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Rodrigo Lima Cassemiro de Melo (11760614)

Ficha detalhada da Seção II §§ 1-9

Hume, D. Investigação sobre o entendimento humano e sobre os princípios da moral. São

Paulo: Editora Unesp, 2004.

1) Os dois diferentes tipos de percepção e sua classificação quanto à intensidade


§§ 1-3

a) (1) Hume assume que existe uma diferença considerável entre as percepções
da mente quando um ser humano:
i) Sente algo através dos seus sentidos
ii) Relembra, através da memória, essa sensação

b) (1) O autor reconhece que a memória pode copiar as percepções dos sentidos,
mas nega que ela possa assim atingir a força da percepção original e dela se
tornar indistinguível

c) (2) Em seguida, Hume sugere que o mesmo vale para as demais percepções da
mente
i) Exemplifica com um acesso de fúria e com o sentimento amoroso, que
nunca podem ser tão vívidos no pensamento quanto o são na sensação
real
ii) Conclui que o pensamento atua como espelho cujas cores que reflete
nunca são tão brilhantes quanto as originais

d) (3) Disso, Hume extrai duas classes de percepções da mente, e as distingue


de acordo com seus graus de força e vivacidade:
i) As menos fortes e vivazes são chamadas de pensamento ou ideias
ii) Às mais fortes Hume dá o nome de impressões, e especifica que elas
acontecem sempre que ouvimos, vemos, sentimos, amamos, odiamos,
desejamos ou exercemos nossa vontade

e) (3) Por fim, o autor reitera a distinção entre ideias e impressões


2) A aparente liberdade ilimitada do pensamento humano, seu verdadeiro limite
imposto pelas impressões e os argumentos que o provam §§ 4-7

a) (4) O autor supõe que nada, inicialmente, pareceria mais ilimitado do que o
pensamento humano, livre dos poderes dos homens e da natureza
i) Descreve como essa irrestrição poderia acontecer
ii) Exclui, de toda essa infinidade de possibilidades, unicamente a
possibilidade da absoluta contradição

b) (5) No entanto, Hume indica que um exame mais cuidadoso revelaria os


limites mais estreitos do pensamento; e restringe o poder criador da mente à
capacidade de transformar os materiais que a experiência nos fornece
i) Exemplifica a partir de ideias formadas pela junção de diferentes tipos
de experiência
ii) Engloba todos os objetos do pensamento como derivados de sensações
internas ou externas
iii) Resume, em linguagem filosófica, que todas as nossas ideias são
cópias de nossas impressões

c) (6-7) Hume assume suficientes para provar a afirmação anterior estes dois
argumentos:
i) Todo pensamento pode ser decomposto em ideias simples copiadas de
alguma impressão, e o autor:
(1) Inclui ideias complexas, como a de Deus
(2) Limita o meio de refutar o argumento para a apresentação de
alguma ideia que não derive de fontes mais simples
ii) A incapacidade de experimentar certas sensações equivale à
incapacidade de formar ideias a ela correspondentes, e o autor:
(1) Ilustra com o exemplo de cegos e surdos e supõe que a
restituição de seus sentidos os devolveria a capacidade de
formar ideias sobre coisas que vêm desses dois sentidos
(2) Admite a possibilidade da existência de sensações para nós
inconcebíveis, exatamente porque limita a forma de apreensão
de uma ideia à sua experimentação pelo sentimento ou pela
sensação

3) Um possível contra-argumento à proposição anterior §§ 8

a) (8) Hume aponta, no entanto, a existência de um fenômeno contraditório que


pode provar que não é impossível conceber uma ideia sem ter dela antes uma
impressão, o autor, então:
i) Assume a existência de sons e cores distintos, embora assemelhados,
que são acompanhados de ideias correspondentes
ii) Aplica essa assunção à diferentes tonalidades de cor
iii) Supõe um cenário onde se está familiarizado com todas as tonalidades
de uma cor, exceto uma, e onde todas elas seriam dispostas de modo a
evidenciar a lacuna deixada pela tonalidade desconhecida
iv) Questiona a possibilidade de que essa tonalidade pudesse ser
imaginada por contraste à gradação das outras tonalidades
v) Admite que poucos negarão essa possibilidade, mas conclui que a
singularidade desse exemplo não refuta sua proposição sobre a
natureza das ideias e das impressões

4) A retomada da proposição, sua aplicabilidade sobre ideias controversas e a


caracterização mais precisa das ideias inatas §§ 9

a) (9) Hume retoma a proposição feita anteriormente e:


i) Atribui a ela simplicidade e inteligibilidade, assim como a capacidade
de esclarecer disputas entre os metafísicos e de banir o jargão que os
têm dominado
ii) Reitera que as ideias são naturalmente fracas e obscuras e aplica essa
classificação em especial às ideias abstratas, explicando que:
(1) O intelecto as apreende precariamente; elas tendem a se
confundir com outras ideias semelhantes; aplicamos ideias
determinadas a termos abstratos sem significado preciso
iii) Opõe às ideias as impressões e reitera as características desta última
(1) Mais precisamente definidas; difíceis de incorrer em erros
iv) Conclui que podemos examinar a veracidade dos termos e ideias
filosóficas aplicando a pergunta “de que impressão deriva esta suposta
ideia?” e declara assim possível a eliminação de todas as
controvérsias que podem surgir acerca da natureza e realidade das
ideias
(1) Em nota, o autor expõe as ideias imprecisas da palavra “inata”,
usada para caracterizar certos tipos de ideias, especifica o que
entende como inato (aquilo que é original, não copiado) e
conclui que nossas impressões são inatas e nossas ideias não o
são

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