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Resumo

Resumo de Anatomia do Coração e Aorta 0

Anatomia do
Coração e da
Aorta

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1. Introdução
O coração funciona como uma bomba no sistema circulatório, impulsionando o
sangue pelos vasos sanguíneos, o que transporta oxigênio para os tecidos e remove os
resíduos metabólicos. O sangue oxigenado que chega ao coração é distribuído por todo
corpo através da aorta e de seus ramos.

2. Coração
❖ É uma bomba formada por tecido muscular
estriado cardíaco e que está localizada no
mediastino, compartimento central da
cavidade torácica.
❖ É recoberto pelo pericárdio, membrana
fibrosserosa que também reveste o início dos
grandes vasos, e possui três camadas:
epicárdio, miocárdio e endocárdio.
❖ Possui quatro câmaras: 2 átrios, que
recebem o sangue, e 2 ventrículos, que ejetam
Figura 1: coração. FONTE:
https://pt.wikipedia.org/wiki/N%C3%B3_sinusal o sangue.
❖ O lado direito do coração recebe apenas
sangue rico em CO2, enquanto o lado esquerdo recebe sangue bem oxigenado,
assim:
• O ventrículo direito impulsiona sangue pobre em O2, vindo do organismo pelo
átrio direito, através das veias cavas superior e inferior (VCS e VCI), para o
pulmão por meio das artérias pulmonares. – Circulação Pulmonar
• O ventrículo esquerdo, por meio da aorta, leva o sangue oxigenado vindo do
pulmão pelo átrio esquerdo através das veias pulmonares. – Circulação
Sistêmica

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Valvas Cardíacas
• São estruturas de tecido conjuntivo responsáveis pela regulação do movimento sanguíneo
dentro do órgão, evitando regurgitamento do sangue para as câmaras, ou seja, garantem o
fluxo unidirecional do sistema circulatório.
• As valvas cardíacas são duas valvas atrioventriculares (VA), uma direita (tricúspide) e uma
esquerda (bicúspide) que também é chamada de valva mitral.
OBS: Tricúspide e bicúspide são termos que se referem à quantidade de folhetos das valvas.
• Essas valvas são reguladas pela diferença de
pressão dentro das câmaras em relação aos
grandes vasos, ou seja, quando os ventrículos
se enchem de sangue vindo dos átrios durante
a sístole atrial, as valvas AV são forçadas a se
fechar. Com isso, há aumento da pressão
dentro dos ventrículos, vencendo a pressão do
tronco pulmonar e da aorta e forçando as
valvas semilunares a se abrirem, liberando o Figura 2: válvulas cardíacas.
FONTE:<https://es.vikidia.org/wiki/V%C3%A1lvulas_cardia
sangue para a circulação sistêmica e pulmonar.
cas>
Da mesma forma, as valvas semilunares se
fecham com o aumento da pressão nos grandes vasos pelo recebimento do sangue, que
vence a pressão dos ventrículos e força o fechamento das mesmas.
OBS: Na ausculta cardíaca, o fechamento das valvas AV é responsável pelo som da 1ª bulha
(sístole atrial) e o fechamento das valvas semilunares provoca o som da 2ª bulha (diástole
ventricular).
OU SEJA:
• Sístole: Valvas AV fechadas e valvas semilunares abertas.
• Diástole: Valvas AV abertas e valvas semilunares fechadas.

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• Cada cúspide das valvas cardíacas se liga aos músculos papilares dos ventrículos pelas
cordas tendíneas, as quais impedem que as valvas se invertam durante a contração
ventricular.

Átrio Direito (AD)

• Recebe sangue venoso da VCS, VCI e seio coronário.


• Possui a aurícula direita, que é uma bolsa muscular que se projeta do átrio direito como uma
câmara adicional, aumentando a capacidade do átrio.
• Comunica-se com o ventrículo direito pelo óstio AV (atrioventricular) direito, que é protegido
pela valva AV e circundado por um dos anéis do esqueleto fibroso do coração.
OBS: O anel fibroso mantém o calibre do óstio constante, resistindo à dilatação que poderia
ser causada pela pressão sanguínea variada.
• Também contém uma parte posterior lisa, onde se abrem as veias cavas e o seio coronário,
que trazem sangue pouco oxigenado para o coração.

Ventrículo Direito (VD)

• Forma a maior parte da face esternocostal e quase toda a margem inferior do coração.
• Os ventrículos direito e esquerdo são separados pelo septo interventricular (SIV), composto
pelas partes muscular e membranácea. Em vista da pressão arterial muito maior no
ventrículo esquerdo, a parte muscular do SIV (maior parte do septo) tem a espessura igual
ao restante da parede do
ventrículo esquerdo e,
acima da valva, o SIV forma
o septo atrioventricular que
separa o átrio direito do
ventrículo direito. Figura 3: cordas tendíneas. FONTE: Netter. Atlas de Anatomia Humana.
5ªed.

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• Há um feixe muscular curto que atravessa o ventrículo direito da parte inferior do SIV até a
base do músculo papilar anterior, chamado de trabécula septomarginal. Essa estrutura é
importante porque conduz parte do ramo direito do fascículo AV até o músculo papilar
anterior, reduzindo o tempo de condução e permitindo a contração coordenada do músculo
papilar anterior.
• O átrio direito se contrai quando o ventrículo direito está vazio e relaxado. O sangue, então,
faz um trajeto em formato de “U” no ventrículo direito, sofrendo uma mudança de direção
que é acomodada pela crista supraventricular, a qual direciona o fluxo de entrada para a
cavidade principal do ventrículo e o fluxo de saída para o cone arterial em direção ao óstio
do tronco pulmonar.

Átrio Esquerdo (AE)

• Forma a maior parte da base do coração, apresentando uma parede mais espessa do que a
do átrio direito. Além disso, quatro veias pulmonares entram pela parede posterior do átrio
esquerdo, que também possui uma parte com paredes lisas e uma aurícula muscular menor
que é tubular e revestida por músculos pectíneos com parede trabeculada.
• O átrio esquerdo também apresenta um óstio AV esquerdo, através do qual transfere o
sangue oxigenado que recebe das veias pulmonares para o ventrículo esquerdo.

Ventrículo Esquerdo (VE)

• Forma o ápice do coração.


• Possui paredes mais espessas do que as do ventrículo direito, já que a pressão arterial é maior
na circulação sistêmica do que na circulação pulmonar, ou seja, o VE “trabalha mais” que o
VD.
• Também apresenta músculos papilares maiores que do ventrículo direito e esses são
recobertos pelas trabéculas cárneas.
• Há também uma região de saída não muscular, de parede lisa, chamada de vestíbulo da aorta,
que leva ao óstio da aorta e à valva da aorta.

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• As cordas tendíneas tornam-se tensas logo antes e durante a sístole, impedindo que as
válvulas sejam empurradas para o átrio esquerdo. Enquanto atravessa o ventrículo esquerdo,
o fluxo sanguíneo sofre duas mudanças de trajeto perpendiculares. Essa inversão de fluxo
ocorre ao redor da válvula anterior da valva mitral.

3. Complexo Estimulante do Coração


• O complexo estimulante do coração gera e transmite os impulsos que produzem as
contrações coordenadas do ciclo cardíaco, ou seja, é a estrutura responsável pelo
automatismo do coração.
• O complexo consiste em tecido nodal que inicia os batimenteos cardíacos e coordena as
contrações das quatro câmaras, e fibras condutoras especializadas para conduzir os impulsos
rapidamente por todo o coração, gerando contração simultânea das células cardíacas.
• Os impulsos são propagados pelas células musculares estriadas cardíacas rapidamente graças
às junções comunicantes, que permitem ligação direta entre essas células.
• O complexo estimulante é formado pelos nós sinusal (SA) e atrioventricular (AV) e pelo
complexo Hiss-Purkinje. Os nós são conjuntos de células capazes de gerar impulsos
(potenciais de ação) independentes, e o complexo Hiss-Purkinje é formando por fibras
nervosas responsáveis pela condução do sinal.
• O nó SA é o marca-passo do coração, o qual inicia e controla os impulsos para as contrações
cardíacas, cujo sinal se propaga miogenicamente de ambos átrios.
• O nó SA é suprido pela artéria do nó AS, ramo da artéria coronária direita (ACD). É estimulado
pelo SNA simpático para acelerar a frequência cardíaca e é inibido pelo parassimpático para
retornar à frequência basal.
• O sinal gerado pelo nó SA atravessa o átrio direito e chega ao nó AV, que o distribui para os
ventrículos através do fascículo AV, também chamado de feixe de Hiss.

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OBS: O nó AV “atrasa” a condução do sinal a fim de permitir o enchimento dos ventrículos


antes da contração.

Figura 4: complexo estimulante do coração. FONTE:


https://physio4dummies.wordpress.com/2016/09/03/eletro-cardiaca-1/

❖ O fascículo AV se divide em ramos direito e esquerdo, os quais também se ramificam e


formam as fibras de Purkinje (ramos subendocárdicos), cujo segmento direito estimula o
músculo do SIV, os músculos papilares anteriores e a parede do ventrículo direito,
enquanto que o segmento esquerdo estimula o SIV, os músculos papilares anteriores e
posteriores e a parede do ventrículo esquerdo.
❖ O nó AV é irrigado pela artéria do nó AV, outro ramo da ACD.
RESUMINDO:

4. Vascularização Cardíaca
❖ Os vasos sanguíneos do coração compreendem as artérias coronárias e as veias cardíacas,
que conduzem sangue que entra e sai da maior parte do miocárdio.
❖ O endocárdio e parte do tecido subendocárdico recebem O2 e nutrientes por difusão ou por
microvascularização diretamente das câmaras do coração.
❖ Os vasos sanguíneos do coração são afetados pela inervação simpática e parassimpática.

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❖ As artérias coronárias (primeiros ramos da aorta) irrigam o miocárdio e o epicárdio. Essas


artérias suprem os átrios e os ventrículos, porém os ramos atriais costumam ser pequenos
e não são facilmente observados no coração de cadáver. A distribuição ventricular de cada
artéria coronária não é bem delimitada.
❖ Próximo à sua origem, a artéria coronária
direita (ACD) emite o ramo do nó SA ascendente e,
na face anterior da cruz do coração (junção dos
septos interatrial e interventricular), origina o ramo
do nó AV.
❖ A ACD supre, então, o átrio direito, a maior
parte do ventrículo direito, parte do ventrículo
esquerdo (face diafragmática), parte do septo IV e
os nós SA e AV.
Figura 5: vista anterior das artérias coronária. FONTE:
❖ A arteria coronária esquerda (ACE) inicia-se
Netter. Atlas de Anatomia Humana. 5ªed.
no seio aórtico esquerdo. Quando entra no sulco
coronário, a ACE divide-se em artéria descendente anterior e artéria circunflexa esquerda.
❖ A artéria descendente anterior,
também chamada de interventricular
anterior, supre partes adjacentes dos
ventrículos, irrigando a maior parte do
septo interventricular.
❖ A artéria circunflexa esquerda é menor
e na maioria das pessoas termina no
sulco coronário na face posterior do
coração, irrigando a lateral do
ventrículo esquerdo. Figura 6: vista posteroinferior das artérias coronária. FONTE:
Netter. Atlas de Anatomia Humana. 5ªed
❖ Basicamente, a ACE supre o átrio
esquerdo, maior parte do ventrículo
esquerdo, parte do ventriculo direito, maior parte do SIV (septo interventricular) –

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incluindo o feixe de Hiss através dos ramos IV septais perfurantes e o nó SA (40% das
pessoas).
❖ Existem variações nos padrões de distribuição das artérias coronárias. No padrão mais
comum, a ACD e a ACE compartilham quase igualmente o suprimento sanguíneo do coração.
Cerca de 4% das pessoas possuem uma artéria coronária acessória.
❖ Os ramos das árterias coronárias geralmente são considerados artérias terminais funcionais,
ou seja, artérias que irrigam regiões sem anastomoses suficientes com outros grandes ramos
para manter a viabilidade do tecido em caso de oclusão. No entanto, há anastomoses entre
os ramos das artérias coronárias, subepicárdicos ou miocárdicos e entre essas artérias e os
vasos extracardíacos, como os vasos torácicos.
❖ Existem anastomoses entre as terminações das ACD e ACE no sulco coronário e entre os
ramos IV ao redor do ápice do coração em cerca de 10% dos corações aparentemente
normais. O potencial de desenvolvimento dessa circulação colateral é provável na maiora
dos corações, se não em todos.

OBS: Exercícios físicos promovem o desenvolvimento da circulação colateral do coração, que


é importante para prevenção de infartos, por exemplo, pois o sangue tem para onde desviar
em caso de obstrução de determinados vasos.
❖ A drenagem venosa do coração é feita
principalmente por veias que se abrem no seio
coronário e em parte por pequenas veias que
drenam para o átrio direito.
❖ O seio coronário é a principal veia do

Figura 7: drenagem venosa do coração. FONTE: coração, que recebe a veia cardíaca magna
http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/18011/1/2014_Gl em sua extremidade esquerda e as veias
aucoAndreMachado.pdf
interventricular posterior e parva em sua
extremidade direita. A veia posterior do ventrículo esquerdo e a veia marginal esquerda
também se abrem no seio coronário.
❖ A veia cardíaca magna é a principal tributária do seio coronário e drena as áreas do
coração supridas pela ACE. Sua primeira parte, a veia interventricular anterior, começa

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no ápice do coração e ascende com o ramo IV anterior da ACE. No sulco coronário, sua
segunda parte segue com o ramo circunflexo da ACE para chegar ao seio coronário. Nesse
momento, ocorre uma situação incomum: o sangue fluindo no mesmo sentido num par
artéria/veia.
❖ As veias IV posterior e cardíaca parva drenam a maioria das áreas supridas pela ACD.
❖ Algumas veias cardíacas não drenam via seio coronário, como as veias anteriores do
ventrículo direito e as veias cardíacas mínimas, que drenam diretamente para os átrios.
❖ Os vasos linfáticos no miocárdio e no tecido conjuntivo subendorcárdico seguem até o
plexo linfático subepicárdico, cujos vasos seguem até o sulco coronário e acompanham
as artérias coronárias. Um único vaso linfático ascende entre o tronco pulmonar e o átrio
esquerdo e termina nos linfonodos traqueobronquias inferiores, geralmente do lado
direito.

Grandes vasos

• Compreendem as veias braquiocefálicas, VCS e o arco da aorta, com as raízes de seus


principais ramos: tronco braquiocefélico, artéria carótida comum esquerda e artéria
subclávia esquerda.
• A união das veias jugular interna e subclávia formam as veias braquiocefálicas direita e
esquerda, posteriormente às articulações esternoclaviculares, que por sua vez formam a
VCS.
• O comprimento da veia braquiocefálica direita é maior que da esquerda, porque essa
passa do lado esquerdo para o direito, anteriormente às raízes dos três principais ramos
do arco da aorta.
• As veias braquiocefálicas conduzem o sangue da cabeça, pescoço e membros superiores
para o átrio direito e a veia cava superior (VCS) conduz o sangue de todas as estruturas
superiores ao diafragma, exceto os pulmões e o coração.

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5. Inervação Cardíaca
❖ O coração é suprido por fibras nervosas autônomas do plexo cardíaco. O plexo cardíaco é
formado por fibras simpáticas e parassimpáticas e fibras aferentes viscerais, que conduzem
fibras reflexas e nociceptivas provenientes do coração. As fibras partem do plexo e são
distribuídas ao longo dos vasos coronários para esses vasos e para componentes do complexo
estimulante, sobretudo o nó SA.
❖ A estimulação simpática aumenta a frequência cardíaca, a condução do impulso, a força de
contração e o fluxo sanguíneo pelos vasos coronários para garantir o aumento da atividade
cardíaca.
❖ A estimulação adrenérgica do nó SA e do tecido condutor aumenta a frequêcia de
despolarização das células marca-passo e a condução atrioventricular.
❖ A estimulação adrenérgica direta pelas fibras nervosas simpáticas, bem como a estimulação
indireta pelos hormônios suprarrenais, aumenta a contratilidade atrial e ventricular.
❖ A maioria dos receptores adrenérgicos nos vasos sanguíneos coronários consistem em
receptores β2 que, quando ativados, causam relaxamento do músculo liso vascular e,
portanto, dilatação das artérias. Isso aumenta a oferta de oxigênio e nutrientes para o
miocárdio durante atividade intensificada.
❖ A estimulação parassimpática provém de fibras pré-ganglionares dos nervos vagos e ela
diminui a frequência cardíaca, reduz a força da contração e constringe as artérias coronárias,
poupando energia entre períodos de maior demanda.
❖ As fibras parassimpáticas pós-ganglionares liberam acetilcolina, que se liga aos receptores
muscarínicos para reduzir as frequências de despolarização das células marcapasso e a
condução atrioventricular, diminuindo a contratilidade atrial, consequentemente.

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6. Aorta
❖ Maior artéria do corpo, sendo a principal integrante do
grupo das grandes artérias elásticas (condutoras) do corpo.
❖ A elasticidade permite que a aorta se dilate (quando recebe
o débito cardíaco) e retorne ao seu diâmetro normal com
facilidade, mantendo a pressão arterial enquanto o coração
contrai e relaxa.
OBS: Débito cardíaco corresponde ao volume de sangue
bombeado por minuto pelo coração. É igual ao valor da
frequência cardíaca multiplicado pelo volume sistólico.
❖ Como todos os vasos sanguíneos, a aorta é formada por
Figura 8: aorta. FONTE:
três túnicas (camadas): http://twixar.me/B3bn

• Íntima: Também chamada de endotélio, constitui o


revestimento interno do vaso.
• Média: Formada basicamente por músculo liso e tecido elástico.
• Externa: Também chamada de túnica adventícia, formada de tecido
conjuntivo.

Valva aórtica

• Entre o ventrículo esquerdo e o início da aorta há três


válvulas semilunares: posterior, direita e esquerda. As
válvulas projetam-se para a artéria, mas são pressionadas
em direção às suas paredes quando o sangue deixa o
ventrículo.
OBS: Entre o ventrículo direito e o início do tronco
Figura 9: válvulas aórticas. FONTE:
pulmonar também há três válvulas semilunares, como
https://lucasnicolau.com/?v=publicacoes&id=1
na aorta, as quais vão regular o fluxo sanguíneo para a
circulação pulmonar.

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• Imediatamente superior a cada valva semilunar, as paredes que originam o tronco pulmonar
e a aorta formam os seios do tronco pulmonar e da aorta. O sangue presente nos seios e a
dilatação da parede impedem a adesão das válvulas à parede do vaso.
• As aberturas das artérias coronárias direita e esquerda encontram-se nos seios direito e
esquerdo da aorta, respectivamente, e nenhuma artéria origina-se no seio da aorta posterior
(não coronário).

Ramificações da Aorta

• A aorta pode ser dividida em 3 partes: ascendente,


arco da aorta e descendente, que compreende as
partes torácica e abdominal.
• À medida que vai se ramificando e se afastando do
coração, a aorta vai tendo seu calibre diminuído,
até porque a pressão com que o sangue chega até
essas partes já é bem menor.
• Os ramos da parte ascendente da aorta são as
Figura 10: aorta ascendente, arco aórtico e aorta
artérias coronárias direita e esquerda, originadas
torácica. FONTE:
nos seios da aorta. https://www.pinterest.es/pin/5997528753516873

• O arco da aorta é a continuação de sua parte 87/

ascendente, cuja terminação forma a parte


torácica (descendente) da aorta. Esse arco origina o tronco braquiocefálico, a artéria
carótida comum esquerda (ACCE) e a artéria subclávia esquerda (ASE).
• O tronco braquiocefálico é o maior ramo do arco da aorta, que se divide nas artérias
carótidas comum direita e subclávia direita, que levam o sangue para a cabeça e membro
superior, respectivamente, assim como a ACCE e ASE.
A aorta torácica vai do arco da aorta até a 12ª vértebra torácica e, ao atravessar o
hiato arótico do diafragma, se torna a aorta abdominal.

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• A aorta abdominal origina diversos ramos:


artérias frênicas inferiores, lombares, sacral
mediana, artérias suprarrenais, renais, gonadais e o
tronco celíaco, de onde se originam as artérias
hepática comum, gástrica esquerda e artéria
esplênica (lembrar do mnemônico HGE).
• Além disso, a aorta abdominal também origina as
artérias mesentéricas superior e inferior,
terminando nas artérias ilíacas comuns direita e
esquerda, que vão se ramificar e irrigar a região
Figura 11: ramificações da aorta abdominal. FONTE:
https://twitter.com/crushusmle/status/81071800 pélvica e membros inferiores.
>

7. Doenças Associadas
Valvopatias

• Constituem deficiências no funcionamento normal das válvulas cardíacas e


semilunares, o que requer a integridade das estruturas anatômicas (folhetos
valvares, anel, músculos papilares e cordas tendíneas).
• A integridade das válvulas pode ser rompida por calcificações, por exemplo, que
provocam perda da elasticidade do tecido; ou fibroses, como ocorre na febre
reumática.
• As válvulas podem sofrer estenoses que são defeitos na abertura das valvas; ou
insuficiências, que são defeitos no fechamento das valvas; e até mesmo prolapso, ou
seja, abaulamento de seus folhetos em direção ao átrio durante a sístole.
• As estenoses das válvulas mitral e tricúspide promovem a formação de um gradiente
de pressão entre átrios e ventrículos (gradiente transvalvar), a fim de compensar a
obstrução para a passagem de sangue. Normalmente, as câmaras possuem pressões
semelhantes e esse gradiente de pressão transvalvar pode gerar complicações como
a cogestão pulmonar.

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• A estenose aórtica também gera gradiente de pressão entre o ventrículo esquerdo


e a aorta e isso leva a diminuição do débito cardíaco.
• As insuficiências, por sua vez, causam regurgitamento do sangue para os átrios,
como na insuficiência das valvas mitral ou tricúspide; ou para ventrículos, no caso
das insuficiências das valvas semilunares. Esse processo de regurgitamento
inicialmente provoca aumento da complacência das câmaras, mas, posteriormente,
promove lesão de suas paredes, além de alterações no débito cardíaco.

Tamponamento Cardíaco

• Compressão que ocorre em caso de derrame pericárdico significativo, quando o


volume do pericárdio não permite a expansão total do coração e limita a quantidade
de sangue que o órgão pode receber, diminuindo assim o débito cardíaco.
• Derrame pericárdico é a passagem de líquido dos capilares pericárdicos para a
cavidade do pericárdio ou acúmulo de pus (pericardite). Os derrames pericárdicos
não inflamatórios são frequentes na insuficiência cardíaca congestiva, na qual o
retorno venoso é maior que o débito cardíaco, gerando hipertensão cardíaca direita
(elevação da pressão no lado direito do coração).
• O hemopericárdio (sangue na cavidade do pericárdio) também causa
tamponamento. Nesse caso, pode-se realizar toracotomia de emergência para
aliviar imediatamente o tamponamento e estabelecer a estase da hemorragia
cardíaca.
• Normalmente, realiza-se pericardiocentese para drenar o líquido da cavidade
pericárdica e aliviar o tamponamento cardíaco.

Aneurisma da Aorta

• Dilatação segmentar da aorta (ectasia), que aumenta cerca de 50% de seu diâmetro
normal.
• Pode ocorrer em qualquer parte do vaso, sendo que a maioria ocorre na parte
abdominal.

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• O risco do aneurisma é o seu rompimento, o que


depende da velocidade de crescimento e tamanho.
Alguns estudos mostraram que aneurismas menores
que 4cm de diâmetro têm baixíssimo risco de
rompimento. Figura 12: aneurisma da aorta abdominal. FONTE:

• Normalmente, os aneurismas ocorrem por conta de https://www.mdsaude.com/2012/08/aneurisma


-da-aorta-abdominal.html
lesões no vaso provocadas, por exemplo, pela
pressão arterial aumentada ou pelas placas de aterosclerose.
• Quando as lesões no vaso ocorrem na sua camada íntima (endotélio), começa a
passar sangue por entre as camadas da aorta, forçando a separação das túnicas,
sendo esse processo chamado de dissecção da aorta.
• Aneurismas podem causar dissecções e normalmente o tratamento é cirúrgico para
ambas as complicações.

Referências Bibliográficas

1. MOORE, et al. Anatomia orientada para Clínica. 7ªed


2. NETTER. Atlas de Anatomia Humana. 5ªed
3. JUNQUEIRA & CARNEIRO. Histologia Básica. 12ªed.
4. ROBBINS & COTRAN. Patologia: Bases Patológicas das Doenças. 9ªed.
5. https://www.mdsaude.com/2012/08/aneurisma-da-aorta-abdominal.html
6. https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-
cardiovasculares/valvopatias/vis%C3%A3o-geral-das-valvopatias-card%C3%ADacas

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