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Curso de Especialização em Gestão Estratégica – Gestão de Negócios

Fundamentos de
Administração Financeira
Prof. Bruno Pérez Ferreira

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Fundamentos de Administração Financeira
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Programa

• Conceitos básicos de matemática financeira: capitalizações simples e composta;

• Séries de pagamentos.

• Estrutura das demonstrações contábeis e sua utilização para fins gerenciais;

• Demonstração do fluxo de caixa;

• Demonstração do valor adicionado;

• Análise financeira.

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1. Conceitos Básicos de
Matemática Financeira

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Tomada de decisões gerenciais


• Para avaliar uma decisão, temos que avaliar os custos e
benefícios incrementais associados a essa decisão. Uma boa
decisão é aquela para a qual o valor dos benefícios excede o
valor dos custos.
• Ou seja, uma decisão se expressa na forma de um investimento e
essa decisão deve agregar benefícios incrementais. Os benefícios
incrementais criam valor para uma instituição.

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Tomada de decisões gerenciais


• Os investimentos realizados por empresas, pessoas ou governos
são operações complexas e, portanto, os custos e benefícios são
difíceis de quantificar. Essa avaliação envolverá o conhecimento
de habilidades em outras áreas:

• Estratégia
• Operações
• Marketing
• Economia
• Cultura organizacional

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Análise de custo-benefício
• A análise de custo e benefício relacionado à uma decisão envolve
a comparação de custos e benefícios que ocorrem em diferentes
pontos no tempo;
• Essa comparação exige que todos os custos e benefícios sejam
apresentados em termos comuns.
• Assim os valores dispostos ao longo do tempo devem ser
convertidos em custos e benefícios mensurados pelo DINHEIRO
DE HOJE.

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Princípio da Avaliação
• Um mercado competitivo é um mercado no qual um bem pode ser
comprado e vendido pelo mesmo preço entre os diversos agentes
da economia.
• Os preços de um bem ou serviço em um mercado competitivo
podem ser aplicados para determinar o valor em dinheiro
relacionado à uma decisão empresarial.
• Contudo, no cotidiano, verificam-se imperfeições de mercado que
inviabilizam a existência de mercados perfeitos, de maneira que
os agentes podem obter vantagens nas transações, ou seja,
possibilidade de arbitragens.

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Princípio da Avaliação
• Em um contexto de perfeição de mercado, o valor de uma
mercadoria ou ativo para a empresa ou seus investidores é
determinado por seu preço no mercado competitivo.
• Assim, os benefícios e custos de uma decisão devem ser
avaliados com base nesses preços de mercado.
• Quando o valor dos benefícios excede o valor dos custos, a
decisão aumentará o valor de mercado da empresa.

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Os preços em mercados imperfeitos


• Quando não há preços competitivos disponíveis, as decisões de
investimento podem ser afetadas por opiniões, percepções e
interesses dos tomadores de decisão.
• Por exemplo, os preços no comércio em geral são unilaterais:
pode-se comprar pelo preço anunciado, mas não se podem
vender os bens para a loja pelo mesmo preço. Logo, tais preços
unilaterais não devem ser aplicados para determinar o valor exato
em dinheiro. Eles indicam o valor máximo do bem (já que ele
sempre pode ser comprado por esse preço), mas um indivíduo
pode avaliá-lo por menos, dependendo de suas preferências.

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A Lei do Preço Único


• Arbitragem é o processo de realizar negociações de modo a tirar
proveito de bens equivalentes que tenham preços diferentes em
diferentes mercados competitivos.
• A Lei do Preço Único afirma que se bens ou títulos equivalentes
forem negociados simultaneamente em diferentes mercados
competitivos, eles serão negociados pelo mesmo preço em todos
os mercados.

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O valor do dinheiro no tempo


e as taxas de juros
• Geralmente, R$ 1,00 hoje vale mais do que R$ 1,00 em um ano.
Pois, observe que se possui R$ 1 hoje, você pode realizar um
investimento a uma taxa de juros de 9% ao ano. Por exemplo, se
você depositá-lo em uma conta bancária que paga 9% de juros,
terá R$ 1,09 ao fim de um ano. Essa diferença de valor entre
dinheiro hoje e no futuro é denominada de valor do dinheiro no
tempo.

Após um ano
• R$1,00 • R$1,09
x (1+ taxa)

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O valor do dinheiro no tempo


e as taxas de juros
• Para uma taxa de juros é de 9% ao ano, dado um investimento
de R$100.000 então podemos expressar nossos custos como
R$109.000 em um ano.
• Esse valor é o custo da oportunidade de gastar R$ 100.000 hoje:
a empresa abre mão dos R$ 109.000 que ela teria em um ano se
tivesse deixado o dinheiro no banco.
• Se um investimento envolve um período de 10 anos esse custo
seria de 100.000 x (1 + 0,09)10 = R$ 236.736,37 .

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O valor do dinheiro no tempo


e as taxas de juros
• Se uma taxa de juros para empréstimo é de 12% ao ano, para um
crédito de R$100.000 então os custos (juros) e o principal da
dívida totalizariam R$112.000 em um ano.
• Esse valor é o custo dessa fonte de capital relacionado ao crédito
de R$ 100.000 hoje: a empresa assume uma obrigação de
R$112.000 junto a seu credor.
• Se essa operação de crédito envolve um período de 10 anos esse
obrigação seria de 100.000 x (1 + 0,12)10 = R$ 310.584,82 .

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O valor do dinheiro no tempo


e as taxas de juros
• Qual o valor deve-se ser aplicado hoje para que dentro de 1 ano
tenha-se R$100.000 dada uma taxa de juros de 9% ao ano?
100.000 / (1 + 0,09) = 91.743,12
• Portanto, deverá ser aplicado hoje um montante de R$ 91.743,12.

• E para ter R$1.000.000,00 dentro de um prazo de 10 anos para


uma taxa de juros de 10% ao ano?
1.000.000 / (1 + 0,10)10 = 385.543,29
• Logo, deverá ser aplicado hoje um montante de R$ 385.543,29.

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Valor Presente Líquido


• Enquanto convertemos custos e benefícios para o mesmo ponto
no tempo, poderemos utilizar o Princípio da Avaliação para tomar
uma decisão. Porém, a maioria das corporações prefere medir
valores em termos de seu valor presente − isto é, em termos de
dinheiro hoje, o que resulta no Valor Presente Líquido (Net
Present Value) de um investimento.

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A regra de decisão do NPV

Ao tomar uma decisão de investimento, escolha a


alternativa com NPV mais alto. Escolher esta
alternativa equivale a receber seu NPV em
dinheiro hoje.

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A regra de decisão do NPV


• Realizar ou recusar um projeto é uma decisão financeira comum.
Como a recusa na realização de um projeto geralmente significa
que NPV = 0 (não realizar o projeto não traz novos custos ou
benefícios), a regra de decisão NPV implica que devemos:

– Realizar os projetos em NPV positivo, pois realizá-los equivale a


receber seu NPV em dinheiro hoje.
– Recusar os projetos com NPV negativo, ao realizá-los estaríamos
diminuindo a riqueza dos investidores, enquanto que recusá-los não
traz custo algum (NPV = 0).

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A regra de decisão do NPV


• Princípio geral do NPV
• Independentemente de nossas preferências por dinheiro hoje ou dinheiro no
futuro, devemos sempre primeiro maximizar o NPV.

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Diagramas de fluxo de caixa


• Uma série de fluxos de caixa com duração de vários períodos
chama-se sequência de fluxos de caixa. Podemos representar
um sequência de fluxos de caixa em um diagrama de fluxo de
caixa, uma representação linear de cronologia dos fluxos de caixa
esperados.

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Construindo um diagrama de fluxo de caixa

A data 0 é o dia de hoje. A data 1 é o cenário um ano depois.

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Distinguindo entradas e saídas

O primeiro fluxo de caixa na data 0 (hoje) é representado como


–RS$ 10.000 porque é uma saída.

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Avaliando fluxos de caixa em diferentes


pontos no tempo
• Três importantes regras que são centrais nas tomadas de
decisões financeiras:
• Regra 1: Comparando e combinando valores
• Regra 2: Capitalização
• Regra 3: Descapitalização

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Regra 1: Comparando e
combinando valores
• Um valor monetário hoje e esse mesmo valor daqui a um ano não
são equivalentes. Ter dinheiro agora vale mais do que ter dinheiro
no futuro; se temos o dinheiro hoje, podemos ganhar juros sobre
ele.

• Possuir disponibilidade financeira indica liquidez de uma


instituição, o que agrega poder de barganha em negociações e
flexibilidade na tomada de decisões de investimentos.

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Regra 2: Capitalização
• O processo de movimentar um valor ou um fluxo de caixa para
um ponto no futuro (seu valor futuro) também é chamado de
capitalização.
• Conforme a segunda regra estipula, para movimentar um fluxo de
caixa para um ponto no futuro, é preciso capitalizá-lo.
• Diante disso, destaca-se uma questão: qual taxa de juros deve
ser utilizada em tal operação?

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Regra 2: Capitalização
• Podemos aplicar esta regra repetidas vezes. Suponha que
queiramos saber quanto os R$ 1.000,00 valerão em dois anos. Se
a taxa de juros do ano 2 também é de 10%, então converteremos:

𝑅$ 1.000,00 𝑥 1 + 10%𝑎. 𝑎. = 𝑅$1.100,00 𝑎𝑝ó𝑠 1 𝑎𝑛𝑜

𝑅$ 1.100,00 𝑥 1 + 10%𝑎. 𝑎. = 𝑅$1.210,00 𝑎𝑝ó𝑠 2 𝑎𝑛𝑜𝑠


2
𝑅$ 1.000,00 𝑥 1 + 10%𝑎. 𝑎. = 𝑅$1.210,00

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Regra 2: Capitalização
• Este efeito de obter juros sobre o principal original mais sobre os
juros acumulados, obtendo “juros sobre juros”, é chamado de
juros compostos. Continuando a utilizar a mesma abordagem,
capitalizamos o fluxo de caixa uma terceira vez. Supondo que a
taxa de juros do mercado seja fixa em 10%, temos:

𝑅$ 1.210,00 𝑥 1 + 10%𝑎. 𝑎. = 𝑅$1.331,00 𝑎𝑝ó𝑠 3 𝑎𝑛𝑜𝑠


3
𝑅$ 1.000,00 𝑥 1 + 10%𝑎. 𝑎. = 𝑅$1.331,00

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Valor futuro de um fluxo de caixa

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Avaliando fluxos de caixa em diferentes


pontos no tempo
• Patrimônio
acumulado pelo
depósito anual de
R$ 12.000,00 em
termos de:
• montante aplicado,
• remunerado a uma
taxa de 6% ao ano,
• 10% ao ano e
• 12% ao ano.

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Regra 3: Descapitalização
• O processo de encontrar o valor equivalente hoje de um fluxo de
caixa futuro é conhecido como descapitalização.
• De acordo com a terceira regra, para movimentar um fluxo de
caixa de volta a um ponto no passado, temos que descapitalizá-
lo. Porém, qual taxa deve ser utilizada?
𝑅$ 1.000,00
= 𝑅$ 909,09 𝑟𝑒𝑡𝑟𝑜𝑐𝑒𝑑𝑒𝑛𝑑𝑜 1 𝑎𝑛𝑜
1 + 10%𝑎. 𝑎.

𝑅$ 909,09
= 𝑅$ 826,45 𝑟𝑒𝑡𝑟𝑜𝑐𝑒𝑑𝑒𝑛𝑑𝑜 2 𝑎𝑛𝑜𝑠
1 + 10%𝑎. 𝑎.

−2
𝑅$ 1.000,00
𝑅$ 1.000,00 𝑥 1 + 10%𝑎. 𝑎. = 2
= 𝑅$826,45
1 + 10%𝑎. 𝑎.

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Valor presente de um fluxo de caixa

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Usando uma calculadora financeira


• Encontrando valores presentes e futuros
• As calculadoras financeira têm um conjunto de funções que realizam os
cálculos que os profissionais de finanças utilizam com maior frequência. As
funções são baseadas no diagrama de fluxo de caixa a seguir, que, entre
outras coisas, serve para a maioria dos tipos de empréstimos:

• Há um total de cinco variáveis: N, PV, PMT, FV, e a taxa de juros,


denotada por I/Y. Cada função pega quatro dessas variáveis
como entradas e retorna o valor da quinta que garante que o NPV
dos fluxos de caixa seja zero.

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Regras de avaliação de fluxos de caixa em


diferentes pontos no tempo

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Aplicando as regras da avaliação


de fluxos de caixa
• Considerando uma taxa
de 10% ao ano, qual o
valor de R$ 120.000,00;
de R$ 250.000,00; e de
R$ 500.000,00 no ano de
2014 levados ao ano de
2000?

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O valor presente líquido de uma sequência


de fluxos de caixa
• Qualquer decisão de investimento pode ser representada sobre
um demonstrativo de fluxo de caixa como uma sequência de
fluxos de caixa em que as saídas de dinheiro (aplicações) são
fluxos de caixa negativos e as entradas (resgates) são fluxos de
caixa positivos. Assim, o NPV de uma oportunidade de
investimento é também o valor presente da sequência de fluxos
de caixa da oportunidade:

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Casos especiais
• Perpetuidades
• Trata-se de uma seqüência de fluxos de caixa iguais que ocorrem a intervalos
regulares e que duram para sempre. Aqui temos um diagrama de fluxo de
caixa de uma perpetuidade:

• O primeiro fluxo de caixa não ocorre imediatamente, mas no final do primeiro


período.

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Valor presente de uma perpetuidade

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Casos especiais
• Perpetuidades
• Exemplo: Dada uma taxa de juros de 0,8% ao mês, qual valor deve ser
aplicado a essa taxa de modo a proporcionar uma rentabilidade monetária de
R$ 16.000,00?
C R$16.000,00
PV    R$2.000 .000,00
r 0,8%

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Casos especiais
• Anuidades
• Assim como no caso anterior, uma anuidade é uma seqüência de N fluxos de
caixa iguais pagos em intervalos regulares.

• A diferença entre uma perpetuidade e uma anuidade termina após


determinado número de pagamentos.

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Valor presente de uma anuidade

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Valor futuro de uma anuidade

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Valor futuro de uma anuidade

Exemplo: Você aplica R$ 500,00 por mês em uma caderneta de


poupança que rende 0,5% ao mês, qual o patrimônio você terá
juntado ao final de 30 anos de aplicações?

R$ 500,00 x (1 / 0,5%) x [(1 + 0,5%)360 meses -1] = R$ 502.257,52

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Casos especiais
• Fluxos de caixa crescentes
• Uma perpetuidade crescente é uma sequência de fluxos de caixa que
ocorrem a intervalos regulares e crescem a uma taxa constante para sempre.
Por exemplo, uma perpetuidade crescente com um primeiro pagamento de
R$ 100 que cresce a uma taxa de 3% possui o seguinte diagrama de fluxo de
caixa:

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Valor presente de uma


perpetuidade crescente

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Pagamento do empréstimo

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Taxa Interna de Retorno

A taxa de juros que iguala o valor presente e o fluxo de


caixa de uma oportunidade de investimento é chamada
de taxa interna de retorno (IRR).

Definida como taxa de juros que iguala o valor presente


dos fluxos de caixa a zero.

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Taxa Interna de Retorno

Calculando a IRR sem a calculadora requer estimar o


IRR utilizando a equação a seguir igualando o NPV a
zero:

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Avaliando projetos com diferentes vidas

• Ao escolher entre projetos com diferentes horizontes de tempo, é


necessária uma base de comparação padronizada.

• Inicialmente deve-se calcular uma anuidade com um valor


presente equivalente ao NPV de cada projeto. Depois os
projetos podem ser avaliados com base em seu custo ou valor
criado por ano.

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Selecionando projetos quando os recursos são


limitados
• As decisões de implementação de projetos consideram
situações de:
• Investimentos economicamente independentes;
• Investimentos economicamente dependentes;
• Investimentos economicamente excludentes; e
• Investimentos com restrição orçamentária

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Selecionando projetos quando os recursos são


limitados
• Ao escolher entre projetos que concorrem pelo mesmo recurso,
geralmente o melhor resultado é obtido classificando os projetos
em ordem decrescente segundo seus índices de lucratividade e
escolhendo o conjunto de projetos com os maiores índices que
ainda podem ser empreendidos, dada a limitação do recurso.

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2. Taxas de Juros

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Cotações e ajustes de taxas de juros

• Assim como para outros ativos do mercado financeiro, as taxas de juros são
determinadas por forças de mercado, em particular a oferta e demanda de
recursos financeiros entre agentes (bancos, empresas, investidores);
• As taxas de juros são utilizadas para controle inflacionário, por meio do
incentivo à aplicação dos recursos no mercado financeiro em detrimento dos
gastos na produção e no consumo;
• Relações de crédito são afetadas pela taxa de juros definida pelo Banco
Central, presente nos títulos públicos, considerados como papéis de baixa
exposição ao risco.

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Cotações e ajustes de taxas de juros

• A taxa efetiva anual (EAR) representa a quantidade real de juros obtidos em


um ano. Essa taxa pode ser utilizada como taxa de desconto para fluxos de
caixa anuais.
• Dado uma EAR de r ao ano, a taxa de desconto para um intervalo de n anos
será de:

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Cotações e ajustes de taxas de juros

• A taxa percentual anual (APR) é a forma comum de cotar taxas de juros,


refletindo os juros em um período de tempo, como meses ou semestres;
• A taxa de juros efetiva por período é a APR divida pelo número desses
períodos por ano.
• Dado uma APR pode-se obter a EAR, em que m é o número de períodos de
capitalização por ano:

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Os determinantes das taxas de juros


• As taxas de juros cotadas são taxas de juros nominais que indicam a taxa de
crescimento do dinheiro investido. Já a taxa de juros real indica a taxa de
crescimento do poder aquisitivo mediante o ajuste pela inflação.
• Dada uma taxa de juros nominal e uma taxa de inflação, a taxa de juros real
é:

• As taxas de juros nominais tendem a ser altas quando a inflação é alta, e


baixas quando a inflação é baixa.

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Os determinantes das taxas de juros


• Taxas de juros mais altas tendem a reduzir o NPV de projetos de
investimento, reduzindo a atratividade desses investimentos;
• Bancos Centrais elevam as taxas de juros para moderar o investimento e
combater a inflação, e diminuem as taxas de juros para estimular o
investimento e o crescimento econômico.

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Os determinantes das taxas de juros


• As taxas de juros mudam com o horizonte de investimento segundo a
estrutura a termo das taxas de juros;
• O gráfico que representa as taxas de juros em função do horizonte de tempo
é denominado de curva de rentabilidade.

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Os determinantes das taxas de juros


• A forma da curva de rentabilidade tende a variar com as expectativas do
investidor em relação ao crescimento econômico e às taxas de juros no
futuro.
• A curva tende a ser invertida antes de recessões e íngreme ao sair de uma
recessão. Como os investidores percebem os empréstimos de longo prazo
como de maior risco, prazos maiores tendem a apresentar taxas de juros
mais elevadas do que no curto prazo.

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Os determinantes das taxas de juros


• Os fluxos de caixa devem ser descontados utilizando-se a taxa de desconto
adequada para seu horizonte, seguindo a estrutura a termo, assim o PV de
uma sequência de fluxo de caixa é:

C0 C1 C2 CN
PV    
1  r0  1  r1  1  r2 
0 1 2
1  rN N

• As fórmulas de anuidade e perpetuidade não podem ser aplicadas quando as


taxas de descapitalização variam conforme o horizonte de tempo.

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O custo de oportunidade de capital


• O custo de oportunidade de capital de um investidor (custo de capital) é o
melhor retorno esperado disponível no mercado sobre um investimento de
risco e prazo comparáveis ao fluxo de caixa sendo descapitalizado.
• Esse custo de capital reflete os juros obtidos pela melhor alternativa de
investimento disponível para o investidor, considerando prazo e risco.
• Exemplos de custo de capital: taxa do IBOVESPA, taxa do Certificado de
Depósito Interbancário (CDI), poupança.
• Taxa de juros livre de risco: é a taxa de juros que o investidor obtém em uma
aplicação que seja considerada de baixo risco. Ex. títulos públicos e
poupança.

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3. Análise das
Demonstrações
Financeiras

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Demonstrações Contábeis
• Demonstrações contábeis são relatórios emitidos periodicamente
pela empresa com informações sobre seu desempenho passado.
• Investidores, analistas financeiros, gerentes e outras partes
interessadas externas, como os credores, obtêm nas demonstrações
contábeis informações confiáveis sobre a corporação.

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Balanço Patrimonial
• O balanço patrimonial exibe a posição financeira da empresa (ativos,
passivos e patrimônio líquido) em determinado momento.
• Patrimônio líquido é a diferença entre os ativos e os passivos de uma
empresa. É também uma medida contábil do valor líquido da
empresa. Difere do valor de mercado da empresa, sua capitalização
de mercado, pela forma como ativos e passivos são registrados na
contabilidade.
• Os dois lados do balanço patrimonial têm que ser iguais:

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O balanço patrimonial

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Balanço Patrimonial
• Em termos de avaliação (Valuation) do Patrimônio Líquido:
– Valor contábil do patrimônio líquido: representa o patrimônio
líquido da empresa a partir de uma perspectiva contábil.
– Capitalização de mercado: o valor de mercado total das ações de
uma empresa é igual ao preço de mercado por ações vezes o
número de ações.

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Balanço Patrimonial
• O índice market-to-book é o quociente entre a divisão da
capitalização de mercado pelo valor contábil do patrimônio
líquido:

•O índice capital de terceiros / capital próprio é um índice


comum utilizado para avaliar a alavancagem de uma
empresa:

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Capital de giro líquido


A diferença entre ativos circulantes e passivos
circulantes é o capital de giro líquido da empresa, o
capital disponível no curto prazo para dirigir a empresa.

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Enterprise Value
• Enterprise Value (EV), Total Enterprise Value (TEV) ou Valor da
Empresa é a medida, dada pelo mercado, do valor de uma empresa,
considerando-se o agregado de todas as suas fontes de
financiamento: credores, acionistas ordinários e preferenciais, e
empresas subsidiárias.
• O valor da empresa mede o valor dos ativos dos negócios
subjacentes, livres de dívida e separados de qualquer caixa ou
títulos negociáveis.

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Balanço Patrimonial
• O índice q de Tobin é a razão entre o valor da firma e o
valor de reposição dos ativos (VRA) da empresa:

q = EV / VRA

O VRA representa o desembolso necessário para realizar a


(re)aquisição dos ativos operacionais da firma.

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Análise do Balanço Patrimonial

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Demonstração de Resultados
• A demonstração de resultados (DRE) lista as receitas e despesas da
empresa ao longo de determinado período. A última linha da
demonstração de resultados mostra o lucro líquido da empresa, que
é uma medida de sua rentabilidade durante o período. A
demonstração de resultados às vezes é chamada de demonstração
de lucros e perdas, e o lucro líquido é chamado resultado da
empresa.

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Demonstração de Resultados

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Earnings per Share (EPS)


• O índice Earnings per Share (EPS) é o lucro líquido da empresa declarado com
base em cada ação, ou seja, é o lucro por ação.
• Indica a geração de resultados por parte da empresa, quer sejam ou não
diretamente distribuídos. Trata-se de um indicador de rentabilidade do capital
próprio de uma empresa.

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Retorno sobre Investimento (ROI)


• Avalia o retorno sobre investimentos da empresa comparando sua receita a seu
investimento:

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Índice Preço-Lucro (P/E)


• O índice preço-lucro (P/E) é uma medida simples utilizada para avaliar se uma
ação está sendo super ou subvalorizada, com base na ideia de que o valor de uma
ação deve ser proporcional ao nível de rentabilidade que ela pode gerar para seus
sócios.

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Análise da Demonstração de Resultados

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Análise da Demonstração de Resultados

Patrimônio Líquido

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Demonstração dos Fluxos de Caixa


• A demonstração de fluxo de caixa de uma empresa utiliza as informações da
demonstração de resultados e do balanço patrimonial para demonstrar quanto de
dinheiro em caixa a empresa gerou e como esse dinheiro foi alocado durante certo
período. É importante ter caixa porque ele é necessário para pagar contas e
manter as operações da empresa e porque é a fonte de qualquer retorno sobre
investimentos para os investidores.
• A demonstração de fluxos de caixa divide-se em três seções que correspondem a
aproximadamente três tarefas principais do gerente financeiro:
– Atividades operacionais
– Atividades de investimento
– Atividades de financiamento

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Demonstração dos Fluxos de Caixa

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Payout Ratio
• O índice de payout apresenta a parcela dos lucros que foi destinada aos
acionistas:

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Free Cashflow to Equity (FCFE)


Receitas

(-) Despesas Operacionais

(=) Lucro antes do pagamento de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA)

(-) Depreciação e Amortização

(=) Lucro antes do pagamento de juros e impostos (EBIT)

(-) Despesas Financeiras (Juros)

(=) Lucro antes dos Impostos

(-) Impostos

(=) Lucro Líquido

(+) Depreciação e Amortização

(-) Desembolsos de Capital

(-) Dividendos Preferenciais (empresas com ações preferenciais)

(-) Pagamento da Dívida Nominal

(-) Variação do Capital de Giro

(+) Novas Emissões de Dívida (Entradas de Caixa)

(=) Fluxo de Caixa do Acionista (FCA) ou Free Cashflow to Equity (FCFE)


80
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Free Cashflow to Equity (FCFE)


Receitas
(-) Custos Operacionais
(+) Despesas de Depreciação
(-) Despesas de Amortização
(=) Lucro Operacional (EBITDA)
(-) Despesas Financeiras (Juros e outras despesas bancárias)
(=) Lucro Antes do Imposto de Renda (EBIT)
(-) Imposto de Renda
(=) Lucro Líquido (Net Income)
(+) Despesas de Depreciação
(±) Variação da Dívida (*)
(±) Variação do Capital de Giro Não-Monetário (**)
(±) Variação de Investimentos (Variação de Máquinas) (***)
(=) Fluxo de Caixa do Acionista (FCA) ou Free Cashflow to Equity (FCFE)
(*) Quando o período 2 (X2) maior que período 1 (X1) representa contratação de Novas Dívidas (Entradas de Caixa), a
diferença será positiva; do contrário a diferença será negativa revelando pagamento da Dívida Nominal (Saída de Caixa).
(**) Se o período 2 (X2) maior que período 1 (X1) representa um aumento no Capital de Giro (CG), portanto, uma Saída de
Caixa, a diferença será negativa; do contrário, a diferença será positiva, revelando diminuição do CG, por conseguinte, uma
Saída de Caixa.
(***) Se o período 2 (X2) maior que período 1 (X1) representa imobilização de recursos (Investimentos), portanto, uma Saída
de Caixa, a diferença será negativa; do contrário, a diferença será positiva, revelando baixa de imobilizado
(desinvestimentos), por conseguinte, uma Entrada de Caixa.

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Curso de Especialização em Gestão Estratégica – Gestão de Negócios

Demonstração de Valor Adicionado (DVA)

COSENZA, J. P. A eficácia informativa da demonstração do valor adicionado. Rev. contab. finanç.


[online]. 2003, vol.14, n.spe, pp.07-29

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Curso de Especialização em Gestão Estratégica – Gestão de Negócios

Demonstração de Valor Adicionado (DVA)


Natura S.A.

COSENZA, J. P. A eficácia informativa da demonstração do valor adicionado. Rev. contab. finanç.


[online]. 2003, vol.14, n.spe, pp.07-29
83
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Demonstração de Valor Adicionado (DVA)

• Método da Adição: Verifica a distribuição de valor praticada


pela empresa.

COSENZA, J. P. A eficácia informativa da demonstração do valor adicionado. Rev. contab. finanç.


[online]. 2003, vol.14, n.spe, pp.07-29

84
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Demonstração de Valor Adicionado (DVA)

• Método da Subtração: Verifica a geração de valor praticada


pela empresa.

COSENZA, J. P. A eficácia informativa da demonstração do valor adicionado. Rev. contab. finanç.


[online]. 2003, vol.14, n.spe, pp.07-29
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4. Determinando o
Custo de Capital

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Introdução ao custo médio ponderado de capital

• A dívida e as ações de uma empresa representam seu capital. As


proporções relativas da dívida, ações e outros títulos que uma
empresa tem em circulação constituem sua estrutura de capital.

• Investidores de cada tipo de capital têm um retorno exigido.


Proporcionar esse retorno é o custo com que uma empresa arca
para obter capital de investidores.

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Introdução ao custo médio ponderado de capital

• O custo de capital geral de uma empresa é obtido por uma média


ponderada de seus custos de capital próprio e de terceiros,
denominado de custo médio ponderado de capital da empresa.

• Os pesos no WACC têm que ser baseados nos valores de


mercado da dívida e das ações da empresa, e não em seus
valores contábeis.

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Os custos de capital de terceiros e de


capital próprio da empresa
• Para estimar o custo de capital de uma empresa como um todo,
normalmente se obtém o custo de cada uma das fontes de capital
da empresa.

• O custo da dívida é os juros que a empresa precisaria pagar


sobre as novas dívidas. Ele geralmente é diferente da taxa de
cupom sobre dívidas existentes, mas pode ser estimado a partir
da rentabilidade até o vencimento de dívidas existentes.

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Os custos de capital de terceiros e de


capital próprio da empresa

• O custo das ações preferenciais (KPN)é estimado pelo dividendo


constante e conhecido:

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Os custos de capital de terceiros e de


capital próprio da empresa

• O Modelo de Precificação de Ativos Financeiros (CAPM) é a


abordagem mais comum para estimar o custo de capital próprio.
Para aplicar o CAPM, é necessária uma estimativa para o beta
das ações da empresa, do prêmio de risco de mercado e da taxa
livre de risco:

Custo de capital próprio = taxa livre de risco + beta das ações x


prêmio de risco de mercado

91
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Os custos de capital de terceiros e de


capital próprio da empresa

• Outra abordagem para estimar o custo de capital próprio (KE) é o


Modelo de Dividendos com Crescimento Constante (CDGM). Para
aplicar esse modelo, é necessário o preço corrente das ações, o
dividendo futuro esperado e uma estimativa da taxa de
crescimento constante do dividendo:

92
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Aprofundamento do custo médio


ponderado de capital
• O WACC é dado por:

• Para uma empresa que não tem ações preferenciais, o WACC é


dado por:

• O WACC é direcionado pelo risco da linha de negócios de uma


empresa e, devido ao efeito tributário dos juros, por sua
alavancagem. Assim, o WACC varia de um setor para outro e de
uma empresa para outra.
93
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Utilizando o WACC para avaliar projetos

• Supondo que um projeto tenha um risco típico para a empresa,


que a empresa mantenha seu grau de alavancagem corrente e
que a alavancagem da empresa afete seu valor apenas por meio
de impostos:

O WACC pode ser utilizado para avaliar os fluxos de


caixa de um novo projeto => taxa de desconto no
cálculo do VPL

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Custos de Capital baseados em projetos

• Se o risco do projeto diferir do risco médio da empresa, o WACC


não será a taxa de descapitalização adequada para o projeto.

• A taxa deverá ser obtida por meio do WACC de outras empresas


que operam na mesma linha de negócios que o novo projeto.

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Quando levantar capital externo custa caro

• O WACC é obtido sem considerar os custos diretos de levantar


financiamento externo.

• Em vez de ajustar o WACC, a maneira correta de considerar


esses custos é subtrair seu valor presente do VPL do projeto.

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5. Fundamentos do
Orçamento de Capital

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O processo de orçamento de capital

• Orçamento de capital é o processo de analisar oportunidades de


investimento e de decidir quais devem ser aceitas. Um orçamento
de investimento é uma lista com todos os projetos que uma
empresa planeja empreender durante o período seguinte.

• Utiliza-se a regra do NPV para avaliar decisões de orçamento de


capital, para tomar decisões que maximizem o NPV. Ao decidir
aceitar ou rejeitar um projeto, devem ser aceitos propostas com
NPV positivo.

98
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Previsão de lucros incrementais


• Os lucros incrementais de um projeto compreendem a quantia em
que se espera que o projeto afete os lucros da empresa.

• Os lucros incrementais devem incluir todas as receitas e custos


incrementais associados ao projeto.

Lucros Incrementais = (Receitas Incrementais - Custo Incremental -


Depreciação) x (1 - Alíquota de Impostos)

• Juros e outras despesas relativas a financiamentos são excluídos


para determinar o lucro líquido não alavancado do projeto.

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Previsão de lucros incrementais

EXEMPLO 8.1 Planilha apresentada no Exemplo 8.1 - Exemplo da HomeNet


PLANILHA

1 Ano 1 2 3 4 5 Exemplo 8.1 Suposições


2 Receitas 13.000 13.000 13.000 13.000 Unidades vendidas (milhares) 50
3 Custo de mercadorias vendidas -5.500 -5.500 -5.500 -5.500 Preço de atacado ($/unid.) 260
4 Lucro bruto 7.500 7.500 7.500 7.500 Custo de mercadorias ($/unid.) 110
5 Desp. Vendas, gerais e adm. -2.800 -2.800 -2.800 -2.800 NWC ($ milhares)) 1125
6 Depreciação -1.500 -1.500 -1.500 -1.500 -1.500 Desp. vendas, gerais e adm. (milhares)
2.800
7 EBIT 3.200 3.200 3.200 3.200 -1.500 Depreciação (milhares) 1.500
8 Alíquota de impostos a 40% -1.280 -1.280 -1.280 -1.280 600 Alíquota de impostos 40%
9 Lucros incrementais 1.920 1.920 1.920 1.920 -900 Custo de compras no ano 0 7.500

100
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Determinando o fluxo de caixa livre


incremental
• O fluxo de caixa livre dos lucros incrementais é calculado
eliminando todas as despesas não de caixa e incluindo todo o
investimento de capital.

• A depreciação não é uma despesa de caixa, logo é somada de


volta.

• Desembolsos de capital reais são deduzidos.

101
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Determinando o fluxo de caixa livre


incremental
• Aumentos de capital de giro líquido são deduzidos. O capital de giro líquido é
definido como:

Dinheiro + Estoques + Contas a Receber – Contas a Pagar

• O cálculo básico do fluxo de caixa livre é:

Fluxo de Caixa Livre = (Receitas - Custos - Depreciação) x (1 - Alíquota de Impostos) +


Depreciação - CapEx - Variação no NWC

NWC => capital de giro líquido


CapEx => investimento em bens de capital

102
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Determinando o fluxo de caixa livre


incremental
EXEMPLO 8.3 Planilha apresentada no Exemplo 8.3 - Exemplo da HomeNet
PLANILHA

1 Ano 1 2 3 4 5
2 Receitas 13.000 13.000 13.000 13.000
3 Custo de mercadorias vendidas -5.500 -5.500 -5.500 -5.500
4 Lucro bruto 7.500 7.500 7.500 7.500
5 Desp. Vendas, gerais e adm. -2.800 -2.800 -2.800 -2.800
6 Depreciação -1.500 -1.500 -1.500 -1.500 -1.500
7 EBIT 3.200 3.200 3.200 3.200 -1.500
8 Alíquota de impostos a 40% -1.280 -1.280 -1.280 -1.280 600
9 Lucros incrementais 1.920 1.920 1.920 1.920 -900
10 Somando de volta a depreciação 1.500 1.500 1.500 1.500 1.500
11 Compra de equipamentos -7.500
12 Fluxos de caixa livres incrementais -7.500 3.420 3.420 3.420 3.420 600

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Determinando o fluxo de caixa livre


incremental
EXEMPLO 8.4 Planilha apresentada no Exemplo 8.4 - Exemplo da HomeNet (Continuação)
PLANILHA
Exemplo 8.4 Suposições
1 Ano 0 1 2 3 4 5 Contas a receber - % das vendas 15%
2 Previsão do capital de giro líquido (US$ mil) Contas a pagar - % do COGS 15%
3 Exigências de capital
4 Estoque
5 Contas a receber (15% das vendas) 1.950 1.950 1.950 1.950
6 Contas a pagar (15% do COGS) -825 -825 -825 -825
7 Capital de giro líquido 1.125 1.125 1.125 1.125

1 Ano 0 1 2 3 4 5
2 Capital de giro líquido 0 1.125 1.125 1.125 1.125
3 Variação do NWC 1.125 -1.125
4 Efeito sobre o fluxo de caixa -1.125 1.125

104
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Determinando o fluxo de caixa livre


incremental
Os fluxos de caixa livres incrementais seriam, então:

1 Ano 1 2 3 4 5
2 Receitas 13.000 13.000 13.000 13.000
3 Custo de mercadorias vendidas -5.500 -5.500 -5.500 -5.500
4 Lucro Bruto 7.500 7.500 7.500 7.500
5 Despesas de vendas, gerais e adm. -2.800 -2.800 -2.800 -2.800
6 Depreciação -1.500 -1.500 -1.500 -1.500 -1.500
7 EBIT 3.200 3.200 3.200 3.200 -1.500
8 Alíquota de impostos a 40% -1.280 -1.280 -1.280 -1.280 600
9 Lucros incrementais 1.920 1.920 1.920 1.920 -900
10 Somando de volta a depreciação 1.500 1.500 1.500 1.500 1.500
11 Compra de equipamentos -7.500
12 Subtraindo as variações no NWC -1.125 1.125
13 Fluxos de caixa livres incrementais -7.500 2.295 3.420 3.420 3.420 1.725

105
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Determinando o fluxo de caixa livre


incremental

EXEMPLO 8.5 Planilha apresentada no Exemplo 8.5 - Exemplo da HomeNet (Continuação)


PLANILHA

Para calcular o NPV, somamos os valores presentes de todos os fluxos de caixa, observando que a saída de caixa do ano 0 já é um valor presente.

Examplo 8.4 Fluxos de caixa livres incrementais:


1 Ano 1 2 3 4 5 Exemplo 8.5 Suposições
2 Fluxos de caixa livres incrementais -7.500 2.295 3.420 3.420 3.420 1.725 Custo de capital 12%

Fator de desconto 1,00 0,89 0,80 0,71 0,64 0,57


PV de Fluxo de caixa livre -7.500 2.049 2.726 2.434 2.173 979
NPV $ 2.862

106
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Outros efeitos sobre os fluxos de caixa


livres incrementais
• Um custo de oportunidade é o custo de utilizar um ativo já existente.

• Externalidades de projetos são fluxos de caixa que ocorrem quando um projeto


afeta outras áreas dos negócios da empresa.

• Um custo afundado é um custo irrecuperável que já foi incorrido.

• As despesas de depreciação afetam o fluxo de caixa livre somente por meio do


benefício fiscal da depreciação. A empresa deve utilizar o plano de depreciação
mais acelerado o possível.

107
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Outros efeitos sobre os fluxos de caixa


livres incrementais

EXEMPLO 8.6 Planilha apresentada no Exemplo 8.6 - Exemplo da HomeNet


PLANILHA (Continuação)

1 Ano 1 2 3 4 5
2 Depreciação por MACRS
3 Custo dos equipamentos de lab. -7.500
4 Taxa de depreciação por MACRS 20,00% 32,00% 19,20% 11,52% 11,52% 5,76%
5 Despesas de depreciação -1.500 -2.400 -1.440 -864 -864 -432

108
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Outros efeitos sobre os fluxos de caixa


livres incrementais
• A taxa de desconto de um projeto é seu custo de capital: o retorno
esperado de títulos com risco e horizontes comparáveis.

• Quando um ativo é vendido, a porção do resultado monetário


acima de seu valor contábil é tributada:

Fluxo de caixa após os impostos da venda de um ativo = Preço de venda –


(Alíquota de impostos x ganho de capital)

109
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Analisando o projeto
• A parte mais difícil do orçamento de capital é decidir como estimar
os fluxos de caixa e o custo de capital. A seguir, veremos métodos
que avaliam a importância dessa incerteza e identificam os
determinantes de valor do projeto:
• Análise de sensibilidade
• Análise do ponto de equilíbrio
• Análise de cenário

110
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Análise de sensibilidade
• A análise de sensibilidade decompõe o cálculo do NPV em suas
suposições e mostra como o NPV varia com a mudança das
suposições por trás dele. Dessa maneira, a análise de
sensibilidade nos permite explorar os efeitos de erros em nossas
estimativas do NPV do projeto.

111
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Suposições do melhor e do pior cenário


para cada parâmetro no projeto da
HomeNet

112
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NPV da HomeNet sob as suposições de


parâmetros no melhor e no pior cenário

113
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Análise do ponto de equilíbrio


• Em uma análise do ponto de equilíbrio, para cada parâmetro,
calculamos o valor no qual o NPV do projeto é igual a zero. Assim
como para o perfil do NPV para a taxa de descapitalização,
podemos colocar o NPV em função de cada uma das suposições
críticas. Em ambos os casos, mantemos todos os outros
parâmetros fixos em seus valores base e variamos apenas o
parâmetro em questão.

114
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Gráfico da análise do ponto de equilíbrio

115
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Análise de cenário
• A análise de cenário considera o efeito da mudança de múltiplos
parâmetros do projeto de NPV. Podemos utilizar a análise de
cenário para avaliar estratégias de precificação alternativas.
Apenas estratégias com combinações de preço e volume acima
da linha levarão a um NPV maior.

116
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Análise de cenário de estratégias de


precificação alternativas

117
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Combinações de preço e volume para a


HomeNet com NPV equivalente

118
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6. Valor Econômico
Adicionado e Valor de
Mercado Adicionado

119
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EVA e MVA – Conceito


• Tratam-se de indicadores econômicos que estão
relacionados diretamente ao capital investido pela
empresa.
• O EVA decorre da rentabilidade real da empresa, ou seja,
como o capital é empregado em cada operação do
negócio;
• Já o MVA é o valor acumulado em toda a trajetória do
empreendimento.

120
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Economic Value Added (EVA)


• EVA é constituído da diferença entre o lucro efetivo, sem a
influência de eventos extraordinários ou de convenções
contábeis que não reflitam a realidade econômica da empresa
(lucro econômico) e o custo de capital necessário para obtê-lo.
• O cálculo do EVA consiste no lucro operacional líquido da
empresa no período menos o custo total do capital investido
ou menos a taxa de ganho que os investidores poderiam obter
se fizessem outras aplicações com o mesmo risco. Isto indica
como o capital é empregado em cada operação da empresa,
ou seja, a sua rentabilidade real
(DAMODARAN, 1994)

121
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Economic Value Added (EVA)

Valor criado para o


Lucro Lucro EVA
efetivo Acionista
Econô-
mico
Custo de
Capital x Custo
Capital

122
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Economic Value Added (EVA)


Interpretação Reação do Mercado

EVA (Positivo):
Ágio das Ações
Valor Agregado

EVA (Negativo):
Deságio das Ações
Valor Destruído

123
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Economic Value Added (EVA)


Análise do EVA:
• EVA positivo = houve agregação de valor pela
empresa, ou seja, a riqueza dos acionistas foi
aumentada.
• EVA negativo = houve destruição do valor pela
empresa e a riqueza dos acionistas foi, então,
reduzida.

124
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Economic Value Added (EVA)


CUSTO DE CAPITAL DA EMPRESA
• Custo do capital de terceiros;
• Custo do capital próprio;
• Custo Médio Ponderado de Capital.

EVA = NOPAT (lucro operacional - impostos)


(-) Custo do Capital (CMPC x Capital Total)
= Economic Value Added (EVA)

125
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Exemplo
Vendas líquidas 2.600,00
CPV (1.400,00)
Despesas (400,00)
Depreciação (150,00)
Outras despesas operacionais (100,00)
Lucro operacional 550,00
Despesas de juros (200,00)
Lucro antes do imposto 350,00
Imposto de Renda (140,00)
Lucro líquido após impostos 210,00
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Exemplo
Ativos Passivos
Ativos Correntes Passivos correntes
Contas a pagar 100,00
Caixa 50,00
Despesas provisionadas 250,00
Contas a receber 370,00
Dívidas de curto prazo 300,00
Estoques 235,00 Total passivos correntes 650,00
outros ativos correntes 145,00 Passivo de Longo Prazo
Total de ativ.correntes 800,00 Dívida de longo Prazo 760,00
Ativos fixos Total passivo de LP 760,00
Capital
Propriedade, Terrenos 650,00
Capital acionário 300,00
Equipamentos 410,00
Lucros retidos 430,00
Outros ativos LP 490,00 Year to date profit/loss 210,00
Total ativos fixos 1.550,00 Total capital 940,00
Total de ativos 2.350,00 Total de passivos 2350,00
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Cálculo do EVA – Etapas

1. Cálculo do NOPAT;

2. Identificação do Capital da Empresa;

3. Cálculo do Custo de Capital;

4. Cálculo do EVA.

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1. Cálculo do NOPAT
2.600,00
Vendas Líquidas
CPV (1.400,00)

Despesas (400,00)
Depreciação (150,00)
Outras despesas operacionais (100,00)
Lucro operacional 550,00
Imposto (40%) (140,00)
NOPAT 410,00

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2. Identificação do Capital da Empresa

Total de Passivos 2.350,00


(-)
Contas a pagar (100,00)

Despesas provisionadas (250,00)

= Capital (C) 2.000,00

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3. Cálculo do Custo de Capital


CC = proporção de PL x Custo do PL + proporção de dívidas x Custos das Dívidas
Considerando custo do capital próprio de 13% e o custo de dívidas de 8%:
CC = 40% x (13%) + 60% x (8%)
CC = 10%(custo médio ponderado de capital)

4. Cálculo do EVA
EVA = NOPAT – C x CC
EVA = 410,00 - 2.000,00 x 0,10
EVA = 210,00

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Market Value Added (MVA)


• É a diferença entre o valor “justo” de mercado de uma empresa, refletido
pelo preço das suas ações, e o valor contábil do capital empregado no
empreendimento.
• Tem-se como objetivo medir a criação de valor para os acionistas, logo deve-
se comparar o preço de mercado das ações da empresa com o valor total
investido ao longo do tempo, subtraindo o segundo do primeiro.
• Portanto o MVA é o prêmio de mercado acima (ou abaixo) do valor
econômico do patrimônio líquido (obtido por meio de ajustes nas
informações contábeis, referido como capital econômico).
• MVA = Valor de mercado (preço da ação x nº de ações) - Capital investido
(patrimônio + capital de terceiros)

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Market Value Added (MVA)

Capital Capital
Valor
de = =
Mercado VP do EVA
futuro
MVA Ajustes não-
operacionais

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Market Value Added (MVA)

Valor adicionado
Valor para Valor MVA
o Acionista para o Acionista
de
Mercado Capital
Investimento do
Econô-
mico Acionista

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