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COMPARTIMENTAÇÃO HORIZONTAL PARA UM ARMAZÉM DE MATÉRIA

PRIMA – ALGODÃO EM PLUMA

FERNANDA CASAGRANDE FERREIRA DA SILVA - 1


REBECCA MANESCO PAIXÃO - 2

RESUMO

Em situações de incêndio o corpo humano é diretamente influenciado pelas condições


locais, em que a pessoa estiver e pelo conhecimento do que fazer e por onde seguir.
Situação esta que apresenta graves consequências como a perda de vidas. Este
artigo é um estudo de caso apoiado em revisões literárias sobre a necessidade de
implantação de um sistema de proteção passiva. É importante lembrar que as
medidas passivas não atuam no combate ao fogo como as de proteção ativa. Essas
medidas de proteção se enquadram em categorias que visa o controle de materiais, à
compartimentação de áreas e a segurança estrutural em situação de incêndio. Pode
assim aumentar o tempo tanto para evacuação dos ocupantes, bem como reduzir o
risco de propagação do fogo e fumaça a outras áreas e setores de acordo com a
aplicação, resultando na redução de vítimas e prejuízos materiais.

Palavras-chave: medidas de segurança, tempo de resistência ao fogo,


compartimentação, proteção passiva.

1 INTRODUÇÃO

Esta pesquisa analisa a implantação de compartimentação horizontal, para um


depósito de algodão em pluma, com o objetivo de impedir em situação de incêndio a
propagação para outros setores da indústria.
O estudo se compreende em um caso real de uma empresa do ramo têxtil em
que, mantem um depósito de algodão que dá acesso a outros setores em sua

1
Pós-graduanda em Segurança do Trabalho pelo Centro Universitário Cesumar – UniCesumar.
Graduada em Engenharia Civil pelo Centro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé- UNIFEG
2
Doutora em Engenharia Química pela Universidade Estadual de Maringá - UEM. Bacharela em
Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Universitário de Maringá - UNICESUMAR e licenciada
em Matemática pelo Centro Universitário de Maringá - UNICESUMAR. Professora orientadora na
disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso - Pós - Graduação UNICESUMAR
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estrutura fabril, ou seja, o depósito é interligado aos setores de produção sem que
haja qualquer tipo de barreira para proteção em situação de incêndio.
Neste contexto, o intuito da pesquisa é desenvolver através de
contextualizações, propostas para a adequação do depósito sugerindo como deve ser
feito e o que deve ser utilizado, baseados em pesquisas bibliográficas para se
embasar tecnicamente. Apresentando a importância da relação entre a escolha dos
materiais que comporão internamente o edifício e o processo de segurança contra
incêndio, assim como a necessidade de regulamentação que estabeleçam, de
maneira clara, a aplicação das exigências mínimas quanto à reação ao fogo desses
materiais.
Além disso, tem como objetivo específico apresentar a dualidade entre a
velocidade de queima e propagação dos materiais e sua influencia no tempo
necessário para a evacuação e condição segura das pessoas presentes nos
compartimentos envolvidos em incêndios.
Para isso o trabalho será subdividido em tópicos: breve histórico e conceito
sobre o desenvolvimento e elaboração de um projeto arquitetônico que proporcione
segurança e produtividade de acordo com a classificação da empresa; quais
elementos construtivos são indicados para a compartimentação e que proporcione
funcionalidade, capacidade de isolamento e estanqueidade; e modulação dos fardos
para controle de poder calorifico do material e encerrando nas considerações finais.
Assim, como o cenário encontrado na região, este estudo procura apresentar
métodos para não só uma empresa, mais sim todas as outras que se enquadram neste
seguimento, para prevenção de suas estruturas e segurança de seus colaboradores
além de se apresentarem em acordo com as normas legislativas.

2 CONTEXTO HISTÓRICO

O seguimento têxtil teve seu o avanço tecnológico marcado pela Revolução


Industrial, com implantação de máquinas para agilizar o processo e aumentar a
produção. No entanto não havia preocupação com o ambiente de trabalho e noções
de segurança como, disposição de maquinários muito próximos um do outro, fibras
têxteis suspensas no ar e depositadas por toda parte, peças e componentes de
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máquinas superaquecidos. Situação esta apresentada por Silva (2012) que em


conjunto com o tipo de estrutura da edificação desencadeou graves incêndios.
Silva (2012, p.12) cita que o “marco divisório na segurança contra incêndio
aconteceu no inicio do século XX” com quatro grandes incêndios, em Chicago no ano
de 1903 no teatro Iroquois; Pensilvânia em 1908 na Opera Rhoads; Ohio em 1908 na
Lake View Elementary School. Mas foi o incêndio na fábrica da Triangle Shirtwaist em
Nova York em 1911, marcado como um grande desastre industrial com mais de uma
centena de pessoas mortas que contribuiu para especificações de critérios mais
rigorosos sobre as condições de segurança no trabalho.
Em resposta a este acontecimento, a National Fire Protection Association
(NFPA) lança em 1914 a quinta edição do Fire Protection Handbook (MANUAL DE
Proteção contra Incêndios) com a missão ampliada para a proteção de vidas além de
propriedades. Criou também um comitê de segurança de vida com recomendações
de segurança em situações de incêndio (, SILVA (2012).
Os primeiros estudos relativos à segurança contra incêndio no Brasil foi a partir
da década de 70 após um incêndio ocorrido em São Paulo no prédio Joelma em 1970
com a edição do Decreto Municipal nº 10. 878.
Mas foi em 1974 no Rio de Janeiro que sucedeu a primeira manifestação
técnica, o Clube de Engenharia do Rio de Janeiro produziu o Simpósio de Segurança
Contra Incêndio seguindo 3 ideais: como evitar incêndio, como combater e minimizar
os efeitos.
A Portaria do MTb nº3.214, de 08 de junho de 1978 o Emprego (MTE) editou a
Norma Regulamentadora 23, estabelecendo regras de proteção contra incêndio na
relação ente empregador e empregado.
Atualmente no Brasil as exigências de segurança contra incêndio das
edificações são definidas em legislações estaduais, na falta desta deve-se adotar as
NBR’s ou normas internacionais específicas do assunto. De acordo com Silva (2012)
o decreto paulista nº 46.076/01 serviu como referência para a elaboração de
regulamentação de diversos estados brasileiros, tendo como objetivo a proteção da
vida e contenção de incêndios.
O decreto 47.998 do Corpo de Bombeiro Militar de Minas Gerais, atualizado em
01 de julho de 2020, dispõe sobre a legislação mineira para a prevenção contra
incêndios e pânico no estado, estabelecendo conceitos e medidas para as atividades
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de fiscalização do sistema de prevenção e combate a incêndio de edificações


conforme sua atividade e ocupação.

2.1 SEGURANÇAS CONTRA INCÊNDIO

A principal motivação de segurança contra incêndios em edifícios é minimizar


o risco à vida de seus ocupantes, conduzindo à redução da perda patrimonial
consequentemente. Para tanto, a edificação deve ser concebida ou readequada à
medidas de proteção que satisfaçam as condições especificas da obra, como tipo de
utilização e porte da edificação.
O processo de prevenção incêndio inicia na concepção do projeto arquitetônico
com a escolha dos tipos de elementos construtivos e a resistência dos materiais da
estrutura em função da temperatura. Ou seja, para a concepção das medidas de
proteção e combate a incêndio é necessário, além do conhecimento das
regulamentações estaduais e normatização técnicas de segurança, entender a
necessidade do cliente (desempenho e custo), aplicabilidade e consequentemente a
funcionalidade do sistema a ser incorporado ao projeto de arquitetura, garantindo o
desempenho e qualidade do produto final.
Em situação de incêndio o aquecimento reduz a resistência dos materiais de
acordo com a severidade do incêndio. De acordo com Silva (2012), o concreto além
da redução da resistência tem a ocorrência do chamado spalling, que é a redução de
área resistente por lascamento da superfície expondo a armadura ao fogo. Para
estruturas em aço e alumínio se têm a redução da resistência do módulo de
elasticidade. Contudo as superfícies expostas ao fogo de elementos de madeira
sofrem carbonização. As figuras abaixo representam a variação de resistência e
módulo de elasticidade de alguns materiais:
Figura 1 - Variação de resistência dos materiais em função da temperatura

Fonte: Silva (2012, p.19)


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Figura 2 - Variação do módulo de elasticidade dos materiais em função da temperatura

Fonte: Silva (2012, p.19)

Em resposta a estes fenômenos são adotados às recomendações do Corpo de


Bombeiro como apresentado no tempo requerido de resistência ao fogo (TRRF) de
cada ocupação na Instrução Técnica (IT) -06 – Segurança Estrutural das Edificações.
De acordo com Andrade (2018) e Silva (2012) o TRRF é a propriedade de um
elemento construtivo de resistir à ação do fogo, mantendo a segurança estrutural,
isolamento e estanqueidade. Ambos ressaltam que em virtude da dificuldade de
ordem prática para utilização das curvas reais temperatura-tempo, seja empregado o
modelo de incêndio padrão, ou seja, o tempo que mede a resistência ao fogo não é o
tempo real. O modelo é um tempo fictício para simplificar a situação de incêndio em
projetos de estruturas.
Andrade (2018) complementa que o incêndio padrão é uma curva logarítmica
de temperatura em função do tempo, adotada internacionalmente. Silva (2012) afirma
que é comum utiliza-la associada a tempos padronizados por consenso do meio
técnico com a finalidade de fornecer parâmetros de projeto.
Como apresentado por Silva (2012) para a elevação padronizada de
temperatura em função do tempo, as normas ABNT NBR 14432 e ABNT 5628
recomendam a equação que constroem a tabela de temperaturas e a curva padrão.

𝜽𝒈 - Temperatura dos gases no

𝜃𝑔 = 345 log 10 (8𝑡 + 1) + 𝜃𝑔,0 ambiente em chamas (ºC)


𝜽𝒈,𝟎 - Temperatura dos gases no
instante t=0, geralmente admitida 20ºC
𝒕 - Tempo (min)
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A equação acima pode ser utilizada para construir a tabela e a figura abaixo
representada.

Tabela 1 - Temperatura conforme modelo de incêndio-padrão


Tempo Temperatura Tempo Temperatura Tempo Temperatura
(min) (ºC) (min) (ºc) (min) (ºC)
0 20 65 957 125 1.055
5 576 70 968 130 1.061
10 678 75 979 135 1.067
15 739 80 988 140 1.072
20 781 85 997 145 1.077
25 815 90 1.006 150 1.082
30 842 95 1.014 155 1.087
35 865 100 1.022 160 1.092
40 885 105 1.029 165 1.097
45 902 110 1.036 170 1.101
50 918 115 1.043 175 1.106
55 932 120 1.049 180 1.110
60 945

Fonte: Silva (2012, p.39)

Figura 3: Curva padrão temperatura tempo (material celulósico)

Fonte: Silva (2012, p.39)

O sistema de segurança compreende em grupo de meios ativos e passivos em


respostas aos estímulos provocados pelo fogo. Segundo a ABNT NBR 14432:2000, a
proteção ativa é composta por instalações prediais ativadas manualmente (exemplo:
iluminação de emergência, detecção, sistema de hidrante). Ainda segundo a mesma
norma, a proteção passiva é o conjunto de medidas agregado ao sistema construtivo,
que agregam resistência ao fogo através da aplicação de elementos construtivos
específicos para a aplicação (exemplo: compartimentação horizontal ou vertical,
resistência ao fogo das estruturas e as rotas de fuga).
De acordo com Silva (2012) um dos principais meios de segurança contra
incêndio é a compartimentação. Este meio de proteção em situação de incêndio tem
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a ação de retardar o crescimento de incêndio. Ou seja, a compartimentação é a


inserção de elementos de construção resistente ao fogo.
Silva (2012) titula estes elementos construtivos como elementos de
compartimentação e ainda complementa afirmando que devem possuir capacidade
de isolamento, estanqueidade e ser seguros estruturalmente por um determinado
tempo (TRRF).
A IT6 do CBMMG fornece a correlação entre o tempo requerido de resistência
ao fogo (TRRF) e a característica e espessuras de parede. Para isso faz necessário
a classificação da ocupação conforme a IT9 e o Decreto 47.998 de 01/07/2020.
É necessária também a comparação do anexo B da IT7.

2.3 CARACTERÍSTICAS DO ALGODÃO PARA ARMAZENAMENTO

Resultante do processo de beneficiamento de algodão em caroço, o algodão


em pluma é a matéria prima principal de industrialização têxtil e a qualidade da fibra
de algodão é o fator de fundamental importância. Contudo é um material que
apresenta permanentemente risco de incêndio em sua cadeia de produção.
A cadeia de produção do algodão antes de seguir para a sua industrialização
consiste em: colheita; secagem; transporte; armazenamento de algodão em caroço;
limpeza; descaroçamento; prensagem e enfardamento; armazenamento do algodão
em pluma pronto para expedição.
Todo o processo de algodão deve apresentar uma determinada porcentagem
de umidade características para a qualidade final do produto. De acordo com Costa
et al.(2005) o teor de umidade ideal da fibra deve estar contido entre os limites
máximos de 12% e mínimo de 7%. Ainda completa, a umidade é de suma importância
no armazenamento dos fardos e algodão com umidade máxima de 10%. A elevação
desta umidade pode ocorrer o que chamamos de cavitomia, este fenômeno se dá pela
fermentação devido ao excesso de umidade e à atuação de microorganismos.
De acordo com Carvalho, a cavitomia é um processo de ignição espontânea no
algodão, reflexo da ação química – fermentação / oxidação bacteriana. A oxidação
bacteriana libera calor e quando confinada, o calor não dissipa e gera o incêndio. O
desenvolvimento do fogo é lento e desencadeia-se de maneira trágica quando chega
à superfície do empilhamento com combustão alimentada pelo ar.
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Segundo ainda Costa et al.(2005) para a prevenção de incêndio no local


destinado a armazenagem dos fardos de algodão, recomenda que o mesmo não
contenha qualquer tipo de instalações elétricas, apresente sistema de combate a
incêndio (hidrante, extintores para a classe), além de equipes de pessoas treinadas
para atuarem em situações de risco.
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (2009) recomenda que seja
adotada layouts de acordo com as dimensões dos fardos, conduto apresentar
corredores centrais com largura livre de 4,5 metros para movimentação de
empilhadeira, corredores de acesso com 1,50 metros, distância entre a parede do
depósito e os fardos de 1,30 metros e comprimento linear do módulo máximo de 12
metros.
Para Costa et al.(2005) as pilhas de algodão devem ser dispostas com 6
camadas de fardos e mais 2 camadas de fardos a cima no topo para fazer a
amarração. A distância do topo da pilha à cobertura do armazém não seja inferior a 2
metros, ainda completa que a quantidade máxima armazenada não exceda 4.000
toneladas de pluma.
A dimensão do fardo pode variar, portanto o peso dos fardos pode variar entre
150 Kg e 220 Kg, situando-se, em média em torno de 200 Kg.
Além das recomendações das dimensões dos lotes de armazenamento, é
necessário que as condições do piso sejam satisfatórias para acomodação dos fardos.
Em alguns casos para evitar o contato direto com piso, são utilizados estrados de
madeira, neste caso se ocorrer infiltração de água, a mesma não entre em contato
com os fardos e, eventualmente leve ao fenômeno da cavitomia.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Essa pesquisa é de natureza descritiva, tem como objetivo principal apresentar


a implantação da compartimentação de área como medida de proteção passiva do
sistema de proteção contra incêndio. Para isso foi realizado uma revisão da literatura
por levantamento bibliográfico e um estudo de caso em uma empresa do ramo têxtil,
com o intuito de identificar as características e limitações da estrutura e implantação
da edificação.
A pesquisa se dividiu em duas etapas:
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• A primeira foi realizada o levantamento arquitetônico da edificação,


especificando o tipo da estrutura do galpão utilizado como armazém,
identificação do pé direito, dimensões do prédio e tipos de abertura.
• A segunda etapa foi colhida os dados através de livros e artigos de autores com
conhecimento aprofundado na área do estudo.
Para análise dos dados foram adotadas abordagens qualitativas, com o
principal enfoque de estabelecer a relevância da importância na escolha dos materiais
a serem empregados na estrutura. Para isso adotou-se a abordagem quantitativa para
expressar as dimensões mínimas de proteção sugeridas em livros e artigos do
assunto.

3.1 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA

A pesquisa foi realizada em uma empresa do ramo têxtil localizada no Sudeste


de Minas Gerais. Identificada neste trabalho como empresa “A”.
A construção da edificação da empresa em estudo se compreende em blocos
de galpões subdivido em setores de produção interligados.
O galpão, classificado como depósito de algodão, estrutura portante e
cobertura metálica com fechamento lateral diferente em cada lado como apresentado
abaixo:
a) Fechamento lateral para a rua e divisa com lote confrontante: bloco de
concreto;
b) Fechamento lateral entre o setor no mesmo nível: metálico por telha de
zinco;
c) Fechamento lateral entre o setor no nível acima com acesso: metálico
por telha de zinco.

3.2 TÉCNICA UTILIZADA

Este trabalho foi realizado utilizando a técnica de observação direta


participativa, com o objetivo de analisar a situação do galpão para a implantação das
medidas preventivas com foco nos materiais de compartimentação do setor.
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Os resultados obtidos serão apresentados em formato de textos e imagem com


sugestões de ações para melhorias e/ou indicação de outros estudos específicos a
serem realizados.

3.3 ANÁLISE DOS DADOS E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

Avaliado pela necessidade de compartimentar a área de depósito para garantir


tanto a evacuação segura da população quanto evitar que o incêndio se alastre por
outros setores, o caso foi estudado apenas como caso de pesquisa na implantação
de meios passivos de segurança para a edificação. Para maiores informações é
necessário um estudo mais aprofundado.
Inicialmente, foi elaborado um croqui da modulação dos fardos com o layout
que mais se adequasse a situação do empreendimento. Para isso dado como altura
do pé direito da estrutura e a dimensão dos fardos foram levados em consideração.
Com a quantidade de fardos indicado por módulos e sua respectiva massa total,
foi realizado o estudo da carga de incêndio característica do compartimento de acordo
com a classificação da IT9 do CBMMG. Para a carga de incêndio específica foi
utilizado o método determinístico do ANEXO C.
Com estes dados é possível identificar através do método tabular da IT 6 o
TRRF dos elementos principais da estrutura do compartimento. Para a alvenaria de
vedação do compartimento foi considerado o ANEXO B da IT6. Abaixo segue
resultado de dimensionamento do sistema e caracterização da adequação.
Ocupação: Depósito / J4
Altura do galpão: 5 metros
Carga de incêndio de acordo com o método determinístico para levantamento
da carga de incêndio específica: 32273,51 Mj/m²
Tempo requerido de resistência ao fogo estruturas principal (TRRF):60 min.
Tempo de requerido de resistência ao fogo para alvenaria: parede de bloco
vazado de concreto (2 furos- 19cm x 19cm x 39cm - com revestimento)
Traço em volume de argamassa de assentamento = 1:1:8 / espessura média
de argamassa de assentamento 1cm
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Traço em volume de argamassa de revestimento para: chapisco (1:3) / para


emboço ( 1:2:9) / espessura de argamassa de revestimento para cada face (1,5 cm)/
espessura total da parede 22cm
Resistencia ao fogo da parede: 3 horas
Inserção de porta corta fogo para a vedação de aberturas em paredes de
compartimentação de acordo com a NBR 11711: PCF60
Além do sistema passivo, o ambiente foi dimensionado com equipamentos
como: hidrante e extintores de classe A

Figura 4: Planta baixa adequada para o armazém de matéria prima

Fonte: Elaborado pelo autor

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Antes de qualquer coisa é preciso apontar duas caracterisitcas principais de um


sistema de prevenção: A primeira é que as medidas de segurança buscam garantir a
evacuação segura dos ocupantes da edificação em situações de emergencia, já a
segunda referem-se quais as soluções devem ser adotadas para atingir
satisfatoriamente todos os requisitos de desempenho a ela relacionados.
Para que a edificação atinja a eficácia das medidas de proteção passiva é
necessária à utilização de materiais construtivos baseados nos padrões normativos,
ou seja, materiais testado e aprovado por laboratórios certificados.
É importante salientar que cabe ao responsável técnico aplicar soluções
técnológicas e normatizadas incorporadas ao projeto arquitetonico que proporcione
praticidade e segurança. Assim como realizar a descrição de cada peculariedade do
sistema adotado.
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A proteção passiva contra incendio pode ampliar o tempo não somente para a
evacuação dos ocupantes como tambem reduzir o risco de propagação do fogo e
fumaça para outros setores, resultando na redução de vítimas e prejuízos materiais.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 14432.


Exigências de resistência ao fogo de elementos construtivos de edificações-
Procedimento. Rio de Janeiro. 2001

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 5628.


Componentes construtivos estruturais- determinação da resistência ao fogo. Rio de
Janeiro. 2001

COSTA, Joaquim et al. Técnicas de Colheita, Processamento e Armazenamento


do Algodão. Circular Técnica. Campina Grande:2005. Disponível em
<https://agris.fao.org/agris-search/search.do?recordID=BR20051278334>. Acesso
em:16 mai. 2021

SILVA, Valdir Pignatta. Projeto de Concreto em Situações de Incêndio: conforme


ABNT NBR 15200:2012/. São Paulo: Blucher, 2012.

CARVALHO, Evilasio. Incêndio em Algodão é Risco Permanente. Portal Incêndio,


Disponível em: https://www.portalincendio.com.br/incendio-em-algodao-e-risco-
permanente-em-evidencia . Acesso em:03 de junho de 2021.

ANDRADE, Thiago. Compartimentação de edifícios para a segurança contra


incêndio. Prof. Dr. Valdir Pignatta e Silva. 2018. 321 p. Dissertação (Mestrado) –
Mestre em Ciências, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo,
2018. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3146/tde-
24092018-090530/pt-br.php . Acessado em: 02 maio de 2021

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Algodão em Pluma. Brasília, 2009

BRASIL. Ministério do Trabalho (MTB). Portaria n. 3.214 de 8 de junho de 1978.

CORPO DE BOMBEIRO. Estado de São Paulo, Brasil

_____. Instrução Técnica nº 06. Segurança Estrutural das edificações. Minas Gerais
2020

_____. Instrução Técnica nº 07. Compartimentação Horizontal e Compartimentação


Vertical. Minas Gerais 2020

_____. Instrução Técnica nº 09. Carga de Incêndio nas Edificações e Espaços


destinados a Uso Coletivo. Minas Gerais 2020

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