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Ee -aeas INDICADORES DE DESEMPENHO, PRATICAS E CUSTOS DA MANUTENGAO, NA GESTAO DE PNEUS DE UMA EMPRESA DE TRANSPORTES PERFORMANCE INDICATORS, PRACTICES AND MAINTENANCE COSTS IN TIRES MANAGEMENT OF A TRANSPORT COMPANY Marcos Dario *E-mail: dariomarcos2008@yahoo.com.br Eliciane Maria da Silva** E-mail: cliciane silva@fgy.br Mario Sacomano Netto*** E-mail: msacomano@ufscar.br Silvio Roberto Ignacio Pires* E-mail: sripires@unimep.br * Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP), Piracicaba, SP ** Fundagao Getilio Vargas ~ Escola de Administragao de Empresas de Sao Paulo (FGVIEAESP), Sao Paulo, SP “Universidade Federal de Sao Carlos (UFSCAR), Séo Carlos, SP Resumo: Existem trés custos operacionais expressivos para os prestadores de servigos logisticos (PSL): manutengao dos veiculos, dos pneus © 0 abastecimento de combustivel. Nos estudos de manutengao pouco se tem pesquisado sobre 0 conceito da gestao de pneus, técnicas de manutengao desempenho conjuntamente, Nesse contexto, este estudo tem como objetivo identificar as praticas & indicadores de desempenho da érea da manutencao na gestao de pneus e também, analisar a influencia dos custos aplicados aos pneus sobre 0 custo total da manutengao. Do ponto de vista metodoligico, foi realizado um estudo de caso exploratério, descritivo e analiico. Os principais instrumentos de coleta de dados foram a observagao in loco, entrevista nao estruturada, analise de documentos @ de relatorios com resultados de indicadores. Os dados foram analisados pela analise de correlagao e regressao miltipla. Foi revelado que dentre os indicadores de desempenho da manutencao na gestao de pneus, 08 custos aplicados aos pneus possuem maior correlagao com o custo total da manutengao. O teste Anova indicou que os custos aplicados aos pneus influenciem em 54% das variag6es no custo total da manutengao. Foram esclarecidos os conceitos sobre técnicas de manutengao especificas da gestao de pneus, além de identificar os indicadores de cesempenho na érea de gestao de pneus. Palavras-chave: Prestador de Servigos Logisticos (PSL). Manutenga0, Gestéo de pneus, Desempenho operacional. Abstract: There are three operational costs that are more expressive for PSL: vehicle maintenance, tires and fuel. In studies of maintenance hes been little researched the concept of tire management, technical maintenance and performance together. In this context, this study aims at identifying the practices and performance indicators in the area of maintenance and tire management also analyze the influence of Costs applied to the tires on the total cost of maintenance. We conducted a case study of exploratory and descriptive. The main instruments of data collection were on-site observation, unstructured interviews, document analysis and reports results indicators. Data were analyzed by correlation analysis and multiple regression. It was revealed that among the performance indicators in the management of tire maintenance costs applied to the tires have a higher correlation with the total cost of maintenance. The Revista Produgao Online, Florianépolis, SC, v.14, n. 4, p.1235-1269, out /dez. 2014. 1235 ANOVA indicated that tire maintenance costs influence in 64% of the variations in the total cost of maintenance. We clarified the concepts of maintenance techniques specific tire management, and identify performance indicators in the area of tire managent. Keywords: Logistic Service Provider (LSP). Maintenance. Tire management. Operational performance. 4 INTRODUGAO Uma das importantes fungées exercidas por operadores logistics na cadeia de suprimentos € a gestdo das atividades de transportes e armazenagens (VIVALDINI E PIRES, 2010; BALLOU, 2001; FLEURY, 2002; NOVAES, 2002; LAMBERT et al., 1996). Entao, um dos elementos centrais para o desempenho dos operadores logisticos relaciona-se com os resultados e a eficiéncia na gestao e manutengao da frota. Assim, observa-se um crescimento do interesse da comunidade académica e empresarial sobre a relagao entre manutengao e desempenho (PERES e LIMA, 2008; AMBROSIO e LEITE, 2008, NARAYAN, 2012; SULTANA, RAHMAN e CHOWDHURY, 2013). Mas pouces estudos sao voltados especificamente para o estudo da manutencdo da frota e os impactos nos custos. O tema envolvendo praticas e os indicadores da gestdo de manutengao de pneus se justifica pela importéncia da logistica no transporte de cargas pelo sistema rodovidrio e 0 crescente numero de operadores logisticos no Brasil. Tal sistema é 0 principal meio de transportes no pais e desempenha um papel vital para a economia. O sistema rodoviario é responsavel pelo escoamento dos produtos transportados, que giram em torno de 7,5% do PIB (Produto Interno Bruto), representando, segundo a Confederagao Nacional de Transportes - CNT (2013), 1.713.885 km de rodovias, das quais apenas 202.589 km sao pavimentados, isto é, 11,8% da malha. Entre as rodovias. pavimentadas, 64.921 km sao federais. Destes, apenas 8% sao de pista dupla (5.203 km), € 2,1% (1.376 km) so vias em fase de duplicagao; os demais 89,9% sao de pista simples. Com uma frota de 2.060.002 veiculos de transportes (caminhées e énibus), envolvendo cerca de 188.613 empresas, que representa o transporte de 485.625 milhées de toneladas transportadas, com 61,1% de participagéo desse modal no transporte total de cargas, contanto ainda com 1.008.758 auténomos, com 14.621km Revista Produgao Online, Florianépolis, SC, v.14, n. 4, p.1235-1269, out /dez. 2014. 1236 de concessao de malha rodoviaria privada e 1.195 km administrados por operadores estaduais (DARIO, 2012). Nesse sentido, os custos de manutengéo ganham importéncia significative para a competitividade das empresas (AMBROSIO e LEITE, 2008; TOPAL e RAMAZAN, 2010) e na gestdo da frota para operadores logisticos, Basicamente, existem trés custos operacionais que sao mais expressivos para um prestador de servigos logistico: manutengdo dos veiculos, pneus e combustivel (DARIO, 2012). Se a empresa mantiver o veiculo em boa manutengao e com um bom condutor & possivel que haja economias. Segundo 0 Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas do Estado de Séo Paulo — SETCESP (2009), veiculos de cinco anos de vida util, com média de rodagem de 10,000 km por més, gastam na média em: a) manutengao 10%, b) pneus 8%, ¢) combustiveis 35%, d) dleo lubrificantes 3%, e) lavagem e lubrificagao 4%, f) custos fixos da administragao do veiculo 40%, totalizando 08 100% dos custos fixos e variaveis. A interferéncia que cada um desses custos apresenta, esta diretamente relacionada a0 modo como o motorista conduz o veiculo e as caracteristicas das operagées deste transporte. E por isso que, quanto mais adequadamente o veiculo for conduzido e as operagées de manutengo realizadas de forma mais eficazes, menor sera o custo operacional (DARIO, 2012). Entdo, as praticas de gestdo de manutengao na gestdo de pneus representam um investimento muito valioso e na falta destes poder ocorrer um elevado custo para os operadores logisticos, tais como: a) consumo excessivo de pecas e pneus; b) excesso de mao de obra de oficina; ¢) maior tempo do veiculo parado; d) diminuigao da vida uti do veiculo e de pneus, e) aumento dos custos, f) diminuigao da receita e f) perda de clientes. Entretanto, nos estudos de manutengdo pouco se tem pesquisado sobre o conceito da gestéo de pneus, com as técnicas de manutengao, bem como a sua relag&o com 0 desempenho (DARIO, 2012). Por exemplo, alguns estudos atentam-se para a relagdo entre manutengao, desempenho e custos. Oliveira (2005), fez uma andlise critica dos requisitos de seguranga e desempenho de pneus automotivos. Jé Loch (2007), abordou a Revista Produgao Online, Florianépolis, SC, v.14, n. 4, p.1235-1269, out /dez. 2014. 1237 necessidade de conhecer a gestdo de manutengéo de veiculos pesados, com a colaboragao de membros de uma empresa logistica. Haviaras (2005), desenvolveu uma metodologia para analise de confiabilidade de pneus radiais em frota de caminhdes de longa distancia. Portanto, a problematizacao desta pesquisa diz respeito as necessidades e as caréncias empresariais quanto ao tema gestdo de pneus, como também, as lacunas tedricas dos estudos de manutengo relatives a estes trés temas conjuntamente: manutengao, gestéo de pneus e desempenho operacional, aplicados as empresas de transportes. Assim, foram formuladas as seguintes questées de pesquisa: (Q1) Quais praticas da manutengao representam o conceito de manutengéo na gestéo de pneus? (Q2) Quais sao os indicadores de desempenho operacionais da manutengéo na gestéo de pneus? (Q3) Quais medidas da érea de manutengéo na gestéo de pneus esto associadas significativamente aos desempenhos de custos pneus? (4) Os custos aplicados aos pneus influenciam significativamente o custo total de manutengao? Portanto, este estudo teve o objetivo de identificar as praticas e indicadores de desempenho da area de manutengao na gestéo de pneus. Também, buscou-se analisar a influéncia dos custos aplicados aos pneus sobre o custo total da manutengéo. Ja como objetivos especificos foram pesquisados os indicadores da gestéo de manutengao e pneus e, as suas praticas; identificados os indicadores de desempenho operacionais da manuten¢ao na gestéo de pneus; identificadas como as medidas da area de manutencéo na gestéo de pneus esto associadas aos desempenhos de custos de pneus e por fim, investigada a relagdo entre os custos aplicados aos pneus sobre 0 custo total de manutengao. Na sequéncia desta introdugdo é apresentada a revisdo da literatura sobre os conceitos de gestéo de frota, manutenco e medidas de desempenho aplicadas aos custos dos pneus. Posteriormente, sao descritos os procedimentos metodolégicos para @ execugao da pesquisa empirica, desenvolvidos os resultados e as andlises dos dados coletados e, por fim, so apresentadas as consideragées finais deste estudo Revista Produgao Online, Florianépolis, SC, v.14, n. 4, p.1235-1269, out /dez. 2014. 1238 2 GESTAO DE FROTAS E MANUTENCAO A telagdo entre manutengao e desempenho tem recebido foco em diversos estudos (PERES e LIMA, 2008; AMBROSIO e LEITE, 2008, NARAYAN, 2012; SULTANA, RAHMAN e CHOWDHURY, 2013). Particularmente, os operadores logisticos tém custos de manutengo elevados no gerenciamento da frota. Ademais, as empresas que possuem frota prépria, sofrem muitas dificuldades por outros diversos fatores, tais como: a) alto investimento em renovagao de frota, b) condiges de seguranca nas estradas, c) falta de um planejamento melhor por partes dos 6rgaos governamentais, d) falta de investimentos em infra-estrutura logistica estratégica para armazenagem, distribuicao, exportagao e importagao, entre outros (VALENTE, 1994 e CLEMENTE, 2008). © Brasil tem forte vocagao do sistema rodovidrio no transporte de cargas (servigos de entregas porta a porta), sendo esta uma das razées importantes para uma implantagéo de uma boa gestdo de frotas nas empresas, conforme ja comentado na introdugao, Nesse sentido, so esperados alguns beneficios de uma boa gestéo de frotas como: redugo de custo, melhor qualidade e desempenho de servicos, maior controle de pegas e componentes, aumento das médias de combustiveis, melhor gestéo de manutengdo e pneus, entre outros. Segundo Valente et al. (2003), a gestao de frotas engloba atividades como: a) gerenciar, b) comandar, c) administrar, e d) planejar as atividades de um conjunto de veiculos pertencentes a uma mesma empresa. Para o gestor de transportes ha exigéncia de um amplo conhecimento de tarefas e questées abrangentes, como: a) saber, sobre a previsdo e controle dos custos operacionais, b) planejar a manutengao, c) controlar as necessidades de renovacao da frota, d) dimensionar a frota, e) especificar e avaliar veiculos e equipamentos, f) comprometer-se com os colaboradores, g) operar a frota, e h) acomodar as cargas e i) inovagées tecnolégicas. Atualmente as organizagées vém buscando novas ferramentas de gerenciamento, que proporcione a uma maior competitividade através da qualidade e da produtividade de seus servigos, para isso acontecer as empresas necessitam que os diversos setores Revista Produgao Online, Florianépolis, SC, v.14, n. 4, p.1235-1269, out /dez. 2014. 1239 apresentem os melhores resultados na busca pela exceléncia, Por sua vez, a manutengao é a responsavel pela disporibilidade dos ativos, sendo o mais importante nos resultados de custos das empresas e no aumento da produgao. Para Kardech e Nascif (2013), 0 custo de manutengao no Brasil por faturamento bruto das empresas € de 4,11% na média entre 1995 a 2011, apesar de ser importante continuar reduzindo custo de manutengao, € preciso dar prioridade ao aumento de disponibilidade e da confiabilidade, j4 que estes fatores estado ligados ao faturamento representam 95,8% da equagdo faturamento / custo das empresas. Os mesmos autores citam ainda que nos tltimos anos a atividade de manutengdo tem passado por muitas mudangas, estas mudangas sao consequéncias de: a) aumento do numero e da diversidade dos itens fisicos (edificagdes, equipamentos, instalagdes), b) aumento da automagao, instrumentagaéo e monitoramento dos equipamentos, c) projetos mais amplos, d) novas técnicas de manutengdo, €) novos ensinamentos sobre a organizagao da manutengo e suas responsabilidades, f) importancia da fungéo manutengao como fungao estratégica para a melhoria de resultados e também para o aumento da competitividade das empresas, g) introdugdo da gestéo como fator indispensavel para aleangar os melhores resultados para a manutengdo e para a organizago como um todo. A evolugdo da manutengdo surgiu a partir de 1930, e a partir, pode ser dividida em cinco geragées, mostradas na Tabela 1 Revista Produgao Online, Florianépolis, SC, v.14, n. 4, p.1235-1269, out /dez. 2014. 1240 Tabela 1 - Evolugao da manutencao Evolugio da manutengio Gerasio Primelra Segunda Terceira ‘Quarta Geragao Quinta geragio Gera Geracao Gera ane 7Ea0 a 1950 1960 a 1970 1980 a 1990 2000 2005 ida 70S Expectativax Consera apes _Disponibiidade-«Confabildade,—-Seguranca: Gerenciar 08 ative; relecao ‘ha Malorvde Uti de Mer redugaa—«Gerencsaratwos;——_Otmizar os cicios dos ‘manutengzo ‘equpament, custo beneffeio, nur nos ates, Preservagio do resultados dos Infuir nos resultados mee ambiente. negdcos. do negscio, Vise quanto Equpamentos Equipamentos se Existenciade Redz falas Planejemento do ciclo afomads—sedesgastam —comportam de seis padres de prematures, de wide desde 0 stv. comaidadee acordocoma ——_falhas, projeto para reduzir 9s porssofaham. curva da fainas. benheira Mudancas Habiidades Piangjamonto —Montoramento,_Aumonto da Aumonto da nastécnicas —paraereparo | manualda Manutongae mmanutene20 ‘manuencae prediva oe manutengao; restive preatwa e ‘emontoramento; manutengao CComputadores Andlse de isco; mantoremento; Partcpacao efetiva no rentes, Computadores.' —Reducao nas prajeto, aquaicao, Manutongso ‘ides mandiengdes Instalago, proventvapor ——Softwaros proventivao ‘comssionamento, tempo. polenies, grupos coretva ndo Se taba pianejads ‘isepineres; ‘Analse de faas; Projetos volades técnicas de Garant que 0s atvos, ostaa confiabidade ‘pefem dentvo da sus, Conffablidade. —‘Mlanutoniiidade;_maxama efciéneia Projets wtados——Implamentar para rmeihorias, cbjetvando ‘contiabidade, ‘a redugao de fanas manutenbiidade e —Exesléneia em dsponibiidede, ‘engenharia de Contratag30 por manutong3o, resuitados Consoidago das rmelnonas por resutedos. Font ‘ardech e Naso (2013). Melhores praticas da manutengo, segundo Kardech e Nascif (2013), so aquelas que se tém mostrado superiores em resultados, selecionados por um processo sistematico e julgadas como exemplares, boas ou de sucesso demonstrado, De um modo geral as ferramentas implantadas nas empresas de classe mundial, como maior sucesso foram: a) Gestdo da Qualidade Total, b) Gerencia de Rotina, c) Padronizago, d) 5S, e) TPM, f) Benchmarking, g) BSC, h) Gesto de Ativos, além disto 6 claro a certificagao em relacao as normas internacionais, que levam as empresas a melhorarem sua gestéo alcangando melhores resultados como as ISO 9001, ISO 14001, OSHAS 18001 e PAS 55000 (KARDECH E NASCIF, 2013). Para otimizar a organizagao como um todo, varias ferramentas estdo disponiveis, mas elas sé dardo resultados eficazes 4 medida que 0 pessoal da manutencdo Revista Produgao Online, Florianépolis, SC, v.14, n. 4, p.1235-1269, out./dez. 2014. 1241 intemalizar uma nova cultura, sua missdo estratégica, seus novos paradigmas, os tipos mais eficazes de manutengao, a pratica do trabalho em equipe, a multifuncionalidade ou polivaléncia, a manutengdo deve intervir de forma planejada na organizacdo. Atualmente so definidos seis tipos basicos de manutengdo: 1) Corretiva nao planejada, 2) Corretiva planejada, 3) Preventiva, 4) Preditiva, 5) Detectiva, 6) Engenharia de Manutengao. Os resultados para a manutengao que aplica as melhores praticas atualmente, incluem: = 100% da confiabilidade requerida so atingidos 100% do tempo; + Falta de sobressalentes no estoque é rara (menos que 1 por més); + Horas extras ndo passam de 2% em relagao ao tempo total de manutengao; + 100% do tempo dos executantes cobertos por ordens de servigo: + 90% do comprimento de programagao de servicos; * Os custos de manutengao sao de 2% do orgamento. Esses resultados nao se atingem sem a aplicagdo das melhores praticas. Precisa haver para a aplicagao e implementagao 0 envolvimento de todos os colaboradores da organizago, além disso para que os resultados sejam alcangados, ¢ necessério: ‘+ Comprometimento de toda a estrutura organizacional; + Perseveranga ou consténcia dos propésitos; * Que 0 programa independa das pessoas, ou seja, deve ser sistematizado e se constituir em um programa da organizagao. Ferramentas de manutengao utilizadas para o aumento da confiabilidade nas empresas de classe mundial, podemos destacar: * Analise do Modo e Efeito de Falha — FMEA (é uma abordagem que ajuda a identificar e priorizar as falhas potenciais em equipamentos, sistemas ou processos); * Anélise de Causa-Raiz de Falha - RCFA (é um método ordenado de buscar as causas de problemas e determinar as agées apropriadas para evitar a reincidéncia); Revista Produgao Online, Florianépolis, SC, v.14, n. 4, p.1235-1269, out /dez. 2014. 1242 * Método de andlise de problemas - MASP (é uma sistematica de analise e solugao de problemas adotadas na Gesto da Qualidade Total); + Manutengao Centrada na Confiabilidade — RCM (é um processo usado para determinar os requisitos de uma manutengao de qualquer item fisico no seu contexto operacional). 2.4 A gestéo de manutencao e medidas de desempenho aplicadas aos custos dos pneus Os custos dos pneus é um dos mais criticos, em termos de manutengéo, conservagao, aquisi¢éo e controle, pois depende de varias variaveis como: as condigdes das estradas, armazenagens, prego dos pneus, perdas de pneus durante as operacées de transportes, roubos e acidentes. De acordo com a Associago Nacional da Industria de Pneumaticos - ANIP (2014) e FUNDACAO ADOLPHO 80SIO DE EDUCAGAO NO TRANSPORTE - FABET, (2010) a vida util dos pneus depende de uma manutengao cuidadosa por parte do motorista, nesta area, ela orienta sobre 0 limite de seguranga, pressao, 0 rodizio de pneus e dicas importantes para evitar 0 desgaste do pneu. Para Kato (2005), investimentos significativos tém que ser realizados para a manutengao e pneus como, por exemplo: estoques de reposi¢do, alinhamento e balanceamento, ressolagens, consertos, 0 que mostra a necessidade de um controle e gerenciamento para minimizar o impacto nos custos das empresas. © pneu € um dos itens mais importante do veiculo e na manutencdo (ANIP, 2014), porque: mecanicos do veiculo; (b) é um dos custos mais altos das empresas; (c) é um (a) © pneu € que esté na ponta final de uma série de sistemas componente que merece cuidado por parte dos motoristas, pois so eles que ficam maior tempo com o veiculo; (d) 0 pneu depende de acompanhamento que trazem resultados positivos em custos e beneficios. A vida util dos pneus depende de varios fatores externos e intemos da empresa segundo FABET (2010) e ANIP (2014), como a conservagao dos veioulos, da forma Revista Produgao Online, Florianépolis, SC, v.14, n. 4, p.1235-1269, out /dez. 2014. 1243 como os motoristas conduzem os veiculos, do transito, do clima, do relevo, das estradas, do peso das cargas transportadas, dos tipos de veiculos utilizados e da manutengao. As fungSes que o pneu deve apresentar como um recipiente de pressao, ¢ 0 Unico ponto de apoio do veiculo a superficie da estrada, sdo: (a) capacidade de suportar e transportar cargas, (b) capacidade amortecedora, (c) capacidade de transmissao de torque, (d) capacidade de resposta direcional e (d) capacidade de aderéncia ao solo (ANIP, 2014; GOODYEAR, 2010; DARIO, 2012; BBTS, 2010 e FABET, 2010) © pneu também deve oferecer uma durabilidade satisfatéria, e proporcionar seguranga para 0 desempenho dos veiculos, além da satisfagao dos profissionais de transporte, como: a) baixa resisténcia ao rolamento e economia de combustivel, baixo nivel de ruido, possibilidade de ressulcagem e consertos, possibilidade de recauchutagens e capacidade de velocidade alta dentro dos padrées técnicos e legais (GOODYEAR, 2010). Os fatores que reduzem a vida util dos pneus de forma inadequada conforme a Bridgestone Bandag Tire Solutions - BBTS (2010), séo os cinco ladrées de quilometragem: (a) alinhamento; (b) balanceamento; (c) controle de pressao; (d) desenho de banda de rodagem; (e) emparelhamento. O alinhamento do eixo dianteito ¢ uma condigao existente pela legislagao de transito, segundo o Conselho Nacional de Transito - CONTRAN (558/80), sob pena de multa e apreenso do veiculo (sendo 0 uso exclusive de pneu novo, minimo de sulco de retirado do pneu em 1,6mm do menor ponto do pneu) (ANIP, 2014). O desalinhamento do eixo dianteiro é o que mais afeta a vida dos pneus em servigo das empresas, uma vez que provoca o arraste dos pneus causando desgastes irregulares, nas empresas que ndo fazem alinhamento e balanceamento, ou fazem no maximo, uma vez em cada troca dos pneus (DARIO, 2012) Os balanceamentos reduzem as quilometragens e podem ser de trés tipos: (a) desequilibrio estatico; (b) desequilibrio dinamico; e (c) ambos; estaticos e dinémicos juntos. Os desbalanceamentos, além de ser desconfortavel ao volante, causa um desgaste irregular e prematuro dos pneus, dos rolamentos do cubo e dos amortecedores. Revista Produgao Online, Florianépolis, SC, v.14, n. 4, p.1235-1269, out /dez. 2014. 1244 O controle de presséo de forma inadequada reduz a quilometragem dos pneus na ordem de 30%, conduzindo a uma perda média de 50% na sua vida util. JA com excesso de 30% de peso, perde-se 15% da vida util (BRIDGESTONE BANDAG TIRE SOLUTIONS - BBTS, 2010). A pior condigao é a falta de pressdo, que acelera o desgaste e aumenta o consumo de combustivel, além de reduzir a recapabilidade, por isso € um dos fatores mais importantes para a boa manutengdo preventiva do pneu (GOODYEAR, 2010). GOODYEAR (2010) e BBTS, (2010) apontam que os diferentes tipos de pressdo por inflagéo sao: (a) na baixa presséo o pneu se flexionaré e ndo tera um assentamento correto sobre 0 solo, desgastando-se mais nos ombros e perdendo o contato necessario para tragéo e aderéncia adequada, (b) 0 uso da calibracdo adequada, conforme recomendagao dos fabricantes e a realizagao da calibragem a cada 15 dias condiz a correto contato do pneu sobre o solo; (c) alta pressdo ou excesso de pressao causa um arqueamento irregular do pneu, resultando em perda de contato e aderéncia. Também desgasta mais o centro do pneu, deixando-o sofrer mais com 0 risco de impactos, pois a capacidade de assimilagao diminui a medida que o pneu fica mais duro. Outro fator de redugao de custo é 0 empareihamento incorreto ou inadequado dos pneus, os pneus desemparelhados resultam na distribuicao desigual da carga, devido & vari cdo de didmetro dos pneus, pois rodam com a mesma velocidade, como resultado sera um desgaste rapido e irregular do desenho e sobrecarga num dos pneus, pois fatores como: diferenca de pressdo, os abaulamentos das estradas impedem o correto emparelhamento das rodas duplas (GOODYEAR, 2010; BBTS, 2010 e ANIP, 2014) Por outro lado, os sistemas de medio de desempenho tém despertado o interesse de diversos estudos (NARAYAN, 2012; PERES e LIMA, 2008; AMBROSIO e LEITE, 2008). Um sistema de medigao de desempenho pode ser definido com um conjunto de medidas utlizadas para quantificar eficiéncia e eficacia das ages A medigao de desempenho € 0 processo de quantificar uma acdo e esta fortemente ligado a eficiéncia e efetividade (NEELY et al., 2005). Um sistema de medigao de desempenho pode ser analisado em trés diferentes niveis: 1°) individuais; 2°) conjunto Revista Produgao Online, Florianépolis, SC, v.14, n. 4, p.1235-1269, out /dez. 2014. 1245 de medidas de desempenho; € 3°) relagao entre o sistema de medicéo desempenho e © ambiente onde esta inserido. Vale ressaltar que as organizagdes comumente adotam Sistemas de Medico de Desempenho (SMD) para avaliar de forma mais ampla seu desempenho, em diversas reas de seu negécio, como por exemplo; a) o Balanced Scorecard - BSC (KAPLAN e NORTON, 1992); b) Sete Critérios de Desempenho (SINK e TUTTLE, 1985); c) Desempenho Quantum (HRONEC, 1994); d) Sistema de Medigao de Desempenho por Gestdo de Processos (DE TONI e TONCHIA, 2001); d) SMART - Performance Pyramid (CROSS e LYNCH, 1990); e) Sistema de Medigéo de Desempenho Integrado de (BITITC! e TURNER, 1997); f) Sistema de Medigdo de Desempenho de Integrado Dinamico (GHALAYINI et al., 1997); g) Modelo Performance Prism (ESPOSTO, 2008). Valente et al. (2003) e Mattar ef al. (2010) citam que os principals indicadores e variaveis para medir 0 desempenho de uma gestéo de frota, so: velocidade operacional, tempo de carga e descarga, horas de trabalho, redugao de custo, incluindo indicadores voltados para a manutengao, pneus e combustiveis. Portanto, sendo esses indicadores s4o considerados de consumo e operacionais da frota. Ja Francischini (1998), afirma que numa visdo abrangente, produtividade pode ser definida como uma relago entre um resultado e um esforgo. Slack et al (1996) enfatizam que a fungao produgao bem sucedida, para dar uma vantagem baseada na producdo, é possivel através de cinco objetivos de desempenho: vantagem em qualidade, rapidez, confiabilidade, flexibilidade e custo. Nordskag (2006), define o “Overall Equipment Effectiveness’ (OEE) ou indice de eficiéncia global, baseado em trés elementos basico: isponibilidade, capacidade, qualidade. Os indicadores, deste estudo tem por finalidade identificar as principais ameagas 4 operacdo. Em sintese, considerando as operagées dos processos internos associados a manutengao, a pesquisa, na literatura mencionada nesta segdo, revelou que seus indicadores de resultados estejam associados aos custo total da manutengao, como: calibragens dos pneus, alinhamentos dos veiculos, balanceamento, ordens de servigo, socorros nas estradas, indice de sucateamento de pneu, horas de treinamento, indicadores de seguranga e sade do trabalho, consumo de combustivel, reclamacéo Revista Produgao Online, Florianépolis, SC, v.14, n. 4, p.1235-1269, out /dez. 2014. 1246 de clientes, acidentes, custo aplicado aos pneus, gasto com pneus na estrada e custo do pneu por km rodado. Tais indicadores serao adotados como categorias de analises para a investigagao dos dados empiricos do presente estudo. Portanto, esses estudos ajudaram a compor um conjunto de categorias de analise desenvolvides na sintese desta revisdo tedrica, uma vez que nao foram encontradas medidas desempenho especificas da manutengao na gestéo de pneus, sendo esta uma das questées de pesquisa do presente trabalho, 3 METODO, AMOSTRA E COLETA DE DADOS A presente pesquisa é caracterizada como um estudo de caso exploratério, descritivo e explanatério (YIN, 2010). Exploratério porque foi aplicado em areas nas quais ha poucas teorias ou um conjunto deficiente de conhecimentos, sendo as principais teorias, gestéo da manutencdo na gestéo de pneus e desempenho em ambas as areas de uma empresa de transportes rodoviarios de cargas. Foi considerado descritivo porque se procurou descrever as praticas de manutencdo na gesto de pneus, bem como identificar os indicadores de desempenho na gestéo de pneus da empresa pesquisada e explanatério (explicativo) busca da relagao causal Os principais instrumentos de coleta de dados foram a observacdo direta in loco, entrevista ndo estruturada e andlise de documentos e de relatérios sobre resultados dos indicadores. A coleta desses dados ocorreu nos meses de setembro a dezembro de 2011, sendo que os dados coletados se referem a levantamento histérico das praticas implantadas desde o ano de 2003 e indicadores de desempenho operacionais apurados dos relatérios entre os anos de 2009 a 2011. As principais variaveis encontradas foram: valor de alinhamentos, valor de balanceamentos, quilometragem da frota rodado, custo aplicado aos pneus, numero de ordens de servigo, custo da manuteng&o, numero de pneus sucateados, numeros de veiculos calibrados, custo da quilometragem do pneu, gasto com pneus nas estradas, custo de mao de obra na manutengao. Revista Produgao Online, Florianépolis, SC, v.14, n. 4, p.1235-1269, out /dez. 2014. 1247 A andlise dos dados foi realizada em duas fases: (a) andlise qualitativa: em que foi utilzada a andlise de contetido (COLLIS e HUSSEY, 2005), mediante uma apresentago descritiva da implantagdo das praticas e dos indicadores de desempenho da gestéo de manutengao e pneus; (b) analise quantitativa: em que foi empregada a analise de correlagdo Pearson buscando analisar as associagées entre medidas da manutengéo e de pneus. Foi também empregado a analise de regressao miiltipla (HAIR JUNIOR et al., 2005), para analisar os quanto 0 custo de pneus representam (explicam) sobre os custos de manutengao. 4 RESULTADOS DA PESQUISA A empresa em estudo 6 do setor de transportes rodoviarios de cargas e foi fundada em outubro de 1971 na cidade de Piracicaba/SP. Atualmente a area da mattiz, composta por administracao, mecénica, manutencéo e abastecimento, possui 30.000 m2. Também, possui uma area de patio externo nomeado de garagem dos veiculos, com 50,000 m2 Existem seis filiais, que estéo nas cidades de AraucdrialPR, SerralES, Sao Paulo/SP, Jacarei/SP, Mogi das Cruzes/SP e Santos-SP. Tem 550 funcionarios entre a matriz e filiais. Sua frota ¢ composta de 32 caminhées trucks, 150 cavalos mecénicos, com 156 semi-reboques cargas secas, 50 pranchas, 7 semi-reboques porta containeres, 16 semi-reboques siders, 80 semi-reboques tanques de GLP, 07 veiculos camionetes, totalizando 498 veiculos com idade média de 05 anos Percorre em média 1.650.000 km mensais, sendo 1.300.000 km com frota propria 350,000 km com veiculos tercelrizados. Transporta aproximadamente 35.000 toneladas mensais. A area de segmento de transporte da empresa em estudo é 0 transporte de GLP, maquinas e equipamentos, papel e celulose e cargas industriais fracionadas. A administrago 6 de carater familiar. Os principais parentescos sao os filhos e netos do fundador na diregdo da empresa. E certificada pela ISO 9001/2008, pela Sassmaq desde 2004 e em 2006 foi a primeiro transportador a aderir ao programa Siga Revista Produgao Online, Florianépolis, SC, v.14, n. 4, p.1235-1269, out /dez. 2014. 1248 Bem Crianga, firmando uma parceria, patrocinado com a Petrobras. No ano de 2009, 2010 e 2011 a empresa foi o transportador oficial da Formula 1 e da Férmula Indy Americana. A manutencao da empresa em estudo comegou a se organizar a partir de 2003 Antes desse ano, a manutengdo era baseada somente em corretivas ¢ trocas de éleo, no tinha um gerenciamento de pneus, dependia de unicamente de um controlador de pneus. Nao tinha controle em seus processos, sendo a manutengao corretiva anotada em cademos e fichas, 0 mesmo acontecendo com os pneus. Dessa forma, classificada como manutengao ndo planejada. No final de 2003 e inicio de 2004 houve a implantagao da ISO 9001, uma vez que a empresa objetivava a se adaptar as novas normas de manutengao mundial. Entéo, a manutengao buscou 0 conceito de ser planejada, com foco na manutencao preventiva © corretiva, realizando © chek-list de inspecao, e tentando implantar a medida de seu crescimento @ manutengdo detectiva e a engenharia de manutengo. Portanto, novas ferramentas ou programas de agao foram implantados paulatinamente, tendo vista fatores como custo de implantagao das praticas de manutengdo, os resultados aleangados e tempo de implantagéo. Em 2003 a empresa possuia apenas 15 funciondrios responsdveis pela manutengao dos veiculos. As ferramentas ou programa de agées, seus referidos anos de implantagdo e seus propésitos foram: * 2003 2 2004 - a implantagdo da ISO e implantacdo de softwares de gerenciamento da manutencdo. * 2005 A 2006 — Manutengao estava no check-list com mais de 80 itens de inspecdo, + 2006 - Pneus: dizia respeito ao controle e monitoramento dos pneus, registro das movimentagées, calibragem e sucateamento dos pneus, estava no checklist. * 2007 a 2008. A empresa continuou com as mesmas ferramentas implantadas, visando @ revalidagao da ISO 9001. Nesse periodo, os numeros de veiculos aumentaram e seus indicadores e desempenho sofreram interferéncia em niveis aceitéveis, como a queda de controle de Revista Produgao Online, Florianépolis, SC, v.14, n. 4, p.1235-1269, out /dez. 2014. 1249 seus processos na area operacional. Adicionalmente a empresa precisou adquirir mais 02 areas externas da matriz para patio de estacionamento dos veiculos, onde dificultou ainda mais seus controles internos referentes a manutengdo e pneus. * 2009 a 2011. Foi o periodo que mais afetou a manutengdo e a gestdo de pneus, tendo em vista a falta de motoristas qualificados no mercado aumentando assim os custos operacionais de manutengao e pneus. Em se tratando dos indicadores de desempenno, estes estavam associados aos resultados da organizago, com base no fornecimento de informagées que ajudam a apontar ages sobre a gestdo dos processos dos negécios da empresa, vinculados aos requisitos dos clientes e aos requisitos da organizacao e, também, documentacao interna sobre os objetivos e politica da qualidade. Os principals indicadores adotados e seus referidos conceitos voltados para a gestéo da manutengao na gestéo de pneu eral usto da manutengao; indice de sucateamento de pneus; horas de treinamento: indicador de seguranga e satide do trabalho; consumo de combustivel e indicador de reclamagao de cliente. Os indicadores de custo da manutengdo, indice de sucateamento, horas de treinamento, consumo de combustivel, indicador de reclamagao de clientes foram implantados primeiramente conjuntamente na implantagao da ISO 9001/2008, para trabalharem com empresas multinacionais do ramo maquinas e equipamentos. Quanto aos transportes de Gas Liquefeito de Petréleo (GLP), a empresa na mesma época da implantaco da ISO, para o transporte de produtos quimicos, precisou implantar a Sassmaq, empresas como a Liquigas (Grupo Petrobras), Ultragaz, filiadas a Associagao Brasileira de Industrias Quimicas (ABIQUIM) exigiam tal certificagao, € os indicadores de seguranga, satide do trabalho e meio ambiente foram também implantados. Ja 0 sistema de gestdo integrado, envolvendo a ISO 9001 e Sassmaq, possuia um conjunto de sete indicadores, voltados para a seguranga e satide do trabalho: Taxa de freqUéncia de acidentes tipicos com afastamento, Taxa de gravidade de acidentes tipicos, Numero de ébitos em fungao de acidente de trabalho, Numero de acidentes Revista Produgao Online, Florianépolis, SC, v.14, n. 4, p.1235-1269, out /dez. 2014. 1250 incapacitantes, Numeros de acidentes sem vazamentos, Nimeros de acidentes com vazamento e Nimeros de acidente com morte, ferimentos sérios ou relevante impacto ambiental. Era realizada uma reunido de indicadores de desempenho por més, envolvendo as areas operacionais, para expor os resultados junto aos diretores da empresa. Também, era realizada uma reunido de anélise critica pela diregao a cada trés meses com 0 propésito de avaliar os resultados dos indicadores e se a politica de qualidade estava adequada com o plano de negécio da empresa, além de aveliar os resultados da auditoria (interna e externa) e o atendimento ao cliente. Foi verificado na revisdo tedrica que as principais praticas de manutengao em empresas de transportes rodovidrios voltadas para o monitoramento dos pneus sao; a TPM, 5S’s e multiespecializacdo. Jé a pesquisa pratica revelou que a empresa pesquisada possui alguns pilares da TPM; como melhoria da qualidade da norma da ISO 9001, PDCA, manutencao auténoma, 5S’s, Controle e Seguranca, Higiene e Meio Ambiente (Sassmaq). Ainda a empresa nao possui a implantagéo da TPM por completo, por ainda faltar a manutengdo planejada, treinamento e capacitago dos colaboradores envolvidos, além da no eficiéncia no controle de confiabilidade de suas filiais. Também foi revelado que @ gestéo da manutencdo foi impulsionada e apoiada pela implantagao da gestdo da qualidade total, que envolveu a adogao de uma séria de praticas: 58's, PDCA, Andlise de Pareto e Diagrama de Ishikawa, sendo que a adocdo de tais ferramentas foi voltada para a manutengdo e na gestao de pneus. Em se tratando dos indicadores de desempenho, foi constato que na reviséo tedrica pouco se tem pesquisado a respeito de indicadores voltados para a manutengao e gestéo de pneus. Assim, os indicadores coletados e seus conceitos contribuem para aumentar 0 conhecimento a respeito da medigéo de desempenho nessa area. Assim, os indicadores coletados e seus conceltos contribuem para aumentar 0 conhecimento a respeito da medigao de desempenho nessa area. © Quadro 4 apresenta uma sintese da revisdo tedrica e dos dados coletados na pesquisa de campo sobre as praticas e indicadores de desempenho da manutengao na Revista Produgao Online, Florianépolis, SC, v.14, n. 4, p.1235-1269, out /dez. 2014. 1251 gestdo de pneus. Os dados Quadro 1 respondem as questées um e dois (Q1 e Q2) de pesquisa, que so: (Q1) Quais sao as priticas da gestéo da manutengao que representam o conceito de manutengdo na gestdo de pneus? (Q2) - Quais so os indicadores de desempenho operacionais da manutengao na gestao de pneus? Quadro 1 - Praticas ¢ indicadores de desempenho da manutencao na gestao de pneus Encontradas na revisio teérica Identificadas na pesquisa empirica TPM, (KARDECH e NASCIF, 2001; LIMA, 2008; ABRAMAN, 2011). 58's. (KARDECH e NASCIF, 2001 LIMA, 2008; ABRAMAN, 2011) Multiespecializacao. (KARDECH e NASCIF, 2001; LIMA, 2008; ABRAMAN, 2011). Cinco ladroes de quilometragem (Alinhamento, balanceamento, controle de pressao, desenho de banda de rodagem @ emparelhamento) (Goodyear, 2010; RevistaScania), Check list. (BBTS, 2010) Programa de Qualidade Total. (POT) (Pesquisa empirica) PDCA. (Pesquisa empirica) Manuteng6es corretivas. (Pesquisa empirica) Manutencées preventivas (Pesquisa empirica) Analise de Pareto. (Pesquisa empirica) Diagrama de Ishikawa. (Pesquisa empirica) 88's Cinoo ladrdes de quilometragem Indicadores de desempenho identificados na pesquisa empirica Custo total da manutengaio Calibragem de pneus Alinhamento de veiculos Balanceamento das rodas de pneus Ordens de servico de manutencao Socortos na estrada devido @ manutengao de pneus indice de sucateamento Horas de treinamento Indicador de seguranga © sade do trabalho Consumo de combustivel Indicador de reclamagao de clientes Taxa de frequéncia de acidentes tipicos com afastamento Taxa de gravidade de acidentes tipicos Numero de dbitos em fungao de acidente de trabalho Numero de acidentes incapacitantes Nameros de acidentes sem vazamentos Numeros de acidentes com vazamento Numeros de acidente com marte, ferimento sério ou relevante impacto ambiental Custo aplicado dos pneus Custo do pneu por Km rodado (CPK) Gastos com pnaus na estrada Fonte: Elaborado pelos autores A empresa pesquisada disponibilizou 0 acesso de alguns resultados de valores absolutos dos indicadores de desempenho da area de manutengdo na gestdo de pneus identificados, conforme Quadro 1. Tais resultados dizem respeito a dados de 33 meses, que se referem aos meses de janeiro de 2009 a setembro de 2011. A préxima secdo apresenta as andlises quantitativas desses dados. Revista Produgao Online, Florianépolis, SC, v.14, n. 4, p.1235-1269, out /dez. 2014. 1252 4.1 Andlises dos Dados Segundo Yin (2010), “A analise de dados consiste em examinar, categorizer, classificar em tabelas, testar ou, do contrario, recombinar as evidéncias quantitativas e qualitativas para tratar as proposigées iniciais de um estudo”’. Mediante as observagGes diretas no setor de manutengao na gestéo de pneus e 08 indicadores coletados, conforme relatados anteriormente, foi formulada a seguinte hipétese de pesquisa: H7: Quanto maior os custos aplicados aos pneus, maior sera o custo total da manutengao. O teste desta hipstese, responde as questées (Q3 e Q4), formuladas na introducdo deste trabalho, que sao: (Q3) - quais medidas da area de manutengéo na gestéo de pneus estéo associades significativamente aos desempenhos de custos pneus? (Q4) Os custos aplicados aos pneus influenciam significativamente o custo total de manutengéo? Foi usado 0 Software Estatistico Statistical Packge for Social Sciences (SPSS), verso 10, para o emprego das técnicas de correlagao de Pearson e analise de regresséo nas variévels de manuteng&o e pneus. A Tabela 1 apresenta os resultados da anélise de correlagdo de Pearson entre os indicadores de desempenho da area de manutengao na gesto de pneus. Das 56 correlagdes entre as varidveis de indicadores de desempenho da manutencao na gestdo pneus, foram encontradas 23 correlagdes nao significativas (p > 0,05) (assinaladas em negrito, Tabela 1), 31 corelagdes significativas (p s 0,08) e 01 correlacao negativa, estatisticamente significativa (p 0,05) (em itélico). Dentre as correlagdes néo significativas foram observadas 04 correlagdes negativas, que se referem a variavel CPK versus valor alinhamento, valor balanceamento, ntimeros de ordens de servigos, custo da manutengéo e numeros de pneus sucateados. Nota-se que houve 01 correlagao negativa e significativa entre CPK © ontimero de ordens de servigo (r= - 0,36 e p=0,05) (Tabela 2). Revista Produgao Online, Florianépolis, SC, v.14, n. 4, p.1235-1269, out /dez. 2014. 1253 ‘Tabela 2 - Correlacao entre os indicadores de desempenho da érea de Manutengao na gestao pneus z e @ z 2 B «6 Varve 2 2 § 2% 38222 8 e 5 s' § Fe Ee ° 3 3B 233 3 3 VRALIN os 8 oe 00 VRBAL Sig. 0,02 KMTOFR Sig 0,00 0,00 a a ny) (CUAPLPNEUS- Sig 015 0,09 0,07 ee oe oS ow 100 NORSERV Sig 0,07 0,00 0,00 0,01 ‘CUSTOMAN Sig 0.01 0.04 0.03 0,00 0,00 Fe Eee oe Bee oe as 100 NPNSUC Sig 0.01 0,25 0.00 O01 O62 oot Te a Ee BE om am NVECAL Sig. 0,00 0.01 0,00 0,01 001 000 0,00 fe. She Se gah ° 0 crx bo Gas OH Sas ONS 038 035. 00s $e oS oe GASPNEST Sig 0,09 0,58 0,00 007 0,06 054 000 0,18 ee es a bq Soe S598) 88 95) i G8 8 Be a Legenda: VRALIN (valor do alinhamento), VRBAL (valor do balanceamento), KMTOFR (kilometragem total da frota), CUAPLPNEUS (custos aplicados com pneus), NORSERV (numero de ordens de senvicos), CUSTOMAN (custo total de manutencao), NPNSUC (numero de pneus sucateados), NVECAL (nimero de veiculos calibrados), CPK (custos de pneus por kilometragem), GASPNEST (gastos com pneus nas estradas) e CUSMOD (custo de mao de obra de servigo). Ja as duas correlagdes mais fortes e altamente significativas verificadas foram: * Numeros de veiculos calibrados versus quilometragem da frota (Fl calibrados, maior sera 0 numero da quilometragem da frota. Na pratica 78 @ p=0,00), Isto indica que quanto maior for o numero de veiculos uma pressdo correta significa a relagdo da pressao verificada com a porcentagem de vida util do pneu (durabilidade). Por exemplo, 6.000 pneus de uma frota rodam 1.425.000km por més. Se todos os pneus da frota estiverem 100% calibrados, entéo se conclui que todos os pneus tém durabilidade de 100%. Se a presso dos pneus for de 80%, a durabilidade do pneu sera de 78%. Se a calibragem da frota for 70% a durabilidade dos pneus sera de 67% e assim por diante. Portanto, quanto maior for & quilometragem percorrida, maior sera a necessidade de Revista Produgao Online, Florianépolis, SC, v.14, n. 4, p.1235-1269, out /dez. 2014. 1254 calibragens de pneus da frota e conseqiientemente, menor € custo por quilometro rodado (CPK). * Custos de pneus aplicados versus custo da manutencdo ('=0,73 e p manutengao. Na pratica ao analisar os dados brutos, percebe-se que ,03). Quanto maior os custos aplicados aos pneus, maior é 0 custo da quando os gastos com pneus aumentam, os mesmos ocorreram com o custo de manutencao e vice-versa. Isto demonstra a importéncia dos gastos dos pneus aplicados na manutengao, onde é preciso fazer uma analise destes para saber 0 quanto estes custos representam no custo total da manutengao. Tal andlise é feita a seguir pela técnica de andlise de regressao. Foi desenvolvida a analise regressao simples e miltipla, que teve o objetivo de analisar a influéncia de variaveis independentes sobre a variével dependente “custo total da manutengao”. No primeiro momento foi empregado um modelo de regressao simples, onde foi relacionada a variavel que apresentou maior correlagéio com a variavel dependente “custo total da manutengao”. Essa variavel foi “custos aplicados aos pneus” cuja correlagdo foi 0,734 e significancia 0,00 (Tabela 2). Na sequéncia, foram acrescidas outras variaveis independentes ao modelo de regressao para verificar quais outras variaveis também influenciavam na variacao do custo total da manutengdo (varlavel independente). Assim, foram feitos testes de correlagdes parciais, isolando os efeitos de varidveis de controle ja incluidas nos modelos de regressao a fim de verificar qual variavel apresentava um maior coeficiente de correlagao e significative com o custo total da manutengao. Na Tabela 3, séo apresentados os resultados das analises de regressao simples e multipla, nomeados de modelos a, b e c. Observa-se que a varidvel dependente ¢ 0 “custo total da manutengao" e as variaveis independentes esto listas na nota da Tabela 3, conforme © modelo avaliado, Revista Produgao Online, Florianépolis, SC, v.14, n. 4, p.1235-1269, out /dez. 2014. 1255 Tabela 3 - Resumo dos modelos de regresséo a, b ec Modelos R R2 R2 ajustado Erro padrao estimado a O73a 0.54 0.52 64.788,30 b 77> 0,60 0.58 61.166,72 c 0.80¢ 0,65 0.62 57,996.77 Nota: (a) Indicadores: (Constante), custos aplicados acs pneus, (b) Indicadores: (Constante), custos aplicados aos pneus, nimero de veiculos calibrados, (c) Indicadores: (Constante), custos aplicados aos pheus, numero de veiculos calibrados e custos com pneus nas estradas. © R reflete 0 grau de associagao entre a varidvel dependente (custo total da manutengao) e a varidvel independente (custos aplicados aos pneus), que é 0,73 (Tabela 2, modelo a). O R2 6 0 coeficiente de determinacdo, indica que 54% da variagéo na variavel dependente (custo total da manutengéo) é explicada pelas variag6es ocorridas na variavel independente (custos aplicados aos pneus) (Tabela 3, modelo a). Outra medida importante na avaliagdo da preciso dos modelos de regressao é 0 eto padrao estimado. Ao observar os modelos de regressao miltipla a, b e ¢ (Tabela 3) © erro padro diminuiu. Assim, quanto menor o erro padréo, melhor o modelo estimado (CUNHA e COELHO, 2009). © teste ANOVA (Tabela 4) fornece os resultados da soma dos quadrados dos residuos. Quanto menor for este resultado, melhor o modelo estimado, pois este indica a parte nao explicada pelas variaveis independes sobre a variavel dependente. Observa-se a soma dos quadrados dos residuos (valor residual) diminuiu entre os modelos a, b e ¢ (Tabela 4). Também verifica a influéncia significativa das variaveis independentes sobre a variavel dependente, indicando significancia estatistica nos trés modelos (Tabela 4). Tabela 4 - Teste Anova para os modelos de reqressao a,b ec ‘Soma dos ff Media F Sig quacrados Regressao a TSE 355 720.085 75 7 SISTA TS BB 0000" Reeidual 330 123 221.638 48 a '41975.22327868 “Total 282-456 941 720,20 32 Regressio b 70215 911.487.89, 2 85 107.055.743.94 2275 0.0008 Residual 112247.090232.33, 30 “Total Regressito © 184911 796 288,29 3 ‘1637 265,629.43, 1832 0.000 Reeidual 97 545 144 837 03, 2 13.965,625 683.86 “Total 282.456 041720 22 32 Revista Produgao Online, Florianépolis, SC, v.14, n. 4, p.1235-1269, out /dez. 2014. 1256 Nota: (a) Indicadores: (Constante), custos aplicados aos pneus, (b) Indicadores: (Constante), custos aplicados aos pneus, numero de veiculos calibrados. (©) Indicadores: (Constante), custos aplicados aos pneus, nimero de veiculos calibrados ¢ custos com pneus nas estradas. Em se tratando da hipétese (H1) de que quanto maiores forem os custos aplicados aos pneus, maiores serdo os custos da manutengdo, esta ¢ confirmada pela analise de regressao simples e milltipla, onde os coeficientes padronizados betas, dos custos aplicados aos pneus, apresentaram em maior magnitude nos trés modelos (a, b ec, Tabela 5), Ademais, os indicadores avaliados no modelo ¢ so indicadores relacionados a pneus em que foi constado que esses influenciam em 65% da variagao do custo total da manutencdo. Além disso, 0 indicador de “gastos com pneus nas estradas” teve um coeficiente negativo (-0,26) (Tabela 5 modelo c), decorrendo que quanto maiores forem os gastos com pneus nas estradas, menores serao os custos de manutengdo. Tabela 5 - Coeficientes para os modelos de regresséo a, bec Coeficiente nlo padronizado _Ceficiente ‘Sig. __Eeatiatica de Modelos ppadronizado colinesridede 8 Erro padréo Beta Tolerancia FIV (constante) @ TaESBO TF FSO Ors 300 OT i310 ‘CUAPLPNEUS 2.08 0.35 602 0.00 (constant) & -92.800,71 s2aigo3 og: 07 oar oat (CUAPLP NVECAL 174 0,38 028 4790.00 oat 123 4540 ne 239 oo4 13 (constante) ¢ 10939057 1.073.378,10 “02 32 ‘CUAPLPNEUS NVECAL 180 0135 og 5330.00 079 127 GASPNEST ette 233 037 287 oor 072 130 2013 1aet 025 200 005 ogo 125 Nota: (a) Indicadores: (Constante), custos aplicados aos pneus; (b) Indicadores: (Constante), custos aplicados aos pneus, nimero de veiculos celibrados; (c) Indicadores: (Constante), custos aplicados aos phous (CUAPLPNEUS), numero de veiculos calibrados (NVECAL) e custos com pneus nas estradas (GASPNEST), Os valores gastos com pneus das estradas dizem respelto somente a troca ou substituigao do pneu. O custo desta substituigao ¢ feito através de um chek-list, que é efetuado na manutencdo através de niimero de ordens de servico, aumentando-se os custos totais com manutengéo. No entanto, ao observar a correlagéo de Pearson (Tabela 3) percebe-se que os gastos com pneus nas estradas nao foram significativos no numero de ordens de produgao ('=0,33 e sig. 0,06). Assim, o resultado negative do Revista Produgao Online, Florianépolis, SC, v.14, n. 4, p.1235-1269, out /dez. 2014. 1257 coeficiente beta da analise de regressao miltipla entre gastos com pneus nas estradas € custo total de manutengao pode ser em decorréncia da nao significdncia entre 0 primeiro sobre as ordens de servigo de manutengao. Por fim, os testes da multicolinearidade (multicolinearidade refere-se a correlagao entre trés ou mais variaveis independentes (Tabela 5). O que precisa ser feito ¢ procurar variéveis independentes que tenham baixa multicolinearidade com as outras variaveis independentes, mas também apresentem correlagdes elevadas com a variavel dependente. Segundo Hair Junior et al. (2005), além dos efeitos na explicagao, a multicolinearidade pode ter sérios efeitos nas estimativas dos coeficientes de regresséo e na aplicabilidade geral do modelo “estimado” entre as varidveis independentes indicaram nao haver multicolinearidade entre as _variavels independentes. Segundo Hair Junior et al. (2005), 0 valor maximo aceitavel de VIF seria 5,0, qualquer valor acima deste indicaria problemas de multicolinearidade. Enquanto que valores de tolerdncia abaixo de 0,10 indicariam problema com multicolinearidade Vale dizer que outros modelos foram gerados a fim de verificar a influéncia de demais variaveis sobre 0 custo total da manutengdo. Foram testados modelos avaliando as correlagées parciais entre as variaveis, sendo controladas as variaveis independentes j4 inseridas nos modelos anteriores. Entretanto, os resultados do coeficiente beta nao foram significativos indicando que as demais variaveis deveriam ser retiradas do modelo. 4.2 Discussdes Do ponto de vista gerencial, as observagées diretas realizadas na pesquisa de campo revelaram que 0 impacto destes custos na empresa é uma questo chave para as tomadas de decisdes. A renovagdo de frotas representa investimentos elevados. Com relagdo com as melhores praticas de gestéo da manutengao para se tomar no futuro uma Manutengao Classe Mundial (World Class Maintenance), a empresa estudada precisa ainda avangar mais, podemos considerar que a empresa tem as Revista Produgao Online, Florianépolis, SC, v.14, n. 4, p.1235-1269, out /dez. 2014. 1258

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