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DRA.

JULIANA GABRIEL
MÉDICA ENDOCRINOLOGISTA

TRANS
DIARY
JULIANA GABRIEL RIBEIRO DE ANDRADE

Transdiary
- O manual de saúde da pessoa trans

1ª Edição

Campinas
Edição do Autor
2019
www.julianagabriel.com.br

Introdução

Uma das grandes questões de saúde de homens e


mulheres trans é relacionada a terapia hormonal.

Ainda que existam poucos profissionais


especializados na área atualmente, cada vez mais
existem evidências na literatura científica guiando e
respaldando o tratamento.

A chamada “Hormonioterapia Cruzada”


(a terapia hormonal para pessoas trans), se feita de
forma correta e com acompanhamento médico,
é segura e traz resultados satisfatórios para os
pacientes.

Porém, muitas pessoas trans não tem acesso a


informação de qualidade para saber exatamente o
que é “fazer de forma correta”...

IMPORTANTE: As informações presentes neste


e-book são baseadas na literatura científica.
No entanto, existem diferenças individuais que
devem ser respeitadas. Por isso é tão importante o
acompanhamento profissional.
Não faça seu tratamento por conta própria!

ATENÇÃO: Este e-book não substitui


a avaliação do profissional médico!
www.julianagabriel.com.br

Objetivo
O objetivo deste e-book é informar as pessoas
trans e seus familiares ou cuidadores quais são
as recomendações atuais na literatura médica
acerca do cuidado a ser tomado antes e durante a
hormonioterapia cruzada.

Assim, empoderando-se deste conhecimento, é


possível que o próprio paciente seja o gestor de sua
saúde, cuidando para que o acompanhamento seja feito
de forma correta e no tempo certo e sendo parceiro de
seu médico neste acompanhamento.

As informações contidas no texto foram baseadas


no Consenso da “Endocrine Society” publicado em
2009 (1) e atualizado em 2017 (2) e no Consenso da
Atenção Primaria a pessoa transgênero (3,4)

Referências
1. Endocrine Treatment of Transsexual Persons:An Endocrine Society Clinical Practice
Guideline | The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism | Oxford Academic
[Internet]. [cited 2019 Mar 2. Available from: https://academic.oup.com/jcem/
article/94/9/3132/2596324

2. Endocrine Treatment of Gender-Dysphoric/Gender-Incongruent Persons: An


Endocrine Society* Clinical Practice Guideline | The Journal of Clinical Endocrinology
& Metabolism | Oxford Academic [Internet]. [cited 2019 Mar 2]. Available from: https://
academic.oup.com/jcem/article/102/11/3869/4157558

3. Guidelines for the Primary and Gender Affirming Care of Transgender and Gender
Nonconforming People: Overview of feminizing hormone therapy [Internet]. [cited
2019 Mar 2]. Available from: http://www.transhealth.ucsf.edu/trans?page=guidelines-
feminizing-therapy

4. Guidelines for the Primary and Gender-Affirming Care of Transgender and Gender-
Nonconforming People: Overview of masculinizing hormone therapy [Internet]. [cited
2019 Mar 2]. Available from: http://www.transhealth.ucsf.edu/trans?page=guidelines-
masculinizing-therapy
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Sobre a autora...
Olá!
Meu nome é Juliana Gabriel, sou Médica Endocrinologista
e trabalho desde 2007 na área de desenvolvimento
e determinação do sexo. Dentre as várias áreas da
Endocrinologia (a ciência médica que estuda os hormônios
e o metabolismo), a função sexual (masculina e feminina) é a
área que mais me atraiu.

Por isso, em 2007 entrei na UNICAMP, para o grupo de


pesquisa GIEDDS (que estuda o desenvolvimento e função
dos órgãos e hormônios sexuais e dá assistência médica a
pessoas intersexo), onde fiz meu Mestrado e Doutorado.
Além disso, em paralelo, faço atendimentos individuais
(em vários serviços de saúde ao longo desses 12 anos e
atualmente em meu consultório) onde tive a oportunidade de
fazer muitos atendimentos a pessoas Trans.

Desde que terminei minha residência médica e entrei na área de pesquisa, ensino e
assistência, tive a certeza absoluta que nós humanos somos corpo, mente e emoções
– e cuidar da saúde vai muito além de exames e remédios. Por isso, em 2017 fiz minha
formação em Coaching – o que me possibilitou aprofundar um pouco mais no estudo
do comportamento humano e das emoções, melhorando significativamente minha
atuação profissional (tanto como médica quanto como professora).

Por conta disso, em 2018 comecei um projeto de educação em saúde chamado


“Endocrinologia Para Todos”, através de um canal do YouTube onde compartilho vídeos
explicando temas de saúde para as pessoas. Eu acredito fortemente que educar é
empoderar e ao compartilhar o conhecimento, estou de alguma forma contribuindo para
melhorar a saúde da nossa população como um todo.

Porém, sentia que ainda faltava algo para ajudar especificamente a população trans.
Ao longo desses 12 anos de experiência, percebo que para essas pessoas, o acesso a
saúde ainda está longe de ser o ideal e existem muitos “mitos” que são passados adiante
justamente pois essa população não tem ainda uma fonte segura de informação para
recorrer.

Meu objetivo ao escrever esse e-book é justamente tentar reduzir um pouco essa
lacuna, trazendo um conjunto básico de informações necessárias ao tratamento
médico e também a vida diária de pessoas trans que estão em hormonioterapia.

Espero poder ajudar muitas pessoas com esse e-book!


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Mas antes de começar,


uma reflexão...
Além das questões mais técnicas do tratamento hormonal
de pessoas trans, uma das coisas que aprendi com meus
pacientes é que cada pessoa é única.

Não existe nenhum caso igual ao outro: um tipo de tratamento


pode dar muito certo com uma pessoa e não ter efeito
nenhum em outra. Uma mesma dose pode ser alta para um e
baixa para outro. Nós humanos somos diferentes e a resposta
ao tratamento jamais poderia ser igual.

Uma coisa que difere muito também é a forma como cada


pessoa trans lida com a sua transição. Enquanto para uns a
transição é leve e tranquila, para outros é árdua. Como se
estivessem realmente passando por um “renascimento” e para
uns o parto é normal e para outros é a fórceps ou cesária.

Existem alguns fatores que, na minha experiência pessoal,


observo que podem interferir nisso: a rede familiar e social, o
quanto a pessoa buscou informação, as expectativas criadas
em cima do efeito hormonal, os valores individuais e até mesmo
a saúde emocional (antes e durante o tratamento). Todos esses
fatores devem ser levados em consideração quando iniciamos
um processo de transição.

Por isso, eu sempre converso com


meus pacientes sobre cuidar da saúde global:

• Cuidar da saúde física (alimentação, exercícios, sono) – pois um corpo


saudável responde a terapia diferente de um corpo doente;

• Cuidar da saúde mental - gerenciar estresse, expectativas, buscar


conhecimento em fontes confiáveis;

• Cuidar da saúde emocional – acompanhamento psicológico é muito


importante mas também é importante adotar medidas de autocuidado
como por exemplo, meditação, religião, ter um hobby ou qualquer outra
coisa que aqueça o coração; fazer parte de grupos de apoio, conviver
e conversar com pessoas que passam pelo mesmo que você também
ajudam a reduzir a sensação de que estamos sozinhos no mundo.
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E gosto também de estimular que a


transição seja feita de forma positiva!

• Fazer um diário de transição: com fotos, áudios para comparar a voz,


um caderno onde podem ser anotadas as mudanças, os sintomas, as
datas das medicações, etc... (esse e-book também vem com a idéia de
ajudar nesse processo!);

• Honrar a sua história: fazer as pazes com o seu antigo “eu” é muito
importante e ser grato por ele(a) pois foi ele que te trouxe até aqui! (eu
adoro estimular meus pacientes a fazerem blogs, canais do youtube ou
outras atividades que honrem suas histórias e compartilhem suas vitórias
com o mundo).

• Um rito de passagem: acho muito válido anotar o dia da mudança como


um dia de um novo “aniversário” para ser celebrado e, principalmente,
para a partir de então comemorar a nova vida! Vale festa com bolo, uma
viagem, um presente ou ainda que seja só um post na internet – qualquer
coisa que seja um “rito de passagem” e uma celebração dessa nova vida!
Dar o primeiro passo para a transição é um ato de coragem e de amor a si
mesmo e isso merece comemoração!

Transição não é só sobre


hormônio.É sobre PESSOAS.
Desejo do fundo do meu coração que a sua transição seja a
melhor possível e que possa te trazer além de muita alegria,
muito aprendizado!

Um grande abraço da Dra. Juliana


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Antes de iniciar
o tratamento..
É recomendada a avaliação por professional de saúde mental
(psicólogo ou psiquiatra) e o laudo deve ser fornecido ao
médico endocrinologista para que o mesmo possa iniciar o
tratamento hormonal.

ALÉM DAS QUESTÕES MÉDICAS, EXISTEM OUTROS PASSOS SEREM


TOMADOS... VEJA NO PLANNER!

Pontos importantes:
Deve ser feita uma completa avaliação clínica (médica):
• Avaliando a saúde global
• Avaliando doenças preexistentes (por exemplo,
hipertensão, diabetes, doenças do fígado, etc).
- A presença destas doenças não necessariamente
contra-indica a terapia, mas pode ser necessária uma
estratégia diferente da usual.
• Avaliação de exames laboratoriais antes do início do
tratamento
- Perfil hormonal
- Perfil hematológico
- Perfil metabólico

Consentimento informado de riscos e benefícios do


tratamento:
• Fertilidade
- Conversar sobre condutas a serem tomadas caso você
deseje ter um filho biológico
• Câncer
- Risco familiar e risco individual
• DST
- Deve ser avaliada em todos os pacientes sexualmente
ativos, independente de ser ou não trans!
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Começando a transição
PRIMEIROS PASSOS
avaliações

PSICÓLOGO

CONSULTA MÉDICA

EXAMES DE SANGUE

EXAMES DE IMAGEM

vida diária

MUDANÇA DE NOME DE REGISTRO

MUDANÇA DE DOCUMENTOS

DECISÃO SOBRE FERTILIDADE

DECISÃO SOBRE CIRURGIA

tratamento
OBSERVAR EFEITOS TERAPÊUTICOS

OBSERVAR EFEITOS COLATERAIS

FAZER EXAMES DE CONTROLE

CONSULTA MÉDICA DE CONTROLE


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Checklist
MUDANDO O nome
Como é o procedimento para
Certidão de Nascimento mudança do nome?
Certidão de Casamento
Para realizar a mudança do
Cópia da Identidade (RG) nome, primeiro deve-se
levar os documentos ao lado
Cópia do CPF
para o cartório próximo a sua
Cópia do Passaporte residência. Depois de dar
entrada, aguardar o tempo
Cópia da ICN (se for o caso) determinado. No cartório é
fornecido apenas a certidão de
Cópia da Identidade Social
nascimento nova. Com esta
Comprovante de endereço certidão, é possível alterar os
demais documentos (veja a lista
CERTIDÕES de documentos que precisam
…do Distribuidor Cível ser mudados na próxima página).

…do Distribuidor criminal Nova certidão de nascimento


Pode demorar até 30 dias para
…dos tabelionatos de protestos ficar pronta.
…da justiça Eleitoral
Certidões
…da justiça do Trabalho As certidões citadas aqui ao lado
se referem ao local de residência
…da justiça Militar (se for o caso)
dos últimos 5 anos (estadual/
OUTROS federal). A maioria pode ser
tirada online mesmo!
…Laudo Médico
Dica
…Laudo Psicológico
Tirar os documentos pode ser
…Laudo Cirúrgico exaustivo devido a toda essa
burocracia…
Mas vale a pena o esforço!
Por isso, faça um planejamento
(financeiro e de tempo) para que
todo o processo aconteça sem
problemas!
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Checklist
MUDANDO OS DOCUMENTOS

Certidão de Nascimento Observação

Identidade (Rg) A lista ao lado é uma lista


aproximada de todos os
CPF documentos que devem ser
Passaporte mudados depois que você tiver
em mãos a sua nova certidão de
Carteira de Trabalho nascimento.
Esta é uma lista para te ajudar a
Carteira de Habilitação (CNH)
lembrar de tudo, porém podem
Título de Eleitor estar faltando alguns itens,
dependendo de cada caso…
PIS/PASEP Por isso, caso você tenha mais
algum outro documento que
Diplomas escolares
precisou ser mudado e que não
Certificados de cursos está nessa lista, mande um email
para nós, para que a gente possa
Conta do Bando acrescentar na nova edição
Conta de Água do e-book e assim ajudar mais
pessoas!
Conta de Luz
Suas Anotações
Conta de Telefone

Carteira do SUS
Plano de Saúde

Caderneta de Vacinação

Seguros (do carro,etc)

Contratos (aluguel, etc)


Assinatura no cartório

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:
Não esqueça de celebrar
ao final de todo este
processo!
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Mulheres Trans
Exames de acompanhamento
Consulta médica e avaliação hormonal Exames de imagem:
(Ex.: FSH, LH, Testosterona, Estradiol, • Ultrassonografia de mama e/ou mamografia:
Prolactina): na primeira consulta e depois anualmente (o
• No primeiro ano, a cada 3 meses; protocolo pode variar de acordo coma idade da
• Após estabilização da dose, pode ser paciente);
feito a cada 6-12 meses (dependendo das • Avaliação da próstata (ultrassonografia de
condições de saúde subsequentes). pelve): na primeira consulta (e posteriormente
de acordo com a necessidade do paciente);
Outros exames: • Densitometria óssea: na primeira consulta e a
• Hemograma: antes do início do tratamento, cada 2 anos (ou de acordo com a necessidade
após 3 meses e depois anualmente; do paciente);
• Testes de coagulação (Plaquetas, RNI): • Avaliação cardíaca (ecocardiograma ou outro):
antes do início do tratamento; no início do tratamento, após o primeiro ano
• Bioquímica (glicose, colesterol): antes do e depois, de acordo com a necessidade do
início do tratamento, após 6 meses do início paciente;
do tratamento e depois anualmente (ou de • Avaliação hepática (ultrassonografia de
acordo coma necessidade do paciente); abdome): de acordo coma necessidade do
• Avaliação do fígado (TGO, TGP): antes do paciente.
início do tratamento, após 3 meses, 6 meses
e depois a cada 6-12 meses dependendo da Cirurgia
necessidade do paciente; • O preparo para a cirurgia deve seguir os
• Avaliação nutricional: a pesquisa de protocolos vigentes (risco cirúrgico);
deficiências nutricionais como Ferro e • Após a cirurgia, pode ser necessário reajustar a
Vitamina B12 deve ser feita na primeira dose do tratamento;
consulta, de acordo comprotocolo clínico • Dependendo do tipo de cirurgia, pode ser
vigente; necessário suspender o tratamento hormonal
• Avaliação da saúde óssea: avaliação dos alguns dias antes e reintroduzir 1 semana
níveis de vitamina D e da ingesta alimentar depois da cirurgia;
de cálcio na primeira consulta e depois • Não é obrigatório estar em tratamento
anualmente (ou de acordo coma necessidade hormonal para realizar cirurgia e não é
do paciente); obrigatório fazer cirurgia se estiver em
• Pesquisa de DST: na primeira consulta tratamento hormonal. Esta decisão é única e
e posteriormente de acordo com a exclusiva da pessoa.
necessidade do paciente.
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Mulheres Trans
Monitorização dos efeitos terapêuticos e colaterais
RISCOS DE
Desenvolvimento das mamas SUPERDOSAGEM
• Por ter influência também genética, o
desenvolvimento das mamas pode não
ser satisfatório mesmo como tratamento O excesso de estrogênio pode
adequado; potencialmente elevar o risco de algumas
• Notar se há o surgimento de cistos e nódulos complicações na saúde, como por
mamários; exemplo:
• Caso positivo, converse com seu médico! - Trombose e doenças tromboembólicas
- Doenças hepáticas
Avaliar a alteração da voz - Piora de doenças auto-imunes
• Como as mudanças são sutis e progressivas, - Alteração na distribuição de gordura
muitas vezes não percebemos... Então uma corporal e aumento do risco
dica: grave um áudio para si mesmo antes do cardiovascular
início e ao longo do tratamento. - Alterações de humor (ansiedade,
depressão).
Mudança na composição corporal
• Os efeitos esperados da hormonioterapia são É IMPORTANTE LEMBRAR QUE DOSES
a redução da massa muscular e mudança na ALTAS DE ESTROGÊNIO NÃO SÃO
distribuição de gordura corporal, levando a um GARANTIA DE UM EFEITO ESTÉTICO
maior acúmulo em quadris e coxas. ADEQUADO, sendo as vezes necessário
que esse tratamento seja feito de forma
Mudança no padrão e distribuição de pelos progressiva para que o corpo possa se
faciais e corporais adaptar as mudanças e desenvolver as
características desejadas.
Redução da ereção e da libido

Risco de tromboembolismo venoso


• Especialmente em quem é tabagista!
Converse sobre isso como seu médico!

Mudanças de humor

Piora de condições de saúde


preexistentes, por exemplo:
• Enxaqueca;
• Doenças autoimunes;
• Diabetes, colesterol e obesidade
• Doenças do fígado.

Próstata
• A princípio há redução do risco de doenças da
próstata, porém a mesma deve ser monitorada
ao longo do tratamento.
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EXAMES ANUAIS
ANO: ____

DATA EXAME FEITO

PSICÓLOGO

CONSULTA MÉDICA

EXAMES DE SANGUE

EXAMES DE IMAGEM
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medicamentos & outros


ANO: ____

Data da cartela Efeitos colaterais


(data de início) MESES DO ANO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Outros medicamentos

Pendências

Efeitos terapêuticos
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homens Trans
Exames de acompanhamento
Consulta médica e avaliação hormonal Exames de imagem:
(Ex.: FSH, LH, Testosterona, Estradiol, • Ultrassonografia de mama: na primeira
Prolactina): consulta e depois anualmente;
• No primeiro ano, a cada 3 meses; • Avaliação dos genitais internos
• Após estabilização da dose, pode ser (ultrassonografia de pelve): na primeira consulta
feito a cada 6-12 meses (dependendo das e depois anualmente (ou de acordo com a
condições de saúde subsequentes). necessidade do paciente);
• Densitometria óssea: na primeira consulta e a
Outros exames: cada 2 anos (ou de acordo com a necessidade
• Hemograma: antes do início do tratamento, do paciente);
após 3 meses e depois a cada 6-12 meses. • Avaliação cardíaca (ecocardiograma ou outro):
• Testes de coagulação (RNI, plaquetas): no início do tratamento, após o primeiro
antes do início do tratamento. ano e depois, de acordo com a necessidade do
• Bioquímica (glicose, colesterol): antes do paciente;
início do tratamento, após 6 meses do início • Avaliação hepática (ultrassonografia de
do tratamento e depois anualmente (ou de abdome): de acordo com a necessidade do
acordo com a necessidade do paciente). paciente.
• Avaliação do fígado (TGO, TGP): antes do
início do tratamento, após 3 meses, 6 meses Cirurgia
e depois a cada 6-12 meses dependendo da • O preparo para a cirurgia deve seguir os
necessidade do paciente. protocolos vigentes (risco cirúrgico);
• Avaliação nutricional: a pesquisa de • Após a cirurgia, pode ser necessário reajustar a
deficiências nutricionais como Ferro e dose do tratamento;
Vitamina B12 deve ser feita na primeira • Dependendo do tipo de cirurgia, pode ser
consulta, de acordo com protocolo clínico necessário suspender o tratamento hormonal
vigente. alguns dias antes e reintroduzir 1 semana
• Avaliação da saúde óssea: avaliação dos depois da cirurgia;
níveis de vitamina D e da ingesta alimentar de • Não é obrigatório estar em tratamento
cálcio na primeira consulta e depois hormonal para realizar cirurgia e não é
anualmente (ou de acordo com a obrigatório fazer cirurgia se estiver em
necessidade do paciente). tratamento hormonal. Esta decisão é única e
• Pesquisa de DST: na primeira consulta exclusiva da pessoa.
e posteriormente de acordo com a
necessidade do paciente.
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homens Trans
Monitorização dos efeitos terapêuticos e colaterais
Acne Menstruação presente
• Existe um risco aumentado de acne, em especial • A menstruação demora em média 6 meses
nas pessoas predispostas. Pode ser necessário para cessar, com o início da terapia hormonal.
o acompanhamento com o dermatologista, No entanto, esse tempo pode variar de
dependendo da gravidade da acne. acordo com cada pessoa. Caso a supressão
da menstruação demore muito (acima de
Calvíce 6 meses a 1 ano ou mais), é indicada uma
• O risco de surgimento de calvície aumenta investigação ginecológica para causas de
quando se inicia a reposição de testosterona, sangramento uterino disfuncional (por
porém existe uma grande influência genética. Em exemplo, presença de mioma ou alterações
alguns casos, é necessário tratamento estético. no endométrio).

Alteração da voz
• Observar se há apenas mudança ou se RISCOS DE
aparecem alterações vocais como rouquidão SUPERDOSAGEM
e dor local. Sugestão: gravar um áudio para
você mesmo antes e ao longo do tratamento, O excesso de testosterona pode
comparando a evolução da voz. potencialmente elevar o risco de algumas
complicações na saúde,
Mudança na composição corporal como por exemplo:
• O efeito esperado é o aumento da massa - Policitemia com aumento do risco de
muscular e mudança na distribuição de gordura trombose e doenças tromboembólicas
corporal, com menor acúmulo de gordura em - Doenças hepáticas;
quadris e coxas e maior em tronco e abdome. - Alteração na distribuição de
gordura corporal e aumento do risco
Mudança no padrão e distribuição de pelos cardiovascular;
faciais e corporais - Alterações de humor (ansiedade,
depressão).
Variações no humor
É IMPORTANTE LEMBRAR QUE DOSES
Piora de condições de saúde ALTAS DE TESTOSTERONA NÃO SÃO
preexistentes, por exemplo: GARANTIA DE UM EFEITO ESTÉTICO
• Enxaqueca; ADEQUADO, sendo as vezes necessário
• Doenças autoimunes; que esse tratamento seja feito de forma
• Diabetes, colesterol e obesidade progressiva para que o corpo possa se
• Doenças do fígado. adaptar as mudanças e desenvolver as
características desejadas.
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EXAMES ANUAIS
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DATA EXAME FEITO

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Data da aplicação Efeitos colaterais


(data de início) MESES DO ANO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Outros medicamentos

Pendências

Efeitos terapêuticos
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acompanhamento dos exames – é só imprimir uma nova
página a cada ano!

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