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Quando a consciência constrói seu objeto e quer saber mais sobre ele, esse ímpeto de
conhecer esse objeto na medida exata em que o cria, é o conceito da categoria chave de
intencionalidade. O conhecimento é sempre o conhecimento DE algo para a consciência
(Intencionalidade).
Maneira aberta – com isso você meio que pode conhecer tudo.
Existencialismo – na filosofia – começa a ganhar uma forma mais identificada que reúne
alguns autores que podemos começar a datar uma “escola” depois do idealismo alemão
(Hegel). Forma de pensamento filosófico que tem a ver com a ideia de moral e ética que
foge um pouco ao esquema da ciência. Forma de filosofia imbricada com o sentimento
de uma forma de sociedade que procura descrever, se preocupar com a existência. Quase
todos concordam que “a vida é uma merda”. “Existir é sofrer”.
Investigar um pouco a questão do que é existir implica investigar o que é viver. Este
último implica um “como viver”. Por isso a relação ética-moral-política ganha destaque
no século XIX. Dostoiévski.
O que acontece é que depois que o Husserl disse que a fenomenologia era “legal”, alguns
autores da fenomenologia deram uma guinada existencialista. É por conta dessa “forma”
(Sartre/Heidegger) que a questão da existência, criação, “aparecência” surge.
Então, o existencialismo aparece meio que assim: dando ênfase na existência, mundo,
ética, liberdade.
Há um certo “grupo de pessoas”, tomando até Sartre, 1960, Merleau-Ponty, que vai dar
um passo a mais e defender uma espécie de humanismo.
“O existencialismo é um humanismo”.
Implicações:
1) Como a psicologia é uma ciência muito recente, ela meio que se trifurca: a)
psicologia positiva/positivista; b) psicologia subjetivista/psicologista; c)
psicologia fenomenológica. Esta última é uma maneira de se fazer ciência
psicológica a maneira do Husserl. Depois da guinada existencial da
fenomenologia, a psicologia também acompanha essa forma de pensamento. É aí
que aparece em 1920/30 a psicologia existencial-fenomenológica. Um último
passo é que essa descrição da psicologia fenomenológica é uma psicologia de
seres humanos, em defesa da humanidade, portanto, são duas psicologias
humanistas.
2) Dedução lógica: se a gente tem o grande nome da filosofia francesa (Sartre –
fenomenologia) que tem um pouco de existencialismo e que é uma doutrina
humanista, para alguém ser importante/famoso/destaque, chocar essa sociedade
francesa, precisaria ter condições de criticar essa escola – Crítica Estruturalista –
Lévi-Strauss: Se a existência prece a essência, isso beleza, o problema é que há
estruturas que constrangem a existência. “A existência precede a essência, mas a
estrutura precede a existência”. A distinção entre humanidade e o que não é, é
uma operação feita pela humanidade. Aqui que entra a crítica ao etnocentrismo,
exclusivismo. A garantia que só o humano tem uma consciência, que faz ciência,
existe, pode ser verdadeira, mas o conjunto da humanidade está meio “viciado”,
segundo Lévi-Strauss. E se o conjunto da humanidade abarcar as araras, por
exemplo (estudo antropológico comunidade brasileira). A humanidade não é
totalizante. Não é pura e simplesmente a soma dos indivíduos humanos na
humanidade, mas é antes, também, a decisão cultural daqueles que são humanos
ou não. Segundo: o humanismo e a defesa da humanidade é um plano retórico
importante quando se considera a parte “boa” da humanidade. Mas e a parte
“ruim” da humanidade? A humanidade pertence tanto as coisas “boas” quanto as
coisas “ruins”. Sendo assim, defender o humanismo também pode ser a defesa de
uma guerra, exclusão social etc. Terceira: Se a existência precede a essência, esse
“por em plano” da existência humana está calcado em algo fora dela. A origem da
humanidade precisa de um ponto que não seja a humanidade. É quase: o ponto
mais importante do ser humano é não ser humano/não é humano. Ex: o vazio da
existência humana não é humano. Aquilo que é mais íntimo/próprio/singular do
ser humano (Lacan – Seminário II) é o instinto de morte (pulsão de morte: forma
de satisfação que está além do cálculo da satisfação). Esse instinto mais íntimo, o
miolo do nosso próprio ser (Freud), ele é um instinto inumano. Então, a
característica mais singular do humano, o instinto de morte, é inumano. Então não
dá para defender o humanismo. São essas três questões que aparecem contra essa
nova vertente que insurgem contra a fenomenologia, existencialismo, humanismo
que é o Estruturalismo e sua vertente primeira, década de 1960, que é o Anti-
Humanismo (Foucault, Althusser, Lévi-Strauss).