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Yriel
Revisão: Independente
Obrigada por me deixarem sonhar.
Sim, obrigada a você leitor que deu uma chance para meus livros.
Obrigada por terem amado CEO Abandonado e por estarem me
acompanhando nesta nova jornada com CEO Protetor.
Para quem vai começar agora, saiba que você pode ler esse livro
tranquilamente sem ter lido o primeiro (CEO Abandonado), pois as histórias
são independentes.
E para você que amou o Sr. Perfeitinho, espero que também ame o nosso
Cafajeste Preferido.
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Epílogo
Prólogo
Eu sabia que hoje seria vendida a alguém que eu não queria. Já que
era sempre assim, os homens que eu mais repudiava, eram os que Thierry
escolhia para mim. Ele sempre dissera que eu não tinha escolha, ou era assim,
ou me matava.
Fui tosca por ter escolhido esse caminho, mas o que poderia fazer?
Minha mãe na época estava doente e eu precisava de dinheiro para tratar do
tumor que se encontrava no seu fígado. Achei Thierry por acaso em um café
que eu trabalhava, e ele me ofereceu a vaga tão sonhada – pelo menos para
ele, pois para mim era um inferno.
Alguns dias eu não queria, mas era obrigada, afinal, não queria
morrer. Ainda mais que minha mãe jurava que eu trabalhava em uma
empresa de renome. Ela nunca poderia sonhar que entrei para a prostituição
para salvá-la.
Engoli em seco, pois odiava ouvir a voz daquele homem, ele fazia
parecer que nós éramos meros objetos sexuais.
Quando sua mão saiu do meu seio a porta do salão foi aberta e um
homem maravilhosamente lindo entrou no recinto. Com um terno muito bem
alinhado ao seu corpo, mas estava sem gravata. Uma barba rala tomava seu
rosto, os olhos azuis vagaram pelo lugar, e seu cabelo jogado para trás era um
charme a mais. O queixo quadrado fazia com que eu tivesse pensamentos
pecaminosos com ele.
— Já escolhi.
— E quem seria?
Não devia ficar lamentando, pois sempre que podia estava em alguma
boate curtindo minha vida, que eu amava demais. Ou em alguma festa que
minha presença era sempre necessária, só que tudo tinha um limite. Enquanto
ainda observava o parque, ouvi uma batida em minha porta e pelo horário que
pude observar em meu relógio de pulso, sabia muito bem quem era.
— Entra!
Mal terminei de falar quando a porta se abriu, e a morena maravilhosa
entrara. Era Caroline, a fisioterapeuta que fazia alguns exercícios de ginástica
laboral com nossos funcionários.
Assim que seu sutiã vermelho ficou exposto eu soube que hoje iria me
fartar daquela mulher. Eu tinha um fraco, e não podia negar que não valia
nada. Literalmente um homem que pegava diversas mulheres, mas só porque
quem eu queria não me queria. Assim que chegou próxima o bastante de
mim, coloquei a mão em sua cintura e a puxei, fazendo seu corpo colidir com
o meu.
Levei minha boca até a sua e a mão livre parou em sua nuca, grudando
ainda mais nossos lábios. O beijo era devorador, desesperador, eu queria
mais. Girei seu corpo, empurrando Caroline até o vidro da janela. Logo puxei
suas pernas fazendo com que entrelaçasse em minha cintura para que eu
pudesse sentir um pouco mais do que tanto necessitava.
— Tudo bem! — Ela nem havia terminado de vestir a roupa, quando saiu
do escritório.
Eu sei que parecia um filho da puta. Mas porra, qual o problema das
pessoas entenderem que eu não queria um relacionamento? A única pessoa
que me interessou um dia, não me quis, então, agora eu queria curtir minha
vida o máximo que pudesse. Sem ter que me preocupar com um
relacionamento.
Subi até meu apartamento que tomava todo o andar, e a primeira coisa
que fiz foi tirar a gravata. Meu celular apitou, e eu retirei o aparelho do bolso
da calça para verificar o que era. Quando percebi ser uma mensagem, já sabia
que seria alguma festa que estava sendo convidado.
E era exatamente em dias como hoje, que estava de saco cheio da minha
vida, que eu pensava se as coisas fossem diferentes, talvez em uma sexta-
feira à noite eu não estaria sozinho. Teria uma mulher aqui para me
acompanhar na pizza, ou em algum outro lanche que faríamos. Mas quem eu
queria enganar? A única mulher que eu queria era ela, no entanto o destino e
nem ela quis isso. Só podia curtir minha vida com as várias fodas que eu
encontrava por aí.
Por isso fui até meu quarto, coloquei uma das calças que eu adorava usar
para correr, calcei um tênis e vesti uma camisa, com um moletom por cima, a
noite de Nova Iorque estava fria. Eu iria fazer algo que amava, correr pelo
Central Park até me sentir cansado o suficiente para voltar para casa, com
forças somente para um banho e despencar na cama.
Fui até o elevador, e apertei o botão do térreo. Meu celular voltou a tocar,
mas sinceramente eu nem queria olhar. As pessoas tinham que entender que
haviam dias que a gente não estava com saco nem para nós, imagina para
outras pessoas.
E foi ao pensar em grito que ouvi um, que conseguiu ultrapassar o som da
música que ouvia nos meus fones. Pausei a música no mesmo momento e
esperei para ver se ouvia mais alguma coisa. Olhei em volta, só que não
conseguia ver nada. Estava deserto, porém um murmúrio fez com que eu
soubesse para onde seguir.
Atrás das árvores altas que não dava uma visão muito boa para a pista de
corrida. Aproximei-me lentamente até que ouvi a voz de um homem.
— Por favor, eu quero ter meu filho. Não faz isso comigo, Clint. — Eu
conhecia aquela voz, mas a adrenalina estava tão grande que não soube
identificar a pessoa.
— Só sigo ordens, você sabe muito bem. Pode ficar tranquila que
mandarei sua cabeça de presente para sua mãe, mas antes vou provar você
como sempre quis, mesmo que esteja com essa barriga que me dá nojo.
Soquei o rosto do homem, mas ele não deixou barato, e revidou com
força o bastante para que eu sentisse o gosto de sangue tomar minha boca.
Ele pegou seu canivete e veio para cima de mim, e para que não me acertasse
em cheio no rosto com a lâmina, coloquei meu braço para parar o objeto. O
que fez sentir minha pele abrir, gemi de dor, mas não abaixei minha guarda.
Dei um chute em sua perna o levando ao chão, e aproveitei seu desequilíbrio
para voltar a socar seu rosto. Não esperei mais nada, soquei, soquei, soquei...
Ainda estava sentada no chão. Assustada, com o rosto doendo pelos tapas
e socos que havia levado. Mas o pior não era isso, eu tinha acabado de
presenciar um assassinato. Não que eu estivesse achando ruim, pois se não
fosse o homem que pulou em cima de Clint, eu teria morrido e perdido a
minha bebê. Levei minha mão à barriga só de imaginar tamanha atrocidade.
Porém com a medida que os minutos foram passando, percebi que não era
alucinação. Nada me preparou para o que estava vendo... João Carlos. Isso
era impossível, tinha mais de um ano e meio que eu não o via, que tinha o
tirado da minha vida por pura e espontânea pressão. Já que fui obrigada a
nunca mais encontrá-lo.
João Carlos segurou meus braços, e olhou por bastante tempo para meus
olhos. Depois levou uma de suas mãos ao meu rosto, que provavelmente
deveria estar com alguns machucados, já que eu havia levado uns bons tapas
e socos, antes do meu salvador aparecer.
— Quem fez isso com você, quem era esse homem? — Começou com
seu questionamento.
Com aquela voz grossa que mexia com a estrutura de qualquer mulher,
aquela maldita barba cerrada. O cabelo com um corte moderno que o deixava
ainda mais lindo do que quando o conheci.
— Thierry. — Não precisei falar mais nada para que ele entendesse.
João Carlos sabia que eu vivia uma vida de cão, e eu não duvidava que
suspeitasse que eu não quisera aceitar seu pedido, de levar nosso
relacionamento para algo mais sério, por causa do meu compromisso: ser
prostituta de Thierry.
Havia escondido minha mãe na casa de uma das suas melhores amigas. E
sumi por Nova Iorque, até hoje quando fui encontrada, por um dos capangas
do meu antigo “patrão”.
— Você está bem? — questionei, ao ver que João Carlos também tremia.
— Mas…
Engoli em seco, pois realmente seria uma história e tanto se ele fosse
pego na cena de um crime. Assenti sem nem mesmo pensar muito. João
Carlos pegou o canivete que usara para tirar a vida do homem, colocando em
seguida dentro do bolso do moletom que usava.
— Vamos para minha casa. — Foi o que o homem que ainda mexia muito
comigo disse.
Saímos de trás das árvores e caminhamos calados pelo parque. A noite
estava extremamente fria, o que fez com que eu levasse minhas mãos aos
meus braços para aquecê-los. Antigamente se eu fizesse um movimento como
esse perto de João Carlos ele já agiria logo para me aquecer. Mas eu podia
entender que não estávamos em um momento casual, e ele havia acabado de
matar um homem. Então, o frio que eu sentia era o de menos naquele
momento.
Levei meus olhos até ele. Estávamos na caixa de metal e já subíamos para
sua cobertura. João Carlos me encarava, então assim que viu meu rosto
banhado por lágrimas não se conteve, levando sua mão livre a minha
bochecha.
— Quero que escute o que vou te dizer. Você nunca mais vai passar por
isso. — Ele soltou um suspiro, mas logo voltou a falar: — Da outra vez não
deu certo de você viver comigo, mas agora não vai ser assim. Eu vou te
proteger e nem adianta discordar disso.
Entramos no seu apartamento, e era nítido que nada havia mudado. Tudo
continuava da mesma forma que conheci. Voltei-me em sua direção e esperei
que tomasse alguma atitude.
Dizendo isso ele saiu da minha visão, voltando minutos depois com um
kit de primeiros socorros nas mãos. Fez com que eu sentasse em seu sofá
extremamente confortável. Depois de molhar um algodão em um
antisséptico, limpou meus ferimentos, e até fez um curativo para um que
estava mais profundo. No entanto ele disse que não precisava de ponto, e
mesmo se precisasse eu não iria aparecer em um hospital. Não podia dar a
chance para que Thierry descobrisse onde eu estava e tentasse me matar
novamente.
Eu até tentei ajudá-lo com o seu ferimento no braço, porém fui impedida
e ele se virou sozinho fazendo um curativo.
— Acho que não fui claro com você, Ashley. Você não vai passar por
aquela porta, eu vou te proteger e também quero ouvir tudo que você tem
para me falar. Quero saber por qual motivo você estava quase sendo morta,
mas para isso você precisa tirar essa roupa suja de sangue e tomar um banho.
Vi seus olhos recaírem sobre a minha barriga, mas ele logo desviou a
atenção. Colocou o Kit no canto da mesa de centro, me estendeu a mão, e eu
sabia que não podia ir contra ele. Por isso aceitei, caminhamos até o quarto
de hóspedes, e antes de sair do quarto meu salvador completou:
— Vou pegar algum moletom meu para você. Acho que é a única coisa
que vai te servir.
Assenti e até tentei sorrir para ele. Quando saiu do quarto com toda
aquela aura de homem protetor, eu quase desabei. Meu Deus! O que o destino
estava querendo? Fazendo com que eu caísse novamente, desse jeito, na vida
do homem que eu amava?
Tentei não pensar muito no assunto, mas era impossível, não voltar há
mais de dois anos quando tudo começou a acontecer. Ele me contratou para
ser sua acompanhante de luxo em um jantar extremamente chique. E depois
disso não parou de me chamar para frequentar a sua casa.
Foram os meses mais felizes da minha vida, até que tudo desabou. Eu
pensei que sinceramente seria feliz com João Carlos, mas nada poderia ser
perfeito. E foi aí que tive que partir o coração do meu cafajeste preferido.
Pois se eu o conhecia bem, ele iria fazer com que eu dissesse tudo a
ele. Então, agora eu realmente precisava de um banho, para retirar todo o
terror daquela noite do meu corpo.
Só esperava que dessa vez nossos caminhos dessem certo. Pois eu mal o
havia reencontrado e já sabia que o amor que escondi dentro do meu peito,
tinha voltado com força total.
Capítulo 3
Eu poderia só ter batido no cara e saído de lá, por qual motivo eu tirei
sua vida? Talvez eu pudesse jogar a culpa na adrenalina.
Ou só falar que não tinha respostas para aquilo... jogar a culpa no meu
instinto, que provavelmente gritou – mesmo que eu não soubesse – que ele
queria machucar a mulher que eu amava.
E foi só pensar nela que percebi que ainda não havia voltado. Já tinha
se passado uns quarenta minutos que a deixei no quarto de hóspedes, eu já
havia tomado o meu banho, no entanto só de saber que estava segura eu já
ficava mais tranquilo. Mas isso também me fazia ficar ansioso, já que Ashley
estava no mesmo ambiente que eu.
Nunca pensei que me apaixonaria, porém quando essa merda de amor
resolveu surgir, me vi rendido por aquela mulher maravilhosa.
Sem me conter fui até ao pequeno bar que eu tinha em minha cobertura,
abri uma garrafa de uísque e enchi meu copo. Precisava de álcool, só assim
para conseguir controlar todo o meu nervosismo, ansiedade… Caralho! Eu
havia matado um homem.
Voltei-me para o sofá da sala, com a garrafa de bebida em uma das mãos,
enquanto a outra ainda segurava o copo. Eu me orgulhava de tudo que
costumava fazer na vida, até das minhas putarias eu sentia orgulho. Só que
matar uma pessoa nunca esteve em meus objetivos. E agora me encontrava
aqui, sentado em minha sala, depois de ter feito o ato, além de ter fugido da
cena do crime.
Como minha vida podia ter mudado assim tão rápido? Mais cedo eu
estava fodendo uma funcionária da minha empresa. Depois comendo pizza e
reclamando da vida silenciosa que eu vivia. Neste momento eu queria voltar
um pouquinho no tempo e agradecer pelo silêncio, já que minha mente estava
gritando… ASSASSINO!
Meu interior gritava que nada de ruim aconteceria a ela, nada mais.
Eu iria protegê-la, faria de tudo para deixá-la fora daquela situação. Se aquele
caso fosse jogado em minhas costas ela sairia completamente ilesa.
Enquanto virava mais um gole da bebida, ouvi passos se aproximarem.
Olhei em direção ao corredor que levava aos quartos e Ashley apareceu.
Usava um moletom cor cinza que eu havia pegado para ela, um pouco depois
que a deixei sozinha no quarto.
Ainda fiquei observando-a caminhar, até que parou por um momento para
retribuir meu olhar. Aquela mulher que ainda mexia com meu discernimento
continuava linda, mesmo que ela estivesse um pouco mais “fofinha” desde a
última vez que a vi. Com certeza era devido à gravidez. Suas bochechas
estavam um pouco maiores, os seios estavam mais generosos que
antigamente, sua barriga proeminente não mexia em nada de sua beleza. Só
que ela não estava acima do peso, era só devido ao bebê, se parasse para falar
a verdade... talvez ela estivesse até magra demais se tratando de uma mulher
grávida.
— Como você se meteu nessa? — perguntei, pois não era um homem que
ficava esperando até que as pessoas quisessem dar o primeiro passo.
Ela me conhecia bem, e sabia que eu não esperaria por muito tempo, por
isso, continuou:
Eu poderia não dar atenção para sua pergunta, mas era Ashley, a mulher
que eu beijaria o chão que pisasse só por me direcionar um sorriso.
Mas o maldito olhar que me direcionou fez com que meu pau, que sentia
uma saudade imensa dela, dar sinal de vida. Por isso, me mexi no sofá e
esperei que prosseguisse.
— Já sabe o sexo?
— Parabéns! — Ela voltou seu olhar para mim e sorriu ainda mais. —
Enquanto você se prepara para me contar o que aconteceu, vou arrumar algo
para comer. — Levantei-me do sofá e coloquei a garrafa de uísque em cima
da mesinha de centro. — Ainda gosta de fast-food?
— Sei que não devia, por causa da gravidez, porém um dia só eu posso
comer uma besteira.
Peguei meu celular e solicitei pelo aplicativo algo do jeito que ela amava.
Ashley nunca teve frescura com comida, sempre foi aberta a comer alguma
coisa cheia de gordura, e tenho quase certeza que isso foi um dos fatores que
me fez admirá-la ainda mais.
Assim que fiz o pedido por aplicativo, voltei a me sentar. Ela tentava
manter uma calma, que estava longe do seu corpo, pois eu conseguia
perceber suas pernas balançando e aquilo só demonstrava o quanto estava
nervosa.
Ashley se calou assim que levei minha outra mão aos seus lábios e
murmurei um leve “shi”. Com o meu ato, meu corpo havia se aproximado do
dela, e nossos rostos estavam próximos demais um do outro. Seus olhos
claros focaram dentro dos meus, e se tudo estivesse como antes eu imploraria
para beijá-la.
Só que não estava. Não éramos mais os dois seres loucos de tesão um
pelo outro como antes. Para falar a verdade, eu ainda morria de tesão por
aquela mulher, porém não sabia se ela nutria o mesmo sentimento.
— João…
— Nem conteste Ashley. Isso já está decidido — a cortei novamente.
Caminhei para perto das vidraças que me davam vista para aquele maldito
parque, e esperei que ela me contasse o que havia acontecido. Eu tinha que
saber no que estava me metendo. Sabia que Thierry era um filho da puta, mas
porque havia mandado matar Ash?
Ouvir aquilo me fazia ficar com ainda mais ódio. Ela teria uma vida
muito melhor ao meu lado, contudo preferiu ficar no mundo da prostituição e
agora estava aí desamparada desta maneira.
Ashley segurava fortemente suas lágrimas para que não escorressem dos
seus olhos, então achei por bem não me aproximar.
— Percebendo que ele não me deixaria ter meu filho, fugi e escondi
minha mãe na casa de uma amiga. Agora estou aqui, desesperada sem saber
que rumo seguir. Eu estava conseguindo me virar com o pouco de dinheiro
que guardei durante os anos que trabalhei, e até algumas das joias que recebia
de presente as vendi. Só que eles me acharam, e por um milagre divino você
surgiu em minha vida novamente, bem neste momento.
Passei uma das minhas mãos por meus cabelos, estava com raiva, ódio,
por ela não querer se abrir... só que a entendia.
— Você sabe que foi importante para mim, e realmente não posso mentir,
pois ainda existem sentimentos por você dentro do meu coração — declarei,
sem me importar se aquilo iria me ferrar ainda mais. — Por isso eu vou te
fazer uma promessa aqui e agora.
Fiz uma pausa teatral, até que a mulher assentiu e eu terminei de dizer:
— Não vou deixar que mais nada te faça mal. Irei colocar seguranças para
proteger você e sua mãe. Vou cuidar de você, sem tentar pensar que me
deixou, e vou cuidar da sua bebezinha também. Então, só me prometa que me
ajudará a cuidar de você, confia em mim Ashley.
Era o seu jantar, que chegou em uma maldita hora… tudo bem! Eu teria
mais oportunidades para reconquistar aquela mulher, e dessa vez eu não
deixaria que ela me deixasse, nem se quisesse. Seria capaz de fugir com
Ashley do país só para viver feliz ao seu lado.
Capítulo 4
Eu amava demais aquele homem que estava no quarto ao lado, por isso
queria privá-lo de alguns fatos. Seria melhor para ele.
Já que ainda não me sentia bem por ele ter feito o que fez. Estava
completamente preocupada com o homem que eu amava. Como seria sua
vida agora, depois de ter matado um homem por minha culpa?
Sabia que o homem que ainda amava faria de tudo para me manter a
salvo. E se eu quisesse manter a minha gravidez intacta, precisava aceitar sua
ajuda. Mesmo que isso colocasse meu cafajeste preferido em perigo.
Peguei um copo de água na cozinha e levei até meus lábios. Sentia minha
boca seca e precisava me hidratar, depois abri a geladeira e encontrei uma
pizza e realmente não importava de que dia era, eu a queria. Abri a caixa e
peguei uma fatia, indo me sentar à mesa que tinha no lugar.
Enquanto comia, olhando pela janela que mostrava o céu nublado, senti
que estava sendo observada. Por um momento, quase engoli um pedaço de
pizza sem mastigar, mas assim que olhei para o corredor escuro, vi a
fisionomia do homem que eu conhecia bem.
Eu podia voltar a respirar. Nos últimos tempos, toda vez que me sentia
observada era algum capanga de Thierry, então era difícil entender que
aquela realidade mudara.
Ele me conhecia bem, parecia que João Carlos sabia me ler por completo,
e eu nem tinha ficado anos com ele para que soubesse tudo sobre mim. Todos
os meus desejos, meus sonhos, meus medos.
Era por isso que ficava difícil conviver no mesmo ambiente que aquele
homem. Ele sempre achava um jeito de mexer comigo, abalar minhas
estruturas, destruir meu discernimento.
— Eu posso pegar Nova Iorque inteira, isso não significa que não tenha
sentimentos. Não posso deixar que se esqueça que quem me abandonou foi
você e não eu.
Odiava ver a forma como ainda estava se sentido com o que fiz a ele,
realmente eu o havia magoado, e não sabia até quando conseguiria esconder o
motivo de ter que deixá-lo.
Colidi com o seu peito forte, seus músculos duros, com aquele corpo
que eu sentia tanta saudade.
Olhei dentro dos olhos azuis daquele homem, aquele mar que me
hipnotizava, aquelas pedras cristalinas. Que ódio! Como eu ainda o amava.
Vi quando ele aproximou seus lábios dos meus, e eu sabia que não
seria forte o suficiente para impedi-lo de me tocar. Dessa vez não haveria
entregador de comida para nos atrapalhar.
E foi assim que João Carlos grudou nossas bocas com força. Ficamos
daquela maneira por um tempo, até que nos lembrássemos do que devíamos
fazer. A sua língua foi a primeira a pedir passagem, e eu abri meus lábios de
bom grado, deixando que ela invadisse minha boca.
Nosso beijo não era calmo, era rápido, desesperado, nervoso. Eram
muitos meses afastados, sem poder viver o sentimento que tanto dominava o
nosso corpo. Porra! Como senti falta de João Carlos, ele era quase como uma
droga para mim. O meu vício que era impossível de controlar.
A mão que estava em minhas costas desceu para minha bunda, e ele
colou o nosso corpo, ao menos da maneira que conseguiu. Já que minha
barriga o impedia de ser mais preciso.
Mas parecia que aquilo não seria o problema para ele, pois aprofundou
ainda mais o nosso beijo, e apertou minha bunda com vontade. Afastou seus
lábios dos meus e levou sua língua ao meu ouvido, lambeu o lóbulo da minha
orelha para sussurrar, enquanto eu gemia:
— A gravidez te caiu muito bem, você está ainda mais deliciosa. Sua
bunda está maior, e os seios são perceptíveis que estão mais cheios, e
pesados. Nunca pensei que falaria isso, mas você é ainda mais pecadora
estando grávida.
Tinha tanto tempo que eu não sabia o que era sexo, que me sentia uma
presa fácil demais.
Abri meus olhos e encarei João Carlos, mordi meu lábio inferior e
empinei mais a minha bunda que ele ainda segurava. Um sorriso sacana se
abriu em sua boca, e ele não esperou mais para colocar sua mão dentro da
calça de moletom que usava. Apertou a carne da minha bunda e com muita
precisão deixou que ela chegasse até minha vagina molhada.
— Sim, quando descobri estar grávida fiz diversos exames e desde então
não fiquei com mais ninguém.
Sem esperar que eu dissesse mais alguma coisa retirou sua mão de dentro
da calça e abaixou a peça de roupa até os meus pés. Eu já havia perdido a
batalha, agora era só ele que mandava em tudo. Pegou na minha cintura e
sentou-me à mesa de jantar.
Abriu minhas pernas rápido demais o que fez meu tesão aumentar.
Olhando uma última vez em meus olhos ele se abaixou, e sem qualquer aviso
colocou sua boca em minha vagina e chupou com força, vontade, aflição.
Comecei a rebolar em sua boca, e uma das minhas mãos pararam em seus
cabelos. Segurava sua cabeça para que ele não ousasse a se afastar antes que
eu gozasse. Soltei um grito quando sua língua me penetrou, tanto tempo sem
sexo e eu amava transar, com João Carlos principalmente.
Ele me olhou por tempo demais, até que abaixou sua calça e a cueca
junto, puxou meus quadris mais para a beirada da mesa, e me penetrou com
força. Gritei mais uma vez, mas isso não impediu as estocadas cada vez mais
rápidas do meu cafajeste preferido.
Ele amava foder com força, com ódio, com desejo. E eu amava saber que
ele me fodia do jeito que eu precisava. João Carlos subiu a parte de cima do
moletom que eu usava, e deixou meus seios expostos. Enquanto me fodia,
começou a chupar um dos meus mamilos e aquilo me deixou maluca.
Não demorou muito, para que eu visse a expressão de João Carlos ficar
mais feroz e com um urro ele se jorrou dentro de mim. Senti seu líquido
quente me preencher toda e com isso voltei a me sentir desejada.
Ele ainda ficou por um tempo me preenchendo, até que olhando em meus
olhos se retirou.
— Pensei que com a gravidez você nunca mais sentiria tesão em mim —
sussurrei, ainda meio ofegante.
Senti um peso leve sobre meu peito, e isso foi o que fez com que meus
olhos se abrissem lentamente. Olhei primeiramente para o local que senti o
toque e aquela mão extremamente delicada estava sobre minha pele.
Ainda não sabia o que fazer a respeito do meu crime, mas me entregar
estava fora de questão. Até por que se fizesse isso, Thierry descobriria onde
Ashley estava, e poderia fazer o pior com ela.
Tirei sua mão lentamente do meu peito para que não acordasse, queria
que descansasse para as merdas que viriam naquele dia. Assim que me
levantei, olhei para o seu corpo nu em minha cama.
Havia sentido falta daquilo, dos dias que eu acordava e a via daquela
maneira. Talvez mais magra, com uma barriga chapada, totalmente diferente
de agora que uma bolinha se formava no seu ventre, uma bolinha bastante
grande.
Isso deveria ter feito com que eu não a quisesse mais, mas que porra de
homem eu seria? Eu amava aquela mulher, e não era a gravidez que faria isso
mudar. Vesti minha calça de moletom que estava no chão e saí do quarto.
Caralho!
Não demorou muito para que a resposta viesse, já que se passavam das
oito da manhã no Brasil.
Joca: Digamos que eu fiz uma merda, que se descobrirem que fui eu,
serei preso.
Henrique começou a digitar ao menos umas quatro vezes, mas a
mensagem não chegava. Até que meu telefone começou a tocar e vi seu nome
na tela. Era agora que ou eu matava meu amigo do coração, ou ele me dava
uma luz.
— Lembra-se da Ashley?
Claro que ele lembraria. Toda vez que eu ficava bêbado ele e Mariana
tinham que me aguentar chorando por ela. Só eles sabiam do meu pequeno
desespero por aquela mulher.
Não queria que ela presenciasse a conversa que teria com Henrique, no
entanto eu sabia que aquele homem contava tudo à esposa.
— Você acha que sou o que, Henrique? Lógico que não. — Fiquei até um
pouco puto por ele pensar tamanha barbaridade sobre mim.
Até parece que eu seria um monstro daquele. Não tinha nada contra as
mulheres que achavam necessário não poder ter bebês, mas eu nunca seria o
filho da puta que falaria algo do tipo para elas. Se cinco delas aparecessem na
porta da minha casa, alegando estar esperando um bebê, eu cuidaria das
cinco, e se elas não quisessem os filhos, eu ficaria com os cinco.
— Desculpe, mas você disse que era uma merda e urgente. Pensei as
piores coisas, cara. Até que você tinha matado alguém. — No final da sua
fala, ouvi uma risada, como se aquilo fosse impossível. Como se matar
alguém não estivesse na hipótese a ser considerada, já que até ele já havia
matado para salvar Mariana anos atrás.
Se eu parasse para pensar nisso, me sentiria até melhor, afinal, meu amigo
também fez tudo para proteger a mulher que ele tanto amava.
Não tinha como esconder mais, precisava contar a ele o que tinha feito.
Eu não sabia se era de ódio, ou por estar em uma corda bamba tanto
quanto eu. Talvez fosse pelos dois.
— Ok!
Eu pedia muito mentalmente, que eles dessem esse caso por encerrado, só
com essa informação. Mas as coisas não seriam tão fáceis ou seriam?
Apoiei minhas mãos em meu rosto, porque talvez esse gesto me ajudasse
a ter uma luz no fim do túnel. No mesmo momento uma mão pousou sobre
meu ombro e sem querer me sobressaltei.
Olhei por cima do meu ombro e Ashley estava lá. Ela sorriu docemente
para mim, e eu segurei sua mão por um momento. Seus olhos se passaram
pela TV e eu vi quando se encheram de lágrimas. Levantei-me sem saber
como agir e fui até ela.
— Como você pode ter tanta certeza? — Uma lágrima escorreu por seu
rosto, e aquilo quase acabou comigo.
Para mudar um pouco o clima mórbido que havia caído no lugar, resolvi
questionar:
Ashley me olhou com um brilho nos olhos e eu soube que aquilo era um
sim, mas logo algo passou por sua expressão até que ela disse:
— Linda, não se preocupa com isso. Estou com você agora, ninguém
mais te fará mal, está entendendo?
— Sim.
O sorriso que abriu foi quase um alento para o meu desespero, e eu fiz
uma promessa que a partir daquele momento eu só faria com que Ashley
sorrisse daquela maneira.
Havia uma semana que estava em sua casa, e hoje era a consulta com
a ginecologista. Estava louca para ouvir os batimentos cardíacos da minha
pequena, e João Carlos iria comigo. Ele até matara um dia de serviço para me
acompanhar.
Esperava que continuassem assim, eles sempre falavam que era briga
de facções e acreditava muito que levassem essa história a frente para não
termos problemas futuros.
Depois da minha noite de sexo maluca com João Carlos, nós nunca
mais trocamos um beijo. E não por que ele não quisesse, e sim por mim.
Preferi evitar, já que ainda me sentia culpada da última vez que transamos.
Aquele não era o momento de deixar a saudade gritar mais alto,
deveria pensar no que poderia acontecer. Eu conhecia muito bem a fama do
homem que eu amava, e mesmo que ele tenha voltado a se declarar, dessa vez
não foi como no passado que me prometera à monogamia.
Enquanto vestia um vestido rosa que João Carlos havia me dado senti
um chutinho em minha barriga. E abri um sorriso. Hoje minha lindinha havia
amanhecido agitada.
Ainda não tinha escolhido o nome que daria a ela, mas mesmo assim
eu já amava aquela pequena, minha fofinha. Amava tanto que não sabia falar
o quanto, pois ultrapassava as barreiras da realidade.
Estava tão envolvida com o sentimento de ser mãe, que a cada dia
tomava posse do meu corpo, eu realmente estava gerando um bebê, que
acabei me sobressaltando quando ouvi batidas à porta.
— Vim com você para ouvir o coraçãozinho e tudo mais, então não
me proíba de entrar com você, Ash.
Sorri um pouco para ele, pois aquilo significava muito para mim. Não
pude dividir o momento da outra vez que fiz um ultrassom, mas agora eu
tinha João Carlos.
Ele segurou minha mão por todo o tempo, e eu pude sentir que a dele
estava tão fria quanto a minha. Meu cafajeste parecia realmente ansioso. E eu
que pensei que era somente da boca para fora o que ele estava sentindo pela
bebê.
Ele me olhou e murmurou, mas sem soltar som algum: “ela é linda”.
— A senhora tem certeza que ela está bem? — João Carlos, indagou,
com sua voz grave.
— Sim — dessa vez não precisei esperar que ela falasse mais nada.
Mas não deu a partida, respirou fundo diversas vezes até que disse:
Um arrepio subiu por minha espinha, e depois passou por todo o meu
corpo. Olhei para os lados para entender o que estava acontecendo. Foi
quando pela vidraça do lugar, eu pude ver o inferno em minha vida, o
demônio pronto para me pegar desprevenida.
Ele segurou em meu braço com uma de suas mãos e encarou meu
rosto com o cenho franzido.
— Ele está aqui — afirmei, sentindo novamente meus olhos se
encherem de lágrimas.
João Carlos olhou para os lados, mas sem entender voltou a olhar em
meus olhos.
João Carlos olhou novamente para o lugar, mas voltou para mim sem
alarde.
— Hoje você teve muitas emoções, talvez tenha sido isso que mexeu
com sua mente. Porém, vamos para casa. Não quero que você fique
vulnerável.
Ela não quis meus beijos, não quis retribuir todo o amor que queria
dar a ela. Há mais de um ano Ashley havia desaparecido da minha vida, e
voltara de um jeito nada convencional.
Havia contratado oito seguranças para cuidar de nós. E ainda bem que
a investigação do assassinato no Central Park havia sido arquivada. Eles não
iam ficar perdendo o tempo com um homem que tinha uma ficha mais suja
do que um bueiro. Havia até abuso infantil na ficha do tal Clint, então eu
podia respirar mais sossegado.
Ela já sabia mesmo, então por que não falar quando eu achasse
necessário, não era mesmo?
— Quando me declarei a você não foi da boca pra fora. Era realmente
o que eu sentia, o que sinto de verdade. Ainda te amo, passou mais de um ano
e continuei te amando. Toda noite quando eu chegava nesse apartamento e
ouvia somente o silêncio era de você que lembrava, era de você que eu sentia
falta. Perguntava-me que merda eu tinha feito para que você não quisesse ser
a minha mulher.
— Por que você me abandonou? Sei que não era por querer viver
naquela vida, ao menos agora de cabeça fria e muito tempo depois é fácil
identificar que você não queria aquela vida. Então por qual motivo eu fui
deixado?
— Eu te amo tanto João Carlos, que eu não quis ficar com ninguém
quando voltei para o bordel. E foi aí que minha ruína começou. Thierry já
sabia que eu estava apaixonada, então ele me vendeu aos piores homens…
homens que não tinham nenhum pouco de compaixão.
— Foram os piores meses da minha vida. Tinha que sofrer por estar
longe de você, por não sentir seus braços em volta do meu corpo nas noites
frias, e até mesmo nas quentes. Eu te amo, e não queria ter te deixado, mas
não soube reagir bem a ameaça de Thierry, depois veio a gravidez, e aí você
já sabe. Desculpa…
— Ash...
Enxuguei suas lágrimas e encarei seus olhos. Era devoção que eu via
neles, amor, carinho. Quem diria que eu me viria rendido a uma mulher
daquela? João Carlos Fontana parecia mesmo apaixonado, rendido e
desesperado. E sim, eu estava referindo a mim, em terceira pessoa.
— Ash, posso tentar viver aquilo que quis viver com você há mais de
dois anos? — meu questionamento não a pegou de surpresa.
Tive que dar uma pausa. Estava tão maricas, mas pelo visto, o amor
fazia realmente aquilo com a gente. Fazia com que nos tornássemos reféns
das declarações mais toscas e ao mesmo tempo verdadeiras.
— Não preciso viver na putaria se tenho você. Não preciso de outra
mulher, se tenho seu corpo para apreciar. Acho que conseguiria, sim, ser
monogâmico. Já que quando passamos aquele tempo juntos eu fui fiel a você.
Nunca pensei em ter filhos, até porque nem sei se levo jeito com crianças…
— Nesse momento ela se virou para me encarar: — mas aceito ser o pai da
sua filha, eu cuidarei dela como se realmente fosse minha. Já até ouvi o
coração da pequena. — Sorri, e Ashley correspondeu o meu gesto.
Logo ele passou sua língua por meu lábio inferior, e depois pediu
permissão para tomar minha boca para ele. Eu o mais rápido que pude
permiti, e logo estava sendo levada para uma dança de nossas línguas.
Claro, que seu lado carinhoso tocava meu coração, mas o meu lado
selvagem queria a sua brutalidade, o poder que ele conseguia exercer sobre
mim. Eu queria ser devorada por todo aquele fogo que eu sabia que João
Carlos podia me dar.
— Eu vou te levar para o meu quarto, e não quero que amanhã você
fique estranha comigo. Tudo bem? — questionou, e eu só pude assentir. —
Quero te foder, muito.
— Promete — indaguei.
Ele sabia usar bem a sua lábia de cafajeste e por isso ele era o meu
preferido. Caminhou decidido para o seu quarto e assim que estávamos
dentro do ambiente, me depositou vagarosamente na cama.
— Parece que a cada mês você fica ainda mais gostosa, Ashley…
caralho! — murmurou, encarando o meio das minhas pernas.
Cada vez que escutava sua voz daquela maneira eu me sentia mais
excitada. Não sei o que passou por minha cabeça para pensar que tentando
afastar João Carlos eu iria ficar bem. Aquele homem era o pecado em pessoa,
e nós, meros mortais amávamos pecar.
Ele estocou um pouco mais, rápido do jeito que eu gostava. Até que
retirou abruptamente e abriu ainda mais as minhas pernas com suas mãos.
Logo ficou de joelhos e não deu tempo nem para que eu perguntasse o que
ele estava fazendo.
Sua língua tomou todo o meu núcleo e foi impossível não soltar um
grito. Cada vez que ele passava toda a sua língua por minha vagina eu me
sentia um pouco mais maluca.
Foi impossível não segurar seus cabelos com minhas mãos, arqueei
minhas costas para sentir ainda mais pressão daquele sexo oral maravilhoso,
que somente João Carlos sabia me dar.
Não resisti e levei minha língua até ele para chupá-lo com tanta
veemência, quanto ele fizera minutos atrás comigo. A primeira sugada que
dei, fez com que João Carlos soltasse mais um som rouco de sua garganta, e
aquilo parecia música para os meus ouvidos.
Cada estocada era uma onda de prazer que dominava meu corpo.
Quando ele levou seus dedos ao meu clitóris para me estimular, foi como
conseguir enxergar o paraíso.
— Vai, amor… mais rápido, mais forte. — Eu sabia que estava sendo
inconsequente, mas não conseguia controlar o meu desejo naquele momento.
— Também te amo.
O excesso de sexo que tive naquele dia, acabou fazendo com que eu
caísse no sono. Mas alguma coisa me despertou, abri meus olhos lentamente
e olhei para o relógio da mesa de cabeceira, era madrugada. Com isso percebi
que tinha dormido sem comer nada.
João Carlos desde quando havia me mudado para cá, ele não deixava
de comprar várias coisas para manter a despensa abastecida. E eu queria,
estava desejando, uma panqueca e foi exatamente os ingredientes para
preparar algumas, que peguei.
Passei meus olhos por seu corpo, enquanto ele se aproximava com a
cara mais safada que eu já tinha visto. João Carlos sabia ser um pervertido em
todos os momentos, até no seu caminhar.
Ele aproveitou para beijar minha testa e retirou suas mãos dos meus
seios.
Enquanto João Carlos matava sua fome, eu fazia o mesmo. Não pude
deixar de reparar o quanto estávamos sendo clichês e ao mesmo tempo tão
diferentes de antes.
Nós dois parecíamos ter amadurecido mais, e mesmo que nosso amor
parecesse ter se fortalecido, eu sabia que agora tínhamos mudado. Se o
homem ao meu lado me amava tanto quanto falava, tinha uma leve certeza
que nós iríamos ficar juntos por muito tempo. Eu queria aquilo, eu queria ser
de João Carlos.
Eu sentia minhas mãos tremerem, mas não queria quebrar toda aquela
sala de espera da clínica da Dr. Marie. Ela tinha feito com que eu ficasse
esperando do lado de fora por estar nervoso e estar deixando Ashley ainda
mais desesperada.
Mas porra! A minha mulher estava sangrando e isso não podia ser
nada bom, ainda mais estando grávida. Ela e a minha bebê estavam em
perigo, sim, minha bebê. Aquele serzinho já fazia parte da minha vida, e eu
sempre a consideraria como minha. E se algo acontecesse também seria culpa
minha.
No caminho liguei para Dr. Marie e avisei que precisava que ela
estivesse na clínica o mais rápido possível. E assim que cheguei ela já nos
esperava, pois pelo que sabia ela morava em frente a sua clínica.
Meu desespero era tanto que gritei com a médica, e foi aí que ela me
colocou para fora de sua sala, e agora eu estava aqui há bastante tempo. Eu já
estava a ponto de arrombar a porta de sua sala, mas tentava me manter calmo.
Não queria que ela chamasse a polícia ou algo assim.
Por um milagre a porta foi aberta e ela saiu com uma expressão
calma, e aquilo não me passava confiança. Eu precisava saber o que tinha
acontecido. Quando ela deu o primeiro passo para fora da sala, levantei-me
rapidamente da cadeira de espera e fui de encontro a ela.
— Está tudo bem, com as duas. Mas você precisa se manter calmo,
pois ela ainda está nervosa, e isso pode ser prejudicial à criança. — A doutora
falava tão calmamente, que não combinava em nada com o momento.
— Então, quer dizer que a culpa foi minha. Não devíamos ter feito
sexo.
— Claro que não, querido. Isso pode acontecer com qualquer uma.
Eu até entendia que era algo normal, mas não iria acontecer mais. Não
iria colocar a minha mulher em perigo, e a criança que eu já amava.
Peguei meu celular e mandei uma mensagem no grupo que tinha com
meus sócios.
Joca: Quase…
Não queria falar sobre o que tinha acontecido, ainda mais com Marco.
Mas parecia que Henrique não estava online, e Rob seria minha última opção.
Aquele era um idiota sem tamanho, que eu nunca entendi como parou no
meio da gente na faculdade e entrou para a empresa. Era um empresário
competente, mas um homem ridículo.
Chamei Marco no privado e contei o que havia acontecido. Eles nessa
altura do campeonato já sabiam que eu estava morando com Ashley, então
não tinha muito a esconder.
Marco: Porra, cara. Nem sei o que dizer, nunca tive um filho, no
entanto imagino que deva ser desesperador. Então, se eu puder ajudar
em algo. Ou melhor, eu acho que você precisa de um descanso. Será que
não seria melhor, colocarmos alguém para tomar conta cem por cento da
empresa para que você fique só em função de cuidar da sua mulher?
Marco: Tudo bem, mas pensa direito. Porque desde que se mudou
para Nova Iorque você não tirou um mês de férias decente, então precisa
tirar alguns agora.
Sim, Marco tinha um leve problema de achar que ele era um deus
todo poderoso.
Depois disso, enviei um e-mail para minha secretária e avisei que não
estaria disponível hoje. Eu pensaria com calma em relação a tirar o resto da
gravidez de Ashley de férias. Mas antes de tudo eu falaria com Henrique.
Marco podia ser um cara legal, mas o meu amigo era Henrique e só
ele conseguiria me convencer de fazer algo que não sabia se era o certo. Saí
do escritório e parti para a minha suíte, Ashley ainda dormia, e eu aproveitei
para tomar um banho relaxante.
Fui a sua procura e ela estava na sala, conversando com sua barriga.
Aquela seria uma visão que eu guardaria para a vida inteira. Assim
que percebeu minha presença, Ash abriu um sorriso.
Só que nunca pensei que Ashley falaria aquilo tão cedo. Senti o meu
coração disparar e ela comentou, ainda me olhando, porém agora com os
olhos cheios de lágrimas.
— Não faz essa cara de espanto. Você me quer como sua, e já aceitou
ela como sua filha. Então é sim, o papai dela.
— O medo que passei hoje fez com que percebesse que eu amo você
mais do que imaginava e essa menina... nem sei como isso aconteceu, mas
realmente sinto que ela é minha. Ela é minha, minha filha.
Soltei uma de suas mãos e levei a sua barriga. Depois beijei bem no
centro e murmurei:
— Sou seu papai. — E foi nesse momento que senti um leve chutinho
em minha mão.
Acho que nunca cansaria de dizer que talvez fossem os dias mais
felizes da minha vida. Estava acontecendo rápido demais, mas sempre foi
assim comigo, uma existência rápida, com atitudes impensadas. Algumas
deram certo, outras muito erradas, e esperava que dessa vez com meu
cafajeste preferido as coisas se tornassem melhores.
No entanto minha mãe iria vir me fazer companhia. Havia tantos dias
que não a via que era meio difícil não ficar quase saltitante, apesar que eu não
poderia sonhar em saltar, minha barriga querendo ou não já estava grande
demais. Então, precisava muito me controlar.
Dona Martha estava bem melhor do que a última vez que a vi, com
um sorriso que alcançava os seus olhos. E até sua expressão mostrava menos
medo, mesmo que ela não soube de quase nada do que estava passando. No
entanto agradeci internamente por João Carlos ter sido uma ótima pessoa e ter
a colocado em segurança em um apartamento não muito longe daqui.
Ela sorriu e caminhou até o sofá, depois que se sentou eu fiquei ao seu
lado.
Ela era curiosa, e sabia que assim que tivesse um tempo sozinha com
D. Martha ela começaria com suas perguntas nada apropriadas. Eu ainda não
havia contado tudo a ela, no entanto achava que já estava na hora de abrir o
jogo com minha mãe e revelar o que precisei fazer para juntar dinheiro e
cuidar de sua saúde.
Eu tinha vergonha, mesmo sabendo que não devia sentir vergonha das
escolhas que fiz, para salvar a mulher que eu mais amava nesse mundo. Mas
como contar a ela? E se ela se sentisse culpada por tudo, sendo que nada do
que fiz foi culpa dela.
Acho que se João Carlos não sentisse realmente o que sempre dizia
sentir eu nem estaria em sua casa mais. Ainda mais depois que declarei que
ainda o amava, pude perceber que nós precisávamos desse tempo incerto em
nossas vidas para nos acertarmos. Agora vivíamos com uma família, ao
menos eu sentia isso. Estava tudo perfeito, ele seria o pai da minha bebê e
não tinha como ser tão maravilhoso.
— Bom, mamãe… — protelei por um momento, pois era difícil tomar
coragem suficiente para contar tudo que havia passado.
Eu me parecia tanto com ela, que até poderia dizer que era sua cópia
perfeita. Tirando algumas rugas a mais que ela tinha, e os fios dos cabelos
que já estavam ficando grisalhos e que ela recusava a pintá-los.
Era isso, eu havia mentido tanto que ela seria destroçada. Mas era
melhor saber a merda que estava envolvida só por ser minha mãe. Do que
teimar em sair sem segurança, igual fez na semana passada. Eu ainda estava
brava com ela por esse motivo, mas tentei relevar, ela não sabia de nada do
que estava acontecendo. Só sabia que eu havia feito algo grave e que ela
corria riscos, no entanto D. Martha parecia não ligar muito para a própria
segurança.
Fiz uma pausa, pois precisava respirar mais fundo, sentia uma falta de
ar tomar o meu peito, e não queria deixar que o pânico me dominasse.
— Depois ele me salvou e agora estou com ele. O João Carlos aceitou
ser pai da neném, mamãe. Eu o amo.
Ela se aproximou lentamente de mim, se ajoelhou em minha frente,
depois pegou minhas mãos e simplesmente começou a chora. Eu já estava em
um mar de lágrimas, e deixei que mais algumas caíssem. Assim que mamãe
se acalmou um pouco mais, comentou:
— Não acredito que você passou por isso tudo… por minha causa,
querida.
— Vou tentar relevar, contudo não sei se vou deixar de pensar que foi
tudo por causa daquele maldito tumor.
— Combinado — respondi.
Passei o resto do dia com minha mãe, e ela foi só elogios para João
Carlos. Afinal, se queriam agradar D. Martha era só tratar sua filha bem, e
meu cafajeste fez muito mais que isso. Ele não me tratou só bem, ele me
salvou de um assassinato, e ainda se considerava o pai da minha filha. Não
tinha nada melhor que isso.
Quando ela foi embora me senti até mais leve por ter revelado tudo
que já havia passado, e também por mamãe não ter me julgado como eu
imaginei que julgaria.
Resolvi tomar banho, por isso, caminhei para o banheiro e tirei minha
roupa. Antes de ir para o chuveiro me olhei no espelho. Nunca havia me
imaginado grávida, mas agora olhando para minha imagem eu me achava à
grávida mais linda do mundo.
Desde o dia do meu sangramento, mesmo ele sabendo que não foi
nada grave, preferiu não fazer mais amor comigo. Isso já tinha duas semanas
e não que eu estivesse reclamando, pois ele ainda estava sendo o melhor
homem que havia passado por minha vida. Só que eu queria senti-lo, no
entanto ele jurou que depois que eu ganhasse a neném e passasse meu
resguardo ele seria todinho meu.
Não podia obrigá-lo a fazer amor comigo, mas isso não significava que eu
não podia implicá-lo. Assim que enviei a mensagem não demorou nem um
minuto para que ele visualizasse e respondesse:
Ashley: você poderia muito bem aproveitar do meu corpo, mas pelo
visto não quer.
João Carlos: Você sabe muito bem que não é isso, Ash.
Ashley: Eu sei meu amor. Vou tomar um banho. Até mais tarde.
João Carlos: Até, ou melhor, até daqui meia hora, estou finalizando
tudo aqui para voltar para você.
Ashley: Te amo!
João Carlos: Te amo muito mais.
Sorri como uma boba com sua mensagem. Iria tomar uma chuveirada,
mas resolvi que um banho de banheira cairia muito bem. Por isso, resolvi
começar a enchê-la, assim que entrei na banheira que estava com uma água
deliciosa, meu celular começou a tocar.
Respirei fundo e pensei em não atender, mas se fosse João Carlos ele iria
ficar extremamente preocupado, por isso saí com extremo cuidado da
banheira, não queria escorregar e cair. No processo derrubei um monte de
água no chão e fui me segurando até a pia onde eu havia deixado o celular.
— Alô!
— Vagabunda, eu irei acabar com você, não perde por esperar. A sua
mamãe será a primeira, depois o vagabundo que você resolveu escolher para
se esconder debaixo das asas dele, por último será você, mas antes eu farei
com que veja o fim dessa merda que você chama de filho.
Não sei se ele desligou, ou se eu joguei o celular longe. Mas tudo foi
ficando escuro, até que por fim a última coisa que senti foi meus pés
molhados escorregando e eu caindo no piso do banheiro, não antes de sentir
uma batida muito forte em minha cabeça.
Capítulo 11
Caroline sorriu para mim assim que me viu e foi desabotoando sua
blusa. Mas que porra era aquela? Assim que mostrou um sutiã vinho
caminhou em minha direção e começou a desabotoar a peça deixando os
seios a vista de quem quisesse.
— Quanto tempo você não aparece aqui João Carlos, estava morrendo
de saudade. — Ela tentou me beijar, mas afastei meus lábios dos dela
rapidamente. — O que você está fazendo?
— Eu não entendo, mas também não irei me humilhar mais por você.
— Pegou seu sutiã e vestiu, depois de colocar sua blusa, virou-se para mim e
finalizou: — Nunca mais me procure para ser só mais uma foda.
Peguei minha maleta por fim, e saí da minha sala. Depois fiz toda a
rotina de voltar para casa. Estava feliz por ter conversado com Henrique
durante esse dia na empresa, e de ele ter achado uma excelente ideia eu
aceitar o que Marco tinha me proposto há alguns dias. Meu amigo achava
mesmo que eu merecia férias, pois já havia bastante tempo que não tirava.
Sem contar que nesse momento com Ash grávida até eu estava
querendo passar meus dias com ela, sem ter que me preocupar com nada
além dela e nossa bebê. Sim, era nossa bebê que ainda não tínhamos
escolhido o nome. Era lamentável, só não sabíamos o nome certo para dar a
ela. Já tínhamos comentado sobre alguns, mas nunca parecia ser bom o
suficiente. Ficávamos chamando-a de amor, lindinha do papai ou da mamãe.
Mas nada de um nome real para a garotinha.
Eu falei para ela, mas também serviria para mim. Tudo ficaria bem.
Claro que ficaria.
Segurei sua mão com uma das minhas, enquanto a outra controlava o
volante. Eu tinha que mantê-la calma, já estava passando por estresse
demais.
Não sei quanto tempo passou, pois estava tão concentrado em Ashley
que acabei não prestando atenção no que acontecia ao meu redor. Só que
quando ouvi aquele chorinho tudo mudou. Foi a primeira vez que desviei
meus olhos da mulher que era a razão da minha vida para outro ponto.
— Sim, amor.
Ainda estava abalada, chorei muito nos primeiros dias após o parto.
João Carlos ficou extremamente preocupado, já que eu podia até dar uma
depressão pós-parto por não ter aceitado muito bem as condições da minha
filha. Eu vinha passando por várias provações nos últimos meses, e não poder
ter um parto sem muita agitação foi o ápice para que eu terminasse de me
quebrar.
Ao mesmo tempo em que era lindo ver minha filha ali à minha frente,
era triste também. Ela estava com um pequeno tubo em seu nariz para ajudar
em sua respiração, dentro de uma incubadora, e eu já tinha sido liberada para
pegá-la, e já podia amamentá-la, mas no início tudo foi pior, pois eu tinha
quer ver minha filha recebendo o alimento por uma sonda. Só que ao pensar
que ela estava indo cada dia melhor, era um afago ao meu coração, e que o
parto mesmo sendo prematuro não teve maiores complicações, eu já ficava
mais tranquila.
Claro que eu queria mais, queria tê-la em meus braços por mais
tempo, apertá-la e senti-la perto de mim em todos os momentos, no entanto
era um sacrifício para mantê-la viva. Já haviam se passado duas semanas que
Angie havia nascido, e mesmo assim eu não cansava de contemplá-la tão
perfeita.
Não sabia se depois que Angie fosse para casa se ele voltaria para a
empresa, pois nessas últimas semanas ele só se importou em organizar o
quarto da nossa filha, e a cuidar de mim, afinal, estava de resguardo e não
podia fazer nada que exigia muito da minha força.
Estava ainda muito abalada por tudo que havia me acontecido no dia
do parto. Nunca iria me esquecer da ameaça que Thierry me direcionou, no
entanto João Carlos disse que cuidaria disso. Ele não me informara como,
porém deixara claro que nada aconteceria a nenhum de nós.
O que João Carlos era meu? Namorado? Ok! Ele tinha falado que eu
era dele, mas nunca demos nome ao nosso relacionamento. Mas ele era o pai
da minha filha, o meu homem, e mesmo por toda perturbação que eu estava
passando, ainda havia um pouco de ciúme que habitava em mim.
— Ela podia ser uma deusa, a rainha, a mulher que descobriu a cura
para várias doenças, que mesmo assim eu teria olhos somente para você.
Então desfaça essa carinha de emburrada, por que eu te amo.
O que uma baixa estima não fazia com a mulher. Já que eu estava
assim, pois depois da gravidez ainda fiquei um pouco inchada e abatida.
Além de o corte na minha barriga não ser nada agradável de olhar. Até eu me
recuperar por completo ainda levariam dias. Estava só no começo do
resguardo, mas aquelas declarações de João Carlos me deixavam melhor.
Entramos na sala da Dr. Emma e ela indicou as cadeiras para que nos
sentássemos, após contornar a sua mesa, sentou em sua própria cadeira e
começou a dizer:
— Viu, amor? Nossa filha está se saindo muito bem — João Carlos
comemorou, e eu só assenti, com um sorriso enorme nos lábios, ainda
sentindo as lágrimas escorrerem por meu rosto.
— E ela vai ter uma vida normal, doutora? — questionei, pois tudo
estava parecendo perfeito demais.
— Claro, ela já está ótima. Ficou esses dias na UTI para que o seu
pulmão terminasse de desenvolver e ganhar força para respirar sem os
aparelhos. Agora já está tudo resolvido. Angie poderá conhecer o mundo fora
daqui, e você poderá ficar com ela o tempo que quiser.
Ela dormia com a bebê nos braços, estava amamentando, mas pelo
visto o cansaço dos últimos dias se abateu em seu corpo. Ainda a observei da
porta do quarto de Angie por um bom momento até que me aproximei.
Nossa filha havia recebido alta há mais de vinte dias, e aquela casa
tinha ganhado uma nova cor. Era chorinho de bebê, risinhos, cheirinhos
deliciosos, eu nem sabia que precisava de uma criança naquele ambiente para
perceber o quanto eu realmente era solitário.
Agora já não conseguia viver mais sem àquelas duas. Tinha colocado
meu nome em Angie, e ela se tornara uma Fontana, e não era só meu nome
que eu tinha dado aquela menina, mas o meu coração. Eu era um pai babão.
Não fui preparado para isso, mas me sentia assim. Às vezes ainda
mandava mensagens desesperadas para Henrique, pensando que eu iria pirar.
Pois meu amigo foi corajoso por ter cuidado de Lucas sozinho por muito
tempo, até que Mariana aparecera.
Mesmo que a Dr. Emma tenha nos garantido que ela estava ótima, nós
ainda ficávamos com medo. Coloquei a pequena no berço e me voltei para
Ashley que já se preparava para levantar.
— Vou te levar para a cama para descansar. Se não você vai demorar
horrores para ir deitar — comuniquei.
— João Carlos…
Entrei com ela ainda em meus braços em nosso quarto e caminhei até
a cama. Após me sentar com ela ainda em meu colo, comecei a falar:
Engoli em seco com sua declaração. Eu sabia que ela ainda estava
assustada, já que mesmo que se passara um mês isso não significava que
Thierry havia sumido. Ele estava em algum lugar.
No entanto eu acho que precisava agir logo, pois não podia deixar que
minha mulher se sentisse tão oprimida por não poder fazer nada. Passei
minhas mãos em suas bochechas para secar suas lágrimas e comuniquei:
— Logo ele será preso e você voltará a se sentir segura. Mas mesmo
que Thierry ainda esteja por aí, não quero que se preocupe tanto, temos os
nossos seguranças, a saúde de Angie está ótima. Então nada de se preocupar,
tudo vai ficar bem. Deixa-me cuidar de você como prometi, confia em mim e
para de ter medo.
— Não sei, amor. Mas uma coisa eu posso te afirmar, eu não era nada
sem você, e agora que está na minha vida e me deu tudo que eu sentia falta,
só posso te dizer que você é meu mundo, e eu não conseguiria viver sem
você.
Tudo ficaria bem, logo eu colocaria aquele filho da puta atrás das
grades…
Capítulo 13
Olhava para as fotos com nojo até de mim, pois eu me prestei a entrar
em contato com Thierry anos atrás para contratar uma mulher, ao menos o
que encontrei foi Ashley. No entanto ao olhar aquelas fotos de todas as
mulheres que sofriam na mão daquele homem a vontade que crescia por meu
corpo era a de acabar com ele.
— O que precisamos fazer para colocar esse homem atrás das grades?
— questionou, enquanto entregava um dos copos a Walter.
— Bom, eu encaminharei para conhecidos meus que tratam de casos
assim, e temos que esperar eles agirem. Na verdade já informei a eles sobre o
que tenho, e estão loucos para colocar as mãos nesse desgraçado.
— Quero que isso aconteça o mais rápido possível. Eu vou até tirar
minha mulher de Nova Iorque por alguns meses para dar tempo de vocês
conseguirem pegar esse desgraçado e de ele nos deixar em paz.
— Mariana está louca para visitar vocês, ela quer conhecer a neném.
— Sorri ao ouvir meu amigo.
— Até parece que vocês não estão com uma bebê para babarem aí —
brinquei, enquanto meu amigo abria um sorriso.
— Até parece que você não tem uma sobrinha que ama, seu
insuportável — foi a vez de Marco repreender o homem.
Rob tinha uma irmã mais nova, que foi abandonada pelo marido no
altar, há alguns anos. O homem sumiu no mundo e deixou sua irmã grávida
sem muitas condições de criar a criança, Rob a ajudou desde então, pois eles
perderam os pais ainda na adolescência. Marco que sempre foi mais próximo
de Rob era louco em Beatrice, mas nunca admitia, pois sabia que se fizesse
isso nós acabaríamos com ele. Já que ele e Rob sempre foram os que mais
batiam na tecla que mulheres eram somente objetos sexuais.
Não sabia nem como Rob aceitava aquilo tão bem, pois era nítido o
quanto Marco morria por sua irmã. No entanto eu não tinha nada com aquela
história, e a videoconferência tinha o único intuito: falar sobre o meu futuro
na Amarílis.
Pela primeira vez ouvi Rob falar coisas que prestavam. Marco
também concordou, afinal ele foi o primeiro a me dar a ideia, e se eu ia me
afastar seria para ficar na sua casa que ele ofecera há algum tempo. Mas
todos nós sabíamos que a resposta final tinha que ser a de Henrique, nós
confiávamos demais naquele homem para ir contra alguma coisa que ele
dissesse.
Assenti, eu não queria ter pensando que aquilo era verdade, mas era
inevitável, pois cada sílaba, vírgula, ponto era real. Eu preferia perder tudo,
ficar sem dinheiro algum, do que perder aquelas duas pequenas que eu
amava. A minha mulher e a minha filha.
— Então é isso, vou ficar afastado até o tempo que achar necessário.
E essa semana já vou viajar para a casa que você me oferecera Marco.
— Obrigado!
— Oi, amores.
— O papai tá aqui, minha princesa — falei com uma voz mais infantil
e ela abriu um sorrisão na boca banguela.
— Eu estava aqui toda feliz que Angie estava dando atenção para
mim, mas chega esse papai babão e monopoliza a nossa filha — Ash,
implicou, enquanto se aproximava da gente.
Franzi meu cenho, mas não consegui segurar minha gargalhada. Tive
até que levar minha cabeça para trás, pois foi mais forte que eu. Quando
voltei a olhar minha mulher, vi que até ela estava rindo, e Angie até parou de
chupar seus dedos e olhou para nós, como se fossemos dois alienígenas.
Ashley não era uma mulher que corava fácil, mas vi o leve rubor subir
em suas bochechas, e ela logo respondeu:
Ela pousou sua mão no meu ombro, e abriu um sorriso lindo, cheio de
dentes. Eu queria ver ela só daquela maneira. Perfeita, minha mulher, meu
amor, meu tudo.
— Desde que pegou meu coração para você, e olha que isso já tem
anos e anos.
Novamente não resisti e beijei seus lábios. Dessa vez um pouco afoito
demais. Esperava que o resguardo de Ash acabasse logo, senão eu morreria
de tanto desejo.
Capítulo 14
Depois ele pegou Angie dos meus braços e ela já estava bem
espertinha, olhando para todos os lados, e aquele homem que já me deixava
maluca todos os dias, disse:
Sim, ela tinha vindo com a gente, depois de muita insistência de João
Carlos. Dona Martha alegara que não queria nos atrapalhar, no entanto o meu
namorado, namorido, como ficasse melhor a colocação, insistira tanto que ela
aceitara.
Ele deu uma leve piscadinha para D. Martha, e ela sorriu toda
cúmplice para ele.
— Amor, vai tomar um banho e coloca uma roupa bem bonita para
sairmos. Quero te levar em um lugar. — Senti meu coração disparar um
pouco.
— Amor, não sei se isso é certo. — Não queria parecer uma idiota,
mas Angie estava tão novinha e ela ainda amamentava em mim.
— Não precisa deixar de ser uma mãe coruja, só não pode esquecer-se
de viver também. — Ele entrelaçou seus braços em minha cintura, e me deu
um leve beijo. — Eu também sou um pai preocupado, mas confio na sua
mãe.
— Eu também confio nela.
— E também quero que essa noite seja especial, que você aproveite
todos os níveis de prazer que eu tenho para te oferecer. — Se aproximou do
meu ouvido e sussurrou: — Quero ouvir seus gritos por cada canto do lugar
que iremos, seus gemidos, e vou te foder até que você esteja completamente
repleta de prazer.
— João Carlos…
Não pude deixar de rir, porque ele sabia realmente o quanto eu era
escandalosa. Ainda bem que ele tinha pensado em tudo.
— Deliciosa…
Saí do quarto antes mesmo que ele pudesse dar um passo em minha
direção. Depois eu pegaria minha roupa, mas se continuasse ali não
responderia por mim, e minha mãe teria que ouvir o que eu estava fazendo.
Pois já fazia tanto tempo que eu tinha certeza que minha libertação seria
repleta de gemidos e gritos.
Queria deixar meus olhos em evidência, por isso fiz uma sombra
esfumada, e coloquei um batom nude. Após borrifar o perfume que João
Carlos amava me olhei no espelho e fiquei contente com o que vi.
Minha barriga já havia voltado a ser tão lisa quanto era antes de
Angie, a única diferença era que agora quando eu ficava nua, uma cicatriz
aparecia, mas nada que estragasse meu corpo.
Aproximei-me dela, que era tão mais baixa que eu, mas tão linda
quanto. Tinha certeza que toda a minha beleza eu havia puxado dela.
— A mamãe te ama.
Depois caminhei até João Carlos que colocou sua mão em minha
cintura e me conduziu para fora da casa de praia. Eu tinha certeza que aquela
noite me prometia as melhores loucuras que eu poderia cometer.
Capítulo 15
Assim que o elevador se abriu mostrando o lugar que seria nosso por
toda a noite, vi Ashley escancarando sua boca.
— João Carlos, será que daria para você ser menos perfeito? — Ela se
voltou para mim, com os olhos marejados.
— Acho que perfeição seria uma palavra muito forte para se referir a
mim. Não consigo fazer metade das coisas que você merece, afinal um
planeta inteiro de presente para você ainda não seria suficiente.
Ela balançou a cabeça e deixou sua bolsa em uma das poltronas que
estavam por ali. Depois veio caminhando em minha direção, assim que estava
próxima o suficiente abraçou meu pescoço e trouxe seus lábios até os meus.
Afastei nossas bocas e desci meus beijos por seu pescoço, beijei cada
canto da sua pele, voltei minha boca até o lóbulo da sua orelha e dei uma leve
mordiscada. Depois voltei a beijar sua pele, mas não resisti e passei minha
língua para sentir seu sabor.
Uma das minhas mãos saiu do seu rosto, e desceu para um seio.
Apertei-o por cima do seu vestido e foi inevitável quando o primeiro gemido
de Ashley veio. Ela era muito sensível naquela área, então eu sabia como
deixá-la louca.
— Ash, não faz isso. Estou tentando tornar essa noite perfeita.
Era só isso que passava por minha mente, enquanto a via daquela
maneira, com sua pele clara parecendo neve, e os cabelos escuros caindo por
seu corpo maravilhoso.
Ela sabia bem como me deixar maluco, por isso começou a passar sua
mão por seu corpo. Eu continuei a observá-la, sentindo cada vez meu pau
ficar ainda mais duro.
Suas mãos passavam por seu corpo, em alguns momentos ela apertava
seus mamilos, mordia seus lábios, e quando levou sua mão para dentro da
calcinha para se acariciar, não resisti e avancei sobre ela.
Tirei sua mão de dentro da sua calcinha e coloquei meus dedos em
sua boceta que já estava completamente molhada.
Sorri para aquela safada e estoquei meu dedo dentro dela, enquanto
meu outro dedo acariciava seu clitóris. Levei minha outra mão a um de seus
mamilos e o torci em meus dedos. Ashley fechou os olhos e abriu seus lábios
soltando um sopro de ar.
Depois mal esperei e levei minha boca até sua vagina, sugando seu
sabor. O ronronar da minha mulher, enquanto eu a chupava loucamente, era
um ápice para mim. Ela começou a mexer seus quadris, enquanto eu passava
toda minha língua por sua entrada, e logo revezava com uma leve mordiscada
em seu clitóris.
Quando voltei meus olhos em sua direção ela me olhava com pura
luxúria, e aquilo me deixou ainda mais maluco. Peguei suas pernas de forma
bruta e coloquei em meus ombros, levantei sua bunda do colchão e sem
esperar mais estoquei dentro dela, com força, vontade, desespero.
Senti a sensação de prazer tomar todo o meu corpo. Seu grito foi uma
dádiva para o momento, e eu sabia que dali em diante as coisas seriam ainda
mais quentes. Comecei a me movimentar dentro dela rápido, rude,
desesperado.
Eu queria fodê-la, tomar posse do seu corpo, e mostrar que seu prazer
me pertencia. Eu estocava com vontade e cada gemido era música para mim.
O prazer foi crescendo dentro do meu corpo, e talvez eu pudesse dizer que
aquilo ali era o meu paraíso, era o meu mundo.
Minha Ashley…
Não demorou muito para que eu liberasse meu orgasmo com um urro,
libertando meu prazer que há tanto tempo estava esperando. Nos últimos
tempos desde o sangramento de Ashley eu só conseguia minha libertação no
banho, e aquilo nunca fora o suficiente.
Deixei que meu corpo caísse por cima do seu, mas não deixei que
todo o meu peso se apoiasse sobre ela.
Assim que nossas bocas se afastaram, ele levou uma de suas mãos ao
meu clitóris e eu já sabia que iria gozar, estava muito perto daquilo acontecer,
rebolei em seu membro, enquanto ele estimulava o meu ponto de prazer.
Acabei gozando e tive que morder o ombro de João Carlos para tentar
manter o meu grito em um volume mais baixo.
— Isso, goza para mim, Ash. — Já era a terceira vez que eu me
libertava somente aquela noite, e eu tinha certeza que viria muito mais.
Assim que gozei, João Carlos parou de estocar, mas ainda não tinha
se libertado. Ele me retirou do seu colo e se levantou da cadeira. Não tinha
entendido o que ele queria até que afastou as coisas da mesa e fez com que eu
deitasse sobre ela. Meus seios ficaram imprensados na madeira, e João Carlos
puxou meus cabelos para trás, ele logo voltou a entrar dentro de mim.
Estocando com força, como um maluco.
Eu amava o jeito bruto que ele fazia amor comigo. Era como
antigamente, sem nada nos impedindo, não que nossa filha tenha sido algum
problema. Mas agora ele podia me tratar com toda a brutalidade que ele
sempre me tratava e que me deixava maluca.
O tapa forte que parou em minha bunda fez com que um sorriso
tomasse meus lábios. Era disso que eu estava falando, João Carlos totalmente
dominador e me rendendo a ele.
A mão que usara para bater em minha bunda foi parar em meu
clitóris, e com isso eu não conseguia resistir, acabei sentindo o prazer se
avolumar por todas as partes do meu corpo, até que mais uma vez gozei
aquela noite.
Ele passou sua língua por minha pele, e sussurrou em meu ouvido:
— Quer provar a sobremesa agora? — Enquanto sorri, assenti.
Ele sorriu com aquela expressão safada que só ele sabia ter e
declarou:
Abri um sorriso ainda maior para ele, porque João Carlos realmente
tinha se empenhado em tornar aquela noite perfeita. Era o amor da minha
vida. Eu estava completamente apaixonada por ele.
Senti até minha boca salivar. João Carlos colocou um pouco em uma
colher e levou direto a minha boca. Fechei meus olhos assim que senti o
gosto adocicado da sobremesa.
Levei minha mão ao seu rosto, e os fios de sua barba fizeram cócegas
em minha pele. Ele fechou os olhos e depois deu um beijo em meus dedos.
Pegou mais um pouco do merengue e levou a minha boca.
Foi difícil segurar as lágrimas que estavam tomando conta dos meus
olhos. Suas palavras sempre tinham o poder de me tocarem profundamente.
Ele também levou sua mão ao meu rosto e com a voz um pouco
rouca, murmurou:
— Não sei se gosto desse apelido, mas tudo bem se é o que você
gosta o que posso fazer?
João Carlos segurou minha nuca e levou minha boca até a dele.
Nossos beijos carinhosos tinham ficado no passado. O homem que me
conduzia para uma dança sensual e erótica gostava de tudo com mais
estupidez e realmente eu não era uma mulher que sempre queria carinho.
Ele mordiscou meu lábio inferior e passou sua língua por ele, depois
voltou a devorar minha boca da forma que ele sabia. Não soube dizer quanto
tempo demoramos naquela troca de beijos e carícias, pois em algum
momento tivemos que nos afastar para respirarmos.
Eu amava aquele homem por completo. Assim que ele se voltou para
mim me pegou o encarando, soltou:
— Claro que eu sou, mas eu também sou realista e sei que sou bom
demais em tudo.
Tive que soltar mais uma gargalhada por tamanha ousadia daquele
homem. Ele me acompanhou desta vez, contudo começou a passar suas mãos
por meu corpo e logo elas pararam em meus seios e ele os massageou.
Soltei um gemido, e João Carlos não se fez de rogado, continuou
apertando meus mamilos e foi me deixando mais uma vez repleta de tesão.
Senti seu membro ereto encostando-se a minhas costas, o que me fez levar
uma das minhas mãos até a minhas costas para acariciá-lo.
Sim, nós dois éramos incansáveis, isso já era nítido. Por isso, mal
ligando se iríamos cometer uma loucura, desci uma de suas mãos que
apertava meu peito para minha vagina e logo um dedo de João Carlos estava
me penetrando.
Soltei mais um gemido e não dei conta de resistir, saí do seu aperto e
me coloquei de joelhos na banheira, segurando em sua borda, com minha
bunda empinada para ele, esperando que fizesse o que quisesse comigo. E
não demorou para que ele se enterrasse dentro de mim.
Senti sua língua passando por toda minha extensão e tive que levantar
a cabeça do travesseiro para ver seu rosto. No mesmo momento ela engoliu
todo o meu pau, enquanto encarava meus olhos. Se as mulheres soubessem o
quanto nós nos perdíamos quando elas faziam aquilo.
Ela engoliu tudo, e assim que me deixou sorriu para mim, com a
expressão mais satisfeita que podia ter.
Passei a mão por seu rosto acariciando a pele macia. Depois puxei sua
nuca e levei seus lábios aos meus e devorei sua boca, com veemência, desejo,
paixão. Eu amava Ashley mais que tudo, ela era meu paraíso.
Deitei seu corpo sobre a cama, e fiquei por cima dela, sem deixar de
devorar seus lábios. Assim que afastei, sussurrei:
Sem esperar que Ash falasse alguma coisa, fui descendo por seu
corpo, depositando beijos por onde eu passava. Chupei um pouco dos seus
mamilos, e depois voltei a descer por sua barriga até chegar em sua boceta.
Passei minha língua por toda sua carne rosada, e depois soprei
levemente o local, mas sem resistir voltei a chupá-la. Eu nunca me cansaria
do seu gosto. Ela rebolava em minha boca na medida em que fui aumentando
as minhas chupadas.
Sua mão grudou em meus cabelos, e eu aproveitei para levar uma mão
ao seu seio, e apertei com força. Levei minha outra mão para penetrar um
dedo em sua vagina, enquanto afastava minha boca para olhar em seus olhos.
Vesti meu vestido que havia levado para o banheiro, mas a sandália
estava em algum canto do quarto. Terminei de secar meu cabelo, e só passei
meus dedos entre os fios para que eles não ficassem muito estranhos. Assim
que saí do banheiro vi que tudo que estava fora do lugar, tinha sido arrumado
e a mesa estava repleta de coisas para um café da manhã perfeito.
Ele se virou para mim, com um sorriso nos lábios e parecia até um
pouco envergonhado. O que era estranho, João Carlos nunca se
envergonhava, ele era meu cafajeste preferido.
— Eu pensei que esse momento seria mais fácil, mas pelo visto nada
é como pensamos. — Ele gargalhou e eu fiquei sem entender. — Sei que
posso estar sendo clichê, oferecendo a você vários corações, inclusive o meu.
E tem flores para todos os cantos. — Sorri com o seu comentário. Ainda não
tinha entendido aonde ele queria chegar.
— Sim, o nosso amor sempre foi mais forte que tudo — comentei,
ainda sorrindo, mas senti meus olhos começarem a ficar marejados.
— Uma vez, ainda quando eu pagava por seus serviços, você me disse
que ainda tinha esperança de um dia ser pedida em casamento. E eu prometi a
mim mesmo que realizaria todos os seus sonhos. E nem é por causa dessa
promessa que estou aqui ajoelhado à sua frente, em uma sacada de um lugar
que reservei só para gente. — Ele fez uma pausa para respirar e continuou: —
Estou ajoelhado aqui, porque eu te amo, por que a minha vida sem você não
tem sentido, por que eu tenho uma filha com você e quero realmente
oficializar nossa família. Ash, eu posso ser a pior pessoa para ser romântico,
mas você aceita se casar comigo, mesmo que eu não seja tão perfeito quanto
você mereça?
— Como você ainda tem coragem de pensar que não é meu par ideal?
— indaguei, com a voz embargada. Olhei dentro dos seus olhos para
completar: — Eu aceito ser todo sua, João Carlos. Eu aceito, sim, me casar
com você meu amor. Mil vezes sim. Quer que eu grite?
Tão romântico.
Quem diria que João Carlos Fontana se tornaria o clichê que ele
sempre dissera que não seria?
O mundo costumava dar algumas voltas, e dessa vez a volta que ele
deu me fez ser a mulher mais realizada de toda a face da Terra.
Assim que coloquei minha filha no colchão, ela girou seu corpinho de
lado, e levou o dedão a boca para chupá-lo. Sorri ao ver aquela cena e logo
me afastei voltando para a sala.
— Acho que já estou sentindo falta da paz que as nossas férias nos
trouxe — comentou, ainda sem me olhar.
Não podia mentir, o medo que eu havia perdido nos meses que
passamos afastados de Nova Iorque, tinha voltado assim que o avião
aterrissou no aeroporto.
— Não posso dizer que também não sinto falta, porque o meu medo
voltou. — Não queria deixar João Carlos preocupado comigo, mas também
não iria mentir de como me sentia, já que tínhamos combinado que não
existiriam mais mentiras entre nós.
Ele se virou para mim, e segurou meu rosto entre as suas mãos.
— Não quero que você pense nisso, ainda está segura aqui. Os
seguranças estão aqui para te proteger. Está tudo bem, meu amor. Lembra-se
das promessas que te fiz?
Assenti, e ele trouxe seus lábios até os meus. Beijou-me e eu senti que
o mundo sempre ganhava uma cor diferente quando João Carlos tocava meus
lábios. Sentia-me extremamente segura somente com aquele toque. Ele tinha
o poder de me deixar ainda mais apaixonada com cada toque, cada olhar,
cada gesto.
Meu cafajeste era o meu porto seguro e se ele estava falando que eu
ficaria segura, eu acreditaria com toda a minha fé. Pois ele nunca deixou de
cumprir nenhuma promessa que me fizera.
Acho que era exatamente por isso que eu o amava ainda mais, meu
coração chegava a quase explodir de tanto amor. Mas foi um toque no seu
telefone que mudou tudo. Não sei por qual motivo, no entanto eu sentia que
aquilo estragaria nossa paz.
João Carlos deixou Angie perto de mim, e foi até o seu celular, depois
de atendê-lo vi sua expressão mudar. Ele fechou os olhos e eu senti meu
coração disparar.
Acho que eu falava mais para mim do que para ela. Não queria pensar
as piores coisas, mas os meus pensamentos gritavam que era algo com
Thierry. E eu não queria pensar que eu podia estar correndo ainda mais risco
a partir de agora.
Não podia ser nada pior do que já tinha acontecido, não era?
◆◆◆
Que porra de paz era essa que agora eu queria redobrar a segurança da
minha mulher e da minha filha?
Passei minhas mãos por meu rosto, com ódio, sentindo uma vontade
gigante de matar aquele homem só de ele tentar fazer algo com a minha
mulher. Assim que tirei as mãos do rosto, vi que Ashley me observava da
porta do escritório. Provavelmente ela deveria ter colocado Angie para
dormir, pois não estava com a neném nos braços.
— Você está segura aqui, eu não vou deixar que nada aconteça com
você.
Eu amava Nova Iorque, sempre pensei que o meu mundo era aqui. No
entanto desde que matei aquele homem e vi o quanto de risco Ashley corria,
comecei a odiar esse lugar. Eu sabia que podia voltar para o Brasil quando
quisesse, não era obrigado a cuidar da filial da Amarílis aqui, eu só quis vir
para cá para fugir da monotonia, no entanto agora a monotonia parecia tão
melhor do que os vários problemas que estávamos passando.
Passei minha mão por seu rosto, mas quando ela se mexeu, retirei a
mão da sua pele para que não acordasse. No mesmo momento pela babá
eletrônica ouvi o resmunguinho de Angie.
Levantei-me da cama e fui até seu quarto, para que ela não acordasse
Ashley. Cheguei perto do seu berço e ela estava com os olhinhos abertos
olhando para todos os lados.
Não tinha muitas cólicas, não tinha dor de ouvido. Estava perfeita.
Nesses meses que passamos longe de Nova Iorque, a levamos em outro
pediatra para acompanhá-la. Ainda não sabia quem a consultaria aqui em
Nova Iorque, mas Ashley me fez prometer que não seria a Dr. Emma, pois o
ciúme da minha mulher era muito grande.
Ela não admitia, mas eu sabia que o problema maior era a médica
ficar me encarando. Se fosse em outra época eu daria total atenção a ela. Mas
parecia realmente que o bichinho que fazia amar minha família mais que tudo
tinha me picado. Eu só queria me dedicar a minha mulher, e a minha filha…
nada mais.
Odiava o fato de ter que deixar minha mulher e minha filha sozinhas,
no entanto os rapazes precisavam de mim em uma reunião urgente. Um
investidor queria desfazer o nosso contrato devido a um atraso em algumas
mercadorias, o que me deixou puto.
Ashley: Sério que você mal saiu de casa e está querendo saber
como estou?
Ashley: não vou precisar de nada, meu lindo. Sem contar que os
seguranças estão aqui, então fica tranquilo.
— Senhor… — ela mal dava conta de falar, sangue escorria por sua
boca, e eu pressionei o local que ela tinha levado o tiro, que havia sido bem
na barriga.
— Tudo bem, fica calma. Só me diz onde está a Angie? Quem fez
isso?
Sabia que a culpa não era dela, no entanto nunca imaginei que ela
poderia ser a ponte que faria aquele maldito chegar até a minha mulher. Antes
de sair em disparada pela cobertura para tentar achar minha Angie, olhei para
minhas mãos, novamente sujas de sangue.
Era o começo do meu contrato com Ashley, a segunda vez que ela
tinha vindo a minha casa e eu queria mostrar o lugar para ela.
Ashley tinha falado sobre algumas coisas da sua vida para mim, no
meio tempo que tivemos no primeiro encontro. E agora queria conhecê-la
melhor, para depois fodê-la como eu já imaginava.
Era linda! Esse foi a primeira coisa que pensei quando a vi, agora eu
a achava meiga, maravilhosa, uma mulher perfeita. Claro, que eu tinha
perguntado o motivo de ela ter se tornado garota de programa, e com
lágrimas nos olhos ela me disse que fora devido ao estado de saúde de sua
mãe.
Foi assim que saí dos meus devaneios, afinal minha mente já
imaginava quando ela estivesse nua na minha cama, comigo a fodendo.
Assim que aceitou o gesto a conduzi até o banheiro que ficava ali ao
lado da academia. No entanto ele era quase escondido, pois o espelho do
lugar era a porta de entrada para o local. Assim que abri a porta a mulher
sorriu, meio surpresa e comentou:
Abracei seu corpinho, e agora eu estava pronto para caçar aquele filho
da puta e por sorte resgatar minha mulher. Eu iria matar novamente, e seria a
última vez que eu cometeria um crime.
Capítulo 20
— Não, estou bem. Está na hora de Angie tirar um cochilo. Acho que
vou aproveitar para fazer isso também.
Minha pequena não podia ter um pai melhor, além de João Carlos. Ele
era um homem sem igual, maravilhoso, que tinha uma dedicação incrível
para criar minha filha… não, nossa filha.
— Senhora fuja.
Eu nem pensei, tirei Angie do meu peito – peguei o bichinho dela que
estava na minha frente e a manta que estava perto dele – e corri para o lugar
que eu sempre achei um ótimo esconderijo. Subi as escadas o mais rápido
possível e abri a porta que era feita com o espelho da academia.
Pois corri do lugar e fechei sua porta. Arrumei meu vestido que ainda
estava com meu seio de fora. Eu não sabia quem era, mas podia imaginar, era
meu pior pesadelo. E eu tinha que encará-lo se quisesse manter minha filha
viva.
E com isso não fiquei mais parada, comecei correr em direção da sala.
João Carlos que me perdoasse, mas era melhor estar na linha de frente para
proteger nossa filha. Do que aquele homem transtornado a achasse e tirasse a
sua vida que ela ainda nem teve tempo de viver.
Assim que apareci na sala, vi Thierry, ele não parecia nada com o
homem que eu conhecia. Que sempre andava com ternos do ano, com anéis
de ouro, relógios caros. Ele estava mais para um morador de rua, bêbado,
perdido pelos lugares. Tudo estava completamente como um filme de terror,
os seguranças mortos, sangue para todos os lados e naquele momento o medo
que eu já sentia triplicou.
A culpa toda era daquele monstro que puxava meu cabelo, e fazia
com que meus olhos se enchessem de lágrimas.
Senão nem teria chance de tentar lutar por minha vida. Ele colocou a
arma em meu queixo e gritou:
Ele ia matar minha filha, ia sim. Por isso, menti, tentando com tudo
que era mais sagrado não demonstrar o quanto eu mentia.
— MENTIRA!
— Eu juro que ela não está aqui, pode procurar? O João Carlos saiu
com ela. Estão no Central Park.
Olhei uma última vez para Hazel e vi que ela chorava. Os seguranças
estavam todos mortos e eu nunca esqueceria aquela cena. O lugar que eu
considerava minha casa, meu lar, minha paz, havia sido profanado por um
maluco que não aceitava as consequências da vida.
Talvez seria o meu fim, mas eu preferia que eu morresse do que mais
alguém inocente.
— Eu vou acabar com você, piranha.
Tinha certeza que ele iria, e eu esperava muito que fosse um final rápido,
senão eu iria sofrer muito antes de encontrar minha paz.
◆◆◆
O olho estava tão inchado, que eu não conseguia ver direito o que
estava à minha frente. Logo um balde de água gelada foi jogado em meu
corpo, rosto, e eu fui despertada.
Fez uma pausa, passou a mão pelo meu rosto, desferindo em seguida
outro tapa.
— Ele me fez perder tudo, agora eu vou fazê-lo perder tudo. Primeiro
eu te mato, e depois consigo matar a catarrenta de vocês.
— Você acha mesmo, vadia, que eu não vou acabar com a sua filha?
— Thierry se ajoelhou a minha frente.
Eu não queria que João Carlos me visse daquela maneira. Ele iria
pirar, eu tinha pena dele, não merecia passar por mais esse trauma. Ele já
havia matado por mim, e ainda era obrigado a ver tudo o que Thierry estava
fazendo. Não suportaria se fosse eu em seu lugar.
— Como quiserem.
Nunca mais teria coragem de viver naquele lugar que parecia ter
participado do cenário de filme de terror.
Gritar para o mundo, pois nunca queria ter presenciado a cena de ver a
minha mulher espancada, a ponto de seus olhos estarem inchados devido a
tantos socos que levara. Seus braços e pernas estavam cheios de sangue de
cortes e alguns hematomas.
Ashley era muito delicada e qualquer coisa que fizesse, faria seu corpo
ficar com algum hematoma, e ser espancada piorava a situação. Eu queria
matar Thierry, queria muito destruí-lo, queria esfolá-lo.
— Senhor, nós sabemos o que estamos fazendo. Deixe que desse trabalho
eu cuido. O senhor ajudou bastante em ter um localizador no anel dela. Então
se controle.
Outro dos novos seguranças murmurou. Olhei bem para ele, mas depois
desviei minha atenção e voltei a dizer:
— Me dê uma arma.
— Sim, senhor.
— Sua puta, eu vou acabar com você, vou ter orgulho de te matar.
Ele pegou nas minhas pernas, e eu gritei quando tentou abri-las. Não
queria passar por aquilo, não de novo, não queria ser obrigada a ficar
novamente com um homem que eu não queria. Não! Eu preferia morrer.
E dessa vez eu deixei as lágrimas escorrerem por meu rosto, mas não
por desespero, e sim por eu saber que estava salva.
Percebi que sua voz estava embargada, e eu não queria nunca que ele
passasse por aquilo, então me esforcei para falar.
— É sim!
— Achou que seria fácil assim? Você acabou com a minha vida, e
achou que sairia sem mais problemas?
E mais tiros foram disparados, mas eu não sabia dizer se fora da arma
de Thierry ou do pessoal que estava entrando no galpão. Pelo que pude
entender eram policiais.
— Não chora… — foi a única coisa que ele me disse antes dos
policiais se aproximarem de nós e nos afastar.
Eu não queria, mas eles eram mais fortes do que eu. E eu não sabia se
havia perdido a razão da minha vida, ou se era só um susto. Eu esperava que
fosse a última parte.
Capítulo 22
Com aquele clima mórbido, algo estava espetando meu braço, e assim
que consegui abrir meus olhos vi que era algum remédio que estavam me
injetando.
— Não me peça para ter calma, quando eu não estou vendo meu
noivo. Onde ele está? — gritei.
Despertei, e tentei situar onde eu estava, era escuro, mas eu sabia que
ali eu não corria perigo. Foi até que vi minha mãe sentada em uma poltrona
do quarto. Ela estava tirando um cochilo. Na parede oposta a sua tinha um
relógio, e eu pude ver que era madrugada.
— Eu precisei vir ficar aqui com você, minha querida. Não podia
deixá-la sozinha.
Minha mãe olhou para mim com o cenho franzido, e quando deixou
uma lágrima cair dos seus olhos eu já sabia que ela acabaria com toda a
minha vida, mas aí veio um sorriso e eu não consegui entender nada, até que
ela indagou:
Como assim? Será que ela sabia que João Carlos havia sido baleado, e
que a última lembrança que eu tinha dele, era que ele me pediu para não
chorar?
— Mamãe, ele foi baleado, e ninguém me diz como ele está. Então
cheguei à conclusão de que ele só pode ter morrido. — Comecei a chorar
fortemente, eu não queria, pois eles iriam aplicar novamente o calmante em
mim, caso eu voltasse a me desesperar.
Era a razão de eu ainda respirar, era o homem que fez de tudo para me
salvar, era o homem que se jogou na frente de uma bala por mim. Como eu
não iria me desesperar?
O meu protetor.
Sabe quando você pensa que perdeu tudo, e aí a vida perde o sentido,
a cor, e até o rumo? Eu estava daquela maneira. Estava vendo cores cinzas e
pretas, sem vida, porque para mim o amor da minha vida havia morrido.
— Sim, querida. Está a dois quartos daqui, já fui até vê-lo, mas ele
ainda estava sedado.
Meu coração disparou, por saber que ele estava tão perto de mim.
E foi aí que uma ideia maluca passou por minha cabeça. No entanto
era a mais certa naquele momento. João Carlos sempre seria mais importante
do que qualquer regra hospitalar.
— Pirou, Ashley?
— Claro que não, eu preciso vê-lo. — Segurei sua mão que estava
prestes a afastar de mim. — Ele fez de tudo pra me salvar, mamãe. Eu jurei
que ele havia morrido, eu preciso ver ele, por favor.
— Claro que tô. Você acha que seria fácil assim se livrar de mim? —
brincou, sorrindo um pouco.
— Ainda bem que não foi. Eu não resistiria sem você aqui nesse
mundo.
Sorri e levei meus lábios aos deles, levemente, pois ainda estava
sentindo dor.
— Então, agora sim nós podemos ser felizes. Aquele infeliz foi
morto. Nunca mais nos perturbará.
— Podemos.
— A senhora não deveria estar aqui — foi o que ela disse, e eu não
pude dizer outra coisa que não fosse:
Ele estava ao meu lado no altar, no lugar onde eu deveria esperar a noiva
entrar. Já tinha acontecido toda a ordem do casamento, faltava só ela entrar
com a nossa daminha e o pajem.
Claro que nesse caso era Angie e Lucas, minha pequena já estava
andando com seus passinhos desengonçados para todos os cantos, e Lucas já
era bem grandinho, então podia conduzi-la até ali.
— Calem a boca todos, a noiva está vindo — Dessa vez foi Rob a
comentar.
E foi com essa frase que o meu coração que já estava descompassado,
começou a cavalgar uma maratona. A marcha nupcial começou a tocar, e o
vento bateu sobre as flores que estavam na decoração. O cheiro adocicado
das pétalas espalhou pelo lugar, e para mim tudo estava em câmera lenta
quando vi minha filha e Lucas caminharem até o altar trazendo a noiva, que
estava acompanhada de sua mãe.
— Acho que me apaixono mais por você a cada instante que te vejo —
comentei.
Depois sorriu para mim, e eu só pude agradecer por ter uma família
perfeita. Ainda bem que o destino colocara aquela mulher em meu caminho,
de um jeito meio torto, mas éramos para enfim termos o nosso conto de
fadas.
Fim