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ENURESE

DEFINIÇÃO
Perda involuntária intermitente de urina durante o sono em crianças com 5 anos ou mais pelo menos 2 vezes
por semana na ausência de alterações adquiridas ou congênitas de sistema nervoso central.
PROBLEMA DA FAMÍLIA

EPIDEMIOLOGIA
A prevalência varia de acordo com a idade, sendo em torno de 15% aos 5 anos, 10% aos 7 anos e 5% aos 10
anos. Cerca de 1% dos adolescentes ainda apresentam enurese.
2:1 Meninos.
O modo de herança é autossômico dominante, assim se ambos os pais foram enuréticos, o risco é 77%. Se um
dos pais teve enurese noturna o risco é 45%.

CLASSIFICAÇÃO
 Primária: sempre apresentou enureses, nunca tendo ficado período superior a 6 meses sem urinar durante
o sono;
 Secundária: ficou um período igual ou superior a 6 meses sem enurese e voltou a urinar durante o sono.
 Monossintomática: apresenta apenas a micção durante o sono como sintoma;
 Não-Monossintomática: apresenta sintomas do trato urinário inferior (alteração da frequência,
incontinência diurna, urgência associada à enurese, hesitação, alteração do jato miccional, manobras de
retenção, sensação de esvaziamento vesical incompleto, etc.) além da micção durante o sono.
A Não-Monossintomática seria secundária a uma causa de base???

FATORES DE RISCO
 Interrupção constante do sono devido a via aérea obstruída → ↑ limiar de despertar, a pressão intratorácica
negativa → ↑ peptídio natriurético atrial.
 Problemas psicológicos: abuso sexual, déficit de atenção e/ou hiperatividade, alteração de conduta,
dificuldade de aprendizado e problemas familiares. Sempre serão considerados secundários.
 Início de medicação anticonvulsiva: ácido valpróico, clozapina, inibidores seletivos de serotonina.
 Constipação.
 Tempo de aleitamento materno exclusivo.
Não entendi como o tempo de aleitamento materno exclusivo pode ser um fator de risco.

FISIOPATOLOGIA
 Perda da estabilidade da função vesical.
 Ausência de liberação de hormônio antidiurético (vasopressina): poliúria.
 Inabilidade de acordar com a sensação de bexiga repleta.
COMORBIDADES ASSOCIADAS

ENTREVISTA INICIAL
1. Explicar, explicar e explicar;
2. Exame de urina tipo 1 e urocultura para afastar infecção urinária pode ser útil em alguns casos. Na enurese
não monossintomática, solicitar ultrassom e urofluxometria.

DIÁRIO MICCIONAL
Rotineiro.
O diário deve ser feito por 2 ou 3 dias e conter informações sobre:
 Ingesta de líquidos (hora, volume e qual líquido);
 Micções (hora, volume, se houve urgência e/ou perda antes de urinar);
 Dados sobre defecação.
Se usa o cálculo de CVE = (idade + 1) x 30 para poliúria?? Tem que estar 130% dessa capacidade vesical.
A adesão a esse diário não deve ser grande.

DIÁRIO DE NOITES SECAS


14 dias anotar todos os episódios de enurese.
A adesão a esse diário não deve ser grande.
FARMACOTERAPIA
 DESMOPRESSINA: Análogo sintético de hormônio antidiurético. Quase 60% das crianças respondem,
mas a taxa de recidiva é alta após a suspensão.
Desmopressina tem no SUS??
 IMIPRAMINA: antidepressivo triciclíco. Tem no SUS. Taxa de sucesso de 20% e uma taxa de recidiva
muito mais elevada.
Realmente se utiliza??
 ANTICOLINÉRGICOS: em quadros de hiperatividade vesical. Principal é oxibutinina. Ruins como
monoterapia, mas podem ser utilizados desmopressina.

NÃO FARMACOLÓGICO
Despertador com sonda de umidade. Deve ser encorajado a autonomia da criança. Problemas com crianças
que dormem em quartos conjuntos, com crianças que suam muito;
Sempre urinar antes de dormir e logo ao acordar;
Não ingerir água depois do pôr do sol. Caso de muita sede, beber pouco;
Pais não devem brigar com os filhos por causa da enurese.

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