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PINTO, M.I.M.; SOUZA , F. S.; ARANDA, C.S.

Sistema imunológico: Desenvolvimento e aquisição da


competência imunológica. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v. 97, p. 59-66, 9 nov. 2020. Disponível em:
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0021755720302230?via%3Dihub. Acesso em: 7 out.
2021.

OBJ 1. ONTOGENIA DO SISTEMA IMUNOLÓGICO


O sistema imunológico está em constante desenvolvimento desde a concepção, assim como no período neonatal e nos primeiros anos de vida.
Esse é um processo contínuo em que tanto sua construção acelerada, quanto retardada podem prejudicar o indivíduo.

O feto e o recém-nascido enfrentam um conjunto complexo de demandas imunológicas, incluindo proteção contra infecção, prevenção de
respostas imunitárias inflamatórias e prejudiciais que podem levar ao parto prematuro e equilibrar a transição de um ambiente intrauterino
protegido para um mundo rico em antígenos estranhos.

Há até bem pouco tempo se pensava que o ambiente intrauterino era completamente estéril. Estudos recentes contestaram esse conceito, pois
descreveram uma biomassa microbiana muito pequena no tecido placentário, em sangue do cordão umbilical e mecônio.

Entretanto, é após o nascimento que o sistema imunológico precisa atuar mais intensamente frente à exposição aos diferentes microrganismos.
A reduzida memória imunológica e o fato de ter um sistema imunológico em desenvolvimento aumenta a vulnerabilidade do neonato a agentes
infecciosos. Nesse sentido, a imunidade inata tem papel primordial nos primeiros anos de vida, pois a resposta adaptativa está em processo de
maturação, o que só se completa após a primeira década.

O conhecimento das várias etapas do desenvolvimento do sistema imunológico é essencial tanto para a compreensão do maior risco de infecções
e de suas complicações na faixa etária pediátrica quanto da suspeição de defeitos na competência imunológica.

CARVALHO, A. P.; FARIA, S. M. Vacinação da criança e adolescente. Residência Pediátrica, Brasil, v. 4, n. 3,


p. 10-22, 2014. Disponível em:
https://cdn.publisher.gn1.link/residenciapediatrica.com.br/pdf/v4n3s1a02.pdf. Acesso em: 6 out. 2021.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Calendário de Vacinação da SBP 2021. 9. ed. Brasil: SBP, 2021. 1-5
p. Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/23107b-DocCient-
Calendario_Vacinacao_2021.pdf. Acesso em: 6 out. 2021.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES. Calendário de Vacinação 2021-2022: Do Nascimento Aos 19


Anos. Brasil: SBIM, 2021. 1 p. Disponível em: https://sbim.org.br/images/calendarios/calend-pg-crianca-
adolesc-0-19.pdf. Acesso em: 6 out. 2021.

MINISTÉRIO DA SAÚDE (Brasil). Calendário de Vacinação de Criança. Brasil: Ministério da Saúde, 2020. 1-2
p. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/media/pdf/2021/junho/09/calendario-de-vacinacao-
2020_crianca.pdf. Acesso em: 6 out. 2021.

OBJ 2. CALENDÁRIO
A vacinação de crianças e adolescentes é uma estratégia de saúde extremamente importante na prevenção de doenças. As recomendações das
práticas de imunizações devem ser baseadas em evidências científicas atualizadas, nas características das vacinas, epidemiologia das doenças
específicas e características do hospedeiro. É atribuição do pediatra, nas consultas de puericultura, checar o status vacinal da criança e do
adolescente e recomendar vacinas aos mesmos. Os calendários de imunizações e as orientações do Ministério da Saúde do Brasil devem ser
consultados constantemente, uma vez que novas vacinas são frequentemente incorporadas, podendo, também, ocorrer alteração nas
recomendações para utilização de vacinas que já fazem parte da rotina.

Ao se estabelecer um novo calendário vacinal, é necessário considerar características individuais e sociais, o perfil epidemiológico das doenças e
as condições de infraestrutura disponíveis. Assim, o calendário de vacinas infantis pode variar em algumas regiões, a depender de
circunstâncias como os vírus são prevalentes na localidade .

Os pais e cuidadores devem ser informados detalhadamente a respeito dos benefícios da vacinação na prevenção de doenças, não somente para a
sua criança ou adolescente, como também para a população como um todo, considerando que deixar de vacinar pode colocar toda uma
coletividade em risco. Por isso, o ato de vacinar constitui-se numa responsabilidade social de proteção coletiva, e sua negativa deve ser
considerada como negligência.

Recomendam-se as seguintes fontes para informações dos calendários de vacinação no Brasil: Programa Nacional de Imunizações - PNI, do
Ministério da Saúde do Brasil2,3, Sociedade Brasileira de Pediatria - SBP4 e Associação Brasileira de Imunizações – SBIm

OBJ 3. HEPATITE B
VACINA HEPATITE B
Uma infecção grave do fígado causada pelo vírus da hepatite B.

Constituição: antígeno de superfície do vírus da hepatite B (HbsAg), obtido por engenharia genética, purificado e
associado ao adjuvante hidróxido de alumínio.

Esquema vacinal: a partir do nascimento, preferencialmente nas primeiras 12 horas de vida. O esquema habitual de
vacinação para imunocompetentes consiste em três doses, com intervalo de um mês entre a primeira e a segunda
dose e seis meses entre a primeira e terceira dose (0,1 e 6 meses). Nos prematuros menores de 33 semanas de
gestação ou em recém-nascidos a termo com peso abaixo de 2.000 g, recomenda-se administrar quatro doses, zero,
1, 2 e 6 meses de vida. Em casos de crianças filhas de mães HbsAg positivas, é necessária a utilização de
imunoglobulina humana específica (IGHB - 0,5 ml) nas primeiras 12 horas de vida, além da vacina contra a hepatite
B, para a prevenção da transmissão vertical.

O atual calendário de vacinação do Ministério da Saúde do Brasil recomenda quatro doses da vacina. Ao
nascimento, o recém-nascido recebe a vacina hepatite B isolada e, aos 2, 4 e 6 meses de idade a vacina combinada
penta (contra difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenzae tipo b e hepatite B).

Este esquema tem como objetivo reduzir o número de injeções no primeiro ano de vida. A vacina da hepatite B
permanece disponível nos postos de saúde para aplicação em qualquer momento na infância e adolescência, caso
não tenha sido administrada de acordo com esquema padrão.

As crianças que receberem as vacinas em clínicas privadas, seguindo o calendário da SBP, podem manter o esquema
de três doses de hepatite B (a primeira dose ao nascer, sendo a segunda e terceira dose aos 2 e 6 meses com as
vacinas combinadas acelulares - DTPa/IPV/Hib/HB.

Crianças e adolescentes não vacinados em um dos esquemas anteriores devem receber três doses da vacina nos
momentos zero, um mês após e seis meses após a primeira dose. A SBP orienta que se a vacinação for iniciada com
12 meses de idade ou mais, na primeira e última dose, pode-se utilizar a vacina combinada de hepatite A e B.
Salienta-se que esta vacina combinada não está incluída no calendário do MS.

Via e dose: intramuscular, 0,5 mL. Em crianças menores de 2 anos de idade, utilizar o músculo vasto lateral da coxa
e, acima de 2 anos, o músculo deltoide. Excepcionalmente, pode-se utilizar a via subcutânea, em pacientes que
apresentam discrasias sanguíneas.

Eficácia: Em geral, três doses da vacina induzem títulos protetores de anticorpos (anti-HBs ≥ 10 UI/ml) em mais de
95% dos lactentes, crianças e adolescentes.

Contraindicações: reação anafilática prévia a qualquer componente da vacina e púrpura trombocitopênica pós-
vacinal.

Eventos adversos: manifestações locais como dor, enduração e rubor podem ocorrer no local da injeção. Dentre as
manifestações sistêmicas citam-se febre (1-6%), fadiga, tontura, cefaleia, irritabilidade e desconforto gastrointestinal
leve (1-20%). A púrpura trombocitopênica idiopática (PTI) após a vacina HepB é um evento raro, cuja relação causal é
difícil de ser comprovada. O tempo de latência entre o aparecimento dos sintomas que geralmente é de alguns dias
até dois meses, sugere esta relação.

PITREZ, P. M. C.; PITREZ, J. L. B. Infecções agudas das vias aéreas superiores: diagnóstico e tratamento
ambulatorial. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v. 79, p. 77-86, 2003. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/jped/a/t4PwTqYsTnhKQWfnhYpMj7z/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 6 out. 2021.

DEPARTAMENTOS CIENTÍFICOS SPSP (São Paulo); DEPARTAMENTO DE OTORRINOLARINGOLOGIA (São


Paulo). Infecções de vias áreas superiores nas creches e escolas. São Paulo: Sociedade de Pediatria de
São Paulo, 2020. v. 92. Disponível em:
https://www.spsp.org.br/site/asp/recomendacoes/Rec92_Otorrinolaringologia.pdf. Acesso em: 6 out. 2021.
OBJ 4. CONCEITO DE IVAS
A infecção de vias áreas superiores, é uma infecção que surge na região superior do trato respiratório, atingindo por exemplo narinas e garganta.
Geralmente, este tipo de infecção é provocado por vírus, bactérias ou fungos, de diversos tipos, provocando sintomas como coriza, espirros,
tosse, febre ou dor de garganta, por exemplo.

As infecções das vias aéreas superiores (IVAS) são um dos problemas mais comuns encontrados em serviços de atendimento médico pediátricos,
são a causa mais comum de crianças atendidas por infecção respiratória aguda.

As crianças que frequentam creches (abaixo dos cinco anos) merecem atenção especial, pois estão em contato direto com sete ou mais crianças
por dia numa fase de imaturidade imunológica.

Estima-se que menores de 5 anos tenham de 4 a 8 infecções/ano. Esse número é ainda maior no caso de crianças que permanecem em creches –
dez infecções/ano.

Em crianças saudáveis, espera-se que episódios de IVAS ocorram nos primeiros seis meses de exposição ao novo ambiente.

A criança alérgica aumenta a chance desta recorrência, pois a produção aumentada de muco nas vias respiratórias serve de meio de cultura para
vários agentes infecciosos.

JANSEN, F. B. et al. Métodos de Avaliação do Desenvolvimento Infantil. In: MADASCHI, V. et


al. Desenvolvimento infantil e intervenção precoce. 1. ed. Santa Catarina: Instituto Inclusão Eficiente,
2020. v. 1, cap. 5, p. 74-84. E-book (197 p.).

MACIEL, M. R. et al. A infância em Piaget e o infantil em Freud: temporalidades e moralidades em


questão. Psicologia Escolar e Educacional, São Paulo, v. 20, n. 2, p. 329-337, 2016. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/pee/a/r7JCHxxvLwQdLv9Lkx4tFTg/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 5 out. 2021.

OBJ 5. PIAGET
A infância é a fase da vida que requer maior atenção nos aspectos emocional, pedagógico e de saúde, visto que, como desenvolvimento
adequado nessa idade, a criança terá maiores chances de progressão no futuro.
A avaliação do desenvolvimento infantil é uma etapa essencial para uma visão integral do estado de saúde de uma criança. 2 O conhecimento do
padrão normal de crescimento e de desenvolvimento esperados para a criança em cada etapa de sua vida é de suma importância para a prevenção
e detecção precoce de quadros patológicos.3
Para isso, deve-se ter em mente o conceito claro de desenvolvimento infantil, que não é tão simples de ser traçado, uma vez que varia de acordo
com o referencial teórico e os aspectos que se queira abordar.
Piaget:
Segundo Piaget, a criança se adapta ao mundo de forma cada vez mais satisfatória. O processo de adaptação ocorre por meio de sub processos:
esquemas (ações mentais ou físicas), assimilação (absorver algum evento ou experiência em algum esquema), acomodação (modificar o
esquema a partir das novas informações absorvidas pela assimilação) e equilibração (criança luta por coerência tentando entender o mundo em
sua totalidade.

Propõe quatro estágios ou períodos do desenvolvimento da criança: os estágios sensório-motor (0 a 2 anos), pré-operatório (2 a 7 anos),
operatório concreto (7 a 11 anos) e operatório formal (12 em diante).

Sensório-motor (0 a 2 anos): Nesse período o bebê realiza o processo adaptativo básico de tentar compreender o mundo que o cerca. Assimila
informações limitando-se em séries de esquemas sensório-motores e se acomoda baseando em suas experiências. Para Piaget, esse é o ponto de
partida do desenvolvimento da criança. Podemos exemplificar essa etapa como o desenvolvimento das coordenações motoras, a criança aprende
a diferenciar os objetos do próprio corpo e os pensamentos das crianças está vinculado ao concreto. Vai aprimorando as habilidades de acordo
com o que lhe é oferecido e maturação do sistema nervoso central.

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