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Dinâmica praial e caracterização dos processos atuantes na praia da Mococa,


município de Caraguatatuba, litoral norte de São Paulo

Technical Report · August 2009


DOI: 10.13140/RG.2.2.18964.09603

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1 author:

Alynne Affonso

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Relatório Final - Bolsa PIBIC/CNPq
2009

Dinâmica praial e caracterização dos processos atuantes na praia da Mococa,


município de Caraguatatuba, litoral norte de São Paulo.

Alynne Almeida Affonso

SUMÁRIO

Introdução ................................................................................................................... 2
Objetivos e Área de Estudo ....................................................................................... 3
Objetivos ................................................................................................................... 3
Caracterização Fisiográfica e Geomorfológica da Área de Estudo ............................ 3
Caracterização Climática da Área de Estudo ............................................................ 6
Caracterização Oceanográfica da Área de Estudo .................................................... 7
Trabalhos Sobre Dinâmica de Praias ........................................................................ 8

Metodologia .............................................................................................................. 10

Levantamento Bibliográfico ..................................................................................... 10


Perfilagem de Praia ................................................................................................. 10
Análise Granulométrica ........................................................................................... 12
Levantamento Meteorológico .................................................................................. 15
Levantamento de Ondas e Marés ........................................................................... 15
Resultados ................................................................................................................ 16

Levantamento Meteorológico .................................................................................. 16


Fenômenos El Niño e La Niña ................................................................................. 22
Ondas ..................................................................................................................... 23
Marés ...................................................................................................................... 30
Perfis Praiais ........................................................................................................... 31
Parâmetros Granulométricos ................................................................................... 34
Discussão.................................................................................................................. 49

Conclusão ................................................................................................................. 55

Bibliografia ................................................................................................................ 57

1
1. INTRODUÇÃO

De acordo com Komar (1976, 1983), King (1972) e Davies (1986) a praia se
estende desde o ponto onde as ondas começam a interagir com o fundo marinho até a
linha de vegetação permanente (limite de ondas de tempestade), ou onde haja
mudanças bruscas na fisiografia.

Por ser um ambiente de interface entre oceano e continente, a praia é


extremamente dinâmica, exibindo variação contínua de sua forma, devido aos tantos
processos costeiros que nela ocorrem.

Segundo Muehe (1994), modificações nas taxas de aporte e retirada de


sedimentos, alterando o balanço sedimentar de uma praia, podem provocar problemas
sérios em áreas urbanizadas, ou onde o litoral é uma opção de lazer e de atividade
econômica, principalmente quando o balanço é negativo.

Ao longo do litoral brasileiro este cenário não é diferente, pois que muitos
estudos têm evidenciado alterações nos ambientes praiais, particularmente os
relacionados aos fenômenos de progradação e recuos erosivos de linha de costa.

O litoral norte do Estado de São Paulo apresenta um cenário de variabilidade


praial de pequena intensidade, tendo em vista que tais fenômenos ocorrem de forma
localizada, com exceção de segmentos praiais como a planície de Massaguaçú que
vem apresentando alterações de linha de costa com erosão praial acentuada ao longo
da última década.

Modificações na morfologia praial podem ser compreendidas através do estudo


e observação de seus perfis ao longo do tempo, relacionados às demais variáveis
atuantes no meio litorâneo como ondas, correntes, ventos e marés.

O presente trabalho tem como foco a compreensão das variabilidades


temporais da face praial de Mococa, planície de Massaguaçú, município de
Caraguatatuba (SP), através da correlação de sua variabilidade espacial e os eventos
meteorológicos atuantes ao longo do litoral paulista, ou seja, compreender a dinâmica
dos processos que determinam a variabilidade espaço-temporal e os mecanismos que
a envolvem para tentar minimizar seus efeitos negativos.

2
2. OBJETIVOS E ÁREA DE ESTUDO
2.1 Objetivos

O estudo dos processos atuais da linha de costa requer a caracterização da


cobertura sedimentar e de sua mobilidade em função de parâmetros oceanográficos,
como ondas, correntes e maré, meteorológicos, como precipitação, direção e
intensidade dos ventos e hidrológicos, como descarga fluvial (Muehe, 1994).

O objetivo geral do projeto de responsabilidade da bolsista está vinculado aos


objetivos gerais do projeto Fapesp 2007/56211-9 (Dinâmica Sedimentar Atual da Praia
de Massaguaçú – SP – Identificação dos processos que controlam o desenvolvimento
acelerado dos fenômenos erosivos do arco praial), que estuda os processos
morfodinâmicos que ocorrem tanto ao longo como através deste arco praial, indutores
da evolução da atual linha de costa.

Para tal, serão realizados perfis topográficos transversais à praia, em toda sua
extensão, que serão avaliados temporalmente em conjunto ao diagnóstico
meteorológico, responsáveis pela variação no regime de ondas e sua incidência direta
na praia, determinante no transporte sedimentar e variabilidade apresentada pelos
perfis praiais. Coletas de sedimento proporcionarão os dados granulométricos, que
exercem importante efeito sobre o perfil.

2.2 Características Fisiográficas e Geomorfológicas da Área de Estudo

O enfoque deste trabalho é a praia de Mococa, orientação SE, com


aproximadamente um quilômetro de extensão, localizada junto à foz do Rio Mococa,
na planície de Massaguaçú no município de Caraguatatuba, litoral norte do estado de
São Paulo (Figura 1).

A praia da Mococa pode ser considerada uma praia de bolso, ou seja, de


extensão limitada, situada em uma reentrância litorânea ou entre dois cabos ou pontas
(Suguio, 1992). Estes ambientes prevêem transporte escasso de sedimentos ao longo
da costa, sendo dependentes principalmente da dinâmica de ondas, através do
sistema onshor-offshore de transporte (Dail et al., 2000).

3
Figura 1: Detalhe do município de Caraguatatuba no estado de São Paulo, proximidades
da praia da Mococa e Ilha do Tamanduá e Praia da Mococa em detalhe

O litoral paulista, sob um ponto de vista geomorfológico, está inserido na


unidade Província Costeira, que é subdividida em outras duas subáreas, Serrania
Costeira e Baixada Litorânea, cada uma com características geomorfológicas
peculiares (Erosão e Progradação do Litoral Brasileiro).

A evolução geológica do litoral de São Paulo está relacionada ao soerguimento


da Serra do Mar e posterior subsidência da Bacia de Santos, ocorridos no final do
Cretáceo (Almeida, 1976), e às variações de nível do mar verificadas no Quaternário e
registradas por Suguio e Martin (1978) dos eventos Cananéia e Santos, de natureza
regressiva, ocorridos no máximo transgressivo de 120000 e 5100 AP.

Esta evolução originou a geomorfologia da costa do estado paulista, que é


marcada pela Ilha de São Sebastião, onde, a partir deste ponto, verifica-se uma

4
mudança geral da linha de costa, passando de NE-SW na parte sul para E-W na
porção norte.

A costa do litoral norte é bastante recortada, graças à proximidade com a Serra


do Mar, que é alinhada obliquamente ao litoral em todo estado de São Paulo. São
numerosas as baías e enseadas presentes entre a Ilha de São Sebastião e Ubatuba,
além de praias de bolso, formadas por depósitos continentais na sua porção interna e
marinha na porção externa, e diversas orientações da linha de costa; a planície de
Caraguatatuba é a mais extensa deste compartimento (Fulfaro et al., 1974).

Na classificação proposta por Suguio e Martin (1978), baseada na diminuição


progressiva das áreas de depósitos quaternários separadas por esporões da Serra do
Mar, a praia da Mococa enquadra-se no compartimento São Sebastião – Serra de
Parati, no segmento denominado “planícies litorâneas de extensões restritas”.

Numa classificação mais recente, Ponçano et al. (1999), que através do estudo
de praias considerando as tendências resultantes da deriva litorânea, levou em
consideração os processos sedimentares ao longo de dezenas de anos na costa,
enquadra Mococa no compartimento “Toque-Toque a Tabatinga” (figura 2). Dentro
deste compartimento as praias são dividas em outros 4 setores: praias continentais e
insulares do Canal de São Sebastião, praias expostas ao oceano na ilha de São
Sebastião, praias da planície costeira de Caraguatatuba e praias entre Massaguaçú e
Tabatinga. Mococa se encontra nesta última repartição, na porção mais ao norte, com
características similares ao compartimento Tabatinga-Picinguaba, com praias de bolso
localizadas em baías e enseadas e características morfodinâmicas variadas (Erosão e
Progradação do Litoral Brasileiro).

5
Figura 2: Compartimento Toque-Toque – Tabatinga. 9a indica as praias do da parte
continental do Canal de São Sebastião e Ilha de São Sebastião. 9b são os setores da
planície costeira de Caraguatatuba e, ao norte, o setor que contém as praias de
Massaguaçú e Tabatinga.

2.3 Características Climáticas da Área de Estudo

No Brasil atuam principalmente duas massas de ar, derivadas do Anticiclone


Tropical Atlântico (ATA) e do Anticiclone Polar Migratório (APM) (Fonzar, 1994).
Enquanto o primeiro é semifixo, agindo nas baixas latitudes do Atlântico e responsável
pelos alísios a leste do continente, o segundo é o gerador de sistemas frontais que
ocasionam precipitações, mudanças na direção do vento e dos trens de onda vindos
de Sul e Sudeste. Estes dois sistemas são os responsáveis pela dinâmica atmosférica
regional .

Embora o deslocamento veloz de uma frente fria amenize sua amplitude, se a


mesma estiver estacionária, em posição paralela à costa, podem ser gerados
fenômenos de instabilidade. Ao se defrontar com a Serra do Mar, esta instabilidade
pode ser ampliada gerando chuvas torrenciais.

O litoral paulista está classificado como tropical e subtropical úmido, com


subdivisão em Litoral Norte (Ubatuba a São Sebastião), Litoral Central (Bertioga a

6
Peruíbe) e Litoral Sul (Juréia a Ilha do Cardoso) (Erosão e Progradação do Litoral
Brasileiro).

Estas características climáticas conferem ao regime de chuvas característica


essencial no transporte de água doce e sedimentos para os sistemas praiais, uma vez
que as bacias de drenagem são escassas no litoral de São Paulo. Os índices de
participação dos sistemas frontais não são inferiores a 77% na formação das chuvas
ao longo do ano (Erosão e Progradação do Litoral Brasileiro).

De maneira geral, os períodos de alta freqüência pluviométrica se concentram


nos meses de Primavera-Verão, indicando maior concentração nos meses de Janeiro
a Março, sendo Julho o mês mais seco.

2.4 Características Oceanográficas da Área de Estudo (Ondas e Marés)

Os trens de onda que atingem a costa de São Paulo não estão associados aos
ventos locais, mas com os ventos de origem oceânica. A célula de origem leste de
ventos prevalece durante maior parte do período no litoral paulista, e associados a
estes ventos estão as ondas de alturas entre 0,5 e 1,0 metro. Já para os ventos
gerados a sul, estão associadas ondas de alturas acima de 2,0 metros (Ponçano,
1999).

Ainda, segundo Ponçano (1999), o ATA é menos efetivo no transporte de areia


ao longo do litoral paulista que o APM, responsável pela deriva litorânea sob
condições de mau tempo.

No litoral norte, as correntes de deriva litorâneas podem ser compreendidas a


partir das configurações próprias de cada enseada e de suas desembocaduras
fluviais.

Na praia da Mococa, que é abrigada da exposição ao mar aberto por diversas


ilhotas e a Ilha do Tamanduá, se verificam os fenômenos de difração e refração de
onda.

A variação de maré na área, assim como em todo o Brasil Meridional, é


caracterizada por regime de micromaré, com amplitude inferior a 2 metros, conforme
classificado por Davies (1964) (apud Hoefel, 1998).

7
3. TRABALHOS SOBRE MORFODINÂMICA DE PRAIAS

Pesquisas sobre a dinâmica de praias vêm sido realizadas em alguns países,


com destaque para Austrália, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda,
Inglaterra e Portugal, de maneira interdisciplinar.

No Brasil as pesquisas são realizadas de forma isolada e com pouco caráter


interdisciplinar. Estes estudos têm sido realizados com maior atenção nos estados do
Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia.

Em São Paulo não são registrados muitos estudos em morfodinâmica de


praias, destacando-se os de Cazzoli (1997), Martins (2000), Farinaccio (2000), Barros
e Tessler (2003), Martins (2006) e Marquez-Karniol (2007).

Cazzoli, em sua pesquisa realizada em Itanhaém, litoral sul de São Paulo,


identificou nas praias de Cibratel e Itanhaém-Suarão que a dinâmica é controlada pela
incidência de sistemas frontais, transporte dominante onshore-offshore e deriva
litorânea para NE; quando da existência da desembocadura de rio, a sedimentação é
controlada também por agentes marinhos e fluviais (Marquez-Karniol, 2007). Com a
passagem de frentes, esta deriva litorânea passa a ter orientação SE/SW e
movimentos transversais à costa.

Martins (2000), através da análise de curto período na praia de Bertioga, litoral


central de São Paulo, concluiu que o Anticiclone Polar Móvel é o principal agente
erosivo e construtor do local. Os sedimentos têm transporte preferencial transversal à
costa e correntes longitudinais orientadas para SW e NE (Marquez-Karniol, 2007).

Barros & Tessler (2003), através do monitoramento realizado nas praias de


Itamambuca, Fazenda e Puruba, identificaram que nas três praias, as ondas geradas
pelos ventos associados ao ATAS (Anticiclone Tropical do Atlântico Sul), originárias de
NE e E são predominantemente responsáveis pelos eventos deposicionais, enquanto
que os três de onda relacionados à passagem de frentes, provenientes do quadrante
Sul, são os principais responsáveis pelos eventos erosivos dos prismas praiais.

Martins (2006), em seu doutorado sobre a variação temporal de curto período


de volume e sedimento na praia da Sununga, que é uma praia de bolso localizada em
Ubatuba, observou que a morfodinâmica é gerada principalmente pelo processo de
rotação praial; esta rotação gera alternânica dos setores erodidos ou acrescidos,
processos estes que ocorrem em escalas de dias (Marquez-Karniol, 2007).

8
Marquez-Karniol, em sua pesquisa num segmento de praia da Ilha Comprida,
litoral sul do Estado de São Paulo, verificou que os sistemas de onda de sul e leste
são responsáveis pelos eventos erosivos e deposicionais verificados no segmento
estudado,assim como a alternância da corrente de deriva litorânea para SW e NE na
porção sul da Ilha Comprida.

Como trabalhos de destaque no sul do Brasil, a pesquisa realizada por Horn


Filho, Leal e Oliviera (2000) traça o perfil morfodinâmico e fisiográfico das praias
arenosas da Ilha de Santa Catarina.

Este litoral, que é compartimentado em seis costas, apresenta 126 praias,


sendo 117 delas arenosas e 9 cascalhosas. As arenosas estão agrupadas em 22
sistemas praiais, com 75 delas no setor Oeste (costas NW e SW), 21 no setor Norte
(costa N), 16 no setor leste (costas NE e SE) e 5 no setor Sul (costa S). O
comprimento médio total dessas praias é de 752 m.

Estando as praias da ilha de Santa Catarina sujeitas à atuação de agentes


oceanográficos e meteorológicos, de mar aberto ou áreas protegidas, a ilha foi dividida
pelos autores em três setores distintos: leste (costas NE e SE), aberto e de alta
energia, sujeito à dinâmica imposta pelo Atlântico Sul; oeste (costas NW e SW),
fechado, de baixa energia, influenciado pela dinâmica de áreas protegidas das baías
norte e sul; setores norte e sul (costas N, S), semi-abertos, de média energia, típicos
de dinâmica condicionada pelo regime de ventos dominantes e ondas.

As costas NW e SW, da ponta da Daniela à ponta dos Naufragados exibem


praias de bolso, de pequena e média extensão, adjacentes a depósitos quaternários
de encosta e depósitos lagunares e paludiais de idade holocênica e contíguos aos
maciços cristalinos que afloram junto ao litoral. Os sedimentos apresentam
variabilidade granulométrica, são mal selecionados e retrabalhados rudimentarmente
pela proximidade com a área fonte.

Benedet Filho et al. (2000) analisaram três praias de diferentes características


no litoral de Santa Catarina a fim de identificar os processos de rotação praial em
ambientes morfodinâmicos distintos.

9
4. METODOLOGIA

4.1 Levantamentos bibliográficos:


O levantamento bibliográfico foi efetuado por meio do site do Sibi/USP, utilizando o
sistema Dedalus (http://www.usp.br/sibi/). Foram compiladas informações buscadas
em teses, dissertações e trabalhos científicos publicados em revistas especializadas
que se relacionassem à morfodinâmica de praias.

4.2 Perfilagem da praia:


Foram realizadas doze saídas de campo, entre os meses de Outubro do ano de
2007 e Julho do ano de 2008, sempre que possível, na Lua Cheia, a fim de se captar a
maré de sizígia. Os perfis foram coletados na maioria dos campos no horário matutino,
portanto, a maré não era vazante em vários destes levantamentos.

Para o estudo de arco praial, espaçaram-se os pontos de amostragem ao longo da


praia, a intervalos que dependem do comprimento do arco e da variabilidade
granulométrica encontrada sobre a face praial. Como a praia não apresenta longa
extensão, apenas três perfis de levantamento da topografia da face praial (dois nas
extremidades, sendo um na desembocadura do rio Mococa, e um na porção central)
foram suficientes para caracterizar as variabilidades de todo o segmento estudado
(figura 3).

Figura 3: Os perfis 1, 2 e 3, respectivamente.

O levantamento dos perfis foi realizado com a utilização de nível e de mira


topográfica (figura 4), com as medidas sendo obtidas ao longo da face praial, a cada 2
metros, e dando destaque às áreas de variação do relevo da praia (berma, linha de
deixa, linha d’água e etc) quando estas existiam, como descrito em Muehe (1994). Os
perfis avançavam do setor emerso e adentrava a linha d’água até onde fosse possível
manter um posicionamento estável da mira, que permitisse sua leitura.

10
Figura 4: Levantamento realizado em campo, utilizando mira topográfica e estádia

Os pontos foram localizados junto a marcos fixos (ou seja, que não poderiam ser
retirados tão facilmente do lugar em que estão) e depois fotografados. Os perfis
sempre devem estar perpendiculares à praia, seguindo a orientação desses pontos
fixos escolhidos. As orientações dos pontos escolhidos são 200°N, 180°N e 215°N,
respectivamente, para os pontos Sul, Centro e Norte (figura 5) e foram obtidas através
de bússola com orientação transversal à direção da praia.

Figura 5: Localização aproximada dos pontos escolhidos para o


levantamento

11
O nivelamento é realizado medindo-se a diferença entre a altura do nível e a
superfície do terreno ao longo do perfil. Dentro de um perfil, com o uso de uma trena,
procurou-se fazer com que o espaçamento fosse a cada 2 metros nos perfis 1 e 2 e a
cada 5 metros no perfil 3. A diferença entre as marcações superior e inferior da mira
multiplicada por 100 fornece a distância horizontal corrigida, usada para a confecção
dos perfis.

O desnível do terreno foi obtido através da diferença entre a altura do


equipamento e a leitura do retículo médio da lente do nível em cada ponto. Para
validar os pontos medidos, subtraiu-se o resultado da diferença entre fio superior e fio
médio e fio médio e inferior; se esse valor for menor que 0,1, a cota relativa obtida
para o ponto é considerada como aproveitável.

Portanto:

Validação do ponto: (Fio superior – Fio médio) = (Fio médio – Fio inferior)

A partir daí, osentre


Distância gráficos
miraforam plotados,
e ponto: e depois,
(Fio superior sobrepostos,
– Fio a fim de que se
inferior) x 100
comparassem as variações ocorridas em cada campo.

A partir daí, os gráficos foram plotados e depois sobrepostos, a fim de que se


comparassem as variações ocorridas ao longo do intervalo dos levantamentos
realizados em cada campo.

A referência de nível 1980L do IBGE próxima à praia permitiu que todos os perfis
fossem referenciados, permitindo-se dessa maneira que todos os perfis fossem a ela
referenciados, obtendo-se a variação real de altitude dos perfis ao longo do tempo, e
não de cotas relacionadas a um marco hipotético.

Esta referência está localizada na rodovia Rio-Santos, quase em frente à entrada


da estação de tratamento de água e esgoto “Massaguaçú” da Sabesp. As altitudes
obtidas para os pontos 1, 2 e 3 foram, respectivamente, 1,94325 m, 0,8205 m e 1,1805
m.

4.3 Análises Granulométricas


Amostras de sedimento foram coletadas no estrato mais superficial, no último
ponto de levantamento de cada perfil, junto ao contato entre a face praial e a linha
d’água, banco e cava, quando estes foram identificados. Na impossibilidade de
diferenciar banco e cava ou pela profundidade da água, coletou-se apenas na área
submersa, com água até a altura dos joelhos. Os sedimentos eram acondicionados em

12
sacos plásticos e identificados com o ponto e a data de coleta. Em laboratório, eram
tratados e preparados para o peneiramento a seco, descrito por Suguio (1973).

Com base neste método, as amostras foram secas em estufa, a 60°C (para evitar
endurecimento do material, nem modificar os argilo-minerais sensíveis a altas
temperaturas), durante 24 horas. Deste total, pesavam-se 50 gramas, quando a
quantidade de sedimento coletado era suficiente (o peso exato era anotado na ficha de
Análise Granulométrica por Peneiramento e Pipetagem do Laboratório de
Sedimentologia do IOUSP, na lacuna Peso Antes da Separação), e depois,
acondicionados em béqueres identificados com o número do campo e número da
amostra.

Após este passo, o sedimento foi tratado com Ácido Clorídrico (HCl) a 10%, em
capela, para dissolução de carbonatos (e posterior cálculo do teor de Carbonato de
Cálcio). Após 24 horas de ataque pelo HCl, as amostras eram lavadas para remoção
do ácido, e novamente postas para secagem na estufa, por mais um dia. Este método
é descrito em Gross (1971).

As amostras eram novamente pesadas, e os novos valores eram anotados na


ficha (na lacuna Peso Total Inicial).

Como na análise por peneiramento, os grãos são caracterizados pelo tamanho e


não pelo peso, utilizou-se um conjunto de 12 peneiras (Suguio, 1973) com as
seguintes malhas de abertura, em mm:

2.830 – 2.000

2.000 – 1.140

1.410 – 1.000

1.000 – 0.707

0.707 – 0.500

0.500 – 0.354

0.354 – 0.250

0.250 – 0.177

0.177 – 0.125

0.125 – 0.086
13
O conjunto era colocado no vibrador de peneiras durante 20 minutos. O total
retido em cada uma delas era pesado e anotado na ficha de Análise Granulométrica.

Os valores obtidos pelos processos acima citados, quando interpolados, devem


formar uma curva de distribuição granulométrica e, através de seu formato, obtêm-se
parâmetros estatísticos que permitem análises quantitativas classificatórias, e até
mesmo correlação com outros parâmetros físicos ou biológicos. No caso deste projeto,
utilizou-se o programa de computador Labsed.V02 for DOS para o cálculo dos
parâmetros estatísticos de distribuição granulométrica, não havendo, portanto,
necessidade de se traçar a curva acumulativa.

A caracterização textural da amostra é baseada em três importantes


parâmetros estatísticos: diâmetro médio, desvio padrão inclusivo e assimetria inclusa.

O tamanho das partículas é definido pelo valor da média ou mediana


(tendência central da amostra), seguindo a classificação de Wentworth (in Suguio,
1973). A média é um padrão adequado por ser mais afetada pela configuração das
extremidades da curva, e, portanto, mais sensível às variações no formato da mesma.

Classificação:

-2,0 a -1,0 φ (ou 4,0 a 2,0 mm) Grânulo

-1,0 a 0 φ (ou 2,0 a 1,0 mm) Areia muito grossa

0 a 1 φ (ou 1,0 a 0,5 mm) Areia grossa

1,0 a 2,0 φ (ou 0,5 a 0,25 mm) Areia média

2,0 a 3,0 φ (ou 0,25 a 0,125 mm) Areia fina

Escala utilizada para caracterização do tamanho das partículas. Folk & Ward, 1957 in Suguio,
1973

A escala fi (φ), introduzida por Krumbein (in Suguio, 1973), é o logaritmo negativo
de base 2 da granulometria em milímetro. Na escala φ, todos os intervalos são
eqüidistantes entre si, e a interpolação aritmética é direta, entre os diâmetros dos
grãos na escala φ nas curvas acumulativas.

O desvio padrão (σ1 ) pode ser utilizado como uma medida de dispersão para o
grau de seleção das amostras. A relação fornecida por Folk & Ward (1957), conhecida
por desvio padrão gráfico inclusivo, utilizando os percentis de 84% e 16% (sugeridos

14
inicialmente por Inman, fornecem o desvio padrão, sendo que 2/3 da amostra se
situam entre estes valores) e 95% e 5% (estes englobam toda a amostra) revela
resultados bastante próximos do desvio padrão matematicamente calculado. Folk &
Ward elaboraram a seguinte escala para o grau de seleção dos sedimentos:

σ1 menor que 0,35 Muito bem selecionado

0,35 a 0,50 Bem selecionado

0,50 a 1,00 Moderadamente selecionado

1,00 a 2,00 Pobremente selecionado

2,00 a 4,00 Muito pobremente selecionado

Escala utilizada para caracterização do grau de seleção dos sedimentos. Folk & Ward,
1957 in Suguio, 1973

O grau de assimetria (Sk1) indica a distância entre diâmetro médio e mediana. Em


outras palavras, revela se a curva é simétrica ou assimétrica, e no caso desta última,
como se inclina a porção mais longa da cauda da curva. Folk & Ward sugeriram a
seguinte escala para descrever o grau de assimetria dos sedimentos:

Sk1 entre -1,00 e -0,30 Assimetria muito negativa

-0,30 e -0,10 Assimetria negativa

-0,10 e 0,10 Aproximadamente simétrica

0,10 e 0,30 Assimetria positiva

Escala utilizada para caracterizar o grau de assimetria dos sedimentos. Folk & Ward, 1957 in
Suguio 1973

4.4 Levantamento Meteorológico


O levantamento aqui apresentado foi feito com bases nos dados do CPTEC-INPE
(www.cptec.inpe.br, acessada em 17/02/2009). Foram considerados dados a partir de
Setembro/07, já que o perfil de praia é um resultado de vários eventos meteorológico
que incidem sobre o mesmo.

15
4.5 Levantamento de Ondas e Marés
Os dados foram obtidos do site http://www.surfguru.com.br, a partir do Modelo de
ondas Wavewatch do NOAA, que usa como fonte de dados o modelo atmosférico
Global Forecasting System (GFS) do NOAA. Esta previsão enfoca o comportamento
das ondas oceânicas, sem que haja refração para as zonas costeiras.

Os dados de maré provêm do Porto de São Sebastião, e foram fornecidos pela


Marinha do Brasil.

5. RESULTADOS

5.1 Levantamento Meteorológico

Em Setembro de 2007, houve escassez de chuva e predominância de valores


abaixo da média histórica em praticamente toda a Região Sudeste. Somente durante a
segunda quinzena, três sistemas frontais conseguiram avançar pelo litoral e apenas a
sexta frente fria conseguiu atuar no litoral e interior desta Região. Destacaram-se os
dias 02 e 03, quando a presença de um sistema de baixa pressão sobre o oceano
proporcionou a ocorrência de chuvas intensas e queda de granizo em localidades do
Estado de São Paulo. Vale ressaltar que durante a primeira quinzena, o escoamento
anti-ciclônico sobre o Atlântico Sul esteve mais intenso, adentrando o continente sul-
americano e impedindo o avanço de sistemas frontais sobre o Brasil.
O primeiro destes sistemas frontais a alcançar o litoral norte do Estado de São
Paulo (terceiro a atuar no Brasil) ingressou pelo interior e litoral do Rio Grande do Sul
no dia 15. Pelo litoral, esta frente fria deslocou-se até Campos-RJ; durante a sua
trajetória, este sistema causou moderado aumento da nebulosidade e poucas chuvas
entre as Regiões Sul e Sudeste.
O sistema frontal seguinte (sexto a atingir o Brasil) conseguiu avançar tanto pelo
interior como pelo litoral das Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, posicionando-se
em Vitória-ES, no dia 25.
O sétimo sistema que alcançou o país originou-se entre os dias 27 e 28 e
deslocou-se apenas pelo litoral, desde Florianópolis-SC até Vitória-ES, onde se
posicionou no dia 30. Associado à atuação do jato subtropical em altos níveis, este
sistema ocasionou pancadas de chuva e rajadas de vento em áreas isoladas nos
estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Em Outubro de 2007, até a data do campo (09/10/2007) atuava sobre o


Sudeste uma massa de ar quente e seco, causando queda de umidade e baixos

16
valores de umidade relativa. O primeiro episódio de ZCAS (Zona de Convergência do
Atlântico Sul) daquele ano se iniciou no dia 22, causando chuvas na região de
Ubatuba, com uma média maior que a esperada para o mês; porém, os perfis
coletados não chegaram a registrar esse fenômeno.
Dos sistemas frontais que atuaram no Brasil em Outubro, apenas o terceiro, o
quarto e o quinto alcançaram o litoral do Sudeste, todos após a coleta de dados
realizada no dia 10, não sendo, desta maneira, aproveitados para a análise e
interpretação destes dados. Este quinto sistema frontal, associado ao evento de ZCAS
anteriormente citado, deu início à estação chuvosa no Sudeste.
No mês de Novembro de 2007, 10 sistemas frontais atuaram no Brasil, número
acima do normal esperado para o período; o primeiro e o nono estiveram associados a
ZCAS (Zona de Convergência do Atlântico Sul). Cinco deles alcançaram o litoral norte
de São Paulo.
O primeiro, que alcançou o litoral de Campos (RJ) deu origem ao episódio de
ZCAS entre os dias 04 a 07 de Novembro.
A segunda frente atuante estacionou sobre a região de Ubatuba e acoplou-se a
ZCAS, causando pouca chuva e queda acentuada da temperatura.
O quarto sistema, que se deslocou até o litoral do Rio de Janeiro, registrando
acumulados significativos no litoral paulista e fluminense, sendo que em Ubatuba, nos
dias 12 e 13 foram observados 94 mm de chuva.
O sexto registro de frente atuante deslocou-se com velocidade até o litoral do
Espírito Santo, onde se posicionou, causando chuva e ventos fortes.
A formação de um sistema de baixa pressão sobre o oceano deu origem ao
nono sistema frontal, com características subtropicais. Esta frente avançou de Iguape
ao sul da Bahia, onde se posicionou; este evento deu origem a outro episódio de
ZCAS.
No Sudeste, em geral, os índices de precipitação estiveram acima da média.
O mês de Dezembro de 2007 foi marcado pela ocorrência de episódios
extremos típicos do estabelecimento da circulação de verão sobre a América do Sul.
Contudo, as chuvas estiveram abaixo dos valores climatológicos em grande parte do
Brasil, especialmente nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste. Esta situação foi
observada durante quase todo o ano de 2007. Foi observada ainda uma diminuição da
atividade frontal sobre o Brasil, especialmente no decorrer da segunda quinzena,
quando configuraram-se três episódios da Zona de Convergência do Atlântico Sul
(ZCAS).
De modo geral, as chuvas ocorreram abaixo da média histórica em grande
parte da Região Sudeste. Contudo, a atuação de sistemas frontais e a configuração de

17
dois episódios de ZCAS proporcionaram chuva forte e rajadas de vento em várias
localidades.
Sete sistemas frontais atuaram no País, durante o mês de Dezembro, número
acima do esperado para a climatologia. Destes sistemas, o primeiro e o terceiro
avançaram até o litoral da Região Sudeste, gerando queda de granizo, chuva forte e
rajadas de vento.
O terceiro sistema frontal deu origem ao primeiro episódio de ZCAS do mês,
causando chuva acumulada e de forte intensidade no Sul e Sudeste.
Na segunda quinzena do mês de Fevereiro, destacou-se a atuação da Alta da
Bolívia e dos Vórtices Ciclônicos de Altos Níveis (VCAN), particularmente entre os dias
20 e 24, quando as chuvas foram mais acentuadas sobre as Regiões Centro-Oeste,
Sudeste, Nordeste e Norte do Brasil. Neste período, a ZCAS voltou a se configurar
sobre a Região Sudeste.
No dia 21, a proximidade de um sistema frontal posicionado sobre o oceano e
os efeitos termodinâmicos ocasionaram forte instabilidade atmosférica sobre o Estado
de São Paulo. A partir deste dia, configuraram-se mais dois episódios de ZCAS, com
ocorrência de chuvas mais acentuadas especialmente nas Regiões Sudeste e
Nordeste.
Na segunda quinzena do mês nenhum sistema frontal alcançou o litoral norte do
estado de São Paulo.

Para Março de 2008, as chuvas mais intensas estiveram associadas à atuação do


sistema frontal que deu origem ao segundo episódio de ZCAS daquele mês,
registrando médias acima dos 100 mm de chuva para o litoral paulista.

Ao todo, 4 sistemas frontais atuaram no Brasil, número abaixo do esperado para o


período. Apenas o primeiro deles alcançou o litoral norte de São Paulo até a data de
realização do campo (19 de março), e pode ser registrada no levantamento dos perfis,
sendo o responsável pela formação do segundo episódio de ZCAS anteriormente
citado. O campo foi realizado sob condições de tempo bom.

Entre Abril, Maio e Junho de 2008 as frentes frias passaram a ganhar mais
intensidade especialmente entre Maio e Junho, com a ocorrência das primeiras
friagens do ano. Não ocorreram mais episódios de ZCAS.

Em Junho de 2008 os sistemas frontais que avançaram até o litoral da região


Sudeste causaram poucas chuvas, e os totais de precipitação estiveram dentro da
média climatológica. Seis sistemas frontais atuaram sobre o Brasil, atingindo o litoral
norte de São Paulo o segundo, quarto e quinto.

18
Este segundo sistema, após o dia 11, posicionou-se sobre águas oceânicas,
ondulando entre o litoral de São Paulo e a região Sul. A quarta frente causou o
primeiro episódio de friagem de junho, e deslocou-se com velocidade pelo litoral do
Sudeste, estacionando sobre Vitória, o mesmo comportamento do quinto sistema
frontal observado neste mês.

No mês de Julho/2008, não ocorreu nenhuma passagem de sistema frontal e o


campo do dia 08 foi feito, mais uma vez sob condições de “tempo bom”.

Para Outubro de 2008, embora cinco sistemas frontais tenham avançado até o
litoral da região Sudeste, os totais mensais de precipitação estiveram abaixo do
esperado na maior parte da região, exceto em áreas isoladas de São Paulo e Rio de
Janeiro. Ao todo, oito sistemas frontais atingiram o país.
No dia 04 de Outubro de 2008 uma onda frontal com características subtropicais
formou-se avançando pelo litoral até Cabo Frio; em seu processo de formação, este
evento provocou chuva abundante em todo o Estado de SC e em parte dos estados do
Sudeste.
Entre os dias 06 e 09 de Outubro uma frente fria atuou entre Argentina e RJ,
apresentando o deslocamento do anticiclone pós-frontal de forma oceânica, causando
chuvas especialmente entre o sul e leste de SP. Na retaguarda dessa frente fria a alta
pressão pós-frontal se fortaleceu e atingiu o valor de 1036 hPa, com lento
deslocamento para nordeste pelo Atlântico. A massa de ar frio associada a este
sistema provocou queda de temperaturas na Região Sul e em parte da Região
Sudeste.
No período entre 12 e 19 de Outubro um novo sistema frontal avançou pelo litoral
até Campos (RJ). Este sistema frontal ficou estacionário no sul do Rio Grande do Sul
até o dia 14, logo começou a evoluir lentamente para norte chegando a RJ no dia 19.
A partir do dia 17, quando a frente chegou a SP, organizou-se um canal de umidade
em direção ao interior do continente, configurando-se o primeiro episódio de ZCAS
desta estação chuvosa. Este sistema frontal também penetrou pelo interior da Região
Sul, de MS e de SP, provocando grandes acúmulos de chuva, além de tempo severo.
O décimo sistema frontal surgiu de uma onda frontal subtropical (OFST) durante o
dia 26. Pelo litoral, o ramo frio desta onda avançou desde Rio Grande (RS) até Vitória
(ES). Em seu percurso, este sistema provocou temporais com grandes impactos
significativos na população da área afetada.
O décimo primeiro sistema frontal também surgiu de uma OFST que atuou no
litoral até Campos (RJ), no dia 31.

19
Em Novembro de 2008, segundo dados do INMET, para a região de Ubatuba
foram registrados totais diários de 156,4 mm de chuva, no dia 11.
Entre os dias 14 e 16 de Novembro de 2008, uma frente fria chegou pelo litoral até
Ubatuba, sem influenciar o tempo significativamente no interior do continente. Este
sistema foi a única a atuar no Brasil e, no oceano, foi uma das responsáveis por
manter a ZCAS ativa, além de causar acumulados significativos de chuva no litoral
paulista.

Entre o dia 01 e 02 de Dezembro de 2008, uma intensa zona de convergência de


umidade (ZCOU) garantiu a grande quantidade de nuvens entre o norte da Região
Sudeste e o Nordeste, com acumulado significativo e chuva forte em algumas áreas.
Seis sistemas frontais atuaram sobre o país, o primeiro e o terceiro alcançando o litoral
paulista.
No final do dia 03 forma-se a ZCAS. Este sistema manteve forte atividade
convectiva no Sudeste, e foi reforçado pela frente fria que chegou ao litoral. A ZCAS
desconfigurou-se no início do dia 07, e mesmo assim, podia-se verificar uma esteira
de nebulosidade em direção ao continente. Esta esteira foi mantida pelo sistema
frontal estacionário no oceano.
Na tarde/noite do dia 02 o deslocamento de cavados na média e alta troposfera,
difluência em altitude e a condição termodinâmica favoreceram a ocorrência de chuvas
fortes em grande parte do Estado de SP, Sul de MG e parte do sul do RJ.
No final do dia 11 formou-se uma onda frontal subtropical (terceiro sistema) sobre
o Atlântico, a leste de SP, que voltou a instabilizar e provocar chuva sobre boa parte
do Estado paulista. Este sistema deslocou-se rapidamente para norte posicionando-se
a leste do Rio de Janeiro. Após o deslocamento deste sistema verificaram-se chuvas
associadas à circulação de leste, principalmente na faixa litorânea do Estado Paulista
e Fluminense.
A onda frontal, citada anteriormente, ajudou a intensificar a convergência de
umidade entre o Sudeste, Centro-Oeste e o Norte do Brasil dando origem a mais um
episódio de ZCAS no dia 12. Este evento de ZCAS foi mais intenso que o primeiro
com característica mais clássica. Provocou chuva intensa e acumulado significativo
nos Estados destas Regiões entre o final da sexta (12/12) e, pelo menos, até a quarta-
feira (17/12). O Vórtice Ciclônico que atuou no dia 15 entre o nordeste do RS, centro-
leste de SC e do PR, causou a advecção de vorticidade ciclônica a nordeste deste
aprofundando na coluna atmosférica e dando origem a um novo ciclone subtropical,
associado a uma onda frontal subtropical (quarto sistema) a sudeste do RJ no dia 16
reforçando a atuação da ZCAS.

20
Em Janeiro de 2009 as chuvas estiveram acima da média histórica graças a
atuação de dois episódios de ZCAS. No estado de São Paulo, a formação de intensas
áreas de instabilidade no final de Janeiro estiveram associadas principalmente ao
deslocamento para leste do escoamento difluente da Alta da Bolívia.
Três sistemas frontais atuaram no Brasil, número abaixo da média para a
climatologia.
O primeiro sistema frontal originou-se de um centro de baixa pressão que se
formou no litoral do Paraná no dia 03. O ramo frio associado deslocou-se desde
Paranaguá-PR até o Rio de Janeiro-RJ, entre os dia 03 e 04. A permanência deste
sistema próximo ao litoral do Rio de Janeiro e Espírito Santo favoreceu a organização
do primeiro episódio de ZCAS.
No dia 20, um centro de baixa pressão configurou-se adjacente ao litoral de São
Paulo dando origem ao terceiro sistema frontal com características subtropicais. O
ramo frio associado deslocou-se desde Santos-SP até Campos-RJ, onde se
posicionou no dia 23. Este sistema frontal interagiu com a banda de nebulosidade
associada ao segundo episódio de ZCAS.
Em Fevereiro de 2009, os totais pluviométricos estiveram abaixo da média. Um
único episódio de ZCAS contribuiu com chuvas apenas no norte do estado de São
Paulo, entre 12 e 16 de Fevereiro. Os sistemas frontais estiveram restritos apenas à
região Sul
No mês de Abril de 2009, os sistemas frontais continuaram restritos à região Sul do
país, em número abaixo do esperado para a climatologia do período. Um episódio de
ZCAS contribuiu com chuvas acima da média na região Sudeste, principalmente a
partir do dia 23.
No mês de Maio de 2009, os índices totais pluviométricos estiveram dentro do
esperado para o período.
Em Junho, as chuvas estiveram abaixo do esperado e os totais mensais ocorreram
abaixo da climatologia.
Para Julho, foram registrada a incursão de 4 sistemas frontais, porém os dados
disponíveis não registram se algum deles alcançaram o litoral norte de São Paulo.
Para Fevereiro, Março, Abril, Maio e Junho não foram encontrados dados de
entrada de frente fria. O boletim Climanálise, principal fonte de obtenção deste tipo de
informação para a obtenção deste relatório, até a data de sua confecção,
disponibilizou edição até o mês de Janeiro de 2009.

21
5.2 Fênomenos El Niño e La Niña
O El Niño representa o aquecimento anormal das águas superficiais e sub-
superficiais do Oceano Pacífico Equatorial. As anomalias do sistema climático
conhecidas como El Niño e La Niña representam uma alteração do sistema oceano-
atmosfera no Oceano Pacífico tropical, com conseqüências no tempo e no clima em
todo o planeta. Nesta definição, considera-se não somente a presença das águas
quentes da Corrente El Niño, mas também as mudanças na atmosfera próxima à
superfície do oceano, com o enfraquecimento dos ventos alísios (que sopram de leste
para oeste) na região equatorial. Com esse aquecimento do oceano e com o
enfraquecimento dos ventos, começam a ser observadas mudanças da circulação da
atmosfera nos níveis baixos e altos, determinando mudanças nos padrões de
transporte de umidade, e portanto variações na distribuição das chuvas em regiões
tropicais e de latitudes médias e altas. Em algumas regiões do planeta também são
observados aumento ou queda de temperatura (Fonte: CPTEC/Inpe).
O La Niña representa um fenômeno oceânico-atmosférico com características
opostas ao El Niño, ou seja, esfriamento anormal nas águas superficiais do Oceano
Pacífico Tropical. Alguns dos impactos de La Niña tendem a ser opostos aos de El
Niño, mas nem sempre uma região afetada pelo El Niño apresenta impactos
significativos no tempo e clima devido à La Niña (Fonte: CPTEC/Inpe).
Como para o período de levantamento meteorológico o La Niña agiu quase que
integralmente, verificando-se ainda fase de transição para o El Niño, abaixo estão
descritos o comportamento das Temperaturas de Superfície do Mar para o Pacífico
Equatorial no período que engloba os levantamentos.
Em Setembro de 2007, os campos oceânicos e atmosféricos de escala global
evidenciaram a maior intensidade deste fenômeno sobre o Pacífico Equatorial, com
expansão das anomalias negativas de Temperatura da Superfície do Mar.
No mês de Outubro do mesmo ano, os campos oceânicos e atmosféricos de
escala global evidenciaram o estabelecimento da fase madura do La Niña sobre o
Pacífico Equatorial.
Em Novembro e Dezembro, o fenômeno foi intensificado, com o aumento das
anomalias negativas de Temperatura da Superfície do Mar, em comparação com o
mês anterior.
Em Fevereiro e Março de 2008, os campos oceânicos e atmosféricos de escala
global evidenciaram a persistência do fenômeno La Niña, com destaque para a
expansão das áreas de anomalias negativas de Temperatura da Superfície do Mar
sobre o Pacífico Equatorial.

22
Em Junho deste ano se registrou um enfraquecimento do fenômeno
concomitantemente com o inicio da evolução da fase quente do El Niño – Oscilação
Sul sobre o Pacífico Equatorial. No Atlântico, as Temperaturas de Superfície do Mar
apresentaram valores acima da média.
Já em Julho, os campos oceânicos e atmosféricos de escala global mostraram um
aumento da área de anomalias positivas de Temperatura da Superfície do Mar (TSM)
no Pacífico Leste, mantendo-se, contudo, uma situação de neutralidade em relação à
configuração do fenômeno El Niño.
Em Outubro e Novembro de 2008, a Temperatura da Superfície do Mar mostrou
tendência de resfriamento nos setores central e leste do Pacífico Equatorial. O
Atlântico Tropical Norte apresentou TSM acima da média, porém com anomalias
positivas menores que as observadas em outubro passado.
Já para Dezembro deste mesmo ano, os campos oceânicos e atmosféricos
envidenciaram a intensificação do fenômeno La Niña, com o aumento das anomalias
negativas da Temperatura da Superfície do Mar sobre o Pacífico Equatorial Leste.
Em Janeiro de 2009 as anomalias negativas da Temperatura da Superfície do Mar
evidenciaram a atuação do fenômeno La Niña no setor oeste do Pacífico Equatorial.
Em Fevereiro e Março de 2009, o fenômeno La Niña evidenciou sinais de declínio,
No mês de Abril e Junho de 2009, há registro de aquecimento das águas e a
diminuição de anomalias negativas de Temperatura da Superfície Média do Mar,
sinalizando a transição para a fase quente do El Niño – Oscilação Sul, como
observado no mês de Março do ano anterior.
Em Julho, embora já se verifique características associadas ao El Niño, a situação
ainda é de transição entre as fases frias e quentes do El Niño – Oscilação Sul.
Para o litoral brasileiro, o La Niña tende a deslocar com maior intensidade os
sistemas frontais, afetando principalmente o litoral do Nordeste. O litoral Sudeste foi
pouco afetado nesta atuação de El Niña, como se pode verificar no levantamento
meteorológico exibido acima, onde a operação de grande parte dos sistemas frontais
encontra-se na média da climatologia.

5.3 Ondas
Os dados de ondas estão representados nas tabelas abaixo, e compreendem os
períodos de levantamento dos perfis topográficos.

23
Tabela 1: Dados de onda relativos ao mês de Setembro de 2007

Setembro 14 E 1,5 a 2,6


de 2007 Altura Direção 15 E 1,3 a 1,5
1 ESE 1,8 a 2,6 16 SE/E 1,3 a 1,5
2 SE/ESE 1,4 a 1,7 17 SSE/SE 1,4 a 2,3
3 ESE/E 1,1 a 1,4 18 SSE/ESE 2,4 a 2,6
4 E 1,3 a 2,7 19 ESE/E 1,9 a 2,5
5 E 2 a 2,6 20 ESE/E 1,5 a 1,8
6 E 2,1 a 2,2 21 ESE/E 1,4 a 1,8
7 E 2,1 a 2,3 22 E 1 a 1,3
8 E 1,8 a 1,2 23 E 1,2 a 1,5
9 E 1,8 24 SSW/ENE 1,5 a 2,7
10 E 1,8 a 2 25 SSW/S 2,9 a 3,4
11 E 1,8 a 2,1 26 S/SSE 2 a 2,8
12 E 1,7 a 2,2 27 SE/ESE 2,2 a 2,6
13 E 2 a 2,6 28 ESE/E 1,5 a 2,7

Para o mês de Setembro de 2007, a tabela 1 exibe direção preferencial de


incidência do quadrante E até o dia 15; a partir desta data, no litoral norte paulista
começam a atuar sistemas frontais, e as ondas passam a incidir também do quadrante
Sul, registrando alturas superiores aos 2 metros.

Tabela 2: Dados de ondas relativos a primeira quinzena de Outubro de 2007


Outubro de 7 E 1,5 a 2,1
2007 Direção Altura 8 E 1,2 a 1,4
1 ESE/E 1,3 a 1,8 9 E 1,3 a 1,9
2 ESE/E 1,6 a 1,9 10 E 1,4 a 1,9
3 ESSE 1,6 a 1,7 11 E 1,2 a 1,6
4 ESE/E 1,5 a 1,6 12 E 1,2 a 1,9
5 E 1,7 a 2,4 13 ESE/E 1,9 a 2,1
6 E 1,9 a 2,2 14 SE/ESE 1,9 a 2,1

Em Outubro de 2007 predominam as ondas de “tempo bom”, resultado da


massa de ar quente e seco que atuava no período. As alturas de onda são
relativamente baixas (médias em torno de 1,5 m), esperado para esse tipo de
ondulação (tabela 2).

Tabela 3: Dados de ondas relativos aos 20 primeiros dias de Dezembro de 2007


Dezembro de 0,8 a
2007 Direção Altura 7 S/ESE 1,13
1 SSE/SE 1,1 a 1,3 8 S/SE 1,1 a 1,2
2 SE 1 a 1,6 9 SSE/SE 1 a 1,2
3 SE 1,4 a 1,6 10 SSE/ESE 1 a 1,1
4 SE/ESE 1,3 a 1,7 11 ESE/S 1,1 a 1,3
5 ESE/S 0,9 a 1,6 12 S/ESE 1a2
6 ESE/S 0,7 a 0,9 13 S/SSE 1,8 a 2

24
14 SSE/SE 1,7 a 1,8 18 SSE/SE 1 a 1,4
15 SE 1,7 19 SSE/SE 1,3 a 1,5
16 SE 1,2 a 1,6 20 SSE/SE 1,3 a 1,5
17 SE/ESE 0,9 a 1,1 21 SE/ESE 1 a 1,2

Pela tabela 3, em Dezembro de 2007, as ondas incidem preferencialmente dos


quadrantes Sul e Sudeste, embora as alturas não sejam as esperadas para este
regime de ondas (abaixo dos 2 metros).

Tabela 4: Dados de ondas relativos ao mês de Fevereiro de 2008


Fevereiro de 22 SE 0,6 a 0,7
2008 Direção Altura 23 SE 0,7 a 0,8
15 SSE/SE 1,3 a 1,4 24 SSE/SE 0,7
16 SSE/SE 1,3 a 1,4 25 SSE/SE 0,6 a 0,7
17 SE/ESE 1 a 1,3 26 SSE/SE 0,8 a 2,2
18 SE/ESE 0,8 a 0,9 27 SE/ESE 2,2 a 2,4
19 SSE/SE 0,7 a 0,8 28 ESE 2,2 a 2,4
20 SE/ESE 0,7 29 ESE 2 a 2,2
21 SE/ENE 0,6 a 0,1

A tabela 4 exibe os dados de onda apenas para a segunda quinzena do mês


de Fevereiro de 2008, quando nenhum sistema frontal atuou no litoral de São Paulo,
como se confirma na tabela de acordo com os tamanhos de ondas, abaixo de 1 metro.
No dia 21 um sistema frontal estacionário se posicionou sobre o oceano na altura do
estado de São Paulo, e esta tendência se verifica no padrão de ondas incidentes, com
maiores alturas e direções de SE e SSE.

Tabela 5: Dados de ondas relativos ao 20 primeiros dias de Março de 2008


Março de 12 SE/ESE 0,9 a 1,3
2008 Direção Altura 13 S/SSE 1,1 a 2,2
1 ESE 1,8 a 2,2 14 S/SSE 1,3 a 2
2 ESE 1,3 a 1,7 15 SSE/SE 1,2 a 1,7
3 SE/ESE 0,9 a 1,3 16 SE/ESE 1,8 a 1,9
4 SE 0,8 a 1 17 SSE/SE 1,8 a 2,2
5 SSE/SE 0,8 a 1 18 SSE 1,2 a 1,7
6 SE 0,8 19 SSE 1,1 a 1,3
7 SE 0,8 20 SSE/ESSE 1,1 a 1,2
8 SE 0,8 21 SE/ESE 1,2
9 SE/ESE 0,8 a 1
10 SE/ESE 0,9 a 1,3
11 ESE 1

Para o mês de Março de 2008, a única frente que alcançou o litoral norte
paulista até a data do campo, verificada no inicio do mês, gerou ondas de direções

25
preferencialmente dos quadrantes SE e SSE. No entanto, as alturas se encontram
abaixo do esperado para as ondas de “tempo ruim” (entre 0,5 e 1,5 m) (tabela 5).

Tabela 6: Dados de ondas relativos ao mês de Junho de 2008


Junho de 15 SW/S 1,1 a 1,6
2008 Direção Altura 16 S 1,4 a 3,2
1 S/SSE 2,2 a 2,5 17 S 2,2 a 2,9
2 SSE/SE 2 a 2,1 18 S/SSE 1,4 a 2,2
3 SSE/SE 1,7 a 2,1 19 S/SSE 1,3 a 1,4
4 S/SSE 1,4 a 1,7 20 S/SSE 1,3 a 1,4
5 SSE/SE 1,2 a 1,4 21 SSW/SSE 1,1 a 1,3
6 SE 1,1 a 1,3 22 S 1 a 1,9
7 SSE/ESE 0,9 a 1,3 23 S 1,9
8 SSE 1,3 a 1,6 24 S 1,8 a 1,9
9 SSE/NNE 0,8 a 1,2 25 SSE 1,4 a 1,7
10 SSW/SE 1 a 1,7 26 SSE/SE 1,6 a 1,8
11 SSW/S 1,7 a 1,9 27 SE/ESE 1,5 a 1,9
12 S/SSE 1,5 a 1,6 28 ESE 1,4 a 1,7
13 SSE/SE 1,3 a 1,6 29 ESE 1,3 a 1,4
14 S/SSE 1,1 a 1,5 30 ESE 1,2 a 1,3

Em Junho de 2008 os três sistemas frontais que atingiram o litoral norte


paulista geraram ondas de quadrante Sul e alturas máximas de até 3,2 metros,
embora a média destas alturas esteja entre 1 e 1,7 metros (tabela 6).
Para o mês de Julho de 2008 tem-se apenas uma única medida, realizada no
dia do campo (08/07/2008), quando as ondas eram oriundas de Sudeste e tinham
altura de aproximadamente 1 metro.

Tabela 7: Dados de ondas relativos ao mês de Novembro de 2008


Novembro de 15 0,9 a 1,3 SE
2008 Altura Direção 16 0,8 a 0,9 SE
1 1,4 a 1,8 S/SE 17 1,1 a 3,3 S/SE
2 1,4 a 1,7 SE/ESE 18 2,6 a 3,1 SSE
3 1,2 a 1,4 SSE/ESE 19 1,9 a 2,6 SSE
4 1,2 a 1,5 SSE/SE 20 1,7 a 1,9 SE
5 1,4 a 1,5 SE 21 2 a 2,4 SE
6 0,9 a 1,3 SE 22 2,4 a 3,1 ESE/E
7 0,7 a 1 S/SE 23 2,5 a 3 ESE/E
8 0,7 a 0,8 SSW/SSE 24 2,3 a 3,1 ESE/E
9 0,9 a 1 SSE 25 2,1 a 2,8 ESE/E
10 1 a 1,4 SSE/SE 26 1,9 a 2 ESE/E
11 1,4 a 1,9 SE/ESE 27 1,6 a 1,8 ESE/E
12 1,8 a 2,1 ESE 28 1,7 a 2 ESE
13 1,5 a 1,9 SE/ESE 29 1,6 a 1,8 ESE
14 1,3 a 1,5 SSE/SE 30 1,5 a 1,7 ESE/E

26
A frente fria que atuou entre os dias 16 e 18 na região de Ubatuba e Caraguá
gerou ondas de quadrante S/SE nos dias subseqüentes e alturas que ultrapassaram
os 3 metros. Nos demais dias do mês, a condição climática de tempo bom favoreceu a
direção dos quadrantes E e alturas entre 1 e 1,5 metros (tabela 7).

Tabela 8: Dados de ondas relativos aos primeiros 20 dias de Dezembro de 2008


Dezembro de 11 1 a 1,3 SSE/SE
2008 Altura Direção 12 1,3 a 1,9 S
1 1,3 a 1,5 ESSE 13 1,9 a 2,1 S/SSE
2 1,2 a 1,4 SE/ESSE 14 1,7 a 1,9 SSE/SE
3 1,3 a 2,2 S/SE 15 1,3 a 1,7 SE
4 2,3 a 2,9 S 16 1,4 a 2,3 SE
5 2,5 a 3 S/SSE 17 1,3 a 1,5 SE
6 2,1 a 2,4 SSE 18 1 a 1,3 SSE/SE
7 1,4 a 2 SSE/SE 19 0,8 a 0,1 SE
8 1,1 a 1,4 SSE/SE
9 1,1 a 1,4 SE
10 1 a 1,2 SE

De acordo com a tabela 8, pode-se notar que as ondas atuantes na região da


praia da Mococa são, em sua maioria, dos quadrantes Sul (SE/SSE/S), com alturas
que ultrapassaram os 2 metros em alguns dias, reflexo das condições climáticas que
atuavam no período.

Tabela 9: Dados de ondas relativos aos 18 primeiros dias de Fevereiro de 2009

Fevereiro de 2009 Altura Direção 10 1.2 S/SSE


1 0,4 a 0,8 NNW/N 11 1,3 a 1,4 S/SSE
2 0,7 a 0,8 S/SE 12 1,2 a 1,4 S/SSE
3 1 a 1,6 SSW/SE 13 1,5 a 1,6 SSE
4 1,3 a 1,6 SSE 14 1,6 a 1,7 S/SSE
5 1 a 1,2 SSW/SSE 15 1,3 a 1,6 SSE/ESSE
6 0,8 a 1 SSW/S 16 1,1 a 1,3 ESE/E
7 0,9 a 1 S/SSE 17 1,1 a 1,3 ESE/E
8 0,9 a 1 SSE/SE 18 1,1 a 1,6 ESE/E
9 0,9 a 1,1 SSE/ESE 19 1,4 a 1,8 ESE/E

Na tabela 9 podemos verificar que a partir do dia 15 de fevereiro atuou sobre o


litoral norte de São Paulo ondas características de “tempo bom”, e antes disso, a
incidência de ondas foram predominantes dos quadrantes relativos à região Sul. As
alturas estiveram sempre abaixo dos 2 metros. As frentes frias estiveram restritas
apenas à região Sul do país.

27
Tabela 10: Dados de ondas relativos ao mês de Março de 2009
Março de 15 0,8 a 1,2 SSE/SE
2009 Altura Direção
16 1,4 a 1,8 SSE/SE
1 0,8 a 0,9 SE/ESE
17 1,1 a 1,3 S/SSE
2 0,7 a 0,8 ESE
18 1,3 a 1,6 SSE/SE
3 0,6 a 0,7 SSE/ESE
19 1,5 a 1,7 SSE
4 0,5 a 0,6 SSE
20 1,2 a 1,5 SSE/SE
5 0,3 a 0,5 SSE/E
21 1,1 a 1,2 SSE/SE
6 0,5 a 1,3 SSW/E
22 1,1 a 1,2 SE/ESE
7 1,6 a 1,8 S/SSE
23 1 a 1,2 SE/ESE
8 1,6 a 1,8 SSE/SE
24 0,9 a 1,1 SE
9 1,1 a 1,8 SE
25 0,8 a 0,9 SE
10 1 a 1,2 SE
26 0,9 a 1,1 SE/ESE
11 1,2 a 1,4 SE
27 1 a 1,1 SE/ESE
12 0,9 a 1,2 ESE
28 0,9 SE
13 0,8 a 0,9 SE/ESE
29 0,8 SE/ESE
14 0,7 a 0,9 SSE/ESE
30 0,8 ESE

As ondas em março de 2009 tiveram alturas abaixo dos 2 metros e direções


tanto dos quadrantes Sul como Leste (tabela 10).

Tabela 11:Dados de ondas relativos ao mês de Abril de 2009


Abril de 15 1,7 a 2,6 S/SSE
2009 Altura Direção
16 1,9 a 2,5 S/SSE
1 0,8 a 1 SE/ESE
17 1,3 a 1,8 SSE
2 1a2 SSE/SE
18 0,9 a 1,2 SE
3 1,9 a 2,2 SSE
19 0,9 a 1,2 SE
4 1,3 a 1,7 SSE/SE
20 0,7 a 1,1 SSE/SE
5 0,9 a 1,3 SE/ESE
21 1,2 a 2 S/SSE
6 0,9 a 1,1 SE/ESE
22 1,7 a 1,9 SE
7 1 SE/ESE
23 1,6 a 1,9 S/SE
8 1 a 2,1 SSE/SE
24 1,6 a 2 SSE/ESE
9 1,9 a 2 S/SSE
25 1,9 a 2 SE/ESE
10 2 a 3,4 S
26 1,8 a 1,9 SSE/ESE
11 1,8 a 2,9 S
27 1,4 a 1,7 SSE/SE
12 1,7 a 2,5 SSE
28 1,2 a 1,4 SE
13 1,4 a 2,3 SSE
29 1,2 a 1,3 SE
14 1,3 a 1,5 S
30 1,2 a 1,7 SSE/SE

Em Abril de 2009 o registro de ondas acusou direção preferencial dos


quadrantes S, SSE e ESSE. As alturas em alguns dias ultrapassaram os dois metros,
mas em geral, se mantiveram na média de 1,30 metros.

28
Tabela 12: Dados de ondas relativos ao mês de Maio de 2009
Maio de 16 2,3 a 2,5 SSW/S
2009 Altura Direção
17 1,8 a 2,2 S/SSE
1 1,6 a 3 S/SSE 1,3 a
2 2,6 a 3,1 SSE 18 1,7 SE
3 1,9 a 2,5 S/SSE 19 1 a 1,3 S/ESE
4 1,3 a 1,8 SSE/SE 20 1 a 1,4 SSE
5 1,1 a 1,3 SE 21 1,4 a 1,5 SE/ESE
6 0,9 a 1,1 SSW/SE 22 1 a 1,5 SE/ESE
7 0,9 a 1,7 S/SSE 23 1 a 1,2 ESE
8 1,4 a 1,7 SSW/SSE 24 0,9 a 1 SE/ESE
9 1,6 a 1,8 SSE 25 0,7 a 1 SSE/SE
10 1,6 a 1,9 S/SSE 26 0,7 a 1 NW/SE
11 1 a 1,6 SSE 27 0,8 a 0,9 S/SE
12 0,7 a 1 SSE/SE 28 0,8 a 1,2 S/SE
13 0,6 a 0,7 SE/ESE 29 1,4 a 2,6 S/SSE
14 0,7 a 1 SE/NE 30 2,6 a 3,1 S/SSE
15 0,9 a 2,2 SSW/ESE 31 1,4 a 2,4 S/SSE

Em Maio de 2009 a incidência de ondas com alturas acima dos 2 metros foi
maior que a dos meses anteriores deste mesmo ano, e as ondas dos quadrantes SSE,
S, SE e ESE estiveram muito freqüentes, característica esperada para o mês de Maio,
quando os sistemas frontais começam a atuar com maior intensidade (tabela 12).

Tabela 13: Dados de ondas relativos ao mês de Junho de 2009


Junho de 16 1 a 1,4 SE/E
2009 Altura Direção
17 0,9 a 1,2 S/ESSE
1 1,4 a 2,1 SSW
18 1,2 a 1,5 SSW/S
2 1,9 a 2,1 SSW
19 1 a 1,4 SSW/SSE
3 2,1 a 2,7 SSW/S
20 0,9 a 1,1 SSE/ESSE
4 1,7 a 2,4 S/SE
21 1 a 1,2 SE/ESSE
5 0,9 a 1,6 SSE/SE
22 1,2 a 1,5 ESSE
6 0,7 a 1,2 SSW/SSE
23 1,5 a 1,6 ESSE
7 1,6 a 2,4 S
24 1,3 a 1,5 SSE/ESSE
8 2,1 a 2,4 S/SSE
25 1,4 a 2 SSW/SE
9 1,4 a 2,1 SSE/SE
26 2 a 2,5 S/SSE
10 1,2 a 1,4 SE
27 1,9 a 2,4 SSE/SE
11 1,2 SE
28 2,4 a 2,5 SSE
12 1,3 a 1,6 SSE/SE
29 2 a 2,4 SSE/SE
13 1,3 a 1,4 SSW/SSE
30 1 a 1,9 SE
14 1,3 a 1,4 SSW/SSE
31 0,8 a 1 SE/ESSE
15 1,3 a 1,4 SSE/SE

29
Em Junho de 2009 verifica-se maior freqüência das ondas resultantes do
Anticiplone Polar Móvel, ou seja, acima de 2 metros e dos quadrantes Sul e Sudeste
(tabela 13).

Tabela 14: Dados de ondas relativos à primeira semana de Julho de 2009


Julho de
2009 Altura Direção
1 0,8 a 1 SE/ESE
2 1 a 1,7 SSW/SE
3 1,4 a 1,7 S
4 1,3 S/SSE
5 1,2 a 1,7 SSE
6 1,5 a 1,8 SE/ESE
7 0,9 a 1,5 ESE

Na tabela 14 estão os dados de onda referentes a primeira semana de Julho.


As alturas estiveram ante 1 e 1,8 metros em média, e as direções são relativas aos
quadrantes Sul e Leste. O campo foi realizado sob condição de tempo bom.

5.4 Marés
Em 09/10/2007, às 11:50, horário do início dos levantamentos, a maré era
enchente. Alcançou sua máxima em 13:19, com 1,1 metro, e passou a descer. Os
levantamentos terminaram por volta das 15:00. Neste dia, a lua estava em seu sétimo
dia da fase minguante.

Para o campo de 21/12/2007, a maré foi vazante durante todo o período de


trabalho. A última medida foi, inclusive, muito próxima do pico da baixamar (0,2 metro
as 19:00). Foi o quinto dia da lua crescente.

O pico da preamar do dia 19/03/2008 foi às 13:04, meia hora antes do início
dos levantamentos, que pegaram a maré vazante, embora o período todo de
levantamentos, que se encerrou às 14:50, estivesse longe do horário da menor maré
(19:53). A lua era crescente, em seu sexto dia.

Em 08/07/2008, o início dos levantamentos se deu uma hora antes do pico


mínimo de maré (12:43, com 0,3 metro). O horário final das perfilagens foi 13:40, muito
distante do horário da máxima da maré (17:08, com 0,9 metro). Neste campo, a fase
da Lua era cheia, em seu sétimo dia.

30
Quanto às marés, em 25/11/2008, no horário em que foi iniciado o
levantamento (10:47), a maré era enchente, e atingiu seu pico máximo ao 12:21, com
amplitude de 1,1 metro. A baixamar se deu as 19:13, quando a maré baixou para 0,1
metro. A lua era minguante, no seu sétimo dia.

Já em 18/12/2008, no horário de início do trabalho (14:05), a maré era


enchente, sendo que tinha alcançado seu pico mínimo meia hora antes (0,6 metro), e,
as 17:04, chegou em 0,9 metro. A lua neste dia era cheia, em seu sétimo dia.

No dia 11/03/2009 os levantamentos se iniciaram às 12:55, com a maré


próxima de seu máximo, verificado às 14:09. O último perfil (1) foi coletado ás 14:19,
portanto, muito próximo do ápice da maré. O dia 11 de Março foi o segundo dia da Lua
Cheia.
Para 08/04/2009, no início das medições (às 14:21) a maré era vazante (desde
as 13:11, quando se encontrava em 1,2 m). A última medida foi tomada às 16:13, com
a maré vazante, embora só alcançasse a baixamar (0,1 m) as 20:24. A lua era
crescente, em seu último dia.
Em 09 de Abril, primeiro dia da Lua Cheia, a maré começou a encher as 08:28,
quando tinha 0,1 m e alcançou seu máximo as 13:49, com 1,3 m. Todo o levantamento
foi realizado neste período enchente da maré.
Dia 27/05/2009 foi o quarto dia de Lua Nova e todos os levantamentos, que se
iniciaram as 14:20 e foram finalizados as 16:05, ocorreram na maré enchente. A
baixamar esteve com 0,1 m as 11:19 e a preamar com 1,1 m as 18:39.
No dia 09 de Junho de 2009, quarto dia de Lua Cheia, as 15:08 o nível de maré
encontrou seu máximo, com 1,1 m, durante o período de levantamento, que se iniciou
as 14:33 e foi finalizado as 17:00. Portanto, durante as medições, houve um curto
período de maré vazante e enchente, com o preamar durante os trabalhos.
No último campo, dia 06/07/2009, ultimo dia da Lua Cheia, as medições que se
iniciaram às 16:34 e tiveram fim às 17:28 acompanharam a maré vazante, entre 13:47
(quando alcançou 1,1 m) até a baixamar de 0,4 m, as 20:39.

5.5 Perfis Praiais


5.5.1 Setor Sul
A variabilidade da configuração dos perfis ao longo de todo monitoramento não
é clara, uma vez que estão tão sobrepostos que se destacam apenas alguns perfis e
algumas feições. Em Julho de 2007 percebe-se aumento do pacote sedimentar e
diminuição da declividade, e no levantamento seguinte, relativo ao mês de Novembro,
o perfil já retoma sua feição característica (um curto terraço nos primeiros 10 a 20

31
metros e uma rampa bastante inclinada até a linha d’água). Outro ponto a se destacar
é referente ao mês de Março de 2009, quando se percebe erosão nítida do perfil e
posterior recuperação das feições características em Abril. Também pode-se verificar
que entre os dias 08 e 09 de Abril o perfil adquire adquire uma berma. De Abril a Maio,
na porção inclinada, há novamente erosão e até Junho o perfil não sofre mudanças
significativas, mantendo este mesmo padrão também para Julho de 2009 (figura 6).

Figura 6: Sobreposição dos perfis no Setor Sul da praia da Mococa

5.5.2 Setor Central


Como ocorreu no setor Sul, a sobreposição dos perfis é bastante intensa, não
havendo variabilidades marcantes entre eles, podendo-se destacar apenas o mês de
Março de 2008 como totalmente fora do padrão observado em todo o período de
monitoramento. Nesta data houve grande ganho de material se comparado ao
registrado nos outros períodos. Em Julho do mesmo ano, o perfil retoma suas
características. Graças a pouca variabilidade, que gera a sobreposição de quase todos
os perfis, não se pode identificar com clareza os eventos erosivos e deposicionais
atuantes nesta porção da praia. No entanto, nos meses de Dezembro e Julho de 2008
não se percebe, nos primeiros metros do perfil, a existência de um degrau que evolue
para uma porção mais inclinada, como acontece em todos os outros monitoramentos.
Em Dezembro, Julho e Novembro de 2008 foram registradas nítidas elevações no
perfil (figura 7).

32
Figura 7: Sobreposição dos perfis no Setor Central da praia da Mococa

5.5.3 Setor Norte


A porção Norte do prisma praial é caracterizada por um longo terraço plano, de
comprimento variando entre os 50 e 60 metros, evoluindo para uma configuração
inclinada. A sobreposição dos perfis indica que neste terraço a variação do volume
sedimentar é bem pouca, e ele se mantém praticamente estável em todo o período de
monitoramento. Os eventos de erosão e deposição são mais visíveis na rampa. Entre
Outubro e Dezembro de 2007 há um evento de erosão, e depois em Março de 2008 há
um ganho bastante significativo de material, inclusive, no terraço, sendo este o único
perfil “destoante” da grande sobreposição verificada nos outros. Em Julho há
novamente erosão, e após este período a identificação dos processos dinâmicos de
material sedimentar não estão claros, havendo desta maneira, estabilidade no ganho e
perda de sedimento, havendo apenas a construção e destruição de bermas e cúspides
praiais (figura 8).

33
Figura 8: Sobreposição dos perfis do Setor Norte da praia da Mococa

5.6 Parâmetros Granulométricos


5.6.1 Outubro de 2007
Tabela 15: Dados granulométricos relevantes para o campo de 09/10/2007 – Setor
Sul

Setor Sul 09 de Outubro de 2007 – linha d’água

% CaCO3 Seixos Granulos Areia Silte Argila


1,82 0 0,2 99,84 0,14

Folk & Ward Valores Classificação


Diâmetro
Médio 2,01 Areia Fina
Moderadamente
Desvio Padrão 0,81 Selecionada
Assimetria 0,12 Assimetria Positiva

Tabela 16: Dados granulométricos relevantes para o campo de 09/10/2007


– Setor Central
Setor Central 09 de Outubro de 2007 – linha d’água

% CaCO3 Seixos Granulos Areia Silte Argila


1,8 0 0 99,86 0,14

Folk & Ward Valores Classificação


Diâmetro 1,98 Areia Média

34
Médio
Desvio Moderadamente
Padrão 0,67 Selecionada
Aproximadamente
Assimetria 0,04 Assimétrica

Tabela 17: Dados granulométricos relevantes para o campo de 09/10/2007 – Setor


Norte
Setor Norte 09 de outubro de 2007 – linha d’água

% CaCO3 Seixos Granulos Areia Silte Argila


2,07 0 0 99,91 0,09 0

Folk & Ward Valores Classificação


Diâmetro Médio 2,04 Areia Fina
Desvio Padrão 0,81 Moderadamente Selexionada
Assimetria -0,05 Aproximadamente Simétrica

5.6.2 Dezembro de 2007

Tabela 18: Dados granulométricos relevantes para o campo de 21/12/2007 – Setor


Sul
Setor Sul 21 de Dezembro de 2007 – linha d’água

% CaCO3 Seixos Granulos Areia Silte Argila


2,22 0 0,07 99,54 0,39 0

Folk & Ward Valores Classificação


Diâmetro
Médio 1,38 Areia Média
Pobremente
Desvio Padrão 1,38 Selecionada
Assimetria Muito
Assimetria 0,46 Positiva

Tabela 19: Dados granulométricos relevantes para o campo de 21/12/2007 – Setor


Central

Setor Central 21 de Dezembro de 2007 – Linha d’água

% CaCO3 Seixos Granulos Areia Silte Argila


1,6 0 0,21 99,7 0,09 0

Folk & Ward Valores Classificação

35
Diâmetro
Médio 0,62 Areia Grossa
Moderadamente
Desvio Padrão 0,79 Selecionada
Assimetria 0,5 Assimetria Muito Positiva

Tabela 20: Dados granulométricos relevantes para o campo de 21/12/2007 – Setor


Norte
Setor Norte 21 de Dezembro de 2007 – Linha d’água

% CaCO3 Seixos Granulos Areia Silte Argila


1,98 0 3 96,8 0,2 0

Folk & Ward Valores Classificação


Diâmetro
Médio 1,69 Areia Média
Desvio Padrão 1,47 Pobremente Selecionado
Assimetria Muito
Assimetria -0,19 Negativa

5.6.3 Março de 2008

Tabela 21: Dados granulométricos relevantes para o campo de 19/03/2008 – Setor


Sul
Setor Sul 19 de Março de 2008 – Linha d’água
% CaCO3 Seixos Granulos Areia Silte Argila
2,14 0 0 99,66 0,34

Folk & Ward Valores Classificação


Diametro
Médio 2,44 Areia Fina
Moderadamente
Desvio Padrão 0,78 Selecionada
Assimetria -0,06 Aproximadamente Simétrica

Tabela 22: Dados granulométricos relevantes para o campo de 19/03/2008 – Setor


Central
Setor Central 19 de Março de 2008 – Linha d’água

% CaCO3 Seixos Granulos Areia Silte Argila


1,86 0 0 99,79 0,21

Folk & Ward Valores Classificação


Diametro
Médio 2,2 Areia Fina
Moderadamente
Desvio Padrão 0,73 Selecionado
Assimetria -0,06 Aproximadamente Simétrica

36
Tabela 23: Dados granulométricos relevantes para o campo de 19/03/2008 – Setor
Norte
Setor Norte 19 de Março de 2008 – Linha d’água
% CaCO3 Seixos Granulos Areia Silte Argila
1,84 0 0,03 99,94 0,03 0

Folk & Ward Valores Classificação


Diamêtro
Médio 1,97 Areia Fina
Moderadamente
Desvio Padrão 0,76 Selecionado
Assimetria -0,09 Aproximadamente Simétrica

5.6.4 Julho de 2008

Tabela 24: Dados granulométricos relevantes para o campo de 08/07/2008 – Setor


Sul
Setor Sul 08 de Julho de 2008 – Linha d’água
% CaCO3 Seixos Granulos Areia Silte Argila
4,02 0 0,71 98,99 0,3 0

Folk & Ward Valores Classificação


Diâmetro
Médio 1,28 Areia Média
Pobremente
Desvio padrão 1,42 Selecionado
Assimetria 0,56 Muito Platicúrtica

Tabela 25: Dados granulométricos relevantes para o campo de 08/07/2008 – Setor


Central
Setor Central 08 de Julho de 2008 – Linha d’água

% CaCO3 Seixos Grânulos Areia Silte Argila


3,14 0 3,82 96,08 0,1 0

Folk & Ward Valores Classificação


Diâmetro
Médio 0,74 Areia Grossa
Moderadamente
Desvio Padrão 0,9 Selecionado
Assimetria 0,16 Assimetria Positiva

37
Tabela 26: Dados granulométricos relevantes para o campo de 08/07/2008 – Setor
Norte
Setor Norte Julho de 2008 – Linha d’água

% CaCO3 Seixos Grânulos Areia Silte Argila


0 0,52 99,27 0,21 0

Folk & Ward Valores Classificação


Diâmetro
Médio 2,15 Areia Fina
Desvio Padrão 1,27 Pobremente Selecionado
Assimetria Muito
Assimetria -0,53 Negativa

5.6.5 Novembro de 2008

Tabela 27: Dados granulométricos relevantes para o campo de 25/11/2008 – Setor


Sul (Linha d’água)

Setor Sul Novembro de 2008 - Linha d'água


% CaCO3 Seixos Granulos Areias Siltes Argila
2,16 0 0.53 99.18 0.29 0

Folk & Ward Classificação Valores


Diâmetro Médio Areia Média 1,6
Desvio Padrão Pobrmente Selecionado 1,24
Assimetria Assimetria Negativa -0,13

Tabela 28: Dados granulométricos relevantes para o campo de 25/11/2008 – Setor


Sul (entre linha d’água e banco)

Setor Sul Novembro de 2008 - Entre linha d'água e banco


% CaCO3 Seixos Granulos Areias Siltes Argila
2,44 0 4,4 95,42 0,18 0

Folk & Ward Classificação Valores


Diâmetro Médio Areia Grossa 0,93
Pobremente
Desvio Padrão Selecionado 1,58
Desnível Assimetria Muito Positiva 0,52

38
Tabela 29: Dados granulométricos relevantes para o campo de 25/11/2008 – Setor
Sul (Banco)

Setor Sul Novembro de 2008 – Banco


% CaCO3 Seixos Granulos Areias Siltes Argilas
2,04 0 67,11 32,89 0 0

Folk & Ward Classificação Valores


Diâmetro Médio Areia Muito Grossa -0,97
Desvio Padrão Muito Bem Selecionado 0,27
Desnível Assimetria Muito Positiva 0,55

Tabela 30: Dados granulométricos relevantes para o campo de 25/11/2008 – Setor


Central (Linha d’água)

Setor Central Novembro de 2008 - Linha d'água

% CaCO3 Seixos Granulos Areias Siltes Argilas


2,06 0 0,08 99,81 0,1 0

Folk & Ward Classificação Valores


Diâmetro Médio Areia Média 1,81
Desvio Padrão Moderadamente Selecionada 0,69
Assimetria Aproximadamente simétrica -0,02

Tabela 31: Dados granulométricos relevantes para o campo de 25/11/2008 – Setor


Central (entre linha d’água e banco)

Setor Central Novembro de 2008 - Entre linha d'água e banco


% CaCO3 Seixos Granulos Areias Siltes Argilas
0 2,79 97,06 0,14 0

Folk & Ward Classificação Valores


Diâmetro Médio Areia Média 1,17
Desvio Padrão Pobremente Selecionada 1,17
Assimetria Assimetria Positiva 0,19

Tabela 32: Dados granulométricos relevantes para o campo de 25/11/2008 – Setor


Central (Banco)

Setor Central Novembro de 2008 - Banco


% CaCO3 Seixos Granulos Areias Siltes Argilas
1,16 0 95,1 4,9 0 0

Folk & Ward Classificação Valores


Diâmetro Médio Granulos -1,63
Desvio Padrão Muito Bem Selecionado 0,17

39
Assimetria Assimetria Positiva 0,29

Tabela 33: Dados granulométricos relevantes para o campo de 25/11/2008 – Setor


Norte (Linha d’água)

Setor Norte Novembro de 2008 - Linha d'água

% CaCO3 Seixos Granulos Areias Siltes Argilas


2,40 6,62 93,23 0,14 0

Folk & Ward Classificação Valores


Diâmetro Médio Areia grossa 0,99
Desvio Padrão Pobremente selecionado 1,36
Assimetria Aproximadamente simétrica 0

Tabela 34: Dados granulométricos relevantes para o campo de 25/11/2008 – Setor


Norte (Calha)

Setor Norte Novembro de 2008 - Calha


% CaCO3 Seixos Granulos Areias Siltes Argilas
5,7 0 9,24 90,57 0,18 0

Folk & Ward Classificação Valores


Diâmetro Médio Areia Média 1,64
Desvio Padrão Pobremente Selecionado 1,62
Assimetria Assimetria Muito Negativa -0,53

5.6.6 Dezembro de 2008

Tabela 35: Dados granulométricos relevantes para o campo de 18/12/2008 – Setor


Sul (Linha d’água)

Setor Sul Dezembro de 2008 - Linha d'água


% CaCO3 Seixos Granulos Areias Siltes Argilas
2,44 0 0,31 99,59 0,1 0

Folk & Ward Classificação Valores


Diâmetro Médio Areia Grossa 0,93
Desvio Padrão Pobremente Selecionado 1,21
Assimetria Assimetria Muito Positiva 0,55

40
Tabela 36: Dados granulométricos relevantes para o campo de 18/12/2008 – Setor
Sul (Arrebentação)

Setor Sul Dezembro de 2008 - Arrebentação


% CaCO3 Seixos Granulos Areias Siltes Argilas
2,2 0 40,66 59,34 0 0

Folk & Ward Classificação Valores


Diâmetro Médio Areia Muito Grossa -0,79
Desvio Padrão Bem Selecinado 0,36
Assimetria Assimetria Muito Positiva 0,41

Tabela 37: Dados granulométricos relevantes para o campo de 18/12/2008 – Setor


Central (Linha d’água)

Setor Central Dezembro de 2008 - Linha d'água


% CaCO3 Seixos Granulos Areias Siltes Argilas
2,48 0 0,08 99,81 0,1 0

Folk & Ward Classificação Valores


Diâmetro Médio Areia Média 1,65
Desvio Padrão Moderadamente Selecionado 0,71
Assimetria Assimetria Positiva 0,25

Tabela 38: Dados granulométricos relevantes para o campo de 18/12/2008 – Setor


Central (arrebentação)

Setor Central Dezembro de 2008 - Arrebentação


% CaCO3 Seixos Granulos Areias Siltes Argilas
2,68 0 4,45 95,55 0 0

Folk & Ward Classificação Valores


Diâmetro Médio Areia Grossa 0,34
Desvio Padrão Moderadamente Selecionado 0,58
Assimetria Assimetria Muito Negativa -0,39

Tabela 39: Dados granulométricos relevantes para o campo de 18/12/2008 – Setor


Norte (Linha d’água)

Setor Norte Dezembro de 2008 - Linha d'água


% CaCO3 Seixos Granulos Areias Siltes Argilas
0,78 0 0 99,82 0,18 0

Folk & Ward Classificação Valores


Diâmetro Médio Areia Fina 2,27
Desvio Padrão Moderadamente Selecionado 0,75

41
Assimetria Aproximadamente Simétrica 0,05

5.6.7 Março de 2009

Tabela 40: Dados granulométricos relevantes para o campo de 11/03/2009 – Setor


Sul (Linha d’água)

Setor Sul Março de 2009 - Linha d'água


% CaCo3 Seixos Granulos Areias Silte Argila
2,16 0 0,59 99,35 0,07 0

Folk & Ward Classificação Valores


Diâmetro Médio Areia Média 1,28
Desvio Padrão Pobremente Selecionado 1,12
Assimetria Assimetria Muito positiva 0,37

Tabela 41: Dados granulométricos relevantes para o campo de 11/03/2009 – Setor


Sul (Área Submersa)

Setor Sul Março de 2009 - Área Submersa


% CaCO3 Seixos Granulos Areias Silte Argila
1,82 0 62,78 37,22 0 0

Folk & Ward Classificação Valores


Diâmetro Médio Granulos -1,14
Desvio Padrão Bem Selecionado 0,46
Assimetria Assimetria Positiva 0,29

Tabela 42: Dados granulométricos relevantes para o campo de 11/03/2009 – Setor


Central (Linha d’água)

Setor Central Março de 2009 - Linha d'água


% CaCO3 Seixos Granulos Areias Siltes Argilas
1,78 0 0,25 99,53 0,23 0

Folk & Ward Classificação Valores


Diâmetro Médio Areia Média 1,59
Desvio Padrão Pobremente Selecionado 1,28
Assimetria Aproximadamente Simátrica 0,09

Tabela 43: Dados granulométricos relevantes para o campo de 11/03/2009 – Setor


Central (Área submersa)

Setor Cental Março de 2009 - Área Submersa


% CaCO3 Seixos Granulos Areias Siltes Argilas
3,40 0 95,01 4,99 0 0

42
Folk & Ward Classificação Valores
Diâmetro Médio Granulos -1,63
Desvio Padrão Muito Bem Selecionados 0,17
Assimetria Assimetria Positiva 0,3

Tabela 44: Dados granulométricos relevantes para o campo de 11/03/2009 – Setor


Norte (Linha d’água)
Setor Norte Março de 2009 - Linha d'água
% CaCO3 Seixos Granulos Areias Siltes Argilas
1,84 0 0 99,88 0,12 0

Folk & Ward Classificação Valores


Diâmetro Médio Areia Média 1,99
Desvio Padrão Moderadamente Selecionada 0,94
Assimetria Aproximadamente Simétrica 0,09

5.6.8 Abril de 2009

Tabela 45: Dados granulométricos relevantes para o campo de 08/04/2009 – Setor


Sul (Linha d’água)

Setor Sul Abril de 2009 - Linha d'água


% CaCO3 Seixos Granulos Areias Siltes Argilas
1,92 0 0,61 99,34 0,04 0

Folk E Ward Classificação Valores


Diâmetro Médio Areia Média 1,24
Desvio Padrão Pobremente Selecionado 1,11
Assimetria Assimetria Positiva 0,26

Tabela 46: Dados granulométricos relevantes para o campo de 08/04/2009 – Setor


Sul (Área Submersa)

Setor Sul Abril de 2009 - Área Submersa


% CaCO3 Seixos Granulos Areias Siltes Argilas
3,90 0 85,49 14,51 0 0

Folk & Ward Classificação Valores


Diâmetro Médio Granulos -1,43
Desvio Padrão Bem Selecionado 0,37
Assimetria Assimetria Muito Positiva 0,68

43
Tabela 47: Dados granulométricos relevantes para o campo de 08/04/2009 – Setor
Central (Linha d’água)

Setor Central Abril de 2009 - Linha d'água


% CaCO3 Seixos Granulos Areias Siltes Argilas
2,02 0 2,6 97,38 0,02 0

Folk & Ward Classificação Valores


Diâmetro Médio Areia Grossa 0,78
Desvio Padrão Pobremente Selecionada 1,02
Assimetria Aproximadamente Simétrica 0

Tabela 48: Dados granulométricos relevantes para o campo de 08/04/2009 – Setor


Central (Área Submersa)

Setor Central Abril de 2009 - Área Submersa


% CaCO3 Seixos Granulos Areias Siltes Argilas
1,96 0 98,06 1,94 0 0

Folk & Ward Classificação Valores


Diâmetro Médio Granulos -1,61
Desvio Padrão Muito Bem Selecionado 0,14
Assimetria Assimetria Positiva 0,2

Tabela 49: Dados granulométricos relevantes para o campo de 08/04/2009 – Setor


Norte (Linha d’água)

Setor Norte Abril de 2009 - Linha d'água


% CaCO3 Seixos Granulos Areias Siltes Argila
1,84 0 3,75 96,25 0 0

Folk & Ward Classificação Valores


Diâmetro Médio Areia Média 1,18
Desvio Padrão Moderadamente Selecionado 0,91
Assimetria Aproximadamente Simétrica -0,07

Tabela 50: Dados granulométricos relevantes para o campo de 08/04/2009 – Setor


Norte (Área Submersa)

Setor Norte Abril de 2009 - Área Submersa


% CaCO3 Seixos Granulos Areias Siltes Argila
1,56 0 72,95 27,03 0,02 0

Folk & Ward Classificação Valores


Diâmetro Médio Granulos -1,2
Desvio Padrão Moderadamente Selecionado 0,69
Assimetria Assimetria Muito Positiva 0,75

44
5.6.9 Maio de 2009

Tabela 51: Dados granulométricos relevantes para o campo de 27/05/2009 – Setor


Sul (Linha d’água)

Setor Sul Maio de 2009 - Linha d'água


% CaCO3 Seixos Granulos Areias Siltes Argilas
1,84 0 0 99,92 0,08 0

Folk & Ward Classificação Valores


Diâmetro Médio Areia fina 2,02
Desvio Padrão Moderadamente Selecionada 0,72
Assimetria Aproximadamente Simétrica 0,02

Tabela 52: Dados granulométricos relevantes para o campo de 27/05/2009 – Setor


Sul (Área Submersa)

Setor Sul Maio de 2009 - Área Submersa


% CaCO3 Seixos Granulos Areias Siltes Argilas
2,30 0 7,08 92,87 0,04 0

Folk & Ward Classificação Valores


Diâmetro Médio Areia Grossa 0,73
Desvio Padrão Pobremente Selecionado 1,21
Assimetria Assimetria Positiva 0,13

Tabela 53: Dados granulométricos relevantes para o campo de 27/05/2009 – Setor


Central (Linha d’água)

Setor Central Maio de 2009 - Linha d'água


% CaCO3 Seixos Granulos Areias Siltes Argilas
1,24 0 0,29 99,59 0,12 0

Folk & Ward Classificação Valores


Diâmetro Médio Areia Média 1,51
Desvio Padrão Moderadamente Selecionado 0,86
Assimetria Assimetria Positiva 0,15

Tabela 54: Dados granulométricos relevantes para o campo de 27/05/2009 – Setor


Central (Área submersa)

Setor Central Maio de 2009 - Área Submersa


% CaCO3 Seixos Granulos Areias Siltes Argilas
1,72 0 90,4 9,58 0,02 0

Folk & Ward Classificação Valores

45
Diâmetro Médio Granulos -1,13
Desvio Padrão Muito Bem Selecionado 0,16
Assimetria Assimetria Positiva 0,27

Tabela 55: Dados granulométricos relevantes para o campo de 27/05/2009 – Setor


Norte (Linha d’água)

Setor Norte Maio de 2009 - Linha d'água


% CaCO3 Seixos Granulos Areias Siltes Argila
1,58 0 0 99,84 0,16 0

Folk & Ward Classificação Valores


Diâmetro Médio Areia Fina 2,78
Desvio Padrão Moderadamente Selecionado 0,57
Assimetria Assimetria Negativa -0,23

Tabela 56: Dados granulométricos relevantes para o campo de 27/05/2009 – Setor


Norte (Área Submersa)
Maio de 2009
Setor Norte Área Submersa
% CaCO3 Seixos Granulos Areias Siltes Argila
1,08 0 29,08 70,9 0,02 0

Folk & Ward Classificação Valores


Diâmetro Médio Areia Muito Grossa -0,27
Desvio Padrão Moderadamente Selecionado 0,73
Assimetria Assimetria Positiva 0,15

5.6.10 Junho de 2009

Tabela 57: Dados granulométricos relevantes para o campo de 09/06/2009 – Setor


Sul (Linha d’água)

Setor Sul Junho de 2009 - Linha d'água


% CaCO3 Seixos Granulos Areias Siltes Argilas
4,02 0 0,06 99,92 0,02 0

Folk & Ward Classificação Valores


Diâmetro Médio Areia Média 1,22
Desvio Padrão Pobremente Selecionado 1,08
Assimetria Assimetria Muito Positiva 0,53

46
Tabela 58: Dados granulométricos relevantes para o campo de 09/06/2009 – Setor
Sul (Área submersa)

Setor Sul Junho de 2009 - Área Submersa


% CaCO3 Seixos Granulos Areias Siltes Argilas
2,40 0 24,29 75,69 0,02 0

Folk & Ward Classificação Valores


Diâmetro Médio Areia Muito Grossa -0,4
Desvio Padrão Pobremente Selecionado 1,17
Assimetria Assimetria Positiva 0,2

Tabela 59: Dados granulométricos relevantes para o campo de 09/06/2009 – Setor


Central (Linha d’água)

Setor Central Junho de 2009 - Linha d'água


% CaCO3 Seixos Granulos Areias Siltes Argilas
1,38 0 0,04 99,92 0,04 0

Folk & Ward Classificação Valores


Diâmetro Médio Areia Média 1,44
Desvio Padrão Moderadamente Selecionado 0,89
Assimetria Assimetria Positiva 0,26

Tabela 60: Dados granulométricos relevantes para o campo de 09/06/2009 – Setor


Central (Área Submersa)

Setor Central Junho de 2009 - Área Submersa


% CaCO3 Seixos Granulos Areias Silte Argilas
1,04 0 93,6 6,4 0 0

Folk & Ward Classificação Valores


Diâmetro Médio Granulos -1,61
Desvio Padrão Muito Bem Selecionado 0,2
Assimetria Assimetria Muito Positiva 0,32

Tabela 61: Dados granulométricos relevantes para o campo de 09/06/2009 – Setor


Norte (Linha d’água)

Setor Norte Junho de 2009 - Linha d'água


% CaCO3 Seixos Granulos Areias Siltes Argilas
2 0 0,25 99,73 0,02 0

Folk & Ward Classificação Valores


Diâmetro Médio Areia Média 1,34
Desvio Padrão Pobremente Selecionado 1,18
Assimetria Assimetria Muito Positiva 0,36

47
Tabela 62: Dados granulométricos relevantes para o campo de 09/06/2009 – Setor
Norte (Área submersa)

Setor Norte Junho de 2009 - Área Submersa


% CaCO3 Seixos Granulos Areias Siltes Argilas
2,30 0 54,98 45,02 0 0

Folk & Ward Classificação Valores


Diâmetro Médio Areia Muito Grossa -1
Desvio Padrão Moderadamente Selecionado 0,61
Assimetria Assimetria Muito Positiva 0,33

5.6.11 Julho de 2009

Tabela 63: Dados granulométricos relevantes para o campo de 06/07/2009 – Setor


Sul (Linha d’água)

Setor Sul Julho de 2009 - Linha 'dágua


% CaCO3 Seixos Granulos Areias Siltes Argilas
2,50 0 20,38 79,42 0,21 0

Folk & Ward Classificação Valores


Diâmetro Médio Areia Grossa 0,21
Desvio Padrão Pobremente Selecionado 1,45
Assimetria Asismetria Muito Positiva 0,54

Tabela 64: Dados granulométricos relevantes para o campo de 06/07/2009 – Setor


Sul (Área Submersa)

Setor Sul Julho de 2009 - Área Submersa


% CaCO3 Seixos Granulos Areias Siltes Argilas
2,40 0 38,89 61,09 0,02 0

Folk & Ward Classificação Valores


Diâmetro Médio Areia Muito Grossa -0,78
Desvio Padrão Muito Bem Selecionada 0,35
Assimetria Assimetria Muito Positiva 0,34

Tabela 65: Dados granulométricos relevantes para o campo de 06/07/2009 – Setor


Central (Linha d’água)

Setor Central Julho de 2009 - Linha d'água


% CaCO3 Seixos Granulos Areias Siltes Argilas
1,50 0 14,39 85,55 0,06 0

Folk & Ward Classificação Valores

48
Diâmetro Médio Areia Grossa 0,91
Desvio Padrão Pobremente Selecionado 1,68
Assimetria Assimetria Muito Positiva 0,32

Tabela 66: Dados granulométricos relevantes para o campo de 06/07/2009 – Setor


Central (Área submersa)

Setor Central Julho de 2009 - Área Submersa


% CaCO3 Seixos Granulos Areias Siltes Argilas
0,66 0 97,17 2,83 0 0

Folk & Ward Classificação Valores


Diâmetro Médio Granulos -1,62
Desvio Padrão Muito Bem Selecionado 0,14
Assimetria Assimetria Positiva 0,22

Tabela 67: Dados granulométricos relevantes para o campo de 06/07/2009 – Setor


Norte (Linha d’água)

Setor Norte Julho de 2009 - Linha d'água


% CaCO3 Seixos Granulos Areias Siltes Argilas
1,99 0 1,45 98,43 0,12 0

Folk & Ward Classificação Valores


Diâmetro Médio Areia Grossa 0,88
Desvio Padrão Pobremente Selecionado 1,51
Assimetria Asismetria Muito Positiva 0,68

Tabela 68: Dados granulométricos relevantes para o campo de 06/07/2009 – Setor


Norte (Área Submersa)

Setor Norte Julho de 2009 - Área Submersa


% CaCO3 Seixos Granulos Areias Siltes Argilas
2,22 0 6,22 93,71 0,07 0

Folk & Ward Classificação Valores


Diâmetro Médio Areia Muito Grossa -0,09
Desvio Padrão Moderadamente Selecionado 0,67
Assimetria Assimetria Positiva 0,22

6. DISCUSSÃO

A praia da Mococa é bastante abrigada, estando a Ilha do Tamanduá


posicionada a sua frente, e outras duas ilhotas menores a SW, frente à praia da

49
Cocanha. Este sistema de ilhas tende a refratar ou barrar as ondas incidentes,
dependendo de sua direção (figura 9).

Figura 9: Praia da Mococa e o sistema de ilhas que a abrigam das ondas oceânicas de
mau tempo

Enquanto ondas de Sul não conseguem atingir Mococa, as ondas de Sudeste


encontram entre a Ilha do Tamanduá e o pontão da Tabatinga um corredor de
passagem até a praia; as ondas incidentes são refratadas pela ilha e os costões e
atingem o sistema praial com diferentes intensidades ao longo de sua extensão. A
refração das ondas de SE também pode ser verificada na figura 9. Por outro lado, as
ondas do quadrante Oeste alcançam a praia sem que sua evolução seja interrompida
ou alterada por qualquer obstáculo fisiográfico na paisagem.

A granulometria é outro fator determinante na dinâmica da praia, além do


regime de ondas e alterações na climatologia. A granulometria desempenha
importante e conhecido papel sobre o perfil praial (Hoefel, 1998). Se por um lado, os
grãos mais finos tendem a se depositar nos perfis de declividade suave, o aumento no
diâmetro do grão gera perfis íngremes. Short (1981) classificou as praias de regime
micro-marés de acordo com a granulometris e baseando-se na altura de arrebentação
em a) praias dissipativas, onde a altura das ondas acima de 2,5 m condicionam seu

50
perfil b) praias rítmicas, com altura de arrebentação entre 1,0 e 2,5 m, contendo em
sua morfologia cúspides, bancos em crescente e transversais e c) refletivas, onde as
alturas de arrebentação condicionantes são inferiores a 1 m, bem inclinadas e de
estocagem subaérea de sedimentos.

Entre Outubro e Dezembro de 2007, para os setores Sul e Norte, na porção


inclinada do perfil verifica-se um evento erosivo, enquanto no setor central não há
variação. Entre Novembro e Dezembro atuaram ao todo 7 sistemas frontais no litoral
norte paulista, e, embora a praticamente todos estes sistemas frontais estivessem
associados episódios de ZCAS, a média de chuvas permaneceu abaixo do esperado
para a época. As ondas em Dezembro evoluíram preferencialmente de SE, ESE e
SSE, com as ondas de SE e ESE alcançando a praia. O perfil 1 no setor Sul recebe
diretamente essas ondulações, enquanto o perfil 3 no setor Norte fica protegido, e
recebe ondulação difratada da Ilha (ondas vindas de SW). O efeito da difração
também ameniza as ondas incidentes de SE no setor central (perfil 2). No entanto,
como a altura das ondas para o período não excedeu os dois metros, a competência
erosiva da ação das frentes não foi muito significativa. Já em relação à granulometria,
enquanto no mês de Outubro o padrão dos sedimentos é de areia fina para os setores
norte e sul, e areia média no setor central, todos moderadamente selecionados, em
Dezembro tem-se areia média nas porções sul e norte e areia grossa no centro, sendo
os 2 primeiros pobremente selecionados e o segundo moderadamente selecionado.

Entre Dezembro de 2007 e Março de 2008 o perfil sofre ganho de material nos
três setores, com destaque para a porção central da praia (perfil 2), onde essa
acresção pode ser verificada em proporções bastante significativas. Entre a segunda
quinzena de fevereiro e a data do campo em Março de 2008, um único sistema frontal
atuou, e embora as ondas em sua grande parte fossem predominante dos quadrantes
SSE e SE chegaram ao litoral com muito pouca competência destrutiva. Este longo
período de tempo bom foi suficiente para recompor os perfis, principalmente no setor
central, que pode ter sido destino final do transporte de sedimentos dos extremos da
praia. Quanto às estatísticas granulométricas, o padrão sedimentar nos três setores
praiais foi de areia fina e moderadamente selecionados. A invariabilidade pode ser
reflexo do período de tempo bom, que não processou transporte sedimentar
significativo entre as diferentes porções da praia.

Entre Março e Julho de 2008, enquanto nos setores central e norte há erosão
do perfil, no setor sul, no pós-praia, verifica-se ganho de material. É neste período que
as frentes começam a atuar com maior intensidade e freqüência, e só no mês de

51
Junho atuaram sobre o litoral de São Paulo três sistemas frontais. Acoplados a estes
sistemas estiveram as ondas de S, SE, e SSE, que em Junho, para alguns poucos
dias, ultrapassaram os dois metros de altura, alcançando até mesmo o registro de 3,2
metros; no entanto, essa ondulação intensa era oriunda do quadrante S, e não alcança
a praia da Mococa. As ondas de SSE e SE estiveram entre 1,5 e 2,0 metros de altura
e em vários dias deste mês ondas dos quadrantes SW e SSW atuaram, com alturas
entre 1 e 2 metros. As ondas dos quadrantes SW e SSW, que alcançam sem
interferência o setor norte da praia podem ter, além de auxiliado no evento de erosão
desta porção e do setor central, realizado transporte de material para o setor sul. Em
Julho, para os setores Sul, Central e Norte obteve-se, respectivamente, areia média,
grossa e fina.

Entre Julho e Novembro de 2008, a única alteração visível é no perfil 1 – Sul,


onde se percebe erosão da área emersa da praia; para os outros dois perfis, a
variabilidade é praticamente nula. Cinco sistemas frontais atuaram no litoral norte de
São Paulo em Outubro e uma única frente em Novembro, nos dias 14 a 16. As ondas
associadas à passagem dessas frentes frias tiveram orientação preferencial de SE e
SSE, com alturas acima dos 2 metros, padrão esperado para a ação do Anticiclone
Polar Móvel. As ondas de leste também foram relativamente freqüentes,
principalmente no mês de Novembro, com o predomínio de tempo bom em boa parte
do período. A erosão do setor sul pode ser explicada pela ação destas frentes frias
atuantes em Outubro, e a estabilidade nos outros dois setores, graças ao período de
tempo bom vigente em Novembro. Em Novembro, o padrão da granulometria foi de
areia média e areia grossa, respectivamente para os setores sul, central e norte da
praia para a linha d’água. O diâmetro médio do grão reflete as condições de praia
refletiva ao Sul e no centro e rítmica no norte, conforme descrito por Short. Estas
condições se comprovam visivelmente na praia, a olho nu (figura 10) No mês de
Novembro se iniciaram as coletas de sedimento nas áreas submersas (praia média,
que é a porção do perfil sobre a qual ocorrem processos da zona de surfe e
arrebentação). No setor sul, entre a linha d’água e banco e na calha, obteve-se
respectivamente areia grossa e areia muito grossa. No setor central, entre linha d’água
e banco e no próprio banco, os resultados foram respectivamente areia média e
grânulos. Já no setor norte, para linha d’água e calha os diâmetros obtidos foram areia
grossa e areia média.

52
Figura 10: Feições topográficas vistas a olho nu na praia da Mococa: Cúspides
(a e b) e berma (c)

De Novembro a Dezembro de 2008 a variabilidade, novamente é muito baixa,


reflexo da incidência de frentes, que além de menos intensas passam a atuar em
menor número. As ondas de tempo bom atuaram de forma intensa, principalmente no
fim do mês de Novembro, e embora as ondas de SE e SSE tenham agido na primeira
quinzena de Dezembro, aparentemente não tiveram competência para erodir de forma
significativa a praia. A granulometria em Dezembro para a linha d’água dos setores
sul, central e norte foram respectivamente areia grossa, areia média e areia fina, e na
arrebentação dos setores sul e central, areia muito grossa e grossa respectivamente
(no perfil norte não houve possibilidade de coleta de amostra submersa). Nos setores
sul e central na linha d’água houve aumento do diâmetro médio, e no setor norte,
redução. Na parte submersa, o diâmetro permaneceu quase o mesmo, exceto em
Novembro, no setor central, a existência de grãos do tamanho de grânulos. A ausência
de eventos erosivos ou de deposição indica uma troca interna de sedimentos,
originados de correntes de deriva, de norte para sul.

53
Em Março de 2009, novamente, mudanças bruscas no perfil são sentidas
apenas no setor sul, que é erodido de forma muito agressiva em relação ao período
anteriormente medido. Os outros dois setores da praia permanecem constantes.
Porém, os parâmetros meteorológicos e oceanográficos estiveram agindo sobre a
praia de maneira esperada, não sendo possível, desta forma, apontá-los como
responsáveis por este fenômeno. Quanto às estatísticas granulométricas, a região da
linha d’agua nos três setores apresentou-se como areia média, e areia muito grossa e
grossa para os setores sul e central na região da zona submersa. O transporte passou
a atuar de sul para norte na linha d’agua e permaneceu com a mesma granulometria
do campo anterior na porção submersa.

Em Abril de 2009 os sistemas frontais intensos estiveram mais restritos à


região Sul do Brasil, e as ondas incidentes, embora chegassem de SE em algumas
ocasiões, vinham com pouca competência, e o perfil Sul pode, portanto, se recuperar.
Os perfis norte e sul continuaram com a granulometria areia média na linha d’água, e
areia grossa no centro. Na zona da praia média, o diâmetro médio sedimentar foi
equivalente ao de grânulos. O transporte de sedimentos pode ter sido predominante
do centro para as extremidades da praia.

Em Maio de 2009 o perfil Sul foi novamente erodido, e os outros dois setores
mantiveram a estabilidade dos períodos anteriores. Este comportamento foi o
esperado, uma vez que nesta época do ano as frentes começam a atuar com maior
intensidade. Nos setores sul e norte o diâmetro médio obtido foi areia fina, e no centro,
areia média para linha d’água. Na área submersa, areia grossa, grânulos e areia muito
grossa foram as características sedimentares para os perfis sul, central e norte,
respectivamente.

Para Junho e Julho de 2009 os perfis nos três setores estudados não
apresentaram variância significativa entre eles, e sua configuração, nos três casos, foi
muito próxima ao registrado no mês de Maio do mesmo ano. Em Junho, a areia média
foi o padrão predominante na linha d’água dos três setores, e areia muito grossa na
zona submersa para as regiões sul e norte da praia e grânulos no centro. No mês de
Julho, na linha d’água, o diâmetro relativo a areia grossa foi a característica dos três
setores, e na zona submersa o padrão do mês anterior foi mantido.

Cabe ressaltar que, embora a configuração dos perfis não apresente grandes
alterações nos resultados exibidos, nos campos pode-se verificar a construção e
erosão de feições do prisma praial, como bermas e cúspides, registradas através de

54
fotografia, embora estas feições não tenham sido registradas de forma nítida nos
levantamentos efetuados no período (figura W).

7. CONCLUSÃO

Todo o período de levantamento, que abrangeu 11 campos, com 12


monitorações de perfil, de Outubro de 2007 a Julho de 2009 esteve sob ação do
Anticiclone Polar Móvel, sob a forma de frentes frias que incidiam no litoral norte do
estado de São Paulo e do Anticiclone Tropical Atlântico, que mantinha as condições
de tempo bom.

Verificou-se comportamento topográfico distinto preferencialmente no perfil Sul,


que é atingido diretamente pelas ondas de SE, oriundas dos sistemas frontais, embora
a incidência deste tipo de ondulação nem sempre esteja associada à erosão do perfil.

Entre Outubro de 2007 e Julho de 2008 houveram eventos de erosão e


deposição em todos os setores monitorados, e a partir de Novembro de 2008, os perfis
central e norte não apresentaram mais nenhuma alteração significativa. Este
comportamento da praia pode indicar que nem sempre os eventos de passagem de
frente fria alteram a topografia do prisma praial de forma direta, com as ondas agindo
como principais atores nos eventos de deposição e acresção, e sim, operando no
sentido de otimizar e promover o transporte sedimentar, seja alterando o sentido da
deriva litorânea e induzindo a um comportamento interno daquela porção abrigada do
litoral de forma particular ou instituindo um sistema de transporte onshore-offshore,
principalmente na zona da praia média.

Embora próximo ao setor norte da Mococa haja a desembocadura de um rio,


mesmo em períodos de precipitação elevada, os perfis não sentem de forma intensa a
influência do agente fluvial na distribuição dos sedimentos ao longo da praia.

Na área submersa onde se efetuou a coleta de amostras, verificou-se um


possível aprisionamento de material sedimentar bastante grosso, que variou de areia
grossa a grânulos; nos setores sul e principalmente central não existe nenhuma fonte
de material de incremento de diâmetro tão elevado e que o disponibilize em volumes
tão significativos (no setor norte o rio pode oferecer este tipo de material, que no
entanto, não pode ser redistribuído para praia toda por falta de competência dos
agentes transportadores atuantes ali). Relatos de locais indicam que o rio, hoje no
extremo norte da praia, a cerca de 100 ou 200 anos atrás, desembocava na
extremidade sul, e esta mobilidade da desembocadura fluvial que envolveu toda a
extensão praial foi a responsável pela descarga do sedimento grosso, que ali se

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mantém pela ausência de agentes transportadores eficientes. O que se verifica é,
graças ao transporte onshore-offshore, este material ser trazido à área submersa em
condições de tempo severas.

Apesar da não variação dos perfis central e norte, estas regiões do setor praial
apresentaram, ao longo de todo levantamento, porém, nem sempre registradas nos
perfis praiais monitorados, a criação de cúspides e feições de deposição e erosão
como “degraus”. Segundo Guza e Inman (1982), os cúspides praiais podem ser
formados na zona de surfe pelo sistema de circulação local e na face da praia, pela
ação do espraiamento de ondas, caso da praia da Mococa, sendo estas as únicas
interferências do centro ao extremo norte da praia, geradas pela interação entre as
ondas e a movimentação da topografia.

A granulometria muito variável acompanhou sempre os padrões de inclinação


da praia como o proposto por Short (1981), e evidenciaram que o transporte
sedimentar não mantém um padrão que acompanhe as condições de tempo bom ou
de atuação dos sistemas frontais. Foram verificados sistemas de transporte de norte
para sul, de sul para norte e do centro para as extremidades em diferentes situações
climatológicas e oceanográficas, e nem sempre este transporte foi transformado em
eventos erosivos ou de engordamento.

Diferentemente do que se verificou para os estudos de praia de bolso recentes,


como o realizado por Martins (2006) na praia da Sununga e Klein (2002) em
Taquaras/Taquarinhas, o mecanismo de rotação praial não se mostrou muito claro.

Entende-se por rotação praial o movimento lateral periódico do sedimento que


compõe uma praia, alternando o sentido de transporte para as extremidades do arco
praial, ou seja, com um padrão de erosão num lado da praia e de deposição do outro.
Esta rotação é normalmente resultante de alterações sazonais ou no regime de ondas,
principalmente no que se diz respeito à sua direção (Short 2000, Klein 2002).

Short e Masselink (1999) afirmam que o fenômeno de rotação da praia nem


sempre está associado em ganho ou perda sedimentar pelo sistema, ocorrendo num
grande intervalo de variabilidade temporal, gerando grande variação e movimento na
linha de costa.

Klein (2002) e Martins (2006) encontraram correlação entre os períodos de


erosão e deposição entre os pontões das praias que estudaram, enquanto a porção
central se manteve neutra em relação aos extremos, não desenvolvendo correlação
significativa com os mesmos. Por outro lado, na Mococa, enquanto um dos extremos

56
sofre erosão ou deposição (setor Sul), o outro ou acompanha seu padrão de alteração
topográfica ou não registra variação significativa, se mantendo constante. A rotação
praial só foi observada uma única vez, no mês de Julho de 2008.

Estas duas praias, no entanto, recebem diretamente a ondulação vinda de sul,


o que não acontece na Mococa, que recebe preferencialmente ondulação sudeste, de
intensidade moderada a fraca (graças à difração) e esteve sob atuação de ATA em
várias situações.

A praia da Mococa se comporta de acordo com o descrito por Dail (2000): o


transporte ao longo da costa não é favorecido, a praia é dependente fortemente da
dinâmica de ondas, produzindo uma rede de transporte onshore-offshore.

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