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DIREITO CONSTITUCIONAL1
1 - Constituição: fontes; conceito; objeto; classificações; estrutura. Supremacia da Constituição.
Aplicabilidade e interpretação das normas constitucionais. Vigência e eficácia das normas constitucionais.

CONCEITOS DE CONSTITUIÇÃO

CONCEITO SOCIOLÓGICO (Ferdinand Lassalle, 1863 – A Essência da Constituição)

- Escrita ou jurídica  É a Constituição feita por um Poder Constituinte.

- Real ou efetiva  É a soma dos fatores reais de poder que regem uma determinada nação. O poder era
o que eles determinavam, e não o que estava no texto constitucional (ex: aristocracia, os banqueiros, a burguesia).

A Constituição real andaria ao lado da Constituição jurídica (que todos os Estados possuem), sendo que, na
concepção de Lassale, havendo um conflito entre a Constituição escrita e a real, a constituição escrita sempre irá
sucumbir face à realidade2. Prevalece a concepção sociológica, real.

Justamente porque defendia a prevalência da Constituição real sobre a escrita, Lassalle denominava esta
constituição de “folha de papel”. A Constituição não era vista como um documento jurídico, mas como uma
tentativa que necessariamente fracassava diante dos fatores reais de poder, por ser incapaz de alterar a realidade
vigente.

CONCEITO POLÍTICO (Carl Schmitt, 1928 – Teoria da Constituição)

Distingue Constituição X lei constitucional. A Constituição só se refere à decisão política fundamental. Os


demais dispositivos seriam meras leis constitucionais. A Constituição é a decisão política do titular do poder
constituinte.

• SENTIDO MATERIAL: está relacionada ao conteúdo (trata-se do que Schimitt chamou de Constituição). Por
esse critério é possível encontrarmos normas constitucionais fora do texto constitucional. Exemplo: art. 5, §
3º, da CF/88.

SENTIDO FORMAL: é o que Schimitt chamou de lei constitucional. O que interessa para definir se uma
norma é constituição é a forma como ela foi introduzida no ordenamento jurídico. É necessário um processo
legislativo mais dificultoso, diferenciado e mais solene. Assim, qualquer norma introduzida por meio de um

1  Conforme previsão do edital, o material foi atualizado considerando toda a legislação em vigor na data de sua publicação.
2  “Se constituição escrita não corresponde à realidade, ela não passa de uma folha de papel” (Lassale), pois ela não teria capacidade de alterar a realidade.

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procedimento mais dificultoso do que o utilizado para a feitura das leis infraconstitucionais, terá natureza constitu-
cional, não importando seu conteúdo.

CONCEITO JURÍDICO (Hans Kelsen, 1934 – Teoria Pura do Direito)

Para essa concepção, o fundamento da Constituição não está na sociologia, na política ou na história, mas
sim no próprio direito. A Constituição está no mundo do “dever ser”. É fruto da vontade racional do homem, sem
qualquer pretensão a fundamentação sociológica, política ou filosófica. O jurista de Viena aponta dois planos dis-
tintos no direito: a) JURÍDICO-POSITIVO – normas positivadas; b) LÓGICO-JURÍDICO – situado no nível do
suposto/hipotético.

Há no direito um escalonamento normativo, sendo que uma norma constitui fundamento de validade de ou-
tra. A Constituição, porém, tem fundamento de validade na norma hipotética fundamental, situada no plano lógico.

SENTIDO LÓGICO-JURÍDICO SENTIDO JURÍDICO-POSITIVO


• Norma fundamental hipotética, fundamento
• Constituição enquanto norma positivada suprema;
de validade de todo o sistema;
• Conjunto de normas que regula a criação de outras
• Situada no plano do suposto (norma hipoté-
normas (norma positivada)
tica).

CONCEITO CULTURALISTA

Não foi Meireles Teixeira quem criou essa teoria, mas como ele trata dessa concepção em seu livro, é men-
cionado em concursos. José Afonso da Silva também defende essa concepção.

“Para esta concepção, a Constituição se fundamenta simultaneamente em fatores sociais, nas decisões políticas
fundamentais (frutos da vontade política do poder constituinte) e também nas normas jurídicas de dever ser cogentes.
Com isso, congrega todas as concepções anteriores, criando um ambiente jurídico favorável ao surgimento de uma
CONSTITUIÇÃO TOTAL, com aspectos econômicos, morais, sociológicos, filosóficos e jurídicos reunidos com o fito
de construir uma unidade para a Constituição” (Natália Masson, 2019, p. 33).

CONSTITUIÇÃO SIMBÓLICA (Marcelo Neves)

Refere-se à discrepância entre a função hipertroficamente simbólica e a insuficiente concretização jurídica de


diplomas constitucionais.

A Constitucionalização e a legislação simbólica são realidades marcantes nos países periféricos da moderni-
dade (em razão da grande desigualdade social e econômica), onde percebe-se o predomínio ou hipertrofia da
função político-simbólica da atividade legiferante e do Poder Constituinte e de seu produto (a Constituição ou
lei), sobretudo em detrimento da função jurídico-instrumental.

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Há um bloqueio no sistema jurídico, havendo uma falta de concretização normativo-jurídica do texto cons-
titucional, que é utilizado de acordo com os interesses políticos.

CONSTITUIÇÃO PARA TEORIA DOS SISTEMAS (Niklas Luhman)

Entre dois sistemas sociais há um acoplamento estrutural: a constituição é o resultado do acoplamento entre
direito e política.

CONSTITUIÇÃO NA TEORIA DISCURSIVA DO DIREITO (Jürgen Habermans)

Centralidade do Direito, como um pano de fundo para todos os atores sociais, responsável pela sensação
de segurança e previsibilidade.

A Constituição, como cerne do Direito, é condição recíproca para o exercício da soberania popular e dos
direitos fundamentais, no momento em que passa a institucionalizar o Sistema de Direitos (conjunto de D. Fun-
damentais que os membros de uma comunidade se atribuem reciprocamente quando decidem regulamentar
legitimamente sua convivência por meio do Direito Positivo).

ELEMENTOS DAS CONSTITUIÇÕES

ELEMENTOS DE ES- ELEMENTOS FOR-


ELEMENTOS ELEMENTOS LIMITA- ELEMENTOS SOCI-
TABILIZAÇÃO CON- MAIS DE APLICAB-
ORGÂNICOS TIVOS OIDEOLÓGICOS
STITUCIONAL ILIDADE
Reunião das normas
Regulamentam a Normas que instituem que asseguram a
Normas que explici-
estrutura e orga- o rol de direitos e solução de conflitos Normas que regem
tam o compromisso
nização do Esta- garantias fundamen- constitucionais, a de- a aplicação de ou-
social (bem-estar
do (ex: título III, tais (Ex: Título II, Dos fesa da CF, do Estado tras normas (ADCT,
social).Ex: direitos
Da Organização Direitos e Garantias e das instituições. Ex: p. ex).
sociais
do Estado). Fundamentais) art. 60 (processo para
emenda à CF).

Preâmbulo e seu caráter não normativo, mas interpretativo: O STF já abordou o tema e concluiu que o
preâmbulo NÃO se situa no âmbito do direito, mas somente no âmbito da política, transparecendo a ideolo-
gia do constituinte. Foi adotada, portanto, a Teoria da Irrelevância Jurídica e inadmitindo o ajuizamento
de ações de controle de constitucionalidade cujo parâmetro seja o texto preambular da CF, já que não é consid-
erado norma constitucional.
Existem mais 2 teorias sobre a natureza jurídica do preâmbulo: A) Teoria da Plena Eficácia (tem a mesma eficácia

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das demais normas constitucionais); B) Teoria da Relevância Jurídica Indireta (tem natureza jurídica, mas difere
das demais normas constitucionais). Contudo, não foram adotadas pelo STF.

CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES

• MATERIAL: aborda normas fundamentais e estruturais do Estado.


QUANTO AO
CONTEÚDO
• FORMAL: é definida pelo processo de formação e não pelo conteúdo.
IMUTÁVEL: não admite reformas.

RÍGIDA: para a sua alteração é preciso um processo legislativo mais árduo, mais solene
e mais dificultoso do que o procedimento de alteração das normas infraconstitucionais.

FLEXÍVEL: a alteração da Constituição é feita da mesma forma que uma lei não
constitucional. Aqui, não existe hierarquia entre Constituição e lei infraconstitucional, ou
seja, uma lei infraconstitucional pode alterar a constituição!

SEMIRRÍGIDAS ou SEMIFLEXÍVEIS: constituições que possuem parte rígida e parte


QUANTO À
flexível. A constituição Imperial de 1824 foi semirrígida.
ALTERABILIDADE
OU ESTABILIDADE FIXAS: somente podem ser alteradas por um poder de competência igual àquele que
as criou, ou seja, pelo poder constituinte originário. São chamadas de constituições
silenciosas.

SUPER-RÍGIDA: Alexandre de Moraes afirma que, como a Constituição brasileira, ad-


mite reformas, mas estabelece pontos imutáveis - cláusulas pétreas, é SUPER-RÍGIDA.
Obs: há quem considere mais uma classificação - Constituição transitoriamente imutá-
vel, que nada mais é do que uma limitação temporal ao poder de reforma e não pro-
priamente uma classificação autônoma.
• ESCRITA OU INSTRUMENTAL: regras sistematizadas e organizadas em um único
documento.
QUANTO À FORMA
• COSTUMEIRA OU NÃO ESCRITA: formada por textos esparsos.

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OUTORGADAS: confeccionadas sem participação popular, por imposição do governante.


As Constituições outorgadas são chamadas de “Cartas”. Ex: Brasil 1824, 1937, 1967.

PROMULGADA (popular ou democrática): originada de órgão constituinte composto


de representantes do povo e previamente instituído com a finalidade de elaborar uma
constituição (Assembleia Constituinte). Ex: Brasil 1891, 1934, 1946, 1988.

CESARISTAS ou PLEBISCITÁRIAS: pode ser um modo de constituição outorgada por


pessoa interposta. Ocorre quando a Constituição é formada por plebiscito popular
sobre um projeto elaborado por um Imperador (plebiscito napoleônicos) ou um Ditador
QUANTO À ORIGEM (plebiscito de Pinochet).
PACTUADAS (convencionada ou dualista): quando o poder constituinte se encontra
nas mãos de mais de um titular. Pouco comum na modernidade. Geralmente ocorre
quando determinadas classes (ex: burguesia) disputam ao rei certo grau de participação
política. Ex: Carta Magna de 1215 .

HETEROCONSTITUIÇÕES: são Constituições eleboradas ou impostas por outros


Estados. Ex: Austrália (1901).

ASSISTIDA (guiada): decorrente de procedimentos que contam com a intervenção ou


assistência.
• SINTÉTICA: enxutas, trazem apenas os princípios fundamentais e estruturais do
estado.
QUANTO À
EXTENSÃO • ANALÍTICAS: traz todos os assuntos que os representantes do povo entendem
constitucionais. Estabelecem regras que poderiam ser tratadas em leis infracons-
titucionais.
• DOGMÁTICA: elaborada por órgão ou assembleia constituinte por intermédio do
qual são sistematizados e documentados (escritos) os dogmas e ideias fundamen-
QUANTO AO MODO tais da política no momento.
DE ELABORAÇÃO
• HISTÓRICAS: feitas por meio de um lento e contínuo processo de evolução das
tradições.
• NOMINALISTA: admite apenas interpretação gramatical ou literal.

QUANTO À INTER- • SEMÂNTICA: permite a aplicação de diversos métodos interpretativos.


PRETAÇÃO OBS: as classificações na linha seguinte não são excludentes em relação a essa, nem
contraditórias. É que alguns autores utilizam o mesmo termo para espécies diversas de
interpretação.

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NORMATIVA: o processo de poder está disciplinado e as relações políticas e os agentes


QUANTO À políticos subordinam-se às determinações do conteúdo e controle exercido pela
CORRESPONDÊNCIA Constituição. A constituição é efetivamente aplicada. Segundo Uadi Bulos, o Brasil nunca
COM A REALIDADE teve uma constituição normativa.
(CLASSIFICAÇÃO
NOMINAL: carente de realidade existencial. Não é aplicada efetivamente.
ONTOLÓGICA DE
LOWENSTEIN) SEMÂNTICA: em vez de servir de limitação do poder estatal, visa à estabilização e à
conservação da estrutura de dominação do poder político.
QUANTO À • ORTODOXA: uma só ideologia
DOGMÁTICA • ECLÉTICA: ideologias conciliatórias
QUANTO À
SISTEMÁTICA OU • ORGÂNICA: as normas constitucionais estão em uma estrutura única.
UNIDADE DOCU-
MENTAL • INORGÂNICA: as normas constitucionais estão dispersas em vários documentos.
• PRINCIPIOLÓGICA: há preponderância dos principios.
QUANTO AO SISTE-
MA • PRECEITUAL: é a constituição mais detalhista e menos abstrata. Predomina a
determinabilidade das normas.
• HETEROCONSTITUIÇÃO ou CONSTITUIÇÃO HETERÔNOMA: surge em
QUANTO AO LOCAL Estado diverso daquele em que terá validade.
DA DECRETAÇÃO • AUTOCONSTITUIÇÃO OU CONSTITUIÇÃO AUTÔNOMA: elaborada dentro
do próprio Estado que irá viger.
CONSTITUIÇÃO-LEI: as normas constitucionais são equiparadas às demais normas do
ordenamento, sem status hierárquico diferenciado.
CONSTITUIÇÃO-MOLDURA: a Constituição é apenas “a moldura de um quadro vazio,
QUANTO AO PAPEL
funcionando como limite à atuação do legislador ordinário, que não poderá atuar fora
(FUNÇÃO)
dos limites previamente estabelecidos” (Natália Masson, p. 51).
CONSTITUIÇÃO-FUNDAMENTO: a Constituição é a lei fundamental de toda a vida
social (Virgílio Afonso da Silva), situando em uma plano de superioridade.
GARANTIA: modelo que restringe o poder estatal por meio da concessão de garantias
aos indivíduos. Tem um olhar para o passado, porque visa garantir o que já foi conquistado
(também chamada de “CONSTITUIÇÃO-QUADRO”).
QUANTO À FINALI- BALANÇO: própria de regimes socialistas. Chamada de Constituição-registro, porque
DADE registra um estágio das relações de poder.
DIRIGENTE: tem pensamento voltado para o futuro (diferente da Constituição-garantia).
Tem a marca de programas voltados à concretização de ideais políticos. Ideia defendida
por Canotilho.
CONSTITUIÇÃO
Constitucionalização de termos excessivos e o alçamento de detalhes e interesses
SUB-
momentâneos ao patamar constitucional.
CONSTITUCIONAL
CONSTITUIÇÃO Para Uadi Bulos, é a Constituição que apresenta mobilidade que lhe permite projetar sua
PLÁSTICA força normativa nos vários setores da realidade estatal.

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É o produto da interpretação constitucional, feita por todos os grupos sociais para os


CONSTITUIÇÃO
quais a constituição se dirige, dado o alargamento dos verdadeiros intérpretes das
ABERTA
normas consitucionais (Peter Häberle).
Para Zagrebelsky, as constituições atuais podem ser consideradas tanto pluralistas
quanto dúcteis. Pluralistas, porque não representam uma única ideologia. Dúcteis,
CONSTITUIÇÃO porque veiculam conteúdos potencialmente contraditórios entre si, mas sem hierarquia
DÚCTIL rigorosa.

OBS: também chamada de SUAVE LEVE ou SOFT.


São as constituições que conferem juridicidade a novas situações e estendem o tratamento
jurídico de diversos outros temas já presentes nos documentos constitucionais anteriores.
CONSTITUIÇÃO EX-
Como exemplo, pode-se citar a CF/88: além de realizar acréscimo no tratamento de
PANSIVA
alguns temas, como os direitos e garantias fundamentais - cujo rol foi incrementado -
igualmente trouxe inovações (Natália Masson).
CONSTITUIÇÃO EM Admite alteração, mas as regras não estão dispostas no texto constitucional. O órgão
BRANCO revisor é que irá estabelecer as regras e procedimentos para a alteração.

Classificação da CF/88: PROMULGADA, ESCRITA, ANALÍTICA, FORMAL, DOGMÁTICA, RÍGIDA, ECLÉTICA, NO-
MINAL, DIRIGENTE, ORGÂNICA e PRINCIPIOLÓGICA.

SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO

Todas as demais normas estão vinculadas à Constituição. É deste princípio que se extrai a ideia de controle
de constitucionalidade.

“A consolidação da tese da supremacia da Constituição está intimamente ligada às ideias propostas por
Konrad Hesse, a partir da divulgação de sua obra “A Força Normativa da Constituição”, que se contrapõem às
idéias pugnadas por Ferdinand Lassalle.
Lassalle negava força normativa à Constituição jurídica (escrita e formal), e, por via de consequência, nega-
va a sua supremacia formal, pois, no seu entender, caberia à Constituição apenas a expressão dos “fatores reais
do poder” que regem uma nação.
Noutro giro, para Hesse, a Constituição jurídica não configura apenas a representação dos “fatores reais
do poder”. Significa mais do que o simples reflexo das forças sociais e políticas. Na verdade, a Constituição jurídica
possui força ativa capaz de condicionar a realidade política e social de um Estado, o que denominou de “força
normativa da Constituição”. A Constituição possui força normativa se os mandamentos constitucionais forem efe-
tivamente realizados pelos detentores do poder político – é o que o autor denomina de “vontade de Constituição”.
Hesse concorda com Lassalle ao afirmar que a Constituição jurídica é condicionada pela realidade políti-

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co-social. Concorda, também, que a pretensão de eficácia da Constituição somente pode ser realizada se se levar
em conta essa realidade. Entretanto, não concorda com Lassalle quando este conceitua a Constituição jurídica
como “mera folha de papel”, pois, para Hesse, é inconcebível reduzir a Constituição jurídica à mísera função de
justificar as relações de poder dominantes.
Segundo a visão de Hesse, a Constituição jurídica e a Constituição sociológica estão em relação de coor-
denação, condicionando-se mutuamente, no entanto, em caso de eventual conflito entre ambas, a Constituição
jurídica deve prevalecer, uma vez que é dotada de força normativa própria.
Nos Estados que adotam Constituições rígidas (como o nosso), as normas constitucionais só po-
dem ser alteradas segundo um procedimento mais rigoroso do que aquele previsto para a alteração das
demais normas infraconstitucionais. Nesse modelo, segundo o escalonamento normativo proposto por
Hans Kelsen, a Constituição ocupa o ápice do ordenamento jurídico, servindo de fundamento de validade
para a produção normativa subsequente, ou seja, as normas constitucionais possuem uma força destaca-
da apta a condicionar a validade das demais normas infraconstitucionais. Como consequência dessa
estrutura hierarquizada, fala-se em supremacia das normas constitucionais em face das demais leis do
ordenamento jurídico.
Pode-se afirmar, portanto, que em um sistema jurídico dotado de supremacia constitucional, todas
as normas constitucionais, independentemente de seu conteúdo, equivalem-se em termos de hierarquia
e são dotadas de supremacia formal em relação às demais normas infraconstitucionais”3

APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS (José Afonso da Silva)

NORMAS
São aquelas normas da Constituição que, no momento em que esta entre em vigor, estão aptas
DE EFICÁCIA
a produzir todos os seus efeitos, independentemente de norma integrativa infraconstitucional.
PLENA
NORMAS Embora tenham condições de, quando da promulgação da nova Constituição, produzir todos
DE EFICÁCIA os seus efeitos, poderá a norma infraconstitucional reduzir a sua abrangência. Michel Temer as
CONTIDA chama de normas constitucionais de eficácia redutível ou restringível.
São aquelas normas que, de imediato, não têm o condão de produzir todos os seus efeitos,
precisando de lei integrativa infraconstitucional. São, portanto, de aplicabilidade mediata, ou,
segundo alguns autores, aplicabilidade diferida. José Afonso observa que tais normas têm,
ao menos, eficácia jurídica imediata, direta e vinculante, já que: a) estabelecem um dever
NORMAS
para o legislador ordinário; b) condicionam a legislação futura, com a consequência de serem
DE EFICÁCIA
inconstitucionais as leis ou atos que a ferirem; c) informam a concepção do Estado e da sociedade e
LIMITADA
inspiram sua ordenação jurídica; d) constituem sentido teleológico para a interpretação, integração
e aplicação das normas jurídicas; e) condicionam a atividade discricionária da Administração e
do Judiciário; f ) criam situações jurídicas subjetivas, de vantagem ou desvantagem; g) possuem
eficácia ab-rogativa da legislação precedente incompatível.

3  Disponível em: http://genjuridico.com.br/2017/02/24/supremacia-constitucional/

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A classificação acima é a mais cobrada em provas. Há, também, a classificação da Prof. Maria Helena Diniz, que
divide as normas em:

a) normas de eficácia absoluta ou supereficazes (são imutáveis);

b) normas de eficácia plena (mesma ideia de José Afonso);

c) normas de eficácia relativa restringível (equivale à classificação “normas de eficácia contida”, de José Afonso);

d) normas de eficácia relativa complementáveis ou dependente de complementação (equivale às normas de efi-


cácia limitada).

INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS

MÉTODOS CARACTERÍSTICAS
MÉTODO JURÍDICO Considera que a Constituição é uma lei como qualquer outra, devendo ser
(HERMENÊUTICO interpretada usando as regras da Hermenêutica tradicional, ou seja, os elementos
CLÁSSICO) literais (textual), lógico (sistemático), histórico, teleológico e genético.
MÉTODO TÓPICO- Há prevalência do problema sobre a norma, ou seja, busca-se solucionar determinado
PROBLEMÁTICO problema por meio da interpretação de norma constitucional.
Criado por Konrad Hesse, segundo o qual a leitura da Constituição inicia-se pela pré-
MÉTODO compreensão do seu sentido pelo intérprete. O método hermenêutico-concretizador
HERMENÊUTICO- diferencia-se do método tópico-problemático porque, enquanto este pressupõe
CONCRETIZADOR a primazia do problema sobre a norma, aquele se baseia na prevalência do texto
constitucional sobre o problema.
A interpretação da Constituição deve considerar a ordem ou o sistema de valores
MÉTODO
subjacentes ao texto constitucional. A Constituição deve ser interpretada como
INTEGRATIVO
um todo, dentro da realidade do Estado. Tanto a Constituição, como o Estado, são
OU CIENTÍFICO-
entendidos como fenômenos culturais ligados a valores, funcionando como elementos
ESPIRITUAL
integradores da comunidade.
MÉTODO
NORMATIVO- A norma seria o resultado da interpretação do texto aliado ao contexto.
ESTRUTURANTE

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PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL

PRINCÍPIOS CARACTERÍSTICAS
A interpretação deve evitar a contradição entre normas constitucionais, que
devem ser vistas em sua totalidade e não como normas isoladas. Não há hierarquia
UNIDADE DA
formal entre normas constitucionais, podendo haver hierarquia material (ex: direito
CONSTITUIÇÃO
à vida). Isso explica a impossibilidade de haver norma constitucional originária
declarada inconstitucional.
Deve-se optar pela interpretação que dê maior efetividade e concretude à
MÁXIMA EFETIVIDADE norma, evitando a sua não aplicabilidade. Visa, portanto, a maximizar a norma, a fim
de extrair dela todas as suas potencialidades.
A Constituição, assim como as demais normas do ordenamento, possui eficácia e
FORÇA NORMATIVA DA aplicabilidade, devendo ser interpretada da forma que melhor assegure a sua
CONSTITUIÇÃO aplicação concreta. É uma autêntica norma jurídica e não uma mera proclamação
política.
CORREÇÃO É corolário do princípio da separação de poderes. Traduz a ideia de que a interpretação
FUNCIONAL, JUSTEZA das normas constitucionais não pode subverter o esquema de organização
OU CONFORMIDADE funcional estabelecido na Constituição.
Esse princípio busca que na interpretação da Constituição seja dada preferência
PRINCÍPIO DO EFEITO
às determinações que favoreçam a integração política e social e o reforço da
INTEGRADOR
unidade política.
HARMONIZAÇÃO Deve-se evitar o sacrifício total de uma das normas diante de um conflito,
OU CONCORDÂNCIA buscando-se a coexistência delas, através de uma ponderação de interesses no caso
PRÁTICA concreto. É consequência do princípio da unidade da Constituição.
Trata-se de técnica interpretativa cujo objetivo é preservar a validade das normas,
evitando que sejam declaradas inconstitucionais. Ao invés de se declarar a
norma inconstitucional, o Tribunal busca dar-lhe uma interpretação que a conduza
à constitucionalidade. A interpretação conforme pode ser de dois tipos: com ou
INTERPRETAÇÃO sem redução do texto.
CONFORME A
CONSTITUIÇÃO a) Interpretação conforme COM REDUÇÃO DO TEXTO: Nesse caso, a parte viciada
é considerada inconstitucional, tendo sua eficácia suspensa.

b) Interpretação conforme SEM REDUÇÃO DO TEXTO: Nesse caso, exclui-se ou se


atribui à norma um sentido, de modo a torná-la compatível com a Constituição.

#ATENÇÃO: as normas do nosso ordenamento gozam de presunção relativa de constitucionalidade. É relativa


porque as normas infraconstitucionais ou constitucionais derivadas podem se submeter ao controle de constitu-
cionalidade, cujo objetivo é manter a higidez do ordenamento e a supremacia da Constituição.

2 - Poder constituinte. Judicialização e Ativismo judicial.

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Instaura uma nova ordem constitucional. Cria um Estado novo.

Pode ser subdividido em: histórico ou fundamental (é o primeiro ocorrido na história) e


revolucionário (todos os posteriores ao histórico).

Características: inicial, autônomo, ilimitado juridicamente (o Brasil adotou a corrente


PODER positivista – e não a naturalista – o PCO é totalmente ilimitado do ponto de vista jurídico),
CONSTITUINTE incondicionado e soberano, poder de fato e político, natureza pré-jurídica e permanente
ORIGINÁRIO (PCO) (não se exaure com a edição da nova constituição).
PCO formal: complexo normativo.

PCO material: é substancial. Será o orientador da atividade do PCO formal. O material diz
o que é constitucional; o formal materializa.

Formas de expressão: outorga ou Assembleia Nacional Constituinte.


É criado e instituído pelo originário. Possui natureza jurídica.

Características: condicionado, natureza jurídica. Possuem limitações expressas e implícitas


(ex: impossibilidade de alteração do titular do PCO – povo), derivado e vinculado ao PCO.

PCD REFORMADOR: competência reformadora. Modifica a Constituição. A manifestação


PODER ocorre por meio das Emendas Constitucionais (art. 60 da CF/88).
CONSTITUINTE
DERIVADO (PCD) PCD DECORRENTE: estrutura e modifica as Constituições Estaduais. Pode ser inicial
(elaboração das CE) ou de revisão estadual (modificar o texto das CE).

PCD REVISOR: art. 3º do ADCT. A revisão constitucional deveria ocorrer após 5 anos da
promulgação, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em
sessão unicameral. O PCD revisor elaborou meras 6 emendas de revisão, publicadas no
DOU em 1994. O art. 3º do ADCT possui eficácia exaurida e aplicabilidade esgotada.
PODER É um poder de fato e serve de fundamento para as MUTAÇÕES CONSTITUCIONAIS
CONSTITUINTE (processo informal de mudança do sentido interpretativo da Constituição Federal, não há
DIFUSO mudança no texto).
PODER Tem o escopo de estabelecer uma constituição supranacional legítima. Decorre da
CONSTITUINTE tendência de globalização do direito constitucional e busca sua fonte de validade na
SUPRANACIONAL cidadania universal.

LIMITAÇÕES AO PODER CONSTITUINTE DERIVADO REFORMADOR

- Limitações Temporais: impedem a alteração da CF num determinado período de tempo. A CF atual não tem
limitações temporais.

- Limitações Circunstanciais: impede a alteração da CF em situações excepcionais, nos quais a livre manifestação
do poder constituinte esteja ameaçada. Art. 60, §1. Estado de Defesa (art. 137), Estado de Sítio (art. 139), Intervenção
Federal.

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- Limitações Formais: impõe a observância de determinadas formalidades durante o processo de elaboração das
emendas.

• Formais Subjetivas: iniciativa da PEC (art. 60, I a III).

• Formais objetivas: processo de discussão e aprovação (quórum de 3/5, dois turnos de votação, não existe
sanção ou veto do Presidente, promulgação e publicação pelas mesas da CD e do SF). Outra limitação for-
mal objetiva diz respeito à promulgação. No caso de emendas, não existe sanção ou veto pelo Presidente
da República. Também não é ele quem promulga ou manda publicar. Quem promulga a EC são as mesas
da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Além dessas, há outra limitação formal objetiva: a matéria
constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova propos-
ta na mesma sessão legislativa (#OLHAOGANCHO: Sessão legislativa: de 2 de fevereiro a 17 de julho e de
1º de agosto a 22 de dezembro).

#ATENÇÃO para o estudo das normas constitucionais no tempo: o STF não admite a teoria da inconstituciona-
lidade superveniente. Nesse caso, há recepção ou não recepção.

#JURIS: A alteração do parâmetro constitucional, quando o processo ainda está em curso, não prejudica o
conhecimento da ADI. Isso para evitar situações em que uma lei que nasceu claramente inconstitucional volte a
produzir, em tese, seus efeitos. STF. Plenário. ADI 145/CE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 20/6/2018 (Info 907).

#SELIGA Como regra, o Brasil adotou a impossibilidade do fenômeno da repristinação, salvo se a nova ordem
jurídica expressamente se pronunciar, ou seja, não há repristinação automática.

3 - Controle de constitucionalidade. Sistema. Ação direta de inconstitucionalidade. Ação declaratória


de constitucionalidade. Arguição de descumprimento de preceito fundamental. Ação direta de
inconstitucionalidade por omissão. Efeitos da decisão no controle abstrato. A fiscalização abstrata no
plano estadual. A Fiscalização incidental. 4 - Controle de constitucionalidade das leis municipais. A
ação direta de inconstitucionalidade no âmbito estadual e o problema da norma repetida. Norma
Constitucional Inconstitucional. O fenômeno da recepção da legislação em vigor pela nova Ordem
Constitucional. Modulação dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade. Mutação constitucional.

CONTROLE CONCENTRADO

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RETA FINAL TJ/MS
NFPSS

(a) Processo objetivo: não há partes;

(b) Causa de pedir aberta: o STF pode reconhecer a inconstitucionalidade em


face de artigo diverso do apontado pelo autor da ação. Apesar da causa de pedir
ser aberta, o pedido deve ser fechado.

(c) Competência: STF ou TJ (controle estadual)


NOÇÕES GERAIS (d) Legitimados: CF, Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade
e a ação declaratória de constitucionalidade: I - o Presidente da República; II - a
Mesa do Senado Federal; III - a Mesa da Câmara dos Deputados; IV a Mesa de
Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; V o Governador
de Estado ou do Distrito Federal; VI - o Procurador-Geral da República; VII - o
Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII - partido político com
representação no Congresso Nacional; IX - confederação sindical ou entidade de
classe de âmbito nacional.
ADI
CABE CONTRA Lei ou ato normativo geral e abstrato
(i) Atos regulamentares; (ii) Normas constitucionais originárias; (iii) normas anteriores
NÃO CABE CONTRA à CF/88 (nesse caso, a análise será da RECEPÇÃO da norma); (iv) leis revogadas; (v)
súmulas; (vi) projeto de lei ainda não promulgado.
LIMITE ESPACIAL Lei ou ato normativo FEDERAL ou ESTADUAL.
CAUTELAR Erga omnes, EX NUNC, vinculante
EFEITOS DA DECISÃO Vinculante, EX TUNC, ERGA OMNES, repristinatório tácito.
ADC
OBJETO Lei ou ato normativo FEDERAL
REQUISITO ADICIONAL Controvérsia judicial relevante
CAUTELAR Suspensão dos processos nos quais se discute o tema pelo prazo de 180 dias.
ADPF
LEGITIMADOS Mesmo da ADI.
OBJETO Qualquer ato do poder público que viole preceito fundamental.
CARÁTER SUBSIDIÁRIO Só cabe se não for possível ADI nem ADC.
OBJETO Qualquer ato do poder público.
ASPECTO TEMPORAL Pode ser até mesmo anterior à CF/88.
Pode ser federal, estadual ou MUNICIPAL.

ATENÇÃO: É possível o conhecimento da ADPF mesmo que a lei atacada tenha


ASPECTO ESPACIAL sido revogada antes do julgamento, se persistir a utilidade em se proferir decisão
com caráter erga omnes e vinculante. STF. Plenário. ADPF 449/DF, Rel. Min. Luiz
Fux, julgado em 8 e 9/5/2019 (Info 939).
ADO
OBJETO O objetivo é conferir efetividade às normas constitucionais de eficácia LIMITADA.

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NFPSS

Autoridade ou órgão responsável pela medida para tornar efetiva a norma


LEGITIMIDADE PASSIVA
constitucional.
(a) Poder competente: será dada ciência ao poder competente.

(b) Órgão administrativo: deverá editar a norma em 30 dias, sob pena de


EFEITOS DA DECISÃO responsabilidade. A lei permite que o STF fixe outro prazo, se entender mais
conveniente.

#NÃOCONFUNDA:

MANDADO DE INJUNÇÃO ADO


Processo objetivo, em que se realiza
Discutem-se direitos subjetivos, com o fim
NATUREZA E controle concentrado e abstrato de
de viabilizar seu exercício. É realizado controle
FINALIDADE constitucionalidade com o fim de declarar a
concreto de constitucionalidade.
existência de omissão normativa.
É cabível quando ausente norma
regulamentadora de direitos e liberdades
Ausência de norma regulamentadora de
constitucionais, bem como de prerrogativas
CABIMENTO norma constitucional de eficácia limitada.
inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania.
- Individual: pessoas naturais ou jurídicas
que afirmem serem titulares dos direitos,
liberdades ou prerrogativas.

- Coletivo:

I - Ministério Público,
Mesmos legitimados para a propositura da
II - Partido político com representação no ADI.
LEGITIMIDADE
Congresso Nacional,

III - organização sindical, entidade de classe


ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos 1 (um) ano,

IV - Defensoria Pública.
STF, podendo também ser instituída em
Variará conforme a autoridade que ocupe o
COMPETÊNCIA âmbito estadual, caso em que a competência
polo passivo.
será do Tribunal de Justiça.

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NFPSS

A lei do mandado de injunção (lei 13.300/2016)


determina que será deferida a injunção para:

I - determinar prazo razoável para que o


impetrado promova a edição da norma
regulamentadora;
O Poder Judiciário dará ciência ao Poder
II - estabelecer as condições em que se dará competente, para que este adote as
o exercício dos direitos, das liberdades ou das providências necessárias.
prerrogativas reclamados ou, se for o caso,
EFEITOS DA as condições em que poderá o interessado Tratando-se de órgão administrativo, este
DECISÃO promover ação própria visando a exercê-los, terá um prazo de 30 dias para adotar a
caso não seja suprida a mora legislativa no medida necessária. Se órgão do Poder
prazo determinado. Legislativo, não há prazo.

#ATENÇÃO: Será dispensada a determinação


a que se refere o inciso I do caput quando
comprovado que o impetrado deixou de
atender, em mandado de injunção anterior, ao
prazo estabelecido para a edição da norma.

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ESTADUAL


CF, Art. 125. § 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade
LEGITIMIDADE de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual,
vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão.
OBJETO Leis ou atos normativos estaduais ou municipais.
COMPETÊNCIA TJ
PARÂMETRO Constituição Estadual
EFEITOS DA
EX TUNC, vinculante, ERGA OMNES.
DECISÃO
RECURSO Se a norma da CE for se reprodução obrigatória da CF, caberá RE ao STF. Nesse caso, esse
EXTRAORDINÁRIO RE produzirá os mesmos efeitos de uma ADI (vinculante, ERGA OMNES...)

→ SIMULTANEIDADE ENTRE ADI FEDERAL E ADI ESTADUAL:

- Caso o processo perante o Tribunal de Justiça esteja em curso quando uma ADI é ajuizada no STF, o processo em
âmbito estadual será suspenso até a decisão final do STF. Nesse caso, haverá possibilidades distintas, a depender
da natureza da norma:

DECISÃO DO STF DECISÃO DO TJ


CONSTITUCIONALIDADE Por se tratar de norma de reprodução obrigatória, o
NORMA DE
parâmetro é o mesmo em ambas as ações. Dessa forma,
REPRODUÇÃO
OBRIGATÓRIA INCONSTITUCIONALIDADE qualquer que seja a decisão do STF, obrigará o TJ em razão
do seu efeito vinculante.

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NFPSS

Por se tratar de norma autônoma, o parâmetro em


âmbito estadual é diverso, de modo que mesmo que seja
CONSTITUCIONALIDADE constitucional diante da constituição federal o TJ poderá
julgar a norma inconstitucional em face da constituição
NORMA estadual.
AUTÔNOMA
Ao ter reconhecida sua inconstitucionalidade, a norma não
poderá permanecer no ordenamento, de modo que o TJ não
INCONSTITUCIONALIDADE
poderá considerá-la constitucional, ainda que o parâmetro
seja distinto.

CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO

Também chamada de “full bench”, é condição de eficácia jurídica da própria declaração de inconstitucionali-
dade prevista constitucionalmente. Vejam a redação do art. 97 da CF.

Art. 97. Somente pelo voto da MAIORIA ABSOLUTA de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial
poderão os TRIBUNAIS declarar a INCONSTITUCIONALIDADE de lei ou ato normativo do Poder Público.

• Deve ser aplicada tanto em controle difuso quanto em controle concentrado.

• Somente se aplica aos Tribunais.

• Se desrespeitada, haverá nulidade absoluta, por violar norma de repartição de competência funcional.

• A decisão do plenário VINCULA todos os órgãos fracionários daquele Tribunal, e não apenas aquele que
suscitou o incidente. No entanto, NÃO vincula o Juiz de 1º grau. EXCEÇÕES: (a) Se o Tribunal já tiver decidido
o tema; (b) Se o STF já tiver reconhecido a inconstitucionalidade, ainda que em controle difuso;

#SELIGA Somente se aplica a cláusula de reserva de plenário se a decisão for pela inconstitucionalidade. Assim,
NÃO é preciso respeitá-la em caso de:

I) decisão pela constitucionalidade;

II) juízo de recepção;

III) declaração de nulidade sem redução de texto ou interpretação conforme.

Também NÃO se aplica para

a) Juiz de 1ª instância;

b) Juizados ou Turma Recursal.

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#ATENÇÃO: Além dessas duas exceções, há julgados do STF no sentido de que seus órgãos fracionários não se
submeteriam à reserva de plenário, em caso de julgamento de recursos extraordinários. (STF, RE 361829 - 2010).

#SÚMULAS
SV 10-STF: VIOLA a cláusula de reserva de plenário (CF, art. 97) a decisão de órgão fracionário de Tribunal que
embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua
incidência, no todo ou em parte.
Súmula 513-STF: A decisão que enseja a interposição de recurso ordinário ou extraordinário NÃO é a do plenário,
que resolve o incidente de inconstitucionalidade, mas a do órgão (câmara, grupos ou turmas) que completa o
julgado.
Súmula 614-STF: Somente o Procurador-Geral da Justiça tem legitimidade para propor ação direta interventiva
por inconstitucionalidade de Lei Municipal.
Súmula 642-STF: Não cabe ação direta de inconstitucionalidade de lei do Distrito Federal derivada da sua com-
petência legislativa municipal. OBS: Lei do DF só pode ser objeto de ADI quando tratar de assunto de competên-
cia estadual.

#DEOLHONAJURIS
É cabível ADI contra decreto presidencial que, com fundamento no art. 84, VI, “a”, da CF/88, extingue colegiados
da Administração Pública federal. Isso porque se trata de decreto autônomo, que retira fundamento de validade
diretamente da Constituição Federal e, portanto, é dotado de generalidade e abstração. STF. Plenário. ADI 6121
MC/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 12 e 13/6/2019 (Info 944).
STF (929) Não se conta em dobro o prazo recursal para a Fazenda Pública em processo objetivo, mesmo que
seja para interposição de recurso extraordinário em processo de fiscalização normativa abstrata.
STF (927) Coexistindo duas ADIs, uma ajuizada perante o tribunal de justiça local e outra perante o STF, o jul-
gamento da primeira – estadual – somente prejudica o da segunda – do STF – se preenchidas duas condições
cumulativas: 1) se a decisão do Tribunal de Justiça for pela procedência da ação e 2) se a inconstitucionalidade
for por incompatibilidade com preceito da Constituição do Estado sem correspondência na Constituição Federal.
Caso o parâmetro do controle de constitucionalidade tenha correspondência na Constituição Federal, subsiste a
jurisdição do STF para o controle abstrato de constitucionalidade.
STF (926) NÃO VIOLA a SV 10 a decisão de Turma do TRT que determina nomeação dos aprovados no concurso
em razão de preterição e diz que não se aplica, ao caso, o art. 25, § 1º, da Lei 8.987/95
STF (919 – tese de Repercussão Geral) É nula a decisão de órgão fracionário que se recusa a aplicar o art. 94, II,
da Lei nº 9.472/97, sem observar a cláusula de reserva de plenário (art. 97, da CF/88), observado o art. 949 do
CPC/2015.
STF (930) Entre as competências constitucionalmente atribuídas ao CNJ, insere-se a possibilidade de afastar, por
inconstitucionalidade, a aplicação de lei aproveitada como base de ato administrativo objeto de controle.

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STF (918) Possibilidade de decretação, de ofício, da modulação dos efeitos da decisão proferida em ADI
STF (915) CNJ não pode fazer controle de constitucionalidade de lei ou ato normativo de forma a substituir a
competência do STF. Contudo, o CNJ pode determinar a correção de ato do Tribunal local que, embora respal-
dado por legislação estadual, se distancie do entendimento do STF.
STF (905) Não cabe ADI contra decreto regulamentar de lei estadual
STF (899) Cabe ADI contra Resolução do CNMP. A Resolução do CNMP consiste em ato normativo de caráter
geral e abstrato, editado pelo Conselho no exercício de sua competência constitucional, razão pela qual constitui
ato normativo primário, sujeito a controle de constitucionalidade, por ação direta, no Supremo Tribunal Federal.
STF (892) É possível que seja celebrado um acordo no bojo de uma arguição de descumprimento de preceito
fundamental (ADPF).
STF (887) O STF não admite a teoria da transcendência dos motivos determinantes.
STF (886) Efeito vinculante de declaração incidental de inconstitucionalidade. Se uma lei ou ato normativo é
declarado inconstitucional pelo STF, incidentalmente, essa decisão, assim como acontece no controle abstrato,
também produz eficácia erga omnes e efeitos vinculantes. Houve mutação constitucional do art. 52, X, da CF/88.
A nova interpretação deve ser a seguinte: quando o STF declara uma lei inconstitucional, a decisão já tem efeito
vinculante e erga omnes e o STF apenas comunica ao Senado com o objetivo de que a referida Casa Legislativa
dê publicidade daquilo que foi decidido. Em Suma: atualmente é possível falar em abstrativização do controle
difuso.
STF (857) É possível a modulação dos efeitos da decisão proferida em sede de controle incidental de constitucio-
nalidade.
STF (852): Tribunais de Justiça podem exercer controle abstrato de constitucionalidade de leis municipais utilizan-
do como parâmetro normas da Constituição Federal, desde que se trate de normas de reprodução obrigatória
pelos Estados.
STF (872) Não se admite ADI contra lei que teria violado tratado internacional não incorporado ao ordenamento
brasileiro na forma do art. 5º, § 3º da CF/88.
Prejudicialidade no julgamento das ações de constitucionalidade. Em regra, como essa espécie de demanda tem
por objeto específico a declaração em tese de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual,
com a finalidade de expungir do sistema jurídico vigente aqueles atos que não se harmonizam com a Constitu-
ição, é de se concluir que a revogação do ato normativo, objeto da declaração, traz como consequência lógica
a prejudicialidade da ação, por perda superveniente do objeto. Ocorre que há várias exceções trazidas pela
jurisprudência. Confira:
a) ADI 2418, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 04/05/2016 (estava em “jogo” alguns
dispositivos do CPC/73, posteriormente revogados pelo CPC/2015, sem que a ação tivesse sido julgada. Contu-
do, o CPC/2015 apenas reproduziu os dispositivos objeto da ação direta. O STF entendeu que poderia haver o
aditamento da petição inicial);
b) ADI 763, Rel. Min. Edson Fachin, Tribunal Pleno, julgado em 25/11/2015, DJe de 04/12/2015 (entendeu-se que

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não há perda de objeto quando, na nova lei, persistem as mesmas razões para aduzir inconstitucionalidade); c)
ADI 3.306, Rel. Min. Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, julgado em 17/03/2011 (no caso de fraude processual e abuso
de direito persiste o interesse no julgamento da ação);
d) ADI 951 (ausência de comunicação ao STF quanto à revogação não impede o julgamento da ADI);
e) ADI 4.356/CE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgada em 09/02/2011 (leis de vigência temporária ou eficácia exaurida
que já tiveram seus dispositivos questionados precisam ser apreciadas pelo STF, pois ainda podem regular situ-
ações pretéritas);
f ) Informativo 935 do STF: sem duvida o mais importante e recente, com grandes chances de ser cobrado em
provas - se for editada MP revogando lei que está sendo questionada por meio de ADI, esta ação poderá ser
julgada enquanto a MP não for votada (enquanto a MP não for votada, não há perda do objeto).

5 - Estado Federal. Princípios fundamentais da Constituição Federal. Jurisdição constitucional e processo


constitucional. Coisa julgada e processo constitucional.
6 - Direitos e garantias fundamentais. Dos direitos e deveres individuais e coletivos. Tratados e convenções
sobre direitos humanos. Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica,
de 22 de novembro de 1969, promulgado pelo Decreto nº 678/92) e Pacto Internacional sobre Direitos
Civis e Políticos (de 16 de dezembro de 1966, promulgado pelo Decreto nº 592/92). A razoável duração
do processo. Direitos sociais. Direitos políticos. Partidos políticos. Direitos de nacionalidade. Tutela
constitucional dos direitos e das liberdades. Mandado de segurança, individual e coletivo. Mandado de
Injunção. Habeas corpus. Habeas data. Ação popular. Ação civil pública.

FUNDAMENTOS OBJETIVOS FUNDAMENTAIS PRINCÍPIOS

(ART. 1º) (ART. 3º) (ART. 4º)


I - independência nacional;

II - prevalência dos direitos humanos;


I - construir uma sociedade livre,
justa e solidária; III - autodeterminação dos povos;
I - a soberania;
II - garantir o desenvolvimento IV - não-intervenção;
II - a cidadania nacional;
V - igualdade entre os Estados;
III - a dignidade da pessoa humana; III - erradicar a pobreza e a
VI - defesa da paz;
marginalização e reduzir as
IV - os valores sociais do trabalho e desigualdades sociais e regionais; VII - solução pacífica dos conflitos;
da livre iniciativa;
IV - promover o bem de todos, VIII - repúdio ao terrorismo e ao
V - o pluralismo político. sem preconceitos de origem, raça, racismo;
sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação. IX - cooperação entre os povos para o
progresso da humanidade;

X - concessão de asilo político.

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TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS


São direitos ou posições jurídicas que investem os seres humanos, individual ou
coletivamente considerados, em um conjunto de prerrogativas, faculdades e instituições
Conceito
imprescindíveis para assegurar uma existência digna, livre, igual e fraterna entre todas as
pessoas.
¾¾1ª Dimensão Direitos civis e políticos.

¾¾2ª Dimensão Direitos sociais, econômicos e culturais.

Dimensões ¾¾3ª Dimensão Direitos de solidariedade e fraternidade.

¾¾4ª Dimensão Globalização (não é pacífico).


#JÁCAIU FCC, 2010, Analista Judiciário TRF 4ª Região. São direitos fundamentais classifi-
cados como de segunda geração os direitos econômicos e culturais. (certo)
¾¾Passivo: o sujeito está subordinado aos poderes estatais.

Teoria dos 4 Status ¾¾Ativo: sujeito pode participar da formação da vontade do Estado.

(Jellinek) ¾¾Negativo: ao sujeito é assegurada uma esfera indevassável ao Estado.

¾¾Positivo: sujeito tem direito de pedir certas prestações ao Estado.

(a) Universalidade (b) Historicidade (c) Indivisibilidade (d) Imprescritibilidade (e) Relatividade
Características
(f )Inviolabilidade (g) Complemantaridade (h) Efetividade (i) Interdependência.

o VERTICAL incidem na relação entre sujeito e Estado;

o HORIZONTAL incidem na relação entre sujeitos privados;


Eficácia
o DIAGONAL incidem na relação entre privados em posição de desigualdade. Ex.:
consumidor e fornecedor.

PRINCIPAIS DIREITOS FUNDAMENTAIS EM ESPÉCIE (art. 5º, CF/88)


Igualdade I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de
Legalidade
lei;
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,


Liberdade de
independentemente de censura ou licença;
expressão
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte,
quando necessário ao exercício profissional;

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V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por


Direito de resposta
dano material, moral ou à imagem;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício
dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas
liturgias;

VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades
Liberdade religiosa
civis e militares de internação coletiva;

VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta
e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado
Privacidade
o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
Liberdade XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações
profissional profissionais que a lei estabelecer;
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;

XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de


autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;

Liberdade de XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades
associação suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;

XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;

XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade


para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
Direito adquirido,
ato jurídico perfeito XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
e coisa julgada
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

Direitos XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;


fundamentais LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
processuais
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

DIMENSÃO OBJETIVA DIMENSÃO SUBJETIVA


Direito fundamental como norma cogente e irradiante, Direito fundamental dentro de uma relação jurídica,
como norte e limite considerando-se o direito de considerando-se um titular e um destinatário, de
forma abstrata. forma concreta.

#JÁCAIU FCC 2016, DPE/BA. No âmbito da Teoria dos Direitos Fundamentais, a dimensão subjetiva dos direitos
fundamentais está atrelada, na sua origem, à função clássica de tais direitos, assegurando ao seu titular o direito de

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resistir à intervenção estatal em sua esfera de liberdade individual.

LIMITES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS: TEORIAS INTERNA E EXTERNA

TEORIA INTERNA TEORIA EXTERNA


Não há conflito entre direitos fundamentais. Os limites É o conflito entre os direitos fundamentais que os limitam
já existem nos próprios direitos, considerados em si no caso concreto. Os limites surgem, portanto, de uma
mesmo. Tais limites são encontrados em uma operação operação externa, devendo o conflito ser solucionado
interna, que delimita o conteúdo dos direitos. por proporcionalidade.
Conteúdo e limites para o exercício do direito se Não há confusão entre o conteúdo do direito e os limites
confundem. para seu exercício.

E O LIMITE DOS LIMITES (LIMITES IMANENTES)? Embora se admita a restrição de direitos fundamentais, há
um conteúdo mínimo que não pode ser atacado. Assim, há limite para a limitação de direitos, que não po-
dem ser descaracterizados. Requisitos para restringir um direito fundamental: a) respeitar o núcleo essencial; b)
previsão em texto infraconstitucional; c) restrição de caráter geral e abstrato; d) proporcional.

#JÁCAIU FCC 2008, MPE/RS.Considerando os limites e restrições aos direitos fundamentais, analise: I. Restrição
consistente em limitações não previstas expressamente no texto constitucional, a exemplo de situações relaciona-
das ao direito de greve, cujo estabelecimento é reconhecido como legítimo em razão da necessidade da resolu-
ção de conflitos de direitos e bens. II. Restrição a direito fundamental, a exemplo do sigilo de correspondência e
comunicações, quando a Constituição, além de exigir que a restrição seja prevista em lei, estabelece também, as
condições ou os fins que devem ser seguidos pela norma legal restritiva. Referidas restrições denominam-se na
doutrina, respectivamente, de imanente e legais qualificadas.

NÚCLEO ESSENCIAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS: TEORIA ABSOLUTA X RELATIVA

TEORIA ABSOLUTA TEORIA RELATIVA


O conteúdo essencial dos direitos fundamentais é O conteúdo essencial dos direitos fundamentais é
estático e definido a priori. Considera que cada direito variável, sendo definido no conflito entre direitos. Não
fundamental tem uma zona intocável pré-determinada. há definição a priori, mas concreta.

DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

(I) IGUALDADE
#CONCEITOS Ações afirmativas (ou discriminações positivas) consistem em programas públicos ou privados,
em geral de caráter temporário desenvolvidos com a finalidade de reduzir desigualdades decorrentes de discri-
minações, ou de uma hipossuficiência econômica ou física, por meio de uma concessão de alguma vantagem.
Ações afirmativas são medidas especiais e concretas para assegurar o desenvolvimento ou a proteção de certos

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grupos, com o fito de garantir-lhes, em condições de igualdade, o pleno exercício dos direitos do homem e das
liberdades fundamentais. (Art. 2°, II, da Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Ra-
cial, da Organização das Nações Unidas, ratificada pelo Brasil em 1968). O conceito é trazido também pelo art.
1º, VI, do Estatuto da Igualdade Racial (Lei n.º 12.288/2010).

Ações afirmativas e discriminação inversa (ou reversa)

As políticas de ações afirmativas acabam por discriminar, direta ou indiretamente, os grupos que não foram
por elas protegidos. Em outros termos, se são estabelecidas cotas para cargos públicos, consequentemente, pela
ótica inversa, haverá discriminação aos candidatos da ampla concorrência. Para que não haja distorções, é preciso
balizar as ações afirmativas pelo viés do princípio da proporcionalidade.

Assim, só serão constitucionais as ações afirmativas que se pautarem em fatores discriminantes condizentes
com as dificuldades dos beneficiários que a atuação estatal busca sanar. Por outro lado, com a implantação das
ações afirmativas busca-se a diminuição da assimetria existente, razão pela qual devem ser marcadas também pela
temporariedade.

#JURIS O STF, por maioria, conheceu do mandado de injunção n. 4733/DF, julgando-o procedente para (i)
reconhecer a mora inconstitucional do Congresso Nacional e; (ii) aplicar, com efeitos prospectivos, até que o
Congresso Nacional venha a legislar a respeito, a Lei nº 7.716/89 a fim de estender a tipificação prevista para
os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacio-
nal à discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero. Plenário, 13.06.2019.

Constitucionalidade do sistema de cotas com critério étnico-racial

O sistema de cotas em universidades públicas, com base em critério étnico-racial, é CONSTITUCIONAL. No entan-
to, as políticas de ação afirmativa baseadas no critério racial possuem natureza transitória. STF. Plenário. ADPF
186/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 25 e 26/4/2012 (Info 663).

É também constitucional fixar cotas para alunos que sejam egressos de escolas públicas. STF. Plenário. RE 597285/
RS, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 9/5/2012 (repercussão geral) (Info 665).

É constitucional a reserva de 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos
e empregos públicos no âmbito da administração pública direta e indireta. É possível também que a Adminis-
tração Pública adote um controle heterônomo, sobretudo quando existirem fundadas razões para acreditar que
houve abuso na auto declaração. Assim, é legítima a utilização de critérios subsidiários de heteroidentificação dos
candidatos que se declararam pretos ou pardos. STF. Plenário. ADC 41/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em
8/6/2017 (Info 868).

Vale ressaltar as Forças Armadas integram a Administração Pública Federal, de modo que a vagas oferecidas nos
concursos por elas promovidos sujeitam-se à política de cotas prevista na Lei 12.990/2014.STF. Plenário. ADC 41 ED,

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Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 12/04/2018.

(II) LIBERDADE DE EXPRESSÃO

Para que seja publicada uma biografia NÃO é necessária autorização prévia do indivíduo biografado, das
demais pessoas retratadas, nem de seus familiares. STF. Plenário. ADI 4815/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado
em 10/6/2015 (Info 789).

Cabe reclamação contra decisão judicial que determina retirada de matéria jornalística de site

O STF tem sido mais flexível na admissão de reclamação em matéria de liberdade de expressão, em razão da
persistente vulneração desse direito na cultura brasileira, inclusive por via judicial. No julgamento da ADPF 130, o
STF proibiu enfaticamente a censura de publicações jornalísticas, bem como tornou excepcional qualquer tipo de
intervenção estatal na divulgação de notícias e de opiniões. A liberdade de expressão desfruta de uma posição
preferencial no Estado democrático brasileiro, por ser uma pré-condição para o exercício esclarecido dos demais
direitos e liberdades. A retirada de matéria de circulação configura censura em qualquer hipótese, o que se
admite apenas em situações extremas. Assim, em regra, a colisão da liberdade de expressão com os direitos da
personalidade deve ser resolvida pela retificação, pelo direito de resposta ou pela reparação civil. Diante disso, se
uma decisão judicial determina que se retire do site de uma revista determinada matéria jornalística, esta decisão
viola a orientação do STF, cabendo reclamação. STF. 1ª Turma. Rcl 22328/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em
6/3/2018 (Info 893).

O Estado não pode determinar que programas de rádio e TV sejam exibidos somente em determinados
horários. A classificação etária é meramente indicativa (e não obrigatória). STF, Plenário, ADI 2404/DF, Rel. Min,
Dias Toffoli, j. 31/08/2016, Info 837.

Palestra proferida por Bolsonaro com críticas aos quilombolas e estrangeiros não configurou racismo

O então Deputado Federal Jair Bolsonaro proferiu palestra no auditório de determinado clube e ali fez críticas e
comentários negativos a respeito dos quilombolas e também de povos estrangeiros. No trecho mais questionado
de sua palestra, ele afirmou: “Eu fui em um quilombola em El Dourado Paulista. Olha, o afrodescendente mais leve
lá pesava sete arrobas. Não fazem nada! Eu acho que nem para procriador eles servem mais. Mais de um bilhão
de reais por ano gastado com eles. Recebem cesta básica e mais material em implementos agrícolas. Você vai em
El Dourado Paulista, você compra arame farpado, você compra enxada, pá, picareta por metade do preço vendido
em outra cidade vizinha. Por que? Porque eles revendem tudo baratinho lá. Não querem nada com nada.” O STF
entendeu que a conduta de Bolsonaro não configurou o crime de racismo (art. 20 da Lei nº 7.716/89). As
palavras por ele proferidas estão dentro da liberdade de expressão prevista no art. 5º, IV, da CF/88, além
de também estarem cobertas pela imunidade parlamentar (art. 53 da CF/88). O objetivo de seu discurso não
foi o de repressão, dominação, supressão ou eliminação dos quilombolas ou dos estrangeiros. O pronunciamento
do parlamentar estava vinculado ao contexto de demarcação e proveito econômico das terras e configuram mani-

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festação política que não extrapola os limites da liberdade de expressão. Além disso, as manifestações de Bolsonaro
estavam relacionadas com a sua função de parlamentar. Inclusive, o convite para a palestra se deu em razão do
exercício do cargo de Deputado Federal a fim de dar a sua visão geopolítica e econômica do País. Assim, havia uma
vinculação das manifestações apresentadas na palestra com os pronunciamentos do parlamentar na Câmara dos
Deputados, de sorte que incide a imunidade parlamentar.

STF. 1ª Turma. Inq 4694/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 11/9/2018 (Info 915).

A incitação de ódio público feita por líder religioso contra outras religiões pode configurar o crime de ra-
cismo

A incitação ao ódio público contra quaisquer denominações religiosas e seus seguidores não está protegida pela
cláusula constitucional que assegura a liberdade de expressão. Assim, é possível, a depender do caso concreto, que
um líder religioso seja condenado pelo crime de racismo (art. 20, §2º, da Lei nº 7.716/89) por ter proferido discursos
de ódio público contra outras denominações religiosas e seus seguidores.

STF. 2ª Turma. RHC 146303/RJ, rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgado em 6/3/2018 (Info 893).

#DIFERENCIE Caso Jonas Habib Determinado padre escreveu um livro, voltado ao público da Igreja Católica, no
qual ele faz críticas ao espiritismo e a religiões de matriz africana, como a umbanda e o candomblé. O Ministério
Público da Bahia ofereceu denúncia contra ele pela prática do art. 20, § 2º da Lei nº 7.716/89 (Lei do racismo).
No caso concreto, o STF entendeu que não houve o crime. A CF/88 garante o direito à liberdade religiosa. Um dos
aspectos da liberdade religiosa é o direito que o indivíduo possui de não apenas escolher qual religião irá seguir,
mas também o de fazer proselitismo religioso. Proselitismo religioso significa empreender esforços para con-
vencer outras pessoas a também se converterem à sua religião. Desse modo, a prática do proselitismo,
ainda que feita por meio de comparações entre as religiões (dizendo que uma é melhor que a outra) não
configura, por si só, crime de racismo. Só haverá racismo se o discurso dessa religião supostamente superior
for de dominação, opressão, restrição de direitos ou violação da dignidade humana das pessoas integrantes dos
demais grupos. Por outro lado, se essa religião supostamente superior pregar que tem o dever de ajudar os “infe-
riores” para que estes alcancem um nível mais alto de bem-estar e de salvação espiritual e, neste caso não haverá
conduta criminosa. Na situação concreta, o STF entendeu que o réu apenas fez comparações entre as religiões,
procurando demonstrar que a sua deveria prevalecer e que não houve tentativa de subjugar os adeptos do es-
piritismo. Pregar um discurso de que as religiões são desiguais e de que uma é inferior à outra não configura,
por si, o elemento típico do art. 20 da Lei nº 7.716/89. Para haver o crime, seria indispensável que tivesse ficado
demonstrado o especial fim de supressão ou redução da dignidade do diferente, elemento que confere sentido à
discriminação que atua como verbo núcleo do tipo. STF. 1ª Turma. RHC 134682/BA, Rel. Min. Edson Fachin, julgado
em 29/11/2016 (Info 849).4

É inconstitucional dispositivo que proíbe, no âmbito da programação das emissoras de radiodifusão co-
munitária, a prática de proselitismo, ou seja, a transmissão de conteúdo tendente a converter pessoas a uma
4 
Fonte: Dizer o Direito: https://www.dizerodireito.com.br/2016/12/criticas-de-um-lider-religioso-outras.html

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doutrina, sistema, religião, seita ou ideologia (§ 1º do art. 4º da Lei nº 9.612/98). O STF entendeu que essa proibi-
ção afronta os arts. 5º, IV, VI e IX, e 220, da Constituição Federal. A liberdade de pensamento inclui o discurso
persuasivo, o uso de argumentos críticos, o consenso e o debate público informado e pressupõe a livre troca de
ideias e não apenas a divulgação de informações. STF. Plenário. ADI 2566/DF, rel. orig. Min. Alexandre de Moraes,
red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 16/5/2018 (Info 902).

A CF/88 prevê que “o ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das esco-
las públicas de ensino fundamental.” (art. 210, § 1º). O PGR ajuizou ADI pedindo que fosse conferida interpretação
conforme a Constituição ao art. 33, §§ 1º e 2º da LDB e ao art. 11, § 1º do acordo Brasil-Santa Sé. O STF julgou
improcedente a ADI e decidiu que o ensino religioso nas escolas públicas brasileiras pode ter natureza con-
fessional, ou seja, pode sim ser vinculado a religiões específicas. A partir da conjugação do binômio Laicidade
do Estado (art. 19, I) e Liberdade religiosa (art. 5º, VI), o Estado deverá assegurar o cumprimento do art. 210, § 1º
da CF/88, autorizando na rede pública, em igualdade de condições o oferecimento de ensino confessional das
diversas crenças, mediante requisitos formais previamente fixados pelo Ministério da Educação. Assim, deve ser
permitido aos alunos, que expressa e voluntariamente se matricularem, o pleno exercício de seu direito subjetivo
ao ensino religioso como disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, ministrada
de acordo com os princípios de sua confissão religiosa, por integrantes da mesma, devidamente credenciados a
partir de chamamento público e, preferencialmente, sem qualquer ônus para o Poder Público. Dessa forma, o STF
entendeu que a CF/88 não proíbe que sejam oferecidas aulas de uma religião específica, que ensine os dogmas ou
valores daquela religião. Não há qualquer problema nisso, desde que se garanta oportunidade a todas as doutri-
nas religiosas. STF. Plenário. ADI 4439/DF, rel. orig. Min. Roberto Barroso, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes,
julgado em 27/9/2017 (Info 879).

Violam a Constituição Federal a prática de atos de busca e apreensão de materiais de cunho eleitoral e a
suspensão de atividades de divulgação de ideias em universidades públicas e privadas (STF, Plenário, ADPF
548 MC/DF, j. Em 31/10/2018, Info 922).

(III) INVIOLABILIDADE DOMICILIAR

O ingresso regular da polícia no domicílio, sem autorização judicial, em caso de flagrante delito, para que seja
válido, necessita que haja fundadas razões ( justa causa) que sinalizem a ocorrência de crime no interior da re-
sidência. A mera intuição acerca de eventual traficância praticada pelo agente, embora pudesse autorizar
abordagem policial, em via pública, para averiguação, não configura, por si só, justa causa a autorizar
o ingresso em seu domicílio, sem o seu consentimento e sem determinação judicial. STJ. 6ª Turma. REsp
1574681-RS, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 20/4/2017 (Info 606).

A entrada forçada em domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo em período noturno, quando amparada
em fundadas razões, devidamente justificadas “a posteriori”, que indiquem que dentro da casa ocorre situação de
flagrante delito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade, e de nulidade
dos atos praticados. STF. Plenário. RE 603616/RO, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 4 e 5/11/2015 (repercussão
geral) (Info 806).

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(IV) SIGILO DE DADOS E DIREITO À PRIVACIDADE

Os dados obtidos por meio da quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal devem ser mantidos sob re-
serva. Assim, a página do Senado Federal na internet não pode divulgar os dados obtidos por meio da quebra de
sigilo determinada por comissão parlamentar de inquérito (CPI). STF. Plenário. MS 25940, Rel. Min. Marco Aurélio,
julgado em 26/4/2018 (Info 899).

É possível que o Fisco requisite a instituições financeiras informações bancárias sobre os contribuintes
sem intervenção do Judiciário (CUIDADO: na jurisprudência em teses do STJ ainda consta esse entendimento:
“o compartilhamento de dados obtidos pela Receita Federal com fundamento no art. 6º da Lei Complementar n.
105/2001, mediante requisição direta às instituições bancárias no âmbito de processo administrativo fiscal, é con-
siderado nulo, para fins penais, se não decorrer de expressa determinação judicial”. Ocorre que o próprio STJ,
através da sua 6ª Turma, alterou o entendimento em março de 2018. Ademais, como o STF tem posição
diversa nas duas Turmas, é mais prudente seguir a Corte Constitucional, que já se manifestou pela consti-
tucionalidade do art. 6º da referida lei. Em suma, “os dados do contribuinte que a Receita Federal obteve
das instituições bancárias mediante requisição direta (sem intervenção do Poder Judiciário, com base nos
arts. 5º e 6º da LC 105/2001), podem ser compartilhados, também sem autorização judicial, com o Ministé-
rio Público, para serem utilizados como prova emprestada no processo penal”. Isso porque o STF decidiu
que são constitucionais os arts. 5o e 6º da LC 105/2001, que permitem o acesso direto da Receita Federal à
movimentação financeira dos contribuintes (RE 601314/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 24/2/2016.
Info 815). Este entendimento do STF deve ser estendido também para a esfera criminal. Assim, é possível
a utilização de dados obtidos pela Secretaria da Receita Federal, em regular procedimento administrativo
fiscal para fins de instrução processual penal. STF. 1a Turma. RE 1043002 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso,
julgado em 01/12/2017. STF. 2a Turma. RHC 121429/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 19/4/2016 (Info
822). STJ. 6a Turma. HC 422.473-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 20/03/2018 (Info 623).

AÇÕES CONSTITUCIONAIS

Habeas corpus

- Motivo: violência ou coação da liberdade de locomoção;

- Quem pode usar: qualquer pessoa; o habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou
de outrem, bem como pelo Ministério Público (art. 654 do CPP).

- Quem pode sofrer a ação: qualquer um que use de ilegalidade ou abuso de poder.

- Modos de HC: Preventivo: Caso haja ameaça de sofrer a coação; Repressivo: Caso esteja sofrendo a coação.

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- Custas: (LXXVII) São gratuitas as ações de “habeas-corpus”;

- CF, Art. 142 § 2º: Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares. Embora a CF expresse
que não cabe HC contra punições disciplinares, o STF tem flexibilizado a situação quando a punição privativa de
liberdade foi imposta de forma ilegal.

- É cabível habeas corpus inclusive quando a liberdade de locomoção puder ser afetada indiretamente, por exem-
plo, contra a quebra de sigilo bancário, caso dela possa resultar processo penal que leve à sentença de prisão.

- Diferentemente do Mandado de Segurança que só pode ser impetrado quando alguém estiver se valendo de sua
prerrogativa de “direito público”, o habeas corpus pode ser impetrado contra qualquer pessoa que estiver coagindo
alguém de sua liberdade de locomoção.

#JURIS HC: em 2018 diversos entendimentos do STF sobre esse remédio constitucional foram extremamente
importantes e alguns deles já foram cobrados em provas: a) É possível a remessa de habeas corpus ao Plenário
do STF, pelo relator, de forma discricionária, com fundamento no art. 6º, II, “c” e no art. 21, XI, do RI/STF. STF.
Plenário. HC 143333/PR, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 11 e 12/4/2018 (Info 897); b) O habeas corpus pode
ser empregado para impugnar medidas cautelares de natureza criminal diversas da prisão. STF. 2ª Turma. HC
147426/AP e HC 147303/AP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgados em 18/12/2017 (Info 888); c) O Supremo Tribunal
Federal e o Superior Tribunal de Justiça não têm admitido o habeas corpus como sucedâneo do meio processual
adequado, seja o recurso ou a revisão criminal, salvo em situações excepcionais, quando manifesta a ilegalidade
ou sendo teratológica a decisão apontada como coatora. STJ. 5a Turma. HC 418.896/MA, Rel. Min. Ribeiro Dan-
tas, julgado em 06/02/2018.
#STJ em Teses (HC)
(1) O STJ não admite que o remédio constitucional seja utilizado em substituição ao recurso próprio (apelação,
agravo em execução, recurso especial), tampouco à revisão criminal, ressalvadas as situações em que, à
vista da flagrante ilegalidade do ato apontado como coator, em prejuízo da liberdade da paciente, seja cogente
a concessão, de ofício, da ordem de habeas corpus. No mesmo sentido: “Não se admite habeas corpus para se
questionar nulidade cujo tema não foi trazido antes do trânsito em julgado da ação originária e tampouco antes
do trânsito em julgado da revisão criminal. A nulidade não suscitada no momento oportuno é impassível de ser
arguida através de habeas corpus, no afã de superar a preclusão, sob pena de transformar o writ em sucedâneo
da revisão criminal” (STF, Info 837).
(2) O conhecimento do habeas corpus pressupõe prova pré-constituída do direito alegado, devendo a parte
demonstrar de maneira inequívoca a pretensão deduzida e a existência do evidente constrangimento ilegal.
(3) O trancamento da ação penal pela via do habeas corpus é medida excepcional, admissível apenas
quando demonstrada a falta de justa causa (materialidade do crime e indícios de autoria), a atipicidade da con-
duta ou a extinção da punibilidade.
(4) O reexame da dosimetria da pena em sede de habeas corpus somente é possível quando evidenciada fla-

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grante ilegalidade e não demandar análise do conjunto probatório.


(5) O habeas corpus é ação de rito célere e de cognição sumária, não se prestando a analisar alegações relativas
à absolvição que demandam o revolvimento de provas.
(6) É incabível a impetração de habeas corpus para afastar penas acessórias de perda de cargo público ou
graduação de militar imposta em sentença penal condenatória, por não existir lesão ou ameaça ao direito de
locomoção.
(7) É cabível habeas corpus preventivo quando há fundado receio de ocorrência de ofensa iminente à liberdade
de locomoção.
(8) Compete aos Tribunais de Justiça ou aos Tribunais Regionais Federais o julgamento dos pedidos de habeas
corpus quando a autoridade coatora for Turma Recursal dos Juizados Especiais.
(9) A jurisprudência do STJ admite a reiteração do pedido formulado em habeas corpus com base em fatos ou
fundamentos novos.
(10) O habeas corpus não pode ser impetrado em favor de pessoa jurídica, pois o writ tem por objetivo
salvaguardar a liberdade de locomoção. Em outras palavras, o que impede a utilização é o fato de que a
pessoa jurídica, constituindo-se em verdadeira ficção, não reúne possibilidade de locomoção.

#SELIGANASSÚMULAS STF
Súmula 395: Não se conhece de recurso de «habeas corpus» cujo objeto seja resolver sobre o ônus das custas,
por não estar mais em causa a liberdade de locomoção.
Súmula 692: Não se conhece de habeas corpus contra omissão de relator de extradição, se fundado em fato ou
direito estrangeiro cuja prova não constava dos autos, nem foi ele provocado a respeito.
Súmula 693: Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em
curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada.
Súmula 694: Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de exclusão de militar ou de perda de pat-
ente ou de função pública.
Súmula 695: Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade.

#JÁCAIU FCC DPE/AP, 2018. Segundo a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, é cabível habeas corpus
para aplicação de prisão domiciliar, mas vedado para afastar pena acessória de perda de cargo público. (Fun-
damento: “É incabível a impetração de habeas corpus para afastar penas acessórias de perda de cargo público
ou graduação de militar imposta em sentença penal condenatória, por não existir lesão ou ameaça ao direito de
locomoção. STJ, AgRg no HC 096807/MS,Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, Julgado em 16/10/2014,DJE
03/11/2014, Juris em Teses).

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Habeas data

Súmula 2 STJ: Não cabe HD se não houve recusa de informações por parte da autoridade administrativa.
OBS: nesse caso há falta de interesse de agir.
#JURIS O habeas data, posto instrumento de tutela de direitos fundamentais, encerra amplo espectro, rejeitan-
do-se visão reducionista da garantia constitucional inaugurada pela carta pós-positivista de 1988. 2. A tese fixada
na presente repercussão geral é a seguinte: “O Habeas Data é garantia constitucional adequada para a ob-
tenção dos dados concernentes ao pagamento de tributos do próprio contribuinte constantes dos siste-
mas informatizados de apoio à arrecadação dos órgãos da administração fazendária dos entes estatais.”
3. O Sistema de Conta Corrente da Secretaria da Receita Federal do Brasil, conhecido também como SINCOR,
registra os dados de apoio à arrecadação federal ao armazenar os débitos e créditos tributários existentes acerca
dos contribuintes. 4. O caráter público de todo registro ou banco de dados contendo informações que sejam ou
que possam ser transmitidas a terceiros ou que não sejam de uso privativo do órgão ou entidade produtora ou
depositária das informações é inequívoco (art. 1º, Lei nº 9.507/97). 5. O registro de dados deve ser entendido em
seu sentido mais amplo, abrangendo tudo que diga respeito ao interessado, seja de modo direto ou indireto. (…)
Registro de dados deve ser entendido em seu sentido mais amplo, abrangendo tudo que diga respeito ao inter-
essado, seja de modo direto ou indireto, causando-lhe dano ao seu direito de privacidade.(...) in José Joaquim
Gomes Canotilho, Gilmar Ferreira Mendes, Ingo Wolfgang Sarlet e Lenio Luiz Streck. Comentários à Constituição.
Editora Saraiva, 1ª Edição, 2013, p.487. 6. A legitimatio ad causam para interpretação de Habeas Data estende-se
às pessoas físicas e jurídicas, nacionais e estrangeiras, porquanto garantia constitucional aos direitos individuais
ou coletivas. 7. Aos contribuintes foi assegurado constitucionalmente o direito de conhecer as informações que
lhes digam respeito em bancos de dados públicos ou de caráter público, em razão da necessidade de preservar
o status de seu nome, planejamento empresarial, estratégia de investimento e, em especial, a recuperação de
tributos pagos indevidamente, verbis: Art. 5º. …LXXII. Conceder-se-á habeas data para assegurar o conhecimen-
to de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público, considerado como um writ, uma garantia, um remédio constitucional à
disposição dos cidadãos para que possam implementar direitos subjetivos que estão sendo obstaculados. 8. As
informações fiscais conexas ao próprio contribuinte, se forem sigilosas, não importa em que grau, devem ser
protegidas da sociedade em geral, segundo os termos da lei ou da constituição, mas não de quem a elas se ref-
erem, por força da consagração do direito à informação do art. 5º, inciso XXXIII, da Carta Magna, que traz como
única ressalva o sigilo imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, o que não se aplica no caso sub
examine, verbis: Art. 5º.…XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. 9. In casu, o recorrente
requereu à Secretaria da Receita Federal do Brasil os extratos atinentes às anotações constantes do Sistema de
Conta-Corrente de Pessoa Jurídica-SINCOR, o Sistema Conta-Corrente de Pessoa Jurídica-CONTACORPJ, como
de quaisquer dos sistemas informatizados de apoio à arrecadação federal, no que tange aos pagamentos de
tributos federais, informações que não estão acobertadas pelo sigilo legal ou constitucional, posto que requeri-
da pelo próprio contribuinte, sobre dados próprios. (STF, RE 673707, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Tribunal Pleno,
julgado em 17/06/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - DJE 30-09-2015)

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#JÁCAIU FCC Analista Legislativo AL/SE, 2018. Um estrangeiro residente no País formulou requerimento admi-
nistrativo para retificar dados seus constantes de arquivo público em que estão registradas informações incorretas
a seu respeito. Embora a Administração tenha reconhecido a incorreição da anotação, o pedido foi indeferido, por
decisão não mais sujeita a recurso na esfera administrativa, sob o argumento de que o registro reflete as informa-
ções disponíveis no momento em que os dados foram colhidos pelo Poder Público. Em vista disso, para que esse
indivíduo atinja seu objetivo, será cabível a impetração de habeas data, cujo uso é assegurado em situações como
a descrita, inclusive para o caso de o impetrante ser estrangeiro residente no país.

Mandado de segurança

- Motivo: proteger direito líquido e certo, não amparado por HC ou HD.

- Quem pode usar: qualquer pessoa (PF, PJ ou até mesmo órgão público – independente ou autônomo) seja na
forma preventiva ou repressiva.

- Quem pode sofrer a ação: autoridade pública ou agente de PJ no exercício de atribuições do poder público que
use de ilegalidade ou abuso de poder. Segundo a Lei 12.016/09, equiparam-se às autoridades: os representantes ou
órgãos de partidos políticos; os administradores de entidades autárquicas; os dirigentes de pessoas jurídicas ou as
pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas atribuições.

- Modos de MS: Individual: impetrado em nome de uma única pessoa; Coletivo: impetrado por: a) partido político
com representação no CN; b) organização sindical; c) entidade de classe; ou d) associação, desde que esta esteja
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano.

- Prazo: O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 dias (prazo decadencial) con-
tados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado. Obs.: Este prazo de 120 dias não se aplica, obviamente, ao
MS preventivo, pois a lesão ainda nem ocorreu.

- Segundo a Lei 12.016/09, não cabe mandado de segurança contra:

• Os atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de eco-
nomia mista e de concessionárias de serviço público.

• Ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução;

• Decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;

• Decisão judicial transitada em julgado.

#SÚMULAS STF e STJ - Mandado de Segurança


Súmula 701: No Mandado de Segurança impetrado pelo Ministério Público contra decisão proferida em processo

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penal, é obrigatória a citação do réu como litisconsorte passivo.


Súmula 632: É constitucional lei que fixa o prazo de decadência para a impetração de Mandado de Segurança.
Súmula 631: Extingue-se o processo de Mandado de Segurança se o impetrante não promove, no prazo assina-
do, a citação do litisconsorte passivo necessário.
Súmula 630: A entidade de classe tem legitimação para o Mandado de Segurança ainda quando a pretensão
veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria.
Súmula 629: A impetração de Mandado de Segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados
independe da autorização destes.
Súmula 627: No Mandado de Segurança contra a nomeação de magistrado da competência do presidente da
república, este é considerado autoridade coatora, ainda que o fundamento da impetração seja nulidade ocorrida
em fase anterior do procedimento.
Súmula 626: A suspensão da liminar em Mandado de Segurança, salvo determinação em contrário da decisão
que a deferir, vigorará até o trânsito em julgado da decisão definitiva de concessão da segurança ou, havendo
recurso, até a sua manutenção pelo Supremo Tribunal Federal, desde que o objeto da liminar deferida coincida,
total ou parcialmente, com o da impetração.
Súmula 625: Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de Mandado de Segurança.
Súmula 624: Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer originariamente de Mandado de Segurança
contra atos de outros tribunais.
Súmula 623: Não gera por si só a competência originária do Supremo Tribunal Federal para conhecer do Man-
dado de Segurança com base no art. 102, i, “n”, da Constituição, dirigir-se o pedido contra deliberação Adminis-
trativa do tribunal de origem, da qual haja participado a maioria ou a totalidade de seus membros.
Súmula 622: Não cabe agravo regimental contra decisão do relator que concede ou indefere liminar em Mandado
de Segurança.
Súmula 510: Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra ela cabe o Mandado
de Segurança ou a medida judicial.
Súmula 474: Não há direito líquido e certo, amparado pelo Mandado de Segurança, quando se escuda em lei
cujos efeitos foram anulados por outra, declarada constitucional pelo Supremo Tribunal Federal.
Súmula 430: Pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe o prazo para o Mandado de Segu-
rança.
Súmula 429: A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não impede o uso do Mandado de
Segurança contra omissão da autoridade.
Súmula 405: Denegado o Mandado de Segurança pela sentença, ou no julgamento do agravo, dela interposto,
fica sem efeito a liminar concedida, retroagindo os efeitos da decisão contrária.
Súmula 330: O Supremo Tribunal Federal não é competente para conhecer de Mandado de Segurança contra

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atos dos Tribunais de Justiça dos Estados.


Súmula 319: O prazo do recurso ordinário para o Supremo Tribunal Federal, em “habeas corpus” ou Mandado
de Segurança, é de cinco dias.
Súmula 304: Decisão denegatória de Mandado de Segurança, não fazendo coisa  julgada contra o impetrante,
não impede o uso da ação própria.
Súmula 299: O recurso ordinário e o extraordinário interpostos no mesmo processo de Mandado de Segurança,
ou de “habeas corpus”, serão julgados conjuntamente pelo tribunal pleno.
Súmula 272: Não se admite como ordinário recurso extraordinário de decisão Denegatória de Mandado de Se-
gurança.
Súmula 271: Concessão de Mandado de Segurança não produz efeitos patrimoniais em relação a período pretéri-
to, os quais devem ser reclamados administrativamente ou pela via judicial própria.
Súmula 269: O Mandado de Segurança não é substitutivo de ação de cobrança.

#OLHAOGANCHO

STJ (Juris em Teses - Aplicação das Súmulas 269 e 271 do STF)

- O mandado de segurança não pode ser utilizado como meio para se buscar a produção de efeitos patri-
moniais pretéritos, uma vez que não se presta a substituir ação de cobrança, nos termos das Súmulas n. 269
e 271 do Supremo Tribunal Federal.
- Não configura ação de cobrança a impetração de mandado de segurança visando a desconstituir ato ad-
ministrativo que nega conversão em pecúnia de férias não gozadas, afastando-se as restrições previstas nas
Súmulas n. 269 e 271 do Supremo Tribunal Federal.
- O mandado de segurança é meio processual adequado para controle do cumprimento das portarias de
concessão de anistia política, afastando-se as restrições das Súmulas n. 269 e 271 do Supremo Tribunal
Federal.

Súmula 268: Não cabe Mandado de Segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado.
Súmula 267: Não cabe Mandado de Segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição.
Súmula 266: Não cabe Mandado de Segurança contra lei em tese.
Súmula 248: É competente, originariamente, o Supremo Tribunal Federal, para Mandado de Segurança contra
ato do Tribunal de Contas da União.
Súmula 101: O Mandado de Segurança não substitui a ação popular.
Súmula 460: É incabível o Mandado de Segurança para convalidar a compensação tributária realizada pelo con-
tribuinte.

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Súmula 376: Compete a turma recursal processar e julgar o Mandado de Segurança contra ato de juizado es-
pecial.
Súmula 333: Cabe Mandado de Segurança contra ato praticado em licitação promovida por sociedade de
economia mista ou empresa pública.
Súmula 177: O Superior Tribunal de Justiça é incompetente para processar e Julgar, originariamente, Mandado de
Segurança contra ato de órgão colegiado presidido por ministro de estado.
Súmula 105: Na ação de Mandado de Segurança não se admite condenação em honorários advocatícios.
Súmula 41: O Superior Tribunal de Justiça não tem competência para processar e julgar, originariamente, Manda-
do de Segurança contra ato de outros tribunais ou dos respectivos órgãos.

#VAICAIR - TEORIA DA ENCAMPAÇÃO - Súmula 628-STJ: A teoria da encampação é aplicada no mandado


de segurança quando presentes, cumulativamente, os seguintes requisitos: a) existência de vínculo hierárquico
entre a autoridade que prestou informações e a que ordenou a prática do ato impugnado; b) manifestação a
respeito do mérito nas informações prestadas; e c) ausência de modificação de competência estabelecida na
Constituição Federal. STJ. 1ª Seção. Aprovada em 12/12/2018, DJe 17/12/2018.
Lembrete #AJUDAMARCINHO: A Administração Pública é cheia de meandros, setores, gerências, departa-
mentos e outros subdivisões, de forma que nem sempre é uma tarefa fácil identificar, com exatidão, quem foi o
responsável pela ordem. Diante disso, na prática, verificava-se que o indivíduo impetrava o mandado de seguran-
ça indicando, por exemplo, como autoridade coatora, o diretor de determinado departamento da Secretaria de
Estado. Nas informações do mandado de segurança, este diretor vinha dizendo que a indicação da autoridade foi
errada, considerando que o responsável pelo ato seria o subdiretor. Ao final, a autoridade pedia que o mandado
de segurança fosse extinto sem resolução do mérito por ilegitimidade passiva.
Situações como essa não se revelam razoáveis, tendo em vista que o mandado de segurança é um remédio
constitucional idealizado para a garantia de direitos, não podendo seu acesso ser inviabilizado por dificuldades
burocráticas de se identificar o verdadeiro autor do ato impugnado na Administração Pública.
Diante desse cenário, há muitos anos, a doutrina e a jurisprudência idealizaram a chamada “teoria da
encampação”, por meio da qual se busca relativizar esse “erro” na indicação da autoridade coatora, desde que
cumpridos determinados requisitos.

#STJEMTESES - Mandado de Segurança


(1) A impetração de segurança por terceiro, nos moldes da Súmula n. 202/STJ, fica afastada na hipótese em que
a impetrante teve ciência da decisão que lhe prejudicou e não utilizou o recurso cabível.
(2) O termo inicial do prazo decadencial para a impetração de mandado de segurança, na hipótese de exclusão
do candidato do concurso público, é o ato administrativo de efeitos concretos e não a publicação do edital,
ainda que a causa de pedir envolva questionamento de critério do edital.
(3) O prazo decadencial para impetração mandado de segurança contra ato omissivo da Administração reno-

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va-se mês a mês, por envolver obrigação de trato sucessivo.


(4) Admite-se a impetração de mandado de segurança perante os Tribunais de Justiça para o exercício do con-
trole de competência dos Juizados Especiais.
(5) O impetrante pode desistir da ação mandamental a qualquer tempo antes do trânsito em julgado, indepen-
dentemente da anuência da autoridade apontada como coatora.
(6) Ante o caráter mandamental e a natureza personalíssima da ação, não é possível a sucessão de partes no
mandado de segurança, ficando ressalvada aos herdeiros a possibilidade de acesso às vias ordinárias.
(7) O prazo decadencial para a impetração de mandado de segurança tem início com a ciência inequívoca do
ato lesivo pelo interessado.
(8) A verificação da existência de direito líquido e certo, em sede de mandado de segurança, não tem sido ad-
mitida em recurso especial, pois é exigido o reexame de matéria fático-probatória, o que é vedado em razão da
Súmula n. 7/STJ.
(9) A ação mandamental não constitui via adequada para o reexame das provas produzidas em Processo Ad-
ministrativo Disciplinar - PAD.
(10) Não cabe mandado de segurança para conferir efeito suspensivo ativo a recurso em sentido estrito interpos-
to contra decisão que concede liberdade provisória ao acusado.
(11) A impetração de mandado de segurança contra ato judicial é medida excepcional, admissível somente nas
hipóteses em que se verifica de plano decisão teratológica, ilegal ou abusiva, contra a qual não caiba recurso.
(12) O cabimento de mandado de segurança contra decisão de órgão fracionário ou de relator do Superior Tri-
bunal de Justiça é medida excepcional autorizada apenas em situações de manifesta ilegalidade ou teratologia.
(13) É incabível mandado de segurança que tem como pedido autônomo a declaração de inconstitucionalidade
de norma, por se caracterizar mandado de segurança contra lei em tese. (Repetitivo)
(14) É necessária a efetiva comprovação do recolhimento feito a maior ou indevidamente para fins de declaração
do direito à compensação tributária em sede de mandado de segurança. (Repetitivo)
(15) O mandado de segurança não pode ser utilizado com o intuito de obter provimento genérico aplicável a
todos os casos futuros de mesma espécie.
(16) Os atos do presidente do tribunal que disponham sobre processamento e pagamento de precatório não têm
caráter jurisdicional (Súmula n. 311/STJ) e, por isso, podem ser combatidos pela via mandamental.
(17) É incabível mandado de segurança para conferir efeito suspensivo a agravo em execução interposto pelo
Ministério Público.
(18) O termo inicial do prazo de decadência para impetração de mandado de segurança contra aplicação de
penalidade disciplinar é a data da publicação do respectivo ato no Diário Oficial.
(19) O termo inicial do prazo decadencial para a impetração de ação mandamental contra ato que fixa ou altera
sistema remuneratório ou suprime vantagem pecuniária de servidor público e não se renova mensalmente ini-
cia-se com a ciência do ato impugnado.

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(20) O prazo decadencial para impetração de mandado de segurança não se suspende nem se interrompe com
a interposição de pedido de reconsideração na via administrativa ou de recurso administrativo desprovido de
efeito suspensivo.
(21) Admite-se a emenda à petição inicial de mandado de segurança para a correção de equívoco na indicação
da autoridade coatora, desde que a retificação do polo passivo não implique alterar a competência judiciária e
que a autoridade erroneamente indicada pertença à mesma pessoa jurídica da autoridade de fato coatora.
(22) O Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão possui legitimidade para figurar no polo pas-
sivo de ação mandamental impetrada com o intuito de ensejar a nomeação em cargos relativos ao quadro de
pessoal do Banco Central do Brasil BACEN.
(23) As autarquias possuem autonomia administrativa, financeira e personalidade jurídica própria, distinta da
entidade política à qual estão vinculadas, razão pela qual seus dirigentes têm legitimidade passiva para figurar
como autoridades coatoras em ação mandamental.
(24) A impetração de mandado de segurança interrompe o prazo prescricional em relação à ação de repetição
do indébito tributário, de modo que somente a partir do trânsito em julgado do mandamus se inicia a contagem
do prazo em relação à ação ordinária para a cobrança dos créditos indevidamente recolhidos.
(25) A impetração de mandado de segurança interrompe a fluência do prazo prescricional no tocante à ação
ordinária, o qual somente tornará a correr após o trânsito em julgado da decisão.
#TOMAJURIS
O STF deferiu mandado de segurança impetrado por pesquisador que queria ter acesso aos áudios das sessões
de julgamento do STM ocorridas na década de 1970, época do regime militar. A recusa do STM está em des-
compasso com a ordem constitucional vigente, que garante o acesso à informação como direito fundamental.
(Info 857).
É possível que o STF, ao julgar MS impetrado por parlamentar, exerça controle de constitucionalidade de projeto
que tramita no Congresso Nacional e o declare inconstitucional, determinando seu arquivamento? Em regra, não.
Existem, contudo, duas exceções nas quais o STF pode determinar o arquivamento da propositura: a) proposta
de emenda constitucional que viole cláusula pétrea; b) proposta de emenda constitucional ou projeto de lei cuja
tramitação esteja ocorrendo com violação às regras constitucionais sobre o processo legislativo. (Info 711).
É possível a intervenção de amicus curiae em um processo de mandado de segurança? NÃO. (Info 755)
Não cabe mandado de segurança contra ato de deliberação negativa do Conselho Nacional de Justiça, por não
se tratar de ato que importe a substituição ou a revisão do ato praticado por outro órgão do Judiciário. (Info 840)
Não é cabível ação de exibição de documentos que tenha por objeto a obtenção de informações detidas pela
Administração Pública que não foram materializadas em documentos (eletrônicos ou não), ainda que se alegue
demora na prestação dessas informações pela via administrativa. (Info 575).
Em outubro/2004, a parte impetrou mandado de segurança no STF. O writ foi proposto depois que já havia se
passado mais de 120 dias da publicação do ato impugnado. Dessa forma, o Ministro Relator deveria ter extingui-
do o mandado de segurança sem resolução do mérito pela decadência. Ocorre que o Ministro não se atentou

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para esse fato e concedeu a liminar pleiteada. Em março/2017, a 1ª Turma do STF apreciou o mandado de segu-
rança. O que fez o Colegiado? Extinguiu o MS sem resolução do mérito em virtude da decadência? NÃO. A 1ª
Turma do STF reconheceu que o MS foi impetrado fora do prazo, no entanto, como foi concedida liminar e esta
perdurou por mais de 12 anos, os Ministros entenderam que deveria ser apreciado o mérito da ação, em nome
da segurança jurídica. (Info 859).

#OLHAOGANCHO - Direito à informação (temas decididos em MS)

Jornal tem direito à: (a) ter acesso à relação de pessoas que receberam passaportes diplomáticos; (b) obtenção de
informações sobre gastos com cartão corporativo do governo; (c) obtenção de informações sobre o uso de verba
indenizatória por Senadores (STJ, MS 16.179/DF, j. 09/04/2014; STJ, MS 20.895/DF, j. 12/11/2014; STF, MS 28178/DF, j.
04/05/2015).

Mandado de Injunção

- Serve para tutelar a falta, total ou parcial, de norma regulamentadora, tornando inviável o exercício de direitos e
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, soberania e cidadania.

- Regramento muito similar à Lei de Mandado de Segurança;

- Lei falou expressamente em MP e Defensoria Pública como legitimados.

- Procedimento: segue a mesma lógica do mandado de segurança.

- Embora o STF estivesse adotando a TEORIA CONCRETISTA DIRETA E GERAL, a lei do mandado de injunção
adotou a TEORIA CONCRETISTA INTERMEDIÁRIA INDIVIDUAL, exceto quando se comprova que o impetrado
deixou de atender, em MI anterior, ao prazo estabelecido (nesse caso, adota-se a decisão concretista direta). Além
disso, poderá ser conferida eficácia ULTRA PARTES ou ERGA OMNES quando isso for inerente ou indispensável ao
exercício do direito, liberdade ou prerrogativa objeto do mandado de injunção.

- Na hipótese de superveniência da norma regulamentadora, o MI será prejudicado. Se a superveniência for pos-


terior ao trânsito em julgado, aplica-se a nova lei, sem modificar os efeitos já produzidos pela decisão do MI, salvo
se a norma superveniente for mais favorável.

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DIREITOS SOCIAIS

O conteúdo dos direitos sociais é essencialmente prestacional, ou seja, para a concretização desses direitos
exige-se um “agir” do Estado.

#JURIS
Salário mínimo não pode ser utilizado como indexador econômico (STF, Info 774)
É proibido tratamento diferenciado entre licença-maternidade e a licença-adotante (STF, Info 817, Repercussão
Geral)
Se o empregador não sabe da gravidez da empregada e a demite sem justa causa, ainda assim ela terá direito
à estabilidade (STF Info 919, Repercussão Geral).
É proibido o trabalho da gestante ou da lactante em atividades insalubres. STF. Plenário. ADI 5938/DF, Rel. Min.
Alexandre de Moraes, julgado em 29/5/2019 (Info 942).

STF - Súmula Vinculante 40: A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da CF, só é exigível dos filiados
ao sindicato respectivo.

Direito à saúde (medicamentos não registrados na ANVISA - posição do STF no RE 657718):


1) O Estado não pode ser obrigado a fornecer medicamentos experimentais.
2) A ausência de registro na Anvisa impede, como regra geral, o fornecimento de medicamento por decisão
judicial.
3) É possível, excepcionalmente, a concessão judicial de medicamento sem registro sanitário, em caso de mora
irrazoável da Anvisa em apreciar o pedido (prazo superior ao previsto na Lei 13.411/2016), quando preenchidos
três requisitos: I – a existência de pedido de registro do medicamento no Brasil, salvo no caso de medica-
mentos órfãos para doenças raras e ultrarraras; II – a existência de registro do medicamento em renomadas
agências de regulação no exterior; III – a inexistência de substituto terapêutico com registro no Brasil.
4) As ações que demandem o fornecimento de medicamentos sem registro na Anvisa deverão ser necessaria-
mente propostas em face da União.
Posição do STJ quanto aos medicamentos registrados na ANVISA
A concessão dos medicamentos não incorporados em atos normativos do SUS exige a presença cumula-
tiva dos seguintes requisitos: i) Comprovação, por meio de laudo médico fundamentado e circunstanciado ex-
pedido por médico que assiste o paciente, da imprescindibilidade ou necessidade do medicamento, assim como
da ineficácia, para o tratamento da moléstia, dos fármacos fornecidos pelo SUS; ii) incapacidade financeira de
arcar com o custo do medicamento prescrito; iii) existência de registro do medicamento na ANVISA, observados
os usos autorizados pela agência. STJ. 1ª Seção. EDcl no REsp 1.657.156-RJ, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado
em 12/09/2018 (recurso repetitivo) (Info 633).

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CONCEITOS5

CONCEITOS IMPORTANTES
Reserva do Possível Mínimo Existencial Vedação do Retrocesso
Trata-se de uma limitação jurídico-
Segundo Luiz Roberto Barroso, é Visa impedir a edição de qualquer
tática que poderia ser apresentada
o “conjunto de condições materiais medida tendente a revogar
pelos Poderes Públicos tanto em
essenciais e elementares cuja ou reduzir os direitos sociais já
razão das restrições orçamentárias
presença é pressuposto da dignidade regulamentados e efetivados,
que lhes impediria de implementar
de qualquer pessoa. Se alguém sem que haja a criação de algum
os direitos e ofertar todas as
viver abaixo daquele patamar, o outro mecanismo alternativo
prestações materiais demandas,
mandamento constitucional estará apto a compensar a anulação dos
quanto em virtude da desarrazoada
sendo desrespeitado” benefícios já conquistados.
prestação exigida pelo indivíduo.
Como foi cobrado pela FCC?
Como foi cobrado pela FCC?
Como foi cobrado pela FCC? “A vedação do retrocesso já foi
“A teoria da reserva do possível gira
“Muito embora a doutrina sus- aplicado em caso de direitos políti-
em torno da legitimidade constitu-
tente a tese do “direito ao mínimo cos, proibindo-se o retorno ao voto
cional do controle e da intervenção
existencial”, a jurisprudência do Su- impresso”.
do Poder Judiciário em tema de
premo Tribunal Federal rejeita o seu
implementação de políticas públi-
acolhimento, amparada, sobretudo, “Para doutrina majoritária, a ve-
cas, quando caracterizada hipótese
no princípio da separação dos po- dação ao retrocesso é garantido
de omissão governamental”.
deres”. como cláusula pétrea (Art. 60, Pa-
Afirmativa verdadeira - Assessor
Afirmativa FALSA - DPE/BA, 2016. rágrafo 4°, inciso IV)”.
TCE/PI, 2014.
Afirmativas verdadeiras - DPE/SC,
2017

AÇÃO CIVIL PÚBLICA E AÇÃO POPULAR

Objeto e legitimidade

LACP. Art. 1º  Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de responsabilidade
por danos morais e patrimoniais causados: l - ao meio-ambiente; ll - ao consumidor; III – a bens e direitos de valor
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo; V - por infração
da ordem econômica; VI - à ordem urbanística; VII – à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos.
VIII – ao patrimônio público e social.  

LACP, Art. 5o  Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar:

I - o Ministério Público;

5  Extraído do livro da Prof. Nathalia Masson

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II - a Defensoria Pública; 

III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;

IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista;

V - a associação que, concomitantemente: a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil;
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao
consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao
patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. #ATENÇÃO: no REsp 1.443.263, o STJ dispensou o
requisito temporal. Segundo o acórdão, apesar de o parágrafo 4º daquele artigo prever que o requisito da
pré-constituição pode ser dispensado quando houver manifesto interesse social evidenciado pela dimen-
são ou característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido, isso não foi verificado
no caso.

LAP, art. 1º Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou a declaração de nulidade de atos
lesivos ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Municípios, de entidades autárquicas, de
sociedades de economia mista (Constituição, art. 141, § 3º), de sociedades mútuas de seguro nas quais a União re-
presente os segurados ausentes, de empresas públicas, de serviços sociais autônomos, de instituições ou fundações
para cuja criação ou custeio o tesouro público haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do
patrimônio ou da receita ânua, de empresas incorporadas ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados
e dos Municípios, e de quaisquer pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas pelos cofres públicos.

Reexame necessário (ACP = AP)

O art. 19 da Lei da Ação Popular prevê que “a sentença que concluir pela carência ou pela improcedência
da ação está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal;
da que julgar a ação procedente caberá apelação, com efeito suspensivo”.  De acordo com o STJ, esse dispositivos
se aplica às ACP’s que versem sobre direito transindividual (STJ, REsp 1220667/MG), mas não se aplica às ACP’s que
versem sobre direitos individuais homogêneos (STJ, REsp 1.374.232-ES).

#CUIDADO: para o STJ, a eficácia das decisões proferidas em ações civis públicas coletivas NÃO deve ficar limi-
tada ao território da competência do órgão jurisdicional que prolatou a decisão (Corte Especial. EREsp 1134957/
SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 24/10/2016). Ocorre que em dezembro de 2018, na decisão monocrática
proferida no RE 1.101.937, o Min. Alexandre de Moraes reformou decisão do STF para estabelecer a decisão pro-
ferida em ACP se limita ao território da Corte de 2º grau.

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NACIONALIDADE

CF/88. Art. 12. São brasileiros:

I - natos:

a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a ser-
viço de seu país; (aplicação do critério territorial - jus soli)

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da Repú-
blica Federativa do Brasil; (aplicação do critério sanguíneo + critério funcional)

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição bra-
sileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de
atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (aplicação do critério sanguíneo + registro)

II - naturalizados:

a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portu-
guesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos
ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. 

§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão
atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.

§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta
Constituição.

§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:

I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

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V - da carreira diplomática;

VI - de oficial das Forças Armadas.

VII - de Ministro de Estado da Defesa. 

§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:

I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;

II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: 

a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;  

b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como con-
dição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; 

#JÁCAIU FCC Juiz TJGO, 2009. Relativamente à nacionalidade brasileira é correto afirmar que será declarada a
perda da nacionalidade do brasileiro, nato ou naturalizado, que adquirir outra nacionalidade, salvo no casos de
reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira ou de imposição de naturalização, pela norma
estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território
ou para o exercício de direitos civis.

-CONDIÇÃO JURÍDICA DOS ESTRANGEIROS NO BRASIL

REFUGIADO: pessoa que sofre ou teme sofrer, em seu Estado de origem, perseguição por motivos de raça, religião,
nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas e que, por esses motivos, deixa esse Estado e procura proteção
em outro, não podendo ou não devendo voltar ao Estado de onde veio, onde sua integridade se encontra em risco.

#IMPORTANTE: Princípio do non-refoulement (proibição de expulsão ou de rechaço): não se admite que


o refugiado seja enviado de volta ao Estado de onde proveio e em que corre risco de perseguição ou de vida.

#SELIGUENAJURIS O STF (RE 587.970, com repercussão geral) fixou a tese de que os estrangeiros residentes
no País são beneficiários da assistência social prevista no art. 203, inciso V, da Constituição Federal, uma vez
atendidos os requisitos constitucionais e legais.
Ministro da Justiça não tem competência para rever ato de naturalização. (STF. Info 694).
Se um brasileiro nato que mora nos EUA e possui o greencard decidir adquirir a nacionalidade norte-americana,
ele irá perder a nacionalidade brasileira e poderá ser extraditado pelo Brasil. (STF. Info 822 e 859)

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-Lei de Migração nº 13.445/2017

Com a nova Lei de Migrações, o estrangeiro passa a ter garantido expressamente o direito de reunião para fins
pacíficos (art. 4º, VI) e direito de associação, inclusive sindical, para fins lícitos (art. 4º, VII)
Art. 30. A residência poderá ser autorizada, mediante registro, ao imigrante, ao residente fronteiriço ou ao visitante
que se enquadre em uma das seguintes hipóteses: (...) § 3 o Nos procedimentos conducentes ao cancelamento
de autorização de residência e no recurso contra a negativa de concessão de autorização de residência devem ser
respeitados o contraditório e a ampla defesa.
Art. 33. Regulamento disporá sobre a perda e o cancelamento da autorização de residência em razão de fraude
ou de ocultação de condição impeditiva de concessão de visto, de ingresso ou de permanência no País, observado
procedimento administrativo que garanta o contraditório e a ampla defesa.
Art. 48. Nos casos de deportação ou expulsão, o chefe da unidade da Polícia Federal poderá representar perante
o juízo federal, respeitados, nos procedimentos judiciais, os direitos à ampla defesa e ao devido processo legal.
Art. 51. Os procedimentos conducentes à deportação devem respeitar o contraditório e a ampla defesa e a garan-
tia de recurso com efeito suspensivo.
Art. 58. No processo de expulsão serão garantidos o contraditório e a ampla defesa

DIREITOS POLÍTICOS e PARTIDOS POLÍTICOS

Conferir a disciplina de D. Eleitoral.

7 - Organização do Estado Brasileiro: Organização político-administrativa; União; Estados federados;


Municípios; Distrito Federal e Territórios. Repartição de competências. Bens públicos.
8 - Intervenção nos Estados e nos Municípios. Administração pública: Disposições gerais; Servidores
públicos.

REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIA

• HORIZONTAL - É a técnica na qual há uma distribuição estanque (fechada) de competência entre os entes,
ou seja, cada ente terá suas competências definidas de forma enumerada e específica, não as dividindo com
nenhum outro ente. Esta técnica advém do federalismo dual ou clássico.

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• VERTICAL– Técnica na qual dois ou mais entes vão atuar conjuntamente ou concorrentemente para uma
mesma matéria. A repartição vertical surge na Constituição Alemã de Weimar de 1919. No Brasil, aparece pela
primeira vez na Constituição de 1934. Atualmente, ela existe na Constituição de 1988. Essa técnica advém do
modelo de federalismo cooperativo ou de integração. A repartição vertical, é bom que se diga, pode ser
desenvolvida de duas formas ou espécies. São elas, a repartição vertical cumulativa e repartição vertical não
cumulativa.

COMPETÊNCIAS NA CF
Competência da União (art. 21). São competências administrativas. Atribuída a uma entidade
EXCLUSIVAS
federada com exclusão de todas as demais, SEM possibilidade de delegação.
Competência da União (art. 22). Pode ser delegada aos Estados para legislarem sobre
PRIVATIVAS
determinada matéria, por meio de Lei Complementar.
É uma competência administrativa (material e NÃO legislativa) e todos os entes federativos
COMUM exercem-na em condições de igualdade, sem nenhuma relação de subordinação; a atuação
de um não exclui a dos outros.
Atribuída a mais de um ente federado com atuação em níveis distintos.

Os municípios estão excluídos, cabe somente a União, Estados e Distrito Federal, que
poderão legislar concorrentemente sobre os assuntos constantes no artigo 24, mas NÃO há
superposição.
CONCORRENTES §§ 1º a 4º à À União competem às normas gerais; os Estados têm competência suplementar;
se a União não emitir as normas gerais, os Estados poderão exercer a competência
plena sobre o assunto; se após o exercício da competência plena dos Estados, surgir,
supervenientemente, regulamentação sobre normas gerais da União, a norma dos Estados
terá a eficácia suspensa (não revoga nem torna inválida no que contradiz a União, pois não
há hierarquia entre elas. Não há repristinação).
Conferida a determinado ente para complementar as normas gerais dispostas por outro ou
para suprir a ausência dessas normas gerais. Art. 24, § 2º, trata da competência LEGISLATIVA
SUPLEMENTARES
SUPLEMENTAR DOS ESTADOS e o art. 30, II fala da competência LEGISLATIVA SUPLEMENTAR
DOS MUNICÍPIOS.

#SELIGANASSÚMULAS
Súmula Vinculante 2: É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas
de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.
Súmula Vinculante 38: É competente o Município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento
comercial.
Súmula Vinculante 39: Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias
civil e militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal.
Súmula Vinculante 46: A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas
de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União.
Súmula 19: A fixação do horário bancário, para atendimento ao público, é da competência da União.

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#DEOLHONAJURIS
- É constitucional lei municipal que estabelece que os supermercados e hipermercados do Município fi-
cam obrigados a colocar à disposição dos consumidores pessoal suficiente no setor de caixas, de forma
que a espera na fila para o atendimento seja de, no máximo, 15 minutos. Isso porque compete aos Mu-
nicípios legislar sobre assuntos de interesse local, notadamente sobre a definição do tempo máximo de espera
de clientes em filas de estabelecimentos empresariais.
Vale ressaltar que essa lei municipal não obriga a contratação de pessoal, e sim sua colocação suficiente no
setor de caixas para o atendimento aos consumidores. STF. 1a Turma. ARE 809489 AgR/SP, Rel. Min. Rosa Weber,
julgado em 28/5/2019 (Info 942).
- É constitucional lei municipal que proíbe a conferência de mercadorias realizada na saída de estabe-
lecimentos comerciais localizados na cidade. A Lei prevê que, após o cliente efetuar o pagamento nas caixas
registradoras da empresa instaladas, não é possível nova conferência na saída. Os Municípios detêm competên-
cia para legislar sobre assuntos de interesse local (art. 30, I, da CF/88), ainda que, de modo reflexo, tratem de
direito comercial ou do consumidor. STF. 2ª Turma. RE 1.052.719 AgR/PB, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado
em 25/9/2018 (Info 917).
- É constitucional lei estadual que obriga as empresas de telefonia fixa e móvel a cancelarem a multa
contratual de fidelidade quando o usuário comprovar que perdeu o vínculo empregatício após a adesão
do contrato. STF. Plenário. ADI 4908/RJ, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 11/4/2019 (Info 937).
- É constitucional lei estadual que obriga as empresas prestadoras de serviços no Estado (exs: empresas
de telefonia, de TV por assinatura, de energia elétrica etc.) a informarem previamente a seus clientes os da-
dos do empregado que realizará o serviço na residência do consumidor. STF. Plenário. ADI 5745/RJ, red. p/
o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 07/02/2019 (Info 929).
- É constitucional lei estadual que proíbe que as empresas concessionárias façam o corte do forneci-
mento de água e luz por falta de pagamento, em determinados dias. STF. Plenário. ADI 5961/PR, Rel. Min.
Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgado em 19/12/2018 (Info 928).
- Lei estadual pode fixar número máximo de alunos por sala de aula. A competência para legislar sobre
educação e ensino é concorrente (art. 24, IX, da CF/88). No âmbito da legislação concorrente, a União tem
competência apenas para estabelecer as normas gerais (§ 1º) e os Estados podem suplementar (complementar,
detalhar) a legislação federal (§ 2º). As normas gerais sobre educação foram editadas pela União na Lei 9.394/96
(LDB). Determinado Estado-membro editou uma lei prevendo o número máximo de alunos que poderiam estu-
dar nas salas de aula das escolas, públicas ou particulares, ali existentes. O STF entendeu que essa lei é consti-
tucional e que não usurpa a competência da União para legislar sobre normas gerais de educação. STF. Plenário.
ADI 4060/SC, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25/2/2015 (Info 775).
- É inconstitucional lei estadual que crie hipóteses de isenção de pagamento de direitos autorais fora do
rol trazido pela Lei federal no 9.610/98 STF. Plenário. ADI 5800/AM, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 8/5/2019
(Info 939).
- No exercício de sua competência para regulamentação e fiscalização do transporte privado individual de pas-

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sageiros, os municípios e o Distrito Federal não podem contrariar os parâmetros fixados pelo legislador
federal. Isso porque compete à União legislar sobre “trânsito e transporte”, nos termos do art. 22, XI, da CF/88.
STF. Plenário. ADPF 449/DF, Rel. Min. Luiz Fux; RE 1054110/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 8 e 9/5/2019
(repercussão geral) (Info 939).
- São inconstitucionais leis municipais que proíbam o serviço de transporte de passageiros mediante
aplicativo. A proibição ou restrição da atividade de transporte privado individual por motorista cadastrado em
aplicativo é inconstitucional, por violação aos princípios da livre iniciativa e da livre concorrência. STF. Plenário.
ADPF 449/DF, Rel. Min. Luiz Fux; RE 1054110/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 8 e 9/5/2019 (repercussão
geral) (Info 939).
- É inconstitucional lei estadual que obriga concessionárias a instalarem bloqueadores de celular em presídios.
STF. Plenário. ADI 4861/SC, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 3/8/2016 (Info 833). Isso porque, a lei estadual
que disponha sobre bloqueadores de sinal de celular em presídio invade a competência da União para
legislar sobre telecomunicações.
- É inconstitucional lei estadual que briga as empresas concessionárias de serviços de telecomunicações a man-
terem escritórios regionais e representantes legais para atendimento presencial de consumidores em cidades
com população superior a 100 mil habitantes, bem como a divulgarem os correspondentes endereços físicos no
site, no contrato de prestação de serviços e nas faturas enviadas aos usuários. STF. Plenário. ADI 4633/PR, Rel.
Min. Luiz Fux, julgado em 10/04/2018 .
- É inconstitucional lei estadual que exija que o pescador, para exercer sua atividade, cadastre-se em entidade
privada (Federação de Pescadores) que cobra taxa por essa fiscalização STF. Plenário. ADI 3829/RS, Rel. Min.
Alexandre de Moraes, julgado em 11/4/2019 (Info 937).
- É inconstitucional lei estadual ou emenda à Constituição do Estado, de iniciativa parlamentar, que trate so-
bre organização ou funcionamento do TCE. Os Tribunais de Contas possuem reserva de iniciativa (competência
privativa) para deflagrar o processo legislativo que tenha por objeto alterar a sua organização ou o seu funcio-
namento (art. 96, II c/c arts. 73 e 75 da CF/88). Trata-se de uma prerrogativa que decorre da independência e
autonomia asseguradas às Cortes de Contas. Assim, é inconstitucional lei estadual ou mesmo emenda à Consti-
tuição do Estado, de iniciativa parlamentar, que trate sobre organização ou funcionamento do TCE. A promul-
gação de emenda à Constituição Estadual não constitui meio apto para contornar (burlar) a cláusula de iniciativa
reservada. STF. Plenário. ADI 5323/RN, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 11/4/2019 (Info 937).
- É inconstitucional norma da Constituição Estadual que preveja regra sobre a organização ou funcionamento
do TCE de forma diferente do modelo federal STF. Plenário. ADI 5323/RN, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em
11/4/2019 (Info 937).
- É inconstitucional lei estadual, de iniciativa parlamentar, que imponha atribuições ao DETRAN STF. Plenário.
ADI 4704/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 21/3/2019 (Info 934).

- É inconstitucional lei estadual que discipline as obrigações contratuais relativas a seguros de veículos e regras
de registro, desmonte e comercialização de veículos sinistrados. Esta lei estadual viola a competência privativa

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da União para legislar sobre direito civil, seguros, trânsito e transporte (art. 22, I, VII e XI, da CF/88). STF. Plenário.
ADI 4704/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 21/3/2019 (Info 934).
- É inconstitucional lei estadual que discipline a arrecadação das receitas decorrentes da exploração de recursos
hídricos e minerais STF. Plenário. ADI 4606/BA, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 28/2/2019 (Info 932)
- É concorrente a competência para lei que obriga as empresas prestadoras de serviços de televisão a cabo,
por satélite ou digital, a fornecerem previamente ao consumidor informações sobre a identificação dos
profissionais que prestarão serviços na sua residência. Trata-se de matéria de segurança do consumidor e
não de telecomunicações, por isso a lei é constitucional
STF. Plenário, ADI 5745/RJ, (Info 929).
- Viola a competência privativa da União lei estadual que exija nova certidão negativa não prevista na
Lei 8.666/93. É inconstitucional lei estadual que exija Certidão negativa de Violação aos Direitos do Consumidor
dos interessados em participar de licitações e em celebrar contratos com órgãos e entidades estaduais. Esta lei
é inconstitucional porque compete privativamente à União legislar sobre normas gerais de licitação e contratos
(art. 22, XXVII, da CF/88). STF. Plenário. ADI 3.735/MS, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 8/9/2016 (Info 838)
- Viola a Constituição Federal lei municipal que proíbe o trânsito de veículos, sejam eles motorizados ou
não, transportando cargas vivas nas áreas urbanas e de expansão urbana do Município. Essa lei munici-
pal invade a competência da União. O Município, ao inviabilizar o transporte de gado vivo na área urbana e de
expansão urbana de seu território, transgrediu a competência da União, que já estabeleceu, à exaustão, diretrizes
para a política agropecuária, o que inclui o transporte de animais vivos e sua fiscalização. Além disso, sob a jus-
tificativa de criar mecanismo legislativo de proteção aos animais, o legislador municipal impôs restrição despro-
porcional. Esta desproporcionalidade fica evidente quando se verifica que a legislação federal já prevê uma série
de instrumentos para garantir, de um lado, a qualidade dos produtos destinados ao consumo pela população e,
de outro, a existência digna e a ausência de sofrimento dos animais, tanto no transporte quanto no seu abate.
STF. Plenário. ADPF 514 e ADPF 516 MC-REF/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgados em 11/10/2018 (Info 919).

FEDERAÇÃO

• FEDERALISMO DUAL – a separação de atribuições entre os entes federativos é extremamente rígida, não se
falando em cooperação X FEDERALISMO COOPERATIVO – as atribuições são exercidas de modo comum
e concorrente. O modelo brasileiro pode ser classificado como federalismo cooperativo.

• CARACTERÍSTICAS DO ESTADO FEDERADO: descentralização política, repartição de competência, cons-


tituição rígida, inexistência do direito de secessão, soberania do Estado federal, intervenção em tempos de
crise, auto-organização dos Estados-membros, órgão representativo dos Estados-membros (Senado fede-
ral), guardião da Constituição federal (STF) e repartição de receitas.

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Federação Brasileira

• Forma de governo  República

• Forma de Estado  Federação

• Sistema de governo Presidencialista

• Característica  Estado democrático de Direito

• Entes componentes da federação  União, Estados, DF e Municípios.

Nosso federalismo surge através de uma origem denominada de CENTRÍFUGA (ou federalismo por segre-
gação). Inicialmente, o Brasil era um Estado unitário que se segregou criando unidades menores.

Sobre a INTERVENÇÃO federal e estadual é suficiente o conhecimento do texto da Constituição.

Independe da
ESPONTÂNEA provocação de
outros órgãos

Para garantir o livre


Solicitação do
exercício dos Poderes
INTERVENÇÃO respectivo poder
Legislativo e Executivo
FEDERAL coacto

Para garantir o livre


exercício do Poder Requisição do STF
Judiciário
PROVOCADA
Para prover a execução
de lei federal ou a Requisição do PGR
observância dos perante o STF
princípios sensíveis

Para promover a execução


de ordem ou decisão Requisição do STF,
STJ ou TSE
judicial

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INTERVENÇÃO:

ESTADOS > MUNICÍPIOS FORMA

UNIÃO > MUNICÍPIOS (dos Territórios)


Nestes casos o ESTADO, após a expedição do decreto do governador,
1. Deixar de ser paga, sem motivo de simplesmente intervém, sem pedir autorização para ninguém.
força maior, por 2 anos consecutivos,
a dívida fundada; O decreto do governador especificará a amplitude, o prazo e as con-
dições de execução da intervenção e, se for o caso, nomeará desde
logo o interventor. O controle é feito a posteriori (em 24h da expe-
2. Não forem prestadas contas dição do decreto do governador e é realizado pela Assembleia ou
devidas, na forma da lei; Câmara Legislativa que, se estiver de recesso, será convocado extra-
ordinariamente no mesmo prazo de 24 h).
3. Não tiver sido aplicado o mínimo Neste caso NÃO HÁ controle legislativo da intervenção. O decreto do
exigido da receita municipal na governador limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado,
manutenção e desenvolvimento do se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade.
ensino e nas ações e serviços públicos
de saúde.
4. Para assegurar a observância de O TJ deve dar provimento à representação (embora a CF não diga
princípios indicados na Constituição expressamente a quem caberia realizar a representação, entende-se
Estadual. que a atribuição cabe ao PGJ).

(PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS Neste caso NÃO HÁ controle legislativo da intervenção.


SENSÍVEIS)
O decreto do governador limitar-se-á a suspender a execução do ato
(AÇÃO INTERVENTIVA ESTADUAL). impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade.

Súmula 637 STF: Não cabe recurso extraordinário contra acórdão de Tribunal de Justiça que defere pedido de
intervenção estadual em Município.
#JURIS
- Deve ser deferido pedido de intervenção federal quando verificado o descumprimento pelo Estado, sem justif-
icativa plausível e por prazo desarrazoado, de ordem judicial que tenha requisitado força policial para promover
reintegração de posse em imóvel rural ocupado pelo MST, mesmo que, no caso, tenha se consolidado a invasão
por um grande número de famílias e exista, sem previsão de conclusão, procedimento administrativo de aqui-
sição da referida propriedade pelo INCRA para fins de reforma agrária. (Info 550 STJ)
- Para que seja decretada a intervenção federal em um Estado-membro que tenha deixado de pagar precatórios
é necessário que fique comprovado que esse descumprimento é voluntário e intencional. Se ficar demonstrado
que o ente não pagou por dificuldades financeiras não há intervenção. STF. Plenário.
- É necessária a edição de LC federal para que possam ser criados novos municípios. (Info 758).

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9 - Organização dos Poderes na Constituição Federal. Poder Executivo. Presidente e Vice-Presidente da


República: Atribuições e Responsabilidades. Poder Legislativo. Órgãos, funcionamento e competências.
Prerrogativas e impedimentos no exercício do mandato parlamentar. Processo legislativo. Fiscalização
contábil, financeira e orçamentária. Tribunal de Contas da União. Poder Judiciário. Supremo Tribunal
Federal. Competência. Recurso Extraordinário. Repercussão Geral. Súmula vinculante. Superior Tribunal
de Justiça. Competência. Recurso Especial.
10 - Organização dos Poderes na Constituição Federal. Poder Judiciário. Conselho Nacional de Justiça.
Dos Tribunais Regionais Federais e dos Juízes Federais. Dos Tribunais e Juízes Eleitorais. Dos Tribunais
e Juízes dos Estados. Direitos e Deveres da Magistratura. Garantias da magistratura. Lei Orgânica da
Magistratura Nacional (LOMAN) e Código de Ética da Magistratura Nacional (aprovado pelo CNJ). Funções
essenciais à Justiça. Do Ministério Público. Do Conselho Nacional do Ministério Público. Da Advocacia
Pública. Da Advocacia e da Defensoria Pública.

PODER LEGISLATIVO - ESTATUTO DOS PARLAMENTARES

Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e
votos. IMUNIDADE MATERIAL.

§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o STF.

§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional NÃO poderão ser presos, SALVO em fla-
grante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de 24 horas à Casa respectiva, para que,
pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. IMUNIDADE FORMAL.

§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o STF dará ciência
à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros,
poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. 

§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de 45 dias do seu recebimento
pela Mesa Diretora.

§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.

§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em
razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações.

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§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda que em tempo de guer-
ra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva.

§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas
mediante o voto de 2/3 dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Con-
gresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida.

CPI PODE CPI NÃO PODE


Notificar testemunhas, investigados e convidados Impor sanção

Determinar a condução coercitiva de testemunha Cassar mandato


Realizar perícia, exames e vistorias Não tem poder geral de cautela
Prender em flagrante Determinar interceptação telefônica
Afastar sigilo bancário, fiscal e de REGISTRO telefônico Determinar busca e apreensão domiciliar.

Art. 58, § 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das auto-
ridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos
Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus
membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, enca-
minhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

Lei 1.579/52 - Dispõe sobre as Comissões Parlamentares de Inquérito

Art. 1o  As Comissões Parlamentares de Inquérito, criadas na forma do § 3o do art. 58 da Constituição Federal, terão
poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal, com ampla ação nas pesquisas destinadas a apurar fato determinado e por prazo
certo.         (Redação dada pela Lei nº 13.367, de 2016)

Parágrafo único.  A CRIAÇÃO de Comissão Parlamentar de Inquérito dependerá de requerimento de 1/3 da totali-
dade dos membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, em conjunto ou separadamente.        (Redação
dada pela Lei nº 13.367, de 2016)

Art. 2o  No exercício de suas atribuições, poderão as Comissões Parlamentares de Inquérito determinar diligências
que reputarem necessárias e requerer a convocação de Ministros de Estado, tomar o depoimento de quaisquer au-
toridades federais, estaduais ou municipais, ouvir os indiciados, inquirir testemunhas sob compromisso, requisitar da
administração pública direta, indireta ou fundacional informações e documentos, e transportar-se aos lugares onde
se fizer mister a sua presença.         (Redação dada pela Lei nº 13.367, de 2016)

Art. 3º. Indiciados e testemunhas serão intimados de acordo com as prescrições estabelecidas na legislação penal.

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§ 1o Em caso de não comparecimento da testemunha sem motivo justificado, a sua intimação será solicita-
da ao juiz CRIMINAL da localidade em que resida ou se encontre, nos termos dos arts. 218 e 219 do Decreto-Lei
no3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal.         (Redação dada pela Lei nº 13.367, de 2016)

§ 2o O depoente poderá fazer-se acompanhar de advogado, ainda que em reunião secreta.           (Incluído pela Lei
nº 10.679, de 23.5.2003)

Art. 3o-A.  Caberá ao presidente da CPI, por deliberação desta, solicitar, em qualquer fase da investigação, ao juízo
CRIMINAL competente MEDIDA CAUTELAR necessária, quando se verificar a existência de indícios veementes da
proveniência ilícita de bens.         (Incluído pela Lei nº 13.367, de 2016)

Art. 4º. Constitui crime:

I - Impedir, ou tentar impedir, mediante violência, ameaça ou assuadas, o regular funcionamento de Comissão Par-
lamentar de Inquérito, ou o livre exercício das atribuições de qualquer dos seus membros.

Pena - A do art. 329 do Código Penal.

II - fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, tradutor ou intérprete, perante a
Comissão Parlamentar de Inquérito:

Pena - A do art. 342 do Código Penal.

Art. 5º. As Comissões Parlamentares de Inquérito apresentarão relatório de seus trabalhos à respectiva Câmara,
concluindo por projeto de resolução.

§ 1º. Se forem diversos os fatos objeto de inquérito, a comissão dirá, em separado, sobre cada um, podendo fazê-lo
antes mesmo de finda a investigação dos demais.

§ 2º - A incumbência da Comissão Parlamentar de Inquérito termina com a sessão legislativa em que tiver sido
outorgada, salvo deliberação da respectiva Câmara, prorrogando-a dentro da Legislatura em curso.

Art. 6º. O processo e a instrução dos inquéritos obedecerão ao que prescreve esta Lei, no que lhes for aplicável, às
normas do processo penal.

Art. 6o-A.  A Comissão Parlamentar de Inquérito encaminhará RELATÓRIO CIRCUNSTANCIADO, com suas conclu-
sões, para as devidas providências, entre outros órgãos, ao Ministério Público ou à Advocacia-Geral da União,
com cópia da documentação, para que promovam a responsabilidade civil ou criminal por infrações apuradas e
adotem outras medidas decorrentes de suas funções institucionais.         (Incluído pela Lei nº 13.367, de 2016)

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#SELIGANASSÚMULAS
Súmula 245-STF: A imunidade parlamentar não se estende ao corréu sem essa prerrogativa.
Súmula 397-STF: O poder de polícia da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, em caso de crime com-
etido nas suas dependências, compreende, consoante o regimento, a prisão em flagrante do acusado e a real-
ização do inquérito.
Súmula 653-STF: No Tribunal de Contas estadual, composto por sete conselheiros, quatro devem ser escolhidos
pela Assembleia Legislativa e três pelo Chefe do Poder Executivo estadual, cabendo a este indicar um dentre
auditores e outro dentre membros do Ministério Público, e um terceiro à sua livre escolha.
Súmula Vinculante 3-STF: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório
e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie
o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e
pensão.
Súmula 6-STF: A revogação ou anulação, pelo Poder Executivo, de aposentadoria, ou qualquer outro ato aprova-
do pelo Tribunal de Contas, não produz efeitos antes de aprovada por aquele tribunal, ressalvada a competência
revisora do judiciário.
#DEOLHONAJURIS:
O Poder Judiciário possui competência para impor aos parlamentares, por autoridade própria, as medidas cau-
telares previstas no art. 319 do CPP, seja em substituição de prisão em flagrante delito por crime inafiançável,
por constituírem medidas individuais e específicas menos gravosas; seja autonomamente, em circunstâncias
de excepcional gravidade. Obs.: no caso de Deputados Federais e Senadores, a competência para impor tais
medidas cautelares é do STF (art. 102, I, “b”, da CF/88). Importante, contudo, fazer uma ressalva: se a medida
cautelar imposta pelo STF impossibilitar, direta ou indiretamente, que o Deputado Federal ou Senador exerça o
seu mandato, então, neste caso, o Supremo deverá encaminhar a sua decisão, no prazo de 24 horas, à Câmara
dos Deputados ou ao Senado Federal para que a respectiva Casa delibere se a medida cautelar imposta pela
Corte deverá ou não ser mantida. Assim, o STF pode impor a Deputado Federal ou Senador qualquer das me-
didas cautelares previstas no art. 319 do CPP. No entanto, se a medida imposta impedir, direta ou indiretamente,
que esse Deputado ou Senador exerça seu mandato, então, neste caso, a Câmara ou o Senado poderá rejeitar
(“derrubar”) a medida cautelar que havia sido determinada pelo Judiciário. Aplica-se, por analogia, a regra do §2º
do art. 53 da CF/88 também para as medidas cautelares diversas da prisão. STF. Plenário. ADI 5526/DF, rel. orig.
Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 11/10/2017 (Info 881).
Deputados Estaduais gozam das mesmas imunidades formais previstas para os parlamentares federais
no art. 53 da CF/88. São constitucionais dispositivos da Constituição do Estado que estendem aos Deputa-
dos Estaduais as imunidades formais previstas no art. 53 da Constituição Federal para Deputados Federais e
Senadores. A leitura da Constituição da República revela, sob os ângulos literal e sistemático, que os Deputados
Estaduais também têm direito às imunidades formal e material e à inviolabilidade que foram conferidas pelo con-
stituinte aos congressistas (membros do Congresso Nacional). Isso porque tais imunidades foram expressamente
estendidas aos Deputados pelo § 1º do art. 27 da CF/88. STF. Plenário. ADI 5823 MC/RN, ADI 5824 MC/RJ e ADI

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5825 MC/MT, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgados em 8/5/2019 (Info 939).
Assembleia Legislativa pode rejeitar a prisão preventiva e as medidas cautelares impostas pelo Poder
Judiciário contra Deputados Estaduais. É constitucional resolução da Assembleia Legislativa que, com base na
imunidade parlamentar formal (art. 53, § 2o c/c art. 27, § 1o da CF/88), revoga a prisão preventiva e as medidas
cautelares penais que haviam sido impostas pelo Poder Judiciário contra Deputado Estadual, determinando o
pleno retorno do parlamentar ao seu mandato. O Poder Legislativo estadual tem a prerrogativa de sustar deci-
sões judiciais de natureza criminal, precárias e efêmeras, cujo teor resulte em afastamento ou limitação da função
parlamentar. STF. Plenário. ADI 5823 MC/RN, ADI 5824 MC/RJ e ADI 5825 MC/MT, rel. orig. Min. Edson Fachin,
red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgados em 8/5/2019 (Info 939).
- A 2ª Turma do STF concedeu a ordem de habeas corpus para transformar a compulsoriedade de compare-
cimento em facultatividade e deixar a cargo do paciente a decisão de comparecer ou não à Câmara dos
Deputados, perante a CPI, para ser ouvido na condição de investigado. STF. 2a Turma. HC 171438/DF, Rel.
Min. Gilmar Mendes, julgado 28/5/2019 (Info 942). OBS: a votação neste caso ficou 2x2 e o HC foi concedido por
ser mais benefício ao réu. Em suma, considerou-se não ser obrigatório o comparecimento em CPI.

PERDA DO MANDATO (tabela Dizer o Direito)6

Se o STF condenar criminalmente um Deputado Federal ou Senador, haverá a perda automática do mandato
ou isso ainda dependerá de uma deliberação (decisão) da Câmara ou do Senado, respectivamente? A
condenação criminal transitada em julgado é suficiente, por si só, para acarretar a perda automática do
mandato eletivo de Deputado Federal ou de Senador?
2ª Turma do STF: NÃO. A perda não é automática.
1ª Turma do STF: DEPENDE
A Casa é que irá deliberar
• Se o Deputado ou Senador for condenado a mais
de 120 dias em regime fechado: a perda do cargo
será uma consequência lógica da condenação. Neste O STF apenas comunica, por meio de ofício, a Mesa
caso, caberá à Mesa da Câmara ou do Senado apenas da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal
declarar que houve a perda (sem poder discordar da informando sobre a condenação do parlamentar.
decisão do STF), nos termos do art. 55, III e § 3º da
CF/88. A Mesa da Câmara ou do Senado irá então deliberar
(decidir) como entender de direito (como quiser) se
• Se o Deputado ou Senador for condenado a uma o parlamentar irá perder ou não o mandato eletivo,
pena em regime aberto ou semiaberto: a condenação conforme prevê o art. 55, VI, § 2º, da CF/88.
criminal não gera a perda automática do cargo. O
Plenário da Câmara ou do Senado irá deliberar, nos Assim, mesmo com a condenação criminal, quem
termos do art. 55, § 2º, se o condenado deverá ou não decide se haverá a perda do mandato é a Câmara dos
perder o mandato. Deputados ou o Senado Federal.

STF. 1ª Turma. AP 694/MT, Rel. Min. Rosa Weber, julgado STF. 2ª Turma. AP 996, Rel. Min. Edson Fachin, julgado
em 2/5/2017 (Info 863). em 29/05/2018 (obs: o Relator Edson Fachin ficou
vencido neste ponto).
STF. 1ª Turma. AP 863/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado
em 23/5/2017 (Info 866).

6  Neste ano de 2019 o STF sinalizou mudança no entendimento novamente. A questão NÃO está pacificada.

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#ATENÇÃO: em maio de 2019 o STF fixou entendimento de que são aplicadas aos parlamentares estaduais as
imunidades formais previstas no artigo 53 da Constituição Federal para congressistas. Esse dispositivo prevê
que deputados federais e senadores só serão presos em flagrante e em crime inafiançável. Além disso, prevê a
possibilidade de a casa legislativa sustar o andamento de ação penal aberta contra parlamentar. Com a decisão,
as Assembleias Legislativas podem revogar eventuais prisões de deputados estaduais. Nesse caso, se a
Justiça decretar a prisão de um parlamentar estadual, as casas legislativas locais poderão decidir se a
medida será ou não ser cumprida, em até 24 horas. A maioria do STF (6 votos a 5) entendeu que as regras da
Constituição relativas à imunidade dos deputados federais são aplicáveis aos deputados estaduais.Os ministros
negaram a concessão de liminares nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) 5823, 5824 e 5825 que fo-
ram propostas pela Associação dos Magistrados Brasileiros em face de dispositivos das constituições dos estados
do Rio de Janeiro (ADI 5.824), do Rio Grande do Norte (ADI 5.823) e de Mato Grosso (ADI 5.825) que estendem
aos deputados estaduais imunidades formais previstas no artigo 53 da Constituição Federal para deputados
federais e senadores (Fonte: JOTA).

PROCESSO LEGISLATIVO

Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:

I - emendas à Constituição;

II - leis complementares;

III - leis ordinárias;

IV - leis delegadas;

V - medidas provisórias;

VI - decretos legislativos;

VII - resoluções.

Conceitos

I) Bicameralismo federativo: no processo legislativo desenvolvido no âmbito federal, o projeto é apreciado


por duas Casas Legislativas (Câmara dos Deputados + Senado Federal). REGRA: a CD é a casa iniciadora e
o SF a casa revisora.

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II) Veto: aprovado o projeto, ele será enviado para deliberação executiva. O Presidente terá 15 dias ÚTEIS para
analisar a proposta, podendo: 1. Sancionar o projeto expressamente; 2. Sancionar o projeto tacitamente (nes-
se caso não há manifestação expressa após o decurso do prazo); 3. Vetar por motivo de inconstitucionalidade
ou por interesse público (veto jurídico e veto político, respectivamente).
OBS: veto não significa arquivamento. O Poder legislativo poderá derrubá-lo pelo foto da MAIORIA ABSOLUTA
dos membros da CD e SF, em escrutínio secreto.

#ATENÇÃO: o processo é o mesmo para as leis ordinárias e complementares. O que muda é: As leis comple-
mentares são aprovadas mediante voto favorável da MAIORIA ABSOLUTA de cada Casa. Na lei ordinária exige-se
MAIORIA SIMPLES. No aspecto material elas se diferenciam especialmente em razão da taxatividade. Isso por-
que, necessariamente devem ser tratadas por lei complementar algumas matérias previstas na CF/88 (exemplos:
art. 59, p. único; art. 14, § 9º; Art. 18, §§ 2º e 4º; art. 23, p. Único; Art. 25, § 3º; Art. 37, XIX; art. 43; art. 45; art. 146).

#JÁCAIU FCC Promotor MPE/PB, 2018. A promulgação é da competência privativa do Presidente da Repúbli-
ca nos casos de lei ordinária e de lei complementar, mas pode passar ao Presidente ou ao Vice-Presidente do
Senado.
É possível que a Constituição do Estado preveja iniciativa popular para a propositura de emenda à Con-
stituição Estadual. Embora a Constituição Federal não autorize proposta de iniciativa popular para emendas
ao próprio texto, mas apenas para normas infraconstitucionais, não há impedimento para que as Constituições
Estaduais prevejam a possibilidade, ampliando a competência constante da Carta Federal. STF. Plenário. ADI 825/
AP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 25/10/2018 (Info 921).
É possível emenda constitucional de iniciativa parlamentar tratando sobre os assuntos que, em caso de proposi-
tura de projeto de lei, seriam de iniciativa reservada ao chefe do Poder Executivo (art. 61, § 1º, da CF/88)?
• Emenda à Constituição Federal proposta por parlamentares federais: SIM.
• Emenda à Constituição Estadual proposta por parlamentares estaduais: NÃO. O STF entende que, se houver
uma emenda constitucional tratando sobre algum dos assuntos listados no art. 61, § 1º da CF/88, essa emenda
deverá ter sido proposta pelo chefe do Poder Executivo (no caso, o Governador do Estado). Assim, é incabível
que os parlamentares proponham uma emenda constitucional dispondo sobre o regime jurídico dos servidores
públicos, por exemplo (art. 61, § 1º, II, “c”). Se isso fosse permitido, seria uma forma de burlar a regra do art. 61, §
1º da CF/88. Em suma, “matéria restrita à iniciativa do Poder Executivo não pode ser regulada por emenda con-
stitucional de origem parlamentar”. STF. Plenário. ADI 2.966, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgado em 06/04/2005.

MEDIDAS PROVISÓRIAS

Art. 62, § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: 

I - relativa a:  

a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; 

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b) direito penal, processual penal e processual civil; 

c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;           

d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o pre-
visto no art. 167, § 3º; 

II - que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro;

III - reservada a lei complementar;  

IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente
da República. 

OBS: a eficácia da MP é de 60 dias, prorrogáveis uma ÚNICA vez, por igual período. Na conversão da MP em lei,
os parlamentares podem propor emendas, desde que haja pertinência temática (se não houver, consagra-se o
chamado “contrabando legislativo”).

#ATENÇÃO: Requisitos para a MP: relevância + urgência - A definição do que seja relevante e urgente para
fins de edição de uma MP consiste, em regra, em um JUÍZO POLÍTICO, de competência do Presidente da Repú-
blica, controlado pelo Congresso Nacional. Assim, somente em caso de notório abuso é que cabe ao Judi-
ciário intervir (ARE 704520, Repercussão Geral, STF, Info 764).

#JÁCAIU FCC Juiz TJSC, 2015. A medida provisória que, no processo de conversão em lei, for aprovada pelo
Congresso Nacional sem alterações, não cabe ser submetida à sanção ou veto do Presidente da República,
diferentemente do que ocorre com os projetos de lei de iniciativa do Presidente da República aprovados, sem
modificações, pelo Congresso Nacional.
#JURIS
É possível emendas parlamentares em projetos de lei de iniciativa do Executivo e do Judiciário, desde
que: a) haja pertinência temática com a proposta original; b) não acarretem aumento de despesas (STF, Infor-
mativos 756, 765, 773 e 822).
O trancamento da pauta por conta de MPs não votadas no prazo de 45 dias só alcança projetos de lei
que versem sobre temas passíveis de serem tratados por MP. STF. Plenário.MS 27931/DF, Rel. Min. Celso de
Mello, julgado em 29/6/2017 (Info 870).

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PODER EXECUTIVO

Impedimentos e Vacância

Sucessão em sentido estrito = DEFINITIVA

(Há vacância do cargo: morte, renúncia, condenação Substituição = TEMPORÁRIA


por crime de responsabilidade);
Vice  Presidente Câmara  Presidente Senado 
Apenas o VICE pode!
Presidente STF.

Réu em processo criminal NÃO pode assumir, como substituto, o cargo de Presidente da República, embora
possa continuar na chefia do Poder por ele titularizado. STF (Info 850)

Mandato-Tampão

VACÂNCIA DOS CARGOS DE PR E VICE VACÂNCIA DOS CARGOS DE PR E VICE

2 PRIMEIROS ANOS DO MANDATO 2 ÚLTIMOS ANOS DO MANDATO

DIRETA INDIRETA
ELEIÇÃO
(feita pelo povo) (votam apenas os Deputados e Senadores)

PRAZO 90 dias a contar da última vacância 30 dias a contar da última vacância

- Vale ressaltar que o STF tem entendimento sedimentado de que o art. 81, §1º, da CF (regramento da sucessão
presidencial no caso de dupla vacância) NÃO é uma norma de reprodução obrigatória pelos Estados e Mu-
nicípios em suas respectivas Constituições/Leis Orgânicas. Para a Corte, compete aos entes federados, como
decorrência do princípio federativo, o exercício da autonomia política administrativa para estabelecerem as re-
gras da sucessão na hipótese da dupla vacância na chefia do Poder Executivo.
- Sabe-se que é da competência privativa da União a legislação sobre direito eleitoral, todavia, o STF diz que o
procedimento de sucessão NÃO é materialmente eleitoral.

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Da Responsabilidade

Crimes de responsabilidade Crimes comuns

Infra ções de natureza política-administrativa que Infra ções de natureza penal, cri mes ou
pode leva r ao i mpeachment. contra venções
Legi slação é privativa da UNIÃO – Lei 1079/50.

Será processado e julgado pelo STF.


Acus a ção pode s er formalizada por QUALQUER
CIDADÃO em pl eno gozo de seus direitos Denúncia é oferecida pelo PGR.
pol íticos.
Procedi mento é BIFÁSICO: A a cusação também deve ser admitida por 2/3 da
1. Câmara dos deputados fa z o juízo de Câmara, e a i nstauração do processo é ato
a dmissibilidade; di s cricionário do STF.
2. Será processados e julgado pelo Senado
Federal. PR só poderá ser preso depois que
sobrevier sentença PENAL
A a cusação deve s er admitida por 2/3 da Câmara em condenatória.
votação aberta. O Senado, então, decide se recebe ou
nã o a denúncia.

PR fi ca rá a fastado por até 180 dias.

Senado é presidido pelo Mi nistro Presidente do STF;


Sentença condenatória s e materializa por meio de uma RESOLUÇÃO:
Es ta , se a provada por 2/3, a carreta perda do cargo e inabilitação para o exercício de
qualquer função pública por 8 anos.
A renúncia a o ca rgo, depois de já iniciado o processo, não impede o s eu regular
pros seguimento.

Praticam crimes de responsabilidade:


Pres i dente
Vi ce-Presidente
Mi ni stros de Estado, nos crimes conexos com os praticados pelo PR
Mi ni stros do STF
PGR
AGU
Governadores
Prefei tos
Membros do CNJ
Membros do CNMP

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Os chefes do Poder Executivo (Presidente da República, Governadores e Prefeitos) podem praticar duas espécies
de crime7:

CRIMES COMUNS CRIMES DE RESPONSABILIDADE


São infrações político-administrativas praticadas por
pessoas que ocupam determinados cargos públicos. Caso
o agente seja condenado por crime de responsabilidade
ele não receberá sanções penais (prisão ou multa), mas
sim sanções político-administrativas (perda do cargo e
São aqueles tipificados na lei penal (Código Penal e inabilitação para o exercício de função pública).
legislação extravagante). Exs.: peculato, corrupção
passiva etc. Os crimes de responsabilidade estão previstos:

• Presidente: art. 85 da CF/88 e Lei nº 1.079/50.

• Governador: Lei nº 1.079/50.

• Prefeito: DL 201/67. 
 Quem julga:
 Quem julga:
• Presidente: STF (após autorização de 2/3 da
• Presidente: Senado (após autorização da CD — 2/3).
Câmara dos Deputados).
• Governador: Tribunal Especial (composto por 5 membros
• Governador: STJ (não precisa de autorização da
da ALE e 5 Desembargadores, sob a presidência do
Assembleia Legislativa).
Presidente do TJ).
• Prefeito: TJ/TRF/TRE (não precisa de autorização
• Prefeito: Câmara Municipal. 
da Câmara Municipal).

As Constituições estaduais não podem prever que os Governadores serão julgados pela Assembleia Legislativa
em caso de crimes de responsabilidade. Isso porque o art. 78, § 3º da Lei 1.079/50 afirma que a competência para
julgar os Governadores de Estado em caso de crimes de responsabilidade é de um “Tribunal Especial”, composto
especialmente para julgar o fato e que será formado por 5 Deputados Estaduais e 5 Desembargadores, sob a
presidência do Presidente do Tribunal de Justiça. STF. Plenário. ADI 4791/PR, Rel. Min. Teori Zavascki; ADI 4800/
RO e ADI 4792/ES, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgados em 12/2/2015 (Info 774).

Foro por prerrogativa de função

#JURIS
As normas da Constituição de 1988 que estabelecem as hipóteses de foro por prerrogativa de função devem ser
interpretadas restritivamente, aplicando-se apenas aos crimes que tenham sido praticados durante o exercício
do cargo e em razão dele.

7  https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/fc221309746013ac554571fbd180e1c8?categoria=1&subcategoria=8

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Assim, por exemplo, se o crime foi praticado antes de o indivíduo ser diplomado como Deputado Federal, não
se justifica a competência do STF, devendo ele ser julgado pela 1ª instância mesmo ocupando o cargo de parla-
mentar federal.
Além disso, mesmo que o crime tenha sido cometido após a investidura no mandato, se o delito não apresentar
relação direta com as funções exercidas, também não haverá foro privilegiado.
Foi fixada, portanto, a seguinte tese:
O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e rela-
cionados às funções desempenhadas.
STF. Plenário. AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 03/05/2018.
A prorrogação do foro por prerrogativa de função só ocorre se houve reeleição, não se aplicando em caso de
eleição para um novo mandato após o agente ter ficado sem ocupar função pública. Prefeito cometeu o crime
durante o exercício do mandato e o delito está relacionado com as suas funções: a competência para julgá-lo
será, em regra, do Tribunal de Justiça. Se esse Prefeito, antes de o processo terminar, for reeleito para um segun-
do mandato (consecutivo e ininterrupto), neste caso, o Tribunal de Justiça continuará sendo competente para
julgá-lo. Por outro lado, se o agente deixar o cargo de Prefeito e, quatro anos mais tarde, for eleito novamente
Prefeito do mesmo Município, nesta situação a competência para julgar o crime será do juízo de 1a instância.
A prorrogação do foro por prerrogativa de função só ocorre se houve reeleição, não se aplicando em caso de
eleição para um novo mandato após o agente ter ficado sem ocupar função pública. STF. 1a Turma. RE 1185838/
SP, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 14/5/2019 (Info 940).
É inconstitucional dispositivo da Constituição Estadual que confere foro por prerrogativa de função, no Tribunal
de Justiça, para Procuradores do Estado, Procuradores da ALE, Defensores Públicos e Delegados de Polícia. A
CF/88, apenas excepcionalmente, conferiu prerrogativa de foro para as autoridades federais, estaduais e munici-
pais. Assim, não se pode permitir que os Estados possam, livremente, criar novas hipóteses de foro por prerrog-
ativa de função. STF. Plenário. ADI 2553/MA, Rel. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes,
julgado em 15/5/2019 (Info 940).
A exigência de prévia autorização da assembleia legislativa para o governador e o vice-governador do Estado
ausentarem-se, “em qualquer tempo”, do território nacional mostra-se incompatível com os postulados da
simetria e da separação dos Poderes. A Constituição Federal, em seu art. 49, III e em seu art. 83, prevê que
é da competência do Congresso Nacional autorizar o Presidente e o Vice-presidente da República a se ausen-
tarem do País quando a ausência for por período superior a 15 dias. Logo, afronta os princípios da separação
dos Poderes e da simetria a norma da Constituição estadual que exige prévia licença da Assembleia Legislativa
para que o Governador e o Vice- governador se ausentem do País por qualquer prazo. Os Estados-membros
não podem criar novas ingerências de um Poder na órbita de outro que não derivem explícita ou implicitamente
de regra ou princípio previsto na Constituição Federal. STF. Plenário. ADI 5373 MC/RR, Rel. Min. Celso de Mello,
julgado em 9/5/2019 (Info 939).

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PODER JUDICIÁRIO

PODER JUDICIÁRIO
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:

I - o Supremo Tribunal Federal;

I-A o Conselho Nacional de Justiça;

II - o Superior Tribunal de Justiça;

III-A – O Tribunal Superior do Trabalho

III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;

COMPOSIÇÃO IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;


V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;

VI - os Tribunais e Juízes Militares;

VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.

§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores têm


sede na Capital Federal.

§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território


nacional.
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:

I - vitaliciedade, que, no 1° grau, só será adquirida após 2 ANOS de exercício, dependendo


a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e,
nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;

II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;

III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II,
153, III, e 153, § 2º, I.

GARANTIAS Parágrafo único. Aos juízes é VEDADO:

I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;

II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;

III - dedicar-se à atividade político-partidária.

IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades


públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;

V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos TRÊS


ANOS DO AFASTAMENTO do cargo por aposentadoria ou exoneração.

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Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 membros com MANDATO DE
2 ANOS, admitida 1 recondução, sendo:

I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal;

II - um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal;

III - um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo tribunal;

IV - um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;

V - um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;

VI - um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;

VII - um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;

CNJ VIII - um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;

IX - um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;

X - um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral da República;

XI - um membro do MPE, escolhido pelo PGR dentre os nomes indicados pelo órgão
competente de cada instituição estadual;

XII - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;

XIII - dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara
dos Deputados e outro pelo Senado Federal.

Atenção: O STF entende que não é possível a revisão do mérito das decisões do CNJ,
cujos atos e procedimentos estão sujeitos apenas ao controle de legalidade daquela
Corte. STF. 2a Turma. MS 35540/DF e MS 35521/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgados
em 12/3/2019 (Info 933).
Art. 103-A. O STF poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de 2/3 dos
seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que,
a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá EFEITO VINCULANTE em relação aos
demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas
federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma
estabelecida em lei.

§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas,


acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração
SÚMULA pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre
VINCULANTE questão idêntica.

§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento
de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de
inconstitucionalidade.

§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que


indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a
procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará
que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso

65 RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3


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O STF entende que não é possível a revisão do mérito das decisões do CNJ, cujos atos e procedimentos
estão sujeitos apenas ao controle de legalidade daquela Corte. O STF entende que não é seu papel fazer a
revisão do mérito das decisões do CNJ. Assim, os atos e procedimentos do CNJ estão sujeitos apenas ao controle
de legalidade por parte do STF. O mandado de segurança não se presta ao reexame de fatos e provas analisados
pelo CNJ no processo disciplinar. A LOMAN não estabelece regras de prescrição da pretensão punitiva por faltas
disciplinares praticadas por magistrados. Diante disso, deve ser feita a aplicação subsidiária da Lei nº 8.112/90.
STF. 2ª Turma. MS 35540/DF e MS 35521/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgados em 12/3/2019 (Info 933).
CNJ pode avocar PAD que tramita no Tribunal se não há quórum suficiente para se atingir maioria ab-
soluta. O TRF condenou juiz federal à pena de aposentadoria compulsória. Ocorre que, em virtude de alguns
Desembargadores terem se averbado suspeitos, este juiz foi condenado com um quórum de maioria simples.
O CNJ reconheceu a irregularidade da proclamação do resultado e anulou o julgamento de mérito realizado
pelo TRF. Isso porque o art. 93, VIII e X, da CF/88 exige quórum de maioria absoluta do tribunal. Ocorre que o
CNJ, após anular o julgamento de mérito realizado pelo TRF, decidiu avocar o processo administrativo para que
o magistrado fosse julgado diretamente pelo Conselho. O juiz impetrou MS contra essa avocação, mas o STF
afirmou que o CNJ agiu corretamente. A Constituição, expressamente, confere ao CNJ competência para avocar
processos de natureza disciplinar em curso contra membros do Poder Judiciário. Assim, não há óbice para que o
CNJ anule o julgamento do Tribunal e inicie lá um outro procedimento. Uma das causas legítimas de avocação de
procedimentos administrativos pelo CNJ é justamente a falta do quórum para proferir decisão administrativa por
maioria absoluta em razão de suspeição, impedimento ou falta de magistrados. O CNJ poderia ter devolvido o
processo ao TRF2, mas optou por exercer sua competência concorrente, dentro da discricionariedade conferida
pela Constituição, para julgar o processo e evitar novas questões de suspeição e impedimento. STF. 1ª Turma. MS
35100/DF, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 8/5/2018 (Info 901).
O prazo de 1 ano previsto no art. 103-B, § 4º, V da CF/88 incide apenas para revisões de PADs, não se
aplicando para atuação originária do CNJ. A competência originária do CNJ para a apuração disciplinar, ao
contrário da revisional, não se sujeita ao parâmetro temporal previsto no art. 103-B, § 4º, V da CF/88. STF. 2ª
Turma. MS 34685 AgR/RR, rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 28/11/2017 (Info 886).
CNJ não pode examinar controvérsia que está submetida à apreciação do Poder Judiciário. Não cabe ao
Conselho Nacional de Justiça (CNJ), cujas atribuições são exclusivamente administrativas, o controle de contro-
vérsia que está submetida à apreciação do Poder Judiciário. STF. 1ª Turma.MS 28845/DF, Rel. Min. Marco Aurélio,
julgado em 21/11/2017 (Info 885).
CNJ, no exercício de controle administrativo, pode deixar de aplicar lei inconstitucional. CNJ pode de-
terminar que Tribunal de Justiça exonere servidores nomeados sem concurso público para cargos em comissão
que não se amoldam às atribuições de direção, chefia e assessoramento, contrariando o art. 37, V, da CF/88. Esta
decisão do CNJ não configura controle de constitucionalidade, sendo exercício de controle da validade dos atos
administrativos do Poder Judiciário. STF. Plenário. Pet 4656/PB, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 19/12/2016
(Info 851).

11 - Constituição do Estado de Mato Grosso do Sul. Poder Executivo do Estado de Mato Grosso do Sul.
Atribuições e responsabilidades do Governador e do Prefeito.

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Art. 87. Em caso de impedimento do Governador e do Vice-Governador, ou vacância dos respectivos cargos, serão
sucessivamente chamados ao exercício da chefia do Poder Executivo o Presidente da Assembléia Legislativa e o Pre-
sidente do Tribunal de Justiça.

Art. 89. Compete privativamente ao Governador do Estado:

I - nomear e exonerar, livremente, os Secretários de Estado;

II - nomear e exonerar o Procurador-Geral do Estado, o Procurador-Geral de Justiça e o Procurador-Geral da Defen-


soria Pública;

III - nomear o Desembargador indicado pelo quinto constitucional e, após aprovação pela Assembléia Legislativa, os
Conselheiros do Tribunal de Contas;

IV - nomear e exonerar os dirigentes de autarquias, conselhos e órgãos estaduais, nos casos previstos nesta Consti-
tuição e em lei;

V - exercer, com o auxílio dos Secretários de Estado, a direção superior da administração estadual;

VI - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;

VII - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para a sua fiel execu-
ção;

VIII - vetar, total ou parcialmente, projetos de lei;

IX - dispor sobre a estrutura, atribuições e funcionamento dos órgãos da administração estadual;

X - prover e extinguir os cargos públicos estaduais, na conformidade desta Constituição e das leis pertinentes;

XI - remeter mensagem à Assembléia Legislativa por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação
do Estado e solicitando as providências que julgar necessárias;

XII - enviar à Assembléia Legislativa o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de
orçamento;

XIII - realizar operações de crédito, desde que autorizadas pela Assembléia Legislativa;

XIV - celebrar convênios com a União, com outros Estados e com os Municípios, ad referendum da Assembléia Le-
gislativa;

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XV - representar o Estado nas suas relações jurídicas, políticas e administrativas;

XVI - prestar, anualmente, à Assembléia Legislativa, dentro de sessenta dias da abertura da sessão legislativa, as
contas referentes ao exercício anterior;

XVII - decretar e executar a intervenção em Municípios;

XVIII - solicitar intervenção federal no Estado, quando lhe couber fazê-lo;

XIX - prestar, nos casos previstos em lei, informações solicitadas pelos Poderes Legislativo ou Judiciário;

XX - delegar à autoridade do Executivo funções administrativas que não sejam de sua exclusiva competência;

XXI - promover desapropriações;

XXII - subscrever ou adquirir ações, realizar ou aumentar capital, desde que haja recursos hábeis, de sociedade de
economia mista ou de empresa pública, bem como dispor, a qualquer título, no todo ou em parte, de ações ou capital
que tenha subscrito, adquirido, realizado ou aumentado;

XXIII - propor a instituição de órgãos autônomos, entidades de administração indireta, regiões metropolitanas, aglo-
merações urbanas e regiões de desenvolvimento;

XXIV - propor ação de inconstitucionalidade, nos termos desta Constituição;

XXV - nomear e exonerar o comandante-geral da Polícia Militar, o comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar
e o diretor-geral da Polícia Civil;

XXVI - exercer o comando supremo da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar, promover seus oficiais e no-
meá-los para os cargos que lhe são privativos.

Art. 90. São crimes de responsabilidade os atos do Governador que atentem contra a Constituição Federal, contra a
Constituição Estadual e, especialmente, contra:

I - a existência da União e do Estado;

II - livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público, da Defensoria Pública e dos Poderes
constitucionais da União; (redação dada pela EC nº 29, de 30 de junho de 2005, republicada no D.O. nº 6.519, de 5
de julho de 2005, página 1 e 2)

III - exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;

IV - a lei orçamentária;

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V - a segurança interna do Estado e do País;

VI - a probidade da administração;

VII - cumprimento das leis e das decisões judiciais;

VIII - a guarda e o legal emprego dos dinheiros públicos.

Parágrafo único. Os crimes previstos neste artigo não excluem outros definidos em lei federal.

Art. 91. Nos crimes comuns, o Governador do Estado será submetido a julgamento perante o Superior Tribunal de
Justiça e, nos de responsabilidade, nos termos da lei federal.

Art. 92. O Governador ficará suspenso de suas funções:

I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia, ou queixa crime, pelo Superior Tribunal de Justiça; (declarado
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal - ADI nº 4.781, publicada no DJe nº 100/2017, de 15 de maio de 2017,
páginas 116 a 120)

II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pela Assembléia Legislativa, se recebida a de-
núncia por dois terços de seus membros. (declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal - ADI nº 4.781,
publicada no DJe nº 100/2017, de 15 de maio de 2017, páginas 116 a 120)

Parágrafo único. Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o afasta-
mento do Governador, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.

12 - Constituição do Estado de Mato Grosso do Sul. Poder Legislativo de Mato Grosso do Sul. Prerrogativas
e impedimentos de deputados estaduais e dos vereadores. Processo legislativo estadual. Fiscalização
contábil, financeira e orçamentária. Tribunal de Contas do Estado.

Art. 57. Os Deputados são invioláveis, no exercício de seu mandato, por suas opiniões, palavras e votos.

§ 1º Desde a expedição do diploma até a inauguração da legislatura seguinte, os Deputados não poderão ser
presos, salvo em flagrante de crime inafiançável, nem processados por crime, sem prévia licença da Assembléia
Legislativa.

§ 2º O indeferimento do pedido de licença ou a ausência de deliberação suspende a prescrição enquanto durar o


mandato.

§ 3º No caso de flagrante de crime inafiançável, os autos serão remetidos, dentro de vinte e quatro horas, à Assem-
bléia Legislativa, para que, pelo voto aberto da maioria de seus membros, delibere sobre a prisão e autorize, ou

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não, a formação de culpa. (redação dada pela EC nº 16, de 29 de novembro de 2001, publicada no D.O. nº 5.644,
de 3 de dezembro de 2001, página 1)

§ 4º Os Deputados serão submetidos a julgamento perante o Tribunal de Justiça do Estado.

§ 5º Os Deputados não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do
exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiarem ou deles receberem informações.

§ 6º A incorporação às Forças Armadas de Deputados, embora militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá
de prévia licença da Assembléia Legislativa.

§ 7º As imunidades de Deputados subsistirão durante o Estado de sítio e só poderão ser suspensas mediante
voto de dois terços dos membros da Casa, no caso de atos, praticados fora do recinto da Assembléia Legislativa,
incompatíveis com a execução da medida.

§ 8º As prerrogativas processuais do Deputado arrolado como testemunha deixarão de subsistir, se ele não atender,
sem justa causa, no prazo de trinta dias, ao convite judicial.

Art. 58. Os Deputados terão acesso às repartições públicas estaduais para se informarem sobre qualquer assunto de
natureza administrativa.

Art. 59. Os Deputados não poderão:

I - desde a expedição do diploma:

a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de eco-
nomia mista ou empresa concessionária de serviço público;

b) aceitar ou exercer, nas entidades constantes na alínea anterior, cargo, função ou emprego remunerado, incluídos
os de que sejam demissíveis ad nutum;

II - desde a posse:

a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa
jurídica de direito público ou nela exercer função remunerada;

b) ocupar, nas entidades referidas no inciso I, a, cargo ou função de que sejam demissíveis ad nutum;

c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, a;

d) ser titular de mais de um cargo ou mandato público eletivo.

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Art. 60. Perderá o mandato o Deputado:

I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;

II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;

III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Assembléia Legis-
lativa, salvo no caso de licença ou missão por esta autorizada;

IV - quando perder ou tiver suspensos os direitos políticos;

V - quando o decretar a Justiça Eleitoral.

§ 1º São incompatíveis com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno, o abuso das
prerrogativas asseguradas aos Deputados ou a percepção de vantagens indevidas.

§ 2º Nos casos dos incisos I, II e III, a perda do mandato será decidida pela Assembléia Legislativa, por voto aberto
e por maioria absoluta, mediante provocação de qualquer Deputado, da Mesa ou de partido político representado
na Assembléia Legislativa, assegurada a ampla defesa. (redação dada pela EC nº 16, de 29 de novembro de 2001,
publicada no D.O. nº 5.644, de 3 de dezembro de 2001, página 1)

§ 3º Nos casos previstos nos incisos IV e V, a perda será declarada pela Mesa da Assembléia Legislativa, de ofício ou
mediante provocação de qualquer Deputado ou partido político representado na Assembléia Legislativa, assegurada
a ampla defesa.

Art. 61. Não perderá o mandato o Deputado:

I - investido no cargo de Ministro ou Secretário de Estado ou chefe de missão diplomática temporária;

II - licenciado pela Assembléia Legislativa por motivo de doença, ou para tratar, sem remuneração, de interesse par-
ticular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse a cento e vinte dias por sessão legislativa.

§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em funções previstas neste artigo ou de licença
superior a cento e vinte dias.

§ 2º Ocorrendo vaga, não havendo suplente e faltando mais de quinze meses para o término do mandato, far-se-á
eleição para preenchê-la.

§ 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado poderá optar pela remuneração do mandato.

Art. 65. O processo legislativo compreende a elaboração de:

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I - emendas à Constituição;

II - leis complementares;

III - leis ordinárias;

IV - leis delegadas;

V - decretos legislativos;

VI - resoluções.

§ 1º A Assembléia Legislativa, por deliberação da maioria de seus membros, poderá subscrever proposta de emenda
à Constituição Federal.

§ 2º Lei complementar disporá sobre a elaboração, a redação, a alteração e a consolidação das leis.

Art. 66. A Constituição poderá ser emendada por proposta:

I - de um terço, no mínimo, dos membros da Assembléia Legislativa;

II - do Governador do Estado;

III - de mais da metade das Câmaras Municipais, manifestando-se cada uma delas pela maioria relativa, de seus
membros.

§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, estado de defesa ou estado de
sítio.

§ 2º A proposta será discutida e votada em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, dois
terços dos votos dos membros da Assembléia Legislativa.

§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pela Mesa da Assembléia Legislativa.

§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda que: (redação dada pela EC nº 38, de 27 de fevereiro
de 2008, art. 3º, publicada no D.O. nº 7.165, de 3 de março de 2008, página 1)

I - ferir princípio federativo; (redação dada pela EC nº 38, de 27 de fevereiro de 2008, art. 3º, publicada no D.O. nº
7.165, de 3 de março de 2008, página 1)

II - atentar contra separação dos poderes. (redação dada pela EC nº 38, de 27 de fevereiro de 2008, art. 3º, publicada
no D.O. nº 7.165, de 3 de março de 2008, página 1)

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§ 5º A matéria constante em proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não poderá ser objeto de
nova proposta na mesma sessão legislativa.

Art. 67. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou comissão da Assembleia Le-
gislativa, ao Governador do Estado, ao Tribunal de Justiça, ao Tribunal de Contas, ao Procurador-Geral de Justiça, ao
Defensor Público-Geral do Estado e aos cidadãos, nos termos desta Constituição. (redação dada pela EC nº 80, de 27
de agosto de 2019, publicada no D.O. nº 9.973, de 28 de agosto de 2019, página 2)

§ 1º São de iniciativa do Governador do Estado as leis que:

I - fixem ou modifiquem os efetivos da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar;

II - disponham sobre:

a) a criação de cargos, de funções ou de empregos públicos na administração direta e autárquica ou sobre o aumento
de sua remuneração;

b) os servidores públicos do Estado, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria de civis,
reforma e transferência de militares para a inatividade;

c) a organização da Procuradoria-Geral do Estado; (redação dada pela EC nº 29, de 30 de junho de 2005, republicada
no D.O. nº 6.519, de 5 de julho de 2005, página 1 a 3)

d) a criação, a estrutura e as atribuições das Secretarias de Estado e dos órgãos da administração pública.

§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Assembléia Legislativa de projeto subscrito por, no
mínimo, um por cento do eleitorado do Estado, distribuído em pelo menos vinte por cento dos Municípios, com não
menos de três décimos dos eleitores de cada um deles.

Art. 75. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Estado e das entidades da
administração direta e indireta, quanto à legalidade, à legitimidade, à economicidade, à aplicação de subvenções e a
renúncias de receitas, será exercida pela Assembléia Legislativa, mediante controle externo, e pelo sistema de controle
interno de cada Poder.

Art. 76. Prestará contas qualquer pessoa física ou entidade que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre
dinheiro, bens e valores públicos, ou pelos quais o Estado responda ou que, em nome deste, assuma obrigações de
natureza pecuniária.

Art. 77. O controle externo a cargo da Assembléia Legislativa será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas do
Estado, ao qual compete:

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I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Governador do Estado, através de parecer prévio, que deverá ser
elaborado em sessenta dias a contar do seu recebimento;

II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da adminis-
tração direta ou indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público estadual, e
as contas daqueles que derem causa a perda, a extravio ou a outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário
público;

III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administra-
ção direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, bem como a da concessão
de aposentadoria, reforma e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento do ato
concessório;

IV - realizar por iniciativa própria, da Assembléia Legislativa, de comissão técnica ou de inquérito, inspeções e audi-
torias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos
Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário e de entidades referidas no inciso II;

V - fiscalizar as contas das empresas de cujo capital o Estado participe, de forma direta ou indireta, nos termos do
estatuto próprio;

VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pelo Estado através de convênio, acordo, ajuste ou outros
instrumentos congêneres, a Municípios ou outras entidades;

VII - prestar as informações solicitadas pela Assembléia Legislativa ou suas comissões, sobre fiscalização contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;

VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas
em lei;

IX - se verificada a ilegalidade, assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao
exato cumprimento da lei;

X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Assembléia Legislativa;

XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.

§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pela Assembléia Legislativa, que solicitará, de
imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.

§ 2º Se a Assembléia Legislativa, ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas
no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.

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§ 3º Os danos causados ao erário pelo ato impugnado ou sustado serão imediatamente apurados e cobrados aos
servidores responsáveis pela operação ou pelo ato, independentemente das penalidades administrativas cabíveis.

§ 4º As decisões do Tribunal de que resultar imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo.

§ 5º O Tribunal de Contas encaminhará à Assembléia Legislativa relatórios trimestral e anual de suas atividades.

Art. 78. A Comissão permanente incumbida de emitir parecer sobre os projetos de lei relativos ao plano plurianual,
às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais, diante de indícios de despesas não auto-
rizadas, ainda que sob forma de investimentos não programados ou de subsídios não aprovados, poderá solicitar à
autoridade governamental responsável que, no prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos necessários.

§ 1º Não prestados os esclarecimentos ou considerados estes insuficientes, a comissão solicitará no Tribunal de


Contas pronunciamento conclusivo, no prazo de trinta dias, sobre a matéria.

§ 2º Entendendo o Tribunal ilegal ou irregular a despesa, a comissão, se julgar que o gasto possa causar dano
irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá à Assembléia Legislativa sua sustação.

Art. 79. Comprovados os fatos que denotem infringência dos tipos previstos nos incisos I a III do art. 11, no Tribunal
de Contas representará ao Poder competente, visando à intervenção.

Art. 80. O Tribunal de Contas do Estado, integrado por sete Conselheiros, tem sede na Capital, quadro próprio de
pessoal e jurisdição em todo o território estadual, exercendo, no que couber, as atribuições previstas no art. 114.

§ 1º O Tribunal de Contas será organizado através de lei orgânica e funcionará consoante o seu regimento interno.

§ 2º Os Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado serão escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco
e menos de sessenta e cinco anos de idade, de idoneidade moral, reputação ilibada e notórios conhecimentos
jurídicos, contábeis, econômicos, financeiros ou de administração pública, com mais de dez anos de exercício de
função ou de efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos mencionados.

§ 3º Dos Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado: (redação dada pela EC n° 2, de 6 de setembro de 1994, art.
1º, publicada no D.O. nº 3.868, de 8 de setembro de 1994, página 1)

I - três sétimos serão indicados pelo Governador do Estado, com aprovação da Assembléia Legislativa; sendo dois
escolhidos alternadamente, entre Auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, indicados
em lista tríplice organizada pelo Tribunal, segundo os critérios de antigüidade e merecimento; (redação dada pela EC
n° 2, de 6 de setembro de 1994, art. 1º, publicada no D.O. nº 3.868, de 8 de setembro de 1994, página 1)

II - quatro sétimos serão escolhidos pela Assembléia Legislativa. (redação dada pela EC n° 2, de 6 de setembro de
1994, art. 1º, publicada no D.O. nº 3.868, de 8 de setembro de 1994, página 1)

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§ 4º Os Conselheiros terão as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos, direitos e vantagens


dos Desembargadores do Tribunal de Justiça e poderão aposentar-se com as vantagens do cargo, somente quando
o tenham exercido efetivamente por mais de cinco anos.

§ 5º Os Auditores, quando em substituição a Conselheiros, terão as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos,


vencimentos e vantagens dos titulares e quando, no exercício das demais atribuições estabelecidas em lei, as dos
magistrados de nível imediatamente inferior ao do adotado para os Conselheiros.

§ 6º Os Auditores, substitutos dos Conselheiros, em número de 06 (seis), serão nomeados pelo Governador do
Estado, dentre diplomados em curso superior, no nível de graduação, após aprovação em concurso público de
provas e títulos realizado pelo Tribunal de Contas, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil, na
aplicação das provas. (redação dada pela EC nº 42, de 8 de dezembro de 2009, art. 1º, publicada no D.O. nº 7.600,
de 9 de dezembro de 2009, página 1)

Art. 82. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, o sistema de controle interno
com a finalidade de:

I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução de programas de governo e orçamen-
to do Estado;

II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e à eficiência, da gestão orçamentária, financeira
e patrimonial nos órgãos e entidades da administração estadual, bem como da aplicação dos recursos públicos por
entidades de direito privado;

III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como direitos e haveres do Estado;

IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomar conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela
darão ciência ao Tribunal de Contas do Estado, sob pena de responsabilidade solidária.

§ 2º No âmbito do Poder Executivo Estadual, o controle interno será exercido pela Controladoria-Geral do Estado,
nos termos da Lei Complementar, que definirá sua estrutura, competências, direitos, garantias, deveres, prerrogativas
de seus integrantes, de maneira a assegurar a eficiência de suas atividades. (redação dada pela EC nº 72, de 5 de
julho de 2016)

§ 3º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, nos termos da lei, denunciar
ao Tribunal de Contas do Estado irregularidades ou ilegalidades.

13 - Constituição do Estado de Mato Grosso do Sul. Poder Judiciário do Estado de Mato Grosso do Sul.
Organização Judiciária (Lei estadual nº. 1.511/94 e suas alterações).

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Art. 97. O Poder Judiciário do Estado é exercido pelos seguintes órgãos:

I - Tribunal de Justiça;

II - Tribunal do Júri;

III - os Juízes de Direito;

IV - os Juízes Substitutos;

V - os Juizados Especiais das Causas Cíveis de Menor Complexidade e de Infrações Penais de Menor Potencial Ofen-
sivo;

VI - a Auditoria Militar;

VII - os Juizados de Paz.

Art. 98. Os vencimentos dos magistrados serão fixados com diferença não-superior a dez por cento de uma para
outra das categorias da carreira, não podendo, a qualquer título, os vencimentos dos Desembargadores exceder aos
dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.

Art. 99. Um quinto dos lugares dos Tribunais do Estado será composto de membros do Ministério Público, com mais
de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e 31 de reputação ilibada, com mais de dez anos
de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes.

Parágrafo único. Recebida a indicação, o Tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Governador do Estado, que,
nos vinte dias subseqüentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação, sob pena responsabilidade.

Art. 100. A lei poderá estabelecer como condição de ingresso na carreira, de promoção por merecimento, a partir
de determinada entrância, ou de acesso no Tribunal de Justiça, pelo mesmo critério, a freqüência e aprovação em
curso ministrado pela Escola Superior da Magistratura do Estado, similar federal ou de outra unidade da Federação
reconhecida oficialmente.

Art. 101. O ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz Substituto, dar-se-á através de concurso público de
provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil, em todas as suas fases, obedecendo-se, nas
nomeações, à ordem de classificação.

Art. 102. A promoção de entrância para entrância dar-se-á, alternadamente, por antigüidade e merecimento.

Parágrafo único. O acesso ao Tribunal de Justiça far-se-á por antiguidade e merecimento, alternadamente, apurados
na última entrância.

77 RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3


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Art. 103. Ao Tribunal de Justiça, através de ato do seu Presidente, compete nomear, promover, remover, permutar e
aposentar os Juízes de sua jurisdição, bem como os servidores de sua secretaria e os de primeira instância, e exercer,
pelos seus órgãos competentes, as demais atribuições previstas nesta Constituição.

Art. 104. A Magistratura é estruturada em carreira, que se submete às normas, às prerrogativas e às vedações enun-
ciadas na Constituição Federal e no estatuto próprio, conforme dispuser lei complementar.

Art. 105. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos e fundamentadas todas as decisões, sob
pena de nulidade, podendo a lei, se o interesse público o exigir, limitar a presença, em determinados atos, às próprias
partes e a seus advogados ou somente a estes.

Art. 106. As decisões administrativas do Tribunal serão motivadas e tomadas pelo voto da maioria dos membros
presentes, salvo as disciplinares, que serão tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros.

Art. 107. Compete privativamente ao Tribunal de Justiça propor ao Poder Legislativo:

I - a alteração do número de seus membros;

II - a criação ou extinção de tribunais de segundo grau;

III - a criação e a extinção de cargos e a fixação de vencimentos dos seus membros, dos juízes e dos serviços auxiliares;

IV - a alteração da organização e divisão judiciárias.

Art. 108. A aposentadoria dos magistrados, com vencimentos integrais, é compulsória por invalidez ou aos setenta
anos de idade, e facultativa aos trinta anos de serviço, após cinco anos de exercício efetivo de judicatura.

Art. 109. O Tribunal de Justiça poderá determinar, por motivo de interesse publico, em escrutínio secreto e pelo voto
de dois terços de seus membros efetivos, a remoção ou a disponibilidade de Juiz de categoria inferior, com venci-
mentos proporcionais ao tempo de serviço, assegurando-lhe ampla defesa, e proceder da mesma forma em relação
a seus próprios Juízes.

Art. 110. Ao Poder Judiciário é assegurada a autonomia administrativa e financeira.

§ 1º O Tribunal de Justiça, anualmente, elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estipulados conjun-
tamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias e a encaminhará à Assembléia Legislativa.

§ 2º Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos suplementares e os es-


peciais, consignados ao Poder Judiciário, ser-lhe-ão repassados em duodécimos até o dia vinte de cada mês, cor-
rigidas as parcelas na mesma proporção do excesso de arrecadação apurado em relação à previsão orçamentária.

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Art. 111. Os pagamentos devidos pela Fazenda Pública, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão, exclusivamente,
na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de
casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para esse fim, à exceção dos casos
de crédito de natureza alimentícia.

§ 1º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, da verba necessária ao pagamento dos
seus débitos constantes em precatórios judiciários apresentados até o dia 1º de julho, data em que terão atualiza-
dos os seus valores, fazendo-se o pagamento, obrigatoriamente, até o final do exercício seguinte.

§ 2º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados ao Poder Judiciário, recolhendo-se as


importâncias respectivas à repartição competente, cabendo ao Presidente do Tribunal determinar o pagamento,
segundo as possibilidades de depósito, e autorizar, a requerimento do credor e, exclusivamente para o caso de
preterimento do seu direito de precedência, o seqüestro da quantia necessária à satisfação do débito.

§ 3º As verbas necessárias ao pagamento dos precatórios não se incluem nas dotações orçamentárias destinadas
ao Poder Judiciário.

Art. 112. O expediente forense ficará aberto ao povo, entre oito e dezoito horas, vedando-se, qualquer que seja a
justificativa, a redução desse período de atendimento.

Art. 112-A. Todos os Municípios do Estado de Mato Grosso do Sul serão sede de Comarca, na forma da Lei. (acrescen-
tado pela EC nº 75, de 16 de agosto de 2016, publicada no D.O. 9.230, de 17 de agosto de 2016, página 1)

Seção II

Do Tribunal de Justiça

Art. 113. O Tribunal de Justiça, com sede na capital e jurisdição em todo o território estadual, compor-se-á de Desem-
bargadores, em número que a lei fixar, investidos ou promovidos de acordo com as normas constitucionais vigentes.

Art. 114. Compete ao Tribunal de Justiça:

I - privativamente:

a) eleger o Presidente e demais titulares dos cargos de sua direção;

b) organizar seus serviços auxiliares, provendo-lhes os cargos nos termos da lei, propondo ao Poder Legislativo a
criação ou a extinção de cargos e a fixação dos respectivos vencimentos;

c) elaborar o seu regimento interno, nele estabelecendo a competência de suas Turmas e outros órgãos com funções
jurisdicionais ou administrativas;

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d) propor à Assembléia Legislativa a alteração do número de seus membros;

e) propor à Assembléia Legislativa a criação de tribunais inferiores de segundo grau; as alterações da organização
e divisão judiciárias do Estado; a criação de Juizados Especiais e de Justiça de Paz e a fixação dos vencimentos da
Magistratura;

f) conceder férias e licenças, nos termos da lei, a seus membros e aos magistrados e serventuários que lhe sejam
subordinados;

g) prover, por concurso público de provas ou de provas e títulos, os cargos de provimento efetivo necessários à ad-
ministração da Justiça;

h) prover, pela forma prevista nesta Constituição, os cargos de Juízes de carreira da sua jurisdição;

i) resolver os conflitos de atribuições entre autoridades judiciárias e administrativas, quando interessados o Governa-
dor ou Secretários de Estado, autoridades legislativas estaduais ou o Procurador-Geral de Justiça;

j) encaminhar ao Governador a lista de nomeação dos Desembargadores indicados pelo quinto constitucional;

l) exercer, por seus órgãos competentes, o poder disciplinar sobre os Juízes de primeiro grau e Desembargadores;

m) solicitar a intervenção federal no Estado na forma da Constituição Federal;

n) exercer a correição dos serviços notariais e de registro;

o) exercer as demais competências estabelecidas em lei;

II - processar e julgar, originariamente:

a) nos crimes comuns e nos de responsabilidade, os Deputados Estaduais, Secretários de Estado, o Procurador-Geral
de Justiça, o Procurador-Geral do Estado, o Defensor Público-Geral do Estado, os Procuradores de Justiça, os mem-
bros do Ministério Público, os Procuradores do Estado, os membros da Defensoria Pública e os Prefeitos municipais;
(redação dada pela EC nº 29, de 30 de junho de 2005, republicada no D.O. nº 6.519, de 5 de julho de 2005, páginas
1 a 3)

b) os mandados de segurança contra atos do Governador, dos Secretários de Estado, da Mesa da Assembléia Le-
gislativa, do Tribunal de Contas, incluídos os dos seus Presidentes, do próprio Tribunal de Justiça, seus membros e
turmas, incluídos os dos seus Presidentes, do Conselho Superior da Magistratura, dos Juízes de primeiro grau, do
Corregedor-Geral de Justiça, do Corregedor-Geral do Ministério Público, do Procurador-Geral de Justiça, do Defensor
Público-Geral do Estado, do Corregedor-Geral da Defensoria Pública e do Procurador-Geral do Estado; (redação
dada pela EC nº 29, de 30 de junho de 2005, republicada no D.O. nº 6.519, de 5 de julho de 2005, páginas 1 a 3)

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c) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados;

d) a execução de sentença ou acórdão nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de atos
processuais, exceto os decisórios;

e) as representações de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estadual ou municipal e as que tiverem por
objetivo a intervenção em Município, nos termos desta Constituição;

f) o pedido de medida cautelar nas representações sujeitas à sua jurisdição;

g) as causas e conflitos entre o Estado e os Municípios ou entre estes;

h) os conflitos de jurisdição estabelecidos em lei;

i) os habeas corpus e os habeas data, impetrados contra autoridades ou funcionários cujos atos estejam sujeitos
diretamente à jurisdição do Tribunal de Justiça;

j) os mandados de injunção, quando a ausência de norma regulamentadora de competência do Governador ou da


Mesa da Assembléia Legislativa tornar inviável o exercício dos direitos e das liberdades constitucionais e das prerro-
gativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;

III - julgar, em grau de recurso:

a) as causas decididas em primeira instância, na forma das leis processuais e de organização judiciária;

b) as demais questões sujeitas, por lei, à sua competência.

Seção III

Do Tribunal do Júri

Art. 115. O Tribunal do Júri, que terá competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida, na forma da
legislação processual, tem funcionamento na sede de cada comarca, com a composição que a lei determinar, asse-
gurados o sigilo das votações, a amplitude de defesa e a soberania dos vereditos.

Seção IV

Dos Juízes de Direito

Art. 116. Os Juízes de Direito, exercendo a jurisdição comum estadual de primeiro grau, integram a carreira da Ma-
gistratura, nas comarcas e juízos, com a competência que as leis de organização e divisão judiciárias determinarem.

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Art. 117. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça designará Juízes de entrância especial, com competên-
cia exclusiva para tais questões.

Parágrafo único. No exercício da atividade, o Juiz poderá, se reputar necessário à eficiência da prestação jurisdicional,
deslocar-se até o local dos conflitos.

Seção V

Dos Juizados Especiais das Causas Cíveis de Menor Complexidade e de Infrações Penais de Menor Potencial Ofensivo

Art. 118. A competência e a composição dos juizados especiais, incluídos as dos órgãos competentes para o julga-
mento dos recursos de suas decisões, serão determinadas pelas leis de organização e divisão judiciárias do Estado.

Parágrafo único. Na composição dos juizados especiais poderão ser aproveitados leigos, recrutados de preferência na
comunidade local, para atuar na fase de conciliação.

Seção VI

Da Auditoria Militar

Art. 119. A Auditoria Militar, com sede na capital do Estado, competente para processar e julgar o pessoal da Polícia
Militar e do Corpo de Bombeiros Militar, nos crimes militares definidos em lei, terá como órgãos de primeiro grau de
jurisdição o Juiz Auditor e os Conselhos de Justiça Militar.

§ 1º A função de Juiz Auditor Militar será exercida por Juiz de Direito de entrância especial, integrante do quadro
da magistratura de carreira do Estado de Mato Grosso do Sul, e será provido na forma prevista no art. 102 desta
Constituição. (redação dada pela EC nº 33, de 28 de junho de 2006, republicada no D.O. 6.761, de 6 de julho de
2006, página 1)

§ 2º Em suas faltas ou impedimentos, o Juiz Auditor Militar será substituído por Juiz Substituto indicado pelo Conse-
lho Superior da Magistratura e, na sua falta, por um dos Juízes das Varas Criminais da Capital, de acordo com o que
for estabelecido por ato do Tribunal de Justiça. (redação dada pela EC nº 33, de 28 de junho de 2006, republicada
no D.O. 6.761, de 6 de julho de 2006, página 1)

Seção VII

Dos Juízes Substitutos

Art. 120. O ingresso na carreira da Magistratura dar-se-á no cargo de Juiz Substituto, que só adquirirá vitaliciedade
após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do Tribunal de Justiça.

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Seção VIII

Dos Juízes de Paz

Art. 121. A Justiça de Paz será remunerada e composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com
mandato de quatro anos e competência para celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face da impugnação
apresentada, o processo de habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional.

Art. 122. Haverá em cada Município e Distrito, um juiz de paz, para cada Cartório de Registro Civil existente, com o
respectivo ofício de registro de casamentos, nascimentos e óbitos.

Seção IX

Da Declaração de Inconstitucionalidade e da Ação Direta de Inconstitucionalidade

Art. 123. São partes legítimas para propor ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estadual ou
municipal, contestado em face desta Constituição:

I - Governador do Estado e a Mesa da Assembléia Legislativa, se se tratar de lei ou ato normativo estadual;

II - prefeito e a Mesa da respectiva Câmara Municipal, se se tratar de lei ou ato normativo municipal;

III - Procurador-Geral de Justiça;

IV - Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil;

V - os partidos políticos com representação na Assembléia Legislativa;

VI - as entidades de classe estaduais, desde que demonstrado o seu interesse jurídico no caso.

§ 1º O Procurador-Geral de Justiça será ouvido nas ações diretas de inconstitucionalidade, desde que não seja parte
proponente.

§ 2º Declarada, nessas ações, a inconstitucionalidade, a decisão será comunicada à Assembléia Legislativa para a
suspensão da execução, no todo ou em parte, da lei ou do ato impugnado.

§ 3º A argüição de descumprimento de norma de eficácia plena, de princípio ou de preceito fundamental decor-


rente desta Constituição será apreciada pelo Tribunal de Justiça.

§ 4º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma desta Constituição, será
cientificado o Poder competente para adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administra-
tivo, para fazê-lo em trinta dias.

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Art. 124. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros poderá o Tribunal de Justiça declarar a inconstitu-
cionalidade de lei ou ato normativo estadual ou municipal, incidentalmente ou como objeto de ação direta.

Parágrafo único. O disposto no caput se aplica às hipóteses previstas nos §§ 3º e 4º do artigo anterior.

Organização Judiciária (Lei estadual nº. 1.511/94)

Art. 1º Este Código estabelece a organização e divisão judiciárias do Estado de Mato Grosso do Sul e, respeitada a
legislação federal, compreende:

I - a constituição, estrutura, atribuição e competência do Tribunal de Justiça;

II - a constituição, classificação, atribuições e competência dos órgãos da justiça de primeira instância;

III - a organização e disciplina da carreira dos magistrados;

IV - a organização, classificação, disciplina e atribuições dos serviços auxiliares da justiça do foro judicial e extrajudi-
cial.

Art. 2º A Justiça do Estado é instituída para assegurar a defesa social, tutelar e restaurar as relações jurídicas na órbita
da sua competência.

Art. 3º Na guarda e aplicação da Constituição da República, da Constituição do Estado e das leis, o Poder Judiciário só
intervirá em espécie e por provocação da parte, salvo quando a lei expressamente determinar procedimento de ofício.

Art. 4º O Tribunal de Justiça e os juízes mencionados neste Código têm competência exclusiva para conhecer de todas
as espécies jurídicas, ressalvadas as restrições constitucionais e legais.

Art. 5º Para garantir o cumprimento e a execução de seus atos e decisões, podem o Tribunal ou os juízes requisitar do
Poder Público os meios necessários àquele fim, vedada a apreciação do mérito da decisão ou do fato a ser executado
ou cumprido.

Art. 9º São as seguintes as circunscrições judiciárias do Esta-


do de Mato Grosso do Sul: (redação dada pela Lei nº 4.904, de 24 de agosto de 2016)
I - a primeira, de Campo Grande, que compreende esta Comarca e as de Bandeirantes, Ribas do Rio Par-
do, Terenos, Sidrolândia, Rochedo e de Jaraguari; (redação dada pela Lei nº 4.904, de 24 de agosto de 2016)
II - a segunda, de Dourados, que compreende esta comarca e as de Caarapó, Itaporã, Fátima do Sul, Glória de Dourados,
Deodápolis, Douradina, Laguna Carapã, Jateí e de Vicentina; (redação dada pela Lei nº 4.904, de 24 de agosto de 2016)

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III - a terceira, de Corumbá, que compreende esta comar-


ca e a de Ladário; (redação dada pela Lei nº 4.904, de 24 de agosto de 2016)
IV - a quarta, de Três Lagoas, que compreende esta Comarca, e as de Água Clara, Brasilândia, Bata-
guassu, Santa Rita do Pardo e de Selvíria; (redação dada pela Lei nº 4.904, de 24 de agosto de 2016)
V - a quinta, de Aquidauana, que compreende essa comarca e a de Anastácio, a de Dois Ir-
mãos do Buriti, Miranda e de Bodoquena; (redação dada pela Lei nº 4.904, de 24 de agosto de 2016)
VI - a sexta, de Ponta Porã, que compreende esta comarca e as de Amambai, Coronel Sapu-
caia, Antônio João e de Aral Moreira; (redação dada pela Lei nº 4.904, de 24 de agosto de 2016)
VII - a sétima, de Nova Andradina, que compreende esta comarca e as de Anaurilândia, Angélica, Batayporã,
Ivinhema, Novo Horizonte do Sul e de Taquarussu; (redação dada pela Lei nº 4.904, de 24 de agosto de 2016)
VIII - a oitava, de Naviraí, que compreende esta Comarca e as de Eldorado, Iguatemi, Itaquiraí, Mundo Novo,
Sete Quedas, Japorã, Juti, Paranhos e de Tacuru; (redação dada pela Lei nº 4.904, de 24 de agosto de 2016)
IX - a nona, de Coxim, que compreende esta comarca e as de Camapuã, Pedro Gomes, Rio Negro, Rio Verde de Mato Grosso,
São Gabriel do Oeste, Sonora, Alcinópolis, Corguinho e de Figueirão; (redação dada pela Lei nº 4.904, de 24 de agosto de 2016)
X - a décima, de Paranaíba, que compreende esta comarca e as de Aparecida do Taboado, Cassilândia, Costa Rica,
Chapadão do Sul, Inocência e de Paraíso das Águas; (redação dada pela Lei nº 4.904, de 24 de agosto de 2016)
XI - a décima primeira, de Jardim, que compreende esta comarca e as de Bela Vista, Bonito, Nioaque, Por-
to Murtinho, Caracol e de Guia Lopes da Laguna; (redação dada pela Lei nº 4.904, de 24 de agosto de 2016)
XII - a décima segunda, de Maracaju, que compreende esta comarca e as de Nova Alvorada do Sul e de Rio Brilhan-
te. (redação dada pela Lei nº 4.904, de 24 de agosto de 2016)

Art. 10. Todos os Municípios serão sede de comarca, a ser constituída por um ou mais distritos judiciários. (redação
dada pela Lei nº 4.904, de 24 de agosto de 2016)

Art. 11. A sede da comarca é a do município que lhe dá o nome. (redação dada pela Lei nº 4.904, de 24 de agosto
de 2016)

Art. 12. Cada comarca tem tantos distritos judiciários quantos são os distritos administrativos fixados em lei, salvo
resolução em contrário do Tribunal de Justiça.

Art. 13. As comarcas são classificadas, de acordo com o movimento forense, densidade demográfica, rendas públicas,
meios de transporte, situação geográfica, extensão territorial e outros fatores socioeconômicos de relevância, em: (re-
dação dada pela Lei nº 4.904, de 24 de agosto de 2016)

I - comarca de entrância especial: Campo Grande, Dourados, Corumbá e Três Lagoas; (redação dada pela Lei nº
4.716, de 14 de setembro de 2015)

II - comarcas de segunda entrância: Amambai, Anastácio, Aparecida do Taboado, Aquidauana, Bataguassu, Bela Vis-
ta, Bonito, Caarapó, Camapuã, Cassilândia, Chapadão do Sul, Costa Rica, Coxim, Fátima do Sul, Iguatemi, Itaporã,
Ivinhema, Jardim, Maracaju, Miranda, Mundo Novo, Naviraí, Nova Alvorada do Sul, Nova Andradina, Paranaíba,

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Ponta Porã, Ribas do Rio Pardo, Rio Brilhante, Rio Verde de Mato Grosso, São Gabriel do Oeste, Sidrolândia e Terenos;
(redação dada pela Lei nº 5.278, de 5 de dezembro de 2018)

III - comarcas de primeira entrância: Água Clara, Alcinópolis, Anaurilândia, Angélica, Antônio João, Aral Moreira,
Bandeirantes, Batayporã, Bodoquena, Brasilândia, Caracol, Corguinho, Coronel Sapucaia, Deodápolis, Dois Irmãos
do Buriti, Douradina, Eldorado, Figueirão, Glória de Dourados, Guia Lopes da Laguna, Inocência, Itaquiraí, Japorã,
Jaraguari, Jateí, Juti, Ladário, Laguna Carapã, Nioaque, Novo Horizonte do Sul, Paraíso das Águas, Paranhos, Pedro
Gomes, Porto Murtinho, Rio Negro, Rochedo, Santa Rita do Pardo, Selvíria, Sete Quedas, Sonora, Tacuru, Taquarussu
e Vicentina. (redação dada pela Lei nº 5.278, de 5 de dezembro de 2018)

Art. 14. São requisitos necessários para a criação de uma nova comarca:

I - movimento forense superior a duzentos feitos anuais, comprovado pelo relatório do juiz de direito diretor do foro
da comarca a que pertence o município ou os municípios que integrarão a comarca; (alterado pelo art. 1º da Lei nº
3.189, de 22 de março de 2006)

II - população superior a dez mil habitantes no município ou nos municípios que integrarão a comarca;

III - cinco mil eleitores, no mínimo, no município ou nos municípios que integrarão a comarca, comprovados por
informação do Tribunal Regional Eleitoral;

IV - cadeia pública e alojamento do destacamento policial, comprovados por informações fornecidas pela Secretaria
de Estado de Segurança Pública;

V - previsão de edificação ou de local para funcionamento do fórum;

VI - prévia correição e parecer da Corregedoria-Geral de Justiça, sobre a conveniência e oportunidade da medida;

VII - conveniência e oportunidade da administração.

Parágrafo único. Os requisitos estabelecidos nos incisos I a IV deste artigo poderão ser dispensados quando o interesse
público justificar, observado o critério de conveniência e de oportunidade da administração e a disponibilidade
financeira do Tribunal de Justiça.

Art. 15. São requisitos necessários para a elevação de uma comarca à categoria de segunda entrância: (alterado pelo
art. 1º da Lei nº 3.189, de 22 de março de 2006)

I - movimento forense superior a quatrocentos feitos anuais, verificado no relatório do juiz de direito diretor do foro
da respectiva comarca;

II - prévia correição e parecer da Corregedoria-Geral de Justiça sobre a medida;

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III - conveniência e oportunidade da administração;

IV - a existência de unidade de internação de adolescentes, comprovada por informações fornecidas pela Secretaria
de Estado de Justiça e Segurança Pública. (acrescentado pela Lei nº 4.217, de 11 de julho de 2012)

Art. 16. São requisitos necessários para a criação de novas varas ou desdobramento de juízos nas comarcas de en-
trância especial ou de segunda entrância: (alterado pelo art. 1º da Lei nº 3.189, de 22 de março de 2006)

I - caber, no mínimo, seiscentos feitos para cada nova vara, conforme o relatório do exercício anterior;

II - prévia correição e parecer da Corregedoria-Geral de Justiça sobre a medida;

III - conveniência e oportunidade da administração.

Art. 17. A perda dos requisitos de criação de comarca e de elevação de comarca pode determinar a extinção, o re-
baixamento ou a mudança da sede da comarca. A distribuição de menos de duzentos feitos por ano pode ensejar o
encerramento das atividades da respectiva vara. (alterado pelo art. 1º da Lei nº 3.189, de 22 de março de 2006)

Art. 18. São requisitos para a instalação de uma vara: (alterado pelo art. 1º da Lei nº 3.189, de 22 de março de 2006)

I - local adequado contendo a estrutura física, o mobiliário e os equipamentos necessários para o seu funcionamento;

II - estrutura de pessoal, de acordo com o quantitativo de servidores especificado pelo Conselho Superior da Magis-
tratura.

Art. 19. O Conselho Superior da Magistratura, mediante ato próprio, autorizará a instalação da vara e fixará o local,
a data e a hora da sessão solene, que será presidida pelo Presidente do Tribunal de Justiça, atendendo à conveniência
e à oportunidade da administração.

Parágrafo único. O Presidente do Tribunal de Justiça informará ao Governo do Estado, à Procuradoria-Geral de


Justiça, à Defensoria Pública-Geral, ao Tribunal Regional Eleitoral, ao Tribunal Regional do Trabalho, à Justiça Federal
Estadual, à Assembléia Legislativa e à Ordem dos Advogados do Brasil, Seção de Mato Grosso do Sul, dentre outros
interessados, sobre a sessão de instalação da vara, para as providências necessárias. (alterado pelo art. 1º da Lei nº
3.189, de 22 de março de 2006)

Art. 20. São órgãos do Poder Judiciário do Estado: (redação dada pela Lei nº 5.311, de 21 de dezembro de 2018, art. 4º)

I - o Tribunal de Justiça;

II - o Conselho Superior da Magistratura;

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III - a Corregedoria-Geral de Justiça;

IV - o Tribunal do Júri;

V - os juízes de direito;

VI - os Juízes de Direito auxiliares de Entrância Especial; (redação dada pela Lei nº 5.311, de 21 de dezembro de 2018,
art. 4º)

VII - os juízes de direito substitutos em segundo grau; (redação dada pela Lei nº 5.311, de 21 de dezembro de 2018,
art. 4º)

VIII - os juízes substitutos; (redação dada pela Lei nº 5.311, de 21 de dezembro de 2018, art. 4º)

IX - os Juizados Especiais; (redação dada pela Lei nº 5.311, de 21 de dezembro de 2018, art. 4º)

X - os Conselhos da Justiça Militar;  (redação dada pela Lei nº 5.311, de 21 de dezembro de 2018, art. 4º)
XI - os juízes de paz. (acrescentado pela Lei nº 5.311, de 21 de dezembro de 2018, art. 4º)

Art. 22. Além dos órgãos do Poder Judiciário, são funções essenciais à Justiça: (redação dada pelo art. 1º da Lei nº
3.536, de 4 de julho de 2008)

I - o Ministério Público; (redação dada pelo art. 1º da Lei nº 3.536, de 4 de julho de 2008)

II - a Advocacia; (redação dada pelo art. 1º da Lei nº 3.536, de 4 de julho de 2008)

III - a Defensoria Pública-Geral; (redação dada pelo art. 1º da Lei nº 3.536, de 4 de julho de 2008)

IV - a Procuradoria-Geral do Estado. (redação dada pelo art. 1º da Lei nº 3.536, de 4 de julho de 2008)

§ 1º Participam como auxiliares da Justiça: (redação dada pela Lei nº 3.932, de 13 de julho de 2010)

I - os servidores da Justiça; (redação dada pelo art. 1º da Lei nº 3.536, de 4 de julho de 2008)

II - os conciliadores, os árbitros e os juízes não-togados dos Juizados Especiais; (redação dada pelo art. 1º da Lei nº
3.536, de 4 de julho de 2008)

III - a Ouvidoria Judiciária; (redação dada pelo art. 1º da Lei nº 3.536, de 4 de julho de 2008)

IV - a Escola Judicial do Estado de Mato Grosso do Sul (EJUD-MS). (redação dada pela Lei nº 3.932, de 13 de julho
de 2010)

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Art. 183. As correições podem ser:

I - permanentes;

II - ordinárias periódicas;

III - extraordinárias.

Art. 184. Incumbem:

I - ao Corregedor-Geral de Justiça as correições em relação a todos os serviços da justiça do Estado, na forma prevista
neste Código;

II - a cada juiz a correição quanto aos serviços de sua comarca ou vara.

Parágrafo único. A correição não tem forma nem figura de juízo, consistindo no exame dos serviços realizados por
juízes, cartórios e escrivanias, a fim de regular a sua normal execução para o bom andamento da justiça.

Art. 185. A correição permanente, pelos juízes de direito, compreende a inspeção de cartórios e mais repartições
relacionadas diretamente com os serviços judiciais e sobre a atividade dos servidores que lhe sejam subordinados.

Art. 186. Nas correições pelo Corregedor-Geral de Justiça ou juízes auxiliares da Corregedoria-Geral de Justiça serão
examinados livros, papéis, documentos e autos, além do mais que se julgar conveniente.

§ 1º Na última folha utilizada nos autos e livros que examinarem e encontrarem ordem, o Corregedor-Geral de
Justiça ou juízes auxiliares poderão lançar o “visto em correição” e, encontrando irregularidade, far-lhe-ão menção
em despacho, para que seja sanada.

§ 2º O Corregedor-Geral de Justiça marcará prazo razoável:

a) para aquisição ou legalização de livro que faltar ou não estiver em ordem;

b) para pagamento de emolumentos ou tributos pelos quais seja responsável o servidor;

c) para restituição de custas indevidas ou excessivas;

d) para emenda de erro ou abuso verificados.

§ 3º O juiz de direito da comarca fiscalizará o cumprimento das determinações do Corregedor-Geral de Justiça,


prestando-lhe informações dentro dos prazos fixados.

Art. 187. As correição ordinárias, pelo Corregedor-Geral de Justiça ou por seus juízes auxiliares, serão feitas segundo

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os critérios de conveniência, oportunidade e necessidade, nos juízos de primeiro grau e no foro extrajudicial, podendo
a autoridade, a qualquer tempo, voltar à sede da comarca já inspecionada, para conhecimento de ocorrências que
mereçam sua intervenção e providências. (redação dada pelo art. 1º da Lei nº 3.536, de 4 de julho de 2008)

Parágrafo único. O Corregedor-Geral de Justiça e os juízes auxiliares, quando em diligência de correição, inspeção
ou sindicância, no interior do Estado, farão jus à diária, correspondente a um trinta avos do seu subsídio, sendo-lhe,
ainda, abonadas as despesas de transporte. (alterado pelo art. 1º da Lei nº 3.139, de 20 de dezembro de 2005)

Art. 188. As correições ordinárias competem aos juízes, nas respectivas comarcas ou varas, inclusive naquelas em que
exercerem substituições.

Parágrafo único. Anualmente, até o mês de agosto, o juiz diretor do foro realizará a correição ordinária nos distritos
da sua comarca, enviando relatório à Corregedoria-Geral de Justiça, no prazo de trinta dias.

Art. 189. As correições extraordinárias, que poderão ser gerais ou parciais, serão realizadas pelo juiz, de ofício ou me-
diante determinação do Conselho Superior da Magistratura ou do Corregedor-Geral de Justiça, sempre que tenham
conhecimento de irregularidades ou transgressões da disciplina judicial, praticadas por juízes de paz, servidores da
justiça ou autoridades policiais.

Art. 190. As correições extraordinárias, parciais ou gerais, determinadas para averiguação de abusos ou irregularida-
des atribuídas a magistrados, são presididas e dirigidas pessoalmente pelo Corregedor-Geral de Justiça, em segredo
de justiça, se necessário.

Art. 191. Os juízes incumbidos de serviços correicionais, fora de sua comarca, não podem afastar-se desta por mais
de oito dias.

Art. 192. Haverá em cada cartório um livro denominado Registro de Correições, em que serão transcritos todos os
atos relacionados a elas.

Art. 311. É assegurado ao magistrado o direito de requerer, representar, reclamar e recorrer, desde que se dirija em
termos à autoridade competente, na forma da lei.

Parágrafo único. Sempre que esse direito for exercitado fora do Judiciário, o autor enviará cópia de sua petição ao
Conselho Superior da Magistratura.

Art. 312. Cabe pedido de reconsideração ao órgão competente, no prazo de cinco dias: (redação dada pelo art. 1º da
Lei nº 3.536, de 4 de julho de 2008)

I - da decisão que excluir candidato do concurso de provas para o cargo de juiz substituto;

II - da relação dos candidatos aprovados no concurso de provas para o cargo de juiz substituto;

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III - da declaração de incapacidade do juiz;

IV - da decisão que decretar a remoção compulsória do magistrado;

V - da homologação do concurso de provas e títulos para ingresso na Magistratura;

VI - do indeferimento de licença para tratamento de saúde, de licença-maternidade e sua prorrogação, trato de in-
teresse particular ou por motivo de doença em pessoa da família. (redação dada pela Lei nº 3.658, de 30 de abril de
2009, art. 2º)

Art. 313. No prazo de trinta dias da publicação no Diário da Justiça, caberá pedido, ao Tribunal de Justiça, de reexame
e conseqüentes retificações e modificações na lista de antigüidade.

Parágrafo único. Por igual prazo, caberá pedido, ao Conselho Superior da Magistratura, de reexame e conseqüente
modificação na escala de substituição de juízes.

Art. 314. O direito de pleitear se exaure, na esfera administrativa, com os julgamentos previstos neste Código e a
decisão nas revisões.

14 - Ordem econômica e financeira. Princípios gerais da atividade econômica. Da Política Urbana.


Tributação e orçamento. Do Sistema Tributário Nacional. Das Finanças Públicas.

Consultar a disciplina de Direito Tributário.

#LEISECA

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar
a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:

I - soberania nacional;

II - propriedade privada;

III - função social da propriedade;

IV - livre concorrência;

V - defesa do consumidor;

VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos pro-
dutos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação;

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NFPSS

VII - redução das desigualdades regionais e sociais;

VIII - busca do pleno emprego;

IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua
sede e administração no País.

Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independente-
mente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.

Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as fun-
ções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo
para o setor privado.

Art. 177. Constituem monopólio da União:

I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos;

II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;

III - a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das atividades previstas nos incisos
anteriores;

IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos de petróleo produzidos
no País, bem assim o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus derivados e gás natural de qualquer
origem;

V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios e minerais


nucleares e seus derivados, com exceção dos radioisótopos cuja produção, comercialização e utilização poderão ser
autorizadas sob regime de permissão, conforme as alíneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21 desta Constituição
Federal.

Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais
fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-
estar de seus habitantes.

§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é
o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.

§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da
cidade expressas no plano diretor.

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§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.

§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor,
exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado,
que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:

I - parcelamento ou edificação compulsórios;

II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;

III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Sena-
do Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real
da indenização e os juros legais.

Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por
cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-
-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.

§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente
do estado civil.

§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.

§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.

Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural
que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrá-
ria, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo
ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.

§ 1º As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro.

§ 2º O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de reforma agrária, autoriza a União a
propor a ação de desapropriação.

§ 3º Cabe à lei complementar estabelecer procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o processo
judicial de desapropriação.

§ 4º O orçamento fixará anualmente o volume total de títulos da dívida agrária, assim como o montante de recursos
para atender ao programa de reforma agrária no exercício.

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NFPSS

§ 5º São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis


desapropriados para fins de reforma agrária.

Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária:

I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra;

II - a propriedade produtiva.

Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à propriedade produtiva e fixará normas para o cumprimento
dos requisitos relativos a sua função social.

Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo crité-
rios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:

I - aproveitamento racional e adequado;

II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;

III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;

IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.

Art. 187. A política agrícola será planejada e executada na forma da lei, com a participação efetiva do setor
de produção, envolvendo produtores e trabalhadores rurais, bem como dos setores de comercialização, de
armazenamento e de transportes, levando em conta, especialmente:

I - os instrumentos creditícios e fiscais;

II - os preços compatíveis com os custos de produção e a garantia de comercialização;

III - o incentivo à pesquisa e à tecnologia;

IV - a assistência técnica e extensão rural;

V - o seguro agrícola;

VI - o cooperativismo;

VII - a eletrificação rural e irrigação;

VIII - a habitação para o trabalhador rural.

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§ 1º Incluem-se no planejamento agrícola as atividades agro-industriais, agropecuárias, pesqueiras e florestais.

§ 2º Serão compatibilizadas as ações de política agrícola e de reforma agrária.

Art. 188. A destinação de terras públicas e devolutas será compatibilizada com a política agrícola e com o
plano nacional de reforma agrária.

§ 1º A alienação ou a concessão, a qualquer título, de terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos
hectares a pessoa física ou jurídica, ainda que por interposta pessoa, dependerá de prévia aprovação do Congresso
Nacional.

§ 2º Excetuam-se do disposto no parágrafo anterior as alienações ou as concessões de terras públicas para fins de
reforma agrária.

Art. 189. Os beneficiários da distribuição de imóveis rurais pela reforma agrária receberão títulos de domí-
nio ou de concessão de uso, inegociáveis pelo prazo de dez anos.

Parágrafo único. O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos,
independentemente do estado civil, nos termos e condições previstos em lei.

Art. 190. A lei regulará e limitará a aquisição ou o arrendamento de propriedade rural por pessoa física ou jurídica
estrangeira e estabelecerá os casos que dependerão de autorização do Congresso Nacional.

Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterrup-
tos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu
trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.

Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.

#JÁCAIU FCC
MP/CE, 2009. De acordo com as normas constitucionais atinentes à matéria orçamentária, inclusive segundo
compreendidas pela jurisprudência mais recente do Supremo Tribunal Federal, compete ao STF verificar a impre-
visibilidade ou não de um crédito orçamentário para o fim de julgar a possibilidade ou não de ele constar como
crédito extraordinário em medida provisória, dado que essa espécie normativa não pode veicular nenhum outro
tipo de crédito orçamentário.
MPE/PA, 2014. Será incompatível com as diretrizes constitucionais referentes às finanças públicas a autorização,
por lei estadual, para que as disponibilidades de caixa do poder público estadual sejam depositadas em enti-
dades privadas integrantes do Sistema Financeiro Nacional.
MPE/PA, 2014. Em conformidade com o regime constitucional da propriedade urbana e rural, a regra, nas
hipóteses de desapropriação, é a da indenização prévia e justa, em dinheiro, ressalvados os casos previstos ex-

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pressamente na Constituição. A expropriação, sem qualquer espécie de indenização ao proprietário, somente


se dá nas hipóteses de utilização da propriedade para culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou exploração de
trabalho escravo, estabelecendo, ainda, a Constituição que todo e qualquer bem de valor econômico, apreen-
dido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho escravo, será
confiscado e reverterá a fundo especial com destinação específica, na forma da lei.
MPE/PE, 2014. Nos termos da Constituição da República, a função social da propriedade: I. é princípio que in-
forma a ordem econômica, ao lado de outros, como a soberania nacional, a busca do pleno emprego e a defesa
do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e
serviços e de seus processos de elaboração e prestação; II. é cumprida pela propriedade urbana quando esta
atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor, que, na qualidade de
instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana, é obrigatório para cidades com mais
de vinte mil habitantes; III. deixa de ser cumprida pela propriedade rural que não atende, segundo critérios e
graus de exigência estabelecidos em lei, a qualquer dos requisitos estabelecidos em nível constitucional, dentre
os quais estão a observância das disposições que regulam as relações de trabalho e a exploração que favoreça
o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores (todos os itens foram considerados verdadeiros).
Juiz TJGO, 2015. Como medida sancionatória do exercício do direito de propriedade em situação de desconfor-
midade com sua função social, a Constituição da República prevê a possibilidade de expropriação, sem qualquer
indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, de propriedades rurais e urbanas
de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas.

15 - Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas. Da Ordem Social. Emenda Constitucional


nº 45/04 – Reforma do Judiciário. Emendas Constitucionais. Administração pública e o controle de
constitucionalidade.

ESTADO DE DEFESA ESTADO DE SÍTIO ESTADO DE SÍTIO

Previsão legal Art. 136, caput Art. 137, I Art. 137, II

1. Ordem pública ou paz


social ameaçada 1.Declaração de guerra
1.Comoção nacional;
2. Instabilidade institucional
Hipóteses

2.Ineficácia do Estado de 2.Resposta à agressão


3. Calamidade natural
Defesa armada estrangeira

Atribuição para Presidente da República (art. Presidente da República (art. Presidente da República
decretação 84, IX, CR/88) 84, IX, CR/88) (art. 84, IX, CR/88)

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NFPSS

Presidente verifica a hipótese


legal, solicita pareceres dos
Conselhos da República (art. 89)
e de Defesa Nacional (art. 91).
Com os pareceres, SOLICITA
ao Congresso Nacional
Presidente verifica a hipótese autorização para decretação
legal, solicita pareceres dos do Estado de Sítio, expondo
Conselhos da República (art. os motivos determinantes do IDEM AO PROCEDIMENTO
pedido. DE DECRETAÇÃO DO
Procedimento 89) e de Defesa Nacional
ESTADO DE SÍTIO
(art. 91). Com os pareceres
O Congresso Nacional ANTERIOR.
decidirá se DECRETA ou não
somente poderá autorizar por
o Estado de Defesa
maioria absoluta da Câmara
dos Deputados e do Senado
Federal.

Com a autorização, o Presidente


poderá decretar o Estado de
Sítio.

O tempo necessário da
Máximo de 30 dias,
Máximo de 30 dias, prorrogado guerra ou para repelir
Prazo prorrogável por mais 30 dias
por mais 30 dias, de cada vez. a agressão armada
uma única vez.
estrangeira.

Âmbito NACIONAL.
Âmbito REGIONAL. IDEM AO PROCEDIMENTO
Após o Decreto, o Presidente DE DECRETAÇÃO DE
Áreas abrangidas Locais restritos e determinados especificará as medidas ESTADO DE SÍTIO
(art. 136). específicas e as áreas abrangidas ANTERIOR.
(art. 138, caput)

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NFPSS

Poderão ser restringidos do art.


5º,
Poderão ser atingidos, em
-XI (inviolabilidade domiciliar),
tese, todas as garantias
constitucionais, desde que
Poderão ser restringidos os -XII (sigilo de correspondência e
direitos do art. 5º, de comunicações telegráficas e presentes três requisitos
telefônicas), constitucionais:
-XII (sigilo de correspondência
1.Necessidade de
Restrições e de comunicações -XVI (direito de reunião),
efetivação da medida;
a direitos telegráficas e telefônicas),
-XXV (direito de propriedade)
e garantias 2.Tenham sido objeto de
-XVI (direito de reunião) e
individuais -LXI (exigibilidade de prisão deliberação por parte do
-LXI (exigibilidade de prisão somente em flagrante delito Congresso Nacional no
somente em flagrante delito ou por ordem da autoridade momento de autorização
ou por ordem da autoridade judicial competente) e também da medida;
judicial competente) o
3.Devem estar
-art. 220 (liberdade de expressamente previstos
manifestação do pensamento, no Decreto presidencial.
a criação, a expressão e a
informação)

Posterior.

Decretado o Estado de
Defesa ou sua prorrogação,
o Presidente da República, Prévio.
dentro de 24 horas, submeterá
Controle o ato com a respectiva O controle do Congresso IDEM AO ESTADO DE
político sobre a justificativa ao Congresso Nacional é prévio, vez que há SÍTIO ANTERIOR.
decretação Nacional, que somente necessidade de autorização
aprovará a decretação por para que o Presidente o decrete.
maioria ABSOLUTA de ambas
as Casas Legislativas editando
o respectivo Decreto
Legislativo.

A mesa do Congresso
Nacional, ouvidos os líderes
partidários, designará
Fiscalização Comissão composta de
política sobre as 5 de seus membros para IDEM IDEM
medidas acompanhar e fiscalizar
a execução das medidas
referentes ao Estado de
Defesa e ao Estado de Sítio.

98 RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3


RETA FINAL TJ/MS
NFPSS

O Congresso Nacional IDEM. Além disso, no Estado


permanecerá em de Sítio não se incluirá a
funcionamento até o término possibilidade de restrição à
das medidas coercitivas. Em liberdade de informação, a
Atividade IDEM AO ESTADO DE
hipótese alguma permite- difusão de pronunciamentos
parlamentar SÍTO ANTERIOR.
se o constrangimento do de parlamentares efetuados em
Poder Legislativo, sob pena suas Casas Legislativas, desde
de crime de responsabilidade que liberada pela respectiva
(art. 85, III) mesa.

Cessado o Estado de Defesa


ou o Estado de Sítio, cessarão
também seus efeitos, sem
Responsabilidade IDEM IDEM
prejuízo da responsabilidade
pelos ilícitos cometidos por
seus executores ou agentes.

Cessada a situação
excepcional, as medidas
aplicadas em sua vigência
serão relatadas pelo
Presidente da República, em
Prestação de mensagem ao Congresso
IDEM IDEM
contas Nacional, com especificação
e justificação das providências
adotadas, com relação
nominal dos atingidos,
bem como a indicação das
restrições aplicadas.

Desrespeito
dos requisitos
Crime de responsabilidade
e pressupostos
sem prejuízo das
constitucionais IDEM IDEM
responsabilidades civis e
por parte do
criminais.
Presidente da
República

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