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Apresentação

Seja bem-vindo(a) ao curso Como Formalizar o seu Negócio!

O empreendedor, para fortalecer seu empreendimento, deve conhecer e identifi-


car suas características de negócio, associadas às regras de mercado, naturais ou
jurídicas, ambas aplicadas à sua formalização.

Este curso tem como propósito criar caminhos, instrumentos e métodos de traba-
lho que contribuam na orientação legal do empreendedor, para que venha a obter
o sucesso esperado por meio da formalização do seu negócio.

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UNIDADE 1
Vantagens e benefícios da formalização

Muitos dos pequenos empreendedores acabam vivendo na informalidade,


desconhecendo os grandes benefícios que a formalização traz. Por isso, diversas
facilidades vêm sendo criadas para diminuir os obstáculos e ajudar o empreendedor
a ter acesso aos benefícios da formalização, como você conhecerá no decorrer
desta unidade.

Ao final da unidade 1, esperamos que você seja capaz de conhecer e diferenciar os


tipos de portes de empresa e suas limitações, entendendo as vantagens e benefícios
da formalização e os riscos da informalidade.

Todo grande negócio um dia já foi um pequeno negócio, uma ideia embrionária ou,
principalmente, um super empreendedor individual suando a camisa para fazer a
ideia rodar. Sendo o início solitário ou com uma empresa formada, a formalização
é o primeiro e importante passo para crescer.

Todas as vantagens e todos os benefícios para a formalização do seu negócio,


independente do porte (Microempreendedor Individual, Microempresa, Empresa
de Pequeno Porte e Produtor Rural) baseiam-se em três princípios.

Princípios básicos para a formalização


Os três princípios básicos para a formalização são: cidadania, benefícios
governamentais e segurança jurídica. Se você deseja usufruir das vantagens e
benefícios da formalização, é necessário respeitar cada um deles.

Cidadania

É o exercício dos direitos e deveres constantes na Constituição Federal e que


garantem o exercício da sua profissão de acordo com as leis de seu país.

Benefícios governamentais

Toda empresa, para poder vender ou comprar, deve estar devidamente formalizada.
Os governos federal, estadual e municipal são grandes compradores de mercadorias
e serviços e assim o fazem por meio de licitação. A empresa devidamente

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formalizada, além de poder participar dos processos de licitações com privilégios
legais, também recebe os benefícios do governo de incentivo ao crédito por meio
dos bancos públicos, como a Caixa Econômica Federal (CEF) e o Banco do Brasil
(BB).

Segurança jurídica

A formalização de qualquer empresa permite que ela seja amparada pelas leis em
vigor. A legislação que rege as vantagens e benefícios das Microempresas, Empresas
de Pequeno Porte, Microempreendedor Individual e Produtor Rural somente pode
ser modificada pelo Congresso Nacional (CN), dando segurança ao empreendedor,
pois torna as regras mais estáveis. Para que a alteração ocorra, é necessário que
uma Lei Complementar seja votada pelo CN e sancionada pelo Presidente da
República.

Esses princípios que você acabou de conhecer servem como partida para
inicialização do seu negócio, além de ajudar no processo de formalização da sua
empresa. Como foi citado no início desta unidade, existem quatro tipos de portes
de empresas no Brasil, são eles: Microempreendedor Individual, Microempresa,
Empresa de Pequeno Porte e Produtor Rural.

A partir de agora você irá conhecer as diferenças entre os portes de empresa, as


vantagens e os benefícios da formalização e os riscos de manter a empresa na
informalidade.

Tipos de portes de empresa

Microempreendedor Individual
O Microempreendedor Individual (MEI) é a pessoa que trabalha por conta própria
e que se legaliza como pequeno empresário.

O MEI foi introduzido pela Lei Complementar 128/08 e inserido na Lei Geral da
Micro e Pequena Empresa (Lei Complementar 123/06) que possibilita a formalização
de empreendedores por conta própria, como costureiras, salgadeiras, quitandeiros,
quiosqueiros, açougueiros, verdureiro, mecânicos entre outros.

O Empreendedor Individual é fruto da aprovação de Lei Complementar pelo


Congresso Nacional. Tal fato resulta em maior segurança ao empreendedor, pois

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ele sabe que as suas regras são estáveis e que para serem alteradas é necessário
que outra Lei Complementar seja votada pelo Congresso Nacional e sancionada
pelo Presidente da República, ou seja, há uma grande segurança jurídica em relação
à alteração das regras.

Então o MEI é a pessoa que trabalha por conta própria e que se legaliza como
pequeno empresário? Como faço para me tornar um MEI?

Quer conhecer mais sobre o MEI? Então assista aos vídeos a seguir, eles irão
ampliar o seu conhecimento sobre este porte de empresa e sobre o seu processo
de formalização.

Quais os benefícios previdenciários do MEI?

Uma das grandes vantagens do trabalhador informal ao se tornar um MEI é o fato


de passar a ter direito a benefícios previdenciários.

Previdência e demais benefícios do MEI

Ao se formalizar, o MEI passa a ter cobertura previdenciária para si e seus


dependentes, com os seguintes benefícios.

Para o empreendedor:

• Aposentadoria por idade: mulher aos 60 anos e homem aos 65, observada a
carência, que possui tempo mínimo de contribuição de 180 meses; a contar
do primeiro pagamento em dia. Especificamente para esse benefício, mesmo
que o segurado pare de contribuir por bastante tempo, as contribuições
para aposentadoria nunca se perdem, sempre serão consideradas.
• Auxílio-doença e Aposentadoria por invalidez: são necessários 12 meses de
contribuição, a contar do primeiro pagamento em dia. É importante saber
que a concessão desses dois benefícios, nos casos de acidente de qualquer
natureza ou se houver acometimento de alguma das doenças especificadas
em lei, independe da carência.
• Salário-maternidade: são necessários 10 meses de contribuição, a contar
do primeiro pagamento em dia.

Para os dependentes:

Pensão por morte e auxílio reclusão: esses dois benefícios têm duração variável,
conforme a idade e o tipo do beneficiário.

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Duração de 4 meses a contar da data do óbito para o cônjuge:

• Se o óbito ocorrer sem que o segurado tenha realizado 18 contribuições


mensais à Previdência;
• Se o casamento ou união estável tiver acontecido há menos de 2 anos
antes do falecimento do segurado.

Duração variável conforme a tabela para o cônjuge:

• Se o óbito ocorrer depois de realizadas 18 contribuições mensais pelo


segurado e pelo menos 2 anos após o início do casamento ou da união
estável ou nas idades referentes ao quadro ao lado.

Para os dependentes:

O benefício é devido até os 21 anos de idade, salvo em caso de invalidez ou


deficiência.

Para os benefícios que exigem carência mínima (quantidade de


contribuições), as contribuições não precisam ser seguidas, desde que
o segurado não fique muito tempo sem contribuir, ou seja, não ocorre a
perda da qualidade de segurado entre as contribuições. O MEI mantém
a qualidade de segurado (vínculo com a previdência social, e direito aos
seus benefícios) em regra, até 12 meses após a última contribuição.

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O cálculo dos benefícios é efetuado com base nas contribuições realizadas pelo
segurado desde 7/1994. Assim, ainda que esteja contribuindo como MEI (que é
com base em um salário mínimo), o valor do benefício pode ser superior a um
salário mínimo. Se não houver outras contribuições além do MEI, o benefício será
no valor do salário mínimo.

Curiosidades a respeito do MEI


O empregado de uma empresa privada pode se inscrever como MEI?
Sim, não há vedação à inscrição do empregado de empresa privada como MEI.

O MEI pode contratar como empregado o cônjuge ou o companheiro?


Não, o MEI não pode contratar o próprio cônjuge como empregado. Somente
será admitida a filiação do cônjuge ou companheiro como empregado quando
contratado por sociedade em nome coletivo em que participe o outro cônjuge ou
companheiro como sócio, desde que comprovado o efetivo exercício de atividade
remunerada, nos termos do § 2º do art. 8º da Instrução Normativa INSS/PRES nº
77/2015 INSS.

O MEI pode contribuir de forma adicional para receber benefício superior a um


salário mínimo?
Não, pois conforme o art.21, § 2º, da Lei nº 8.212, de 1991, a alíquota de contribuição
do MEI incide sobre o valor do salário mínimo.

O período de contribuição como Microempreendedor Individual poderá ser


somado a outros períodos de contribuição para a Previdência Social?
Sim, o tempo de contribuição pode ser contado para concessão de aposentadoria
por idade, assim como para o cumprimento de carência para auxílio-doença, salário-
maternidade e aposentadoria por invalidez, desde que devidamente recolhidos. No
entanto, para que o período de contribuição do MEI conte para a aposentadoria por
tempo de contribuição, ele deverá complementar a contribuição mensal mediante
recolhimento sobre o valor correspondente ao limite mínimo mensal do salário de
contribuição em vigor na competência a ser complementada, da diferença entre o
percentual pago e o de 20%, acrescido de juros moratórios (§ 3º do art. 21 da Lei
nº8.212, de 1991).

Para informações sobre esses procedimentos, recomenda-se entrar em contato


diretamente com a Central de Atendimento 135 do INSS.

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No caso do MEI estar inadimplente com os pagamentos (DAS), qual é o prejuízo
ou penalidade que ele terá junto ao INSS/Previdência Social?
São dois grandes prejuízos para o trabalhador: primeiro, não terá esse tempo
inadimplente contado para nenhum benefício da previdência social. Segundo, caso
necessite de algum benefício não programado, como auxílio-doença, pensão por
morte ou salário-maternidade, por exemplo, poderá não ter direito a esses. Além
disso, quando for recolher as contribuições atrasadas, terá que calcular os valores
acrescidos de multa e juros.

O MEI que estiver recebendo auxílio-doença ou salário-maternidade deve pagar


o DAS?
Sim, quando o ICMS ou ISS acumularem R$ 10,00. Isto porque, em caso de gozo de
benefício de auxílio-doença ou de salário-maternidade, não é devido o recolhimento
da contribuição do MEI relativamente à Previdência Social, desde que o período
do benefício englobe o mês inteiro, mas permanecem devidos os tributos ICMS e
ISS. Caso o início do gozo do auxílio-doença e do salário-maternidade transcorra
dentro do mês, será devido o recolhimento da contribuição do MEI relativo àquele
mês.

Exemplo: Se o benefício vai do dia primeiro ao último dia do mês (1º a 31), a parcela
do INSS não é devida. Mas se o benefício tem início ou fim previsto dentro do mês,
o DAS deve ser pago relativo a esse mês.

Como MEI, se eu engravidar, como farei para dar entrada no salário-maternidade?


A segurada poderá agendar o requerimento de salário-maternidade pela Central
de Atendimento 135 ou através da página da Previdência Social na internet,
selecionando a opção “Requerimento de Salário Maternidade”.

O salário-maternidade da Microempreendedora Individual será pago diretamente


pelo Instituto Nacional do Seguro Social – INSS e a contribuição previdenciária
devida pela MEI durante o recebimento do salário-maternidade será descontada
automaticamente do valor deste benefício, referente ao mês inteiro em que ficar
em licença.

Também pode ter direito ao salário-maternidade o MEI do sexo masculino, nos casos
de falecimento da mãe (gestante), adoção ou guarda judicial para fins de adoção
ocorrida a partir de 25/10/2013 (data da publicação da Lei nº 12.873/2013). Nas
hipóteses de parto natimorto, adoção e aborto criminoso, o benefício também é
concedido à segurada.

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Como será pago o salário-maternidade à empregada do MEI?
O INSS pagará diretamente o salário-maternidade à empregada do MEI.

Já sou aposentado, como MEI o que ganharei ao contribuir para o INSS?


A contribuição previdenciária do MEI que já for aposentado não dá direito a uma
segunda aposentadoria, porém o segurado tem direito ao salário-maternidade e
acesso ao serviço de reabilitação profissional do INSS.
É importante ressaltar que os benefícios previdenciários não são as únicas
vantagens decorrentes da formalização, tendo em vista o tratamento empresarial
diferenciado dispensado ao MEI.

Sou aposentado por invalidez, se eu me formalizar como Microempreendedor


Individual - MEI perderei a aposentadoria?
Sim. O aposentado por invalidez que retorna ao trabalho como MEI ou realizando
qualquer outra atividade é considerado recuperado e apto ao trabalho, portanto,
deixará de receber o benefício por invalidez.

O MEI que se aposenta por invalidez deve dar baixa em sua inscrição como MEI?
A concessão da aposentadoria por invalidez está condicionada ao afastamento da
atividade como MEI, dessa forma o Microempreendedor Individual deverá realizar
a baixa de sua inscrição, uma vez que a inscrição ativa indica a continuidade da
atividade remunerada.

Quem está recebendo salário-maternidade decorrente de vínculo com a CLT,


caso se inscreva como MEI, perderá o benefício?
Sim. A percepção do salário-maternidade está condicionada ao afastamento
da atividade desempenhada, sob pena de suspensão do benefício. Portanto, a
formalização como MEI, e o respectivo exercício dessa atividade, poderá ensejar a
suspensão do salário-maternidade.

Sou tutor e administro uma pensão por morte de um órfão menor de idade. Caso
me registre como MEI, o menor perderá o benefício previdenciário?
Não, o órfão menor não perde o benefício previdenciário da pensão por morte a
que tem direito pelos atos praticados pelo tutor.

Na dúvida sobre a natureza do benefício recebido pelo menor, entre em contato


com a Previdência Social.

Qual o prazo para o MEI solicitar o auxílio-doença?


O auxílio-doença (para o próprio MEI) poderá ser solicitado a partir do primeiro dia

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em que ele ficar incapacitado de exercer suas atividades. O pagamento será devido
a contar da data do início da incapacidade, quando requerido em até 30 dias do
afastamento.

Para requerer qualquer benefício perante o INSS/Previdência o segurado pode:


ligar para a Central Telefônica 135 e agendar o seu atendimento, acessar o portal
da Previdência Social ou ir a qualquer agência do INSS.

Para o MEI que também trabalha como empregado, qual o prazo para solicitar o
auxilio-doença?
O auxílio-doença para o próprio MEI poderá ser solicitado a partir do primeiro dia
em que ele ficar incapacitado de exercer suas atividades.

Como empregado de uma empresa privada, o auxílio-doença é devido ao trabalhador


que ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais
de 15 (quinze) dias consecutivos.

Se o trabalhador tiver dois vínculos com a previdência social (como MEI e empregado
de empresa privada) poderá, se ficar incapacitado para as duas atividades, requerer
o auxílio-doença para ambas as atividades.

Momento de reflexão

Será que é vantajoso mesmo sair da informalidade e se tornar


um Microempreendedor individual?

Infelizmente muitos pequenos empreendedores acabam


vivendo na informalidade, por desconhecer os grandes
benefícios que a formalização traz.

Microempresa e Empresa de Pequeno Porte


As micro e pequenas empresas correspondem a mais de 90% das empresas brasileiras
e são responsáveis pelo emprego de cerca de 60% das pessoas economicamente
ativas do país. Apesar de serem categorias empresariais muito comuns, devido a
terem características muito parecidas, há muitas dúvidas sobre a diferença entre
Microempresa e Empresa de Pequeno Porte.

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Atualmente, há algumas definições utilizadas para limitar o que seria uma pequena
ou micro empresa.

De acordo com a lei, promulgada em dezembro de 2006, Microempresa será a


sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade
limitada e o empresário, devidamente registrados nos órgãos competentes, que
tenha um faturamento anual (receita bruta) igual ou inferior a R$ 360.000,00.

Já a Empresa de Pequeno Porte ou Pequenas Empresas são aquelas que possuem um


faturamento anual superior a R$ 360.000,00 e igual ou inferior é R$ 4.800.000,00.

Produtor Rural

O Produtor Rural é a pessoa física ou jurídica que explora a terra, com fins
econômicos ou de subsistência, por meio da agricultura, da pecuária, da silvicultura,
do extrativismo sustentável, da aquicultura, além de atividades não-agrícolas,
respeitada a função social da terra.

Você sabia que há diferença entre produtor rural pessoa física e pessoa jurídica?

O produtor rural pessoa física é aquele que explora a atividade agropecuária por
meio do número do seu Cadastro de Pessoa Física (CPF), podendo ser proprietário
ou não da terra, como o caso do arrendamento, podendo explorar 100% da
atividade em seu nome ou em percentuais, como é o caso de parcerias.

O produtor rural pessoa jurídica é aquele ou aqueles que exploram a atividade


agropecuária por meio de um número de Cadastro Nacional das Pessoas Jurídicas
(CNPJ), Inscrição Estadual (IE) ou Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP Jurídica).

Essa pessoa jurídica pode ou não ser proprietária da terra, como é o caso do
arrendamento, e pode explorar 100% da atividade em nome da sociedade ou por
meio de percentuais, como é o caso de parcerias.

Vantagens e benefícios da formalização

A informalidade representa insegurança para o seu negócio, impede a busca de


parceiros/investidores e faz com que o seu negócio esteja fadado no mínimo a

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chegar a um ponto onde fique estagnado, já que as manobras para driblar a lei e
a fiscalização são finitas. Optar pela formalização é uma decisão sábia que pode
possibilitar diversos benefícios e vantagens aos empresários. Conheça as vantagens
e os benefícios que a formalização traz para o MEI, para a MPE e para o Produtor
Rural.

Entenda melhor a diferença entre essas modalidades empresariais que você acabou
de conhecer através da tabela comparativa sobre faturamento anual bruto, firma,
funcionários e atividade. Em seguida conheça o Simples Nacional, um regime
tributário facilitado e simplificado para micro e pequenas empresas.

Simples Nacional

Você já ouviu falar do Simples Nacional?

O Simples Nacional foi criado com o objetivo de unificar a arrecadação dos tributos
e contribuição devidos pelas micro e pequenas empresas brasileiras, nos âmbitos
dos governos federal, estaduais e municipais. Microempresas e Empresas de
Pequeno Porte podem optar pelo Simples Nacional e pelo Sistema Integrado de
Pagamentos de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de
Pequeno Porte, conhecidos como Simples/Federal, introduzido a partir de 1997,
pela Lei nº 9.137/1997.

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O Simples consiste, basicamente, em permitir que as empresas optantes recolham
tributos e contribuições devidos, calculados sobre a receita bruta, mediante
aplicação de alíquota única, em um único documento de arrecadação, chamado
de Darf-Simples, podendo abranger tributos estaduais e municipais mediante
convênio celebrado com a Receita Federal.

A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (Eireli), entrou em vigor no


ano de 2012, pela edição da Lei nº 12.441/2011, que alterou o Código Civil,
tendo sua modalidade na preservação jurídica que protege os bens pessoais do
empreendedor, em razão de suas responsabilidades civis serem limitadas.

Só poderá haver sócio tendo como capital social 100 vezes o salário mínimo,
podendo ter filiais. Seu regime de tributação é visto pelo faturamento anual,
podendo, em certos casos, optar pelo Simples Nacional, com base no lucro real e
no lucro presumido.

Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (Eireli) é uma categoria


empresarial que permite a constituição de uma empresa com apenas um sócio: o
próprio empresário.

Essa modalidade foi criada em 2011 e surgiu com o propósito de acabar com a
figura do sócio “fictício”, prática comum em empresas registradas como sociedade
limitada, que antes só poderiam ser constituídas por, no mínimo, duas pessoas, e
agora podem ser abertas com um único sócio.

A Eireli permite a separação entre o patrimônio empresarial e privado. Ou seja, caso


o negócio contraia dívidas, apenas o patrimônio social da empresa será utilizado
para quitá-las, exceto em casos de fraude.

O lado positivo da formalização é fazer a empresa existir no mercado e possibilitar


seu crescimento. Regularizar sua empresa permite a ampliação das vendas e o
crescimento do negócio. Saiba que uma empresa informal não tem chance de
crescimento, não consegue fazer parcerias e vive sob risco de ser confiscada pela
Receita Federal.

Encerramento da Unidade 1

Nesta unidade, você conheceu e diferenciou os portes de empresa e suas limitações,


conheceu as vantagens e benefícios da formalização e também os riscos da

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informalidade.

Relembre o que foi visto:

• Todas as vantagens e todos os benefícios para a formalização de um negócio


baseiam-se em três princípios: Cidadania, Benefícios Governamentais e
Segurança Jurídica.
• Existem quatro tipos de portes de empresas no Brasil, são eles:
Microempreendedor Individual, Microempresa, Empresa de Pequeno Porte
e Produtor Rural.

UNIDADE 2
Passos para a formalização

Vamos relembrar o que foi visto na Unidade 1? Nela foi possível identificar os tipos
de portes de empresa, bem como, as vantagens e os benefícios da formalização.

Quando você transforma uma ideia em negócio, é preciso pensar na formalização da


sua empresa. Depois de levantar informações sobre o mercado, o local da atividade
e o capital que você precisa ter para colocar seus planos em funcionamento, é
chegada a hora de, enfim, tornar-se um empresário registrado.

Esperamos que ao final da unidade 2, você seja capaz de conhecer os passos para
a formalização de acordo com as regras da legislação.

Para formalizar um pequeno negócio, o empreendedor deverá, antes de mais nada,


fazer o registro da formalização, consultar a prefeitura para saber se é possível
desenvolver sua atividade no local (bairro, casa ou rua) e se ela está de acordo com
a legislação do município, especialmente com as leis sanitárias e de uso e ocupação
do solo, que protegem e ordenam o crescimento das cidades. A seguir, você terá
mais informações sobre os passos para se formalizar como Microempreendedor
Individual, Microempresa e Empresa de Pequeno Porte ou Produtor Rural.

Microempreendedor Individual

Passo 1: Consultar os órgãos públicos locais (ex.: Prefeitura) sobre a exploração do

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seu negócio.

Passo 2: Acessar o site www.portaldoempreendedor.gov.br/

Passo 3: Concluído o registro, obtém-se o CNPJ, a inscrição no INSS, na Junta


Comercial e o Alvará Provisório.

Passos para a formalização do Microempreendedor Individual

A inscrição do Microempreendedor Individual é feita exclusivamente pela internet,


no Portal do Empreendedor disponível em: www.portaldoempreendedor.gov.br/

Você deverá ter em mãos o número do seu Cadastro de Pessoa Física (CPF), data
de nascimento, identidade, endereço, telefone, e-mail e a atividade a ser exercida.
Saiba que quando se tratar de atividade comercial, a Inscrição Estadual (IE) sairá
com o cadastro sincronizado, e o sistema gerará o Certificado da Condição de
Microempreendedor Individual (CCMEI).

Os dados cadastrais serão enviados para o município no mês seguinte à inscrição.

Havendo atividade de baixo risco, que são aquelas atividades em que não há riscos
à saúde, como exposição a inflamáveis, e as de natureza prejudicial à saúde, como
ficar sentado por muito tempo, o empreendedor deverá manifestar eletronicamente
sua concordância ao Termo de Ciência e Responsabilidade, isto é, declarar que
conhece e atende aos requisitos legais exigidos pelo estado, município e o Distrito
Federal para emissão do Alvará de Licença de Funcionamento Provisório, com
prazo de 180 dias de validade.

O não atendimento dos requisitos legais acarretará o cancelamento do Alvará


Provisório e da sua inscrição como Microempreendedor Individual.

Microempresa e Empresa de Pequeno Porte

Passo 1: Solicitar o Alvará à prefeitura para a instalação da Empresa.

Passo 2: Verificar, na Junta Comercial ou no Cartório de Registro Civil de Pessoas


Jurídicas, se não há empresas com o mesmo nome.

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Passo 3: Cadastrar a empresa junto à Secretaria da Receita Federal, obtendo o
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ).

Passo 4: Solicitar o Alvará do Corpo de Bombeiros e a Licença de Funcionamento


da Prefeitura.

Passo 5: Solicitar a inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes da Secretaria


Estadual de Fazenda, o que só é possível mediante Certidão Negativa de Débito
da Fazenda Estadual.

Passo 6: Inscrever-se no cadastro do INSS, podendo ser feito junto com o CNPJ.

Passo 7: Com a empresa formalizada, voltar à Agência da Receita Estadual e obter


Autorização para impressão de Documentos Fiscais (nota fiscal).

Passo 8: Inscrever a empresa no Sindicato patronal competente.

Passo 9: No caso de prestação de serviços, para algumas categorias, é necessário


registro no Conselho Regional, além de se inscrever no Cadastro Mobiliário de
Contribuintes da Secretaria Municipal de Fazenda. Seguindo todos esses passos
com certeza você terá sucesso no processo de formalização da sua empresa como
microempresa ou empresa de pequeno porte. Que tal agora conhecer como realizar
a formalização do produtor rural?

Produtor Rural

Passo 1: Procurar o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) ou


instituto que lida com a terra no seu estado ou a própria prefeitura para a obtenção
do Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR).

Passo 2: Acessar o site da Receita Federal para aquisição do Número do Imóvel


Rural na Receita Federal (NIRF). O produtor deverá ter em mãos o CCIR do imóvel
e documentos pessoais (CPF e RG).

Passo 3: Acessar o site da Secretaria de Fazenda Estadual para regularização do


empreendimento e obtenção do registro como produtor rural a partir da Inscrição
Estadual (IE) ou Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) Rural.

É importante saber que no 3º passo, para obtenção da IE ou CNPJ Rural, o produtor

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deverá ter em mãos o Número do Imóvel na Receita Federal (Nirf). Caso o produtor
rural não seja o dono da propriedade, é necessário ter o Contrato de Arrendamento
do Imóvel com todos os dados cadastrais da propriedade.

1. Uma mesma propriedade pode ter mais de uma IE;


2. A IE está condicionada à atividade rural (pecuária, fruticultura e outras);
3. Com a IE é possível emitir Nota Fiscal de Produtor Rural;
4. Procure o Sindicato Rural da sua região para mais informações e orientações.

Existem também alguns passos necessários para obtenção da Declaração de


Aptidão ao Pronaf (DAP).

Passo 1 - Para obtenção da Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP): É necessário


procurar as entidades credenciadas (Empresas de Assistência Técnica Estadual,
Sindicatos Rurais, entre outras). Lembrando que o agricultor deve ter em mãos
os documentos pessoais (CPF e RG) e os documentos da propriedade. Para ser
classificado como pertencente à agricultura familiar, o agricultor deve atender aos
requisitos da Lei nº 11.326/2006.

Passo 2 - Para obtenção do Registro Geral de Pesca: É necessário procurar a


Secretaria de Agricultura ou o órgão ambiental do seu estado para verificar os
procedimentos necessários à obtenção do Registro Geral de Pesca no seu Estado.

Você sabia que nos últimos anos aumentou o incentivo para que os proprietários de
pequenas propriedades rurais participem das chamadas públicas? E para participar
desses processos, o produtor precisa estar formalizado!

É importante ressaltar que o ato de formalizar compreende a aceitação das regras


legais.

O empreendedor deverá se cadastrar no site Portal do Empreendedor, consultar


a Classificação Nacional de Atividade Econômica (CNAE) da atividade de sua
empresa bem como o Simples Nacional.

Com o cadastro realizado, ao final será emitido um Certificado de Condição de


Microempreendedor Individual (CCMEI), que conterá as informações que você
verá a seguir.

1. Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ);


2. O alvará provisório;
3. A inscrição na Junta Comercial da localidade;

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4. O Número de Identificação de Registro de Empresas (Nire);
5. Cadastro do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS).

Para regularidade junto à prefeitura da sua localidade, o empreendedor deverá


atentar-se ao fato de que cada prefeitura poderá ter um disciplinamento diferente
para a obtenção do Alvará de Funcionamento.

Lembre-se de que, ao formalizar a empresa no site, o empreendedor obterá


junto ao Certificado de Condição de Microempreendedor Individual (CCMEI) o
cadastro do Alvará Provisório, que servirá como documentação de comprovação
junto à prefeitura da sua localidade, dependendo do tratamento exigido.

Com o advento da Lei Complementar nº 126, os estados, municípios e o Distrito


Federal estão revendo as formas de cadastramento das Empresas de Pequeno Porte
e Empresário Individual, extensivo ao produtor rural, para que seja simplificado o
processo de obtenção dos Alvarás de Funcionamento e outras exigências estaduais,
municipais e distritais.

Momento de reflexão

Seguindo esses passos é possível trabalhar de forma legal e


definitiva e ter uma empresa formalizada?

Se, mesmo com todas essas informações, você ainda tiver


dúvidas quanto ao formato jurídico para formalizar sua
empresa, a dica é recorrer a um contador de sua confiança
ou advogado especializado em consultoria empresarial.
Com o auxílio de profissionais que possuem experiência no assunto, você facilita a
tomada de decisão e minimiza os riscos.

Encerramento da Unidade 2

Nesta etapa, você conheceu todos os passos para formalizar a sua empresa.

Relembre o que foi visto:

• O primeiro passo para se formalizar como Microempreendedor Individual


é consultar os órgãos públicos locais (ex.: Prefeitura) sobre a exploração do

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seu negócio.
• O primeiro passo para se formalizar como Microempresa e Empresa de
Pequeno Porte é solicitar o alvará à prefeitura para a instalação da Empresa.
• O primeiro passo para se formalizar como Produtor Rural é procurar o
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) ou instituto
que lida com a terra no seu estado ou a própria prefeitura para a obtenção
do Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR).

UNIDADE 3
Definindo um plano de ação para a formalização

Na unidade anterior, você conheceu os passos e 11 obrigações básicas para se


formalizar. Na unidade 3, você poderá colocar tudo isso em prática, definindo um
plano de ação para a formalização.

Você possui objetivos claros sobre o seu negócio?

Para abrir um negócio, é necessário planejamento e clareza dos seus objetivos.


Boas ideias só se tornam realidade quando construídas passo a passo. Desenvolver
um plano é essencial para quem busca o sucesso de um empreendimento.
Por isso, chegou o momento de preencher o plano de ação, mesmo que o seu
empreendimento ainda não tenha sido iniciado.

Conhecendo o plano de ação

Você sabe o que é um plano de ação?

O Plano de Ação é uma ferramenta essencial para alcançar objetivos e um grande


aliado do empreendedor. Nele é possível reunir todas as informações sobre um
projeto e tudo o que é preciso ser feito para que se chegue à meta final. Desta
forma, o plano de ação vai muito além de traçar um objetivo. É preciso listar
tudo o que deve ser feito para alcançá-lo e de que forma cada etapa acontecerá.
A utilização dele pode ajudar você a alcançar os seus objetivos de forma mais
assertiva, uma vez que são desenvolvidas todas as estratégias necessárias para
alcançá-los, minimizando possíveis prejuízos e riscos.

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Itens do plano de ação

Item 1: O que fazer? Quais ações precisam ser realizadas?

Item 2: Como fazer? De que forma as ações podem ser colocadas em prática?

Item 3: Quando fazer? Quando a ação será realizada? Qual o prazo?

Item 4: Quem faz? Quem será a pessoa responsável pela ação?

Item 5: Quanto custa? Quanto será gasto na realização da ação?

Item 6: Quem apoia? Quais são os parceiros que podem ajudar?

Quanto melhor o plano de ação, maior a possibilidade de atingir suas metas e obter
os resultados esperados.

Para concluir, lembre-se que o plano de ação não termina após a sua elaboração. É
preciso ter uma sistemática clara do acompanhamento das ações contidas no plano
para o momento em que estiverem sendo implementadas e para a fase posterior
a sua implantação.

Encerramento da Unidade 3

Nesta unidade, você teve a oportunidade de conhecer e definir um plano de ação


para a formalização do seu negócio.

Relembre o que foi visto:

• O plano de ação é uma ferramenta essencial para alcançar objetivos e um


grande aliado do empreendedor. Nele é possível reunir todas as informações
sobre um projeto, bem como tudo o que é preciso ser feito para que se
chegue à meta final.
• Quanto melhor o plano de ação, maior a possibilidade de atingir suas metas
e obter os resultados esperados.

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Encerramento

Você percebeu que mesmo tendo obrigações, há mais vantagens e benefícios com
a formalização?

Como você pôde ver, legalizar-se possui diversas vantagens, pois ao formalizar seu
próprio negócio você pode ter acesso imediato aos benefícios que a informalidade
não lhe proporciona. Esperamos, verdadeiramente, ter contribuído com as
orientações legais para a regularização da sua empresa.

A seguir, reveja os assuntos que você aprendeu durante o curso.

• Unidade 1 – Vantagens e benefícios da formalização


Nesta unidade, você conheceu e diferenciou os portes de empresa e suas
limitações. Identificou as vantagens e benefícios da formalização e também
os riscos de manter uma empresa na informalidade.

• Unidade 2 – Passos para formalização


Na unidade 2, você conheceu as obrigações básicas e todos os passos para
formalizar a sua empresa.

• Unidade 3 – Definindo um plano de ação para a formalização


Na unidade 3, você teve a oportunidade de conhecer e definir um plano de
ação para a formalização do seu negócio.

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