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SÃO PAULO
2009
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SÃO PAULO
2009
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Professor Dr. Wilson Shoji Iyomasa
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Professor Me. Cláudio Luiz Ridente Gomes
Comentários:_________________________________________________________
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AGRADECIMENTOS
Há tantos a agradecer, por tanto confiarem e se dedicarem a mim, não apenas por
terem me ensinado tantas coisas boas, mas por estarem comigo nos momentos
mais difíceis desta jornada.
A esta Universidade e a todos os professores dedicados, aos quais terão meu eterno
agradecimento por contribuírem para minha formação profissional e pessoal.
Ao meu orientador, Professor Dr. Wilson Shoji Iyomasa, pelo constante incentivo e
interesse em participar de todas as minhas tomadas de decisões, sempre indicando
a melhor direção a ser seguida. Por acreditar e auxiliar neste trabalho, que
representa a concretização de um dos principais objetivos da minha vida.
Ao meu líder e amigo, Celso Tomarossi, pela compreensão e palavras de apoio que
me fizeram entender que o futuro é construído a partir da constante dedicação no
presente.
A pessoa mais presente em minha vida, agradeço a minha mãe Maria Isabel, que é
minha força e meu incentivo, por me propiciar a oportunidade de acreditar em mim
mesma e a vencer.
Ao meu noivo Glaucio pela força e companheirismo durante todos esses anos. Por
tolerar as minhas ausências e por deixar esses espaços livres para que eu pudesse
caminhar em busca desta conquista.
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Agradeço aos meus amigos, em especial a Paula Suzan da Costa, que durante
todos esses anos dedicados aos estudos, sempre se empenhou em fortalecer
nossos laços de amizade e caminhou comigo em passos firmes e ritmados em
busca de um mesmo objetivo.
Por fim, a aquele que permitiu que tudo isso acontecesse, não só nestes últimos
anos, mas ao longo de toda a minha vida, agradeço a meu DEUS, por me dar a vida
e a oportunidade de me tornar uma pessoa melhor e capaz de lutar pela realização
dos meus sonhos.
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RESUMO
ABSTRACT
Over the past years, due to the increasing need for development public transport
networks, there was a reasonable demand for underground works, and despite being
regarded as a major solution to the traffic chaos of the city of São Paulo, it is
important that the construction of tunnels in densely populated urban areas requires
a careful geological mapping and geotechnical. These aspects are the main
determinants that influence the choice of execution method to be employed.
Currently the method of excavation called EPB Shield – “Earth Pressure Balanced”,
mechanized and automated method, developed over the last twenty years and uses
the latest technology available in the implementation of tunnels, is begin used in the
construction of Line 4 – The Yellow Line of São Paulo. Popularly known as
“megatatuzão” equipment with 9,5m in diameter and 1.800t, has the peculiarity of
drilling, act as primary support from the front of excavation, while installing the final
structural lining of the tunnel. The practical research was carried out using the
information collected during the excavation process by the EPB method. As a result
of research, concluded that the mechanized displays characteristics that result in
faster execution of the works, and ensure greater security during the excavation
process.
LISTA DE FIGURAS
SUMÁRIO
p.
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................13
2 OBJETIVOS.......................................................................................................15
4 JUSTIFICATIVA ................................................................................................17
8 CONCLUSÕES..................................................................................................59
9 RECOMENDAÇÕES..........................................................................................61
REFERÊNCIAS.........................................................................................................63
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1 INTRODUÇÃO
O principal motivo pela falta de extensas redes de metrô no Brasil é o seu custo de
implantação, consideravelmente alto para um país de terceiro mundo. Os custos
com investimento variam conforme a complexidade da cidade em razão de
desapropriações, profundidade de escavação, riscos geológicos e até custos com
leis sociais e importação de equipamentos.
2 OBJETIVOS
3 MÉTODO DE TRABALHO
Após a obtenção do material para pesquisa, foi feita uma análise critica e a seleção
de artigos a fim de orientar e direcionar o trabalho.
Sempre que possível, foram realizadas visitas técnicas e consultas aos engenheiros
especializados em escavações de túneis e que possuem conhecimentos sobre a
técnica construtiva utilizada no desenvolvimento da obra em questão.
Essa pesquisa foi realizada na Cidade de São Paulo e contou com a colaboração de
alguns profissionais que atuam em construções subterrâneas, dentre elas: o
Consórcio Via Amarela (Odebrecht, Queiroz Galvão, OAS, Camargo Correa e
Andrade e Gutierrez), a Companhia do Metropolitano de São Paulo, Geocompany,
Roobins e Seli.
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4 JUSTIFICATIVA
Com uma roda de corte de 9,5 metros de diâmetro, o “megatatuzão” está sendo
utilizado para escavar o trecho entre as estações Faria Lima e Luz, com cerca de 6,5
km de extensão.
O primeiro Shield foi adquirido pelo Metrô de São Paulo em 1972, dos Estados
Unidos, que era semi-automático e depois adquiriu mais dois “Shield’s” automáticos
na Alemanha. Esses equipamentos foram utilizados nas obras da Linha 1 - Azul,
durante a construção do trecho entre as Estações Sé e São Bento. Já os outros dois
Shield’s foram utilizados nas obras da construção da Linha 2 – Verde (HORI, 2006).
O primeiro Shield de frente aberta foi patenteado por M. I. Brunel em 1818 e utilizado
na execução de um túnel sob o Rio Tamisa, em Londres. Desde o primeiro Shield
até os dias de hoje, as máquinas sofreram muitas mudanças, principalmente na
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Esse tipo de “Shield” é indicado para solos coesivos e solos compostos de rochas
alteradas, necessitando sempre de um controle do lençol freático.
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A escavação é feita por uma sequência de avanço por meio de um braço mecânico
provido de uma caçamba. Tanto o carregamento quanto o transporte de terra
escavada são feitos mecanicamente bem como os escoramentos frontais do solo a
ser escavado.
Segundo Alvarez (2001) e Mayo (1982), seu uso é restrito dependendo as condições
geológicas e hidrológicas, não sendo indicado para escavação de pedregulho solto
ou rochas. Em caso de solos pouco coesivos, faze-se necessário o escoramento
frontal do solo a ser escavado.
A escavação é feita por um suporte mecânico frontal que desagrega o solo a ser
escavado. Todos os trabalhos de transporte e carregamento de material escavado
são feitos mecanicamente.
• Couraça de Lama
Essa circulação de lama tem por finalidade manter a pressão na frente de avanço do
Shield, e ao mesmo tempo transporta o material escavado até os tanques de
decantação localizados na superfície. Nos decantadores é feita a separação do solo
escavado, que é transportado para bota-fora, enquanto que no processo de
escavação a lama, isenta de sólidos em suspensão, é reutilizada.
O solo é escavado pela cabeça de corte e não cai na câmara de escavação como no
Shield de Lama, mas é pressionado pelas aberturas na roda cortadora para dentro
da câmara. A força do empuxo é transferida para o solo na câmara e desta para o
meio a ser escavado. Desta forma, a entrada descontrolada de solo escavado pode
ser evitada, sendo que o equilíbrio é atingido quando o solo na câmara não é mais
consolidado pela pressão de terra. O material então é removido com parafuso sem-
fim de forma controlada para evitar a redução da pressão de terra e
consequentemente evita-se recalques na superfície (COUTINHO e NEGRO
JUNIOR, 1995; ALVAREZ, 2001).
De acordo com Alvarez (2001), para servir como meio de suporte, o material
escavado deve apresentar propriedades adequadas tais como boa deformação
plástica, consistência relativamente mole, baixo atrito interno e baixa
permeabilidade. Isto é obtido por meio do condicionamento do solo por injeção de
produtos (bentonita, espuma ou polímeros) na frente do túnel e na câmara.
Do ponto de vista do tipo de solo, a faixa de aplicação do Shield EPB está limitada,
de um lado, pelos solos argilosos mais coesivos que possam causar entupimentos
das aberturas, e por outro lado, por densas camadas de cascalho que resultam em
considerável aumento do torque para vencer as forças de atrito atuando na cabeça
de corte.
Porém a “menina dos olhos” dos construtores das malhas metroviárias paulistana
estava na frente de trabalho que escavava o centro histórico da capital. Em função
das ruas estreitas, monumentos históricos, fundações profundas de prédios antigos
e a presença de lençol freático, o trecho Estação Sé – São Bento não foi um dos
trechos mais fáceis de ser executado. Ele necessitava de uma outra solução
construtiva, uma vez que os métodos utilizados nas outras frentes de serviços eram
inviáveis diante das dificuldades encontradas nessa região densamente construída.
Já na Linha 2, a extensão sob o leito da Avenida Paulista foi executada por duas
construtoras diferentes, que utilizaram dois tipos distintos de tuneladoras. Nos túneis
sob a Avenida Paulista, onde foi construído o ponto de partida da máquina, a cota do
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Os autores Riccomini et al. (1992) dividem as camadas de São Paulo, quanto a sua
estratigrafia, em quatro Formações: Rezende, São Paulo, Tremembé e
Itaquaquecetuba, sendo que duas delas serão apresentadas logo abaixo.
Está representada na Bacia de São Paulo por depósitos de leques aluviais que
gradam para planícies aluviais com rios entrelaçados. Compreende duas litofácies
que representam mais de 80% de seu preenchimento (RICCOMINI et al. 1992).
observada até a cota 830 m. É constituída por duas litofácies principais de depósitos
de sistema fluvial meandrante (RICCOMINI e COIMBRA, 1992).
• Levantamento patrimonial;
• Análise e dimensionamento da obra geotécnica;
• Análise de risco;
• Monitoramento;
• Procedimento de acompanhamento da construção.
No túnel existem seções de instrumentação que podem ser divididos em: principal e
corrente. Nas primeiras, controlam-se a deformação e as tensões instaladas no
revestimento com alvos topográficos, células de pressão e extensômetros. As
deformações do maciço são monitorizadas com inclino-extensômetros e os
movimentos à superfície pela instalação de seções de marcos topográficos. Nas
seções correntes, controlam-se as deformações na superfície e no revestimento do
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Esta atualização permanente, que obriga as revisões em tempo real, e que são
necessárias para avaliar as variações nas condições hidrológicas durante a
escavação, é denominada Plano de Avanço do Túnel (PAT). O PAT é um
documento de projeto que inclui todos os dados necessários para a fixação de
parâmetros de operação do TBM. Estes dados incluem:
Luz
Rio Branco
Roosevelt
República
José Euzébio
Higienópolis
Incor Paulista
Brasil
Oscar Freire
Ferreira Araújo Cunha Gago
Fradique Coutinho
Waldemar Pinheiros Faria Lima
Butantã
Três Poderes
Caxingui
VCA Morumbi
Na Figura 6.2 é possível verificar essa distinção. Nota-se que na região baixa da
Linha 4 – Amarela, os sedimentos da bacia de São Paulo que predominam são
areias siltosas e argila siltosas da Formação Rezende (na seção geológica: cores
amarela e cinza), enquanto que nas áreas mais elevadas (na seção geológica cores
vermelha e laranja), ocorrem os sedimentos da Formação Rezende (RICCOMINI e
COIMBRA, 1992).
até mesmo seixos. Sua consistência varia entre pouco compacta a muito compacta
(eventualmente impenetrável à sondagem a percussão) com a coloração cinza
amarelada.
Como medida preventiva, foi executado o reforço das fundações do edifício com
estacas tipo raiz em todos os pilares que estavam sujeitos as influências das
escavações.
A escolha deste método deu-se em função de sua grande vantagem sobre outros
tipos de Shield, pois este equipamento possui um sistema de controle de pressão
que pode evitar a ocorrência de colapsos repentinos do solo na face do túnel em
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7 8-Anel
2 9-Alimentador de segmentos
6
3
9
5
Para que o solo escavado possa ser utilizado como meio de suporte, o mesmo deve
possuir as seguintes propriedades:
• Velocidade de avanço;
• Quantidade de solo escavado;
• Adição de substâncias para o condicionamento do solo (espuma, polímero).
ao logo do túnel até o poço de retirada dos materiais, conforme ilustrado na Figura
6.5. A máquina também possui uma correia transportadora secundaria equipada
com uma balança utilizada para monitorar o material efetivamente escavado.
6.7 Monitoramento
Visando maior controle e segurança, o Shield EPB foi projetado com a finalidade de
garantir um adequado e seguro suporte do maciço, oferecendo uma maior
estabilidade global e local da escavação, assim como minimizar os recalques
induzidos na superfície e nas edificações lindeiras a obra.
ter suas falhas sanadas a distância, via satélite, diretamente da Alemanha onde foi
fabricado.
CABEÇA DE M
CORTE GERAÇÃO
AR COMPRIMIDO
DE ESPUMA
AGENTE
PONTOS DE
ÁGUA
INJEÇÃO
BENTONITA
(SUPRIMENT
TRANSPORTADORA
HELICOIDAL
BACKUP
No canteiro central do Consórcio Via Amarela foi montada uma fábrica de anéis,
ilustrada pela Figura 6.9, onde a fabricação dos segmentos foi feita em um ciclo de
produção fechado e continuo em um sistema conhecido como “carrossel” (Figura
6.11) onde as fôrmas eram preenchidas com concreto e fibra de aço e depois
entravam em fornos, durante um período de seis horas para o processo de cura
térmica.
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Na sequência são transferidos para área de cura, onde são empilhados em conjunto
de nove peças (um anel completo) separados por madeiras e cobertos por lonas
plásticas. Estando prontos para aplicação, o conjunto de segmentos é transferido
para uma área de armazenamento e entrega, conforme Figura 6.12.
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Após dois anos de funcionamento, o Shield EPB utilizado nas obras da Linha 4
chegou ao poço de ventilação e saída de emergência localizado na Avenida João
Teodoro, poço este que marca o término das escavações.
Caso o equipamento não seja adaptado para escavar túneis com as mesmas
condições e especificações que os da Linha 4, a máquina ficará inutilizada para
operar em outras obras, ficando a critério do Consórcio Via Amarela, a opção de
revenda a empresa fabricante ou a outras a quem possa interessar.
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É certo que cada método construtivo possui suas limitações e também suas
vantagens. Uma das principais limitações dos Shield’s está relacionada com sua
pouca flexibilidade quanto à forma das seções escavadas. Geometrias mais
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trabalho que é protegida pelo colapso e recalques que ocorrem devido à tendência
de descompressão progressiva das paredes e do teto da seção do túnel que foi
recentemente escavada.
Por ser um método pouco utilizado em relação ao NATM, pode-se dizer que
aparentemente raros são os exemplos negativos ligados à escavação mecanizada,
que resultaram quase sempre em sua totalidade devido a inesperadas influências
geológicas e não de deficiência de projeto do equipamento. Os dados e as
interpretações geológicas adequados são fatores primordiais para o projeto e
aplicação do método.
No percurso escavado pelo Shield EPB, o mesmo encontrou alguns pontos que
foram considerados “notáveis” por possuírem características atípicas quando
comparadas ao restante do trecho. Dentre eles, vale ressaltar locais com grandes
camadas de aluvião, material muito deformável, que necessitou de um grande
acompanhamento por apresentar um comportamento similar a um fluido.
Além disso, planos de emergência eram traçados com finalidade de obter melhores
resultados, como por exemplo, as programações eram realizadas a fim de evitar
qualquer parada para manutenção do equipamento, diminuindo riscos e ocorrências
de grandes recalques. Estas ações consideradas “delicadas” normalmente ocorriam
nos finais de semana, por apresentar um histórico menor de transito e fluxo de
pessoas, afetando o mínimo possível a rotina de operação da malha metroviária.
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8 CONCLUSÕES
Do ponto de vista do tipo de solo, a faixa de aplicação do Shield EPB está limitada,
de um lado pelos solos argilosos mais coesivos que possam causar entupimentos
das aberturas da cabeça de corte, e por outro, por densas camadas de cascalhos e
materiais mais abrasivos que resultam em um desgaste maior da roda de corte,
gerando um maior número de paradas para manutenção.
9 RECOMENDAÇÕES
Obras subterrâneas como a que está sendo executada para construção da Linha 4 –
Amarela, exigem extensas análises de custo de construção, portanto, mais do que
uma decisão técnica, a escolha por esse tipo de obra deve ser feita
estrategicamente. As empresas brasileiras devem se capacitar para que possam
atender as demandas futuras, caso contrário, o potencial brasileiro continuará sendo
encoberto pela iniciativa e atuação estrangeira em nosso país.
Está mais do que claro que esse processo de aprimoramento é gradativo e que vem
crescendo desde a construção da primeira linha de metrô de São Paulo. As
empresas vêm ganhando experiência e conhecimento sobre o subsolo e o tráfego
da cidade, além de todas as implicações causadas pelas construções de novas
linhas metroviárias ao longo de todos esses anos.
literalmente imerso no maciço, atuando como suporte primário da escavação até que
os suportes definitivos sejam instalados.
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REFERÊNCIAS
BARRA, F. D., Túneis em solos escavados por Shield de grande diâmetro. In:
SIMPÓSIO SOBRE TÚNEIS URBANOS. CONSTRUÇÃO PESADA – TURB 95, São
Paulo, 1995. Anais. São Paulo: ABGE/CBT, 1995. p. 247-257.
MAYO, R. S., 1982, “Shield tunnels”. In: BUCKEL, J. O.; KUESEL, T. R. Tunnel
engineering handbook. New York: Van Nostrans Reinhold Company, 1982 cap 6.