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Ministério da Educação

Universidade Tecnológica Federal do Paraná


Câmpus Apucarana

Curso: Engenharia Química


Disciplina: TR67A – Tratamento de Resíduos Industriais

Prova 2 (2020/2) – Resíduos Sólidos

1. Um engenheiro químico é contratado por uma pequena indústria que gera, em seu
processo produtivo, alguns tipos de resíduos sólidos. Ao elaborar o plano de
gerenciamento de resíduos sólidos, ele recorre à NBR 10.004/2004. Avalia as afirmativas
que seguem:
I. Os resíduos sólidos são classificados em inertes e não inertes, sendo que os inertes
podem ser perigosos e não perigosos.
II. A classificação de um resíduo é feita com base na identificação de seus constituintes
e no processo que o originou.
III. Quando se trata de resíduos tóxicos, as embalagens que os contém (ou continham)
seguem a mesma classificação dos resíduos.
À luz da ABNT NBR 10.004/2004, avalie se cada afirmativa é verdadeira ou falsa e justifique
cada uma delas.

I. Falsa: Os resíduos sólidos são classificados de acordo com a NBR 10.004/2004 em


Perigosos (Classe I) e Não Perigosos (Classe II), sendo os Não Perigosos subdivididos
em Inertes (Classe II – A) e Não Inertes (Classe II – B).
II. Verdadeira: O laudo de classificação pode ser baseado exclusivamente na
identificação do processo produtivo, alguns destes itens já estão descritos nos anexos
da NBR 10.004/2004. A identificação dos constituintes a serem avaliados na
caracterização do resíduo deve ser criteriosa e estabelecida de acordo com as
matérias-primas, os insumos e o processo que lhe deu origem.
III. Verdadeira: Como apresentado pela NBR 10.004/2004 as embalagens contaminadas
com substâncias tóxicas também seguem a classificação! Sendo classificadas como
resíduos Perigosos (Classe I) devido a toxicidade.

2. A norma ABNT NBR 10.004/2004 classifica os resíduos sólidos de acordo com a sua
periculosidade. Cite 5 características que classificam um resíduo sólido perigoso.
De acordo com a norma NBR 10.004/2004 os resíduos que apresentam periculosidade
são aqueles que apresentam as características:
I. Inflamabilidade;
II. Corrosividade;
III. Reatividade;
IV. Toxicidade;
V. Patogenicidade.

3. Descreva as etapas sequenciais do processo de classificação de resíduos sólidos, baseado


na ABNT NBR 10.004/2004.

A classificação dos resíduos sólidos de acordo com a norma NBR 10.004/2004 pode
ser feita seguindo o diagrama de blocos apresentados pela norma. O resíduo que tenha
origem conhecida ou não deve ser analisado se pertence aos resíduos perigosos (Classe I),
isso pode ser feito avaliando se este é englobado pelos anexos A (Resíduos perigosos de
fontes não específicas) ou B (Resíduos perigosos de fontes específicas), caso não conste,
porém apresente características de periculosidade (inflamabilidade, corrosividade,
reatividade, toxicidade ou patogenicidade). O resíduo não se encaixando nas condições
anteriores ele entra na classificação de resíduos Não Perigosos, esses resíduos são
submetidos a testes para verificar se solubilizam constituintes acima das concentrações
previstas no anexo G (Padrões para ensaio de solubilidade), apresentando concentrações
abaixo das tabeladas estes são resíduos inertes (Classe II – B) e se forem superiores entram
em resíduos não inertes (Classe II – A).

4. À luz da Lei nº 12.035/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, explique
o que é ciclo de vida compartilhado dos resíduos sólidos, a ferramenta de logística reversa
e a sua intenção.

De acordo com a Lei nº 12.035/2010 o ciclo de vida compartilhado é o conjunto de


atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores, distribuidores e
comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de
manejo dos resíduos sólidos, para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados,
bem como para reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental
decorrentes do ciclo de vida dos produtos.
Desta maneira a PNRS faz com que as empresas aceitem o retorno de seus produtos
descartados, gerando sistemas para promoção do reuso e reciclagem dos resíduos gerados
após o consumo. A PNRS exige a implementação da logística reversa para uma diversa gama
de produtos!
5. Dos seguintes tipos de resíduos sólidos:
I. Lâmpadas fluorescentes.
II. Material de Construção Civil.
III. Medicamentos.
IV. Pilhas e Baterias.
V. Agrotóxicos e suas embalagens.
VI. Óleos Lubrificantes, seus resíduos e embalagens.
VII. Produtos Químicos e seus resíduos.
VIII. Materiais Têxteis.
IX. Pneus.
X. Produtos Eletrônicos e seus componentes.
Cite aqueles que, de acordo com a Lei nº 12.305/2010, devem implantar o sistema de
logística reversa.
Seguindo a Lei nº 12.035/2010 devem ser implantado o sistema de logística reversa
para: I. Lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista. IV. Pilhas e
Baterias. V. Agrotóxicos, seus resíduos e embalagens. VI. Óleos Lubrificantes, seus resíduos e
embalagens. IX. Pneus e X. Produtos Eletrônicos e seus componentes.

6. Avalie a seguinte frase: “Reciclagem e logística reversa compreendem ações de mesma


natureza, portanto podem ser consideradas como sendo um mesmo instrumento da
política de resíduos sólidos.” À luz da Política Nacional de Resíduos Sólidos, esta afirmação
é correta ou não? Justifique.

Esta é uma afirmação não pode ser considerada correta, apesar da reciclagem e a
logística reversa terem o mesmo objetivo de reduzir os resíduos, elas agem por mecanismos
diferentes. A reciclagem é um processo de transformação no resíduo, provocando uma
mudança nas propriedades para transformar em insumos ou novos produtos. Já a logística
reversa é um instrumento de desenvolvimento econômico e social, realizando ações para
promover a coleta e restituição de resíduos sólidos para aproveitamento em ciclos produtivos
ou outra destinação ambientalmente adequada.

7. A seguinte afirmação “Reciclagem e reutilização são processos diferentes” é verdadeira ou


falsa, de acordo com a Lei nº 12.305/2010? Justifique.

Esta é uma afirmação falsa, a reutilização é um processo de aproveitamento dos


resíduos sem a transformação deste, apenas obedecendo os padrões exigidos pelo Sistema
Nacional de Meio Ambiente e outros órgãos da área (SNVS e SUASA). Quanto a reciclagem, o
procedimento são ditados pela transformação das características (Físicas, físico-químicas ou
biológicas) dos resíduos para a transformação em insumos ou novos produtos.
8. Imagine que uma indústria gere uma grande quantidade de resíduos, sendo a maior parte
de recicláveis e uma pequena quantidade de resíduos perigosos. De acordo com as
características deste resíduo, indicar uma ação para cada etapa do gerenciamento (Não
geração, redução, segregação, tratamento, reaproveitamento energético, disposição final)
e justificar cada uma delas.

Não geração: Diminuir o estoque de produto pronto. Diversas empresas atualmente


trabalham com esquema de venda sob demanda, desta maneira evita-se a geração de
resíduos para manter um estoque que pode ser desnecessário.
Redução: Uso de logística reversa, reduzindo o gasto com matéria-prima. Como o caso de
cascos retornáveis de refrigerantes, onde com a devolução do casco o consumidor paga mais
barato e a empresa economiza, além de reduzir a geração de resíduos.
Segregação: Utilizar a NBR 10.004/2004 para realizar a segregação correta dos resíduos, como
a norma é bem completa quanto a classificação e abrangente ao se tratar de dois tipos de
resíduos bem distintos.
Tratamento: Como não há informações específicas quanto ao resíduo, podem ser indicadas
técnicas de pré-tratamento, aplicando para os resíduos perigosos uma técnica de
estabilização e solidificação.
Reaproveitamento energético: Isso pode ser implementado nos casos em que os resíduos
gerados são reincluídos no processo, afim de utilizar o potencial energético contido naquele
item.
Disposição Final: A disposição final dos resíduos recicláveis poderia ser alguma cooperativa
que realiza a destinação, terceirizando o processo da empresa e gerando uma economia local.
Já os resíduos perigosos devem ser encaminhados para empresas que possuem especialidade
para cuidar destes materiais, com certificação e garantia de destinação ambientalmente
correta.

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