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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP

DISCIPLINA: PRÁTICA CLÍNICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO


ADULTO

RELATÓRIO UNIDADE I VIDEO AULA 2: INTRODUÇÃO A PRÁTICA CLÍNICA,


DIMENSÕES DE TRABALHO DO ENFERMEIRO

CONSULTA DE ENFERMAGEM EM UBS: SAÚDE DO IDOSO

Luciene Santos de Oliveira (UP19137369)

Vitória da Conquista - BA

15 de MAIO 2021
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Introdução
O processo de trabalho do enfermeiro divide-se basicamente em cinco dimensões:
assistencial, gerencial, educativa, pesquisa e participação política. A perspectiva assistencial é
caraterizada pela execução de ações de cuidado de enfermagem, tendo como objeto de
intervenção as necessidades de cuidado de enfermagem. Já a perspectiva gerencial, constitui-se
pela realização de ações voltadas para o cuidado ao paciente, ações voltadas para o cuidado da
instituição, organização do ambiente e coordenação do trabalho coletivo da enfermagem (LIMA,
2017). Em relação à dimensão educativa, considera-se o foco formar, capacitar e aperfeiçoar
recursos humanos da saúde e ensinar e orientar indivíduos, família e comunidades. Na
dimensão pesquisa, o enfermeiro atua de forma a repensar o fazer profissional, identificando
novas formas de desenvolver suas ações na busca da construção do conhecimento. E a
dimensão política é simbolizada pela força de trabalho de enfermagem e sua representação
social (Paula et al., 2014).
Este trabalho focalizará a dimensão assistencial do processo de enfermagem, em
particular o cuidado de enfermagem relacionado a pessoas adultas. Serão apresentadas as
fases do processo de enfermagem (investigação, diagnóstico, plano assistencial, implementação
e avaliação) para o caso de uma idosa de 72 anos com vários problemas que foram identificados
durante a consulta de enfermagem em uma unidade básica de saúde (UBS).

Objetivos
Usando como referencial a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), o
objetivo desse relatório é descrever o processo de enfermagem realizado em uma consulta de
enfermagem de uma idosa de 72 anos. A consulta de enfermagem retratada neste relatório foi
apresentada por Coiado (2018) em uma aula na disciplina de Prática Clínica e Processos de
Cuidar da Saúde do Adulto da Universidade Paulista (UNIP).

Materiais e métodos

A realização da SAE é do caso de uma idosa de 72 anos identificada com vários


problemas após passar por consulta de enfermagem em uma unidade básica de saúde (UBS). O
enfermeiro faz a investigação sobre o caso e escreve no prontuário da paciente as seguintes
informações:

“Senhora de 72 anos com história de queda da própria altura em sua residência, fraqueza,
tontura, nega outros problemas de saúde, perdeu 7kg em 2 meses após morte do marido, pele e
mucosas secas, turgor diminuído, sente-se sozinha, chora ao falar no marido, sinais de
inquietação durante
a entrevista, não consegue andar sem auxílio, T 37,7°C, PA 80 x 50mmHg, P 100bpm.
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Apresenta lesão por pressão em região sacral, 5x3x1cm, tecido desvitalizado e pequena
quantidade de secreção amarelada sem odor fétido. Refere que se sente sozinha e
desamparada, não consegue
dormir, não tem vontade de comer e sabe que vai adoecer caso não se alimente.”

Por meio do raciocínio crítico o enfermeiro faz a correlação das alterações descritas no caso e
as relacionam com a fisiopatologia do quadro da paciente. O enfermeiro avalia e entende o
quadro da paciente de modo que possa suficientemente planejar a assistência, prescrever os
cuidados de enfermagem e as intervenções e acompanhar a evolução do quadro da idosa.
Na fase diagnóstica do processo de enfermagem, foi utilizado o sistema de classificação
de diagnósticos de enfermagem da North American Nursing Diagnosis Association –
International (Nanda-I), que conceitua diagnóstico de enfermagem como um julgamento clínico
sobre as respostas do indivíduo, da família ou da comunidade a problemas de saúde/processos
vitais reais ou potenciais. Os elementos estruturais da Nanda consistem na definição do
diagnóstico, nas características definidoras e nos fatores relacionados. Para o caso analisado
temos que:

Quadro 1: Diagnósticos de enfermagem identificados de acordo com os dados de enfermagem


coletados no caso da senhora de 72 anos.
Problemas Diagnóstico de Característica Fator Relacionado
Enfermagem (DE): (FR)/Risco
identificados Definidora (CD):
• Queda da própria Risco de quedas História de quedas
Mobilidade física Alterações na marcha Fraqueza e tontura
altura
prejudicada
• Fraqueza e tontura
• Auxílio para
deambulação

Na fase de planejamento da assistência de enfermagem, utilizamos o sistema de


classificação das intervenções de enfermagem NIC (Nursing Interventions Classification) e o
sistema de classificação de resultados de enfermagem NOC (Nursing Outcomes Classification).
Para o caso apresentado temos que:

Quadro 2: Resultados esperados e intervenções de enfermagem de acordo com os diagnósticos


de enfermagem no caso da senhora de 72 anos.
Diagnóstico de enfermagem Resultado esperado (NOC): Intervenções de
enfermagem (NIC):
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Risco de quedas/mobilidade Conhecimento de prevenção - Prevenção de quedas


física prejudicada de quedas/Ambiente - Controle do ambiente:
domiciliar seguro segurança
- Terapia com exercícios:
equilíbrio e transporte

Integridade da pele Integridade tissular: pele e - Cuidados com lesões por


mucosas
prejudicada pressão
- Controle de pressão
- Supervisão da pele

Na fase de implementação da assistência de enfermagem o enfermeiro leva em


consideração as características definidoras do diagnóstico de enfermagem, a viabilidade da
execução da intervenção e a aceitação pela paciente. Para o caso abordado temos que:

Quadro 3: Prescrição de enfermagem de acordo com os diagnósticos de enfermagem


identificados no caso da senhora de 72 anos.
Diagnóstico de enfermagem Prescrição de enfermagem
- Orientar sobre o perigo de outros acidentes.
- Atenção quanto ao uso de sapato apropriado para cada
momento.
Risco de quedas/mobilidade - Uso de apoio ao caminhar.
física prejudicada - Evitar movimentação brusca.
- Realizar exercícios ativos e passivos de MMII.
- Realizar caminhadas diariamente, conforme o tolerado,
com acompanhamento (grupo de caminhada).

- Realizar curativo com jato de soro fisiológico (SF) 0,9%


aquecido, cobrir com hidrogel, utilizar cobertura secundária e
anotar aspecto.
Integridade da pele - Orientar a não ficar na mesma posição por mais de duas
prejudicada horas consecutivas.
- Realizar higiene íntima após evacuações.
- Hidratar a pele após o banho com AGE.
- Utilizar coxins nas proeminências ósseas.

Resultados e discussão
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Nos resultados do processo de enfermagem o enfermeiro deve levar em consideração as


características definidoras, os fatores relacionados ao diagnóstico de enfermagem que foram
estabelecidos e as características da paciente que podem afetar o alcance dos resultados. No
caso da idosa de 72 anos, o enfermeiro entendeu que o motivo da pele e das mucosas estarem
secas se deve a uma possível desidratação. Uma pessoa desidratada tem uma diminuição da
quantidade líquida no sangue. Outros sinais de desidratação identificados na paciente foram:
olhos opacos (sem brilho), musoca oral fica sem saliva e o turgor da pele diminuído.
A temperatura de corpo da idosa indica que a mesma está subfebril e pode ser decorrente
da desidratação. A pressão arterial está baixa devido a diminuição de líquido no sangue, que faz
com que o coração bata mais vezes para suprir a demanda de líquido no sangue. O diagnóstica
indica também que a idosa passou muito tempo em uma única posição (região sacral), o que fez
com que provocasse uma ferida de 5x3x1 cm. A ferida tem tecido desvitalizado e pequena
quantidade de secreção amarelada sem odor fético.
O risco de quedas é algo importante a se considerar, pois com o avançar da idade a taxa
de calcificação nos ossos vai diminuindo e o risco de fraturas aumenta – consequentemente os
ossos levam mais tempo para regenerar. O enfermeiro deve orientar a paciente a pedir ajuda.
Quanto a mobilidade física prejudicada, o enfermeiro orienta a paciente a usar um sapato
apropriadado dentro das suas condições financeiras. É aconselhável a instalação de barras de
segurança pela casa e no banheiro.
O enfermeiro pode ajudar a paciente a fazer exercícios passivos (pouco esforço físico) e
os familiares podem ajudar. Esses exercícios são para articular os membros inferiores e evitar
que fiquem rígidos – evita também o risco de queda e melhorar a mobilização da paciente.
Também é importante fazer uma avaliação da força motora da paciente e estimulá-la a exercitar,
pois melhora a circulação e a força motora. Incentivar a prática de caminhadas. As caminhadas
precisam ser acompanhadas com outra pessoa. O enfermeiro pode coordenar um grupo de
caminhada no UBS, com vários idosos – trazendo benefício físico (motora), social
(relacionamento com os outros idosos) e psicológica.
Assim, mensurar os resultados e identificar os progressos da paciente ao logo do tempo
fornece uma ferramenta para mensurar a qualidade do cuidado prestado a paciente e do
trabalho do próprio enfermeiro.

Conclusão
Concluímos que o diagnóstico de avaliação feito por um enfermeiro a um paciente é
fundamental para se entender os problemas de saúde informados pelo paciente e planejar as
intervenções e os cuidados com esse paciente.
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Bibliografia
• COIADO, C. R. P. Prática Clínica e Processos de Cuidar da Saúde do Adulto. São Paulo:
Editora Sol, 2018. 128 p.
• LIMA, M. A. D. S.. Enfermagem e suas dimensões: a gestão do cuidado e o impacto na saúde.
In: 28º Semana de Enfermagem, 2017, Hospital das Clínicas de Porto Alegre – Escola de
Enfermagem da UFRG. Disponível em:
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/165257/001026530.pdf?sequence=1. Acesso
em: 01 maio 2021.
• PAULA, M. et al. Características do processo de trabalho do enfermeiro da estratégia de saúde
da família. Rev. Min. Enferm., Belo Horizonte, 18(2), p. 454-462, abr/jun 2014. Disponível em:
https://cdn.publisher.gn1.link/reme.org.br/pdf/v18n2a15.pdf. Acesso em: 01 maio 2021.

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