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TRANSPORTE DE FLUIDOS
TRANSPORTE DE FLUIDOS
1ª EDIÇÃO:
HELENA TEIXEIRA AVELINO
1999
2ª EDIÇÃO:
HELENA TEIXEIRA AVELINO
JAIME FILIPE BORGES PUNA
ANTÓNIO CARLOS COENTRO
2003
INDICE
1. Introdução 1
1.1 Classificação dos fluidos 2
1.2 Fluido em movimento 5
1.3 Fluido estática 7
1.4 Manómetros 8
2. Mecanismo do fluxo de fluidos 11
2.1 Distribuição de velocidades 12
2.2 Noção de viscosidade e massa volúmica 14
3. Princípio da conservação de energia
3.1 Teorema de Bernouilli 17
3.2 Equação da continuidade 22
3.3 Tubagens, tubos e acessórios 24
4. Perdas de pressão no fluxo de fluidos em tubagens 29
4.1 Cálculo das perdas por fricção em tubagens 32
5. O efeito do choque hidráulico 41
6. Número de Karman 42
7. Diâmetro mínimo de uma tubagem 43
8. Previsão da perda de carga 44
9. Medidores de caudais 45
9.1 Medidores de carga variável 46
9.1.1 Medidor de orifício 48
9.1.2 Embocadura 51
9.1.3 Medidor de Venturi 52
9.1.4 Tubo de Pitot 53
9.2 Medidores de área variável
9.2.1 Rotâmetros 54
9.3 Outros medidores de caudal e de velocidades locais 55
PROBLEMAS 67
CAPÍTULO II – BOMBAS
1. Introdução 73
1.1 Balanços de massa/balanços de energia 73
1.2 Tipos de bombas 74
1.2.1. Bombas de deslocamento positivo 76
1.2.2. Bombas centrífugas 80
1.3 Escolha da bomba centrífuga 83
2. Dimensionamento de uma bomba centrífuga 85
3. Cavitação 90
4. Curvas características das bombas centrífugas 95
5. Leis de semelhança entre bombas centrífugas 97
5.1 Efeito da variação da velocidade do rotor com diâmetro constante 98
5.3 Efeito da variação do diâmetro do rotor com velocidade de rotação do
rotor constante 98
6. Ponto de funcionamento 99
7. Associação de bombas 101
PROBLEMAS 103
1. Introdução 111
2. Classificação dos compressores 112
3. Ciclos de compressão 115
3.1 Compressão isotérmica 115
3.2 Compressão adiabática ou isentrópica 116
3.3 Compressão politrópica 116
4. Teoria da compressão
4.1 Energia Interna 118
4.2 1ª Lei da Termodinâmica 118
4.3 2ª Lei da Termodinâmica 120
4.4Trabalho teórico 122
4.4.1 – Processo isotérmico 122
4.4.2 – Processo isentrópico 123
4.4.3 – Processo politrópico 128
4.4.4 – Gás real 129
5. Cargas de velocidade 130
6. Potência e eficiência dos compressores 132
6.1 Eficiência de compressores alternativos 133
6.2 Eficiência de compressores centrífugos 136
7. O aumento da temperatura durante a conversão 139
8. Diâmetro do rotor e velocidade 139
9. Compressores multi-andares 140
PROBLEMAS 145
BIBLIOGRAFIA 151
Mecânica de Fluidos 1
1. INTRODUÇÃO:
Neste capitulo irá estudar-se uma das operações unitárias mais importantes em
Engenharia Química - O Transporte de Fluidos.
A importância desta operação unitária está associada ao facto de o manuseamento
de líquidos ser muito mais simples e económico do que o manuseamento de sólidos.
Assim o engenheiro químico tende, sempre que lhe seja possível, a movimentar
todas as substâncias na forma de líquidos, suspensões ou soluções.
Principalmente nas industrias transformadoras, ocorre com muita frequência o facto
de os fluidos necessitarem de ser bombeados a longas distâncias entre as unidades
2 Transporte de Fluidos
Um fluido pode definir-se como uma substância que não resiste permanentemente a
uma distorção.
Ao pretender modificar-se a forma de uma massa de fluido, observa-se que as
camadas do mesmo se deslocam umas em relação às outras, até que se alcance
uma nova forma. Durante este processo ocorrem tensões tangenciais (esforços de
corte) que dependem da viscosidade e da velocidade de fluxo do fluido. Um fluido
em equilíbrio está completamente livre de esforços cortantes.
¾ Incompressíveis
Se o volume de um elemento de fluido é independente da sua pressão e
temperatura. Ex.: Líquidos. Para pequenas variações de pressão, podem-se
considerar incompressíveis.
¾ Compressíveis
Se o volume de um elemento de fluido varia com a sua pressão e temperatura. Ex.:
Gases
a - Peso do fluido;
b - Forças de contacto que actuam sobre a superfície que limita o volume ocupado
pela massa de fluido.
Num fluido em repouso não existem tensões tangenciais e de acordo com a lei de
Pascal a pressão num ponto é igual em todas as direcções. Nos fluidos em
movimento, em que se manifeste a acção da viscosidade desenvolvem-se tensões
tangenciais ou esforços de corte.
4 Transporte de Fluidos
Considere-se então:
Ry - esforço de corte
dv
- velocidade de corte
dy
dv
Ry = µ. (1.1)
dy
dv
Ry = - µ. (1.2)
dy
Quando um fluido circula numa tubagem, a sua velocidade pode ser medida numa
direcção perpendicular à corrente. A variação de velocidade pode ser indicada pelo
uso de linhas de corrente de acordo com:
6 Transporte de Fluidos
Figura 4: Linhas de corrente e distribuição de velocidades num fluido em regime laminar e turbulento.
Mecânica de Fluidos 7
Num tubo de secção S as forças de pressão que actuam num fluido de massa
volúmica, ρ, às diferentes alturas Xn são as seguintes:
P1=F/S
P2 = P1 + h1 ρ g/gc
P3 = P2 + (h2-h1) ρ g/gc
1.4. Manómetros:
⇒ Manómetro em U:
g
∆P = R.(ρ(líquido manométrico) - ρ(fluido)). (1.3)
gc
Figura 6: Esquema de um manómetro em U com líquido manométrico B instalado numa tubagem onde se escoa
um fluido A.
Mecânica de Fluidos 9
⇒ Manómetro diferencial:
g
∆P = R.( ρC - ρA ). (1.4)
gc
Figura 7: Esquema de um manómetro diferencial com líquido manométrico C e líquido diferencial B, instalado
numa tubagem onde se escoa um fluido A.
⇒ Manómetro inclinado:
g
∆P = R.senα.(ρA - ρB ). (1.5)
gc
Figura 8: Esquema de um manómetro inclinado com um ângulo α e com um líquido manométrico A, instalado
numa tubagem onde se escoa um fluido B.
Reynolds verificou que quando a velocidade da água era baixa, permanecia um filme
corado uniforme ao longo do tubo. Aumentando a velocidade da água concluiu que
para determinado valor de velocidade, o filme corado desaparecia tingindo-se a
água uniformemente.
onde:
v - velocidade média de circulação do fluido
ρ - massa específica do fluido
µ - viscosidade do fluido
Di - diâmetro interno da tubagem
ρ .v.Di
Re =
µ (1.6)
v
Figura 10: Gráfico em função da distância do centro às paredes de uma tubagem, para um fluido nos
v máx.
vários regimes.
A – Regime de Transição;
B - Regime Turbulento;
C - Regime Laminar - Perfil Parabólico.
Existem gráficos que relacionam v com a vmáx, podendo sob determinadas condições
conhecer-se v a partir de vmáx.
v
Figura 11: Gráfico que relaciona com o n.º de Reynolds.
v máx.
A viscosidade (µ) é uma propriedade física que é definida como sendo a resistência
de um fluido ao seu escoamento uniforme.
Considere-se duas camadas paralelas de fluido separadas de L cm, onde cada uma
2
delas possui uma área de A cm .
Mecânica de Fluidos 15
Seja F a força em dines necessária para manter a placa inferior com uma velocidade
v em relação à placa superior.
A
F = µ.v.
L
DINÂMICA
VISCOSIDADE
CINEMÁTICA
m
ρ= (1.10)
V
onde (m) é a massa de fluido e (V) o volume de fluido ocupado por (m).
onde (n) é o n.º moles de fluido e (M) a massa molar desse fluido.
onde (R) é a constante dos gases perfeitos, (P) a pressão absoluta do gás e (T) a
temperatura absoluta desse gás.
Combinando (1.11) e (1.12) com (1.10), vem:
n.M
ρ= (1.13)
n.R.T
P
simplificando e obtendo a expressão final, que permite determinar a massa volúmica
de um fluido gasoso a qualquer pressão e a qualquer temperatura, vem:
P.M
ρ= (1.14)
R.T
UNIDADES:
Sistema de
ρ µ ν
unidades
S.I. Kg.m-3 Kg.m-1.s-1 m2.s-1
c.g.s. g.cm-3 g.cm-1.s-1 ≡ Poise (P) cm2.s-1 ≡ Stoke (Sk)
Sistema Inglês lb.ft-3 lb.ft-1.s-1 ft2.s-1
Tabela 1: Sistemas de unidades para ρ, µ e ν.
Mecânica de Fluidos 17
∆U = Q + W (1.15)
Figura 13: Figura que representa o escoamento genérico de um fluido entre dois pontos quaisquer.
MN – Plano horizontal.
Mecânica de Fluidos 19
g
Epotencial = m.XA. (1.17)
gc
em que:
X = altura do fluido em relação a um referencial previamente estabelecido,
v 2A
Ecinética = m. (1.18)
2.g c
em que:
v = velocidade do fluido,
m.PA .VA .g
Epressão = (1.19)
gc
em que:
V = volume específico, P = pressão absoluta do fluido,
g
m.F. = perdas de energia por fricção no sistema,
gc
g
m.W. = energia fornecida ao sistema por meio de um equipamento mecânico,
gc
tem-se,
g v2 m.PA .VA .g g g g v 2B
m.XA. + m. A + - m.F. + m.W. = m.XB. + m. +
gc 2.g c gc gc gc gc 2.g c
m.PB .VB .g
(1.20)
gc
20 Transporte de Fluidos
v 2A v 2B
XA + + PA.VA – F + W = XB + + PB.VB (1.21)
2.g c 2.g c
v2
X = altura potencial = altura cinética
2.g c
m
P.V = altura estática = P. F = perdas de carga
ρ
v 2A P v 2B P
XA + + A - F + W = XB + + B
2.g c ρ 2.g c ρ (1.22)
v 2 L2 .θ -2 P M.L-2
[X] ≡ L ≡ ≡L ρ ≡ ≡L
g
c L.θ -2
M.L
-3
[F] ≡ L [W] ≡ L
Sistema de Sistema Europeu de Sistema Inglês de
S.I.
unidades Engenharia Engenharia
X m m ft
v m.s-1 m.s-1 ft.s-1
P N.m-2 ≡ Pa kgf.m-2 lbf.m-2
ρ kg.m-3 kg.m-3 lb.ft-3
F m m ft
W m m ft
Tabela 2: Sistemas de unidades para os vários termos da equação de Bernouilli.
¾ É importante notar que a equação de Bernouilli tal como está descrita em (1.22),
a pressão absoluta do fluido tem de vir necessariamente expressa em unidades do
Sistema Europeu de Engenharia ou, no Sistema Inglês de Engenharia ou, em PSI
(lbf.in-2) ou, nos respectivos submúltiplos. Não poderá ser expressa nem em
unidades do Sistema Internacional nem em unidades derivadas como atmosfera,
bar, mm Hg, Torr, etc. .
v 2A P v 2B P
XA + + A - F + W = XB + + B
2.g c ρ .g 2.g c ρ .g (1.23)
Seja:
Ai = área interna da secção normal
ao fluxo;
v = velocidade de fluxo do fluido
ρ = massa volúmica do fluido
Figura 14 : Tubo de escoamento de um fluido
Define-se então:
Caudal mássico (Qm): Massa de fluido transportada (m) por unidade de tempo (t):
m
Qm = (1.24)
t
Caudal molar (QM): N.º moles de fluido (n) transportado por unidade de tempo (t):
n
QM = (1.25)
t
Caudal volumétrico (Qv): Volume de fluido (V) transportado por unidade de tempo
(t):
V
Qv = (1.26)
t
Qv = v.Ai (1.27)
Mecânica de Fluidos 23
Qm ρ .v.A i
QM = = (1.29)
M M
Tubagens e tubos:
• Vidro;
• Concreto;
• Ferro fundido, galvanizado;
• aço comercial, aço inox, aço rebitado;
• plásticos (PVC);
• madeira, etc. ;
a) Tubagens
Figura 15: Vista frontal de várias tubagens com o mesmo diâmetro nominal, para vários catálogos.
Como se pode constatar pela figura 15, tubagens com o mesmo diâmetro nominal
possuem o mesmo diâmetro externo, mas possuem espessuras de parede
diferentes, o que implica, necessariamente, diâmetros internos diferentes. Esta
situação permite a utilização indiscriminada dos diferentes tipos de acessórios
standardizados disponíveis no mercado.
A espessura da parede de uma tubagem é indicada pelo seu n.º de catálogo
(schedule number):
P
Sch. number = 1000. (1.32)
S
5,10, 20, 30, 40, 60, 80, 100, 120, 140 e 160.
Para aço comercial, não existe Schedule 5. Os tubos de aço inoxidável existentes no
mercado são Schedule 5, 10, 40 e 80.
b) Tubos
Acessórios de tubagens:
Válvulas:
O tipo de concepção de uma válvula determina a sua aplicação. Uma vez que uma
descrição exaustiva deste tipo de equipamento sai fora do âmbito da cadeira far-se-á
apenas uma breve referência às válvulas de comporta e de globo.
a) Válvula de comporta:
Constituída por um disco posicionado na direcção perpendicular ao fluxo. É
fundamentalmente utilizada para interrupção do fluxo.
b) Válvula globo:
O fluido passa através de uma abertura cuja área é controlada por um disco
posicionado numa direcção paralela ao fluxo. Muito utilizada para controle do caudal.
- Laminar ou viscoso;
- Turbulento.
32.L.v.µ
∆P = (1.33)
g.D i2
onde:
L – comprimento da tubagem;
v – velocidade média do fluido;
µ - viscosidade dinâmica do fluido;
Di – diâmetro interno da tubagem.
Assim a perda de pressão por fricção de um fluido que se move ao longo de uma
tubagem, representa um caso especial da lei geral da resistência entre um sólido e
um fluido em movimento relativo. De acordo com esta lei verificou-se
experimentalmente que, a força resistente total ao fluxo do fluido depende
unicamente de;
Desta forma resulta a conveniência prática de que entre outras variáveis a força
resistente total é uma função do número de Reynolds o que simplifica a solução do
problema.
De acordo com o que foi discutido, as perdas de energia por unidade de peso de
fluido devidas a fricção, termo F da equação de Bernoulli, deverão ser determinadas
a partir do regime de fluxo do fluido e das suas propriedades físicas. Essas perdas
de energia por unidade de peso devidas a fricção, são vulgarmente conhecidas por
perdas de carga:
F = Σ∆H (1.34)
P + ∆Pf
τ
Figura 19: Perda de carga num tubo cilíndrico.
A força (F) exercida pelo fluido sobre toda a superfície transversal interna da
tubagem (Ai) é dada por:
D i2
F = ∆Pf.Ai = ∆Pf.π. .g (1.35)
4
onde ∆Pf corresponde à perda de pressão do fluido por fricção, isto é, devido ao
atrito. ∆Pf é expresso em unidades dos sistemas de engenharia (europeu ou inglês).
Esta perda de pressão do fluido por fricção corresponderá a uma perda de carga por
atrito, a qual dependerá de um factor de atrito, resultante da existência de fricção
entre o fluido e as paredes da tubagem. Fanning definiu factor de atrito como sendo
a razão da tensão de corte (τ) pela energia cinética do fluido, calculada com base na
velocidade média deste, ou seja,
ρ .v 2
τ = f. (1.36)
2
em que f é o factor de atrito de Fanning. Por sua vez, a força associada à tensão de
corte do fluido é dada por τ.π.Di.L . Ora, pela lei do equilíbrio do sistema de forças
existente, equilibrando esta força com a força (F) da expressão (1.35), vem:
D i2
τ.π.Di.L = ∆Pf.π. .g (1.37)
4
34 Transporte de Fluidos
ou seja,
L.ρ .v 2
∆Pf = 2.f. (1.38)
g.D i
∆Pf
∆Hf = (1.39)
ρ
2.f.v 2 .L
∆Hf = (1.40)
g.D i
onde:
∆HF – Perdas de carga por atrito ou fricção;
Di – Diâmetro interno da tubagem;
v – Velocidade média do fluido;
L – Comprimento da tubagem;
f – Factor de atrito de Fanning (adimensional).
32.L.v.µ
∆Hf = (1.41)
g.ρ .Di 2
em que:
∆Hf – perda de carga
L - comprimento da tubagem
v - velocidade média de circulação do fluido
Di - Diâmetro interno da tubagem
ρ - Massa volúmica do fluido
µ - Viscosidade dinâmica do fluido
32. L. v. µ f . 2 L. v 2
=
ρ. g. D2 g. D
(1.42)
16
f= (1.43)
Re
A equação de Fanning tanto pode ser usada para regime laminar como turbulento.
36 Transporte de Fluidos
1 ε 2,51
= -2.log10 + (1.44)
f 3,7.D Re. f
que prevê factores de atrito na gama 3500 ≤ Re ≤ 108 e 0 ≤ ε/D ≤ 0,05. A tabela 4
indica valores de rugosidade absoluta (ε) para vários materiais de tubagem.
1
Jerónimo, Prof. Manuel, “Curso de Transporte de Fluidos em Tubagens”, CENERTEC, Porto, 2001.
38 Transporte de Fluidos
∆Ha =
(v 1 - v 2 )2 (1.45)
2.g c
A perda de carga num acidente deste tipo pode ser expressa por:
∆Hc =
(v1 - v 2 )2 .K (1.46)
2.g c
onde, com base na figura 21, v1 é a velocidade média do fluido antes da contracção
da tubagem e v2 após a contracção da tubagem, em que a área interna Ai2 < Ai1.
Mecânica de Fluidos 39
área menor
Figura 22: Gráfico K em função do quociente de áreas .
área maior
A perda de carga introduzida pelos acessórios instalados nas tubagens deve ser
expressa como um comprimento de tubo rectilíneo com a mesma resistência. Este
comprimento é designado por comprimento equivalente. Usualmente não se
expressa em metros de tubagem, mas como um certo n.º de diâmetros de tubagem.
Num sistema que apresente acessórios e para o qual haja que calcular a perda de
carga por atrito, a tubagem rectilínea mede-se entre o espaço ocupado pelos
acessórios. A esta distância, comprimento físico, real, adiciona-se o comprimento
equivalente dos acessórios que existem no sistema. O comprimento resultante
chamado comprimento total é o valor de L que se utiliza na equação de Fanning.
Considere-se o seguinte exemplo, que serve como caso geral:
Figura 23: Esquema de uma tubagem com troços rectos L1 e L2 e um acessório (Leq.)
40 Transporte de Fluidos
Leq.
Leq.(acessório) = .Di (1.47)
Di
Leq.
O quociente representa o comprimento equivalente de um acessório por
Di
unidade de diâmetro de tubagem. Basta multiplicar este quociente pelo diâmetro
interno da tubagem para se obter o comprimento equivalente absoluto desse mesmo
Leq.
acessório. A tabela 5 apresenta, para vários acessórios, o respectivo .
Di
PERDAS DE CARGA PROVOCADAS PELA INTRODUÇÃO DE ACESSÓRIOS:
ACESSÓRIO Leq./Di
Joelhos 15
Cotovelos a 90º, raio normal 32
Cotovelos a 90º, raio médio 26
Cotovelos a 90º, grande curvatura 20
Cotovelos a 90º, em esquadria 60
Curvas de retorno de 180º, fechadas 75
Curvas de retorno de 180º, raio médio 50
Tês (utilizados como cotovelos, com entrada pelo centro) 60
Tês (utilizados como cotovelos, entrada lateral) 90
Acoplamentos Desprezável
Uniões Desprezável
Válvulas de comporta, 100% abertas 7
Válvulas de assento esférico, 100% abertas 300
Válvulas de ângulo, 100% abertas 170
Contadores de água, de disco 400
Contadores de água, de pistão 600
Contadores de água, de rodete 300
Leq.
Tabela 5: para vários acessórios de tubagem.
Di
Mecânica de Fluidos 41
O comprimento equivalente total de uma tubagem será igual à soma dos vários
troços rectos da tubagem com os vários comprimentos equivalentes dos diversos
acessórios.
Na prática, a perda de carga por atrito (∆Hf) e a perda de carga por introdução de
acessórios (∆Hv) são expressas numa só, que é designada por perda de carga por
atrito com introdução de acesórios (∆Hf):
2.f.v 2 .Leq.T
∆Hf = (1.49)
g.D i
que não é mais do que a equação de Fanning aplicada a tubagens com acessórios.
Deste modo, uma variação de velocidade súbita de 1m/s de água, produz uma
sobrepressão de 10 bar. Por este facto, deve-se limitar a velocidade de circulação
dos fluidos, sempre que houver possibilidades de alterações rápidas desta grandeza
e/ou usar dispositivos de protecção que amorteçam as ondas de choque geradas.
6. NÚMERO DE KÁRMAN:
Define-se o n.º de Karman como sendo o produto do n.º de Reynolds pela raiz
quadrada do factor de atrito de Fanning:
Λ = Re. f (1.52)
onde:
Λ - Nº Karman;
Re – Nº Reynolds;
f – Factor de atrito de Fanning
simplificando, vem:
ρ .D i g.D i .∆H f
Λ= . (1.54)
µ 2.Leq.T
Mecânica de Fluidos 43
Definindo um procedimento de cálculo para este tipo de problema, este poderá ser o
que a seguir se descreve:
π .D i2 4.Qv
Qv = v.Ai = v. ⇔ v= (1.55)
4 π .D i2
2 2
∆HF = 2.f.v .Leq.T = 32.f.Qv .Leq.T (1.56)
g.D i π 2 .g.D 5i
vem:
44 Transporte de Fluidos
32.f.Qv 2 .Leq.T
Di(min.) = 5 (1.57)
π 2 .g.∆H f
Ora, definindo um procedimento de cálculo para este tipo de problema, este poderá
ser o que a seguir se descreve:
Método Iterativo:
Leq.
L
(
= 1 + 2,18. D + 0,216. .Fc ) (1.58)
Fc = 1 e
Leq.
L
(
= 1 + 2,18. 0,1 + 0,216. .1 = 1,9 )
9. MEDIDORES DE CAUDAIS:
2
Brown, G. G. , “Operaciones Básicas de la Ingeniería Química”, Editorial Marín, 1965.
46 Transporte de Fluidos
De carga variável
MEDIDORES
DE CAUDAL
{ De área variável
v 2A PA v 2B P
XA + + - F + W = XB + + B (1.59)
2.g c ρ 2.g c ρ
v 2A P v 2B P
+ A = + B (1.60)
2.g c ρ 2.g c ρ
PA - PB
v 2B - v 2A = 2.g c . (1.61)
ρ
PA - PB ∆P
ρ = ρ = ∆H (1.62)
vem:
PA - PB ∆P
ρ .g = ρ .g = ∆H (1.64)
Um medidor de orifício é constituído por uma placa plana que contém um orifício
concêntrico através do qual passa o fluido. Esse orifício situa-se no eixo da
tubagem, o que implica uma redução significativa do diâmetro desta e posterior
alargamento significativo. O medidor deve ser normalizado.
em que:
vo - velocidade do fluido no orifício do medidor;
vA – velocidade do fluido num ponto da tubagem a montante do estrangulamento;
∆Po
∆Ho – perda de carga do fluido no medidor de orifício = e ∆Po é a diferença de
ρ
pressão do fluido no medidor de orifício, que é determinada pela equação do
respectivo manómetro, acoplado no medidor [ver expressões (1.3), (1.4) e (1.5)].
do
Co = f(Reo, )
Di
A desvantagem mais grave do medidor é que a maior parte da perda de pressão não
é recuperável. Normalmente apenas se consegue recuperar, como energia de
pressão, cerca de 5 a 10% da energia cinética em excesso. A perda de carga
50 Transporte de Fluidos
2.g.∆H o
Qv =Co. (1.66)
1 1
2 - 2
A o Ai A
9.1.2. Embocadura:
2.g.∆H E
Qv =CE. (1.67)
1 1
2 - 2
A E Ai A
52 Transporte de Fluidos
onde:
AE - área do estrangulamento da embocadura;
CE - coeficiente de descarga da embocadura = 0,99;
∆HE - perda de carga na embocadura;
AiA – área interna da tubagem.
Cv varia entre 0,9 e 0,99 para fluxo turbulento. Como valor médio típico = 0,98.
Para regime laminar, os coeficientes são muitíssimos baixos. A equação deste
medidor é a seguinte:
2.g.∆Hv
Qv =Cv. (1.68)
1 1
2 - 2
A v Ai A
onde:
Av - área do estrangulamento (garganta) do Venturi;
Cv - coeficiente de descarga do Venturi = 0,98;
Mecânica de Fluidos 53
O Tubo de Pitot serve somente para determinar velocidade local do fluido; por isso
só pode usar-se para explorar os gradientes de velocidades locais numa secção do
tubo pela qual circula o fluido.
Os valores obtidos para as velocidades locais em vários pontos de um diâmetro da
tubagem, constituem os valores precisos para o cálculo da velocidade média do
fluxo, baseada, na área total da secção transversal da tubagem. Só quando se
conhece de antemão a distribuição de velocidades na secção, é que se pode
calcular o caudal a partir só de uma leitura.
v 2max
∆HP = (1.69)
2.g c
logo, vmáx. ≅ vA e,
vA = C. 2.g.∆H P (1.70)
54 Transporte de Fluidos
onde:
∆HP – Perda de carga no Tubo de Pitot;
C – Coeficiente de descarga no tubo de Pitot = 0,98;
vA – Velocidade local do fluido na tubagem.
Qv = vA.Ai (1.71)
9.2.1. Rotâmetros:
A bóia toma uma posição de equilíbrio no tubo, de maneira que a força de elevação
total que nela actua é igual ao seu peso. A diferença de pressão entre montante e
jusante da bóia é igual ao quociente do peso da bóia pela respectiva área máxima
da secção recta num plano horizontal. A área disponível para caudal é a coroa
circular formada entre a bóia e a parede do tubo; quanto mais acima estiver a bóia
Mecânica de Fluidos 55
no tubo, maior é a área, uma vez que a área da secção recta do tubo onde se
movimenta a bóia aumenta no sentido ascendente.
g
Vb (ρ b − ρ ) = Ab (− ∆P ) (1.72)
gc
Vb ( ρb − ρ ) g
(- ∆P) = (1.73)
Ab g c
∆P = ρ∆Η (1.74)
2g(ρ b − ρ )Vb
Qv = CR Ao (1.75)
ρAb
Figura 28: Rotâmetro comercial.
¾ Cilindro de Pitot;
¾ Esferas de Pitot;
¾ Molinetes;
56 Transporte de Fluidos
¾ Correntógrafo;
¾ Flutuadores.
O Cilindro de Pitot é uma variante do Tubo de Pitot que permite eliminar os erros
de direcção, desde que se conheça o plano que contém o vector velocidade. O
aparelho consta de um cilindro em que, numa secção recta, existem duas tomadas
de pressão fazendo entre si um ângulo cerca de 78º.
1.º Faz-se coincidir a secção do cilindro, em que estão as tomadas de pressão, com
o plano (π) que contém o vector velocidade e ligam-se as duas extremidades do
cilindro a um manómetro diferencial;
2.º Roda-se o cilindro até que a diferença de pressão indicada pelo manómetro seja
nula. Nesta posição, a velocidade é dirigida segundo a bissectriz do ângulo (α),
ficando consequentemente a conhecer-se a direcção da velocidade no plano π
(ver figura seguinte);
3.º Roda-se o cilindro de metade do ângulo α (39º). A leitura do manómetro, nesta
posição, dá a grandeza da velocidade, por processo análogo ao Tubo de Pitot.
Mecânica de Fluidos 57
A Esfera de Pitot é ainda uma variante que permite conhecer, num ponto, a
direcção e grandeza da velocidade, sem necessidade de conhecer a priori o plano
do vector velocidade. Consta fundamentalmente de uma esfera, na qual se fazem 5
tomadas de pressão (ver figura seguinte).
⇒ A esfera está colocada na extremidade de uma haste que pode rodar em torno
do seu eixo, sendo o ângulo de rotação, registado numa escala horizontal. Durante a
operação de calibração, pode-se fazer variar o ângulo de inclinação δ da haste. A
pressão estática e a velocidade são entidades conhecidas na operação de
calibração. Fixado um determinado δ, roda-se a haste até que as leituras no
manómetro 4 e 5 coincidam (h4 = h5);
⇒ Efectuam-se também as leituras h1, h2, e h3 e estabelecem-se os seguintes
coeficientes que, dentro de certos limites, são só características do aparelho, isto é,
independentes da velocidade:
h 3 - h1
Coeficiente de direcção ⇒ Kd = (1.71)
h2 - h4
h2 - h4
Coeficiente de velocidade ⇒ Kv = (1.72)
v2
2.g
58 Transporte de Fluidos
h2 - h
Coeficiente de pressão ⇒ Kh = (1.73)
v2
2.g
v = a + b.n (1.76)
em que (v) é a velocidade do fluido, (n) o n.º rotações, (a) e (b) são duas constantes
caracteristicas de cada aparelho. Os ensaios de calibração devem ser repetidos
periodicamente, visto que, com o próprio funcionamento, se alteram as condições do
molinete. Há também que ter em atenção a turbulência do escoamento, para o que é
necessário que a medição, em cada ponto, se realize durante um certo tempo (5 a
10 minutos ou mesmo mais) até se obter valores constantes.
Mecânica de Fluidos 59
¾ Métodos volumétricos;
¾ Diafragmas e Bocais (aparelhos deprimogéneos);
¾ Contadores mecânicos;
¾ Medidores electromagnéticos;
¾ Medição de caudais por meio de curvas.
O modo mais rigoroso de medir esta grandeza, quer em pressão, quer em superfície
livre, é a partir da sua própria definição: volume escoado por unidade de tempo. Ou
seja, aplicando métodos volumétricos. Deste modo, medindo-se o volume de fluido
que se escoou durante um certo intervalo de tempo, obtém-se o caudal volumétrico
médio durante esse tempo. Este método só é viável para pequenos caudais. Para a
60 Transporte de Fluidos
O Bocal ISA 1932 (mais correntemente utilizado) está representado na fig. 31b. As
suas dimensões absolutas podem ser quaisquer, desde que o diâmetro menor seja
superior a 20 mm. A superfície de montante do bocal deve ser torneada até que o
diâmetro de entrada seja igual ao do tubo. O bocal deve ser cuidadosamente
trabalhado: assim, o diâmetro (d), da parte cilíndrica, deve ter dimensões com erro
inferior a 0,0001D. Por outro lado, num comprimento igual a 2D, deve verificar-se o
diâmetro da tubagem com a tolerância de 1%. Sobre as tomadas de pressão, são
válidas as considerações feitas para os diafragmas. Os bocais são construídos
geralmente a partir de D = 150 mm.
Mecânica de Fluidos 61
onde:
µ’ – coeficiente de vazão, dado pela tabela 73;
k – coeficiente de forma, dado pela tabela 7, em função do raio da curva (r) e do
diâmetro interno da conduta (Di);
Ai – área interna da conduta;
∆H – desnível de alturas do líquido manométrico entre a face interior e a face
exterior da curva, ambas medidas na bissectriz do ângulo.
r/D 1,0 1,25 1,50 1,75 2,00 2,25 2,50 2,75 3,00
µ’ 1,23 1,10 1,07 1,05 1,04 1,03 1,03 1,02 1,02
K 0,570 0,697 0,794 0,880 0,954 1,02 1,08 1,14 1,20
Tabela 7: Valores de µ’ e de k, para vários valores de r/D.
3
Lencastre, A., “Hidráulica Geral”, 2ª Edição, Dinalivro, 1996.
Mecânica de Fluidos 65
PROBLEMAS
Equação de BERNOULLI:
PERDAS de CARGA :
6º) Calcular a perda de carga total em ft, de uma instalação em aço comercial, que
transporta tetracloreto de carbono a 20ºC e que é constituída por:
- 20 metros de tubagem de diâmetro nominal de 21/2" (cat. 40);
Mecânica de Fluidos 69
7º) Uma rede municipal para abastecimento de água utiliza um depósito de grandes
dimensões, colocado a um nível superior do centro de distribuição.
A água é movimentada a 77ºF e a 100 GPM, devendo assegurar-se uma pressão à
entrada do centro de distribuição, de 25,4 psig.
O sistema de tubagens de alimentação de água ao centro de distribuição é
constituído por:
- 16 ft de tubagem em aço comercial com D = 2" (cat.40), contendo 3 cotovelos a
90º(raio médio) e uma válvula de comporta aberta;
- Alargamento da tubagem de 2" para D = 3" (cat. 40);
- 20 ft de tubagem em aço comercial, contendo 3 cotovelos a 90º (raio normal) e
uma válvula de globo ou de assento esférico aberta.
O tanque de abastecimento de água encontra-se fechado, estando no entanto
ventilado para a atmosfera. Determinar a que altura do ponto de alimentação de
água ao centro de distribuição se deverá encontrar o nível da água no tanque de
abastecimento, para que sejam verificadas as condições operatórias do sistema.
(F = 8,2 ft; XA = 67,4 ft)
N.º de KARMAN:
11º) Numa tubagem de aço comercial transportam-se 5,3 galões U.S./h de água a
15ºC, sendo o comprimento total equivalente igual a 600 ft, com uma perda de
pressão de 1 Kgf/cm2. Determinar o diâmetro mínimo da tubagem.
(Di(min.) = 4,7x10-3 m)
12º) Determinar o diâmetro mínimo que deve ter uma conduta em aço comercial,
para transportar um caudal de 150 litros/s de água a 20ºC, com uma perda de carga
por atrito igual a 0,006 por unidade de comprimento de conduta. (Di(min.) = 0,34 m)
MEDIDORES DE CAUDAL:
a) MEDIDOR de ORIFÍCIO:
13º) Para medir um caudal de uma tubagem em aço comercial de D = 2" (cat.40)
numa instalação industrial onde circula éter etílico a 25ºC, utiliza-se um medidor de
orifício de 25 mm de diâmetro, tendo acoplado um manómetro em U de mercúrio
que marca uma diferença de nível de 40 cm.
Calcule o caudal de fluido, em litros/h. (Qv = 13,6x103 l/h)
14º) Qual seria a dimensão do orifício que daria uma diferença de pressão de 12"
de coluna de água, para um caudal de um petróleo a 15ºC (d=0,95 e µ = 3600 cp) de
245000 gpm US, num tubo de 6" de diâmetro interno? (do = 15,1 cm)
15º) Um gás natural (CH4 = 80%;N2 = 20%) circula ao longo de uma tubagem em
aço comercial de D = 16", no qual está instalado um medidor de orifício de 2,5". A
montante do orifício o gás está a 85ºF e a uma pressão de 5,0 psig. O manómetro
diferencial inclinado com um ângulo de 15º com a horizontal, está ligado ao orifício e
tem uma leitura de 6,2" de água. Qual o caudal de gás que atravessa esta tubagem,
em libras/hora? Considere a pressão atmosférica igual a 1 Kgf/cm2.
(Qm = 112,3 lb/h)
72 Transporte de Fluidos
b) TUBO de VENTURI:
16º) Por uma tubagem de 3"(cat.40) circula água a 20ºC com um caudal de 550
litros/ minuto. Se for instalado um Venturi com um diâmetro de garganta de 1,7", qual
será a leitura num manómetro em U de Hg ligado ao medidor?
(R’ = 0,15 m)
c) TUBO de PITOT:
18º) Um tubo de Pitot é instalado no eixo central de uma tubagem horizontal de 3"
(cat.40), no qual circula tolueno a 20ºC. A pressão indicada num manómetro
diferencial de tetracloreto de carbono é de 10,4 cm. Calcule o caudal em m3/h.
(Qv = 22 m3/h)
20º) Faz-se transportar CO2 a P.T.N., numa tubagem de diâmetro nominal igual a 2”
(cat. 40). Para se determinar o caudal, utilizou-se um medidor acoplando-se nas
extremidades no mesmo, um manómetro de Hg inclinado em cerca de 45º com a
horizontal, tendo o desnível de alturas do líquido manométrico indicado o valor de
100 mm. Determine o caudal volumétrico de fluido, nas seguintes condições:
a) utilizando um medidor de orifício com um diâmetro de 0,5”; (7,86x10-3 m3/s)
b) utilizando um venturi com um diâmetro de garganta de 1,5”; (0,128 m3/s)
c) utilizando um tubo de Pitot. (0,21 m3/s)
Dados: ρ(Hg) = 13,6 g/cm3
Bombas 73
CAPÍTULO II – BOMBAS
1. INTRODUÇÃO:
TANQUE
BOMBA
XB
TANQUE XA
linha de referência
Figura 33: Sistema de bombagem de um líquido
BALANÇO DE MASSA:
Entrada de massa = Saída de massa + Acumulação
74 Transporte de Fluidos
ou seja,
(Qvolumétrico ρ )entrada = (Qvolumétrico ρ )saída (2.1)
v – velocidade do fluido;
S - área transversal ou secção de passagem interna da tubagem;
ρ - massa volúmica do fluido.
v A2 v B2
X A+ + PA V A + W − F = X B + + PB VB (2.3)
2g 2g
v A2 v2
, B - energia cinética por unidade de peso, devido ao movimento do fluido;
2g 2g
PA
PA VA - é o trabalho realizado para introduzir o fluido no sistema = ;
ρ
PB
PB VB - trabalho efectuado para a descarga do fluido = ;
ρ
W - trabalho realizado pela bomba por unidade de peso de fluido;
F - perdas de carga totais do fluido.
Num sistema típico com movimento, é necessário adicionar energia ao fluido para
mantê-lo em movimento. Esta energia é gerada por um equipamento motriz como,
uma bomba ou um compressor e, quando expressa por unidade de peso de fluido,
corresponde ao termo (W) da equação de Bernouilli. A energia fornecida pela bomba
Bombas 75
(ou compressor) pode compensar as perdas de carga por atrito ou contribuir para o
aumento da velocidade, da pressão ou da altura de fluido percorrida.
Os fluidos que participam em Processos Químicos podem ser gases, líquidos ou
combinação de ambos. É convencional falar de bombeamento quando estão,
envolvidos líquidos e o equipamento utilizado é uma bomba. Em alguns casos é
necessário transportar suspensões (misturas de um líquido e sólidos finamente
divididos) mediante bombas especiais. Os gases têm densidades e viscosidades
mais baixas, além de maior compressibilidade, de modo que se usam equipamentos
diferentes para movimentá-los - os compressores.
P2
P1
¾ Bombas alternativas;
¾ Bombas de diafragma;
¾ Bomas peristálticas;
¾ Bombas rotativas ou de carretos.
BOMBAS ALTERNATIVAS:
A descarga real de líquido efectuada por este tipo de bomba normalmente não
coincide com a descarga baseada no deslocamento do pistão, porque pode ocorrer
má vedação do cilindro da bomba, o que implica a existência de volumes “mortos”. É
com base neste facto, que se pode determinar a eficiência volumétrica (η) deste tipo
de bombas:
descarga real
η= x 100 (2.4)
descarga baseada no deslocamento do pistão
Figura 36: Gráfico do volume descarregado de líquido pela bomba, em função do tempo, para: 1 – simplex de
efeito simples; 2 – simplex de efeito duplo; 3 – duplex de efeito duplo (2 cilindros).
4
Alves, Prof. Sebastião, “Fenómenos de Transferência I – 2ª parte”, AEIST, 1997/98.
78 Transporte de Fluidos
VANTAGENS DESVANTAGENS
Pode produzir altas pressões (até ≅ É mais cara que uma bomba centrífuga
10000 atm)
É eficiente numa grande gama de Não serve para bombear suspensões de
pressões líquidos
Não precisa de ser ferrada Pouco adequada para certos líquidos
corrosivos, devido aos materiais de
construção
Impele um caudal irregular
BOMBAS DE DIAFRAGMA:
São bombas que foram projectadas para bombear líquidos corrosivos e suspensões
de sólidos abrasivos. As únicas partes móveis em contacto com o fluido são as
válvulas, fabricadas, normalmente, em material resistente e, o diafragma, que pode
ser de borracha, couro ou de plástico.
BOMBAS PERISTÁLTICAS:
Neste tipo de bombas, o líquido é forçado entre os dentes dos carretos que precisam
de aderir com precisão ao corpo da bomba. Por este motivo, este tipo de bombas
não é utilizado para bombear suspensões de sólidos (ver figura seguinte):
em que:
a) Bombas centrífugas propriamente ditas ou de escoamento radial: o líquido entra
axialmente pelo centro e sai radialmente pela periferia. Se a entrada se faz só
por um lado, dizem-se de aspiração simples, se for feita pelos dois lados, dizem-
se de aspiração dupla. É uma bomba destinada a grandes elevações;
b) Bombas de escoamento misto: o líquido entra axialmente e sai numa direcção
média entre axial e radial. Destina-se a alturas de elevação médias;
c) Bombas de escoamento axial: o líquido entra axialmente e sai quase axialmente.
Quanto ao corpo:
b) Circular ou tipo turbina: tem acção constante e concêntrica com o propulsor que
é contornado por pás fixas que guiam o escoamento e reduzem a velocidade da
água, transformando a energia cinética em energia de pressão (ver figura
seguinte);
a) Eixo horizontal;
b) Eixo vertical;
c) Eixo inclinado.
N Q1 / 2
Ns = (2.5)
(g H )3 / 4
Ns - velocidade especifica
N - rotações por segundo (rps)
Q - caudal volumétrico, m3/s
H - carga, m
g - aceleração da gravidade m/s2
pela bomba, será a soma da carga dinâmica devido às perdas por atrito na tubagem,
acessórios, válvulas, equipamento do processo, carga estática devida a diferenças
de cota e diferença de pressão entre o ponto inicial e final.
v 2A P
HA = XA + + A - Carga total do fluido no ponto A (2.6)
2.g c ρ
v 2B P
HB = XB + + B - Carga total do fluido no ponto B (2.7)
2.g c ρ
Sendo (F) a perda de carga total que um fluido sofre desde o ponto A (a montante
da bomba) até ao ponto B (a jusante da bomba), tem-se que:
86 Transporte de Fluidos
em que:
∆Hf - perda de carga por atrito (em qualquer fluido real, a viscosidade tende a
oferecer resistência ao movimento do fluido, e por isso provoca uma transferência de
momento para a parede da tubagem de escoamento) com introdução de
acessórios. Esta determinação é feita pela equação de Fanning (eq. 1.49);
∆Ha – perda de carga por alargamento de tubagem (eq. 1.45);
∆Hc – perda de carga por contracção de tubagem (eq. 1.46);
Fp - perda de carga do líquido que ocorre na bomba (perdas de carga por atrito na
própria bomba).
(2.10)
W = Wútil + Fp
porque, de toda a energia por unidade de peso de líquido bombeado, que é emitida
pela bomba, apenas uma parte é, na realidade, transmitida ao líquido. Esta parcela é
designada por energia útil (Wútil). Tal facto acontece devido às perdas de carga que
o líquido sofre quando passa na bomba (Fp). Daí que, a restante parcela de (W)
sirva para compensar (Fp). A % de distribuição destas duas parcelas de (W) é
função do rendimento da bomba.
expressão esta que permite determinar a energia útil por unidade de peso,
transmitida ao líquido a bombear, pela bomba.
W = ∆HT + Fp (2.12)
A equação 2.13 significa que, a bomba terá de desenvolver uma carga (H) igual a
∆HT, ou seja, a carga da bomba corresponde ao somatório de todas as perdas de
carga que o líquido encontra a jusante da bomba, a qual, por sua vez, corresponde à
energia útil por unidade de peso transmitida ao líquido. Então, a igualdade verificada
em (2.13) toma o seguinte aspecto (mais completo):
Wútil
η= (2.15)
W
Como já foi referido, nem toda a energia transmitida ao fluido pela bomba é feita de
forma útil. Existem várias ineficiências pelo caminho:
Por unidade de massa de fluido, o trabalho exercido sobre este num sistema aberto
(considerando desprezáveis o efeito da energia potencial e da energia cinética no
efeito de bombagem):
saída saída
dP
Ws = ∆h = ∫ γ dP = ∫
entrada entrada
ρ
(2.16)
onde:
saída
dP
Pot. = Qm.Ws = Qm. ∫
entrada
ρ
(2.17)
saída
Qm
Pot. =
ρ
. ∫ dP = Qv.(P
entrada
saída – Pentrada) = Qv.∆Pbomba (2.18)
Qm
mas, atendendo a que, ∆Pbomba = ∆Hbomba.ρ, Qv = e que, ∆Hbomba = ∆HT, vem:
ρ
Se a eficiência de uma bomba fosse 100% (η = 1), tal significava que toda a energia
emitida por esta era transferida para o líquido bombeado. No entanto, na realidae, tal
não acontece, devido às perdas de carga na própria bomba, pelo que a eficiência é
sempre menor que 100%. Daí que, a potência a de uma bomba tem de ser calculada
também em função dessas perdas de energia, logo, Pot. é função do η:
Qv.ρ .∆H T
Pot. = (2.15)
η
Qv.ρ .∆H T
Pot. = (2.17)
75.η
em que: 1 cv = 75 Kg.m.s-1
com: [Qv] ≡ m3.s-1
[ρ] ≡ kg.m-3
[∆HT] ≡ m
90 Transporte de Fluidos
Qv.ρ .∆H T
Pot. = (2.18)
550.η
3. CAVITAÇÃO:
Carga Efectiva Positiva de Sucção (HCEPS) é o valor pelo qual a pressão absoluta
na zona de sucção da bomba, expressa em coluna de líquido a bombear, deve
exceder a tensão de vapor do líquido, para a mesma temperatura. O HCEPS
necessário é uma função do projecto da bomba e é especificado pelo fabricante
como orientação geral; este HCEPS é normalmente superior a 3 metros no caso com
capacidade até 1000 m3/s, e 6 metros para capacidades maiores. O HCEPS disponível
pelo sistema deve ser maior ao indicado pelo fabricante (necessário), isto é,
H disponível
CEPS
necessário
> H CEPS (2.19)
PA' Pv v 2A'
HCEPS = - + (2.20)
ρ ρ 2.g c
v 2A'
O termo é desprezável em relação aos restantes termos da expressão (2.20).
2.g c
v 2A PA v 2A' P
XA + + - Fasp. = XA’ + + A' (2.21)
2.g c ρ 2.g c ρ
v 2A P Pv
XA + + A - Fasp. = XA’ + HCEPS + (2.22)
2.g c ρ ρ
PA - Pv v 2A
HCEPS = - Fasp. – XA’ + XA + (2.23)
ρ 2.g c
em que:
PA - Pv
HCEPS = - Fasp. – XA’ (2.24)
ρ
RESUMINDO:
Figura 45: Em cima: sistema de bombeamento com elevação na aspiração; Em baixo: sistema de bombeamento
com pressão positiva na aspiração.
Bombas 95
Figura 46: Esquema demonstarndo a posição de uma bomba numa coluna de destilação.
Pelo teorema das bombas (2.14), a curva [H = f(Qv)] é muitas vezes representada
como sendo [∆HT = f(Qv)], porque a altura manométrica corresponde às perdas de
carga totais que o líquido bombeado sofre durante a sua trajectória, com excepção
da perda de carga na própria bomba (Fp). Muitas vezes, os fabricantes de bombas
apresentam diagramas com todos os tipos de curvas caracteristicas utilizadas, tal
como é apresentado na figura seguinte.
Bombas 97
Estas leis são relações entre: caudal volumétrico (QV), carga a desenvolver pela
bomba (H), potência (Pot.) e carga efectiva positiva de sucção (HCEPS) com a
velocidade do rotor (N) ou com o diâmetro do rotor (D).
Qv 2 N
Caudal ⇒ = 2 (2.25)
Qv1 N1
2
H2 N
Carga Hidrostática ⇒ = 2 (2.26)
H1 N1
3
Pot. 2 N
Potência ⇒ = 2 (2.27)
Pot.1 N1
2
Hceps 2 N
HCEPS exigido ⇒ = 2 (2.28)
Hceps1 N1
2
H2 D
Carga Hidrostática ⇒ = 2 (2.30)
H1 D1
3
Pot. 2 D
Potência ⇒ = 2 (2.31)
Pot.1 D1
2
Hceps 2 D
HCEPS exigido ⇒ = 2 (2.32)
Hceps1 D1
Bombas 99
6. PONTO DE FUNCIONAMENTO:
TANQUE
BOMBA
XB
TANQUE XA
linha de referência
Figura 51: Instalação genérica de transporte de líquidos, com bomba centrífuga.
sistema (XB – XA), da carga cinética ( v 2B - v 2A ), da carga de pressão (PB - PA), das
perdas de carga por atrito com acessórios (∆Hf), da perda de carga por alargamento
de tubagem (∆Ha) e da perda de carga por contracção de tubagem (∆Hc). A curva
caracteristica do sistema é explicitada através de uma expressão analítica da forma
[∆HT = f(Qv)] ou [H = f(Qv)]. Explicitando cada um dos termos de (2.11), tem-se:
v 2B - v 2A PB - PA 2f.v 2 .L eq.T
H = XB – XA + + + + ∆Ha + ∆Hc (2.33)
2.g c ρ g.D i
100 Transporte de Fluidos
Figura 53: Gráfico exemplificativo da influência da válvula de controle de descarga da bomba, na CCS.
7. ASSOCIAÇÃO DE BOMBAS:
PROBLEMAS
2º) - Uma solução de densidade 1,25 é bombeada através de uma tubagem em aço
inoxidável de 100 mm Di com o comprimento de 200 m. A elevação real é de 15 m.
Existem no traçado diversos acidentes que correspondem a um comprimento
equivalente de 78 m. O factor de atrito pode tomar-se igual a 0,0043. O caudal é de
0,0285 m3/s. Determine:
a) A carga total a ser desenvolvida pela bomba; (H = 47,8 m)
b) A potência correspondente da bomba, se o seu rendimento for de 65%, expressa
em kW e HP. (Pot. = 24,5 kW; 32,8 HP)
4º) - Uma bomba centrífuga com o rotor de 14,75 in diâmetro e rodando a 1800 rpm,
apresenta a seguinte curva característica (na folha seguinte). Determinar as curvas
∆HT = f(Qv) para as seguintes condições operatórias:
104 Transporte de Fluidos
5º) – Uma bomba centrífuga é utilizada para elevar água a 20ºC do tanque (1) para o
tanque (2), ambos abertos, com um caudal de 12 ft3/min. O diâmetro interno da
tubagem é de 4 in. Considere que toda a tubagem é construída em aço comercial.
25
12
50
(2)
120
1,5
(1)
Nota: Todos as cotas estão expressas em metros, os cotovelos utilizados são de 90º, raio
normal.
Determine:
a) A potência da bomba, expressa em cv, para um rendimento de 75%; (4,1 cv)
b) A carga efectiva positiva de sucção. (8,6 m)
6º) - Uma bomba centrífuga é projectada para ser accionada a 600 rpm e funcionar
com rendimento máximo quando debitar 5000 gal/min de água, contra uma carga
hidrostática de 64 ft. O valor do rendimento é de 70%. É porém necessário usar essa
Bombas 105
bomba para debitar água com uma carga de 100 ft. Qual a velocidade a que deve
ser accionada a bomba? Determine também o novo caudal de descarga e a potência
necessária correspondente.
(N = 750 rpm; Qv = 6250 gal US/min.; Pot. = 224,6 HP)
7º) - Uma bomba centrífuga operando a 1750 rpm é utilizada para bombear um
caudal de 200 gal/min (US) de água a 20ºC, dum tanque para uma estação de
tratamento 20 ft acima. A água bombeada terá de passar por colunas permutadoras
onde se verifica uma perda de carga de 55 ft.
No período de regeneração das colunas é necessário utilizar a mesma bomba
actuando sobre as mesmas características de funcionamento, para bombear água
para outro serviço, situado num local 45 ft mais elevado que o nível da água no
tanque de alimentação, e onde a água terá de chegar à pressão de 18,5 psia.
Admitindo que a perda de carga na linha de transporte é a mesma em ambas as
instalações, determine o caudal que a referida bomba poderá fornecer na segunda
utilização.
8º) - Um sistema de bombagem vai ser utilizado para bombear um caudal de 10 000
m3/h a uma altura manométrica equivalente de 150 m de fluido. Calcular o número
de rpm a que deve funcionar a bomba centrífuga nestas condições.
(N = 2146 rpm)
106 Transporte de Fluidos
10º) - Uma bomba é utilizada para bombear 120 m3/h de benzeno desde um tanque
de alimentação até um reactor, situado 20 m acima. Determine a que distância deve
colocar a bomba em relação ao tanque de alimentação.
Dados:
Pressão no tanque de alimentação = 1 atm;
Pressão no reactor = 2 atm (relativa);
Temperatura do benzeno = 30ºC;
Massa específica do benzeno = 0,88 g/cm3;
Comprimento equivalente na zona de descarga = 70 m;
Diâmetro interno da tubagem = 4 in;
Factor de atrito = 0,008;
Carga efectiva positiva de sucção = 5 m.
(XA’ = - 0,06 m)
Dados:
• Cotovelos de 90º, raio normal;
• Válvula de comporta 100% aberta;
• Diâmetro das tubagens maiores = 2” (cat. 40);
• Diâmetro da tubagem menor = 1” (cat. 40).
12º) - Considere o sistema descrito na figura e que deverá transportar água a 15ºC
desde o reservatório inferior para o reservatório superior. Pretende-se utilizar a
bomba cujas características se fornecem em anexo.
108 Transporte de Fluidos
Dados:
- Diferença de cota entre os níveis de água = 20 m
- Leq da zona de sucção = 100 m
- Leq da zona de descarga = 400 m
- Diâmetro da conduta = 0.15 m
- f= 0.0045
235 ft
10 ft
Bombas 109
Dados:
Qv = 825 gpm (US);
Leq da tubagem de aspiração = 113 ft;
Leq da tubagem de descarga = 853 ft;
f = 0.0041;
densidade da solução = 1,2;
viscosidade = 1,2 cp;
Pressão de vapor = 0,6 psia.
Calcular:
a) O HCEPS, expresso em ft; (55,3 ft)
b) A carga desenvolvida pela bomba, expressa em ft; (264,4 ft)
c) A potência, em cv, sendo o rendimento de 75%. (86 cv)
15º) - Determine a elevação máxima a que a bomba de 240 mm (ver figura segunte)
pode estar situada (acima da superfície da água do reservatório) sem que se
verifique cavitação. Determine também a Potência (cv), o rendimento e a carga
desenvolvida pela bomba. O caudal a transportar é de 250 m3/h e a água
encontra-se a 15ºC. Considere que o sistema se encontra à pressão atmosférica.
Considere também que só existe atrito na secção recta da conduta de sucção
(despreze acidentes), com um comprimento L = 10m e diâmetro φ = 0,15m. Utilize
para o factor de atrito de Fanning, o valor de f = 0,005.
(XA’ = 2,1 m)
(Pot. = 82 cv)
(η = 0,8)
(H = 68 m)
110 Transporte de Fluidos
1. INTRODUÇÃO:
A distinção entre estes tipos nem sempre é clara, nem se deve encarar as pressões
acima mencionadas como fronteiras rígidas entre as três categorias de
equipamento. Neste capitulo, o conceito de compressores compreende a acção de
qualquer equipamento de deslocamento de gases, independentemente do aumento
de pressão envolvido.
Existem vários tipos de compressores, visto que a sua configuração exacta depende
do tipo de aplicação. Os diferentes tipos de compressores podem ser classificados
em dois grandes grupos, baseados no modo de compressão. A compressão de um
gás é feita segundo um de dois procedimentos básicos, os quais determinam duas
classes de compressores: Volumétricos e Dinâmicos.
DINÂMICOS
{ {
(Turbocompressores) Centrífugo
Axial
Compressores
VOLUMÉTRICOS Rotativo
(Deslocamento
Positivo)
{ Alternativo
A escolha do compressor, papel que pode caber ao Eng.º Químico, necessita, tal
como para a escolha de uma bomba, de ponderação adequada para o processo. Os
factores que são preponderantes na escolha de um compressor, são os seguintes:
200
Alternativos Multi-estágio
Compressores Rotativos
20
Centrífugos Multi-estágio
Axiais Multi-estágio
2
10 2 10 3 10 4 10 5 10 6
Caudal (CFM)
Velocidade -
Velocidade +
Pressão -
Pressão +
1 2 3
Como se pode observar da figura 60, na posição 1 o gás é admitido (aspirado) por
sucção (válvula de admissão aberta), o que equivale a dizer que não entra à pressão
atmosférica, mas sim ligeiramente abaixo desta. Deve-se ter sempre presente este
défice (vácuo parcial), visto ele ser responsável pela diminuição do débito à saída da
Compressores 115
3. CICLOS DE COMPRESSÃO:
Sob o ponto de vista teórico, esta compressão significa que durante o aumento de
pressão, a temperatura do gás (T) mantém-se sempre constante. Para que tal fosse
possível, seria necessário remover, continuamente, todo o calor produzido na fase
de compressão. Por exemplo, partindo do princípio que o ar atmosférico seria
captado à temperatura de 20ºC e, após ter atingido, por hipótese, a pressão de 7
bar, a temperatura de descarga desse mesmo ar continuaria a 20ºC. Este tipo de
compressão segue a Lei de Boyle-Mariotte, ou seja
onde:
116 Transporte de Fluidos
Porém, na realidade, não é possível remover o calor tão rapidamente quanto ele é
gerado durante a fase de compressão.
Neste ciclo, todo o calor desenvolvido não se remove, ou seja, é considerada uma
compressão a calor constante. Este ciclo segue a lei de Poisson:
Adiabática
5 4 7 6
P2
Politrópica
Isotérmica
P1 2 3
P0 V
A teoria vem, muito claramente, demonstrar-nos que, quanto maior for a quantidade
de calor removida mais económica será a compressão, porque menos energia é
necessária fornecer à unidade compressora. Ou seja, o trabalho é tanto menor
quanto mais baixa for a elevação de temperatura durante a compressão.
4. TEORIA DA COMPRESSÃO:
Quando um fluido se escoa de um ponto para outro, a sua energia é convertida, isto
é, há transformação de uma forma de energia para outra. A energia que é atribuível
ao estado físico do fluido é conhecida como a sua energia interna; é arbitrariamente
considerada como zero num estado de referência, tal como o zero absoluto de
temperatuta ou o ponto de fusão do gelo à pressão atmosférica. Uma mudança no
estado físico dum fluido causará geralmente, uma alteração na sua energia interna.
Uma mudança reversível elementar resulta duma mudança infinitesimal num dos
factores intensivos (pressão, temperatura) actuando sobre o sistema; a mudança
prossegue a uma velocidade infinitesimal e uma mudança do factor intensivo no
sentido inverso, causará a inversão do processo.
não pode ser criada nem destruída mas unicamente convertida de uma forma para
outra”. Matematicamente,
∆E = Q - WT (3.4)
em que:
Q – quantidade de calor adicionado ao sistema;
WT – trabalho efectuado pelo sistema sobre a vizinhança.
onde:
∆U = variação da energia interna = U2 – U1 ;
∆EP = variação da energia potencial = EP2 – EP1 ;
∆EC = variação da energia cinética = EC2 – EC1 .
onde:
W = trabalho realizado pelo sistema;
m = massa de fluido no sistema;
P = pressão do fluido no sistema;
V = Volume do fluido no sistema.
g v12 g v 22
X1. + + U1 + P1.V1 + Q = X2. + + U2 + P2.V2 + W (3.7)
gc 2.g c gc 2.g c
120 Transporte de Fluidos
onde:
U - energia interna
v - velocidade do gás
X - cota em relação a uma linha arbitrária de referência
H = U + P.V (3.8)
v12 v 22
X1 + + H1 + Q = X2 + + H2 + W (3.9)
2.g c 2.g c
H1 + Q = H2 + W ⇔ ∆H = Q - W (3.10)
Basicamente, esta lei afirma que “a energia existe a vários níveis e só está
disponível para ser transferida de forma natural, quando passa de um nível mais
elevado para outro menos elevado”. Para processos reversíveis, a entropia, (s),
pode ser definida na forma diferencial como:
dQ
ds = (3.11)
T
∆S ≥ 0 (3.12)
dW = P.dV (3.13)
dU = dQ – dW (3.14)
O cálculo do trabalho teórico que o gás tem de ralizar durante a sua compressão é a
base para o dimensionamento de um compressor, juntamente com o cálculo da sua
potência. Para determinar este trabalho teórico, pode usar-se o balanço de energia
(equação de Bernouilli). As diferenças de cota entre a entrada e a saída de um
compressor não são significativas e, dado que, a energia cinética do gás é
desprezável em relação ás outras componentes energéticas, tem-se então, a
equação de Bernouilli simplificada:
∆H = Q – W (3.16)
dH = dU + d(P.V) (3.17)
dH = V.dP (3.19)
Supondo que o gás se comporta como gás perfeito e, considerando uma mole de
gás ideal, vem:
R.T
dH = .dP (3.20)
P
H2 P2
dP
∫ dH = R.T. ∫
H1 P1
P
(3.21)
ou seja,
P2
H2 – H1 = R.T . ln (3.22)
P1
resolvendo em ordem a P
P = C. V-k (3.24)
dP = (-k).C.V-k-1.dV (3.25)
H2 V2
∫ dH = C.(-k). ∫ V
-k
.dV (3.27)
H1 V1
ou seja,
H2 – H1 = C.(-k).
(V-k +1
2 - V1-k +1 )
(3.28)
- k +1
Substituindo,
ou seja,
P2 .V2 - P1 .V1
H2 – H1 = (3.31)
k -1
k
R.(T2 - T1 )
H2 – H1 = (3.33)
k -1
k
Simplificando, vem:
R.T1 .k T2
H2 – H1 = . - 1 (3.34)
k -1 T1
cp
k= (3.36)
cp − R
Rk
cp = (3.37)
k −1
R.T1 .k T2
H2 – H1 = . - 1 (3.38)
k -1 T1
R.T1 .k T2
H2 – H1 = . - 1 = -W (3.39)
k -1 T
1
P1 V1 P2 V2
= (3.40)
T1 T2
-1
T2 P .P k
= 2 2
-1
(3.41)
T1
P1 .P 1
k
ou seja,
k -1
T2 P k
= 2 (3.42)
T1 P1
k -1
R.T1 .k P2 k
H2 – H1 = . - 1 = -W (3.43)
k - 1 P1
No caso de não se verificar a lei dos gases perfeitos (gás ideal) deve ser adicionado
um termo à equação dos gases perfeitos (3.32) para corrigir os desvios à não
idealidade. Esse termo é designado por factor de compressibilidade (Z).
R.(T2 .Z 2 - T1 .Z1 )
H2 – H1 = (3.45)
k -1
k
Para uma variação de temperatura num processo isentrópico o (Z) não varia. Caso a
sua variação seja pequena podemos utilizar um valor médio, Zmédio.
Z1 + Z 2
Zmédio = (3.46)
2
Então, para gás real, a equação (3.43), usando o factor de compressibilidade médio
(Zmédio), é:
k -1
Z .R.T1 .k P k
H2 – H1 = médio . 2 - 1 = -W (3.47)
k -1 P1
n − 1 k −1 1
= * (3.48)
n k ηp
n / (n − 1)
ηp = (3.49)
k / ( k− 1)
R.T1 .n T2
H2 – H1 = . - 1 ≅ -W (3.50)
n -1 T
1
n -1
T2 P n
= 2 (3.52)
T1 P1
n -1
R.T1 .n P n
H2 – H1 = . 2 - 1 ≅ -W (3.53)
n -1 P1
Se o gás se comportar como gás real, então (3.50) fica da seguinte forma, tal como
acontece na compressão adiabática:
n -1
Z .R.T1 .n P n
H2 – H1 = médio . 2 - 1 ≅ -W (3.54)
n -1 P1
PVn = constante onde (n) é definido como constante politrópica. Os valores de (n)
para um dado gás obtém-se a partir dos testes do compressor, utilizando diagramas
indicadores que de facto, são gráficos de pressão em função de volume. O valor de
(n) pode ser aproximadamente determinado pelo declive da recta definida pela
seguinte relação:
γ -1
T2 P γ
= 2 (3.56)
T1 P1
ln P2 / P1
γ = (3.57)
ln P2 / P1 − ln T2 / T1
5. CARGAS DE VELOCIDADE:
seguinte: (1) – assumir que o fluxo é incompressível, o que é razoável uma vez que
a variação da densidade é desprezável, logo V1 = V2 = V; (2) – como não há adição
de calor ou trabalho fornecido, U, W, Q = 0 e (3) - assumindo que X1 =X2, então,a
equação de Bernouilli, vem:
v12 v 22
+ P1.V = + P2.V (3.58)
2.g c 2.g c
v2
Esta equação contém dois termos de carga o termo de carga PV e o termo ,
2.g c
designado por carga de velocidade. Quando o caudal de fluido passa através de
uma restrição, o fluxo é acelerado. Este fenómeno pode ser examinado,
reagrupando a equação anterior
v 22 v2
V. (P1 − P2 ) = − 1 (3.59)
2g c 2g c
v 22
P1 − P2 = ρ . (3.60)
2g
v 22
∆P = K.ρ . (3.61)
2g
Como é muito simples calcular o trabalho isentrópico, pois tal envolve apenas a
leitura do valor de entalpia nas condições de aspiração e descarga do compressor
dos diagramas de Mollier do gás a ser comprimido, é normalmente o trabalho
isentrópico que se toma para base de cálculo das potências dos compressores.
Aplicam-se de seguida os coeficientes de correcção sob a forma de factor de
eficiência para calcular a potência no veio (brake horsepower). Os compressores
alternativos são os que na prática mais se aproximam duma operação isentrópica
devido à manutenção duma temperatura constante na camisa do cilindro garantida
pela circulação contínua de água na mesma. No caso dos compressores
centrífugos, que não são arrefecidos já tal não acontece, embora mesmo assim, se
prefira tomar a base isentrópica para o cálculo do funcionamento dos compressores.
Sendo a potência, uma das grandezas determinantes para o dimensionamento de
qualquer compressor, a sua determinação, por definição, é a seguinte:
em que:
W – trabalho realizado pelo gás durante a compressão ≅ H2 – H1 ;
QM – caudal molar de gás que circula no compressor.
⇒ De referir que se utiliza normalmente o caudal molar, porque o temo (W) vem
expresso habitualmente em unidades de energia/mole de gás. No entanto, se (W) for
expresso, por exemplo, em unidades de energia/massa de gás, óbviamente que o
caudal em questão tem de ser mássico e não molar.
Compressores 133
O trabalho total é dado pela soma dos trabalhos realizados em cada um destes
passos e ilustrado no diagrama acima pela área 1-2-3-4, que por sua vez é igual à
área 1-2-5-6 menos a área 4-3-5-6. Ora a área 1-2-5-6 é matematicamente expressa
k P (k −1)/k
P1 V1 2 − 1 (3.63)
k −1 P1
k P (k −1)/k
P1 V4 2 − 1 (3.64)
k −1 P1
k P
(k −1)/k
W= P1 ( V1 − V4 ) 2 − 1 (3.65)
k −1 P1
o que, para o seu cálculo exige a determinação de V4. Para tal será necessário
introduzir mais algumas definições.
V3
c= (3.66)
V1 − V3
1/k
P
V4 = V3 2 (3.67)
P1
então,
1/k
P
V1 − V4 = (V1 − V3 ) +(V3 − V4 ) =(V1 − V3 ) + V3 − V3 2 =
P1
1/k
(3.68)
V3 V3 P2
= (V1 − V3 ) + 1 + −
V − V P
V11 − V3 1 3 1
Compressores 135
k P2
(k −1)/k 1/k
P
W = P1 Vv − 1 1 + c − c 2 (3.69)
k − 1 P1 P1
e o termo
1/k
1 + c − c P2
(3.70)
P
1
Trabalho politrópico
Eficiência politrópica = (3.71)
Trabalho ao veio real
Z P2
1/k
E v = 1 + c −c 2 (3.72)
Z1 P1
politrópica dependerá do tipo de gás a ser comprimido. Tal acontece porque todas
as perdas de energia aquecem o gás que assim se desvia das condições
isentrópicas. Estes desvios exigem o conhecimento das eficiências isentrópicas para
diferentes gases a serem comprimidos pela mesma máquina. Por conseguinte, é
necessário encontrar um mecanismo para se calcular a eficiência isentrópica devido
à facilidade com que o trabalho isentrópico pode ser obtido a partir dos diagramas
de Mollier dos gases.
Para tal começa-se por calcular a eficiência politrópica que, embora varie com o gás
a ser comprimido, não varia tanto como a eficiência isentrópica. A figura 63
representa as eficiências politrópicas em função do caudal de qualquer gás (CFM -
ft3/min.) nas condições de aspiração do compressor. A tabela 9 indica os factores de
correcção a aplicar às eficiências politrópicas lidas no gráfico da figura 63 para
entrar em linha de conta com as taxas de compressão.
P2
Rp = (3.73)
P1
138 Transporte de Fluidos
(k −1)/k
P
φ = 2 (3.74)
P1
A temperatura final do gás nos compressores alternativos pode ser estimada a partir
da equação (3.42) ou de um diagrama de Mollier, uma vez que os compressores
alternativos se aproximam da compressão isentrópica. Para compressores
centrífugos não arrefecidos, a subida de temperatura isentrópica não é, contudo,
comparável à subida actual da temperatura neste tipo de máquinas, uma vez que a
maior parte das perdas serve para aquecer o gás a ser comprimido. No entanto uma
aproximação da subida da temperatura pode obter-se da seguinte relação:
ou
∆TS
∆TA = (3.76)
ηS
em que:
∆TA = subida real da temperatura;
∆TS = subida de temperatura isentrópica = T2 – T1 ;
ηS = Eficiência isentrópica.
v2
W = K. (3.77)
gc
onde:
v = velocidade periférica, ft/s
K = coeficiente de pressão que varia entre 0,5 e 0,65 dependendo do Design do
rotor e do andar.
140 Transporte de Fluidos
0.5 0.5
v W.g 1300 W
N = 720. = 720. / (π.D.N ) = . (3.79)
πD K D K
9. COMPRESSORES MULTI-ANDARES:
Para evitar esta situação, que habitualmente se aplica para razões de compressão
significativas, é necessário que a compressão seja feita por várias etapas. A
compressão por etapas consiste, no fundo, em ter vários compressores em série. A
Compressores 141
1/S
Psaida da última etapa
RP = (3.80)
P
entrada da 1ª etapa
onde (S) é o número de andares. Esta é uma regra bem conhecida de distribuição
equitativa de trabalho entre os andares, neste caso, de taxa de compressão. Isto
significa que, a razão de compressão é idêntica em cada etapa. No entanto, esta
relação é rigorosamente válida apenas para gases ideais.
k -1
S.R.T1 .k P2 S.k
-Wm = . - 1 (3.82)
k - 1 P1
n -1
S.R.T1 .n P2 S.n
-Wm = . - 1 (3.83)
n - 1 P1
É preferível calcular a potência para cada andar separadamente uma vez que 5 psi
devem ser somados à descarga de cada andar para tomar em conta as perdas por
fricção na tubagem de ligação entre os andares e nos arrefecedores. Por razões
mecânicas, é preciso realizar o mesmo trabalho em cada andar. No caso de gases
reais isto não equivale necessariamente à mesma taxa de compressão por andar.
No entanto, pode-se calcular, a potência (Pot.) para as (S) etapas de compressão,
quer para processo isentrópico, quer para processo politrópico, através da definição:
PROBLEMAS
Problema 1:
O ar a 100 kPa e 280 K é igualmente comprimido para 600 kPa e 400 K. O fluxo de
ar é de 0,02 Kg s-1 e as perdas de calor, ocorridas durante o processo, são de 16 kJ
kg-1.
Assumindo que as variações de energia potencial e cinética são desprezáveis,
determine a potência fornecida pelo compressor.
q P2
T2
QM,ar
W=?
P1
T1
Problema 2:
O refrigerante R-12 entra num compressor adiabático como vapor saturado a –200 C
e deixa o compressor a 0,70 MPa e 70 0 C. O seu fluxo é de 1,2 kg/s. K = 1,4.
Determine:
a) A potência do compressor; (Pot. = 2,60 kW)
b) O caudal volumétrico de gás. (V ≅ 1 m3)
Problema 3:
O ar entra num compressor a 100 kPa e a 25º C com uma velocidade baixa, saindo
a 100 MPa e 347º C com uma velocidade de 90 m s-1. O compressor é arrefecido
146 Transporte de Fluidos
com uma razão de 1500 kJ min-1 e a potência fornecida pelo compressor é de 250
kW. Determine caudal mássico de ar que é comprimido.
Nota: Consultar tabelas de entalpia do ar. (Qm = 0,7 kg/s)
Problema 4:
Problema 5:
P2 = 900 kPa
W=?
P1 = 100 kPa
T1 = 300 K
Compressores 147
Problema 6:
0
O ar comprime-se desde 80 F e 1 atm até uma pressão manométrica de 300 psi.
Supondo o comportamento do ar como gás ideal e uma compressão isentrópica,
calcular a temperatura final e o trabalho de compressão:
a) A partir das entalpias (consultar tabelas);
b) Considerando um valor médio de K = 1,395 e as fórmulas aplicáveis à
compressão isentrópica de um gás ideal.
(-W = 180,4 BTU/lb; T2 = 1285,7 ºR)
Problema 7:
P2 = 900 kPa
1º Estágio 2º Estágio
W=?
P1 = 100 kPa
T1 = 300 K
148 Transporte de Fluidos
Problema 8:
Problema 9:
P2 = 10 atm
1º Estágio 2º Estágio
W=?
T1 = 20ºC
Problema 10:
P2 = 800 kPa
W=?
P1 = 100 kPa
T1 = 12ºC
Problema 11:
Problema 12:
Dados:
Cp = 29,099 J.molg-1.s-1
Problema 13:
BIBLIOGRAFIA