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Aula 12 – Fase Saneamento e Org.

processo
Procedimento comum
Tutela provisória antecedente

Art. 319/320 CPC Petição Inicial (custas iniciais) + (adv)

(art. 312) Distribuição Juiz – Juízo de admissibilidade

15 dias
Imp. Lim. do Pedido -
Indef. Pet. Inicial - 330 Emenda da PI - 321 Deferimento PI -334
332

Sentença terminativa -
Sentença definitiva - 487
485 Tutela provisória

Incidental

(carta -ar/of. Just./meio elet./chefe sec./edital)


Citação – 238/259
Acordo
Réu
Sentença hom. de conc/med. Aud.
Conciliação/mediação
(sentença definitiva – 487)

Resposta do réu
Jul. Ant. Mérito
(344) Ausência de resposta

Revelia (344) Juiz – Prov.


(355)
Preliminares

(345)
15
Direito / os fatos já Julgamento
Não reveliaestiverem
– Saneamento
provados o -
Sent. Terminativa especif. de provas
por prova documental
Autor -
Réplica –
conforme
352
estado do
ou ocorrer a revelia –
350/351 processo
Jul. Antecipado do
mérito – art. 355, I, II
Sent. definitiva

Saneamento e
Julgamento parcial
organização do
do mérito (art. 356)
processo

Fase de provas

I – Fase de saneamento e organização do processo


Trata-se de uma segunda fase dentro do
procedimento comum. Ela inicia-se após a
finalização da fase postulatória (petição inicial
até o oferecimento de defesa pelo réu).
A fase de saneamento e organização do
processo tem 2 objetivos, sendo primeiro:
corrigir problemas processuais da fase
postulatória e o segundo, tem como objetivo
organizar o processo para se passar para a
fase probatória / instrutória.
Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das
hipóteses deste Capítulo (julgamento conforme
o estado do processo), deverá o juiz, em
decisão de saneamento e de organização do
processo:
As hipóteses que impedem o saneamento e
organização do processo são o julgamento
antecipado do mérito (art. 355, I, II do CPC).
Sanear = corrigir e resolver problemas
processuais.
Organizar = preparar para o julgamento do
direito material.
Saneamento e organização = dois atos. O
primeiro de correção e o segundo de
preparação para a fase probatória.
O saneamento e organização do processo
busca alguns objetivos que estão previstos no
art. 357 do CPC:
I - resolver as questões processuais
pendentes, se houver;
Se houver a possibilidade de corrigir vícios
sanáveis, o juiz deve determinar que a parte
autora ou ré, no prazo de 15 dias, supra o vício
processual e assim possibilite o andamento
regular do processo.
1)Caso o autor no prazo de 15 dias, não
cumpra o determinado pelo juiz, ele irá
extinguir o processo sem a resolução do
mérito.
2)Caso o réu, no prazo de 15 dias, não
cumpra o determinado pelo juiz, ele irá
determinar a impossibilidade de praticar e
a reconhecer a preclusão temporal.
3)Se as questões processuais pendentes
forem de natureza instransponível (vícios
processuais forem insanáveis), o juiz dará
uma sentença terminativa (sentença
sem a resolução do mérito). Ex. coisa
julgada, litispendência, perempção.
Se as questões processuais pendentes
forem de natureza transponível (vícios
sanáveis), o juiz fixará prazo (15 dias) para que
as partes possam corrigir o ato e assim permitir
o saneamento e a evolução do processo. Ex.
juntar documento faltante, demonstrar a
legitimidade, juntar procuração, juntar
declaração de pobreza.
II - delimitar as questões de fato sobre as
quais recairá a atividade probatória,
especificando os meios de prova admitidos;
Por deliberação do juiz, deve delimitar os
fatos controvertidos e indicar (especificar) as
provas que podem ser produzidas. Ou
determinar que o autor e o réu façam a
indicação das provas que pretendem produzir
(especificação de provas). Incumbe ao autor e
ao réu indicar as provas que pretendem
produzir e os fundamentos para tanto
(cabimento prova).
Ex. O autor/réu deve indicar quais fatos
foram narrados na inicial e quais fatos não são
controversos pelo réu. Já o réu, deve indicar os
fatos narrados na defesa e mostrar quais fatos
não sofrerão impugnação pelo autor. OS
FATOS QUE NÃO SOFRERAM
CONTROVERSAO SÃO ADMITIDOS COMO
VERDADEIROS E NÃO PRECISAM DE
PROVAS.
OS FATOS QUE SOFRERAM
CONTROVERSÃO PRECISAM DE PROVAS E
ASSIM, AS PARTES DEVE INDICAR AS
PROVAS QUE PRETENDEM PRODUZIR. Ex.
Prova testemunhal, depoimento pessoal,
prova pericial.
III - definir a distribuição do ônus da
prova, observado o art. 373 CPC;
(distribuição dinâmica da prova)
Ônus – responsabilidade pela produção
da prova . A regra no 373 CPC – ônus de
prova incumbe ao autor quanto ao fato
constitutivo do seu direito e ao réu quanto
ao fato impeditivo, modificativo ou extintivo
do direito do autor.
O ônus de prova é tanto do autor quanto do
réu. Ônus duplo da prova.
É possível, que dependendo da natureza da
causa (ações que versem sobre consumidor) é
possível que para proteger a parte fraca da
relação de consumo, possa o juiz, determinar a
chamada “inversão do ônus de prova” ou
“polarização do ônus de prova” ou
“distribuição diversa do ônus de prova”.
Neste caso do consumidor, incumbe ao
prestador de serviço e de produtos provar que
não cometeu nenhum ato ilícito e portando não
deve reparar. A responsabilidade (ônus de
prova) é do réu e não do autor.
O art. 373 CPC permite a distribuição do
ônus de prova para quem tiver maior facilidade
na produção da prova.
IV - delimitar as questões de direito
relevantes para a decisão do mérito;
Indicar as questões que envolvem o direito
material para ser debatido e decidido. Qual p
artigo jurídico o autor pretende verificar se
ocorreu ou não? Qual o artigo jurídico o réu
informa que não praticou a conduta e que não
deve ser punido.
V - designar, se necessário, audiência de
instrução e julgamento.
A audiência de instrução e julgamento
somente se realiza quando houver a
necessidade de produzir prova oral
(depoimento pessoal das partes, testemunhas
e esclarecimentos periciais).
EX: Decisão de saneamento e
organização do processo:
1. Não há nenhuma questão processual
pendente.
2.Os fatos controvertidos são
relacionados a um acidente de veículo
entre o autor e o réu. A discussão que
trava entre as partes é sobre o
reconhecimento de responsabilidade
civil.
3. A responsabilidade civil está prevista
no art. 186 e 927 Código Civil. E para,
irá se discutir sobre a existência de
responsabilidade civil ou se agiram as
partes em imprudência, imperícia ou
negligência. Também será discutido a
culpa ou a inexigibilidade de conduta
diversa ou alguma questão de
superação da responsabilidade civil
4.No presente caso, a discussão sobre a
ocorrência do acidente deve ser
provada através do depoimento
pessoal das partes, por prova
documental e pericial. Devem as
partes, no prazo de 15 dias, indicar /
especificar as provas que pretendem
produzir.
5.O ônus de prova será o duplo, ou seja,
incumbe ao autor provar o fato
constitutivo do seu direito e incumbe
ao réu provar o fato impeditivo,
modificativo ou extintivo do direito do
autor (art. 373, CPC).
6.Sendo necessário a prova oral,
requerida pelas partes (inquirição das
partes e das testemunhas), marque-se
a audiência de instrução e julgamento.
7.Sendo necessário a prova pericial, já
fica intimado o perito de NOME TAL,
para apresentar o laudo pericial em 30
dias a contar de sua intimação.
Devendo as partes apresentar quesitos
em 10 dias e assistente técnico.
P.R.I.
§ 1º Realizado o saneamento, as partes têm
o direito de pedir esclarecimentos ou
solicitar ajustes, no prazo comum de 5
(cinco) dias, findo o qual a decisão se torna
estável.
As partes podem indicar que a decisão de
saneamento teve problemas e faltou alguma
questão e assim solicitar
esclarecimentos/ajustes no prazo de 5 dias,
sob pena de não poder fazer mais nenhuma
modificação nesta decisão de saneamento.
O saneamento é feito pelo juiz e nesse ato,
o juiz emite uma decisão de saneamento, no
qual resolve as questões processuais
controvertidas, as questões de fato e de direito
que as partes estão tratando, determina a
inversão do ônus de prova ou não, dependendo
do caso, e por fim, marca uma audiência de
instrução e julgamento, se houver a
necessidade de produzir provas orais.
A decisão de saneamento não comporta
recurso, mas comporta petição apresentada
pelas partes, no prazo de 5 dias para pedir
ajustes ou esclarecimentos.
Terminado o prazo para ajustes ou
esclarecimentos, a decisão se torna estável ou
seja, não pode mais ser modificada.

Saneamento e organização em cooperação :


§ 2º As partes podem apresentar ao juiz,
para homologação, delimitação consensual das
questões de fato e de direito a que se referem
os incisos II e IV, a qual, se homologada,
vincula as partes e o juiz.
Saneamento e organização do processo
compartilhado. As partes, em comum acordo,
estabelecem as questões de fato e de direito
no qual irão recair a prova e os debates e
pedem para o juiz homologar.
Saneamento compartilhado é feito por meio
de petição assinada pelos advogados das
partes e homolagada pelo juiz.

Audiência de saneamento e organização do


processo
§ 3º Se a causa apresentar complexidade
em matéria de fato ou de direito, deverá o juiz
designar audiência para que o saneamento
seja feito em cooperação com as partes,
oportunidade em que o juiz, se for o caso,
convidará as partes a integrar ou esclarecer
suas alegações.
Saneamento compartilhado feito em
audiência de saneamento. O juiz convoca as
partes para comparecer em uma reunião para
decidir sobre as questões processuais, sobre
as questões de fato e de direito e sobre as
provas que serão produzidas. Os advogados
das partes é quem devem comparecer.
Saneamento compartilhado por meio de
audiência de saneamento.

§ 4º Caso tenha sido determinada a


produção de prova testemunhal, o juiz fixará
prazo comum não superior a 15 (quinze)
dias para que as partes apresentem rol de
testemunhas.
O §4º do art. 357 se refere a decisão de
saneamento feito exclusivamente pelo juiz.
Não se trata de saneamento compartilhado
em audiência.
Se a decisão de saneamento e
organização foi dada exclusivamente pelo
juiz, o prazo para apresentar o rol de
testemunhas é de no máximo 15 dias.
Rol de testemunhas – relação de pessoas
que as partes têm interesse em ouvir como
testemunha. Essa relação deve conter o
nome completo, CPF, o endereço com CEP
das testemunhas.
§ 5º Na hipótese do § 3º, as partes devem
levar, para a audiência prevista, o respectivo
rol de testemunhas.
Havendo audiência de saneamento, o rol
de testemunhas deve ser apresentado na
audiência de saneamento, sob de preclusão.
§ 6º O número de testemunhas arroladas
não pode ser superior a 10 (dez), sendo 3
(três), no máximo, para a prova de cada fato.
Não é o número de testemunhas que faz
com que um fato seja verdadeiro e sim a
credibilidade que essa testemunha tem junto ao
judiciário. As vezes uma testemunha é melhor
do que 10 testemunhas pela credibilidade que
transparece.
§ 7º O juiz poderá limitar o número de
testemunhas levando em conta a complexidade
da causa e dos fatos individualmente
considerados.
A limitação de inquirição das testemunhas
pelo juiz deve ser fundamentada.
§ 8º Caso tenha sido determinada a
produção de prova pericial, o juiz deve
observar o disposto no art. 465 e, se possível,
estabelecer, desde logo, calendário para sua
realização.
Havendo necessidade de prova pericial, o
juiz deve nomear o perito e estabelecer prazo
para que o mesmo entregue o laudo pericial.
§ 9º As pautas deverão ser preparadas com
intervalo mínimo de 1 (uma) hora entre as
audiências.
As audiências de saneamento devem
ocorrer com o espaço mínimo de 1 hora entre
uma e outra.

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