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Fisiologia circulação:
Vascular e
Circulatória
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medida que o sangue flui pela circulação sistêmica, microvasos presentes em cada tecido modulam
a pressão sanguínea vai se reduzindo essa necessidade agindo sobre os vasos locais,
gradativamente, resultando em uma valor médio contraindo-os ou dilatando-os
de 17mmHg nos vasos; pressão sistólica e
- O débito cardíaco é a soma de todos os fluxos
diastólica nos pulmões é bem menor, mas o fluxo
locais dos tecidos: quantidade de sangue que o
sanguíneo é o mesmo que da circulação sistêmica
coração bombeia para a aorta a cada minuto (5L)
- A regulação da pressão arterial é geralmente
independente do fluxo sanguíneo local ou do
débito cardíaco: reflexos nervosos alteram a força
de bombeamento cardíaco, causam constrição ou
dilatação dos reservatórios venosos ou alteram de
maneira generalizada o calibre das arteríolas
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Distensão vascular e Funções dos
sistemas arterial e venoso
Distensibilidade vascular
- Distensibilidade se relaciona à natureza elástica
dos vasos sanguíneos
- Veias são os vasos mais distensíveis; armazenam
mais sangue (atuam como reservatório)
- Unidades de distensibilidade vascular: fração de
aumento do volume para cada mmHg de pressão
elevado
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(arteriosclerose) de uma artéria, maior será a
pressão de pulso gerada
- Pressão de pulso é determinada pela razão entre
o débito sistólico e a complacência da árvore
arterial
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- Efeito da elevada pressão atrial direita sobre a
pressão venosa periférica: aumentos elevados na
pressão atrial direita causam aumentos
consideráveis na pressão venosa periférica; em
repouso, esses efeitos podem ser imperceptíveis
- Efeito da pressão intra-abdominal sobre as
pressões venosas dos membros inferiores: se a
pressão abdominal aumenta (casos de obesidade,
gravidez, ascite – excesso de líquido, grandes
tumores), as veias dos membros inferiores devem
aumentar sua pressão para que o fluxo continue
Veias e suas funções normalizado
- Pressões venosas – pressão atrial direita (ou - Efeito da pressão gravitacional sobre a pressão
pressão venosa central) e pressões venosas venosa: peso do sangue nos vasos afeta a pressão
periféricas: pressão no átrio direito corresponde à venosa
pressão venosa central e é determinada pelo
balanço entre a capacidade do coração de
bombear o sangue do átrio e ventrículo direito
para os pulmões e a tendência do sangue de fluir
das veias periféricas para o átrio direito; a força de
contração atrial direita e a pressão venosa central
se relacionam inversamente (o átrio contraindo
forte diminui a pressão venosa e a contração fraca
aumenta a pressão venosa); o aumento do retorno
venoso aumenta a pressão venosa, já a diminuição
do retorno a diminui; aumento do volume
sanguíneo, do tônus de grandes vasos e dilatação
das arteríolas são fatores que aumentam o retorno
venoso; pressão atrial direita normal é de 0mmHg,
podendo ficar negativo em casos de hemorragias
graves
- Resistência venosa e pressão venosa periférica:
geralmente a resistência ao fluxo sanguíneo é
ínfima quando grandes veias estão distendidas;
oferece-se resistência ao fluxo em locais do
organismos onde há pressões externas constantes,
que resultam em colapso dessas veias
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- A incompetência das válvulas venosas provoca
veias “varicosas”: resultado de altas pressões
venosas seguidas de semanas ou meses – o tecido
das válvulas não acompanha a distensão contínua,
não se fechando completamente e resultando em
inchaço dos vasos, que podem ocasionar edemas
e complicações musculares; o melhor tratamento
é manter as pernas em nível próximo ao do
coração ou o uso de meias compressoras
- Função de reservatório de sangue das veias:
constrição venosa é ativada em casos de perda de
sangue, para compensar o baixo fluxo circulatório
- Reservatórios sanguíneos específicos: baço,
fígado, grandes veias abdominais, plexo venoso
sob a pele, coração e os pulmões abrigam grandes
quantidades de sangue ou sua complacência pode
permitir um maior armazenamento
- Baço como um reservatório para os eritrócitos:
polpa vermelha do baço contém grande
quantidade de eritrócitos
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moléculas, inclusive proteínas do plasma; os - Efeito do tamanho molecular sobre a passagem
capilares gastrointestinais apresentam fendas de através dos poros: permeabilidade das substâncias
tamanho intermediário; nos glomérulos renais há a depende de seus diâmetros moleculares; o
presença de fenestrações, aberturas ovais que tamanho dos poros varia em cada sistema capilar
permitem a passagem de substâncias muito do corpo, correspondendo à função ou
pequenas necessidade da região
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- Forças osmóticas hidrostáticas e coloidais - Efeito de falha de balanceamento anormal das
determinam o movimento de líquido através da forças na membrana capilar: em casos que a força
membrana capilar: 4 forças principais (forças de hidrostática capilar se encontra muito elevada, há
Starling) – pressão capilar (Pc, que força o líquido o surgimento de edema; já caso a pressão
para fora do capilar), pressão do líquido intersticial hidrostática capilar falhe, há um aumento intenso
(Pli, que força o líquido dentro do capilar), pressão do volume sanguíneo
coloidosmótica plasmática capilar (Pp, que
promove osmose de líquido para dentro do capilar) Sistema linfático
e pressão coloidosmótica do líquido intersticial - Constitui a via acessória com que o líquido pode
(Ppli, que tende a provocar osmose do líquido para fluir entre o espaço intersticial e o sangue,
fora do capilar); assim, a pressão efetiva de transportando proteínas e grandes partículas
filtração (PEF) é dada por:
- Canais linfáticos do corpo: quase todo tecido do
corpo possui canais linfáticos para drenar o
excesso de líquido nos espaços intersticiais. Todos
os vasos da porção inferior do corpo e esquerda
da cabeça e região torácica drenam para o ducto
- Com PEF positiva, ocorre saída de líquido do torácico. As porções do lado direito da cabeça e
capilar para o interstício. Se negativa, ocorre o tórax drenam para o ducto linfático direito
inverso
- O coeficiente de filtração capilar (Kf) mede a
tendência de passagem de líquido pelos poros
capilares; varia em cada parte do corpo de acordo
com a necessidade e função
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- Edema intracelular: condições como Síndrome nefrótica (lesão na membrana dos
hiponatremia (pouco sódio no meio extracelular), glomérulos renais) pode causar perda de
depressão dos sistemas metabólicos dos tecidos proteínas do plasma. Cirrose hepática (fibrose
e falta de nutrição adequada para as células pode acentuada entre as células parenquimatosas do
ocasionar edema intracelular. Quando as células fígado) também faz com que haja produção muito
não conseguem manter seu balanço ativo de íons reduzida de proteínas plasmáticas e aumentando
para dentro e fora de seu citoplasma, o a pressão no sistema porta hepático, causando
desequilíbrio de íons pode resultar em entrada de edema generalizado na cavidade peritoneal,
água por osmose na célula. Também, processo denominada ascite
inflamatório nos tecidos pode aumentar a
- Fatores de segurança que normalmente
permeabilidade da membrana celular a íons e
previnem edema: a baixa complacência do espaço
substâncias
intersticial, a capacidade do sistema linfático de
- Edema extracelular: duas causas mais comuns – atuar de 10 a 50 vezes o normal e a diluição das
vazamento de líquido do plasma capilar para o proteínas intersticiais com o aumento do fluxo de
interstício e falha nos capilares linfáticos de retirar líquido do plasma para o interstício garantem que
o excesso de proteínas e líquido, denominado só ocorram edema importante em anormalidades
linfedema muito graves
- Fatores que podem aumentar a filtração capilar: - Fator de segurança ocasionado pela baixa
pode-se aumentar o coeficiente de filtração complacência do interstício no intervalo de
capilar, elevar-se a pressão hidrostática capilar e pressões negativas: a complacência baixa significa
reduzir-se a pressão coloidosmótica do plasma que para um aumento mínimo de volume no
espaço intersticial, há aumento significativo da
- Linfedema – falência de vasos linfáticos em
pressão hidrostática intersticial, se opondo à
retornar líquido e proteína para o sangue:
filtração capilar de líquido para os tecidos. Em
bloqueio ou perda dos vasos linfáticos podem ser
valores negativos, essa complacência permanece
a causa. Infecções dos linfonodos por filaria
bem baixa. Quando atinge valores positivos, a
nematodes ou Wuchereria bancrofti, vermes
complacência aumenta expressivamente, e grande
microscópicos que vivem no sistema linfático
volume de líquido adentra o espaço intersticial
humano, podem obstruir os vasos linfáticos e
causar elefantíase (inchaço de membros) e - A importância do gel intersticial em prevenir
hidrocele (inchaço testicular em homens). A acúmulo de líquido no interstício: o gel impede
remoção ou destruição de vasos linfáticos pode que haja fluxo de líquido livre no interstício.
ocorrer em câncer ou em certas cirurgias de Quando há acúmulo de líquido livre, tem-se um
remoção edema depressível (após pressionar o edema, o
líquido volta para o local pressionado). Já quando
- Edema ocasionado por insuficiência cardíaca:
o líquido se acumula e não está livre para
bombeamento ineficiente do coração aumenta a
movimentar-se, tem-se um edema não depressível
pressão venosa e a pressão capilar, causando
aumento da filtração. Além disso, a diminuição da - Importância dos filamentos proteoglicanos como
pressão arterial reduz a filtração glomerular e “espaçador” das células e na prevenção de fluxo
causa acúmulo de água e sal, levando a ainda mais rápido de líquido nos tecidos: fazem com que não
edema. Além disso, a redução do fluxo sanguíneo haja espaço suficiente entre as células para que
renal estimula a síntese de renina, que favorece a íons e líquido fluam com muita facilidade, sem
formação de angiotensina II e secreção de comprometer a difusão de outros nutrientes. Nos
aldosterona, o que aumenta a retenção de água e casos de edema, o líquido flui muito mais rápido
sal entre os compartimentos, o que explica a terapia
de se tratar um edema nos membros inferiores
- Edema causado pela redução na excreção renal
elevando os membros para que o líquido flua para
de sal e água: redução na excreção renal de sal
os membros superiores
faz com que mais cloreto de sódio se acumule nos
espaços intersticiais, aumentando o volume - Aumento do fluxo linfático como um fator de
destes por osmose e causando edema. Além segurança contra edema: aumento do fluxo
disso, redução na excreção de água causa linfático retira o excesso de proteínas e líquido do
aumento no volume sanguíneo, o que pode interstício
resultar em hipertensão grave
- ‘’Lavagem’’ das proteínas do líquido intersticial
- Edema causado pela redução das proteínas como fator de segurança contra edema: quando a
plasmáticas: há redução da pressão concentração de proteínas no interstício aumenta,
coloidosmótica em função da perda de proteínas. rapidamente o líquido flui por osmose do plasma
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para o interstício. Esse fluxo muitas vezes dilui as - O aumento do metabolismo tecidual eleva o fluxo
proteínas presentes no plasma e aumenta o fluxo sanguíneo nos tecidos:
linfático, lavando essas proteínas do espaço
intersticial
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- “Autorregulação” do fluxo sanguíneo durante
variações na pressão arterial – Mecanismos
“metabólicos” e “miogênicos”: o aumento rápido da
pressão arterial provoca aumento no fluxo
sanguíneo, mas é limitado por autorregulação; A
autorregulação ocorre por meios metabólicos, com
o alto fluxo de oxigênio e eliminação de
vasodilatadores fazendo o vaso se contrair, e por
meios miogênicos, nos quais o estiramento do vaso
pelo aumento de pressão levaria à contração do
músculo liso na parede dos vasos, reduzindo o fluxo
sanguíneo, e a diminuição da pressão levaria ao
relaxamento muscular, aumentando o fluxo
sanguíneo
- Mecanismos especiais para o controle agudo do
fluxo sanguíneo nos tecidos específicos: nos rins, há
o feedback tubuloglomerular; no cérebro, os níveis
de CO2 e de íons hidrogênio exercem papel central;
na pele, o fluxo relaciona-se aos processos de troca
de calor na superfície, aumentando com o aumento
da temperatura
- Possível papel de outros nutrientes além do
oxigênio no controle local do fluxo sanguíneo: - Controle do fluxo sanguíneo tecidual pelos fatores
glicose e vitaminas do complexo B apresentam de relaxamento e de constrição derivados do
papel considerável na vasodilatação endotélio: liberação de substâncias vasodilatadoras
ou vasoconstritoras pelas células endoteliais
- Exemplos especiais do controle “metabólico”
agudo local do fluxo sanguíneo: hiperemia reativa e - Óxido nítrico – vasodilatador liberado por células
hiperemia ativa endoteliais saudáveis: produção motivada pela
tensão de cisalhamento entre o sangue e a parede
- A hiperemia reativa ocorre depois que o dos vasos; liberado principalmente em artérias
suprimento sanguíneo ao tecido é bloqueado por muito pequenas e arteríolas; quando há aumento
um curto período: aumento no fluxo sanguíneo de fluxo na microcirculação, libera-se NO nos vasos
permanece proporcionalmente ao tempo de mais largos; angiotensina II (vasoconstritor) também
oclusão vascular motiva sua produção; danos nas células endoteliais
- A hiperemia ativa ocorre quando aumenta a taxa podem causar vasoconstrição excessiva; uso de NO
metabólica tecidual: liberação de substâncias em casos de disfunção erétil
vasodilatadoras - Endotelina – vasoconstritor liberado pelo
endotélio danificado: efeito intenso sobre os vasos;
seu aumento contribui para a vasoconstrição pela
lesão endotelial provocada pela hipertensão
- Regulação do fluxo sanguíneo a longo prazo:
importante caso as demandas metabólicas do
tecido se alterem cronicamente
- Regulação do fluxo sanguíneo por alterações na
“vascularidade tecidual”: processo também
conhecido como angiogênese (casos de aumento
prolongado do metabolismo); a vascularização
também pode diminuir em caso contrário; muito
mais eficiente em tecidos jovens
- O papel do oxigênio na regulação a longo prazo:
alta disponibilidade de oxigênio inibe a
angiogênese, enquanto baixa disponibilidade a
estimula;
- A importância do fator de crescimento vascular na
formação de novos vasos sanguíneos: todos
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peptídeos; conhecidos como fatores angiogênicos; Controle humoral da circulação
angiogênese começa com vasos novos surgindo a
partir de outros vasos; algumas substâncias podem - Ação de hormônios e fatores produzidos
inibir o surgimento ou destruir vasos (angiostatina localmente
e endostatina)
- Podem atuar localmente no tecido ou em todo o
- A vascularização é determinada pela necessidade corpo
máxima de fluxo sanguíneo, não pela necessidade
média: vascularização adicional formada pela - Agentes vasoconstritores – Norepinefrina e
demanda aumentada no metabolismo permanece, epinefrina: estimulação do sistema nervoso
estando apenas inativada durante o período de simpático promove liberação de norepinefrina
menos demanda (tecidos e medula adrenal) e epinefrina (medula
adrenal) para promover vasoconstrição potente
- Regulação do fluxo sanguíneo através do (norepinefrina) e até leve vasodilatação (epinefrina)
desenvolvimento de circulação colateral: abertura e
formação de alças vasculares que conectam os - Agentes vasoconstritores – Angiotensina II: eleva
vasos no caso de bloqueio da irrigação, chamados a pressão arterial pela vasoconstrição de várias
de vasos colaterais pequenas artérias no corpo, que promove a
redução da eliminação de sódio e de água pelos
- Remodelamento vascular em resposta às rins
alterações crônicas no fluxo sanguíneo ou na
pressão arterial: ocorre tanto em pequenos vasos - Agentes vasoconstritores – Vasopressina ou
(remodelação eutrófica para dentro – não há ADH: efeito mais potente que a da angiotensina II
alteração na área de secção transversal) quanto em na vasoconstrição, elevando a reabsorção de água
grandes artérias (remodelação hipertrófica – pelos túbulos renais
aumento na área de secção transversal, com - Agentes vasodilatadores – Bradicinina:
aumento no tamanho das células e produção de substâncias chamadas cininas são poderosos
proteínas de matriz extracelular adicionais, como vasodilatadores; promove aumento da
colágeno, o que causa enrijecimento dos vasos); em permeabilidade vascular e dilatação arteriolar;
casos de enxertos venosos para substituir uma produção motivada por inflamação tecidual ou
artéria obstruída (ex.: veia safena), a parede dano
muscular da veia pode hipertrofiar e se tornar
semelhante à de uma artéria devido à nova tensão - Agentes vasodilatadores – Histamina: casos de
na parede lesão, inflamação ou reação alérgica; produzida
por mastócitos
- Controle vascular por íons e outros fatores
químicos: aumento de cálcio promove
vasoconstrição (hipercalcemia estimula a contração
do músculo liso); aumento de potássio promove
vasodilatação (hipercalemia inibe a contração do
músculo liso); aumento de magnésio provoca
vasodilatação; diminuição do pH provoca dilatação
arteriolar e aumento do pH provoca constrição
arteriolar; acetato e citrato promovem leve
vasodilatação; aumento na concentração de CO2
promove vasodilatação acentuada, principalmente
no cérebro
- Grande parte dos vasodilatadores e
vasoconstritores exerce pouco efeito a longo prazo
no fluxo sanguíneo, a menos que alterem a
intensidade metabólica dos tecidos: quem define a
intensidade do fluxo é a autorregulação tecidual
por meio do metabolismo
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O papel dos rins no controle a longo
prazo da pressão arterial e na
hipertensão: o sistema integrado de
regulação da pressão arterial
Sistema rim-líquidos corporais para o
controle da pressão arterial
- Elevação da pressão arterial pelo aumento do
volume sanguíneo estimula o rim a eliminar mais
líquido, processo conhecido como diurese de
pressão. Também é aumentada a eliminação de sal, - A curva de débito renal crônico é muito mais
conhecida como natriurese de pressão íngreme do que a curva aguda: variações crônicas
da pressão arterial causam efeitos muito mais
- Quantificação da diurese de pressão como base significativos na função renal do que variações
para o controle da pressão arterial: agudas. A pressão aumentada ocasiona redução na
produção de aldosterona e de angiotensina II, além
de diminuir a atividade simpática, diminuindo os
efeitos antinatriuréticos (maior débito de água e
sal). Inversamente, a pressão diminuída ocasiona
diminuição do débito renal. Indivíduos com
aumento crônico da pressão arterial são sensíveis
ao sal uma vez que os efeitos antinatriuréticos
favorecem um aumento acentuado da pressão
arterial para uma quantidade mínima de sal
ingerida. Alta ingestão de sal a longo prazo pode
lesionar os rins e tornar a pressão sanguínea mais
sensível ao sal
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osmolalidade aumentada estimula o centro de
sede no encéfalo e inibe a secreção de ADH pela
hipófise. Assim, como pequenos aumentos no
volume sanguíneo podem aumentar elevar
significativamente a pressão arterial quando não
há aumento da capacidade vascular, o excesso de
sal acarreta alterações da pressão
- A hipertensão crônica (pressão sanguínea alta) é
causada pelo déficit da função renal: níveis de
pressão sistólica e pressão diastólica acima dos
valores normais – maior que 135mmHg e maior
que 90mmHg, respectivamente. Casos graves de
resultar pressão arterial média elevada podem em
morte por ataque cardíaco (trabalho cardíaco
elevado com déficit coronariano), infarto cerebral
(acidente vascular cerebral – AVC) e insuficiência
renal (uremia). A hipertensão causada pelo
acúmulo de líquido corporal é denominada
- O aumento do volume de líquido pode elevar a hipertensão por sobrecarga de volume
pressão arterial por aumentar o débito cardíaco ou
a resistência periférica total: a elevação da pressão - Hipertensão por sobrecarga de volume
arterial pelo aumento do débito cardíaco retorna ocasionada pela redução da massa renal com um
aumento simultâneo na ingestão de sal: redução
rapidamente ao normal se a função renal estiver
da massa renal acarreta uma menor excreção do
normalizada. Se há maior débito cardíaco, o fluxo
excesso de sal água. Logo, o menor aumento de
sanguíneo pelos tecidos aumenta. Pelo processo
sal no organismo leva a aumentos consideráveis da
de autorregulação, os vasos teciduais se contraem
para normalizar o fluxo, aumentando a resistência pressão arterial
periférica total (pressão arterial diastólica aumenta) - Alterações sequenciais da função circulatória
durante o desenvolvimento de hipertensão por
sobrecarga de volume: inicialmente, a pressão não
sofre aumento brusco em função da manutenção
do reflexo barorreceptor. No entanto, quando esse
reflexo começa a falhar, a pressão atinge níveis
máximos em função do aumento do débito
cardíaco. Com o passar do tempo, alterações
secundárias como o aumento gradual da
resistência periférica total (elevação secundária da
resistência periférica total) e retorno do débito
cardíaco a níveis normais. Assim, preserva-se a
hipertensão e o aumento acentuado da resistência
periférica total
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causa efeitos opostos (fenômeno de feedback
automático)
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sensível ao sal à medida em que a pessoa
envelhece
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- Aumentos da pressão arterial durante o exercício
muscular e outras formas de estresse: no exercício
há o aumento da pressão arterial para que haja
mais fluxo para os tecidos; na reação de alarme
(medo extremo) há aumento da pressão em para
que haja resposta de forma instantânea a algum
perigo
- Mecanismos reflexos para a manutenção da
pressão arterial normal – reflexos barorreceptores:
situados na parede de grandes artérias (seio
carotídeo e arco aórtico), identificam aumento na
pressão arterial e sinalizam ao SNC, que provoca
vasodilatação e diminui a FC e a força de contração
cardíaca; resposta é rápida e funciona mais
efetivamente numa faixa específica de pressão;
regulam a variação de pressão na alteração de
postura corporal; compõem o sistema de
tamponamento pressórico; inervados pelo nervo de
- A constrição parcial contínua dos vasos Hering (ramo do nervo glossofaríngeo)
sanguíneos é normalmente causada pelo tônus
vasoconstritor simpático: despolarização contínua
que mantém o estado parcial de contração dos
vasos
- Controle da atividade cardíaca pelo centro
vasomotor: porções laterais têm atividade simpática
e excitatória; porções mediais possuem atividade
parassimpática e inibitória
- Controle do centro vasomotor por centros
nervosos superiores: substância reticular,
hipotálamo e córtex cerebral
- A norepinefrina é o neurotransmissor
vasoconstritor simpático: liberada pelas fibras
simpáticas vasoconstritoras
- Medulas adrenais e sua relação com o sistema
vasoconstritor simpático: secreção de norepinefrina
e epinefrina no sangue por estímulo simpático
- Desmaio emocional – síncope vasovagal: sistema
vasodilatador permanece ativado, o que resulta
numa estimulação vagal cardioinibitória contínua
(diminuição da frequência cardíaca); assim, reduz-se
o fluxo sanguíneo para o cérebro e a pessoa acaba
desmaiando
- O papel do sistema nervoso no controle rápido da
pressão arterial: 3 importantes alterações
simultâneas para aumentar a pressão arterial –
vasoconstrição de arteríolas, forte contração das
veias (aumento do retorno venoso leva a maior
força de contração cardíaca) e estimulação
autônoma do coração (elevação da FC e da força de
contração)
- O controle nervoso da pressão arterial é rápido:
aumento ou diminuição em segundos
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sistêmica a fim de compensar um aumento de
pressão no líquido cefalorraquidiano e evitar
isquemia cerebral
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- Combinações dos padrões diferentes das
curvas de débito cardíaco: curva final do débito
cardíaco pode se alterar com variações na
pressão externa cardíaca e na eficácia de
bombeamento do coração
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- A estimulação nervosa simpática aumenta a
pressão média de enchimento circulatório: a
estimulação simpática aumenta a pressão
média de enchimento circulatório, enquanto a
inibição simpática a diminui
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- Efeitos compensatórios produzidos em
resposta ao volume sanguíneo aumentado:
aumento da pressão capilar (sangue flui para
os tecidos), relaxamento por estresse das
veias e distensão de reservatórios de sangue,
como o fígado e baço (redução da pressão de
enchimento sistêmica) e aumento da
resistência ao retorno venoso
Circulação coronariana e a doença
- Efeito de alterações simpáticas sobre o
débito cardíaco: cardíaca isquêmica
Circulação coronariana
- Anatomia fisiológica do aporte sanguíneo
coronariano: artérias coronárias principais se
situam na superfície do coração; são duas – artérias
coronárias esquerda e direita; maior parte do
sangue chega nessas artérias pelo seio
coronariano
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- Controle do fluxo sanguíneo coronariano – o de circulação colateral pode acompanhar o
metabolismo muscular local é o principal desenvolvimento aterosclerótico, compensando os
controlador do fluxo coronariano: sempre que a danos. No entanto, em algum momento haverá
força de contração cardíaco estiver aumentada, o processo de isquemia
fluxo coronariano também aumenta; de modo
contrário, a atividade cardíaca reduzida diminui o
fluxo coronariano
- Controle do fluxo sanguíneo coronariano –
demanda de oxigênio como fator principal na
regulação do fluxo sanguíneo coronariano local: há
pouco oxigênio adicional nas artérias coronárias
(70% é retirado para o músculo cardíaco); a
necessidade de mais oxigênio faz com que o fluxo
aumente pela dilatação dos vasos
- Controle nervoso do fluxo sanguíneo
coronariano: efeitos diretos ou indiretos; os efeitos
indiretos (aumento ou diminuição da atividade do
coração) desempenham papel mais importante, já
que os efeitos diretos (mecanismos simpáticos e
vagos) atuam sobre a atividade cardíaca, que
influenciam o fluxo coronariano
- Efeitos diretos dos estímulos nervosos sobre a - Infarto do miocárdio: uma área infartada é aquela
vasculatura coronariana: estimulação cujo fluxo sanguíneo nulo ou tão pequeno que não
parassimpática (vagal) tende a ser não muito pode sustentar a função cardíaca; na fase inicial,
grande, gerando efeito de dilatação; já a simpática, área fica com sangue estagnado; no decorrer, a
mais presente, possui um efeito de constrição, área fica edemaciada e as células cardíacas morrem
sendo este muito mais presente do que a dilatação; caso haja menos de 15% do fluxo necessário em
em pessoas com estímulos simpáticos intensos, repouso
pode ocorrer isquemia miocárdica vasoespástica
- Infarto subendocárdico: músculo subendocárdico
- Aspectos especiais do metabolismo do músculo apresenta um consumo de oxigênio maior e maior
cardíaco: consumo maior de ácidos graxos do que dificuldade de suprir a necessidade nutricional
carboidratos; em condições anaeróbicas ou (maior compressão dos vasos pelos ventrículos na
isquêmicas, o coração obtém energia por glicólise sístole)
- Doença cardíaca isquêmica – aterosclerose como - Causas de morte após a oclusão coronariana
causa da doença: grande quantidade de colesterol aguda – débito cardíaco diminuído, distensão
é depositada sob o endotélio, posteriormente sistólica e choque cardíaco: distensão sistólica
substituídas por tecido fibroso. Esse tecido fibroso ocorre quando a porção infartada do coração é
(placa aterosclerótica) diminui o lúmen vascular e empurrada para fora no momento da sístole,
bloqueia, total ou parcialmente, o fluxo sanguíneo; dissipando a força de contração total do coração
os primeiro poucos centímetros das artérias pela protrusão da área infartada; essa condição
coronárias são um lugar propício ao seu que gera morte dos tecidos periféricos resultando
surgimento em isquemia periférica é denominada choque
coronariano, choque cardiogênico ou insuficiência
- Oclusão coronariana aguda: ocorre com mais
de baixo débito
frequência em pessoa que já tinha coronariopatia
ateroesclerótica; causas podem envolver a
formação de um trombo (coágulo sanguíneo local)
a partir da placa aterosclerótica, que pode se
desprender dela e ocluir algum ponto da artéria,
ou espasmos musculares da artéria devido a
irritação do músculo liso, que levam à contração
excessiva do vaso e, talvez, à trombose secundária
- Valor salva-vidas da circulação colateral do
coração: anastomoses entre pequenos vasos
podem facilitar a recuperação de uma pessoa com
grau de oclusão coronariana; o desenvolvimento
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- Função do coração após a recuperação de infarto
do miocárdio: capacidade de bombeamento do
coração fica diminuída de forma permanente após
um infarto extenso. A pessoa ainda pode realizar
atividades normais, mas que não sobrecarreguem
o coração
- Dor na doença coronariana do coração: pode
ocorrer angina pectoris, dor atrás da parte superior
do esterno (retroesternal) que muitas vezes irradia
para o braço e ombro esquerdos e com certa
frequência até a face cuja descrição remete
sensação de aperto e de calor no peito
- Tratamento com fármacos: vasodilatadores e
betabloqueadores
- Tratamento às vezes requer intervenção cirúrgica
Insuficiência cardíaca
- Causas de morte após a oclusão coronariana - Qualquer condição que reduza a capacidade do
aguda – retenção de sangue no sistema venoso do
coração de bombear sangue o suficiente para
corpo: quando o coração não bombeia
suprir as necessidades do organismo
adequadamente, o sangue fica retido nos vasos,
principalmente no dos pulmões; o edema pulmonar Dinâmica circulatória na
surge agudo surge quando o acúmulo de sangue
atinge os rins, que têm sua capacidade de diminuir insuficiência cardíaca
o volume sanguíneo prejudicada - Efeitos agudos da insuficiência cardíaca
- Causas de morte após a oclusão coronariana moderada: débito cardíaco significativamente
aguda – fibrilação dos ventrículos após infarto do reduzido e acúmulo de sangue nas veias, o que
miocárdio: pacientes com insuficiência coronária causa aumento da pressão venosa (aumento na
crônica podem morrer de fibrilação ventricular pressão do átrio direito)
aguda sem qualquer infarto agudo; as tendências
para fibrilação são maior acúmulo de potássio ao
redor das células cardíacas (eleva a irritabilidade
da musculatura), surgimento de corrente de lesão
por isquemia, estimulação simpática excessiva em
função de infarto maciço prévio e dilatação
excessiva do ventrículo (aumenta a via de
condução do impulso)
- Causas de morte após a oclusão coronariana
aguda – ruptura da área infartada: distensão
sistólica vai enfraquecendo a área infartada até que
o coração se rompe, iniciando um processo de
tamponamento cardíaco (acúmulo de líquido no
pericárdio que comprime o coração)
- Estágios da recuperação do infarto agudo do
miocárdio: inicialmente, tecido muscular morto é
substituído por tecido fibroso, que pode se retrair - Compensação da insuficiência cardíaca pelos
após certo período; áreas normais do coração se reflexos nervosos simpáticos: reflexo barorreceptor
hipertrofiam para compensar a área danificada. Se como principal; há ativação simpática rápida e
não houver repouso absoluto após um infarto, inibição parassimpática; a estimulação simpática
corre-se o risco de surgir síndrome do sequestro torna a musculatura ainda funcional mais forte, ou
coronariano, na qual a atividade irá fazer com que seja, de um jeito ou de outro o coração torna-se
a musculatura “sequestre” sangue que deveria uma bomba mais efetiva. Além disso, a estimulação
irrigar a área previamente isquemiada em situações simpática também aumenta a pressão de
de repouso enchimento sistêmico (tendência de o sangue nas
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veias retornar ao coração), fazendo o coração enchimento pulmonar (tendência de o sangue fluir
lesionado receber mais volume de sangue para os pulmões), resultando em acúmulo de
líquido nos pulmões – condição que engloba
- Estágio crônico da insuficiência – retenção de
congestão vascular pulmonar e o edema pulmonar
líquidos e débito cardíaco compensado: após
ataque cardíaco agudo, o débito urinário é Insuficiência cardíaca de baixo
sensivelmente reduzido em função de acúmulo de
líquido nos rins; alguns cardiologistas consideram débito – choque cardiogênico ou choque
o acúmulo de líquidos uma forma benéfica de cardíaco
compensar o débito cardíaco reduzido, uma vez
- Condição na qual os tecidos param de receber
que o aumento no volume de sangue aumenta a
sangue na quantidade essencial para manutenção
pressão de enchimento sistêmico e também reduz
da vida por motivo de incapacidade do coração de
a resistência venosa. No entanto, se o débito
bombear adequadamente sangue
cardíaco continuar muito reduzido, o acúmulo de
líquido se torna prejudicial e provoca edema - Ciclo vicioso da deterioração cardíaca no choque
intenso por todo o corpo cardiogênico: tendência do coração de ser ainda
mais lesado devido à diminuição da circulação
- Efeitos prejudiciais do excesso de retenção de
coronariana por causa do choque; em casos de
líquido na insuficiência cardíaca grave: aumento da
obstrução coronariana já existente, o processo é
carga sobre o coração, distensão cardíaca
mais grave (diminuições mínimas da pressão
excessiva, edema pulmonar e generalizado
arterial já iniciam o ciclo, ou seja, deve-se impedir
- Recuperação do coração após infarto do no tratamento de infarto do miocárdio mesmo
miocárdio: depende da gravidade da lesão, mas curtos períodos de hipotensão)
geralmente acompanha surgimento de circulação
- Fisiologia do tratamento: promove-se aumento da
colateral para a área infartada e hipertrofia da
pressão arterial (infusão de sangue, plasma ou
musculatura funcional; caso haja recuperação
fármaco) e o fortalecimento do músculo cardíaco
efetiva, a estimulação simpática diminui e os sinais
(cardiotônicos); em casos graves, intervenção
de taquicardia, pele fria e palidez começam a ser
cirúrgica em até 1h após o choque traz bons
atenuados
resultados
- Insuficiência cardíaca compensada: pressão atrial
direita pouco ou moderadamente elevada consegue Edema em pacientes com
compensar a insuficiência em repouso; em situações insuficiência cardíaca
que sobrecarregam o coração (exercícios intensos),
os sintomas agudos da insuficiência podem surgir. - A insuficiência cardíaca aguda não provoca edema
Nesse caso, diz-se que a reserva cardíaca está periférico imediato: único edema de causa rápida é
diminuída o edema pulmonar, que pode causar morte em
minutos ou horas
- Dinâmica da insuficiência cardíaca grave –
insuficiência cardíaca descompensada: casos de - Retenção de líquido pelos rins a longo prazo
lesão em que nem os estímulos nervosos nem o causa edema periférico na insuficiência cardíaca
acúmulo de líquido nos rins podem compensar o crônica: aumento progressivo da pressão capilar, o
débito reduzido, o que resulta em edema intenso, que ocasiona a saída de líquido para os tecidos; as
aumento da pressão de enchimento sistêmico e, causas de volume urinário reduzido na insuficiência
posteriormente, morte. As condições do edema cardíaca envolvem intensidade diminuída de
provocam estertores (ruídos) bolhosos no pulmão e filtração glomerular em função da redução da
dispneia (“fome de ar”) pressão arterial e constrição simpática das
arteríolas aferentes do rim, ativação do sistema
- Tratamento da descompensação: fortalecimento renina-angiotensina e aumento da reabsorção de
do coração por meio de fármacos (ex.: digitálicos) água e de sal pelos túbulos renais, aumento da
ou uso de diuréticos para aumentar a excreção renal secreção de aldosterona (aumento na reabsorção
(equilíbrio entre entrada e saída de água e sal de sódio e, consequentemente, de água) que
apesar do débito reduzido) promove secreção de ADH, e ativação do sistema
nervoso simpático
Insuficiência cardíaca esquerda
unilateral - O papel do peptídeo natriurético atrial em retardar
o início da descompensação cardíaca: PNA é
- Geralmente, o lado esquerdo do coração entra em liberado pela distensão das paredes atriais e
insuficiência maior em relação ao lado direito; estimula liberação de sal e água pelos rins
assim, tem-se aumento na pressão média de
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- Edema pulmonar agudo no estágio tardio da - Bulhas cardíacas normais: na ausculta,
insuficiência cardíaca – outro ciclo vicioso letal: identificam-se 2 sons: tum e tá. O “tum” equivale
enchimento dos pulmões por líquido causa a ao fechamento das valvas AV, enquanto o “tá”, ao
diminuição na oxigenação do sangue, o que resulta fechamento das valvas aórtica e pulmonar
em vasodilatação periférica, processo que (semilunares). Respectivamente, são
desencadeia um retorno maior de sangue para o denominadas de primeira e segunda bulhas
coração e, consequentemente, um acúmulo maior cardíacas
de sangue no pulmão, estabelecendo um ciclo
- A terceira bulha cardíaca é produzida no início
vicioso. Intervenções envolvem aplicar torniquetes
do terço médio da diástole: reverberação do
nos braços e pernas do paciente para reter o
sangue na parede ventricular; normalmente
sangue nas veias, administrar diurético de ação
frequente em crianças, adolescentes e adultos
rápida, administrar oxigênio puro para reverter a
jovens em condições não patológicas; em idosos,
dessaturação do sangue e um cardiotônico de ação
indica insuficiência cardíaca sistólica
rápida
- Quarta bulha cardíaca ou bulha de contração
Reserva cardíaca atrial: frequente em pacientes idosos com
- Consiste na porcentagem máxima que o débito hipertrofia ventricular esquerda, já que é evidente
cardíaco pode aumentar acima do normal quando a contração atrial traz benefícios ao
enchimento ventricular em caso de resistência
- Em pessoas com insuficiência cardíaca severa (perda de complacência) ao enchimento
não existe reserva; qualquer fator quem impeça o
coração de bombear sangue adequadamente - Áreas da superfície torácica para ausculta das
diminuirá a reserva cardíaca bulhas cardíacas normais: distinguem-se os sons
de cada valva por processo de eliminação – ouve-
se a altura de cada som em cada foco e assim
determina-se os componentes sonoros de cada
valva
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estenosada. Já em casos em que a cicatrização - Dinâmica da circulação na estenose aórtica e na
torna os folhetos valvulares muito frágeis, irá regurgitação aórtica: volume efetivo do débito
ocorrer regurgitação, ou seja, refluxo de sangue. cardíaco sistólico fica reduzido
A estenoso não costuma ocorrer sem que haja um
- Hipertrofia do ventrículo esquerdo:
grau de regurgitação
compensação em casos de estenose ou
- Outras causas de lesões valvares: defeitos regurgitação aórtica em função do aumento da
congênitos carga de trabalho ventricular
- Os sopros cardíacos são causados por lesões - Aumento do volume sanguíneo: compensação
valvares: sopros são sons anormais causados por originada pela leve diminuição inicial na pressão
anormalidades nas valvas arterial somada a reflexos circulatórios induzidos
por essa diminuição; aumenta o retorno venoso
- Sopro sistólico da estenose aórtica: grande
para o coração e o faz bombear com força
turbulência do sangue na aorta pois a sístole
adicional
envia o sangue em esguichos devido à pequena
abertura da valva; som áspero e em casos graves - As lesões valvulares aórticas podem estar
pode ser ouvido sem estetoscópio e até causar associadas a um fluxo sanguíneo coronariano
vibrações sensíveis ao toque no tórax, fenômeno inadequado: força demandada para bombear o
conhecido como “frêmito” sangue pela valva estenosada requer um aporte
muito maior de oxigênio. No entanto, as maiores
- Sopro diastólico da regurgitação aórtica: sopro
pressões sistólicas e diastólicas geradas pela
ouvido na diástole “semelhante ao vento”, de
estenose promovem uma menor eficiência na
natureza aguda e sibilante, causado pelo refluxo
circulação coronariana, dando origem, muitas
de sangue da aorta ao ventrículo esquerdo
vezes, à isquemia do miocárdio; em casos de
- Sopro sistólico da regurgitação mitral: sangue regurgitação também há diminuição no fluxo
flui do ventrículo esquerdo de volta para o átrio coronariano
esquerdo na sístole; som também “semelhante ao
- Falência eventual do ventrículo esquerdo e
vento” e que é transmitido pelo ventrículo
desenvolvimento de edema pulmonar: nos
esquerdo até o ápice
estágios iniciais da estenose ou regurgitação
- Sopro sistólico da estenose mitral: dificuldade aórtica, o aumento do trabalho do ventrículo
de passagem do sangue do átrio esquerdo para esquerdo pode impedir o surgimento de
o ventrículo esquerdo; faz com que a pressão no anormalidades significativas; na fase crítica, o
átrio esquerdo se eleve ventrículo esquerdo não consegue acompanhar a
demanda e o sangue se acumula no átrio
- Fonocardiograma do sopros valvulares:
esquerdo e nos pulmões
- Dinâmica da estenose mitral e da regurgitação
mitral: na estenose mitral, o sangue não flui
adequadamente do átrio esquerdo para o
ventrículo esquerdo; já na regurgitação, no
momento da sístole ventricular há retorno de
sangue do ventrículo esquerdo para o átrio
esquerdo
- Edema pulmonar na valvulopatia mitral:
aumentos maiores que 40mmHg na pressão
atrial esquerda podem causar acúmulo grave de
líquido nos pulmões
- Aumento do átrio esquerdo e fibrilação atrial:
aumento do átrio esquerdo leva a um aumento
na via de condução do impulso elétrico, tornando
as condições favoráveis ao surgimento de
fibrilação atrial
Dinâmica circulatória anormal nas - Compensação na valvulopatia mitral inicial:
volume de sangue aumenta pela diminuição da
valvulopatias excreção de água e sal pelos rins, que aumenta o
retorno venoso e mantém o débito cardíaco
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relativamente adequado; o maior problema é o na pressão aórtica em relação à da artéria
surgimento de edema pulmonar pulmonar; no início da vida, o sangue sofre
recirculação pulmonar muitas vezes, resultando
- Dinâmica circulatória durante o exercício em
em um sangue mais bem oxigenado que o
pacientes com lesões valvulares: aumento do
normal. No entanto, ao decorrer do tempo, pode-
retorno venoso no exercício causa exacerbação
se apresentar cianose em decorrência de
nos sintomas das valvulopatias (ex.: edema
insuficiência cardíaca ou congestão pulmonar
pulmonar agudo) em função da redução da
(excesso de líquido nos pulmões); as reservas
reserva cardíaca causada pela valvulopatia
cardíacas e pulmonares também são diminuídas,
Dinâmica circulatória anormal nos manifestando-se como fraquezas durante
exercício moderado ou como edema pulmonar,
defeitos cardíacos congênitos que pode culminar em morte dos 20 aos 40 anos
- Há 3 tipos principais de anomalias congênitas: - Bulha cardíaca do “sopro de maquinário”: som
estenose do canal de fluxo sanguíneo em algum característico da persistência do canal arterial
ponto do coração ou algum grande vaso que pode ser ouvido a partir dos 3 anos de idade
associado, derivação ou shunt esquerda-direita no foco pulmonar do tórax
(sangue reflui do lado esquerdo do coração ou da
aorta para o lado direito do coração ou para a - A tetralogia de Fallot é uma derivação direita-
artéria pulmonar, o que diminui o fluxo sistêmico) esquerda: maior parte do sangue aórtico está
e derivação ou shunt direita-esquerda (sangue pobremente oxigenado; o nome “tetralogia”
reflui do lado direito para o lado esquerdo do refere-se às 4 condições anormais que ocorrem
coração, impedindo fluxo pulmonar adequado) simultaneamente nessa condição – aorta saindo
do ventrículo direito (recebe sangue de ambos os
- O canal arterial aberto é uma derivação ventrículos), estenose da artéria pulmonar,
esquerda-direita: nos fetos, o sangue arterial presença de um orifício interventricular (permite
pulmonar não passa pelos pulmões (sangue é o fluxo de sangue entre os dois ventrículos) e
oxigenado na placenta), mas passa direto da hipertrofia do ventrículo direito (em função da
artéria pulmonar à aorta por meio de um canal necessidade de bombeamento do sangue para a
entre as duas – o canal arterial. Em condições aorta)
normais, o canal arterial se fecha logo após o
nascimento, mas em alguns casos ele pode
persistir, gerando a condição denominada
persistência do canal arterial
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