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O Défice Cognitivo Ligeiro (DCL) é uma condição que demarca o estadio intermédio
entre o envelhecimento saudável com ligeiras alterações cognitivas e a demência. No entanto,
é de ressalvar que nem todos as pessoas com DCL evoluem para um quadro de demência.
Ao longo dos anos têm ocorrido alterações nos critérios para o diagnóstico de DCL,
sendo os mais atuais, e que constam do DSM-V, os seguintes:
“Aproximadamente 12% das pessoas com mais de 70 anos têm DCL, sendo que apresentam 3 a
4 vezes maior probabilidade de desenvolver DA. Segundo alguns estudos longitudinais, entre 10
a 15% dos indivíduos com DCL desenvolvem demência no período de um ano (Petersen et al.,
cit. por Simon e Ribeiro, 2011), enquanto pessoas saudáveis evoluem entre 1 a 2% ao ano. A
maioria dos indivíduos com DCL desenvolve demência em 3 a 6 anos (Troyer et al., 2008).”
(Sousa, 2012: p.29)
No entanto, o DCL não se aplica apenas a défices ao nível da memória, pelo que se
tornou necessário, dada a heterogeneidade deste conceito, a criação de subtipos de DCL e a
sua respetiva definição:
Apesar de ser algo difícil de prevenir, existem alguns fatores de risco que contribuem
para uma maior probabilidade de desenvolvimento de DCL, nomeadamente:
Tratamento Farmacológico
Atualmente, não existem fármacos direcionados para o tratamento de DCL, pelo que o
tratamento farmacológico passa pelo tratamento dos sintomas manifestados com fármacos
específicos.
A DPOC é uma doença crónica caracterizada pela limitação do fluxo de ar das vias
aéreas, geralmente devido a um aumento da resistência causada pela presença de uma
obstrução. O enfisema, a asma, a bronquite crónica e a bronquiectasia são exemplos de
patologias obstrutivas (Robbins, 2013). Nestas patologias verifica-se que a capacidade vital
forçada (CVF) pode estar normal, ou ligeiramente diminuída, e a taxa de fluxo expiratório,
medida em termos de volume expiratório máximo no 1º segundo (VEF1), está
significativamente diminuída, pelo que existe uma diminuição do Índice de Tiffeneau
(VEF1/CVF).
Sintomas
A tosse é o sintoma base da doença, sendo que no início pode ser “intermitente,
normalmente matinal, mas progressivamente vai-se tornando presente ao longo do dia”
(Ribeiro, 2012). A tosse crónica é normalmente produtiva e tende a ser desvalorizada por ser
entendida como uma consequência do tabagismo, no entanto, esta “pode causar síncopes, por
um aumento rápido da pressão intratorácica durante ataques de tosse prolongados. Pode
ainda causar fratura de costelas, muitas vezes assintomáticas” (Ribeiro, 2012).
Apesar de não existir um consenso acerca deste tópico, existem investigações que
apontam para a existência de uma correlação entre a DPOC e a ocorrência de défices
cognitivos. Estudos mostram que têm vindo a ser “documentados múltiplos casos de
depressão, ansiedade e défices neurofisiológicos (velocidade motora, força muscular,
integração perceptivo-motora, atenção, aprendizagem, memória e linguagem)” em doentes
com DPOC.
Desta forma, entende-se que a função cognitiva dos idosos com DPOC pode ser
afetada de três maneiras:
“O tratamento da DPOC estável deve ter em conta a gravidade da doença do indivíduo, que
deve ser avaliada segundo os sintomas, a limitação do fluxo aéreo, a frequência e gravidade
das exacerbações, as complicações, a insuficiência respiratória, as comorbilidades e a função
pulmonar”.
Uma vez que “nenhum dos medicamentos utilizados na DPOC modifica o declínio da função
pulmonar a longo prazo”, os objetivos da terapêutica farmacológica visam, sobretudo, “o alívio
dos sintomas, melhoria do estado geral, atraso no declínio da função pulmonar, aumento da
tolerância ao exercício físico, prevenção de exacerbações e diminuição da mortalidade”
(Ribeiro, 2012).
Dada a faixa etária em que se encontram os idosos, a escolha da terapêutica ideal torna-se
mais complexa. Com o aparecimento de comorbilidades, que requerem medicação, torna-se
fulcral prestar atenção a possíveis interações medicamentosas. Ainda, a diminuição
progressiva da função renal e hepática pode levar à necessidade de “ajustar as doses dos
medicamentos ou, idealmente, escolher um medicamento com baixa biodisponibilidade
sistémica e que tenha uma ação local eficaz, neste caso, nas vias aéreas” (Ribeiro, 2012).
Agonistas β2
No entanto, uma vez que os agonistas β2 são administrados por via inalatória, há um
aumento da concentração de fármaco local nas vias aéreas, mas ocorre redução da
toxicidade sistémica, o que limita os efeitos adversos desta classe de medicamentos no
idoso.
Anticolinérgicos
Relativamente aos efeitos adversos descritos, estes medicamentos podem causar sensação
de boca seca, tosse e agravamento dos sintomas de glaucoma de ângulo fechado. Existem
alguns relatos de retenção urinária.
“Uma meta-análise que inclui vários estudos mostrou ainda uma certa tendência para o
aumento do risco de morte por doenças cardiovasculares, enfarte do miocárdio e AVC, em
doentes medicados com anticolinérgicos inalados” (Ribeiro, 2012).
Metilxantinas
A teofilina não está recomendada em idosos devido à sua toxicidade. Esta pode causar
“palpitações, arritmias, enfarte do miocárdio, vómitos e cefaleias” (Ribeiro, 2012).
MEMÓRIA
A memória é definida, segundo o ICN (2019), como o “processo psicológico: atos mentais
através dos quais são armazenadas e recordadas sensações, impressões e ideias; registo
mental, retenção e recordação de experiências passadas, conhecimentos, ideias, sensações e
pensamentos".
Tipos de memória
Segundo Lent (2010), citado por Júnior e Faria (2015), as memórias podem ser distinguidas
tendo em consideração duas caraterísticas principais: o tempo de armazenamento – imediata,
curto prazo e longo prazo – e a natureza da memória – explícita, implícita e de trabalho.
A memória sensorial é aquela que nos permite adquirir informações através dos sentidos e dos
estímulos que recebemos. Carateriza-se por ter uma duração muito reduzida, caso o estímulo
não seja readquirido. Apesar deste tipo de memória poder reter um maior número de
informações, esta possui um caráter pré-consciente, isto é, nem toda a informação que é
armazenada é tornada consciente para a pessoa (Mourão e Melo, 2011, citado por Júnior e
Faria, 2015). Todos os tipos de memória sensorial desaparecem em cerca de 30 segundos,
sendo consideradas memórias imediatas (Squire et al., 2013, citado por Júnior e Faria, 2015).
A memória a longo prazo é aquela que nos permite armazenar informação por um longo
período, podendo durar a vida toda. É também conhecida por memória remota (Júnior e Faria,
2015) e em processos de alteração cognitiva é a última a ser perdida (Monteiro, 2013, citado
por Vieira, 2016). Pode ser categorizada como memória explícita – que equivale às memórias
que são facilmente acessíveis através da consciência e podem ser evocadas através de palavras
– e implícita – as memórias que estão no nível do subconsciente, que apenas podem ser
evocadas através de ações (Lent, 2010, citado por Júnior e Faria, 2015).
Alterações de memória
Outra situação que resulta em alterações de memória é o défice cognitivo ligeiro (DCL), este
começa por afetar a memória a curto prazo, porém a memória remota e funcional permanece
intacta. Considera-se défice cognitivo leve quando há compromisso na memória e/ou noutras
funções cognitivas que não é impeditivo de realizar as atividades de vida diária (Levin, 2016).
Segundo Cancela (2007), citado por Vieira (2016), o expectável perante um DCL é a detioração
das capacidades cognitivas serem mais exacerbadas do que o processo normal de
envelhecimento, havendo compromisso a nível da aprendizagem, do raciocínio, e em alguns
casos, da linguagem e das capacidades visuais. O DCL progride para demência a um ritmo de
10-12% por ano, podendo demorar cerca de 8 anos para os doentes apresentarem uma
demência a curto prazo.
EQUILIBRIO
Os sinais e sintomas de alteração do equilíbrio corporal podem surgir por várias causas,
podendo ser de origem vestibular ou não vestibular. As alterações não vestibulares incluem
patologias do sistema nervoso central, doenças cardiovasculares, metabólicas, infeciosas,
psicogénicas ou provocadas por tóxicos. As alterações vestibulares estão relacionadas com
diversas patologias, como a vertigem posicional paroxística benigna, doença de Ménière,
vertigem postural fóbica, nevrite vestibular, neurolabirinte vestibular, vertigem pós-traumática
e défice multissensorial no idoso. Este último é a causa de alteração de equilíbrio mais comum
pois com a idade começam a surgir degenerações dos grupos musculares, da visão e do
próprio sistema nervoso, aumentando assim a morbilidade e consequentemente o risco de
quedas (Cruz, I., Barreto, D., Fronza, A., Jung, I., Krewer, C., Rocha, M., Silveira, A., 2010;
Araújo, P., 2007).
As quedas são as principais queixas dos pacientes idosos, sendo esta definida como uma
mudança de posição repentina e involuntária, que resulta de uma aterragem do idoso a um
nível inferior como, por exemplo, o solo ou chão, com a presença ou não de lesão, (Public
Health Agency of Canada, 2005) ocorrendo como resultado de uma interação complexa de
determinados fatores de risco. Todas estas alterações decorrentes do envelhecimento, como
por exemplo, a diminuição da força muscular, alterações na massa óssea, défice no equilíbrio,
aumento do tempo de reação, declínio dos reflexos, redução do controlo postural e alterações
no sistema visual, propriocetivo e vestibular, vão diminuir a capacidade funcional do idoso e
vão permitir que exista uma maior probabilidade da ocorrência do fenómeno de quedas que
constitui um dos principais problemas clínicos e de saúde pública devido à sua alta incidência
na população (Carvalho, A., & Coutinho, E., 2002, 449).