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João Guilherme Damiani – Ra Unesp: 201120941- Economia – Diurno

1. O que é o homo economicus? Quais as críticas a esse modelo de agente


econômico? Explique utilizando autores e correntes de pensamento que vimos durante as
aulas.
O homo economicus é o perfil de ser humano, visto pela economia, que toma apenas
decisões econômicas de maneira racional e acertada, esse conceito ganhou a denominação de
homo economicus na economia neoclássica, mas a base para formação e caracterização desse
indivíduo veio de Adam Smith e seus escritos sobre a propensão a troca que o ser humano
possui. Essa propensão a troca é vista como natural pelo autor escocês, e que por meio da troca
o indivíduo satisfaz suas necessidades, ou seja, a produção de um produto é primeiramente
pensada em beneficio próprio, mas como cada trabalhador tem um excedente de produtos
produzidos por ele mesmo, a troca satisfaria a necessidade de cada trabalhador, assim cada um
troca os excedentes, satisfazendo a necessidade de todos e tendo uma abundância de bens. Essa
teoria tem seu teor baseado no individualismo, pois, o homem por precisar da ajuda de seus
semelhantes deve despertar nesses a vontade de ajuda-lo, mostrando que será vantajoso, ou seja,
os homens agem de forma individualista e egoísta para satisfazer suas necessidades, visando
apenas suas próprias vantagens.
Todavia, Adam Smith ainda considerava muito os aspectos psicológicos na economia.
Ao contrário do homo economicus que eleva o conceito de egoísta a um grau muito mais alto.
Sendo uma abstração feita pela economia neoclássica e pela escola marginalista para esboçar
um modelo econômico, a ideia é baseada em um ser humano imaginado que toma suas ações
apenas segundo cálculos racionais, visando sempre o maior ganho com o menor esforço. Para
isso foi abstraído todas as dimensões psicológicas e culturais do indivíduo, em outras palavras,
esse modelo de homem não leva em conta as questões morais, religiosas, políticas, empáticas e
aspectos históricos. Ele é suspenso do pensamento histórico, não pensando em consequências
futuras ou passadas, baseado no cálculo racional ele sempre toma as melhores decisões com os
recursos que se possui no momento vigente. O homo economicus possui concentrado em si, as
duas funções mais importantes para o aspecto econômico: o consumo e a produção.
Esse ser fictício é a expressão econômica da teoria utilitarista de John Stuart Mill, que
também colocava a irracionalidade como inferior ao prazeres que são úteis e racionais. Portanto,
assim como a teoria utilitarista, o homem econômico é alvo de duras criticas ao longo da
história. Como as que fora tecidas pelo economista britânico John Maynard Keynes, que tem
em sua teoria a psicologia do agente, introduzindo a ideia de expectativas, que são decisões
tomadas a partir de contextos do passado, ou seja, é uma um agente localizado na história, ao
contrário do homo economicus, a psicologia do agente leva em conta as expectativas do passado
que influenciam no presente. Outro ponto em Keynes que contrasta muito com a abstração feita
pelos neoclássicos, é a ideia de incerteza que os agentes econômicos possuem, o risco é
calculável a curto prazo, mas a incerteza ocorre a longo prazo, pois diversos fatores podem
influenciar na economia, e como a incerteza a longo prazo não é mensurável, o agente perde
sua racionalidade e a ideia de que tudo pode ser calculado, como era tido pelos neoclássicos.
Outra corrente de pensamento muito crítica ao homo economicus é a economia
ecológica, uma vez que os neoclássicos por colocarem que esse indivíduos extremamente
racional sempre toma as melhores decisões baseados nos recursos disponíveis no momento, não
precisariam, portanto, se preocupar com os fatores ambientais, uma vez que esse indivíduo
resolveria os problemas ambientais assim que eles surgissem. A economia ecologia, por sua
vez, trabalha com o conceito de precaução, tentando se afastar do limiar que o planeta terra
suportaria de acumulo de matérias. Também possui uma discussão psicológica para
compreender o comportamento do ser humano e suas motivações, ela pensa no consumo e na
matéria gerada, buscando diminuir a entropia do acumulo desses resíduos.

2. Defina o que é capital. Qual sua importância para o desenvolvimento


econômico?
Capital é entendido pelo senso comum como sinônimo de investimento, ou seja, o
cidadão comum quando investe em um fundo de renda fixa, considera o dinheiro investido ou
poupado como seu capital. No sentido da empresa, é entendido como a estrutura e as bens que
possibilitam a manutenção da produção.
Agora no sentido da economia ou da macroeconomia, não é toda propriedade que pode
ser considerada capital. Capital só é aquilo que amplia a capacidade produtiva de uma
determinada região, empresa, setor. Por isso utilizar capital como sinônimo de dinheiro está
errado, o dinheiro só é capital quando ele é utilizado para promover o aumento da capacidade
produtiva ou facilitar a produção de algo, fato que pode ser transposto para todos os outros bens.
Por exemplo, o uso de um celular, para os cidadãos comuns representa um bem de consumo,
enquanto que para um mototáxi ou taxista, representa um capital, uma vez que permite a
comunicação com seus clientes, facilitando as vendas de corridas.
O capital por ser aquilo que produz o aumento da capacidade produtiva, está ligado a
ideia de desenvolvimento econômico. Principalmente se for observado pela ótica do economista
Joseph Schumpeter, que dizia que o desenvolvimento tem haver com as mudanças estruturais
continuas, transformando os países agrícolas em países industriais. Assim a aquisição de novos
meios de produção, para aumentar a capacidade produtiva, influenciariam diretamente o
crescimento econômico.
Mesmo se analisado por outra perspectiva de desenvolvimento econômico, ou seja, uma
perspectiva mais qualitativa, visando uma melhor qualidade de vida e liberdade, que é a visão
de Amartya Sen; o capital é um fator importante para desenvolver e aumentar as liberdades
individuais. Pois, Amartya Sen propõe uma sociedade que tenha escolhas de consumo, como
alimentação variada, podendo escolher os bens que se irá adquirir, aumentando o gama de
escolhas econômicas; com isso o aumento da capacidade produtiva é importante para o
aumento das escolhas no mercado, e conjuntamente esse aumento da capacidade produtiva pode
liberar o trabalhador de serviços mais laboriosos, aumentando assim seu tempo livre de trabalho
para exercer outras atividades humanas não tão ligadas a produção.
Concomitantemente a ideia de crescimento de Amartya Sem, é necessário que o capital
investido e o crescimento econômico obtido sejam convertidos em um projeto social para
melhoria das condições de vida da população, para só assim ser transformado em
desenvolvimento econômico.

3. Explique e diferencie os conceitos de vantagens absolutas de Adam Smith e


vantagens comparativas de David Ricardo.

Adam Smith em seu conceito de vantagens absolutas tem como premissa a comparação
do tempo de trabalho para a produção de determinado produto por um país, assim o país que
que possuir os menores custos de produção, e custos de produção é entendido por Smith como
tempo de trabalho, também possuirá a vantagem absoluta sobre a produção daquele
determinado bem. Assim o país deve se empenhar em produzir essa mercadoria em detrimento
das outras, produzindo apenas as mercadorias que tem melhor condição de fazer, adquirindo as
outras via comercio internacional. Em outras palavras, cada país deve se especializar nos bens
em que é mais eficiente, gastando menos insumos na produção, isso em comparação com as
outros países.
Passando para um exemplo, comparado dois países: X e Y, enquanto o país X produz 5
cadernos e 3 lápis por hora, o país Y produz 2 cadernos e 4 lápis por hora, isso pode ocorrer por
diversos fatores: quantidade de matéria prima para produção, força de trabalho, etc. Segundo
Adam Smith, o país X deve se especializar apenas na produção de cadernos, uma vez que
produz com mais eficiência cadernos que o país Y, que por sua vez, produz melhor lápis que o
país X.
Por outro lado, David Ricardo radicaliza a teoria das vantagens absolutas de Adam
Smith, dizendo que um país deve se especializar da produção apenas dos bens em que ele é
extremamente mais produtivo que os outros países, passando a importar todos os outros bens.
Essa teoria é chamada de vantagens comparativa.
Voltando ao exemplo anterior, se adicionado a variável borracha a ele. Supondo que o
país X produza 4 borrachas/hora e o país Y apenas 1 borracha/hora, segundo Ricardo, o país X
deve abdicar da produção de cadernos e lápis, mesmo tendo vantagens absoluta na produção de
cadernos e focalizar apenas na produção de borrachas, uma vez que possui vantagem
comparativa em relação ao país Y na produção dessa mercadoria. Em contrapartida, o país Y
deve produzir apenas lápis, pois possui tanto vantagens absolutas e comparativas na produção
do mesmo.
Se abdicado de produzir um produto que não é produzido com tanta vantagem e se
especializar em outro, a produção desse segundo tende a aumentar. Ou seja, a vantagem
comparativa irá depender da quantidade que se abdica de produzir uma mercadoria, em prol da
que é produzida com mais rendimento.

Bônus:
Tenho dúvida na parte financeira do capitalismo, em relação a bancos, empréstimos;
gostaria de entender melhor como funciona a bolsa de valores e os mercados de ações.

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