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DIREITO ELEITORAL

PROPAGANDA POLÍTICA

Por Priscilla von Sohsten


SUMÁRIO

1 TIPOS DE PROPAGANDA POLÍTICA E PRINCÍPIOS .............................................................................................. 3


1.1 Propaganda Intrapartidária ....................................................................................................................... 5
1.2 Propaganda Partidária ............................................................................................................................... 6
1.3 Propaganda Eleitoral ................................................................................................................................. 8
1.3.1 Propaganda em bens públicos ......................................................................................................... 10
1.3.2 Propaganda em locais privados ....................................................................................................... 10
1.3.3 Atos de propaganda eleitoral em ambientes públicos ou privados ................................................ 11
1.4 Propaganda Eleitoral no Rádio e na TV ................................................................................................... 14
1.5 Debates Eleitorais .................................................................................................................................... 19
1.6 Direito de Resposta ................................................................................................................................. 21
1.6.1 Pesquisas Eleitorais.......................................................................................................................... 22
2 DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO .................................................................................................. 23
3 BIBLIOGRAFIA UTILIZADA ................................................................................................................................ 23
ATUALIZADO EM 09/09/20181

PROPAGANDA POLÍTICA

1 TIPOS DE PROPAGANDA POLÍTICA E PRINCÍPIOS

A propaganda política é caracterizada pela divulgação dos conceitos ideológicos de partidos


políticos e de candidatos, voltada para a obtenção de um cargo público ou para a manutenção do
poder estatal.

Propaganda política é um gênero, do qual existem quatro espécies, quais sejam:

•consiste na divulgação das ideias e do programa do


PROPAGANDA partido. Tem por finalidade a exposição e o debate
público de sua ideologia, de sua história, de suas
PARTIDÁRIA metas, seus valores e suas propostas para a melhoria
ou transformação da sociedade.

PROPAGANDA •é aquela realizada por filiado de partido que aspira ser


INTRAPARTIDÁRIA candidato em pleito eletivo.

PROPAGANDA •é a propaganda oficial, feita pela própria administração


pública, com o objetivo de divulgar suas ações . (Não
INSTITUCIONAL interessa ao direito eleitoral).

PROPAGANDA •forma de captação de votos usada pelos partidos


políticos, coligações ou candidatos, em época
ELEITORAL determinada por lei, por meio de divulgação de suas
propostas, visando à eleição de cargos eletivos.

A propaganda política é realizada por vários instrumentos e tem como fundamento o direito de
antena que consiste na prerrogativa dos partidos políticos de terem acesso gratuito aos meios de
comunicação, previstos no art. 17, §3º, da CF. Esse direito é espécie de manifestação da liberdade de

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As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de
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porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do
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jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos
eventos anteriormente citados.
informação e de expressão. No entanto, a intimidade, honra e vida privada constituem limites à
propaganda política.

Dentre os princípios que disciplinam a propaganda eleitoral no Brasil podem ser elencados:

• Princípio da legalidade: a propaganda política é regulada por lei federal (art. 23, I, da CF),
competindo ao TSE editar regulamentações à lei, sem invadir a competência legislativa.

• Princípio da liberdade: É livre a realização de qualquer forma de propaganda, em recintos


fechados e abertos, sendo desnecessária a obtenção de autorizações da polícia para realizá-las.

• Princípio da responsabilidade: A propaganda será atribuída, em regra, aos candidatos e


partidos políticos, pelo que responderão civil, administrativa e criminalmente. Eventualmente poderão
ser responsabilizados os veículos de comunicação e o agente de comunicação.

• Princípio da igualdade: Todos os envolvidos no processo eleitoral – candidatos, partidos e


coligações – devem possuir igualdade de oportunidades na divulgação de propaganda. Evidentemente
que tal igualdade é formal, uma vez que existem regras que viabilizam mais ou menos tempo do
direito de arena em razão da representatividade do partido político. Ademais, o poder da propaganda
é ditado diretamente pelo poder econômico do partido.

• Princípio do controle judicial da propaganda: À Justiça Eleitoral compete o controle da


aplicação da legislação eleitoral relativa à propaganda, que será exercício, inclusive, por intermédio do
poder de polícia.

• Princípio da informação: pois os eleitores possuem o direito de serem informados de todas as


qualidades – positivas ou negativas – dos candidatos.

• Princípio da veracidade: deve ser observado o art. 45, II, Lei nº 9.504/97.

Antes de explicarmos cada um dos tipos de propaganda, vamos fazer uma linha do tempo do período
eleitoral para a melhor compreensão de cada uma delas.
Último dia 16 de 30 de
para Agosto Outubro
realização Início do 29 de Dia do
das período Setembro segundo
convenções para a Último dia turno das
partidárias e realização de elições para
escolha de de propaganda cidades com
candidatos propaganda eleitoral em mais de 200
5 de Agosto eleitoral rádio e TV mil eleitores

15 de 26 de 2 de
Agosto Agosto Outubro Dia
Último dia Início do do primeiro
para os período de turno das
partidos e propaganda eleições
coligações eleitoral em
pedirem o rádio e TV
registro de
candidatos

1.1 Propaganda Intrapartidária

Essa propaganda está prevista no artigo 36 da Lei das Eleições e não se dirige aos eleitores, mas aos
filiados do partido político que participarão das Convenções.

Entre o período de 20 de julho a 05 de agosto os partidos políticos devem escolher seus candidatos.
Assim, a partir do momento em que for fixada a data da Convenção, nos 15 dias anteriores, os filiados que
pretendem se lançar candidatos poderão fazer a propaganda intrapartidária.

Propaganda Intrapartidária
15 dias antes das
Convenções
O destinatário dessa propaganda não é o eleitor, e, por isso, a propaganda intrapartidária não poderá
ser ostensiva. Diante disso, veda-se que seja feita em rádio e televisão, bem como outdoors.

É VEDADA A
PROPAGANDA
INTRAPARTIDÁRIA

RÁDIO TELEVISÃO OUTDOOR

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: o TSE entende que a propaganda intrapartidária veiculada em período anterior


ao legalmente permitido e dirigida a toda a comunidade, e não apenas a seus filiados, configura propaganda
eleitoral extemporânea e acarreta a aplicação de multa.

1.2 Propaganda Partidária

A propaganda eleitoral está disciplinada nos artigos 37 a 58A da Lei das Eleições e nos artigos 240 a 256
do Código Eleitoral. Estuda-se na Lei dos Partidos Políticos que as agremiações terão direito de utilizar,
gratuitamente, o rádio e a televisão para divulgar seus partidos políticos. Essa propaganda, denominada de
partidária, será realizada durante o ano todo. A exceção fica por conta do §2º do art. 36 da LE que veda a
utilização da propaganda partidária no segundo semestre do ano eleitoral.
*NOVIDADE LEGISLATIVA! #AJUDAMARCINHO #DIZERODIREITO #MINIRREFORMAELEITORAL
ALTERAÇÃO: FIM DA PROPAGANDA PARTIDÁRIA GRATUITA NO RÁDIO E TV

*PROPAGANDA EM DIREITO ELEITORAL


Propaganda, em direito eleitoral, é um gênero, que se divide nas seguintes espécies
(classificação proposta pelo Min. Luiz Fux):
Tem por objetivo promover o pretenso
Propaganda INTRAPARTIDÁRIA ou PRÉ-
candidato perante os demais filiados ao
ELEITORAL:
partido político;
Propaganda ELEITORAL Tem por objetivo conseguir a captação de
STRICTO SENSU: votos perante o eleitorado;
Possui conteúdo educativo, informativo ou
de orientação social, sendo promovida pelos
Propaganda INSTITUCIONAL:
órgãos públicos, nos termos do art. 37, § 1º,
da CF;
É aquela organizada pelos partidos políticos,
Propaganda PARTIDÁRIA:
com o intuito de difundir suas ideias e
propostas, o que serviria para cooptar filiados
para as agremiações, bem como para enraizar
suas plataformas e opiniões na consciência da
comunidade. Era disciplinada no art. 45 da Lei
nº 9.096/95.

A Lei nº 9.096/95 dispõe sobre os partidos políticos e, em seu art. 45, tratava sobre a “propaganda
partidária”, quarta espécie de propaganda, conforme visto acima. Veja o que dizia o caput do art. 45:
Art. 45. A propaganda partidária gratuita, gravada ou ao vivo, efetuada mediante transmissão por
rádio e televisão será realizada entre as dezenove horas e trinta minutos e as vinte e duas horas para,
com exclusividade:
I - difundir os programas partidários;
II - transmitir mensagens aos filiados sobre a execução do programa partidário, dos eventos com este
relacionados e das atividades congressuais do partido;
III - divulgar a posição do partido em relação a temas político-comunitários;
IV - promover e difundir a participação política feminina, dedicando às mulheres o tempo que será
fixado pelo órgão nacional de direção partidária, observado o mínimo de 10% (dez por cento).

A propaganda partidária era aquela veiculada fora do período eleitoral e na qual o objetivo era
divulgar as ideias do partido. Normalmente, terminava com a pessoa dizendo: “Filie-se ao partido...”

A Lei nº 13.487/2017 acabou com a propaganda partidária no rádio e na televisão revogando os


dispositivos da Lei nº 9.504/97 que tratavam sobre o tema:
Art. 5º Ficam revogados, a partir do dia 1º de janeiro subsequente à publicação desta Lei, os arts. 45,
46, 47, 48 e 49 e o parágrafo único do art. 52 da Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995.

O fim da propaganda partidária era um antigo pleito das emissoras de rádio e TV.
Importante esclarecer que a propaganda eleitoral, ou seja, aquela veiculada no período das eleições
para pedir votos para os candidatos, continua existindo.

*#STF #DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #DIZERODIREITO: O art. 9º da Lei nº 13.165/2015 previu o seguinte: Art.


9º Nas três eleições que se seguirem à publicação desta Lei, os partidos reservarão, em contas bancárias
específicas para este fim, no mínimo 5% (cinco por cento) e no máximo 15% (quinze por cento) do montante do
Fundo Partidário destinado ao financiamento das campanhas eleitorais para aplicação nas campanhas de suas
candidatas, incluídos nesse valor os recursos a que se refere o inciso V do art. 44 da Lei nº 9.096, de 19 de
setembro de 1995. O STF, ao julgar uma ADI proposta contra esse dispositivo, decidiu: a) Dar interpretação
conforme a Constituição ao art. 9º da Lei nº 13.165/2015, de modo a equiparar o patamar legal mínimo de
candidaturas femininas (hoje o do art. 10, § 3º, da Lei nº 9.504/97, isto é, ao menos 30% de cidadãs), ao
mínimo de recursos do Fundo Partidário a lhes serem destinados, que deve ser interpretado como também de
30% do montante do Fundo alocado a cada partido, para as eleições majoritárias e proporcionais, e fixar que,
havendo percentual mais elevado de candidaturas femininas, o mínimo de recursos globais do partido
destinados a campanhas lhe seja alocado na mesma proporção. Assim, o montante de recursos para as
campanhas de mulheres deve ser proporcionalmente igual ao número de candidatas, sendo no mínimo 30%;
b) Declarar a inconstitucionalidade da expressão “três”, contida no art. 9º da Lei nº 13.165/2015. A previsão de
recursos mínimos para as campanhas de candidatas não deve ter um prazo determinado considerando que ela
dura até que as desigualdades sejam corrigidas; c) Declarar a inconstitucionalidade, por arrastamento, do §
5º-A e do § 7º do art. 44 da Lei nº 9.096/95, que tratam dos recursos específicos para a criação e manutenção
de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres. STF. Plenário. ADI 5617/DF, Rel.
Min. Edson Fachin, julgado em 15/3/2018 (Info 894).

1.3 Propaganda Eleitoral

A propaganda eleitoral é permitida apenas durante o período eleitoral. De acordo com a Lei das
Eleições, permite-se a propaganda após o dia 15.08 (ver linha do tempo acima). Assim, a propaganda
eleitoral poderá ser desenvolvida entre os dias 16.08 e o dia das eleições, se for realizada antes desse
período, será considerada propaganda eleitoral antecipada.
Para facilitar basta lembrar que o registro dos candidatos deverá ser efetuado até às 19 horas do
dia 15 de agosto. No dia seguinte começa a “corrida eleitoral”, permitindo-se a propaganda.
A partir do prazo autorizado por lei, as candidaturas podem ser promovidas por meio da
propaganda de rua, da imprensa, do rádio, da televisão e da internet, entre outros meios. Cartazes,
faixas e carros de som poderão circular pelas cidades. Os candidatos, partidos políticos e as coligações
poderão realizar comícios e utilizar aparelhagem de sonorização fixa.
Mesmo os candidatos que estejam com sua candidatura sub judice poderão fazer propaganda.
No entanto, existem limites e regras à realização da propaganda eleitoral. O Código Eleitoral
proíbe, por exemplo, a propaganda que implique oferecimento, promessa ou solicitação ao eleitor de
vantagens de qualquer natureza e que calunie, difame ou injurie qualquer pessoa.
O art. 36-A da Lei das Eleições elenca uma série de hipóteses que não são consideradas como
propaganda eleitoral antecipada. Ocorre que, para que os atos arrolados nos incisos do art. 36-A da LE
não sejam considerados como propaganda eleitoral antecipada eles não poderão:
• Conter pedido explícito de votos

Assim, se das hipóteses abaixo elas não contiverem pedido explícito de votos, não será
considerada propaganda eleitoral antecipada.
Vejamos os dispositivos:

 Participação em entrevistas e programas nos meios de comunicação de massa, desde que o


tratamento conferido seja isonômico.
 Encontros, seminários e congressos em ambientes fechados, realizados pelos partidos para
discutir políticas públicas, processos eleitores, planos e governos, alianças voltadas para as
eleições.
 Prévias partidárias e distribuição de material, nomes dos filiados que participarão da disputa ou
debates entre pré-candidatos.
 Divulgação de atos de parlamentares e debates legislativos
 Manifestação e posicionamento pessoal sobre questões políticas.
 Realização de reuniões pela sociedade civil, imprensa ou partido para divulgação de ideias,
objetivos e propostas.
Em todas as hipóteses do art. 36-A da Lei nº 9.504/97, a legislação agora admite o pedido de apoio
político e a divulgação da pré-candidatura, das ações políticas desenvolvidas e das que se pretende
desenvolver.
Por outro lado, o art. 36-B, acrescentado pela Lei nº 12.891/13, passou a prever que será
considerada propaganda antecipada à convocação pelo Presidente da República, da Câmara, do
Senado ou do STF, de redes de radiodifusão para divulgação de atos que denotem propaganda política
ou ataques a partidos e seus filiados e instituições. E, ainda que a convocação se dê em casos
permitidos em lei, é vedada a utilização de símbolos ou imagens, exceto a bandeira, o hino, as armas
e o selo nacionais.
Por fim, é importante notar que a definição do que seja ou não propaganda eleitoral antecipada
depende, na verdade, da finalidade da divulgação. Devemos analisar a situação formulada e avaliar se
a finalidade era “eleitoreira”. Em caso positivo, a propaganda é manifestação eleitoral. Em caso
negativo, constitui ato regular de liberdade de expressão.

*#DEOLHONAJURIS #STF: É constitucional o art. 25, § 2º, da Resolução 23.404/2014 do TSE, que proíbe a
realização de propaganda eleitoral via “telemarketing", em qualquer horário. STF. Plenário. ADI 5122, Rel. Min.
Edson Fachin, julgado em 3/5/2018 (Info 900)

#SELIGANASÚMULA: Súmula-TSE nº 18
Conquanto investido de poder de polícia, não tem legitimidade o juiz eleitoral para, de ofício, instaurar
procedimento com a finalidade de impor multa pela veiculação de propaganda eleitoral em desacordo
com a Lei nº 9.504/97.
1.3.1 Propaganda em bens públicos

Quanto à propaganda em bens públicos, o art. 37, Lei nº 9.504/97, veda a realização de
propaganda eleitoral nos bens cujo uso dependa de cessão ou permissão do Poder Público (bancas de
jornal, ônibus) ou que a ele pertençam (hospitais, unidades de ensino, museus), e nos de uso comum
(no Direito Eleitoral seu significado é mais extenso do que no Direito Civil, pois compreende os bens
privados que a população em geral tem acesso, tais como cinema, clube, lojas, centros comerciais,
ginásio, nos termos do art. 37, §4º, Lei 9.504/97), inclusive postes de iluminação pública, passarela,
viaduto, pontes, paradas de ônibus, ainda que de propriedade privada.
O §5º do artigo 37 ainda veda a publicidade nas árvores e nos jardins localizados em áreas públicas,
bem como em muros, cercas, tapumes divisórios, mesmo que não cause dano.
Apesar da vedação da propaganda eleitoral em bens públicos, há duas exceções:
 É possível a propaganda eleitoral nas casas legislativas, se houver autorização da mesa da casa;
 É possível a propaganda eleitoral ao longo das vias públicas em seus canteiros.
Nestes casos, a propaganda deve observar alguns requisitos:
o Não poderá atrapalhar o trânsito de pessoas ou veículos;
o Poderão ser colocadas mesas para distribuição de material ou bandeiras, mas terá de ser móvel
(entre as 06:00 e 22:00 horas do dia).

#IMPORTANTE: em relação aos cavaletes, placas e bonecos, é vedada a colocação em bens públicos
ou de uso comum.

1.3.2 Propaganda em locais privados

A propaganda realizada em bens particulares depende apenas do consentimento do proprietário


ou possuidor e do respeito à legislação eleitoral, sendo desnecessária a obtenção de licença municipal
ou a autorização da Justiça Eleitoral (art. 37, §2º, Lei 9.504/97). O consentimento deve ser espontâneo
e a cessão gratuita.
Antes da Lei nº 13.165/15, a forma mais comum de propaganda eleitoral em bem particular era a
inscrição a tinta em muro de residências. Nessas situações, acabavam havendo acordos para que os
responsáveis pela propaganda fizessem a recomposição do muro, o que acabava por retirar o caráter
de gratuidade da cessão.
Diante desse cenário, a Lei nº 13.165/15 passou a prever que a propaganda em bens particulares
somente será possível por meio de colocação de adesivos ou cartazes, os quais devem observar o
tamanho máximo de 0,5m2 (meio metro quadrado).
#SELIGANASÚMULA: Súmula-TSE nº 48
A retirada da propaganda irregular, quando realizada em bem particular, não é capaz de elidir a multa
prevista no art. 37, § 1º, da Lei nº 9.504/97.

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: o TSE já afirmou ser dispensável o auto de constatação para a aferição


da dimensão da propaganda nas hipóteses em que notoriamente superior ao limite fixado

1.3.3 Atos de propaganda eleitoral em ambientes públicos ou privados

Atos não permitidos

o Outdoors: atualmente, essa propaganda alcança o outdoor eletrônico. No Direito Eleitoral,


considera-se outdoor toda a inscrição publicitária superior a quatro metros quadrados.

o Showmícios: Nesse caso, trata-se de comícios onde se tem também a apresentação de shows
artísticos. Em momentos anteriores eram permitidos os showmícios. Foram vedados esses a
partir do momento em que se verificou que as contas das campanhas alcançavam valores
muito altos, criando uma desigualdade entre os candidatos. Atualmente, mesmo o showmício
pago ou gratuito, será proibido. Alguns artistas consagrados, atualmente, tem buscado a vida
política, sendo que, para eles não há nenhuma exigência de incompatibilidade. Para esses
casos, quando o artista fizer um comício, não poderá fazer show artístico e vice-versa.

o Propaganda no Dia da Eleição: a única propaganda eleitoral permitida no dia das eleições é
aquela veiculada na internet. Fora a internet, a propaganda eleitoral realizada no dia da eleição
é configurada crime de boca de urna.
#IMPORTANTE: Apesar dessa vedação, admite-se que ocorra uma manifestação individual e silenciosa
de cada eleitor. Significa que o eleitor pode comparecer à sua sessão eleitoral portando camisa,
broche, do candidato de sua preferência

Até o fechamento de sessões, não é permitido aglomeração de pessoas que usem vestimentas
que lembrem partidos políticos.
o Produção e distribuição de bens que tragam vantagem ao eleitor: São vedadas as produções de
tais bens que tragam vantagem ao eleitor. O doutrinador José Jairo Gomes defende que a
proibição de bens não é total, vez que somente são vedados bens que trazem vantagem ao
eleitor. Não havendo configuração de vantagem ao eleitor é permitida, como é o caso do
“santinho”.

o Trio Elétrico: Trio elétrico não é definido em razão do tamanho do veículo, mas sim em razão da
potência do som. Será considerado trio elétrico o veículo que tem potência superior a
20.000wats. O Trio elétrico só pode ser utilizado em campanha eleitoral para servir de
palanque para o comício. O candidato, em vez de montar um palanque fixo, poderá contratar
um trio elétrico e fazer o comício de cima do veículo. O que não se admite é que esse trio
circule pelas ruas reproduzindo jingles do candidato

Atos Permitidos

o Comícios: a propaganda eleitoral normalmente pode ser realizada até as 22:00 horas da
véspera da eleição, com exceção da propaganda através da imprensa escrita que somente pode
ser realizada até a antevéspera das eleições (sexta-feira), e da propaganda em comício e rádio e
televisão, 48 horas antes das eleições (quinta-feira).
Resumindo:
 Estão proibidos nas 48 horas antes das eleições.
 Podem ser realizados das 08:00 as 24:00 horas, com exceção ao comício de encerramento de
campanha, quando poderá permanecer por mais 2 horas.
 Não há necessidade de licença ou autorização do Poder Público. Apesar disso é necessário que
se faça uma comunicação, com pelo menos 24 horas da realização, para as autoridades
competentes. Essa comunicação tem os seguintes objetivos: a) reservar o local, b) possibilitar
uma ordenação dos serviços necessários, como por exemplo, trânsito, saúde, segurança etc.

o Sonorização Móvel: É possível entre as 08:00 e as 22:00 horas, inclusive na véspera do pleito. A
sonorização pode ser feita por carros de sons ou minitrios, a classificação é feita em razão da
potência do som:
 carro de Som: até 10.000 watts
 minitrios: De 10.00 a 20.000 watts.
#ATENÇÃO: acima de 20.000 watts é considerado trio elétrico, o qual só pode ser utilizado para a
sonorização de comício, nunca para sonorização móvel.

 Deve ser observado ainda um limite máximo de pressão sonora de 80 decibéis, o qual será
medida na distância de 7 metros do veículo.
 Outra limitação é que a sonorização móvel não pode passar a menos de 200 metros de
distância de determinados lugares tais como das sedes dos Poderes Executivo e Legislativo da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, das sedes dos Tribunais Judiciais, e
dos quartéis e outros estabelecimentos militares escolas, igrejas, hospitais, bibliotecas e teatros
quando em funcionamento.

*#NOVIDADELEGISLATIVA: A Lei nº 13.488, de 6 de outubro de 2017 alterou a lei 9.504/1997 para


dispor que: § 11. É permitida a circulação de carros de som e minitrios como meio de propaganda
eleitoral, desde que observado o limite de oitenta decibéis de nível de pressão sonora, medido a sete
metros de distância do veículo, e respeitadas as vedações previstas no § 3o deste artigo, apenas em
carreatas, caminhadas e passeatas ou durante reuniões e comícios. (Redação dada pela Lei nº
13.488, de 2017).

o Sonorização Fixa: É possível das 08:00 as 24:00 horas. Essa sonorização é aquela feita em
comícios e comitês.

o Material Gráfico: Trata-se de todo material que necessite de impressão, balões, adesivos,
panfletos, faixas etc. A norma exige que conste do material, tanto o CPF/CNPJ de quem o
contratou, bem como de quem o produziu. Nas eleições majoritárias, é obrigatório que conste
o nome dos candidatos a Vice e Suplentes. Esse nome deve ter, no mínimo 30% do
Tamanho/Destaque do nome do candidato ao cargo principal.
 Admite-se que o material seja elaborado em conjunto com outro candidato. No entanto, a
prestação de contas do material confeccionado em conjunto deverá ser feita por aquele
candidato que realmente o financiou.
 Também é necessário que se informe a tiragem (Ex.: 2.000 exemplares).
 Quando o material for referente a adesivo, terá ele no máximo 50X40cm, ressaltando que
atualmente é vedada a plotagem de veículo, permitido, apenas a adesivagem integral do vidro
traseiro do carro, que deverá ser microperfurado.
 Nas demais partes do carro, deverá ser respeitada a área total de 50X40cm.
 A distribuição de material gráfico somente poderá ocorrer até a véspera das eleições.
o Imprensa Escrita: Na imprensa escrita, a propaganda eleitoral será SEMPRE PAGA, isso porque
a imprensa escrita não surge de concessão de serviço público, não podendo o Poder Público
obrigar a propaganda gratuita. A lei estabelece que deve haver na própria propaganda a citação
do valor pago pela publicação.
 A propaganda escrita pode se iniciar em 16 de agosto e ir até a antevéspera do pleito
eleitoral.
 É possível até 10 veiculações por veículo de imprensa escrita. Essas 10 veiculações devem
ser feitas em dias alternados.
 Há limite quanto ao tamanho da veiculação por veículo de imprensa escrita.
◦ 1/8 (um oitavo) da página do Jornal;
◦ 1/4 (um quarto) da página de revista.
 Caso o veículo tenha uma versão on-line, deverá observar a mesma limitação.

#NÃOCONFUNDIR: é diferente a propaganda estar na versão on-line da publicação da imprensa


escrita, que a propaganda estar diretamente inserida na página do veículo de informação. Neste
último caso, é vedado esse tipo de inserção, uma vez que, como se verá a seguir, não é possível a
propaganda eleitoral em sites de pessoas jurídicas, ressalvados os sites de partidos políticos.

1.4 Propaganda Eleitoral no Rádio e na TV

Esta é a principal espécie de propaganda eleitoral. A legislação eleitoral dispõe que as emissoras
de rádio e TV reservarão, nos 35 dias anteriores à antevéspera das eleições, horários destinados à
propaganda eleitoral gratuita.
Os horários reservados à propaganda de cada eleição serão distribuídos entre todos os partidos
e coligações que tenham candidato, da seguinte forma:
 90% (noventa por cento) distribuídos proporcionalmente ao número de representantes na
Câmara dos Deputados, considerados, no caso de coligação para eleições majoritárias, o
resultado da soma do número de representantes dos seis maiores partidos que a integrem e,
nos casos de coligações para eleições proporcionais, o resultado da soma do número de
representantes de todos os partidos que a integrem;
 10% (dez por cento) distribuídos igualitariamente.
No segundo turno das eleições majoritárias, o tempo há de ser distribuído igualmente entre os dois
candidatos remanescentes, pouco importando a representação na Câmara dos Deputados: cada
candidato fica com 50% do tempo.

*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO: O art. 45, II e III da Lei nº 9.504/97 prevê que, depois do prazo para a
realização das convenções no ano das eleições, as emissoras de rádio e televisão, em sua programação normal e
em seu noticiário, não podem: a) usar trucagem, montagem ou outro recurso de áudio ou vídeo que, de
qualquer forma, degradem ou ridicularizem candidato, partido ou coligação, ou produzir ou veicular programa
com esse efeito (inciso II) e b) difundir opinião favorável ou contrária a candidato, partido, coligação, a seus
órgãos ou representantes (segunda parte do inciso III). Os §§ 4º e 5º explicam o que se entende por trucagem e
por montagem. O STF decidiu que tais dispositivos são INCONSTITUCIONAIS porque representam censura
prévia. A liberdade de expressão autoriza que os meios de comunicação optem por determinados
posicionamentos e exteriorizem seu juízo de valor, bem como autoriza programas humorísticos, “charges” e
sátiras realizados a partir de trucagem, montagem ou outro recurso de áudio e vídeo, como costumeiramente se
realiza, não havendo nenhuma justificativa constitucional razoável para a interrupção durante o período
eleitoral. Vale ressaltar que, posteriormente, é possível a responsabilização dos meios de comunicação e de seus
agentes por eventuais informações mentirosas, injuriosas, difamantes. O que não se pode é fazer uma censura
prévia. São inconstitucionais quaisquer leis ou atos normativos tendentes a constranger ou inibir a liberdade de
expressão a partir de mecanismos de censura prévia. STF. Plenário. ADI 4451/DF, Rel. Min. Alexandre de
Moraes, julgado em 20 e 21/6/2018 (Info 907).

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA:
1º PONTO: É inconstitucional excluir totalmente do horário eleitoral gratuito os partidos sem
representação na Câmara dos Deputados. Entretanto, é constitucional estipular que os partidos com
maior representação tenham mais tempo que os outros.
OBS: A expressão “e representação na Câmara dos Deputados”, contida no § 2º do art. 47 da Lei n.
9.504/97 foi declarada inconstitucional.

2º PONTO: É constitucional o § 6º do art. 45, da Lei nº. 9.504/97, que dispõe o seguinte: § 6º É
permitido ao partido político utilizar na propaganda eleitoral de seus candidatos em âmbito regional,
inclusive no horário eleitoral gratuito, a imagem e a voz de candidato ou militante de partido político
que integre a sua coligação em âmbito nacional (Info 672).
Quanto à propaganda eleitoral no rádio e na televisão vale destacar que: (a) é vedado
propaganda paga (compensação fiscal); (b) foram suspensas, por liminar em ADI, as disposições das
“normas do inciso II e da segunda parte do inciso III, ambos do art. 45, bem como, por arrastamento,
dos §§ 4º e 5º do mesmo artigo, todos da Lei 9.504/97”, admitindo-se a veiculação de programas
humorísticos, mesmo que satirizem o candidato, após 1º de julho do ano das eleições: “Dando-se que
o exercício concreto dessa liberdade em plenitude assegura ao jornalista o direito de expender críticas
a qualquer pessoa, ainda que em tom áspero, contundente, sarcástico, irônico ou irreverente,
especialmente contra as autoridades e aparelhos de Estado. Respondendo, penal e civilmente, pelos
abusos que cometer, e sujeitando-se ao direito de resposta a que se refere a Constituição em seu art.
5º, inciso V. Por outro lado, essa conduta será vedada se houver intuito de favorecer determinado
candidato; (c) busca-se privilegiar a isonomia e o equilíbrio entre os candidatos no acesso à TV e ao
rádio; (d) confecção e definição do conteúdo do programa são de responsabilidade do candidato.

As gravações externas, montagens ou trucagens, computação gráfica, desenhos animados e


efeitos especiais foram expressamente permitidos pela Lei nº 12.891/13. É importante destacar que,
anteriormente, a Lei 9.504/97 proibia tais condutas no artigo 51, IV. Atualmente, o referido artigo
apenas manteve o trecho que proíbe a divulgação de mensagens que possam degradar ou
ridicularizar o candidato, tendo suprimido o trecho que se referia às gravações externas, montagens
ou trucagens, computação gráfica, desenhos animados e efeitos especiais: “na veiculação das
inserções, é vedada a divulgação de mensagens que possam degradar ou ridicularizar candidato,
partido ou coligação, aplicando-se lhes, ainda, todas as demais regras aplicadas ao horário de
propaganda eleitoral, previstas no art. 47”.

A lei ainda veda a veiculação de inserções idênticas no mesmo intervalo de programação,


exceto se o número de inserções de que dispuser o partido exceder os intervalos disponíveis, sendo
vedada a transmissão em sequência para o mesmo partido político.

#CAIUEMPROVA: Se o candidato for apresentador de TV ou de rádio, a partir do resultado da


convenção é vedado às emissoras de rádio e TV transmitirem programas apresentados ou comentados
por eles. Importante ressaltar que se o programa apresentado não leva o nome do candidato, poderá
ele continuar a ser apresentado por outro apresentador ou comentarista. No entanto, caso o
programa ostente o nome do candidato, a partir o dia 6 de agosto, não poderá mais ser veiculado.
Caso essa norma seja desrespeitada, é prevista a sanção de cancelamento do registro.
A Justiça Eleitoral pode suspender, a requerimento do partido da coligação ou do candidato, a
programação normal de uma emissora por infração à legislação eleitoral se descumpridas as
disposições referentes à propaganda, por 24h, duplicado tal período em cada reiteração de conduta
ilícita.
Para se garantir um amplo acesso, a propaganda deverá ter o recurso de legenda ou a
utilização Linguagem Brasileira de Sinais. Se o partido quiser se utilizar das duas, poderá normalmente.
É possível que se utilize na propaganda de um candidato, a voz ou a imagem de filiado a partido
que, em nível nacional, esteja coligado com o partido do candidato que faça a propaganda, como por
exemplo, ex-presidentes famosos.
Em relação ao segundo turno, a lei veda que um candidato derrotado faça propaganda para
outro candidato que esteja no segundo turno, caso já se verifique apoio formalizado pelo partido a
outro candidato, por exemplo, Marina Silva não poderia fazer apoio a Dilma Roussef no segundo turno,
se o seu partido já houvesse formalizado apoio a Aécio Neves no segundo turno das eleições
presidenciais de 2014.
O horário eleitoral pode ser divido de duas formas: cadeia ou bloco e inserções.
 Cadeia ou Bloco: o tempo será de 25 minutos por bloco nas eleições gerais.
 Nas Emissoras de Rádio, a propaganda acontecerá:
• Das 07:00hs as 07:25hs; e,
• Das 12:00hs às 12:25hs.
 Nas Emissoras de TV, a propaganda acontecerá:
• Das 13:00hs as 13:25hs; e,
• Das 20:30hs às 20:55hs.

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: o tempo de propaganda nas eleições gerais foi reduzido com a Lei nº
13.165/15, visando diminuir custos para a propaganda eleitoral, principalmente em razão do STF ter
entendido como ilícita a doação por pessoas jurídicas para campanha eleitoral.

A divisão da propaganda eleitoral em cadeia ou bloco também verificará a organização quanto


aos cargos em disputas. Isso ocorre da seguinte forma:
 Terças, Quintas e Sábados: Será veiculada propaganda eleitoral gratuita de candidatos aos
cargos de Presidente, Vice-Presidente e Deputados Federais.

Serão distribuídos 12:30 segundos para cada uma das eleições, da seguinte forma:
 No rádio:
 Das 07:00hs as 07:12:30hs: Cargos de Presidente e Vice-Presidente
 Das 07:12:30hs as 07:25hs: Cargos de Deputado Federal
 Das 12:00hs as 12:12:30hs: Cargos de Presidente e Vice-Presidente
 Das 12:12:30hs, às 12:25hs: Cargos de Deputado Federal

 Na TV:
 Das 13:00hs as 13:12:30hs: Cargos de Presidente e Vice- Presidente
 Das 13:12:30hs as 13:25hs: Cargos de Deputado Federal
 Das 20:30hs as 20:42:30hs: Cargos de Presidente e Vice-Presidente
 Das 20:42:30hs, às 20:55hs: Cargos de Deputado Federal

 Segundas, Quartas e Sextas: Serão veiculadas propagandas para Senador, Deputado Estadual,
Gorvernador e Vice-Governador. Ressalva-se que quanto à eleição de Senador, haverá a
renovação alternada de 1/3 e 2/3 dos cargos.
 Quando se tratar de eleições em que ocorrer a renovação de apenas 1/3 do Senado Federal, a
distribuição será da seguinte forma e ordem: 5 minutos para Candidatos a Senadores; 10
minutos para Candidatos a Deputados Distritais e Estaduais; 10 minutos para Candidatos a
Governador e Vice-Governador.
 Quando se tratar de eleições em que ocorrer a renovação de 2/3 do Senado Federal, o tempo
para propaganda decandidatos ao Senado será aumentado de 2 minutos, sendo que a
distribuição será da seguinte forma e ordem: 7 minutos para Candidatos a Senadores; 9
minutos para Candidatos a Deputados Distritais e Estaduais; 9 minutos para Candidatos a
Governador e Vice-Governador.

 Eleições Municipais: 10 minutos por bloco. Neste caso, desde a Lei nº 13.165/15, só são
veiculadas propaganda para Prefeito e Vice- Prefeito, não sendo mais veiculadas propagandas
em cadeia ou bloco para candidatos a Vereadores, estes que somente farão sua propaganda
eleitoral em rádio e TV por meio de inserções, mas não, cadeia ou bloco. Dá-se nos seguintes
horários: nas emissoras de Rádio, a propaganda acontecerá: das 07:00hs as 07:10hs; e, das
12:00hs às 12:10hs. Nas Emissoras de TV, a propaganda acontecerá: das 13:00hs as 13:10hs; e
das 20:30hs às 20:40hs.
A propaganda eleitoral também pode ser feita por inserção, ou seja, não interrompe programação
normal, sendo veiculada durante os comerciais da emissora. As inserções também são consideradas
com horário eleitoral gratuito. Aquelas têm a duração máxima de 1 minuto.
As inserções são veiculadas das 05:00hs as 24:00hs, e são considerados blocos de audiência, ou
seja, se o partido ficou no 1º bloco no primeiro dia, será veiculado no 2º bloco do dia seguinte, e
assim por diante.
No caso de eleições municipais, em se tratando de propaganda para vereadores, como vimos
acima, esta somente é feita por meio de inserções.

#OLHAOGANCHO: No tocante às redes sociais, destaca-se que a própria Lei das Eleições reforça que é
livre a manifestação de pensamento, sendo vedado apenas o anonimato, diante disso, propaganda
eleitoral nas redes sociais é liberada. Todavia, serão vedadas as propagandas: pagas, e, sites que
estejam hospedados no exterior, em sites oficiais, site de pessoas jurídicas, ainda que sem fins
lucrativos.

1.5 Debates Eleitorais

Os debates eleitorais são importantes para que a população conheça os candidatos.


Por constituir um instrumento democrático relevante do processo eleitoral, a Lei das Eleições
disciplinou expressamente o assunto no art. 46. Os debates podem ocorrer tanto para eleições a
cargos majoritários, como para eleições aos cargos escolhidos pelo sistema proporcional. É importante
registrar que a realização de debates eleitorais constitui uma faculdade outorgada às emissoras que
poderão realizá-los independentemente do horário eleitoral gratuito. Em razão disso, não há
obrigatoriedade de o candidato participar.

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: Segundo o TSE, é possível a realização, em qualquer época, de debate


na Internet com transmissão ao vivo sem a condição imposta ao rádio e à televisão do tratamento
isonômico entre os candidatos.

As emissoras não estão obrigadas a realizar debates, mas se o fizerem, devem necessariamente
assegurar a participação de candidato cujo partido tenha no mínimo cinco representantes na Câmara
dos Deputados. Assim, se o partido possui 10 ou mais cinco ou mais Deputados Federais eleitos, a
emissora deverá assegurar o direito de participação do candidato no debate, seja para os candidatos
do partido a cargos majoritários ou proporcionais. Em relação aos demais partidos, com menor
representação, compete à emissora decidir por chamá-los.
O convite ao candidato deverá ser efetuado com 72 horas de antecedência. As regras do
debate serão estipuladas em acordo com os candidatos, mediante voto de 2/3 em primeiro turno para
eleições majoritárias. Em segundo turno exige-se a concordância de ambos em relação às regras. Já em
relação às regras para as eleições proporcionais será necessária a concordância de 2/3 dos partidos.
Não poderá o candidato a eleição proporcional participar de mais de um debate na mesma emissora. A
emissora que violar as regras relativas ao debate poderá ter suspensa a programação normal pelo
prazo de 24 horas.

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: A Lei nº 13.165/2015 alterou a redação do art. 46 da Lei nº 9.504/97,


que trata sobre os debates eleitorais no rádio e TV. Antes da Lei, as emissoras eram obrigadas a
convidar todos os candidatos dos partidos que tivessem representação na Câmara dos Deputados.
Assim, se o candidato fizesse parte de um partido político que tivesse, no mínimo, 1 Deputado Federal,
ele deveria ser obrigatoriamente convidado para o debate. Agora, as emissoras são obrigadas a
convidar todos os candidatos dos partidos que tenham representação na Câmara superior a 9
Deputados. Desse modo, para que a emissora seja obrigada a convidar o candidato, ele deve fazer
parte de um partido político que tenha, no mínimo, 10 Deputados Federais. Foram propostas diversas
ADIs contra esta alteração e o STF chegou a três importantes conclusões, que podem ser assim
resumidas:
I - É constitucional o art. 46 da Lei nº 9.504/97, com redação dada pela Lei nº 13.165/2015, que prevê
que as emissoras de rádio e TV somente são obrigadas a convidar para participar dos debates eleitorais
os candidatos dos partidos que tenham representação na Câmara superior a 9 Deputados Federais.
Esta regra não viola os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade.
II - Os candidatos aptos não podem deliberar pela exclusão dos debates de candidatos cuja
participação seja facultativa, quando a emissora tenha optado por convidá-los.
III - As emissoras de rádio e TV possuem a faculdade de convidar outros candidatos não enquadrados
no critério do caput do art. 46, independentemente de concordância dos candidatos aptos, mas esse
convite deverá ser feito conforme critérios objetivos, que atendam os princípios da imparcialidade e da
isonomia e o direito à informação, a ser regulamentado pelo da constitucionalidade das novas regras
sobre tempo de propaganda eleitoral gratuita (art. 47, § 2º, da Lei nº 9.504/93, com redação dada pela
Lei nº 13.165/2015)
O tempo de propaganda eleitoral gratuita, nas emissoras de rádio e TV, é regulado pelo art. 47 da Lei
nº 9.504/97. A Lei nº 13.165/2015 alterou o § 2º do art. 47, mudando os percentuais dessa
distribuição, aumentando ainda mais o tempo dos partidos que tenham representação na Câmara dos
Deputados. Essa mudança foi atacada por meio de ADI e o STF decidiu que: É constitucional o § 2º do
art. 47 da Lei nº 9.504/97, com redação dada pela Lei nº 13.165/2015, que prevê que os horários
reservados à propaganda de cada eleição serão distribuídos entre os partidos e coligações
proporcionalmente com base no número de representantes na Câmara dos Deputados. (Info 836 do
STF).

*#ATUALIZAÇÃOLEGISLATIVA #ATENÇÃO: A Lei nº 13.488/2017 alterou a redação do art. 46 da Lei nº


9.504/97, que trata sobre os debates eleitorais no rádio e TV Art. 46. Independentemente da
veiculação de propaganda eleitoral gratuita no horário definido nesta Lei, é facultada a transmissão
por emissora de rádio ou televisão de debates sobre as eleições majoritária ou proporcional,
assegurada a participação de candidatos dos partidos com representação no Congresso Nacional, de,
NO MÍNIMO, CINCO PARLAMENTARES, e facultada a dos demais, observado o seguinte [...].

1.6 Direito de Resposta

No que concerne ao direito de resposta (art. 58 a 58-A, Lei 9.504/97), trata-se do direito que o
candidato, partido ou coligação têm de se defender de uma ofensa, direta ou indireta, por conceito,
imagem ou afirmação caluniosa, difamatória, injuriosa ou sabidamente inverídica, difundidas por
qualquer veículo de comunicação social. Tendo o candidato, partido ou coligação se sentido lesado
pela crítica ou ofensa, é-lhe assegurada demanda na qual se postule o direito de responder à injusta
agressão, de sorte a privilegiar o princípio da informação e da veracidade. Suas principais
características são:

 legitimação ativa: o candidato, o partido ou a coligação atingidos de forma direta ou indireta.


 cabimento: somente a partir da escolha de candidatos em convenção, se for veiculada
propaganda, por qualquer meio de comunicação social, contendo imagem ou afirmação
caluniosa, difamatória, injuriosa ou sabidamente inverídica.
 prazo: tem natureza decadencial. Será de 24h da ofensa veiculada no horário eleitoral gratuito;
de 48h da veiculação da ofensa, quando praticada no bojo da programação normal das
emissoras de rádio e TV; e de 72h, contados da veiculação da ofensa em órgão de imprensa
escrita;
 procedimento: a notificação deverá ser expedida imediatamente para defesa que terá o prazo
de 24h para se defender. Com ou sem defesa, o MPE deve ser ouvido como custos legis. No
máximo em 72h da formulação do pedido tem que haver decisão judicial. Caso a decisão não
seja prolatada em 72 horas da data da formulação do pedido, a Justiça Eleitoral, de ofício,
providenciará a alocação de Juiz auxiliar (regra incluída pela Lei 12.891/13). Cabe recurso em
24h, com contrarrazões em igual prazo. Atenção: o pedido de direito de resposta e as
representações por propaganda irregular em rádio, televisão e internet tramitarão
preferencialmente em relação aos demais processos eleitorais. Vale notar que, deferido o
pedido, o ofendido deverá se utilizar de espaço similar ao utilizado pelo ofensor para exercer
seu direito de resposta. Se a ofensa ocorrer em dia e hora que inviabilizem a reparação dentro
dos prazos legais, a resposta será divulgada nos horários que a Justiça Eleitoral determinar,
ainda que nas 48h anteriores ao pleito, em termos e forma previamente aprovados, de modo a
não ensejar tréplica.
 custos: os custos do direito de resposta correrão por conta do ofensor;
 pedido prejudicado: após as eleições, os pedidos do direito de resposta ainda não apreciados
estarão prejudicados, já que se destinam ao equilíbrio da disputa eleitoral.

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: O Ministério Público possui legitimidade para representar contra propaganda


partidária irregular. Apesar do § 3º do art. 45 da Lei n. 9.096/95 falar que apenas os partidos políticos podem
oferecer representação por propaganda irregular, deve-se também reconhecer que o Ministério Público detém
legitimidade para isso, considerando que o Parquet possui a incumbência de promover a defesa da ordem
jurídica e do regime democrático por força da CF/88 (art. 127, caput). (Info 711 do STF).

1.6.1 Pesquisas Eleitorais

Por fim, as pesquisas e testes pré-eleitorais (arts. 33-35, Lei 9.504/97) não são espécie de
propaganda eleitoral. Consistem no levantamento e na interpretação de dados atinentes à opinião ou
preferência do eleitorado quanto aos candidatos que disputam as eleições, devendo se basear nos
critérios de veracidade e confiabilidade. Podem ser interna, quando circunscrita às instâncias do
partido, e externa, quando submetida à divulgação e disciplinada pelo direito eleitoral.
Seu registro na Justiça Eleitoral é obrigatório e deve ser feito, em até 5 dias antes da divulgação,
junto ao juiz eleitoral, nas eleições municipais, ao TRE, nas eleições estaduais e federais, e ao TSE, nas
eleições presidenciais. As pesquisas poderão ser divulgadas a qualquer tempo, até mesmo no dia das
eleições, desde que a empresa responsável pela pesquisa ou teste pré-eleitoral a registre na Justiça
Eleitoral com 5 dias de antecedência de sua publicação. Contudo, a pesquisa realizada no dia da
eleição somente poderá ser divulgada após as 17h do dia do pleito.
#OLHAOGANCHO: a Justiça Eleitoral pode proibir a divulgação de pesquisa eleitoral? Não, o registro da
pesquisa não está sujeito a deferimento ou indeferimento. Se houver irregularidade no prazo de 5
dias, a JE poderá aplicar multa, apenas. A Lei 12. 891/12 passou a determinar, no entanto, que seja
emitida nota fiscal com nome de quem pagou a realização da pesquisa. Além disso, deve constar no
registro da pesquisa informação quanto a quem a contratou; o valor e a origem dos recursos; a
metodologia aplicada; o plano amostral e a ponderação quanto a sexo, idade, grau de instrução, nível
econômico e área física de realização; sistema interno de controle e verificação.

#IMPORTANTE: A divulgação de pesquisa fraudulenta constitui crime eleitoral, nos termos do art. 33,
§4º, punível com detenção de 6 meses a 1 ano e multa, podendo ser responsabilizados tanto os
representantes legais da empresa de pesquisa quanto o órgão veiculador.

Por fim, a partir da Lei 12.891/12, a realização de enquetes e sondagens passou a ser
expressamente vedada.

2 DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO

DIPLOMA DISPOSITIVO
Lei 9504/97 Artigos 33-58
Constituição Federal Artigo 17

3 BIBLIOGRAFIA UTILIZADA

- GOMES, José Jairo. Direito eleitoral. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2015
- Anotações pessoais de aulas

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