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Gestão de Ativos:
Qual a diferença?
Alessandro Trombeta
Manutenção e Gestão de Ativos: Qual a diferença?
Hoje, vamos falar da Manutenção e também da Gestão de Ativos. Você sabe diferenciá-las?
A manutenção surgiu em virtude da necessidade de manter algo em funcionamento. O termo
manutenção vem do latim manus tenere, que significa manter o que se tem. Nos dá uma ideia de
manter um item em pleno funcionamento, de maneira a atender às expectativas associadas a este
item.
O termo manutenção industrial surgiu no século XVI, com a aparição dos primeiros teares, porém
as atividades de operação e de manutenção eram de responsabilidade do operador da máquina.
Desde então, a manutenção passa por profundas mudanças, desde a simples correção de uma falha
até a aplicação de modernas técnicas preditivas utilizadas atualmente.
Como já vimos em outras publicações, a manutenção evoluiu e continua evoluindo, como mostra a
Figura a seguir.
Manutenção e Gestão de Ativos: Qual a diferença?
O nível 1 representa a primeira geração da manutenção, com o seu famoso "quebra e conserta".
Infelizmente, apesar de ser o primeiro nível e estar relacionado às atividades executadas nas
décadas de 20, 30 e 40, ainda temos empresas com essa mentalidade nos dias de hoje.
O nível 2 remete à segunda geração da manutenção, que se destacou pela aplicação de tarefas de
manutenção preventiva, mesmo que modestas. O objetivo era se antecipar à ocorrência das falhas.
Mas isso não é suficiente, pois precisamos ter domínio do equipamento e das tarefas de
manutenção relacionadas ao mesmo. O nível 3 nos mostra que devemos fazer as tarefas certas, na
hora certa e no componente ou equipamento certo! Só assim poderemos ser mais efetivos e
assertivos quando o assunto é confiabilidade e disponibilidade do ativo.
Ao analisar o nível 4, observamos que precisamos ser mais eficientes nos nossos processos. E o
que é "ser mais eficiente"? A eficiência é definida como virtude ou característica de (alguém ou algo)
ser competente, produtivo, de conseguir o melhor rendimento com o mínimo de erros e/ou
dispêndios. Só conseguiremos ser mais eficientes se medirmos o nosso desempenho. Os
indicadores de desempenho são ferramentas básicas para o gerenciamento do sistema de
manutenção e as informações que estes indicadores fornecem são fundamentais para o processo
de tomada de decisão.
No nível 5 falamos de excelência na manutenção. A excelência é atingida por meio da integração e
coordenação das diversas funções e processos de negócio, buscando a eficácia, para que a tomada
de decisões ocorra o mais rápido possível. O objetivo máximo é atingir a qualidade da prestação do
serviço e a satisfação do cliente, seja interno ou externo. Não é possível falar de excelência na
manutenção sem entrar no âmbito da Gestão de Ativos! Quando falamos em Gestão de Ativos,
estamos nos referindo a um sistema de gestão, ou seja, uma nova organização na forma de
entendimento da necessidade de sinergia entre todos os departamentos envolvidos nos processos,
sendo a Manutenção um destes departamentos. A Figura a seguir mostra a Manutenção inserida
no contexto da Gestão de Ativos.
Manutenção e Gestão de Ativos: Qual a diferença?
A Gestão de Ativos nos remete à Quarta Geração da Manutenção, na qual o foco é maximizar a
eficácia de um ativo durante todo o seu ciclo de vida, minimizar as falhas, reduzir perdas e
maximizar ganhos. E para que isso aconteça novos desafios farão parte do nosso dia a dia.
Mas o que seria a Gestão de Ativos propriamente dita? Para responder a esta questão, é importante
entender como ela surgiu. Em 2002, o Instituto de Gestão de Ativos (Institute of Asset Management
- IAM), do Reino Unido, reuniu gestores de várias indústrias e agências regulatórias em um seminário
e foi consenso a necessidade de estabelecer-se uma linguagem comum para a Gestão de Ativos.
Como não existia uma norma formal sobre o assunto, o IAM produziu a PAS-55:2004
(Especificações para Gestão Otimizada de Ativos Físicos de Infraestrutura). Esta versão da norma
foi elaborada e revisada por um painel de 23 organizações, predominantemente do Reino Unido. Em
2008, foi feita uma revisão da PAS-55, na qual participaram 49 organizações, de 15 setores da
indústria e de 10 países diferentes, em conjunto com o IAM. A partir de então, a PAS-55 passou a
ser chamada de Especificação Disponível Publicamente para a Gestão Otimizada de Ativos Físicos.
Ambas as versões foram publicadas pelo British Standard Institute (BSI) e a versão 2008 foi
traduzida para o português pela Abraman em 2011. A Figura a seguir mostra as publicações do
PAS-55, que foram as precursoras da ISO 55000, com foco na Gestão de Ativos.
• ABNT NBR ISO 55000 (Gestão de Ativos – Visão geral, fundamentos e terminologia) que trata
da definição de Ativos, Gestão de Ativos e Sistema de Gestão de Ativos no sentido mais amplo, bem
como os termos e definições usadas nesta área.
Manutenção e Gestão de Ativos: Qual a diferença?
• ABNT NBR ISO-55001 (Requisitos para Sistema de Gestão de Ativos) que trata dos requisitos
necessários para um sistema de gestão de ativos integrado e efetivo.
• ABNT NBR ISO-55002 (Guia para implantação de Sistema de Gestão de Ativos) que fornece
exemplo e/ou guia para a implantação do Sistema de Gestão de Ativos.
A Gestão de Ativos é definida pelo IAM (Institute of Asset Management) como sendo "a ação
coordenada de uma organização para realizar valor com seus ativos". Mas como definir um ativo?
A PAS 55:2008 define os ativos da seguinte maneira:
A Gestão de Ativos deve ser encarada como a aplicação de atividades sistemáticas e coordenadas,
através da qual uma organização realiza a gestão, de forma otimizada e sustentável de seus ativos
e sistemas de ativos e sua performance associada, de riscos e custos, ao longo do seu ciclo de vida
com o objetivo de alcançar o seu planejamento estratégico. Neste ponto é importante ressaltar que
a gestão de ativos refere-se à gestão de todo o ciclo de vida de um ativo, desde a sua aquisição até
o seu descarte. Neste tipo de gestão devem ser considerados todos os controles necessários para
garantir o registro de detalhes e valores de um ativo. A figura a seguir mostra o ciclo de vida de um
ativo.
Manutenção e Gestão de Ativos: Qual a diferença?
O que a gestão de ativos traz de novo? A Gestão de Ativos, além do foco no ciclo de vida dos ativos
e seu período de depreciação, estabelecendo o menor número de manutenções necessárias e
aumentando as expectativas de retorno do investimento, também traz uma sinergia entre as áreas
da empresa. Há uma grande mudança na organização:
... Não tem jeito, você terá que repensar seus processos de acordo com os princípios da Gestão de
Ativos!
Analisando os dados publicados pela ABRAMAN, vemos que o indicador de indisponibilidade em
função da manutenção tem aumentado ao longo dos anos, chegando a 6,15% em 2013, seguindo a
Manutenção e Gestão de Ativos: Qual a diferença?
mesma tendência do custo da manutenção pelo faturamento bruto. Ambos os indicadores
apresentaram uma ligeira alta no período de 1995 a 2013, conforme Figura a seguir.
Será que estamos no caminho certo? Agora peço que você, como Gestor da Manutenção, responda
às questões abaixo e faça uma breve reflexão sobre elas:
1. Os resultados da Manutenção estão condizentes com as necessidades levantadas no
Planejamento Estratégico da sua empresa?
2. A Manutenção possui uma Política e Estratégias bem definidas e alinhadas ao Planejamento
Estratégico?
3. Os Riscos referentes aos ativos são conhecidos? Foram avaliados? Existem planos para
controle/mitigação?
4. As falhas são conhecidas e existem planos de manutenção capazes de evitar a sua ocorrência?
5. Quando uma falha ocorre esta é estudada, sua causa raiz é identificada e os planos de
manutenção e/ou ativos passam por revisão e/ou modificação?
6. A mão de obra da manutenção é gerida por competências e habilidades?
7. As informações são geridas com rapidez, de forma eficaz e confiável?
8. A Documentação dos ativos e processos está atualizada e é condizente com as instalações?
9. Todas as pessoas estão conscientes do seu "impacto" no atingimento dos resultados?
10. Existe um processo padrão de Gestão da Mudança e este processo faz parte da cultura da
organização?
Manutenção e Gestão de Ativos: Qual a diferença?
Assim meus amigos, acredito que esta reflexão mostra que as empresas e seus dirigentes e
gestores precisam repensar suas estratégias e seus modelos de gestão. O imediatismo e a redução
de custos a qualquer preço não trazem resultados sustentáveis, e a Gestão de Ativos mostra que
podemos atingir outros patamares de desempenho.
Sobre o Autor
O software para gestão de ativos permite que as organizações desenvolvam planos robustos para calibração
de instrumentos, além de programas de manutenção de ativos (preventiva, preditiva e corretiva), melhorando
a eficácia diária das operações e da equipe técnica.
A solução também melhora o gerenciamento dos equipamentos e instalações para aumentar sua
confiabilidade e garantir a conformidade normativa com padrões como ISO 50001, ISO 55000 e ISO 17025,
leis, regulamentos e requisitos específicos de cada segmento, tudo isso reduzindo o uso de energia e
apoiando iniciativas de sustentabilidade.
Saiba mais:
https://www.softexpert.com/pt-br/solucao/gestao-dos-ativos-empresariais-eam/
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Sobre a SoftExpert
A SoftExpert é a empresa líder de mercado em soluções para a excelência na gestão, fornecendo
softwares e serviços para o aprimoramento de processos de negócio, conformidade regulamentar
e governança corporativa.
Fundada em 1995 e contando atualmente com mais de 2 mil clientes e 300 mil usuários ao redor
do mundo, as soluções SoftExpert são utilizadas por empresas dos mais variados portes e ramos
de atuação, incluindo manufatura, governo, farmacêutico, hospitais e laboratórios, serviços
financeiros, alta tecnologia e TI, educação, energia e utilidade pública, logística, varejo e serviços.
Em conjunto com a sua rede de parceiros nacionais e internacionais, a SoftExpert oferece serviços
de implantação, treinamento, hospedagem, validação, suporte e assistência técnica, com o intuito
de assegurar que seus clientes obtenham sempre o máximo de retorno sobre seus investimentos.
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