconsideradas para o resultado.
d) tudo que contribui para o resultado Ž causa, n‹o se distinguindo entre
causa e condi•‹o ou concausa.
e) a omiss‹o Ž penalmente irrelevante.
COMENTçRIOS: A teoria da equival•ncia dos antecedentes, ou conditio sine qua
non, prega que se considera causa a a•‹o ou omiss‹o sem a qual o resultado n‹o
teria ocorrido, na forma do art. 13 do CP. Essa Teoria n‹o discute o fen™meno
das ÒconcausasÓ, o que Ž explicado pela teoria da causalidade adequada, prevista
no ¤1¼ do art. 13 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.
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COMENTçRIOS: Os crimes omissivos impr—prios, tambŽm chamados de crimes
Òcomissivos por omiss‹oÓ, s‹o aqueles em que o agente o agente tem a obriga•‹o
legal de agir para evitar o resultado, de maneira que, se n‹o o faz e o resultado
ocorre, o agente responde pelo resultado ocorrido (diferentemente dos crimes
omissivos puros, em que o agente responde apenas pela omiss‹o,
independentemente do resultado). Trata-se, aqui, de uma rela•‹o de causalidade
normativa entre a conduta (o n‹o agir) e o resultado. N‹o h‡ causalidade f’sica,
eis que Òdo nada, nada surgeÓ. O agente n‹o deu ÒcausaÓ (fisicamente falando)
ao resultado, mas como devia e podia evita-lo, responde por ele.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
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a) Para a teoria da tipicidade conglobante, a tipicidade penal pressup›e
a exist•ncia de normas proibitivas e a inexist•ncia de preceitos
permissivos da conduta em uma mesma ordem jur’dica.
b) As causas excludentes da ilicitude restringem-se ˆquelas previstas na
Parte Geral do C—digo Penal.
c) A figura do crime imposs’vel prevista no art. 17 do C—digo Penal
retrata hip—tese de fato t’pico, mas inculp‡vel.
d) Pelo C—digo Penal, aquele que concretiza conduta prevista
hipoteticamente como crime, mas que age em obedi•ncia ˆ ordem de
superior hier‡rquico que n‹o seja notoriamente ilegal, pratica a•‹o
at’pica penalmente.
e) Nas hip—teses de estado de necessidade, o C—digo Penal prev• que o
excesso doloso disposto no par‡grafo œnico do art. 23 do C—digo Penal
torna il’cita conduta originalmente permitida, o que n‹o ocorre com o
excesso culposo, que mantŽm a a•‹o excessiva impun’vel.
COMENTçRIOS:
a) CORRETA: Item correto, pois a teoria da tipicidade conglobante, desenvolvida
por Zaffaroni, entende que a tipicidade comporta n‹o apenas a exist•ncia de uma
norma proibitiva, mas a inexist•ncia, no mesmo ordenamento jur’dico, de normas
que permitem ou ordenem a pr‡tica da mesma conduta, por uma quest‹o de
coer•ncia.
b) ERRADA: Item errado, pois estas s‹o apenas as chamadas Òcausas genŽricas
de exclus‹o da ilicitudeÓ, podendo haver outras.
c) ERRADA: Item errado, pois neste caso o fato Ž at’pico.
d) ERRADA: Item errado, pois tal a•‹o ser‡ considerada t’pica, embora amparada
por uma causa de exclus‹o da ilicitude.
e) ERRADA: A conduta excessiva (seja o excesso doloso ou culposo) ser‡
considerada il’cita, devendo o agente responder pelo excesso (seja ele doloso ou
culposo), nos termos do art. 23, ¤ œnico do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.
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d) Pode alegar estado de necessidade mesmo quem tinha o dever legal
de enfrentar o perigo.
e) Ainda que o agente haja em caso de exclus‹o de ilicitude, este
responder‡ pelo excesso doloso ou culposo.
COMENTçRIOS:
a) ERRADA: Caso o agente pratique a conduta amparado por uma excludente de
ilicitude, n‹o haver‡ crime, eis que a ilicitude Ž um dos elementos do conceito
anal’tico de crime.
b) ERRADA: Item errado, pois esta Ž a defini•‹o da leg’tima defesa, nos termos
do art. 25 do CP.
c) ERRADA: Item errado, pois esta Ž a defini•‹o do estado de necessidade, nos
termos do art. 24 do CP.
d) ERRADA: Item errado, pois o estado de necessidade n‹o pode ser alegado por
aquele que tinha o dever legal de enfrentar o perigo, nos termos do art. 24, ¤1¼
do CP.
e) CORRETA: Item correto, pois o excesso (doloso ou culposo), n‹o est‡
acobertado pela excludente de ilicitude, devendo o agente ser punido em raz‹o
do excesso, nos termos do art. 23, ¤ œnico do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.
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c) ERRADA: Item errado, pois neste caso teremos um crime CONSUMADO, nos
termos do art. 14, I do CP.
d) ERRADA: Item errado, pois, Òpelo resultado que agrava especialmente a pena,
s— responde o agente que o houver causado ao menos culposamenteÓ, nos termos
do art. 19 do CP, ou seja, o agente responder‡ caso tenha dado causa ao
resultado agravador PELO MENOS a t’tulo de culpa (e, claro, tambŽm responder‡
se o resultado agravador deriva de DOLO).
e) ERRADA: Item errado, pois a absoluta impropriedade deve ser do OBJETO, e
a inefic‡cia absoluta deve ser do MEIO EMPREGADO (a alternativa inverte as
situa•›es), nos termos do art. 17 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.
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a) antijuridicidade.
b) tipicidade.
c) periculosidade.
d) culpabilidade.
e) punibilidade.
COMENTçRIOS: O ofend’culo (tambŽm chamado de Òofend’culasÓ) s‹o
mecanismos de defesa preordenada (cacos de vidro nos muros, cerca elŽtrica,
etc.). Nesse caso, a Doutrina os considera como hip—teses de exclus‹o da ilicitude
(ou exclus‹o da antijuridicidade).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.
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eis que Òdo nada, nada surgeÓ. O agente n‹o deu ÒcausaÓ (fisicamente falando)
ao resultado, mas como devia e podia evita-lo, responde por ele.
III Ð CORRETA: Item correto, pois o agente, neste caso, responder‡ pelo
resultado a t’tulo de culpa quando, por inobserv‰ncia do seu dever de cuidado,
deixar de agir para evitar o resultado, quando devia e podia.
IV Ð ERRADA: Item errado, pois o desconhecimento da lei ninguŽm pode alegar.
Todavia, o erro sobre a ilicitude do fato, se inevit‡vel, afasta a CULPABILIDADE,
n‹o a punibilidade, nos termos do art. 21 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.
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Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execu•‹o ou impede
que o resultado se produza, s— responde pelos atos j‡ praticados.(Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
A letra B d‡ o conceito do arrependimento posterior, nos termos do art. 16 do
CP, logo, est‡ errada.
A letra A est‡ errada porque a consuma•‹o se d‡ com a ocorr•ncia do resultado
JURêDICO (que pode ou n‹o dispensar o resultado natural’stico, ou seja, um
eventual resultado no mundo f’sico). O exaurimento Ž mera fase POSTERIOR ˆ
consuma•‹o do delito.
A letra C d‡ o conceito de arrependimento eficaz, logo, errada.
A letra E est‡ errada porque a tentativa n‹o Ž circunst‰ncia atenuante, mas causa
de redu•‹o de pena.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.
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d) conduta.
e) les‹o.
COMENTçRIOS: Dentre os elementos apontados pela quest‹o, o œnico que
necessariamente estar‡ presente em TODOS os crimes Ž a conduta (a•‹o ou
omiss‹o + vontade), eis que indispens‡vel para sua exist•ncia.
O dolo s— se exige nos crimes dolosos.
O resultado natural’stico s— se exige nos crimes materiais, bem como a les‹o.
J‡ a imprud•ncia s— se exige em alguns crimes culposos (pois podem ser
praticados, tambŽm, por neglig•ncia ou imper’cia).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.
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c) ilicitude, da tipicidade e da culpabilidade.
d) ilicitude, da culpabilidade e da tipicidade.
e) culpabilidade, da ilicitude e da tipicidade.
COMENTçRIOS: O consentimento do ofendido Ž causa supralegal de exclus‹o
ilicitude (antijuridicidade), desde que a aus•ncia de consentimento do ofendido
n‹o esteja expressa no tipo penal como elemento do tipo. Neste caso, teremos
exclus‹o da tipicidade.
A adequa•‹o social afasta a tipicidade material da conduta, por aus•ncia de
lesividade social.
Por fim, a inexigibilidade de conduta diversa Ž um dos elementos capazes de
afastar a culpabilidade.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.
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COMENTçRIOS:
I Ð ERRADA: C’cerus n‹o pode se valer da leg’tima defesa, pois a agress‹o de
seu oponente n‹o ser‡ injusta, posto que ambos concordaram em participar da
luta.
II Ð ERRADA: Neste caso, como a agress‹o j‡ havia cessado, Marcus n‹o agiu
em leg’tima defesa, tendo ocorrido vingan•a.
III Ð CORRETA: Se L’cius reagiu a uma agress‹o iminente (prestes a ocorrer),
estar‡ amparado pela leg’tima defesa (desde que presentes os demais requisitos,
conforme apontado pela quest‹o).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.
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III. superveniente, relativamente independente em rela•‹o ˆ conduta do
agente, situada na mesma linha de desdobramento f’sico da conduta do
agente, concorrendo para a produ•‹o do resultado.
IV. superveniente, relativamente independente em rela•‹o ˆ conduta do
agente, sem guardar posi•‹o de homogeneidade em rela•‹o ˆ conduta
do agente e que, por si s—, produziu o resultado.
O resultado lesivo NÌO ser‡ imputado a Fernando, que responder‡
apenas pelos atos praticados, nas situa•›es indicadas em
a) I, II e IV.
b) III e IV.
c) I e III.
d) I e II.
e) II, III e IV.
COMENTçRIOS: Essa quest‹o se resolve facilmente da seguinte forma: As
concausas ABSOLUTAMENTE independentes (I e II) NUNCA geram a imputa•‹o
do resultado ao agente (a conduta do agente n‹o Ž causa, pois pode ser suprimida
mentalmente sem afetar o resultado).
As concausas RELATIVAMENTE independentes, preexistentes ou concomitantes,
n‹o excluem a imputa•‹o do resultado ao agente, pois h‡ uma soma de
Òesfor•osÓ entre a concausa e a conduta do agente (a conduta do agente Ž causa,
pois NÌO pode ser suprimida mentalmente sem afetar o resultado).
Em rela•‹o ˆs concausas SUPERVENIENTES RELATIVAMENTE independentes,
devemos dividi-las em:
a) Produziram, por si s—, o resultado.
b) Agregaram-se ao nexo causal iniciado pela conduta do agente, contribuindo
para a produ•‹o do resultado.
No primeiro caso o agente NÌO responde pelo resultado, mas apenas pelos atos
que praticou. No segundo o caso o agente responde pelo resultado, pois a
concausa superveniente, a despeito de estar ligada ˆ conduta inicial do agente,
criou um novo nexo de causalidade, vindo a produzir o resultado sem se inserir
na cadeia causal da conduta do agente.
Assim, podemos verificar que somente na afirmativa III o agente responder‡ pelo
resultado, por se tratar de concausa superveniente, relativamente independente
que SE AGREGOU ˆ conduta do agente para, conjuntamente, produzirem o
resultado.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.
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b) no dolo eventual o agente prev• a ocorr•ncia do resultado, mas espera
sinceramente que ele n‹o aconte•a.
c) a imprud•ncia Ž a aus•ncia de precau•‹o, a falta de ado•‹o das
cautelas exig’veis por parte do agente.
d) a imper’cia Ž a pr‡tica de conduta arriscada ou perigosa, aferida pelo
comportamento do homem mŽdio.
e) Ž previs’vel o fato cujo poss’vel superveni•ncia n‹o escapa ˆ
perspic‡cia comum.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: Na culpa consciente, apesar de prever o resultado, o agente acredita
que ele n‹o v‡ acontecer.
B) ERRADA: Esta Ž a defini•‹o de culpa consciente. No dolo eventual o agente
prev• o resultado como prov‡vel, mas sem se importar com sua eventual
ocorr•ncia.
C) ERRADA: Item errado, pois esta Ž a defini•‹o da NEGLIGæNCIA.
D) ERRADA: A defini•‹o corresponde ˆ IMPRUDæNCIA. A imper’cia Ž a pr‡tica de
uma conduta por quem n‹o tem os atributos exigidos para tal.
E) CORRETA: De fato, a doutrina entende que a previsibilidade objetiva deve ser
aferida com base num ju’zo mediano de intelig•ncia, ou seja, ser‡ previs’vel o
fato que pudesse ser antevisto por uma pessoa de intelig•ncia mediana, inerente
ˆ maioria das pessoas.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.
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E) ERRADA: Os omissivos impr—prios s‹o sin™nimos de comissivos por omiss‹o,
logo, est‡ errada, nos termos da fundamenta•‹o da alternativa A.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.
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D) ERRADA: A antijuridicidade Ž sin™nimo de ilicitude, logo, est‡ incorreta, pois
o dolo (e a culpa) n‹o Ž um de seus elementos.
E) ERRADA: A punibilidade sequer Ž um dos elementos do crime, sendo
meramente a possibilidade que o Estado possui de fazer valer seu Poder Punitivo.
Assim, est‡ incorreta.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
Como se v•, o agente n‹o responde penalmente pela omiss‹o quando tinha, por
CONVEN‚ÌO SOCIAL, o dever de prote•‹o, cuidado e vigil‰ncia, mas apenas
quando tinha tal dever por obriga•‹o legal ou quando de outra forma, assumiu a
responsabilidade de impedir o resultado ou, ainda, quando criou o risco da
ocorr•ncia do resultado, com seu comportamento anterior.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.
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COMENTçRIOS: Item errado, pois considera-se o crime tentado quando, uma
vez iniciada a execu•‹o, n‹o se consuma o delito por circunst‰ncias alheias ˆ
vontade do agente, nos termos do art. 14, II do CP. Quando o pr—prio agente
impede a ocorr•ncia do resultado poderemos ter desist•ncia volunt‡ria ou
arrependimento eficaz, a depender do caso, na forma do art. 15 do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.
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(D) pratica o fato para salvar de perigo atual, que n‹o provocou por sua
vontade, nem podia de outro modo evitar, direito pr—prio ou alheio, cujo
sacrif’cio, nas circunst‰ncias, era razo‡vel exigir-se.
(E) pratica o fato para salvar de perigo atual, que n‹o provocou por sua
vontade, nem podia de outro modo evitar, direito pr—prio ou alheio, cujo
sacrif’cio, nas circunst‰ncias, n‹o era razo‡vel exigir-se.
COMENTçRIOS: Atua em estado de necessidade aquele que pratica o fato
definido como crime para salvar de perigo atual, que n‹o provocou por sua
vontade, nem podia de outro modo evitar, direito pr—prio ou alheio, cujo
sacrif’cio, nas circunst‰ncias, n‹o era razo‡vel exigir-se, nos termos do art. 24
do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.
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(A) o indiv’duo ÒBÓ ser‡ responsabilizado pelo crime de homic’dio doloso
se for demonstrado que o piloto do avi‹o em que seu pai se encontrava
agiu com culpa no acidente que o vitimou.
(B) o indiv’duo ÒBÓ ser‡ responsabilizado pelo crime de homic’dio
culposo, tendo em vista que sem a sua a•‹o o resultado n‹o teria
ocorrido.
(C) o indiv’duo ÒBÓ ser‡ responsabilizado pelo crime de homic’dio doloso,
tendo em vista que sem a sua a•‹o o resultado n‹o teria ocorrido.
(D) o indiv’duo ÒBÓ ser‡ responsabilizado pelo crime de homic’dio
culposo se for demonstrado que o piloto do avi‹o em que seu pai se
encontrava agiu com culpa no acidente que o vitimou.
(E) o indiv’duo ÒBÓ n‹o praticou e n‹o poder‡ ser responsabilizado pelo
crime de homic’dio.
COMENTçRIOS: O indiv’duo n‹o praticou e n‹o poder‡ ser responsabilizado pelo
delito de homic’dio, pois sua conduta n‹o foi a causa adequada da morte de seu
pai.
Com sua conduta o agente n‹o criou um risco proibido pelo Direito, pois n‹o Ž
vedado a ninguŽm presentear outra pessoa com uma passagem, ainda que sua
inten•‹o seja v•-la morrer num acidente.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRET Aƒ A LETRA E.
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(A) o uso moderado dos meios necess‡rios para repelir uma agress‹o
consiste em um dos requisitos para caracteriza•‹o da leg’tima defesa,
ainda que essa agress‹o seja justa.
(B) um dos requisitos para sua carateriza•‹o consiste na necessidade
que a injusta agress‹o seja atual e n‹o apenas iminente.
(C) um dos requisitos para sua caracteriza•‹o consiste na exig•ncia de
que a repulsa ˆ injusta agress‹o seja realizada contra direito seu, tendo
em vista que se for praticada contra o direito alheio estar-se-‡ diante de
estado de necessidade.
(D) a leg’tima defesa n‹o resta caracterizada se for praticada contra uma
agress‹o justa, ainda que observados os demais requisitos para sua
caracteriza•‹o.
(E) considera-se em leg’tima defesa aquele que pratica o fato para salvar
de perigo atual, que n‹o provocou por sua vontade, nem podia de outro
modo evitar, direito pr—prio ou alheio, cujo sacrif’cio, nas circunst‰ncias,
n‹o era razo‡vel exigir-se.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: Se a agress‹o Ž justa, n‹o h‡ que se falar em leg’tima defesa, nos
termos do art. 25 do CP.
B) ERRADA: A injusta agress‹o pode ser atual ou iminente, nos termos do art.
25 do CP.
C) ERRADA: A leg’tima defesa pode ser praticada para repelir injusta agress‹o
tambŽm contra direito de terceira pessoa.
D) CORRETA: Perfeito. Se a agress‹o Ž justa, n‹o h‡ que se falar em leg’tima
defesa, nos termos do art. 25 do CP.
E) ERRADA: Tal defini•‹o corresponde ao estado de necessidade, nos termos do
art. 24 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.
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a tentativa como sendo delito consumado, de forma que n‹o se aplica o art. 14,
II e seu ¤ œnico do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.
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De acordo com o C—digo Penal, a execu•‹o iniciada de um crime, que
n‹o se consuma por circunst‰ncias alheias ˆ vontade do agente,
caracteriza o(a)
a) arrependimento eficaz.
b) arrependimento posterior.
c) tentativa.
d) crime frustrado.
e) desist•ncia volunt‡ria.
COMENTçRIOS: Neste caso teremos crime na modalidade tentada, conforme
art. 14, II do CP:
Art. 14 - Diz-se o crime: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
(...)
II - tentado, quando, iniciada a execu•‹o, n‹o se consuma por circunst‰ncias alheias
ˆ vontade do agente. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.
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Aquele que pratica fato t’pico para salvar de perigo atual, que n‹o
provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito
pr—prio ou alheio, cujo sacrif’cio, nas circunst‰ncias, n‹o era razo‡vel
exigir-se, atuou em
a) leg’tima defesa putativa e, portanto, n‹o cometeu crime.
b) estado de necessidade e, portanto, ter‡ a pena diminu’da de 1 (um) a
2 (dois) ter•os.
c) leg’tima defesa e, portanto, n‹o cometeu crime.
d) estado de necessidade e, portanto, n‹o cometeu crime.
e) leg’tima defesa e, portanto, ter‡ a pena diminu’da de 1 (um) a 2 (dois)
ter•os.
COMENTçRIOS: Neste caso a pessoa agiu em estado de necessidade e,
portanto, n‹o cometeu crime, j‡ que o estado de necessidade Ž causa de exclus‹o
da ilicitude. Vejamos:
Art. 23 - N‹o h‡ crime quando o agente pratica o fato: (Reda•‹o dada pela Lei n¼
7.209, de 11.7.1984)
I - em estado de necessidade; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
[...]
Par‡grafo œnico - O agente, em qualquer das hip—teses deste artigo, responder‡ pelo
excesso doloso ou culposo.(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Estado de necessidade
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de
perigo atual, que n‹o provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar,
direito pr—prio ou alheio, cujo sacrif’cio, nas circunst‰ncias, n‹o era razo‡vel exigir-
se. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
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Art. 23 - N‹o h‡ crime quando o agente pratica o fato: (Reda•‹o dada pela Lei n¼
7.209, de 11.7.1984)
I - em estado de necessidade; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
II - em leg’tima defesa;(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exerc’cio regular de direito. (Inclu’do
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Assim, vemos que a alternativa CORRETA ƒ A LETRA E.
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COMENTçRIOS: Tal agente somente responder‡ pelos atos atŽ ent‹o
praticados, eis que restou configurada a desist•ncia volunt‡ria ou o
arrependimento eficaz. Vejamos:
Desist•ncia volunt‡ria e arrependimento eficaz(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execu•‹o ou impede
que o resultado se produza, s— responde pelos atos j‡ praticados.(Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.
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COMENTçRIOS: Neste caso o agente ser‡ beneficiado pelo instituto do
arrependimento eficaz pois, ap—s ter praticado a conduta, tomou as provid•ncias
para impedir a ocorr•ncia do resultado, tendo •xito. Vejamos:
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execu•‹o ou impede
que o resultado se produza, s— responde pelos atos j‡ praticados.(Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.
8! GABARITO
1.! ALTERNATIVA A
2.! ALTERNATIVA D
3.! ALTERNATIVA A
4.! ALTERNATIVA D
5.! ALTERNATIVA B
6.! ALTERNATIVA A
7.! ALTERNATIVA C
8.! ALTERNATIVA C
9.! ALTERNATIVA B
10.! ALTERNATIVA E
11.! ALTERNATIVA E
12.! ALTERNATIVA E
13.! ALTERNATIVA D
14.! ALTERNATIVA B
15.! ALTERNATIVA A
16.! ALTERNATIVA C
17.! ALTERNATIVA B
18.! ALTERNATIVA B
19.! ALTERNATIVA D
20.! ALTERNATIVA E
21.! ALTERNATIVA B
22.! ALTERNATIVA A
23.! ALTERNATIVA E
24.! ALTERNATIVA C
25.! ALTERNATIVA B
26.! ALTERNATIVA D
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27.! ALTERNATIVA A
28.! ALTERNATIVA C
29.! ALTERNATIVA D
30.! ALTERNATIVA B
31.! ALTERNATIVA B
32.! ALTERNATIVA B
33.! ALTERNATIVA A
34.! ALTERNATIVA E
35.! ALTERNATIVA A
36.! ALTERNATIVA D
37.! ALTERNATIVA A
38.! ALTERNATIVA A
39.! ALTERNATIVA A
40.! ALTERNATIVA D
41.! ALTERNATIVA D
42.! ALTERNATIVA D
43.! ALTERNATIVA B
44.! ALTERNATIVA C
45.! ALTERNATIVA B
46.! ALTERNATIVA A
47.! ANULADA
48.! ALTERNATIVA A
49.! ALTERNATIVA E
50.! ALTERNATIVA C
51.! ALTERNATIVA C
52.! ALTERNATIVA B
53.! ERRADA
54.! ERRADA
55.! ERRADA
56.! ALTERNATIVA A
57.! ALTERNATIVA E
58.! ALTERNATIVA C
59.! ALTERNATIVA E
60.! ALTERNATIVA B
61.! ALTERNATIVA D
62.! ALTERNATIVA C
63.! ALTERNATIVA B
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64.! ALTERNATIVA C
65.! ALTERNATIVA C
66.! ALTERNATIVA C
67.! ALTERNATIVA D
68.! ALTERNATIVA E
69.! ALTERNATIVA C
70.! ALTERNATIVA A
71.! ALTERNATIVA B
72.! ALTERNATIVA D
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