Você está na página 1de 11

29/11/2018

AULA 2
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO
SUDOESTE DA BAHIA - UESB

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA

Epidemiologia e Meio Ambiente DESCRIÇÃO DOS EVENTOS


Docente: Profª. Dra. Polianna A. A. Rios
O PROCESSO EPIDÊMICO

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA

Leavell & Clark, 1976 Equilíbrio / Harmonia /


Desequilíbrio
É o nome dado ao conjunto de processos nas inter-relações:
interativos compreendendo “as inter-relações, do HOSPEDEIRO
• Condições do ambiente e agente
agente, do susceptível e do meio ambiente que (fatores extrínsecos)
afetam o processo global (...), desde as primeiras
forças que criam o estímulo patológico (...), • Condições do hospedeiro
AGENTE
passando pela resposta do homem ao estímulo, AMBIENTE (fatores intrínsecos)
até as alterações que levam ao desenlace:
Defeito, invalidez, recuperação ou morte”.
DOENÇAS

1
29/11/2018

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA

PRÉ-PATOGÊNESE

ESTRUTURA EPIDEMIOLÓGICA

“Conjunto formado pelos fatores


ligados ao suscetível, ao ambiente e
ao agente”.

Sistema Epidemiológico

POPULAÇÃO

Ex.: SISTEMA
AMBIENTE ECONOMIA
EPIDEMIOLÓGICO-SOCIAL

CULTURA
ESQUEMA – APROXIMAÇÃO DA REALIDADE (San Martin, 1981)

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA

PATOGÊNESE
1. Fatores estão presentes para a
ocorrência da doença
Levando em conta o conceito geral da História Natural da Doença
(HND), de Leavel & Clark, você considera, de acordoteciduais
2. Alterações com sua– pesquisa
Subclínica
na literatura, que a HND da patologia/agravo do seu GT está bem
(Incubação)
consolidada/desenvolvida pela ciência? Justifique.
3. Sinais e Sintomas – Clínica
AIDS / Síndrome Congênita da Zika / Diabetes / Acidentes de Trânsito
4. Desenlace

Cura
Pesquisem quais são os códigos que a doença/agravo do seu Grupo de
ATENÇÃO: Cronicidade
Trabalho (GT) apresenta de acordo com a CID-10. (e sobre a sua 11ª
Invalidez
• versão...?).
Esquema Geral e Ilustrativo
Morte
• Significação do termo “Natural”
10ª revisão – vigente no Brasil desde 1996

2
29/11/2018

DIFERENTES MÉTODOS DE PREVENÇÃO


SEGUNDO OS PERÍODOS (PRÉ-PATOGÊNESE E PATOGÊNESE)
Quais seriam os níveis de prevenção possíveis para a
doença/agravo do seu GT, segundo a HND?

Dê exemplo de fatores presentes em cada período da HND


da patologia/agravo e exemplos de medidas preventivas em
cada nível.
Qual seria a utilidade do
esquema da HND?

PREVENÇÃO PRIMÁRIA PREVENÇÃO SECUNDÁRIA P. TERCIÁRIA

3
29/11/2018

PREVENÇÃO PRIMÁRIA Qual é a importância de descrever os eventos de saúde (doenças,


mortes, nascimentos etc.) na epidemiologia? Qual seria a
PROMOÇÃO DA SAÚDE PROTEÇÃO ESPECÍFICA Após o conhecimento do curso
importância dessa descrição para a patologia/agravo do seu GT?
Moradia adequada
Educação de qualidade
Imunização
Controle de vetores “natural” da doença...
Alimentação Proteção contra acidentes
Quais características vocês escolheriam para descrever, o mais
completamente possível, a doença/agravo do seu GT?
PREVENÇÃO SECUNDÁRIA
ABORDAGEM DESCRITIVA
DIAGNÓSTICO E TTO PRECOCE LIMITAR INCAPACIDADE
Exames periódicos individuais
Isolamento / Quarentena
Evitar complicações
e sequelas DOS EVENTOS
RELACIONADOS À SAÚDE
PREVENÇÃO TERCIÁRIA

IMPEDIR A INCAPACIDADE TOTAL


Fisioterapia Terapia Ocupacional Ressocialização

ABORDAGEM DESCRITIVA ABORDAGEM DESCRITIVA

Distribuição segundo características de: DISTRIBUIÇÃO NO ESPAÇO


Pessoa Relação espaço e ocorrência de determinadas Doenças – Diversos
“Características demográficas e socioeconômicas...” estudos ao longo da história
Ocorrência Aleatória ou há um padrão sistemático segundo o espaço?

Espaço
VARIÁVEIS ESPACIAIS
“Onde ocorreu...; Padrão espacial...”
Geopolíticas – Comparação entre Nações p. ex.

Político-administrativas – Grandes regiões, microrregiões geográficas,


Tempo
estados, municípios.
“Quando ocorreu..; Como evolui no tempo (Padrão)...;
Tendência a longo prazo...” Geográfica – Naturais e demográficas.

Variação urbano-rural – Proporção de urbanização.


IMPORTÂNCIA DAS CIRCUSNTÂNCIAS DE OCORRÊNCIA - PERFIL Variação Local – Espaços restritos
LEVANTAMENTO DE HIPÓTESES CAUSAIS

4
29/11/2018

EXEMPLOS
ABORDAGEM DESCRITIVA
Evolução espacial dos casos de
AIDS no Brasil segundo períodos DISTRIBUIÇÃO SEGUNDO CARACTERÍSTICAS DE
PESSOA

Idade
Sexo
Estado Civil
Raça / Cor da pele
Escolaridade
Renda
Variação Urbano-rural
da Desnutrição em Idade Materna
crianças menores de 5 Ocupação, etc...
anos.

EXEMPLOS
ABORDAGEM DESCRITIVA

DISTRIBUIÇÃO NO TEMPO
Conhecer a evolução do evento num dado intervalo de tempo

A variação é aleatória ou existe um padrão de distribuição


temporal – Cíclica, Sazonal ou não...

Revelar tendência

Manifestar o comportamento endêmico ou epidêmico do evento

Possibilitar previsões a partir do conhecimento do passado

Avaliação de Medidas de Controle

RIOS PAA. Mortalidade por Acidentes de Trânsito: Evolução em anos recentes e diferenças regionais
Entendimento de eventos inusitados
na Bahia. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal da Bahia, 2010.
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

5
29/11/2018

EXEMPLOS EXEMPLOS

A partir de 1981:

Avaliar as medidas de controle – IMUNIZAÇÃO • Casos de Sarcoma de Kaposi

Sucesso das campanhas – Efetividade das medidas • Infecções por Pneumocystis Carinii
• Estado de Imunodepressão

ERRADICAÇÃO DA POLIOMIELITE NO BRASIL Evento Inusitado = AIDS

EXEMPLOS EXEMPLOS DE VARIAÇÃO NO TEMPO


TENDÊNCIA
Estabilidade da alta mortalidade – VARIAÇÃO SAZONAL – Ciclos coincidem com as estações do ano
1900 a 1945 (Tendência Estacionária)

Tendência de Queda das taxas de


Mortalidade por TB no Brasil

Tendência de Queda das Taxas


com a introdução do tratamento.

A distribuição do evento tem relação com fatores das estações


do ano
P.Ex: Chuva, frio, umidade, calor, atividades humanas
decorrentes das estações – Férias de verão, etc.

6
29/11/2018

EXEMPLOS EXEMPLOS

VARIAÇÃO CÍCLICA
CICLOS
Ex.: Sarampo
Aumento na Incidência, em média, a cada três anos
Semanal VARIAÇÃO ATÍPICA OU IRREGULAR
Mensal
Introdução de novos suscetíveis – Até níveis epidêmicos Flutuações sem padrão
(Nascimento de crianças) Anual

O PROCESSO EPIDÊMICO
O PROCESSO EPIDÊMICO
Compreensão do comportamento epidêmico e
endêmico de uma doença transmissível;

T Í P I C O E X E M P L O D E V A R I AÇ Ã O Medicina
No estudo doHipocrática:
processo epidêmico, vemos a utilização dos
I R R E G UL AR D E U M E V E N T O termos epidemia
Endemeion e endemia.
→ morador O queresidente;
do lugar, significa tais termos?

Epidemeion → visitante,
A patologia/agravo do seu de
GTfora.
está ocorrendo de maneira
epidêmica no Brasil? Justifique.

7
29/11/2018

ENDEMIA EPIDEMIA

- “Ocorrência de casos de um evento dentro de “Elevação brusca do número de casos de um evento


padrões regulares esperados, acometendo caracterizando um excesso em relação ao número
agrupamentos humanos distribuídos em de casos esperados (limiar epidêmico
preestabelecido)”.
espaços delimitados”.
(Roquayrol, 2003)
Comportamento ENDÊMICO ou EPIDÊMICO
depende de valores passados.
- “Presença constante de uma doença ou um agente
infeccioso em determinada área geográfica”.
Ex: PESTE BUBÔNICA:
São Paulo: limiar epidêmico = 0; 1 caso apenas epidemia*;
- Ex. no município: Leishmaniose, Esquistossomose Bahia: limiar epidêmico aprox. 30; 30 casos não é epidemia.
(Roquayrol, 2003)

MAS COMO SABEMOS QUE A DOENÇA OCORRE DIAGRAMA DE CONTROLE


DE MANEIRA EPIDÊMICA??

INFORMAÇÕES DO PASSADO - série histórica.

Construção do DIAGRAMA DE CONTROLE do Evento

Gráfico utilizado pela VE para o acompanhamento da evolução


temporal da doença
Detecta alterações na distribuição “esperada” do evento para
classificar a situação e permitir a adoção de medidas de controle.

8
29/11/2018

DIAGRAMA DE CONTROLE DIAGRAMA


Frequências mensais DE CONTROLE
mínimas
Média – (1,96 x DP)

Frequências mensais
máximas
Média + (1,96 x DP)

Observação do
comportamento
da doença no
1998 - Frequências do Ano
ano “atual”, ou de
interesse para
observar o
comportamento.

NÍVEL E FAIXA ENDÊMICA CURVA EPIDÊMICA

9
29/11/2018

DURAÇÃO DAS EPIDEMIAS ABRANGÊNCIA ESPACIAL

Surto: Ocorrência epidêmica restrita a um espaço


extremamente delimitado.
- É restrita a um intervalo de tempo marcado
por um começo e um fim com retorno aos Intoxicações alimentares;
patamares endêmicos; Febre tifóide, dentre outros.

E quanto
A duração pode aabranger
classificação dashoras,
algumas epidemias...
dias ou pode Pandemia: Ocorrência epidêmica caracterizada por
estender-se a anos ou mesmo décadas. uma larga distribuição espacial, atingindo várias
Quais as possibilidades de classificação? nações.

A patologia/agravo do seu GT poderia apresentar quais


AIDS;
tipos de classificação caso estivesse ocorrendo uma
Cólera;
epidemia dela(e)?
Epidemias de gripe.

CARACTERÍSTICAS DAS EPIDEMIAS CARACTERÍSTICAS DAS EPIDEMIAS

- Número de casos (velocidade): - Transmissão:


Progressiva ou propagada:
Explosiva (maciça):
Quando é propagada de hospedeiro para hospedeiro ou Vetor-
Apresenta uma rápida progressão até atingir a incidência hospedeiro.
máxima num curto espaço de tempo;
Curtos períodos de incubação.
Por fonte comum:
Lenta:
Difundida a partir de uma fonte comum, geralmente hídrica,
Demora-se para atingir a incidência máxima; por alimentos em comum ou ar;
Doenças com agentes de baixa resistência ao meio exterior; Acesso direto ao veículo disseminador.
População altamente imune;
Doenças de longo período de incubação.

10
29/11/2018

CARACTERÍSTICAS DAS EPIDEMIAS ALGUNS TERMOS IMPORTANTES

- Tempo de exposição ao “agente”:


Doença Autóctone ou casos autóctones:
Por fonte pontual: Casos originados dentro dos limites do lugar de referência
ou sob investigação.
Apenas num ponto do tempo.
Ex: gases tóxicos, intoxicação alimentar, radiação ionizante.
Doença Alóctone ou casos alóctones:
Por fonte persistente: Caso que tenha adquirido a doença em outra região de onde
emigra ou onde esteve ocasionalmente.
Há uma extensão no tempo, a exposição é mais prolongada e
repete-se;
Caso Importado.
Ex: Febre tifóide por fonte hídrica, epidemias de doenças
ocupacionais.

ALGUNS TERMOS IMPORTANTES REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ROQUAYROL, M.Z.; GOLDBAUM, M. Epidemiologia, História Natural e Prevenção de


Doenças. In: ROQUAYROL, M.Z.; ALMEIDA FILHO, N. Epidemiologia e Saúde. 5ª
ed. Rio de Janeiro: Medsi, 2003.

ROQUAYROL, M.Z., BARRETO, ML. Abordagem descritiva em epidemiologia.


In:____. Epidemiologia e Saúde. 5ª ed. Rio de Janeiro: Medsi, 2003.

ROQUAYROL, M.Z.; O Processo Epidêmico. In: ____. Epidemiologia e Saúde. 5ª ed.


Rio de Janeiro: Medsi, 2003.

MEDRONHO, R.A. Epidemiologia. São Paulo: Editora Atheneu, 2006.

RIOS PAA. Mortalidade por Acidentes de Trânsito: Evolução em anos recentes e


diferenças regionais na Bahia. (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal da
Bahia, 2010.

MACHARELLI, Carlos Alberto e OLIVEIRA, Luiz Roberto de. Perfil do risco de


óbito de crianças menores de um ano residentes em localidade do Estado de São
Paulo, Brasil, 1987. Rev. Saúde Pública [online]. 1991, vol.25, n.2, pp. 121-128.

Endereços eletrônicos cotados.

11

Você também pode gostar