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04/10/2021 10:17 Versão para impressão - POLÍTICA ECONÔMICA E REGIMES CAMBIAIS: MODELO IS-LM PARA ECONOMIA ABERTA

POLÍTICA
ECONÔMICA E
REGIMES CAMBIAIS:
MODELO IS-LM PARA
ECONOMIA ABERTA

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Apresentação 
Em 1936, John Maynard Keynes, conhecido como pai da macroeconomia publicou sua
Teoria geral do emprego do juro e da moeda. Na época, houve consenso de que a obra era
fundamental, porém, praticamente impenetrável. Muito se debateu sobre o que de fato
Keynes queria dizer. Foi em 1937, que John Hicks sintetizou, aquilo, que ele considerou a
principal contribuição de Keynes: a representação conjunta do mercado de bens e dos
mercados financeiros. Logo depois, Alvin Hansen ampliou a análise de Hicks e ambos
apresentaram a formalização do modelo IS-LM. Já na década de 1960, os economistas
Robert Mundell e Marcus Fleming desenvolveram a extensão para economia aberta do
modelo IS-LM que ficou conhecido como modelo Mundell-Fleming.

Objetivos

Entender o equilíbrio no mercado monetário e definir a curva LM.


Compreender o funcionamento do modelo IS-LM para economias abertas.
Analisar como se dá o equilíbrio no mercado de bens e determinar a curva IS.
Identificar o equilíbrio no mercado de bens e monetário e a intercepção da curva IS-
LM.
Analisar a curva BP para livre mobilidade de capitais e para mobilidade imperfeita de
capitais.

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Desafio 
O investimento depende inversamente da taxa de juros, quando esta aumenta o custo de
tomar empréstimos, consequentemente desestimula os investimentos. Porém, é sabido que
as empresas muitas vezes financiam seus projetos com recursos próprios. Nesse sentido,
identifique, através de sites institucionais, qual é a taxa de juros cobrada pelos
estabelecimentos de fomento ao desenvolvimento hoje no Brasil.

Responda a seguinte questão: As empresas podem financiar seus projetos com recursos
próprios, portanto as taxas de juros elevadas podem desencorajar o investimento nesse
caso?

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Conteúdo 
Equilíbrio no mercado de bens: a curva IS

A curva IS apresenta o equilíbrio do mercado de bens. A relação IS mostra as combinações


de taxas de juros e níveis de produtos de modo que o gasto planejado seja igual à renda.
Para derivar a curva IS faz-se necessário primeiro explicar o porquê que o investimento
depende da taxa de juros e depois encontrar as combinações de renda e taxa de juros que
mantêm o mercado de bens em equilíbrio.

Para iniciar, você deve saber que os investimentos são gastos com o objetivo de acrescentar
capital às empresas, como máquinas ou instalações. Na maioria das vezes, essas adquirem
empréstimos para obter bens de investimento. Nesse sentido, quanto maior for a taxa de
juros paga, menores serão os lucros obtidos pelo empréstimo para comprar novas
máquinas ou instalações adquiridas e, portanto, menos propensas estarão para obter
empréstimos. Porém, se as taxas de juros oferecidas pelo empréstimo forem baixas, as
empresas possivelmente aceitarão para investir. Assim sendo, para derivar a curva de
investimento utiliza-se a seguinte função de gasto com investimento:

   

Considere  o gasto com investimento, independente da renda e da taxa de juros, r é a taxa


de juros, I é o investimento e b mede a sensibilidade (elasticidade) do investimento em
relação à taxa de juros. Com efeito, é possível perceber que essa equação mostra que
quanto menor a taxa de juros maior será o investimento.

A curva IS é derivada da demanda agregada que é a quantidade total de bens demandados


na economia, que consiste na demanda por consumo (C), investimento (I), gastos do
governo (G) e exportações liquidas (X), da seguinte forma:

Substituindo a função investimento na função Demanda Agregada, tem:

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Assim, observa-se que um aumento na taxa de juros (r) reduz a demanda agregada, visto
que uma taxa alta reduz os gastos com investimentos. Conforme a taxa de juros muda, o
nível de equilíbrio da renda é modificado. Cabe lembrar que a condição de equilíbrio no
mercado de bens diz que o produto é igual à demanda agregada Y = DA, sendo assim, é
possível escrever Y  , logo, a curva IS é dada conforme apresentada no
Gráfico 1.

Gráfico 1 – Curva IS

Fonte: Lopes; Vasconcellos, 2008.

É importante observar que a curva IS exposta no gráfico 1 é negativamente inclinada, indica


que quanto maior a taxa de juros menor o nível de renda ou, de outra forma, quanto menor a
taxa de juros maior o produto da economia. Conforme já mencionado, a taxa de juros
impacta diretamente no nível de investimento que, por sua vez, reflete na demanda
agregada e consequentemente no produto da economia.  

Outro aspecto a ser considerado é que quanto maior a sensibilidade do investimento em


relação à taxa de juros, mais horizontal será a curva IS, ou seja, menor será sua inclinação.
Uma pequena variação na taxa de juros resultará em uma variação no investimento e, assim,
na demanda agregada e na renda. Por outro lado, quando o investimento for pouco sensível
à renda, variações no investimento exigirão maiores variações na taxa de juros o que
resultará em uma curva IS próxima da vertical.

Acrescente-se, ainda, que, o deslocamento da curva IS depende do volume dos gastos


autônomos incluindo o consumo e o investimento autônomos, os elementos da política
fiscal, com destaque os gastos públicos. Um aumento nos gastos autônomos desloca a IS
para cima e uma redução nos gastos autônomos desloca a curva IS para baixo.

Em síntese, a curva IS possui a propriedade de representar as combinações de taxa de juros


e de renda (produto) no qual o mercado de bens está em equilíbrio. É por esse motivo, a
curva IS denomina-se curva de equilíbrio do mercado de bens.

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Equilíbrio no Mercado de Monetário: A curva LM

A curva LM apresenta o equilíbrio do mercado monetário, mostra combinações de taxa de


juros e de níveis de produto, assim a demanda por moeda é igual a oferta por moeda.

Deve-se salientar que a demanda por moeda reflete a procura por saldos monetários reais,
visto que os indivíduos detêm moedas de acordo com a quantidade permitida para compra.
Sendo assim, quanto maior for o nível de preços, maior será a quantidade de saldo
monetário nominal que eles precisarão deter para comprar uma determinada quantidade de
bens.

Cumpre evidenciar que a demanda por saldos monetários reais depende de duas
importantes variáveis: taxa de juros (motivo portfólio) e nível de renda real (motivo
transação). A taxa de juros representa o custo de reter a moeda, ou seja, quanto está se
perdendo por reter em vez de investir em ativos que renderia juros. Dessa forma, quanto
maior a taxa de juros, mais caro ficará para reter a moeda, consequentemente, menos
moeda será demandada para cada nível de renda. Vale evidenciar, ainda, que a demanda por
saldos reais depende do nível de renda porque os indivíduos retêm moedas para pagar suas
compras de acordo com a rendimento que possuem.

Apresentado os dois motivos principais da demanda por saldo monetários reais, pode-se
dizer então que: a demanda por saldos reais aumenta com o nível de renda real e diminui
com a taxa de juros. Portanto, a demanda por saldos monetários reais é dada por:

Assim, L denota demanda por saldos monetários reais, o parâmetro k representa a


sensibilidade dessa demanda em relação ao nível de renda e o parâmetro h representa a
sensibilidade da demanda por saldos reais em relação à taxa de juros. Essa equação mostra
que para um determinado nível de renda, a quantidade demandada é uma função
decrescente da taxa de juros.

Logo, para derivar a curva LM faz-se necessário dizer como a oferta de saldos monetários é
determinada. A quantidade nominal de moeda, M, é controlada pelo banco central de cada
país, desse modo ao tomar a quantidade nominal de moeda, tal como é dada, no nível .
Para determinar a oferta de moeda propriamente dita considera-se que o nível de preços é
constante em , de forma que a oferta real de saldos monetários será dada por  / .

É importante enfatizar que o equilíbrio no mercado monetário ocorre quando a demanda de


moeda se iguala à oferta de moeda, lembrando que a oferta de moeda pode ser considerada
constante, já que é dada, sendo assim:

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/ .

É preciso considerar também que o termo do lado esquerdo dessa equação é a demanda
por moedas e o do lado direito da igualdade é a oferta. Nessa equação é possível verificar
que a demanda por moeda responde positivamente à renda e negativamente à taxa de juros,
pois elevações na renda devem ser acompanhadas por aumentos nas taxas de juros, de
forma a compensar o impacto expansivo sobre a demanda de moeda decorrente do maior
nível de renda. Logo, a curva LM é dada conforme apresentado no gráfico 2.

Gráfico 2 – Curva LM

Fonte: Lopes; Vasconcellos, 2008.

Observe que a curva LM exposta no gráfico 2 é positivamente inclinada, pois aumentos na


renda devem ser acompanhados por elevações na taxa de juros para conter o impacto
expansivo sobre a procura de moeda causado pelo maior nível de renda e assim mantém o
equilíbrio no mercado monetário.

Dessa forma, o deslocamento da curva LM é dado pela oferta real de moeda. Como foi
considerado o nível de preços constante, o deslocamento responderá à quantidade de
moeda determinada pelos bancos centrais, isto é, pela política monetária adotada no país.
Portanto, expansões na oferta de moeda deslocará a LM para baixo, já contrações na oferta
de moeda desarticulará a LM para cima.

Após, determinado o equilíbrio no mercado de bens e o equilíbrio no mercado monetário,


veja como ocorre o equilíbrio simultâneo em ambos os mercados.

Equilíbrio no Mercado de Bens e Monetário


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As condições que precisam ser satisfeitas para obtenção do equilíbrio no mercado de bens
e no mercado monetário são dadas pelas curvas IS e LM. Para determinar esse equilíbrio
simultâneo em ambas as curvas, faz-se necessário determinar as taxas de juros e o nível de
renda de equilíbrio. Para isso, basta juntar a curva IS e LM, conforme apresentado no gráfico
3.

Gráfico 3 – Equilíbrio no Mercado de bens e monetário

Fonte: Lopes; Vasconcellos, 2008.

Ao observar o gráfico 3, percebe-se que tanto o mercado de bens quanto o monetário estão
em equilíbrio no ponto E. Obviamente a taxa de juros e o nível de produto de equilíbrio são
determinados pela intercessão da curva LM e da curva IS, são, portanto, r1 e Y1
respectivamente.

Voltando às concepções iniciais, percebe-se que a taxa de juros e o nível de produto de


equilíbrio variam quando a curva IS ou a LM se deslocam. Por exemplo, um aumento no
gasto com investimento desloca a curva IS para a direita. Isso reflete no acréscimo do nível
de renda e da taxa de juros. Os pontos à direita da curva IS correspondem às situações de
excesso de oferta e pontos à esquerda, excesso de demanda.

Dessa forma, quando houver excesso de oferta, dado que os preços são constantes, haverá
acúmulo de estoques fazendo com que as empresas diminuam a produção. E se existir
excesso de demanda, os estoques diminuirão para responder a procura, fazendo com que
as empresas aumentem a produção. Assim, é possível dizer que sempre que houver
desequilíbrios no mercado de bens, o ajuste se dará via quantidades, alterando o nível do
produto.

Acrescente-se, ainda, que, no mercado monetário, pontos abaixo da curva LM correspondem


à excesso de demanda por moeda, já pontos acima da curva LM representam excesso de
oferta. O processo de ajuste no mercado monetário se faz através da taxa de juros. Quando
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há excesso de demanda por moeda, existe também de títulos, isto é, os bancos para captar
recursos, aumentam a rentabilidade dos títulos para estimular os agentes a se desfazerem
da liquidez.

Por outro lado, quando há excesso de oferta de moedas, as pessoas estão direcionando
todos os recursos para os títulos, gerando sobrecarga de demanda por títulos, provocando
uma queda na taxa de juros. Portanto, é válido dizer que sempre que houver desequilíbrios
no mercado monetário, o ajuste se dará através de variações da taxa de juros.

Ainda pertencente a essa situação é importante lembrar que após entender como o
mercado monetário e o de bens se ajustam na presença de desequilíbrios, pode-se dizer que
qualquer ponto que a economia se encontre, ela tenderá ao equilíbrio.

Pode-se concluir que pelas características do mercado de bens e do monetário, é possível


supor que o primeiro se ajusta mais rapidamente que o segundo. Sendo assim, o mercado
de bens para se ajustar precisa de modificações no volume de emprego de mão de obra,
entre outros processos que são mais lentos. Enquanto que o mercado monetário é ajustado
por alterações no preço dos ativos processo que ocorre diariamente no mercado.

Modelo IS-LM para economias aberta

É sabido que a curva IS apresenta as condições de equilíbrio no mercado de bens e a curva


LM no mercado monetário.  Neste tópico, você iniciará estudos relacionados ao modelo IS-
LM para economias abertas. Inicialmente, será abordado o modelo para economia aberta,
em seguida, apresentado o da curva BP, que representa os pontos de equilíbrio do Balanço
de Pagamentos e por fim será evidenciado a determinação dos equilíbrios interno e externo
para uma economia com perfeita mobilidade de capital com câmbio fixo e depois com
câmbio flutuante.

IS-LM para economias abertas: a curva BP

É importante você saber que ao introduzir o setor externo, o mercado de bens assume a
seguinte alteração:

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Com a presença do setor externo, as propriedades da curva IS permanecem as mesmas, a


única mudança é que o modelo considerará a taxa de câmbio e a renda externa (Y*). Desse
modo, qualquer alteração nessas duas variáveis afetará o volume de exportações e, assim o
volume dos gastos e a posição da curva IS.

Para entender, suponha uma desvalorização da taxa de câmbio, consequentemente, o


produto nacional ficará mais barato, incentivando as exportações e desestimulando as
importações. Esse movimento se reflete em melhora no saldo da conta corrente e desloca a
curva IS à direita. Por outro lado, uma valorização da taxa de câmbio estimulará as
importações e desincentivos às importações, o que resultará no deslocamento da curva IS
para esquerda.

Nesse sentido, o aumento das importações gera um impacto da renda interna sobre a renda
dos demais países. Tal ocorrência, é conhecida como efeito transbordamento e se relaciona
ao fato do país não conter o efeito de uma política (seja expansionista ou contracionista)
internamente. Cabe dizer que a magnitude do impacto do efeito transbordamento depende
do grau de abertura da economia e de sua influência diante da economia mundial.

Por outro lado, em relação à curva LM, esta não é afetada pela introdução do setor externo
no modelo IS-LM. A procura por moedas continuará respondendo positivamente às
variações na renda e negativamente às variações na taxa de juros. Dito isso, você sabe
como funciona o equilíbrio do Balanço de Pagamentos? O equilíbrio do setor externo é
representado graficamente pela curva BP, que é a do Balanço de Pagamentos e é divido
basicamente em transações corrente e movimento de capitais.

As transações correntes dependem da taxa de câmbio e dos níveis de renda interno e


externo. Em relação ao movimento de capitais, esse depende do diferencial da taxa de juros
interna e externa, já que a taxa de juros baliza as decisões de portfólio dos agentes. Dessa
forma, a posição da curva BP responderá ao grau de mobilidade de capitais, ou seja, como
estes respondem às variações na taxa de juros.

Com a presença de mobilidade perfeita de capitais, os bancos centrais não podem conduzir
uma política monetária independente estando sob câmbio fixo. Se um país adota uma
política monetária contracionista com elevação das taxas de juros, os detentores de
carteiras de títulos, em todo o mundo, transferem sua riqueza na busca de obter maiores
retornos com a taxa de juros alto. Isso resulta em um enorme egresso de capitais e,
portanto, um grande superávit do balanço de pagamentos.

Dessa forma, o superávit do balanço de pagamentos causado pelo grande egresso de


capitais, atraído pela alta na taxa de juros, faz com que estrangeiros comprem ativos
nacionais e isso tende a provocar apreciação da taxa de câmbio. Para manter a taxa de
câmbio constante, o banco central é forçado a intervir, comprando a moeda estrangeira em
troca de moeda nacional, elevando, assim, o estoque de moeda local.

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Com a intervenção do banco central na compra de moeda estrangeira, a contração


monetária inicial é revertida, o processo chega ao fim quando as taxas de juros internas
retornarem ao nível inicial. É importante destacar que uma pequena variação na taxa de
juros transfere bastante dinheiro para dentro e fora do país, por isso há um grande fluxo de
reservas. A forma mais prudente de evitar a redução da taxa de câmbio, é a autoridade
monetária abdicar do diferencial da taxa de juros.

Conforme já mencionado, é possível concluir que qualquer tentativa, por parte do banco
central de ter uma política monetária independente, acarreta grande fluxo de capitais e com
isso a necessidade da intervenção até que as taxas de juros se alinhem com as do mercado
mundial. Isso é constatado em países sob câmbio fixo e perfeita mobilidade de capitais.

Curva BP com livre mobilidade de capitais e como mobilidade


imperfeita de capitais.

Curva BP com livre mobilidade de capitais

Uma economia com livre mobilidade de capitais significa uma situação acessível do país ao
mercado internacional de capitais, de acordo com a taxa de juros existente. Em uma
economia, com livre mobilidade de capitais, um déficit em transações correntes pode ser
financiado pela taxa de juros do mercado internacional. Já um superávit em conta corrente
pode ser aplicado no exterior pela mesma taxa de juros internacional.

Dessa forma, em uma situação de livre mobilidade de capitais o saldo em transações


correntes não é tão importante para determinar o equilíbrio do Balanço de Pagamentos, pois
sempre haverá um movimento de capitais para uma taxa de juros internacional que
compensará o desequilíbrio no balanço de pagamentos. Observe, no gráfico 4, a Curva BP
com livre mobilidade de capital.

Gráfico 4 – Curva BP com livre mobilidade de capital

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Fonte: Lopes; Vasconcellos, 2008.

Em virtude disso, a variável relevante para determinar o equilíbrio no Balanço de


Pagamentos em uma situação de livre mobilidade de capitais é a taxa de juros. Uma taxa de
juros maior que a do mercado internacional i estimulará a entrada de capitais e com isso um
superávit no Balanço de Pagamentos, forçando a igualdade entre as duas. Por outro lado,
uma taxa de juros menor que a internacional incentivará a saída de capitais e com isso um
déficit no balanço de pagamentos. Portanto, existirá apenas um único nível de taxa de juros
interna que dará o equilíbrio interno.

Curva BP com mobilidade imperfeita de capitais

Em uma situação com mobilidade imperfeita de capitais, a renda e a taxa de juros são
variáveis importantes para atingir o equilíbrio externo. Um aumento da renda resulta em
uma deterioração do saldo em transações correntes gerando necessidade de obter recursos
externos para financiar essa deterioração.

Se essa demanda por recursos externos, para financiar o saldo de transações correntes, for
em uma economia considerada grande, a maior demanda por recursos pressionará o
mercado internacional, que, por sua vez, aumentará a taxa de juros do mercado. Assim,
elevações na renda são acompanhadas pelo aumento na taxa de juros, mantendo, o balanço
de pagamentos em equilíbrio. Com isso, pode-se afirmar que a curva BP é positivamente
inclinada, conforme análise proposta no gráfico 5.

Gráfico 5 – Curva BP com mobilidade imperfeita de capitais.

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Fonte: Lopes; Vasconcellos, 2008.

Portanto, a curva BP para mobilidade imperfeita de capitais é positivamente inclinada


porque os aumentos na renda são acompanhados por acréscimos na taxa de juros. No
gráfico 5, é possível observar que taxas de juros muito altas em relação ao nível de renda,
leva a superávits, por outro lado, se a taxa de juros for muito baixa em relação ao nível de
renda, induz a déficits.

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Finalizando a Unidade 

 De acordo com os estudos oportunizados, nesta unidade, foi possível compreender
que a curva IS é um conjunto formado por combinações de taxa de juros e nível de
renda, assim o mercado de bens fique em equilíbrio. Esta curva é negativamente
inclinada porque um aumento na taxa de juros causa redução no gasto com
investimento planejado, e assim diminui a demanda agregada que reflete na
diminuição do nível de renda.

Ainda sobre esse propósito, a curva LM assim como a IS, é um conjunto formado por
combinações de taxas de juros e nível de renda, no entanto o equilíbrio alcançado é o
do mercado monetário. Esta curva é positivamente inclinada, visto que dada a oferta
fixa de moeda, uma elevação no nível de renda, que aumenta a quantidade de procura
precisa ser seguida por um crescimento na taxa de juros. Isso fará com que a
quantidade demandada de moeda seja menor e, portanto, mantém o equilíbrio no
mercado monetário.

Paralelamente a essa situação, você também estudou que a curva IS se desloca


devido às variações nos gastos autônomos e uma elevação neles, inclusive nos
gastos do governo, desloca a curva IS à direita. Já a curva LM se desloca devido às
mudanças na oferta de moedas, uma elevação na oferta dessas, desloca a curva LM à
direita.

Por fim, foi visto que o modelo IS-LM é um modelo básico de demanda agregada que
engloba o mercado monetário e o mercado de bens. Ele evidencia os canais pelos
quais as políticas monetárias e fiscais afetam a economia.

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Dica do Professor 
Para ampliar o seu conhecimento, leia os artigos:

Taxa de câmbio real e crescimento econômico: uma comparação entre economias


emergentes e desenvolvidas , de Marcos Rocha e outros autores. Eles apresentam
os resultados gerados por um painel dinâmico que simulou a relação do
desenvolvimento econômico com o nível da taxa de câmbio, a volatilidade da taxa de
câmbio e a escolha do regime cambial de 26 países, 13 emergentes e 13
desenvolvidos.
A Política Monetária Brasileira sob o Regime de Metas de Inflação , de Christian
Eduardo Balbino e outros autores. Este artigo apresenta uma análise da evolução da
política monetária a partir da implementação do regime de metas de inflação no
período de 1999 a 2009, com o objetivo de avaliar se há diferenças na condução de
política monetária entre as gestões Armínio Fraga e Henrique Meirelles.

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Saiba Mais 
Leia o artigo de Philip Arestis, Luiz de Paula e Ferrari-Filho - A nova política monetária: 
uma análise do regime de metas de inflação no Brasil . Neste artigo, os autores
analisam a nova política monetária entendida como metas de inflação. Examinam,
ainda, o tal regime de metas no âmbito dos países emergentes, o foco é centrado no
caso brasileiro e na operacionalização da política monetária por parte do Banco
Central, desde 1999.
Assista aos vídeos, disponibilizados no Canal Projeto X:
Uma visão prática, didática e rápida sobre política monetária .
Uma visão prática, didática e rápida sobre política fiscal .

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Referências 
BLANCHARD, O. Macroeconomia. Person, Prentice Hall, 4ª ed. 2007.

DORNBUSCH, Rudiger; FISCHER, Stanley; STARTZ, Richard, Macroeconomia. 11a


edição São Paulo: McGraw-hill, 2013.

LOPES, L.M., e VASCONCELLOS, M.A.S. (org). Manual de Macroeconomia – Básico e


Intermediário. São Paulo: Editora Atlas: 2008.

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