Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
Parte online
Módulo 1
COMPLIANCE OVERVIEW
Triângulo da fraude:
Diamante da fraude:
Posição de autoridade + compreender e explorar e burlar os sistemas de controle interno + confiança do
fraudador de que não será detectado ou, se for, sairá da situação com facilidade + capacidade de lidar com o
estresse quando o fraudador comete o ato reprovável.
FRAUDE E CORRUPÇÃO
KPMG – Perfil do fraudador: entre 36 e 55 anos, mais de 6 anos de casa e, na maioria das vezes, ocupa
funções nas áreas executiva, financeira, operacional, vendas ou marketing.
Programa de compliance vai muito além de anticorrupção, também combate fraude, estabelece
procedimentos corretos e éticos aos colaboradores da empresa.
Consequências da corrupção:
- Danos à imagem;
- Monitoramento governamental;
- Mudanças legislativas;
- Multas milionárias;
- Redução do ROI (Retorno do Investimento);
- Perda de confiança dos investidores.
Corrupção tem reflexos sociais: Valores desviados deixam de ser investidos em políticas públicas.
- Agente;
- Interesse pessoal extraprofissional;
- Nexo de causalidade;
- Efeito.
Fazem parte da atividade empresarial. Devem ser disciplinados no Código de Conduta e em política apartada.
Guia padrão de conduta de acordo com a Convenção das Nações Unidas (1966) e em melhores práticas de
compliance.
Agentes: art. 332 do Decreto Lei nº 2.848/40 (LOBBY). Ideal investigar o agente (due diligence) antes da
contratação.
Insider trading: utilização de informação relevante sobre a qual deveria manter sigilo, ainda não revelada ao
mercado, para obter vantagem indevida, para si ou para outrem, mediante negociação com valores
mobiliários (art. 27-D da Lei 6.385/76).
Risk assessment (análise de risco) também é um pilar de um programa de compliance, e deve ser desenhado
sob medida para cada empresa, de acordo com os riscos que cada empresa efetivamente enfrenta.
Importante relativizar os riscos, ou seja, colocar um diante do outro e priorizar o que de fato é mais grave ou
menos grave. Dar mais atenção e recursos aos riscos mais importantes e graves.
Código de Conduta: Primeira política de compliance, tanto interna quanto externa (abrange fornecedores,
além dos colaboradores), que vai definir diretrizes, leis aplicáveis, e vai reger as atitudes e relações. Código
de conduta devem introduzir TODOS os tópicos de compliance, que serão detalhados em outra política.
Código de Ética traz os valores da empresa (integridade, cumprimento da lei, tratamento a clientes),
enquanto o Código de Conduta traz as diretrizes para os colaboradores e parceiros de como agir em seu
dia-a-dia, baseado nos valores do Código de Ética. Código de Conduta busca aderência dos colaboradores,
deve ser conciso e introdutório, deve ser acessível, tanto pela linguagem, tanto para pessoas com deficiência.
Profissional de compliance deve explicar o motivo pelo qual as políticas de compliance existem, para que
todos entendam o que devem ou não fazer, interpretando as situações reais, não apenas seguindo um
manual de “do” e “don’t”, que é limitado.
Importante que nos treinamentos de compliance haja a presença de executivos da empresa, para aumentar a
aderência, mostrando que o “chefe” está dando treinamento e assinando embaixo do que está sendo ali
falado.
Auditoria deve ser externa, ou feita por um outro grupo da empresa, e vai avaliar tudo que está sendo feito,
inclusive o trabalho do compliance officer, de modo a validar os trabalhos.
Due diligence: Auditoria que deve ser feita nos fornecedores e parceiros externos da empresa, de modo a
averiguar os riscos no trabalho do fornecedor, e identificar todas as características necessárias pré e pós
contratação. Verificar doações políticas, sócios, área de negócio, histórico, etc, além da aderência do
fornecedor às políticas da empresa, verificando compatibilidades e incompatibilidades.
O compliance officer deve criar uma cultura que torne normal e certo o ato de “dedurar”. A denúncia deve
ser feita de uma maneira simples, ou seja, não devem ser criadas barreiras para um colaborador informar
uma não conformidade em algum negócio da empresa.
A investigação interna é uma apuração de fatos. O investigador não decide nada, apenas averigua. Deve ser
discreto, inteligente, imparcial. O antes e o depois da investigação são ainda mais importantes que a
investigação em si.
Se não houver uma punição/consequência, uma vez detectada a falha, o programa de compliance fica com a
imagem de fraco ou inútil, desacreditando os colaboradores.
LEGISLAÇÃO ANTICORRUPÇÃO
Histórico:
Caso Watergate (1972)
SEC cria programa de reporte voluntário (1975)
Criação do FCPA (1977)
Anticorrupção
Pagamento, oferecimento, promessa ou autorização de pagamento de qualquer soma em dinheiro (ou coisa
de valor:
- Simples promessa ou oferecimento não é suficiente;
- Lei não define o que é “coisa de valor”;
- Benefícios tangíveis ou intangíveis;
- Não há exceção para pequenos valores.
Direta ou indiretamente:
- Indiretamente requer “knowlege” (sabe que pagamento irá ocorrer ou tem probabilidade de ocorrer);
- Cegueira deliberada “willful blindness”;
- Especial atenção com terceiros;
- Incentivo ao due diligence.
Antes de 2013:
Lei 12.846/2013 (Lei Anticorrupção Brasileira). Regulamentação federal só veio em março de 2015 (Dec.
8.420/15).
Objetivo da Lei Anticorrupção é punir empresas pela prática de atos lesivos à administração pública (nacional
ou estrangeira). Sua consequência é a responsabilização administrativa e civil das empresas. Se aplica a
empresas com sede, filial ou representação no Brasil de qualquer porte ou tipo, a seus controladores,
controladas, coligadas ou consorciadas. Empresas coligadas respondem solidariamente no limite da
reparação do dano e pagamento da multa. Responsabilização da empresa, na Lei Anticorrupção, é objetiva.
Atos lesivos:
- Negociar vantagem indevida com agente público ou terceiro relacionado;
- Custear a prática de atos ilícitos previstos na Lei Anticorrupção;
- Valer-se de terceiro para dissimular interesses e beneficiários;
- Dificultar ou intervir na fiscalização ou investigação realizada por agentes/órgãos públicos;
- Fraudar, impedir, manipular e obter vantagem indevida em licitações ou contratos relacionados.
Acordo de Leniência:
- Acordo feito pela empresa com a administração pública;
- Pode permitir a isenção das penas de publicação da decisão condenatória e vedação ao recebimento de
incentivos, além da redução da multa em até 2/3;
- Empresa deve ser a primeira a se manifestar, se reportando à Administração Pública, confessando o ato de
improbidade, cessar seu envolvimento no ato lesivo e cooperar pena e permanentemente com investigações;
- Sanções específicas em caso de descumprimento do acordo de leniência (impedimento para celebrar outro
acordo por 3 anos e validação das informações e documentos entregues pela empresa, podendo se converter
em desfavor dela);
- IN 74/2015: TCU é responsável pela fiscalização dos acordos de leniência celebrados com a administração
pública federal (para formular o acordo de leniência, pela lei, autoridade máxima, pelo decreto, CGU).
DECRETO 8.420/2015
Regulamentou a Lei Anticorrupção
ATENÇÃO
- Responsabilidade objetiva, ou seja, a mera prática do ato lesivo justifica a punição;
- A responsabilização administrativa e civil da empresa não exclui a responsabilização individual de dirigentes
e administradores (civil e criminal);
- A Lei Anticorrupção não exclui a aplicação de outras leis;
- Prescrição: 5 anos
Art. 3º e 4º:
- Empresa pública: pessoa jurídica de direito privado com criação autorizada por lei e com patrimônio
próprio, cujo capital social é integralmente detido pela União, Estados, DF ou Municípios. Pode ter
participação de outras PJ de direito público interno e de outras entidades da administração pública indireta,
desde que a maioria do capital pertença à União, Estados, DF ou Municípios.
- Sociedade de economia mista: pessoa jurídica de direito privado com criação autorizada por lei, sob forma
de sociedade anônima, cujas ações com direito à voto pertençam, em sua maioria, à União, Estados, DF ou
Municípios, ou à entidade da administração indireta.
Art. 1º:
- Todas as empresas públicas ou sociedades de economia mista federais, estaduais, distritais ou municipais.
- Não faz distinção em relação a empresas exploradoras de atividade econômica e prestadoras de serviço, ou
seja, independente da área, a norma é aplicável.
- Empresa pública ou sociedade de economia mista que participe de consórcio na condição de operadora.
- Sociedade controlada por empresa pública ou sociedade de economia mista, inclusive SPE.
- Algumas disposições não se aplicam a empresa pública ou sociedade de economia mista com receita
operacional bruta inferior a R$ 90M no exercício anterior.
Art. 8º - Transparência:
- Elaboração de Carta Pública Anual com objetivos de políticas públicas, interesse coletivo, ou segurança
nacional, justificativa de criação e impactos econômicos objetivos;
- Adequação do Estatuto à legislação que a criou;
- Divulgação de estrutura de controle, fatores de risco, dados econômico-financeiros, comentários dos
administradores sobre desempenho, políticas e práticas de governança corporativa, composição e
remuneração;
- Elaboração de políticas de divisão de dividendos, divulgação de melhores práticas, de transações e
competitividade.
COMPARATIVO:
Módulo 2
É o principal e PRIMEIRO pilar de um programa de Compliance, já que sem ele o programa não existe. Mostra
o comprometimento da administração com o compliance.
O reporte da área de Compliance, via de regra, é feito para a alta administração (C-Level).
Sem o comprometimento da alta administração, não pode haver comprometimento dos demais funcionários.
Guia da OCDE / UKBA Guidance / FCPA Guide trazem o que esperam do comprometimento da alta
administração.
DSC 10.000: Criado para avaliação e certificação em compliance. É mais procedimental que os demais guias.
Fala que a alta direção deve fornecer evidência de seu envolvimento e comprometimento com o programa
de compliance.
Compliance é ligado diretamente à cultura corporativa, seja a existente ou a que será criada.
O responsável por compliance (não há exigência que haja uma área dedicada a isto, mas deve haver
responsável pelas funções) deve ter autonomia e independência, ou seja, o compliance deve ser vivo e estar
envolvido nas estratégias, assim como a alta administração participa do compliance. O responsável por
compliance deve ter o poder de influenciar as decisões da empresa, não pode ser meramente figurativo.
A alta administração deve garantir a investigação de denúncias, mesmo que haja envolvimento de seus
membros, garantir o reporte direto e mecanismos contra punições indevidas da área de compliance.
A alta administração deve dar ao compliance a autonomia necessária para a implantação, treinamento e
providências que porventura devam ser tomadas pela área, assim como incentivar a transparência na
empresa, sem apontar o denunciante como traidor.
A alta administração deve garantir a coerência, ou seja, tratar problemas iguais de forma igual, não podendo
adotar a política “dois pesos e duas medidas”.
Podem ser incluídos na avaliação de desempenho critérios de compliance, ou seja, o quanto o empregado
participa e incentiva o compliance e os códigos de ética e conduta da empresa. Nunca deve a empresa
promover alguém que está sob investigação interna, já que passa um péssimo exemplo.
Pode ser criado um incentivo (brindes, viagens, etc) por participação de funcionários em compliance, quando
se destacarem.
RISK ASSESSMENT
Após entrevistas, construir um relatório com os riscos e a forma de mitigação de cada um.
Serviços de consultoria como notas sensíveis. Analisar a empresa, por meio de banco de dados públicos,
procurando investigações em nome da empresa. Verificar o preço justo de mercado, analisando se o preço
pago para a consultoria em questão está fora do mercado, salvo se por motivo bastante plausível.
Verificar a relação contratual das empresas das notas sensíveis. Há cláusulas anticorrupção? O contrato está
assinado?
BASES LEGAIS:
- FCPA (Consultar “A Resource Guide to the U.S. Foreign Corrupt Practices Act”): Capítulo 5 do Guide diz que,
no âmbito da FCPA, o Risk Assessment é obrigatório.
- UKBA (Consultar “Guidance about procedures which relevant comercial organisations can put into place to
prevent...): Risk Assessment como terceiro princípio para prevenção de corrupção.
- Lei 12.846/13 > Dec. 8.420/15: Art. 42 define os parâmetros de avaliação de um programa de integridade, e
um destes é o Risk Assessment periódico. A análise periódica do risco pode reduzir a pena em um PAR de 1 a
4% do faturamento.
- CGU (Diretrizes): 3º pilar é a análise de perfil e riscos.
SINGULARIDADE E PERIODICIDADE:
Não há programas de compliance iguais, logo, não há Risk Assessment iguais. Cada um é singular e tem que
ser feito baseado nos riscos efetivos de cada organização.
Também não pode ser feito o Risk Assessment uma única vez, pois os riscos são mutáveis ao longo do tempo,
o que faz com quem o Risk Assessment deve ser periódico, para que seja mantido sempre atualizado e
aplicável à rotina empresarial.
O Risk Assessment periódico pode levar a atualização de POPs, criação de novos controles, identificação de
necessidade de treinamentos, mudanças de estratégia, etc.
CONCEITO:
Processo destinado a identificar os riscos de Compliance aos quais a empresa está exposta, quais os fatores
de risco existentes, qual o impacto potencial na organização e a probabilidade de materialização, quais as
medidas mitigatórias já existentes, quais devem ser aprimoradas ou criadas (ou suprimidas), qual o plano de
implantação dos ajustes às medidas mitigatórias e como este será monitorado pela Unidade de Compliance.
NA PRÁTICA:
0- Conheça sua organização, sua atividade, perfil dos funcionários, seus clientes e fornecedores, os riscos já
materializados, o que eventualmente já foi trazido pela ouvidoria ou canal de denúncias, a realidade do
mercado e outros elementos relevantes.
1- Conheça sua jurisdição/fontes: leis às quais a organização está sujeita, sejam nacionais ou internacionais,
código de conduta da empresa, materiais de treinamento, relatórios de auditoria, etc.
2- Elaboração de grade de riscos/fatores de risco: elencar os riscos, seu grupo de risco (corrupção, etc),
impacto e probabilidade.
5- Planejar as entrevistas: identificar os donos de processos das diversas áreas da corporação. Correlacionar
as áreas com os fatores de risco aos quais elas estão expostas. Avaliar quantas entrevistas e com quais temas
deverá realizar. Realizar as entrevistas: donos de processos vão criticar as classificações do risco inerente e
apontas as medidas mitigatórias existentes. Entrevistador + entrevistado = risco residual ou atual + plano de
ação para medidas mitigatórias.
Risco residual = grau de risco ao qual a organização está exposta considerando as medidas mitigatórias já em
prática.
CRIAR EVIDÊNCIAS DO PROCESSO DE RISK ASSESSMENT. CRIAR ATAS DE REUNIÕES, ENTREVISTAS. REGISTRAR
O AVANÇO DE CADA PASSO DO PLANO DE AÇÃO.
Como priorizar:
- Por relevância de riscos (mais econômico e rápido): começar pelos riscos mais severos e ir até os mais leves.
- Por relevância de áreas (quando alguns setores concentram maior risco): decisão a ser tomada apenas no
passo 5.
Chief Compliance Officer não pode se isolar da liderança! Sempre se reportar à liderança. Mostrar trabalho e
resultados.
Motivos:
- Formalização do programa de compliance, do que é importante dentro do programa;
- Criar uma referência que vai guiar os funcionários em suas atitudes e decisões diárias.
Políticas devem ser simples e bem explicados, pois se aplicam a todos os funcionários da empresa e todos
precisam saber ler e entender por conta própria.
Políticas são o topo da pirâmide, normas vêm abaixo, e procedimentos operacionais padrão abaixo.
Código de Conduta: dá o “Norte” aos funcionários da empresa sobre padrões de comportamento esperado.
Deve dar o pontapé inicial para os diversos tópicos de compliance, que serão detalhados em outras políticas.
Deve ser curto o suficiente para ser lembrado. Deve ser de fácil entendimento. Deve ser único, ou seja,
apenas um código para a empresa toda. Não pode ser composto de “juridiquês”. Exemplificar e explicar. Deve
estar acessível, tanto para pessoas com deficiência, quanto para estrangeiros, em caso de operações em
outros países. Deve haver relação entre as políticas de compliance e os tópicos do código de conduta, não
pode estar faltando, nem um, nem outro. Deve funcionar para a realidade da corporação, ou seja, o que
funciona para a empresa.
- 2º Grupo: Definição dos processos internos de compliance. Descrever cada pilar do programa de
compliance com uma política.
Gerenciar riscos é identificar e mensurar riscos, definindo a estratégia para lidar com eles.
Controle interno é processo implementado pela organização que é formado por programas, pessoas, coisas,
sistemas, de forma permanente. Dá uma razoável segurança de que os riscos estão sob controle.
Controle interno pode ser preventivo (garante que o risco não irá se materializar) ou detectivo (identifica
erros que já ocorreram).
Controle preventivo e automatizado é o mais eficaz, mas também o mais caro. É ideal medir o tamanho e
preço do risco para definir o melhor controle, seja preventivo ou detectivo, automatizado ou manual.
Controles podem ser aprovações, análises, segregação de função em compras, relatórios de análise de
tendências.
O controle interno permite monitorar o programa de compliance, de forma a verificar se o que foi
estabelecido está sendo feito na prática. O controle deve ser bem desenhado e bem executado.
Monitoramento e detecção.
TREINAMENTO E COMUNICAÇÃO
- Guia da OCDE;
- Guia do UKBA;
- Guia do FCPA;
- Guia da CGU;
- Guia do CADE;
- DSC 10.000.
Todos os guias acima mencionam o treinamento e a comunicação como necessários para o programa de
compliance.
Sem comunicação e informação, cada um faz o que bem entende, da maneira que deseja.
A alta administração deve ser comunicada sempre de tudo que acontece no programa de compliance e deve
ser treinada separadamente, um treino específico para eles, assim como participar do treinamento dado aos
demais colaboradores, para mostrar o apoio ao processo.
É importante comunicar o plano da análise de riscos, de modo a conseguir a melhor colaboração de todos.
Treinamento:
- Meta de 100% das pessoas treinadas;
- Importante ter atenção total dos treinados, ou seja, fazer de forma leve e didática.
O treinamento pode ser feito em nichos, ou seja, algumas partes do treinamento podem ser dadas somente
para as áreas que lidam com aqueles riscos. A parte geral do treinamento, sobre linhas gerais do programa,
deve ser aplicada a todos os funcionários.
Denúncias:
- Comunicação deve acabar com a imagem de que a denúncia é ruim;
- Treinar as pessoas para que saibam identificar as bandeiras vermelhas / sinais de alerta;
- Identificar, caso aplicável, como colocar os incentivos ao compliance dentro do contexto.
CRIMINAL COMPLIANCE
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
MONITORAMENTO E AUDITORIA
Auditoria e monitoramento são essenciais para saber o que está funcionando ou não, e o que precisa
melhoria, ou não. Isto permite a implementação de ações para corrigir falhas.
Falta de profissionais qualificados, tanto em compliance quanto em auditoria, é um grande desafio.
Auditoria é independente, ágil, e focada no cumprimento de normas e políticas internas. Faz testes baseados
em amostras.
Monitoramento é contínuo, para identificar possíveis violações de forma rápida, e corrigir as falhas, podendo
ser automatizado, inclusive.
Após a SOX, os auditores se voltaram muito para o lado financeiro/contábil, se esquecendo os aspectos de
compliance e qualidade.
2- Execução
- Planejar trabalho de campo;
- Executar o trabalho;
- Amostragem e testes;
- Avaliação global dos resultados;
- Pontos de auditoria;
- Comunicação de resultados (sumário executivo e relatório).
3- Conclusão
- Follow-up da resposta ao relatório;
- Avaliação do plano de ação;
- Acompanhamento e avaliação da implementação.
A seleção de amostras para os testes pode ser direcionada, aleatória ou com data analytics.
INVESTIGAÇÃO E REPORTE
Lei Anticorrupção traz o conceito de cooperação. A cooperação é levada em conta no momento da sanção,
podendo reduzi-la.
A investigação visa interromper e remediar o fato ilícito, bem como entender o que ocorreu, para ajustar o
programa de compliance para evitar que o ilícito ocorra novamente.
Investigação Interna:
- Deve ser muito bem planejada, para garantir a independência e a credibilidade da investigação;
- Notícias, procedimentos administrativos e judiciais, canal de denúncia, auditoria, entrevista de
desligamento, due diligence, investigações do governo, entre outros, podem dar início a uma investigação
interna;
- Deve haver discrição para a obtenção das informações necessárias para a averiguação dos fatos;
- Deve ser envolvido o Departamento Jurídico, quando houver indícios de corrupção;
- Verificar as leis aplicáveis ao caso concreto;
- Deve ser definido no início o escopo da investigação, sendo certo que tal escopo pode e deve ser atualizado
ao longo do tempo, dependendo do que for sendo encontrado na investigação, aumentando ou diminuindo o
escopo, além de definir o intervalo de tempo a ser investigado;
- Deve ser definido o reporte da investigação, sempre sendo um canal independente. Caso haja participação
da diretoria, é importante haver reporte para o Conselho de Administração ou para um conselho de
auditoria, por exemplo;
- O envolvimento do Jurídico (interno ou externo – a investigação conduzida por advogados externos dá mais
credibilidade, na visão das autoridades) na investigação é benéfico, sobretudo pelo sigilo da profissão, que
torna opcional a entrega da informação obtida às autoridades competentes;
- Preservação de documentos (físicos e eletrônicos) é a primeira medida a ser tomada, no início da
investigação. A empresa deve ter regras claras de TI que deixem claro que todo o material de trabalho está
sujeito a monitoramento;
- Deve-se cessar a conduta ilegal suspendendo contratos, demitindo funcionários, etc;
Condução da Investigação:
- Revisão de documentos. É importante ter noção da legislação de proteção de dados;
- Buscar a maior quantidade possível de fonte de informações (e-mails, contratos, processos administrativos
e judiciais) para auxiliar na investigação;
- Montar critérios de revisão (intervalo temporal, palavras-chave);
- Entrevistas devem ser realizadas após a revisão dos documentos, de modo a já haver um entendimento
maior dos fatos, o que melhora a condução das entrevistas. Entrevistas devem ser presenciais, com o menor
número de participantes possível, não ser conduzida por uma única pessoa (fazer em duplas), se o
entrevistado for mulher, ter mulher na equipe de entrevistas. Utilizar roteiros, mas não se prender a eles.
Não pedir para o entrevistado assinar um termo com suas declarações ou gravar as entrevistas, pois o
objetivo é conseguir o maior número de informações, e “coagir” o entrevistado não é uma boa maneira;
- Relatório: Deve descrever os fatos que geraram a investigação e as informações disponíveis naquele
momento inicial. Após, sumário executivo. Descrever a metodologia adotada na investigação. Fazer um
resumo do que foi identificado na investigação. Após, descrever as implicações legais do que foi descoberto.
Por fim, descrever as medidas de remediação tomadas ao longo do processo e fazer as recomendações para
evitar que os mesmos fatos ocorram novamente.
- Fazer relatórios periódicos ao longo da investigação, se reportando a quem de direito.
- Deve-se ser imparcial, reportando os fatos, sem tomar partido de nada.
Medidas de remediação:
- Cláusulas de compliance e auditoria em contratos, possibilitando a saída fácil em caso de crise;
- Demissão de funcionários envolvidos. Se por justa causa, é perigoso porque, ao questionar a justa causa, o
funcionário pode fazer com que a empresa se exponha, mostrando, na ação trabalhista, o ato ilícito que
ensejou a justa causa.
DUE DILIGENCE
Mitigação de riscos:
- Formalizar o contrato por escrito;
- Descrição clara e objetiva dos serviços e pagamentos, no contrato;
- Colocar cláusulas de compliance no contrato (obrigação de reportar certos acontecimentos, não violou o
violará as Leis Anticorrupção e alteração no quadro societário);
- Colocar cláusula de auditoria de A em B, descrevendo quem arcará com os custos, quem fará a auditoria,
etc.
Procedimento:
- Pesquisa independente;
- Envio de formulários solicitando informações e documentos;
- Visita in-loco e entrevistas.
COMPLIANCE DIGITAL
Monitoramento de empregados:
Não há lei que trate do assunto, apenas jurisprudências.
Em 2003, houve decisão que equiparava o monitoramento da empresa ao empregado era violação de
privacidade, equiparando a um grampo telefônico.
Em 2005, o TST decidiu que o e-mail corporativo era o único que poderia ser monitorado, desde que o
empregado soubesse que tal controle existiria e o e-mail privado acessado pela rede corporativa
permaneceria privado.
Em 2014, o TST decidiu que acesso a Messenger particular do empregado, mesmo que em computador e
rede corporativos, era prova inválida, mesmo que ali fosse encontrada conduta ilícita, pois era invasão de
privacidade.
Provas Eletrônicas:
Problemas:
- Integridade (foi adulterado?);
- Autenticidade (quem é o autor?);
- Cadeira de custódia (qual a forma de coleta?).
Prova eletrônica por ata notarial (art. 384 NCPC).
Terrorismo:
Prática de atos por razões de xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, religião, etc.
Programa de Prevenção à Lavagem de dinheiro deve estar ligado ao Programa de Prevenção de
Financiamento ao Terrorismo.
Setor de comercialização de atletas é mencionado na lei, mas não tem regulamentação própria.
Setor de advocacia é obrigado pela legislação, mas a OAB defende que não haja programa de prevenção à
lavagem, em virtude do sigilo profissional.
- Verificar o beneficiário final, não somente o cliente direto que vai interagir, de modo a verificar tudo o
acima e, inclusive, se o beneficiário final é pessoa física e PEP (Pessoa Politicamente Exposta).
- Assim como PEP, é importante verificar se o cliente se trata de Agentes Público ou seus parentes (laranjas).
- Quando identificado um PEP, ou termina-se a relação com o cliente, ou se for manter a relação, a empresa
deve comunicar ao COAF, em 24h da ciência do fato ou transação. O cliente não deve ser avisado da
comunicação.
- DEVE-SE MANTER REGISTRO DAS OPERAÇÕES POR 5 ANOS, SEJAM AS COMUNICADAS OU NÃO.
Penalidades:
- Advertência;
- Multa pecuniária não superior ao (i) dobro do valor da operação; (ii) dobro do lucro real obtido ou que
presumivelmente seria obtido pela realização da operação; ou (iii) valor de R$ 20M;
- Cassação ou suspensão da autorização para o exercício da atividade, operação ou funcionamento;
- Inabilitação temporária, pelo prazo de até 10 anos, para exercício do cargo de administrador das pessoas
jurídicas obrigadas (responsabilidade dos gestores, até criminal, por serem participantes do crime de
lavagem de dinheiro, principalmente nos casos de omissão).