Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
TEXTO I
TEXTO II
O Projeto de Lei 504/20 que pretende proibir “a publicidade que contenha alusão a
preferências sexuais e a movimentos sobre diversidade sexual relacionada a
crianças” tem dado o que falar. A polêmica proposta mobilizou mais de 600
empresas e organizações da sociedade civil, entre elas Coca-Cola, Natura, Ambev,
Disney, Johnson & Johnson e Gerdau, que se manifestaram contrárias ao projeto.
Também houve inúmeras reações nas redes sociais.
De acordo com a consultoria Mais Diversidade, no início da semana, 69 empresas
haviam publicado posicionamentos contrários ao texto na internet usando as
hashtags #abaixopl504, #PropagandaPelaDiversidade e #lgbtnãoémáinfluência.
Para Cauê Batista, profissional da Zilveti Advogados especializado em compliance
para empresas, a proposta é inconstitucional porque fere os artigos 22 e 220 da
Constituição Federal. Com emenda de autoria da deputada estadual Erica
Malunquinho (PSol-SP), a votação foi barrada nessa quinta-feira (29/4). O texto
agora vai ser debatido em comissões, com grupos especializados. O especialista
explica que, em casos assim, se o PL fosse aprovado, o Judiciário poderia ser
acionado.
Dentre os pontos destacados por ele como inconstitucionais, o primeiro (artigo 22)
diz que compete privativamente à União legislar sobre propaganda comercial.
Sendo assim, o projeto não poderia ser discutido em âmbito estadual.
O segundo ponto defendido pelo especialista é de que o artigo 220 indica que a
manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer
forma, processo ou veículo, não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto
nesta Constituição. “Esse PL é uma forma de censura quando discrimina o que pode
ou não estar na propaganda”, explica Batista. “É um projeto completamente
discriminatório, porque pretende segregar famílias e indivíduos”, conclui.
Quando o assunto é publicidade, as marcas e campanhas já são pouco inclusivas,
conforme aponta o estudo “Representação da Diversidade na Propaganda Digital
Brasileira”, realizado pela agência SA 365. Após analisar diversos segmentos, entre
eles Telecomunicações, Varejo e Higiene, a agência concluiu que grupos
minoritários, entre eles LGBTQIA+, tiveram uma participação quase nula em boa
parte das marcas analisadas.
TEXTO III