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Introdução .............................................................................................................. 4
Síntese biográfica .................................................................................................. 5
O Curso Musical e a formação profissionalizante .............................................. 10
Considerações finais ............................................................................................ 12
Referências bibliográficas ................................................................................... 13
Anexo .................................................................................................................. 14
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como objetivo registrar a vida do Maestro José Dário de
Moura, músico, compositor, saxofonista, professor e regente, que possui um papel
relevante na educação musical e histórica da cidade de Belo Horizonte e região
metropolitana de Minas Gerais.
Sua trajetória se cruza com importantes acontecimentos na construção da
capital mineira, o que nos permite compreender um pouco de nossa história, as
mudanças culturais e musicais que passamos e ainda como e onde a música
acontecia. Quantas pessoas possuem o privilégio de ouvir a história ser contata por
quem a escreveu?
Ainda temos essa possibilidade e é fundamental registrá-la, para mantermos
viva nossa história e mais ainda, para que próximas gerações possam continuar
contando, afinal, parafraseando o pensador e filósofo chinês Confúcio (551 a.C., 479
a.C.): “Só é possível escrever o futuro se conhecermos o nosso passado”.
Está síntese biográfica aconteceu através de entrevistas e pesquisas de
materiais e coletas de dados, de acervos pessoais, acervos de instituições que
colaboraram, além de entrevista com o personagem principal da história e de seus
familiares, amigos e ex-alunos.
SÍNTESE BIOGRÁFICA
Então, com um professor em casa, não poderia ser diferente! Aos 11 anos,
iniciou o aprendizado musical com seu pai, na banda local que contava com duas
figuras muito importantes: Joaquim Rodrigues Braga e Galdino, que atuavam como
professores. A banda de Galdino era composta por músicos das famílias Braga e
Moura, famílias tradicionais da região que atuavam na área musical.
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A Estrada Real é uma rota turística que reúne quatro caminhos da época do Brasil Colonial que passam pelos estados de Minas Gerais.
Imagem de Belo Horizonte – Avenida Afonso Pena, nos anos 50.
Imagem de Belo Horizonte – Rua São Paulo, nos anos 50.
Fonte: APM
Fonte: APCBH/ASCOM
Em 1953, sua família mudou para Belo Horizonte e o músico foi estudar no
Colégio do Caraça2, situado entre da região metropolitana mineira de Catas Altas e
Santa Bárbara. O local é Patrimônio Cultural do Brasil e uma das 7 Maravilhas da
Estrada Real, possui um complexo com mais de 11.233 hectares e onde está
localizado o Conjunto Arquitetônico do Santuário. O colégio encerrou suas atividades
no ano de 1968, quando um incêndio destruiu parte das instalações dos alunos e
parte do precioso acervo de sua biblioteca, em seus anos de funcionamento
passaram pelo local mais de 11 mil alunos e alguns de reconhecimento nacional no
cenário político, civil e religioso como: os Presidentes da República Afonso Pena
(1906-1909) e Artur Bernardes (1922-1926). Além dos estudos tradicionais, Dário deu
continuidade em seus estudos musicais e participou do coral e da banda do colégio.
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O Colégio do Caraça foi fundado em 1820
Em 1958, era inaugurada a 4ª sede do Centro Federal de Educação
Tecnológica de Minas Gerais, (CEFET) e para o show de inauguração juntamente
com a orquestra estava o Maestro Dário de Moura. O evento contou com a presença
de nomes importantes como o presidente Juscelino Kubistchek. (1902 – 1976).
Em 1959, Dário foi para o Exército Brasileiro, devido sua experiência e atuação
na área musical, foi encaminhado da Companhia de Comando para a Banda 12º
Regime de Infantaria do Exército Brasileiro onde continuou seus estudos de teoria e
saxofone. Em 1960 antes de se graduar como Terceiro Sargento, solicitou sua
dispensa. Na época o comandante por muitas vezes tentou convencê-lo a ficar e
continuar sua carreira militar, no entanto, sua decisão já estava tomada.
Após sair do Exército, o músico dividiu suas tarefas musicais com outras
profissões, exercendo a contabilidade em uma multinacional durante 9 anos, na
apropriação de custos de uma renomada construtora de estradas e atuou ainda na
área farmacêutica como representante viajando por inúmeras cidades do país.
Nesta época além de tocar, o músico estava sempre presente nos eventos da
cidade, a música era unanimidade e acontecia em clubes, bailes, rádios e tudo era
completamente ao vivo! Imagina, fazer música em uma época que o cinema ainda
era mudo? Nos anos 60 existiam também as famosas casas de shows chamadas de
dancings, onde as pessoas iam para ouvir música e fazer o que o local sugeria:
Dançar! Essas boates, assim chamadas eram bem conhecidas e frequentados por
pessoas relevantes da sociedade mineira, uma das casas mais famosas foi a
Montanhês Dancings, que além de ser uma das mais importantes casas de shows da
capital tinha uma das mulheres mais conhecidas e lendária de todos os tempos e
atuava como dançarina durante o funcionamento do estabelecimento: Hilda Furacão!
Sim, ele conheceu Hilda e sempre contou ela era realmente lindíssima! Mais uma vez,
temos o maestro Dário num cenário com personalidades relevantes, que fizeram e
viraram histórias da nossa cidade!
Não bastando isso, em 1963, a orquestra foi atacada por um grupo de vândalos
que danificaram os instrumentos e agrediram os músicos, uma história que marcou
muitas pessoas e se tornou também matéria de jornal. A Big Band terminou em 1965
quando o maestro Belmiro foi transferido para Brasília para reger a banda Palácio do
Presidente, banda que na época tinha 80 músicos.
Em 12 de dezembro de 1964, Dário concluía seus estudos de Música pela
Escola de Formação para Músico Profissional (EFAP), instituição mantida na época
pela Ordem dos Músicos do Brasil.
Em 1965, foi adquirido um acervo com mais de 200 arranjos para seis
instrumentos, totalizando 1200 partituras, no entanto, para a realidade da Orquestra
eram necessárias mais de 400 partituras. As atualizações do acervo necessitavam
de constantes atualizações.
Em 1966 Dário se casou com Maria Carmen de Oliveira Moura com quem teve
3 filhas: Mara de Oliveira Moura, Lilian de Oliveira Moura e Paula de Oliveira Moura.
Em 1987 surgi a Anos Dourados Orquestra Show, fundada pelo músico, sua
irmã Inês e seu primo Vicente e contavam com um elenco com excelentes
profissionais ao estilo das big bands. O público na época de sua criação era formado
por pessoas nascidas nas décadas de 40 e 50, o repertório e o estilo das músicas
foram extraídos de músicas americanas e europeias vindas com o cinema e com as
gravações em long-playing tocadas no rádio.
Após dez anos de sua criação A Anos Dourado se tornou eclética com o
objetivo de moldar-se ao variado gosto musical de seu público. A orquestra que existe
há quase 34 anos possui um público fiel e bastante renomado e se apresentam em
eventos importantes em todo país. Com mais de 1 milhão de expectadores, mais de
1.000 apresentações em mais de 300 cidades e se apresentaram ao lado nomes da
nossa música brasileira como: Ivan Lins, Emílio Santiago (1946 – 2013), entre outros
grandes artistas e terem se apresentado em lugares importantes e históricos da
cidade como Iate Tênis Clube, Minas Tênis Clubes a orquestra é unanimidade e é
atração confirmada inúmeros eventos.
Em 1989, Maestro Dário assumiu a Banda Santa Cecília de Belo Vale, que
mantém sua atividade até os dias atuais. Localizada em sua cidade natal, a banda
tradicional na região teve outrora regentes renomados inclusive seu próprio pai.
Em 1991 o Maestro Dário foi contratado pela 3Companhia Vale do Rio Doce e
mudou-se para Carajás localizada no estado do Pará, com objetivo de fundar a escola
e orquestra para a população da cidade, além do Grupo Folclórico que em 1994, ficou
em quarto lugar no festival musical na Bélgica. Para este projeto desafiador, o músico
criou um programa para a formação dos músicos de forma profissional que foi
registrado na Ordem dos Músicos de Belém do Pará seguindo as normativas do MEC.
Após quase 10 anos morando no norte do país, no início dos anos 2000 o
músico retornou a Belo Horizonte com sua esposa e filha e para iniciar seu projeto de
ensino de música profissionalizante na cidade, a Igreja Católica João Pinheiro cede o
espaço para que mais pessoas pudessem ter acesso à educação musical. O mesmo
programa registrado em Belém, foi registrado na cidade, tendo a orientação
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Companhia Vale do rio Doce é uma mineradora multinacional brasileira e uma das maiores operadoras de logística do país
pedagógica da Ordem dos Músicos do Brasil, com o programa protocolado sob
nº1412/99 (27.01.1999) ofício 75/99 de 05/01/2000.
Para a artista, era difícil a compreensão das pessoas, que sempre achavam
que eram escolas diferentes, a falta de homogeneidade no nome não dava a entender
que todas as unidades pertenciam a um mesmo programa musical. No início o
maestro não concordou muito, acreditava que as pessoas não se acostumariam, mas
a musicistas teimosa começou a adotar o nome Curso Musical Maestro José Dário
de Moura em todo o material, inclusive nas redes sociais, o que foi muito positivo,
deixando mais claro para as pessoas que todas as unidades eram o mesmo curso e
que o aluno poderia frequentar qualquer uma delas. Ao longo dos anos, o curso
ganhou várias regiões de Belo Horizonte, tendo ainda as unidades do Barreiro, Vila
Clóris e Minas Brasil.
Para muitos o Curso foi o início para suas carreiras, ascensões acadêmicas e
realizações profissionais. Além do lado social, sua grade curricular criteriosa e a
qualidade dos profissionais, permitem que os alunos possam vivenciar de forma
intensa a música e se tornarem após a conclusão do curso de fato músicos
profissionais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mais que vivenciar a música é necessário fazer parte dela, ser dela! Maestro
José Dário de Moura não contribuiu somente com a construção musical em si da
cidade, sua contribuição foi muito mais além, formando inúmeros cidadãos, permitindo
que muitas pessoas possam experimentar a música além do ouvir, seja tocando por
bel prazer ou como projeto de vida para quem quer ser profissional.
Sua generosidade musical permite que ele passe suas experiências e todo seu
conhecimento com muito amor e respeito pela profissão que ele escolheu, ou como
ele mesmo disse, talvez a Música tenha o escolhido! Um grande entusiasta e
responsável para que muitos de seus alunos pudessem entender a capacidade e a
magia que só a Música e que continuaram a transmitir tudo que aprenderam com seu
legado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
<https://santaterezatem.com.br/2016/07/29/filarmonica-primeiro-de-maio-
lancaprimeiro-cd/ ario/o-centro-de-educacao/>. Acessado em 15/10/2021
<http://www.100anos.cefetmg.br/site/100anos/linha-tempo.htm >.
Acessado em 14/10/2021
<https://acervo.museudapessoa.org/pt/conteudo/imagem/orquestra-castilho-71890 .
Acessado em: 10/10/2021.
Os anos de 1950: Metropolização e Desordem Urbana. Curral São João Del Rey.
Desconstruindo BH, uma cidade em constante construção. Disponível em:
<http://curraldelrei.blogspot.com/2011/07/os-anos-1950-metropolizacao-e-
desordem.html>. Acessado em: 09/10/2021.
ANEXO
Arquivo pessoal
Arquivo pessoal
Imprensa
Recortes do livro: Memórias: Retratos da Banda de Música Santa Cecília de São
Gonçalo da Ponte de Belo Vale – Tarcísio Martins