 ESSAS SÃO CENAS DO FESTIVAL AFROPUNK QUE ACONTECE ANUALMENTE NO

CONDADO DO BROOKLYN EM NOVA IORQUE E ELAS SERVEM PARA NOS LEMBRAR

QUE, MAIS QUE UM LUGAR DE SUPLÍCIOS, ESTIGMAS E ESTEREÓTIPOS, O CORPO
NEGRO É UM LUGAR DE AFIRMAÇÃO, CRIATIVIDADE E, ACIMA DE TUDO, UM LUGAR
DE RESISTÊNCIAS.
 SE A HISTÓRIA DO CAPITALISMO É A HISTÓRIA DA HIERARQUIZAÇÃO ENTRE AS RAÇAS,
O PRIMEIRO MOMENTO DESSE PROCESSO É O DO CORPO NEGRO SENDO TOMADO
ENQUANTO MERA MERCADORIA. AS CARACTERÍSTICAS FENOTÍPICAS DESSE CORPO
ADQUIRIRAM SENTIDOS CULTURAIS NEGATIVOS, AO PASSO QUE A PRODUÇÃO DE
SABERES PSEUDO-CENTÍFICOS O ASSOCIARAM A COMPORTAMENTOS SOCIALMENTE
CONDENADOS COMO A DELINQUÊNCIA E A CRIMINALIDADE. NO ENTANTO, É UM
EQUÍVOCO JULGAR QUE ESSAS RELAÇÕES TRANSCORRERAM PACIFICAMENTE: FORAM
INÚMERAS AS ESTRATÉGIAS ADOTADAS POR NEGROS PARA RESISTIR ÀS VIOLÊNCIAS
ORIGINADAS NO PRIVILÉGIO MORAL, INTELECTUAL E ESTÉTICO DO BRANCO NO
MUNDO DIÁSPÓRICO.
 EM UM PANORAMA HISTÓRICO NO QUAL OS PADRÕES RACIAIS TÊM REFERENCIAIS
BRANCOS, A AQUISIÇÃO DE UMA CONSCIÊNCIA RACIAL E A VALORIZAÇÃO DE TODA
MANIFESTAÇÃO CULTURAL DE MATRIZ AFRICANA ESTÃO NA BASE DA EMANCIPAÇÃO
NEGRA E DA CONSOLIDAÇÃO DA NEGRITUDE. E A DEMARCAÇÃO DA DIFERENÇA
RACIAL ATRAVÉS DA ESTÉTICA DA AFRICANIDADE, CABELOS, ROUPAS, ACESSÓRIOS,
MÚSICA E DANÇA CONTIBUI PARA UMA ELABORAÇÃO POSITIVA DO CORPO E DOS
MODOS DE SER DO NEGRO, FATORES QUE NÃO PASSAM PELA APROVAÇÃO DA
BRANQUITUDE.
 AINDA CONSIDERANDO HISTORICAMENTE A CONSTITUIÇÃO DAS IDENTIDADES
RACIAIS NEGRAS, O RACISMO TEM, AO LONGO DE SÉCULOS, COLOCADO AS
MULHERES NEGRAS NA BASE DA PIRÂMIDE SOCIAL DO MUNDO CAPITALISTA. O
CORPO DA MULHER NEGRA, DESTOANTE DA ESTÉTICA HEGEMÔNICA, SERÁ VISTO
COMO MÁQUINA, MERCADORIA, HIPERSEXUALIZADO E, ALVO DE REPRESENTAÇÕES
NEGATIVAS, LUGAR DE PRODUÇÃO DE SUBJETIVIDADES AMBIVALENTES, ENTRE A
SUBALTERNIDADE E A RESISTÊNCIA.
 NO CASO ESPECÍFICO DO BRASIL, A POPULAÇÃO NEGRA TEM ELABORADO AS SUAS
PRÓPRIAS TECNOLOGIAS CULTURAIS DE RESISTÊNCIA DIANTE DAS ESTRUTURAS DO
RACISMO. NO LIVRO “REINVENÇÕES DA ÁFRICA NA BAHIA”, PATRÍCIA DE SANTANA
PINHO CITA OS BLOCOS AFROS ILÊ AIYÊ E OLODUM COMO EXEMPLOS DESSAS
ESTRATÉGIAS. PARA A AUTORA, ESSES BLOCOS TÊM CONTRIBUÍDO PARA O
FORTALECIMENTO DO PROTAGONISMO NEGRO ATRAVÉS DA MÚSICA, RITMOS,
DANÇAS, INDUMENTÁRIAS E PENTEADOS, OU SEJA, TÊM PRIVILEGIADO A IDENTIDADE
NEGRA COMO VIA DE INCLUSÃO E ACESSO PLENO À CIDADANIA.
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