Reflexões sobre a clínica e a psicanálise

No atual momento em que vivemos, é possível assistir a uma crescente oferta de

formas variadas de psicoterapias, o que nos faz refletir sobre a atuação da psicanálise e
sua proposta terapêutica. O que um analista pode oferecer para aquelas pessoas que
procuram seu trabalho?.

Essa era uma pergunta que facilmente era recorrente em meu pensamento
durante a graduação, pode a psicanálise se encaixar nesse contexto tão acelerado que a
maioria das pessoas que compõem nossa sociedade vivem? Após minha colação de grau
não foi diferente, visto o contexto atual de uma pandemia e a incapacidade de realizar
algumas atividades. A única experiência clínica que possuo é a que adquiri na
graduação e é sobre ela que falarei aqui. De imediato sabemos que apesar da psicanálise
e medicina terem se entrelaçado muito em seu tempo inicial, uma ruptura entre ambas
logo ocorreu, inclusive podemos salientar aqui que a psicanálise alcança e trata dores
que não existem medicalizações, aparelhos ou comprovações com exames de que essas
dores estão sendo tratadas. Neste “ tratamento’’ que se chama análise existe um único
recurso inicial para que a mesma possa ocorrer e ele se chama linguagem, é a partir
desta que tudo se inicia, a cura então se estendera entre o alcance e o limite do seu poder
terapêutico. Cada qual envolvido no tratamento analítico se envolve com sua parte.

O paciente sente na pele os efeitos transferências pelo analista, e o analista que

necessita suportar as nuances da transferência e possibilitar a partir desta a ocorrência
do trabalho clinico, posições exercidas que para nenhum dos lados é fácil ou
confortável. A psicanálise não é uma prática de instagram em tempos de redes sociais,
nos quais os pacientes são encontrados ali.

A psicanálise não é para todos, é uma ciência completa a disposição daqueles

que querem entender o seu funcionamento da forma como é, encarando a verdade nua e
crua das várias partes que o compõem, por isso muitos ao perceber isso desistem, falam
de forma errônea e preferem outros caminhos. A psicanálise não serve a modernidade,
ela serve a verdade.

Nome: Milene Do Amaral Flôres