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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

INSTITUTO DE FÍSICA DE SÃO CARLOS


LICENCIATURA EM CIÊNCIAS EXATAS

Laura Schutz Torres, 11352251

A astrobiologia e suas descobertas

SÃO CARLOS
2020
LAURA
A ASTROBIOLOGIA E SUAS DESCOBERTAS

Nesse texto, são abordadas discussões sobre a


nova área da astronomia: a astrobiologia, as
pesquisas feitas até o presente momento e
descobertas feitas, com ênfase no Brasil.

SÃO CARLOS
2020
RESUMO
A astrobiologia é uma área nova da ciência que estuda a existência de vida nos planetas e
sistemas solares externos à Terra, com muita ênfase em ser interdisciplinar é uma pesquisa
extremamente extensa e trabalhosa, exige muito de investimentos e no Brasil necessita-se de
mais profissionais e mais incentivo. A maior apoiadora do país é a USP onde formou a bolsa
de doutorado para o maior nome no Brasil para essa área, Douglas Galante.
Internacionalmente a NASA incentiva pesquisadores e os prepara para missões no espaço,
principalmente em Marte por ser um planeta muito parecido com a Terra; as maiores
descobertas foram feitas na missão Curiosity, onde vários elementos, matérias e condições
essenciais para a vida foram encontrados. Atualmente a NASA trabalha em lançar o robô de
IA para Marte chamado Mars 2020, o qual será lançado em Julho de 2020.

INTRODUÇÃO
A astrobiologia é uma área bem recente de pesquisa científica que estuda a vida no Universo,
ligada diretamente ao ambiente astronômico. Esse estudo consiste em entender a formação de
moléculas orgânicas no ambiente espacial, a química prebiótica e origem da vida, a vida em
ambientes extremos de nosso próprio planeta, usada como modelo para entendermos a
possível vida extraterrestre e, em especial, propondo maneiras de detectar sinais de vida,
presente ou passada, em planetas e luas de nosso Sistema Solar. São realizados trabalhos de
observação astronômica, pesquisas de campo em microbiologia ambiental, estudos teóricos e
experimentais de simulação de ambientes extraterrestres e trabalhos em laboratório em
biologia, química, física. Essas pesquisas são desenvolvidas pelo grupo de Astrobiologia do
Departamento de Astronomia, que opera o Laboratório de Astrobiologia - AstroLab - desde
2010, e é sede do Núcleo de Pesquisa em Astrobiologia da USP, que é atualmente parceiro
internacional do Instituto de Astrobiologia da NASA (NAI) e da Rede Europeia de
Associações de Astrobiologia (EANA). Essa área teve seu primeiro projeto em 1959 e seu
primeiro programa estabelecido em 1960 (ambos pela NASA), a astrobiologia, desde então,
vem se desenvolvendo e já apresenta várias missões, como “Viking program” (1970), “beagle
2” (2003), “EXPOSE” (2008) e a última sendo a “mars Science laboratory” – “Curiosity” –
( 2012).

O QUE ASTROBIOLOGIA ESTUDA?


Essa área estuda a origem, evolução, distribuição e futuro da vida no universo; na Terra, em
outros planetas e até em outros sistemas solares. É interdisciplinar, abordando química, física,
biologia, astronomia, entre outras para estudar a possibilidade de existir vida em outros
planetas. São estudados também meteoros e asteróides, pois de acordo com a hipótese da
panspermia (hipótese de que a vida existe em todo o Universo, distribuída por meteoros,
asteroides e planetoides) formas de vida primárias poderiam ser trazidas para a Terra por meio
de meteoros, vários investimentos são voltados para essa pesquisa e já foi possível encontrar
matérias orgânicas em algumas amostras. A maioria das pesquisas são direcionadas para
Marte por ser um planeta muito semelhante à Terra.

A MISSÃO CURIOSITY
Essa missão foi a última e ainda atuante mandada para Marte, foi lançada em 26 de novembro
de 2011 e foi onde a NASA decidiu focar em encontrar formas de vida antigas. Muitas
descobertas foram feitas como:
● Lugar adequado para a vida: A sonda curiosity achou que na Marte antiga, tinha a
química certa para suportar uma vida microbiológica. Foram achados enxofre,
nitrogênio, oxigênio, fósforo e carbono (ingredientes chave para a vida) na
amostra do pó obtido a partir de uma perfuração. A amostra também revelou
minerais de argila e não muito sal, sugerindo a possibilidade de ter havido água
potável no local.
● Carbono orgânico nas rochas de Marte: moléculas orgânicas são a matéria prima
para a vida e foram achados em uma amostra em pó da rocha do mesmo local.
Este achado não indica necessariamente que houve vida em Marte, mas comprova
que há “ingredientes” para que a vida possa acontecer neste planeta. Evidencia
também o fato de que a matéria orgânica antiga pode ser preservada.
● Presença e atividade de metano na atmosfera de Marte: foi detectado um nível de
metano na atmosfera de Marte. Em um período de dois meses, foi observado um
aumento de dez vezes da quantidade de metano. Isso foi um importante achado,
pois metano pode ser produzido por microrganismos ou reações químicas (entre
água e rocha por exemplo).
● Radiação em Marte: Foi identificado um nível de radioatividade acima do seguro
para astronautas (estabelecido pela NASA). Duas formas de radioatividade foram
encontradas: “galactic cosmic rays – GCRs” (partículas causadas por explosões de
supernovas e outros eventos de alta energia fora do sistema solar) e solar
“energetic particles - SEPs “ (associado a explosões solares e ejeções de massa
coronal do sol. A NASA usará dados de curiosidade para projetar missões seguras
para os exploradores humanos)
● Atmosfera espessa e água no passado de Marte: Foi encontrado na atmosfera as
formas mais pesadas (isótopos) de hidrogênio, carbono e argônio, o que indica que
o planeta perdeu muito de sua atmosfera original e seu “inventário” hidráulico.
● Foram encontradas rochas suaves e arredondadas que, provavelmente, rolaram por
pelo menos algumas milhas. Elas são uma base rochosa feita de fragmentos
menores cimentadas juntas, ou o que os geólogos chamam de um conglomerado
sedimentar. Isso indica que houve um fluxo contínuo de água na altura do joelho.

Com essas descobertas, cada vez mais a astrobiologia é mais solicitada e profissionais
procurados para acompanhar todas as missões, tendo várias planejadas para o futuro como a
missão Mars 2020.
A MISSÃO MARS 2020

A NASA enviará a Marte uma nova sonda dentro de dois anos. O robô Mars 2020 deve
chegar ao Planeta Vermelho em 2021 com o objetivo de procurar por bioassinaturas na
superfície marciana, especificamente em uma área onde acredita-se que, um dia, existiu o
delta de um rio. Dessa maneira, a região é especialmente propícia para se encontrar possíveis
rastros de vida marciana, caso realmente existiu. Com a missão Mars 2020, os cientistas
esperam que, se micróbios vivem dentro ou em torno desse provável antigo delta de rio em
Marte, as assinaturas de sua existência ainda estejam retidas em sedimentos que podem,
facilmente, ser perfurados hoje em dia. E um dos principais alvos da missão serão depósitos
de carbonato, que "são um tipo de mineral que se precipita na água, e o que é realmente bom
nesse processo é que, quando eles se precipitam, eles prendem tudo o que está na água; então,
tudo o que viveu por lá pode ficar preso dentro do mineral", explica Briony Horgan, da
Purdue University. O aparelho usado dessa vez se difere do Curiosity por contar com
inteligência artificial para ajudar sua missão, o robô será capaz de executar tarefas de maneira
autônoma.

A Astrobiologia no Brasil

Apesar de ser uma área totalmente nova no mundo todo, no Brasil está “engatinhando” ainda,
apesar de atualmente ter sido criados cursos de astrobiologia em várias faculdades. Como a
USP desde 2010, a Unifesp em 2020 e na UFRJ em 2018. Em 2009 e 2010 que as primeiras
teses de doutorado na área foram defendidas, com a pesquisa de Douglas Galante no
IAG/USP e de Ivan Paulino Lima, no IBCCF/UFRJ. Além disso, apenas em 2010 o Núcleo de
Pesquisa em Astrobiologia (NAP/Astrobio), sediado na Universidade de São Paulo, foi
criado, o que mostra que as pesquisas brasileiras são recentes. Mesmo com as consideráveis
conquistas em tão pouco tempo, Douglas Galante explica que ainda há a falta de uma
organização que abranja outras regiões do país, além do eixo Rio-São Paulo. Pensando nisso,
uma das ideias para a disseminação e troca dos conhecimentos produzidos é que haja
investimento em reuniões científicas e a formação de uma sociedade específica na área, o que,
infelizmente, não tem previsão para acontecer. "Claro, tudo isso custa caro e toma tempo dos
pesquisadores/professores, que é algo que sempre está em falta no país. Mas nosso grupo vem
trabalhando para estabelecer a área no país e temos visto um aumento de interesse sobre o
assunto, tanto pela comunidade acadêmica quanto o público em geral, que sempre mostra
muita curiosidade pelos temas tratados pela astrobiologia". Espera-se muito dessa área por ser
uma pesquisa totalmente promissora ainda mais por todas as descobertas feitas até o presente
momento.

REFERÊNCIAS

● https://en.wikipedia.org/wiki/Astrobiology#Missions
● http://mars.nasa.gov/msl/mission/science/results/
● http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/quatro-principais-descobertas-marte-
852505.shtml
● http://www.galeriadometeorito.com/2014/12/sonda-curiosity-revela-grandes-descobertas-
em-marte.html#.VsN0ytBrnC8
● https://canaltech.com.br/espaco/proximo-rover-da-nasa-em-marte-vai-usar-
inteligencia-artificial-em-sua-missao-128605/
● https://mars.nasa.gov/mars2020/
● https://mars.nasa.gov/files/mars2020/Mars2020_Fact_Sheet.pdf
● https://pt.wikipedia.org/wiki/Exobiologia
● https://brazilianspace.blogspot.com/2011/09/galante-explica-como-sao-feitos-
estudos.html
● https://www5.usp.br/tag/astrobiologia/

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