Você está na página 1de 73

30/09/2021

CURSO DE FARMÁCIA
Farmacobotânica

Noções de
Sistemática
Vegetal, Coleta
e Herborização
de Plantas

Prof. Dr. Adam Heron

As Angiospermas são um grupo vegetal amplamente diversific


ado, sob os maisvariados aspectos. Encontramos muita varied
ade de formas, texturas, cores, tamanhos, aromas,component
es estruturais do corpo. É o grupo de plantas de maior represe
ntatividade entre as plantas
medicinais, porém, não é o único. Vamos pensar em algumas
plantas medicinais e alimentares que são
facilmente encontradas em feiras e mercados: cavalinha, cam
omila, capim limão, pinhão, espinheira
santa, boldo, eucalipto (apresentar as imagens). O que todas e
ssas plantas têm em comum? O que as
tornam diferentes umas das outras? Como você descreve o bo
ldo que você conhece? As folhas de
cana de açúcar ou milho são iguais às folhas de uma goiabeir
a, jaqueira ou jambo? Por quê?

1
30/09/2021

2
30/09/2021

A Sistemática Vegetal é a parte da botânica que tem


por objetivo agrupar as plantas dentro de um
sistema. Para isso, leva em conta conhecimentos da
Morfologia, Fisiologia, Química, Genética, Ecologia,
Evolução e outros ramos do saber.

3
30/09/2021

4
30/09/2021

A Sistemática trabalha com a Taxonomia, que


busca descrever e identificar os indivíduos. Uma
espécie nova, por exemplo, deve ser identificada
de acordo com as regras da Taxonomia,
catalogada segundo critérios da Sistemática e
guardada em um herbário, que é uma coleção de
plantas secas para estudo.

5
30/09/2021

A Taxonomia Vegetal é um ramo da sistemática cuja


preocupação é a identificação, descrição e atribuição de
nomes às plantas. A palavra táxon corresponde à
unidade taxonômica reconhecida internacionalmente.
Assim, espécie, gênero, família ou ordem são categorias
taxonômicas que contêm um ou vários táxons, cada um
designado por um nome diferente.

6
30/09/2021

7
30/09/2021

Classificação é a ordenação das plantas em níveis


hierárquicos, de acordo com o conjunto de
características apresentadas, de modo que cada nível
reúna as características do nível superior e
características próprias que os distingam dos demais
de mesmo nível.

8
30/09/2021

9
30/09/2021

Sistemas de classificação
categorias

hábito das plantas artificiais naturais filogenéticos

10
30/09/2021

Relações filogenéticas
Embriófitas

Traqueófitas (plantas vasculares)

Espermatófitas (plantas que produzem sementes)


Algas verdes
(grupo externo) Briófitas Pteridófitas Gimnospermas Angiospermas

Flores e frutos

Sementes

Vasos condutores de seiva


Embrião retido no gametângio feminino
Gametângios revestidos por células estéreis

BRIÓFITAS

11
30/09/2021

BRIÓFITAS

BRIO=musgo; FITO= planta

BRIÓFITAS
• São plantas avasculares (ausência de
vasos condutores); os líquidos são
conduzidos por difusão célula a
célula.
O que limita o tamanho desses
vegetais.
• O transporte de água de célula a
célula é muito lento e as células mais
distantes morreriam desidratadas.
• São plantas comuns em locais
úmidos e que não recebem luz direta
do sol.
• São sensíveis à poluição e a ausência
delas indica má qualidade do ar.

12
30/09/2021

13
30/09/2021

Briófitas

Importância das Briófitas

I. São organismos pioneiros no processo de sucessão ecológica.


II. São bioindicadores da qualidade do ar e do solo.
III. Criam micro habitats para várias espécies de microrganismos.
IV. São organismos produtores de cadeias alimentares.

Contribuição ao estudo de Briófitas


https://doi.org/10.1590/1809-43921989191145
como fontes de antibióticos

PTERIDÓFITAS

14
30/09/2021

Pteridófitas
• Plantas vasculares que
possuem raiz, caule e
folhas.
• Vivem em locais úmidos
e sombrios.
• Apresentam dois
eficientes sistemas
internos de canais para
o transporte de
substancias: o xilema e
o floema.

Pteridófitas
• As pteridófitas também se reproduzem por
alternância de gerações.
• Os esporófitos são a fase duradoura e
produzem esporos que se agrupam formando
soros.
• Quando os esporos são liberados, se caírem
em solo úmido, darão origem ao gametófito,
que recebe o nome de protalo.
• Da união de uma célula sexual feminina com
uma masculina resulta um zigoto, que se
desenvolve em um novo esporófito sobre o
protalo.

15
30/09/2021

16
30/09/2021

SAMAMBAIAS AVENCAS

EPÍFITAS SALVINIA

17
30/09/2021

MARSILEA SAMAMBAIAÇU

18
30/09/2021

EQUISETUM

GIMINOSPERMAS

19
30/09/2021

Embriófitas

Traqueófitas (plantas vasculares)

Espermatófitas (plantas que produzem sementes)

Briófitas Pteridófitas Gimnospermas Angiospermas

Flores e frutos

Sementes

Vasos condutores de seiva


Embrião retido no gametângio feminino

Fanerógamas (do grego phanerós, aparente/visível; gamos, gameta).

Plantas que possuem estruturas produtoras de gametas bem visíveis.


Todas desenvolvem semente e por isso são também denominadas
espermatófitas (sperma: semente). Ex:

 Gimnospermas: possuem sementes, mas não formam frutos.


Suas sementes são chamadas “nuas”, pois não estão abrigadas no
interior de frutos (daí a denominação: gimno = nu; sperma=
semente). Exemplo: Pinheiro–do-paraná;

 Angiospermas: possuem sementes abrigadas no interior de


frutos (daí a denominação: angio = urna; sperma = semente). Os
frutos são resultantes do desenvolvimento do ovário da flor. São
exemplos de angiospermas: mangueira, figueira, laranjeira.

20
30/09/2021

A conquista definitiva do ambiente terrestre pelas plantas ocorreu


com o surgimento de elementos que permitiram a fecundação
sem a necessidade de água para o deslocamento do gameta
masculino – Sifonogamia;

 As primeiras traqueófitas que apresentaram essa condição foram


as gimnospermas;

 Os esporófitos formam elementos ligados a reprodução sexuada,


reunidos em estróbilos, ramos modificados com estruturas
relacionadas com a reprodução sexuada.

ESTRÓBILOS: FEMININOS OU MASCULINOS

Gimnospermas
Do Grego:

sperma = semente
gymnos = nua

 Carecem de frutos verdadeiros;

 Óvulos nus, dispostos na superfície do macrosporófilo;

 Teofrasto, discípulo de Aristóteles no ano 300 a.C.

21
30/09/2021

Visão da semente

Gimnospermas
 Período Devodiano da era Paleozóica - 400 milhões de anos

 Rápido declínio com o surgimento das angiospermas (160


milhões de anos)

 Apenas 820 espécies - arranjadas em 75-80 gêneros

 Grande importância na composição florestal das regiões


temperadas e frias do mundo

22
30/09/2021

Gimnospermas
 São em geral gregárias – florestas homogêneas

 Polinização anemófila - requer um adensamento de indivíduos

Gimnospermas
 Crescimento monopodial

 Forma arbórea vantajosa, composta de um longo fuste


retilíneo, e ramos relativamente delgados

23
30/09/2021

Gimnospermas
Forma arbórea vantajosa, composta de um longo fuste retilíneo, e
ramos relativamente delgados

`Madeiras macias’ ou ‘madeiras de fibras longas’, - ‘Softwood’

Tipo celular: traqueídes longitudinal (condução e sustentação


mecânica)

Ephedra, Gnetum e Welwitschia – exceção

Gimnospermas
São lenhosas – árvores, arbustos ou lianas

 Poucas espécies epífitas e nenhuma aquática

Crescem na maior parte do planeta

72◦ Norte até 55◦ Sul


dominantes, principalmente nas regiões frias e árticas

Pouco numerosas na flora brasileira

Araucaria, Podocarpus, Zamia, Gnetum e Ephedra

24
30/09/2021

GIMNOSPERMAS NO BRASIL - Souza, V.C., 2010

25
30/09/2021

Representantes

26
30/09/2021

Importância medicinal
(insuficiência circulatória e
melhoria da memória) e
ornamental.

54

27
30/09/2021

ANGIOSPERMAS

-angio = envoltório; sperma =


semente

Sistemática
As angiospermas constituem o maior
grupo de vegetais do planeta,
compreendendo cerca de 2/3 de
todas as espécies de plantas.

55

Características Gerais das Angiospermas


-São pluricelulares e eucariontes;
-A maioria é autótrofa fotossintetizante; há
espécies de plantas carnívoras como a Dionaea
e plantas parasitas como a erva-de-passarinho.

56

28
30/09/2021

-Habitat: as angiospermas podem viver em


ambientes terrestres, dulcícolas e marinhos.

-São plantas embriófitas

- São vasculares ou traqueófitas

57

-São fanerógamas, isto é, apresentam


estruturas reprodutoras
macroscópicas chamadas flores.

-São antófitas: produzem flores


verdadeiras

-São espermáfitas, isto é, produzem


sementes

-PRODUZEM FRUTOS envolvendo a


semente 58

29
30/09/2021

Esse grupo foi dividido em duas


classes:
Monocotiledôneas e Dicotiledôneas
•Monocotiledôneas: arroz, milho,
trigo, grama, cana-de-acúcar

•Dicotiledôneas: roseira, macieira,


feijoeiro, tomateiro, etc.

59

Diferenças entre Monocotiledôneas e Dicotiledôneas


a)RAIZ
Monocotiledôneas – raiz fasciculada ou
cabeleira

Dicotiledôneas – raiz pivotante ou axial

b) CRESCIMENTO
Monocotiledôneas: apenas crescimento longitudinal
(primário)
Dicotiledôneas: crescimento longitudinal e em
espessura (primário e secundário) 60

30
30/09/2021

CAULE
Monocotiledônea: feixes liberolenhosos (xilema e
floema) dispersos no caule

Dicotiledônea: feixes liberolenhosos (xilema e floema)


dispostos em círculo, próximo ‘a casca

61

62

31
30/09/2021

FOLHA
Monocotiledônea: folha paralelinérvea

Dicotiledônea: folha reticulinérvea

FLORES

Monocotiledôneas: flores trímeras

Dicotiledôneas: flores dímeras


tetrâmeras ou pentâmeras 63

SEMENTE
Monocotiledônea: semente com apenas um
cotilédone.

Dicotiledônea: semente com dois cotilédones

Cotilédone: estrutura presente no interior da


semente com função de nutrir o embrião 64

32
30/09/2021

65

33
30/09/2021

67

34
30/09/2021

Nomenclatura Botânica

É a parte da Botânica (Sistemática) que se dedica a dar nomes


às plantas e grupos de plantas (táxon).

Nomenclatura botânica é o emprego correto dos nomes


das plantas, envolvendo um conjunto de princípios, regras e
recomendações aprovados em Congressos Internacionais de
Botânica e publicados num texto oficial.

Os primeiros nomes das plantas foram vernáculos ou nomes


comuns, mas estes têm seus inconvenientes:

Não são universais e somente são aplicados a uma língua.


Somente algumas plantas têm nome vernáculo.
Freqüentemente duas ou mais plantas não relacionadas possuem o
mesmo nome ou uma mesma planta possui diferentes nomes
comuns.
Se aplicam indistintamente a gêneros, espécies ou variedades.

35
30/09/2021

CINB - Código Internacional de


Nomenclatura Botânica
O sistema de nomenclatura botânica visa a padronização e
aceitação mundial.
O nome científico é o símbolo nominal da planta ou de um
grupo de plantas e é uma maneira de indicar sua categoria
taxonômica.
O CINB está dividido em três partes:
Princípios básicos do sistema de nomenclatura botânica;
Regras para por em ordem a nomenclatura antiga;
Recomendações para conseguir uniformidade e clareza na
nomenclatura atual.

A versão mais atual doo CINB é a de 2018 – Chamado Código de Shezhen

36
30/09/2021

Regras do CINB
As regras são organizadas em artigos, os quais visam por em
ordem os nomes já existentes e orientar a criação de novos
nomes.
Seguem-se algumas regras importantes que aparecem no
Código:
1. Os nomes científicos dos táxons devem ser escritos em
latim, quando impressos, devem ser destacados, por artifícios
como o negrito ou itálico e quando manuscritos, por grifos.
2. Os nomes científicos não devem ser abreviados, exceto o
nome da espécie. Na combinação binária, o nome do gênero
por ser substituído pela sua inicial quando o texto torna claro
qual o gênero em questão.

37
30/09/2021

3. As seguintes terminações dos nomes designam as


categorias taxonômicas:
ordem - o nome deriva do nome de uma das principais
famílias (família-tipo) com adição da terminação ales.
sub-ordem - a mesma raiz com terminação ineae.
família - nome derivado de um gênero vivo ou extinto com
a terminação aceae.
sub-família - a mesma raiz com a terminação oideae.
tribo - a mesma raiz com a terminação eae.
sub-tribo - a mesma raiz com a terminação inae.

gênero e infra-genéricas - o nome pode vir de qualquer


fonte, sendo escolhido arbitrariamente pelo autor. Deve ser
um substantivo ou adjetivo substantivado, latino ou latinizado
e escrito com a inicial maiúscula.
espécie - o nome da espécie é também de escolha arbitrária,
escolhido pelo autor. Deve ser um adjetivo ou substantivo
adjetivado, latino ou latinizado, sempre formando uma
combinação binária com o gênero e sempre escrito com a
inicial minúscula. Todo nome de espécie deve ser
acompanhado pelo nome do autor da mesma.

38
30/09/2021

categorias infra-específicas - os nomes são os das


espécies acrescidas do nome da categoria infraespecífica em
terceiro lugar. Ex. Brassica oleracea var. capithata, Ipomoea
batatas f. alba.
cultivar - nome reservado a variedade cultivada, criada
pelo homem em seus trabalhos de melhoramento e se opõe
à variedade botânica, criada e selecionada pela natureza.
Ex.: Zea mays cv. Piranão, Phaseolus vulgaris cv. Rosinha.

Exemplo geral das categorias taxonômicas:


Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Sub classe: Rosidae
Ordem: Rosales
Sub-ordem: Rosineae
Família: Rosaceae
Sub-família: Rosoideae
Tribo: Roseae
Sub-tribo: Rosinae
Gênero: Rosa
Espécie: Rosa gallica L.
Variedade: Rosa gallica var. versicolor Thory

39
30/09/2021

4. Quando uma espécie muda de gênero, o nome do autor do


basiônimo (primeiro nome dado a uma espécie) deve ser
citado entre parênteses, seguido pelo nome do autor que fez a
nova combinação. Ex. Majorana hortensis (Linn.) Moench.;
basiônimo: Origanum majorana Linn.

Nomes dos táxons


O nome de um gênero pode ser o nome de uma pessoa
latinizado, seguindo as regras:
Terminação em vogal: se adiciona a, exceto quando termina
em a (ea). Ex.
Boutelou Boutelona
Colla Collaea
Terminação em consoante: se adiciona ia. Ex.
Klein Kleinia
Lobel Lobelia

40
30/09/2021

O epíteto específico pode ser um nome em comemoração a


uma pessoa.
Se implica em várias palavras, essas se combinam em uma só
ou se ligam por travessão.
Não se usa o epíteto específico de forma isolada, somente
em combinação com o gênero.
Um mesmo epíteto pode vir junto a diferentes nomes
genéricos. Ex. Anthemis arvensis; Anagalis arvensis.

Cada epíteto deve estar no mesmo gênero gramatical


(singular, plural ou neutro) do nome genérico. As
terminações mais frequentes são:
M: alb-us nig-er brev-is ac-er
F: alb-a nig-ra brev-is ac-ris
N: alb-um nig-rum brev-e ac-re
Ex. Lathyrus hirsutus, Lactuca hirsuta, Vaccinium hirsutum
Outras terminações:
eleg-ans, rep-ens, bicol-or, simple-x

41
30/09/2021

Tipos de epítetos específicos:


Epítetos comemorativos:
Terminação vogal (exceto a), se adiciona -i. Ex. Joseph Blake Aster
blakei
Terminação em vogal -a, se adiciona -e. Ex. Mr. Balansa balansae
Terminação em consoante diferente de -er, se adiciona -ii. Se é
uma mulher, -iae. Ex.Tuttin tuttinii
Terminação em consoante -er, se adiciona -i. Ex. Boissier boissieri
Se o nome se usa como adjetivo, a terminação deve coincidir com
o gênero. Ex. Rubus cardianus (F.Wallace Card)
Chenopodium boscianum (Augustin Bosc)

Epítetos descritivos:
Relacionados com a cor: albus, aureus, luteus, niger, virens, viridis
Relacionados com a orientação: australis, borealis, meridionalis,
orientalis
Relacionados com a geografia: africanus, alpinus, alpestris,
hispanicus, ibericus, cordubensis
Relacionados com o hábito: arborescens, caespitosus, procumbens
Relacionados com o habitat: arvensis, campestris, lacustris
Relacionados com as estações: automnalis, vernalis
Relacionados com o tamanho: exiguus, minor, major, robustus

42
30/09/2021

Normas para redação de nomes


científicos
1. Todas as letras em latim devem vir em itálico (cursiva),
sublinhadas ou negrito;
2. A primeira letra do gênero ou categoria superior há de vir
em maiúscula;
3. O resto do nome vem em minúscula (exceto em alguns
casos em que se conserva a primeira letra de epíteto
específico)
4. Os nomes dos híbridos vem precedidos de x.
Ex. x Rhaphanobrassica; Mentha x piperita

43
30/09/2021

Pronuncia de nomes científicos


1. Os ditongos ae e oe se lêem como e. Ex. laevis; rhoeas
2. A combinação ch se lê k; Ex. Chenopodium
3. A combinação ph se lê f; Ex.Phaseolus vulgaris
Táxon Terminação
Ordem ALES— Ex.: BrassicALES, EricALES

Família ACEAE— Ex.: BrassicACEAE, EricACEAE

Gênero Nome simples que não tem terminação definida, mas deve
ser destacado em itálico ou sublinhado— Ex.: Brassica,
Erica

Espécie Binômio formado pelo nome do gênero a que a espécie


pertence, mais o epíteto específico que, normalmente, está
relacionado a uma característica marcante da espécie, ao
lugar de onde ela é proveniente, a algum botânico
importante etc. Deve ser também escrito em itálico ou
sublinhado. Ex.: Brassica oleracea, Erica sativa

HERBORIZAÇÃO

88

44
30/09/2021

89

HERBORIZAÇÃO

Principal instrumento para a correta identificação


científica de espécies:

Estudos botânicos e taxonômicos;


Inventários florísticos e florestais;
Banco de sementes;
Paisagismo;
Silvicultura.

90

45
30/09/2021

Herborização

Este processo consiste na secagem de


exemplares coletados, através de técnicas
simples, procurando-se preservar a forma e a
estrutura dos mesmos. Quando isto não for
possível, por questão de dificuldades no tamanho
ou na raridade do material, é válido usar recursos
fotográficos.

91

O que são Herbários?

Herbários são valiosos bancos de dados


que armazenam ampla informação sobre plantas
individuais, representativas de espécies e de
populações naturais ou cultivadas (Valls,1998).

As exsicatas de cada planta são amostras


desidratadas e conservadas de maneira
sistemática e organizada, dando suporte à
diversas pesquisas científicas.

92

46
30/09/2021

Qual é a sua importância?

A função primordial dos herbários é a


documentação de pesquisas botânicas, especialmente
as taxonômicas e florísticas.

Para obter informações sobre reconhecimento


(identificação), nomenclatura, classificação,
distribuição e ecologia de qualquer planta são
necessários exames precisos de cada exemplar, o que
se tornaria muito difícil em campo. A investigação
taxonômica se baseia, então, em coleções de plantas,
construídas e preservadas ao longo do tempo nos
herbários.
93

Além da importância para a taxonomia,


mais recentemente os herbários passaram a ser
reconhecidos como instrumentos essenciais
para pesquisas genéticas e agronômicas, em
que as exsicatas documentam a variabilidade
amostrada.

Longhi-Wagner (1998) destaca a


importância dos herbários como base para
elaboração de floras e estudos de
biodiversidade, fornecendo dados valiosos que
servem de argumento na indicação de áreas a
serem preservadas.
94

47
30/09/2021

O que são Exsicatas?

A exsicata é a unidade básica de coleção de um


herbário, pois constitui material testemunho
referencial para futuros estudos. Ela é registrada
e numerada antes de ser incorporada ao acervo.

95

O que são Exsicatas?


Podem ser incorporadas ao herbário seguindo 2
critérios:

a) Sequência alfa-numérico dentro da


hierarquia taxonômica de Classe, Ordem,
Família, Genero e Espécie;

b) Sequência filogenética, obedecendo a


ordem de parentesco e evolução dentro dos
grupos de hierarquia taxonômica.

•Engler e Cronsquist & Taktajan.

96

48
30/09/2021

Manejo
O sistema de manejo de coleções de
herbário inclui os seguintes processos de

a) Herborização das coleções


• Prensagem
• Triagem
• Secagem
• Montagem das exsicatas
• Colagem dos ramos e etiqueta em folha de
cartolina

b) Incorporação ao acervo
• Numeração
• Registro
• Arquivamento
97

Coleta de Material Botânico


Principal problema na coleta de amostras de espécies arbóreas para
herborização é a localização dos ramos férteis.
Deve ocorrer em dias secos, entre as 9 e 18 horas
Coletar no mínimo cinco exemplares de cada espécie observada.

Sempre fazer anotações sobre as características gerais da planta


assim como do local de coleta:
•Características físicas do ambiente
•Hábito e porte da planta (árvore, arbusto, herbácea, cipó,
epífita)
•Altura e DAP
•características da casca
•características marcantes de fruto e flor

98

49
30/09/2021

99

Materiais
 ALTÍMETRO
Utilizado para indicar a altitude do local de coleta

 BINÓCULO
Para observar a copa
das árvores muito altas

 BOTAS
Para proteção do
coletor. (perneiras)

 BÚSSOLAS E MAPAS
Orientam, facilita a correta
determinação e anotação dos pontos de coleta
100

50
30/09/2021

Materiais
 GPS
Para medir as coordenadas do local de coleta.

 CADERNETA DE CAMPO OU FICHAS


Necessária a todo coletor, pois é nela que
serão anotadas todas as características observadas
no campo.

 CORDA DE SISAL OU CINTOS DE LONA


servem para amarrar o material prensado.
101

Materiais
 FITA MÉTRICA OU DIAMÉTRICA
Utilizadas para medir
altura, CAP (Circunferência à Altura
do Peito) e DAP (Diâmetro à Altura
do Peito).
DAP = CAP/π

 FACÃO
Para abertura de picadas e corte de cascas.

 FITAS ADESIVAS
Para identificar as amostras conservadas
em meio líquido ou em sílica.
102

51
30/09/2021

Materiais
 PODÃO MANUAL OU TESOURA DE PODA
Usado principalmente para plantas herbáceas e arbustivas

 PODÃO DE VARA E PODÃO DE ENCAIXE


Empregada na coleta de ramos floridos de árvores

103

Materiais
 LINHADAS
Necessita habilidade

104

52
30/09/2021

Materiais
 ESTILINGUE OU BODOQUE
Causa danos ao material

 PRENSA
Mede aproximadamente 42x30 cm

105

Materiais
 FOLHA DE ALUMÍNIO CORRUGADO
Proporciona maior aeração, e deve ser colocado
entre as folhas de papelão, durante a prensagem.

 FOLHA DE PAPELÃO
Para separar as amostras do alumínio corrugado

 FOLHA DE PAPELÃO
Usado para acondicionamento das amostras, deve ser
cortado no sentido longitudinal e depois dobrado ao meio. 106

53
30/09/2021

Materiais
 LUPA CONTA FIOS (10X A 15X)
Para observar detalhes, como a cor de flores
muito pequenas.

 LÁPIS OU CANETA INDELÉVEL


Para anotar as informações, são indicados por
não manchar ou apagar com facilidade.

 SACO DE PAPEL
Usado para acondicionar briófitas, líquens, fungos e frutos.
107

Materiais
 SACO PLÁSTICO
Utilizado para armazenar e transportar as
amostras, para posterior prensagemem local mais
apropriado.

 SÍLICA E SACO HERMÉTICO


Para acondicionar amostras destinadas ao estudo
de DNA.

 MÁQUINA FOTOGRÁFICA
Para fotografar imagens dos órgãos vegetais
108

54
30/09/2021

Materiais
 VIDROS
Usado para conservar, em álcool a 70%
ou FAA, as flores e frutos carnosos

 SOLUÇÕES

Álcool 70%: para conservar as amostras em sacos plásticos e frutos e


flores em vidros.

FAA (Formol, álcool e água - 4:3:3): solução para conservação dos frutos e
Flores em vidros.

109

O QUE COLETAR
Plantas arbóreas e arbustivas:
mínimo de cinco ramos

Herbáceas:
cinco indivíduos completos.

Importante ter material


suficiente para identificação e
intercâmbio com outros
herbários.

Bom senso do coletor,


principalmente em relação às
espécies herbáceas raras ou
ameaçadas de extinção.

110

55
30/09/2021

COMO COLETAR

Planejamento da coleta

Fazer as anotações na ficha de campo

• Local de coleta, com referências geográficas


• Tipo de solo
• Topografia do local
• Tipo de vegetação predominante
• Dados sobre o hábito da planta
• Dados sobre a planta, cor da flor, aroma,
Características do fruto
• Nome vulgar

111

COMO COLETAR

Coletar o material botânico

Fazer anotações no jornal

112

56
30/09/2021

113

114

57
30/09/2021

115

COMO COLETAR

Prensar o material ainda no campo

Separar flores e frutos suculentos para


conservação em solução

116

58
30/09/2021

117

COMO COLETAR
Plantas aquáticas:
pode-se fazer uso de uma folha de papel, colocando-a submersa sob
o individuo, retirando-o da água, dessa forma a amostra fica
apegada a folha.

Plantas ramifloras ou caulifloras:


se possível destaque os frutos e flores junto com a área de suporte
do tronco. Caso não seja possível destacar com a região de suporte,
destaque-as e faça anotação de como estavam presas e agrupadas.

Bromélias:
os espécimes pequenos são coletados inteiros, quanto aos grandes,
coleta-se algumas folhas e inflorescência e/ou frutescência, não
esquecendo de especificar o tipo de base, geralmente herbáceo.
118

59
30/09/2021

COMO COLETAR
Cipó:
algumas vezes encontramos várias espécies de cipó, no mesmo
suporte, deve-se ter o cuidado de não coletar informações e amostras de
caule de um espécime e ramos de outro.

Palmeira:
como as folhas das palmeiras são geralmente grandes, corta-se cada folha
em três partes, especificando a base com a letra B, o meio com a letra M e
o ápice com a letra A.

Briófitas:
como as briófitas são vegetais avasculares, não devem ser prensadas,
devem ser acondicionadas em sacos de papel.

Algas:
As algas são conservadas em água do mesmo local da coleta, ou em
formol a4% quando não for possível herborizar logo. 119

Prensagem

Este processo inclui a prensagem do material verde


ou fixado em álcool,

Exige cuidados especiais porque desta etapa


depende a qualidade da futura exsicata, tanto em
termos de uniformidade de secagem como a
perfeita exposição das folhas, frutos e/ou flores.

120

60
30/09/2021

121

Secagem e Triagem
A secagem tem que ser em temperatura
constante, em estufa de madeira aquecida à gás,
ou aproximadamente 24 h a 60 oC. O material mais
espesso e frutos carnosos deve passar mais
tempo até a completa desidratação.
Alternativamente pode-se usar estufas com
lâmpadas de 100w.

Na etapa de triagem o material mais


completo será a unicata do Herbário e o restante
será distribuído com outros herbários com os
quais se mantém intercâmbio e especialistas que
identificam o material em troca de uma duplicata
(cópia) da coleção.
122

61
30/09/2021

123

124

62
30/09/2021

Montagem das Exsicatas


Após a triagem, o material a ser
incorporado ao herbário vai à montagem, que
consiste na colagem cuidadosa do ramos com
folha, flor e/ou fruto no centro de um pedaço de
cartolina de 33 x 45 cm.

No canto superior esquerdo da cartolina


fica um pequeno envelope de 7 x 15 cm onde são
guardados pequenos fragmentos da amostra. No
canto inferior direito é afixada a etiqueta de 15 x
10 cm onde estão registrados os dados da planta,
do local e ambiente de coleta e do coletor. O
processo de produção das etiquetas é todo feito
em computador e impressora laser.
125

126

63
30/09/2021

127

128

64
30/09/2021

129

130

65
30/09/2021

131

132

66
30/09/2021

133

134

67
30/09/2021

135

136

68
30/09/2021

CONSIDERAÇÕES BÁSICAS

Dar prioridade à contratação de mateiros regionais para participar


da equipe de campo;

Coletar no mínimo cinco exemplares de cada espécie observada;


 Todas as amostras devem receber a mesma identificação de campo

O material botânico das espécies arbóreas, arvoretas, arbustivas ou


herbáceas deve conter, sempre que possível, folhas, flores, frutos,
esporos ou estróbilos (Material fértil);

Pteridófitas, algumas epífitas, as herbáceas e rasteiras, além dos


líquens, devem ser preferencialmente coletadas inteiras;

137

138

69
30/09/2021

CONSIDERAÇÕES BÁSICAS

Levar prensas provisórias, constituídas de folhas de papelão,


intercalado com folhas de jornal e amarrado com barbante grosso,
cordões ou cintas;
 Na ausência: acondicionar em saco plástico

Plantas suculentas ou epífitas com folhas carnosas devem ser


aspergidas com álcool 70 % (diluído do álcool 96 %) e mantidas
em saco plástico fechado, para a conservação das flores e para
evitar a desidratação das folhas;

Plantas com folhas delicadas devem ser prensadas no campo no


ato da coleta, para evitar deformações, dobras ou quebras
indesejáveis;

Evitar coletar material botânico (flor, fruto, sementes) que


estejam no chão ao pé da árvore; 139

CONSIDERAÇÕES BÁSICAS

Os frutos que se destacam facilmente dos ramos devem ser


imediatamente recolhidos em envelopes de papel ou plástico;

O material muito volumoso ou de grandes dimensões deve ser


desbastado ou diminuído para melhor visualização das
características da espécie e enquadramento nas prensas ou pastas
de armazenamento no herbário;

No retorno do campo, o material coletado deve ser preparado


para a secagem, onde adquirirá a forma definitiva de
armazenamento;

Pelo menos duas folhas dos ramos devem ter seu verso virado
para cima, para que possam ser examinadas as características de
pilosidade, presença ou ausência de glândulas, domáceas,
pontuações, etc. 140

70
30/09/2021

141

142

71
30/09/2021

CONSIDERAÇÕES BÁSICAS

Material botânico com frutos grandes, espinhos e estruturas que


se salientam sobre as demais podem deformar no processo de
secagem devido às diferenças de volume.
 Coloca-se ao lado dos frutos ou espinhos, e entre os pequenos raminhos,
folhas de jornal ou outro material enrolado

143

CONSIDERAÇÕES BÁSICAS

Caso não seja possível prensar as plantas no dia da coleta, deve-se


mantê-las em sacos plásticos fechados, sob refrigeração a
aproximadamente 4 °C (temperatura normal de conservação de
alimentos)
 3 a 5 dias
 Outro método de prensagem provisório de coletas é o acondicionamento
em prensas com álcool (96%).

144

72
30/09/2021

DESCONTAMINAÇÃO
Acondicionamento em Freezer (-18ºC) por 4 dias até 2 ou 3
semanas.
Após este período de descontaminação, as plantas são
novamente colocadas na estufa para secagem.

O ideal é que o herbário possua um freezer -30ºC, que é mais eficiente


para a descontaminação do material. Nesse freezer, em 24 horas o
material estará livre de qualquer inseto, ovos ou larvas.

145

73

Você também pode gostar