Com o advento da Terceira Revolução Industrial, a forma como a informação é distribuída

evoluiu, e os avanços tecnológicos permitiram que os indivíduos, independente da distância

entre eles, se comunicassem uns com os outros, numa velocidade quase instantânea. É
inegável que esse aumento da velocidade na troca de informações proporcionou inúmeros
avanços para a sociedade, porém, essa conexão entre diversos indivíduos também trouxe
malefícios, como o aumento da disseminação e aceitação de narrativas fantasiosas, chamadas
de teorias da conspiração que, se não tratadas com o devido cuidado, podem ser danosas não
somente ao indivíduo, mas à sociedade.

Antes dos avanços supracitados, essas conspirações eram desacreditadas pelo senso comum.
Porém, utilizando-se da tecnologia, os autores das narrativas conseguem encontrar a outros
que aceitam e compartilham de suas teorias, criando assim uma rede apoiadora dessas
narrativas fantasiosas. Não obstante, as evoluções na comunicação também facilitam a
disseminação destas teorias a outros indivíduos que, de outra forma, não teriam
conhecimento destas, potencializando o dano e dificultando a averiguação da realidade.

Dentre os prejuízos causados pela aceitação em larga escala destas inverdades na sociedade
contemporânea é o crescimento do movimento antivacina, em oposição à vacinação contra a
Covid-19. Se não for combatido, esse movimento pode corroborar para a renovação da Revolta
da Vacina, revolta popular do começo do século XX contra a vacinação obrigatória da varíola,
no Rio de Janeiro, que teve como consequência mortes e o agravamento da doença.

Sendo assim, é de suma importância a discussão e o combate desta questão. Cabe ao Poder
Legislativo a criação de leis para o combate da disseminação destas narrativas, com o intuito
de despopularizar esta prática e minimizar os danos por ela causados. Cabe também ao
Ministério da Educação, em parceria com redes televisivas, a criação de programas comerciais
educando sobre a importância de se checar os fatos antes de aceitar uma narrativa, de forma a
prevenir a disseminação de conspirações à novos públicos, buscando assim a erradicação deste
mal.