Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DOI: 10.5433/1679-0383.2019v40n1p5
Resumo
A partir do contexto da Política Nacional de Humanização (PNH) do Sistema Único de Saúde, este
estudo teve o objetivo de identificar as principais contribuições e as relações teórico-metodológicas
da Psicologia para as práticas humanizadas na saúde, na literatura brasileira. Para tanto, foram
identificados e analisados, de forma sistemática, artigos completos, publicados em português a partir
de 2008, na principal base de dados da área. Após os procedimentos de análise, os resultados reuniram
as publicações, oriundas da psicologia e de áreas afins, em três categorias principais: (a) formação
profissional, (b) percepções, vivências e sentimentos dos profissionais e (c) características, práticas e
representações sociais da atividade. A maioria dos artigos, nas três categorias, critica as perspectivas
tradicionais de saúde e clama por mais recursos formativos para os profissionais de saúde, que têm
encontrado dificuldades em seus campos de atuação profissional para atingir os modelos preconizados
pela (PNH). Do ponto de vista da Psicologia, identificou-se o peso de fenômenos como a empatia e
a valorização dos sentimentos e emoções dos pacientes e familiares como ponto central da prática
humanizada. Os autores identificaram lacunas e sugerem novos campos para pesquisa e possibilidades
de intervenção na área.
Palavras-chave: Humanização. Trabalho humanizado. Psicologia e humanização.
Abstract
From the context of the National Humanization Policy (NHP) of the Brazilian Unified Health System,
this study had the objective of identifying the main contributions and the theoretical-methodological
relations of Psychology for humanized practices in health, in the Brazilian literature. For that, complete
articles, published in Portuguese since 2008, were systematically identified and analyzed in the main
database of the area. After the analysis procedures, the results gathered the publications, from psychology
and related areas, into three main categories: (a) professional training, (b) perceptions, experiences and
feelings of professionals and (c) characteristics, practices and representations of the activity. Most of the
articles in the three categories criticize the traditional perspectives of health and call for more training
resources for health professionals, who have found difficulties in their fields of professional action
1
Doutora em Psicologia da Saúde no Programa de Pós-graduação em Psicologia da Saúde da Universidade Metodista de São
Paulo - UMESP. E-mail: daren_tashima@hotmail.com
2
Doutorando em Psicologia da Saúde no Programa de Pós-graduação em Psicologia da Saúde da Universidade Metodista de São
Paulo - UMESP. E-mail: maiango@yahoo.com
3
Doutora em Psicologia do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo - USP. Docente do Programa de Pós-
graduação em Psicologia da Saúde da Universidade Metodista de São Paulo - UMESP.
4
Doutora em Psicologia pela Universidade de Brasília - UnB. Docente e Coordenadora do Programa de Pós-graduação em
Psicologia da Saúde da Universidade Metodista de São Paulo - UMESP.
5
Semina: Ciências Sociais e Humanas, Londrina, v. 40, n. 1, p. 5-24, jan./jun. 2019
Cid, D. P. T. et al.
to reach the models recommended by NHP. From the point of view of psychology, we identified the
weight of phenomena such as empathy and the appreciation of the feelings and emotions of patients and
families as the central point of the humanized practice. The authors identified gaps and suggested new
fields for research and possibilities for intervention in the area.
Keywords: Humanization. Humanized work. Psychology and humanization.
6
Semina: Ciências Sociais e Humanas, Londrina, v. 40, n. 1, p. 5-24, jan./jun. 2019
Elos entre a psicologia e o trabalho humanizado na saúde: compreensão, formação e práticas
continue
8
Semina: Ciências Sociais e Humanas, Londrina, v. 40, n. 1, p. 5-24, jan./jun. 2019
Elos entre a psicologia e o trabalho humanizado na saúde: compreensão, formação e práticas
continuation
Martins, J.J.; Shneider, D.G.; Bunn, K.R.; Goulart, C.A.; Silva, R.M.S.; Gama, F.O.; Albu-
2008
querque, G.L.
Percepções, vivên-
cias e sentimentos
dos profissionais
Salomé, G.M.; Espósito, V.H.C. 2008
Campos, D.; Santos, M. 2009
Kanai, K.; Fidelis, W. 2010
(N= 6)
Reis, L.A.; Silva, E.F.; Waterkemper, R.; Lorenzini, E.; Cecchetto, F.H. 2013
Queiroz, A.H.A.B.; Pontes, R.J.S.; Souza, A.M.A.; Rodrigues, T. B. 2013
Eulálio, M.C.; Santos, E.R.F.; Albuquerque, T. P. 2009
Sousa, K.; Carpigiani, B. 2010
Características, práticas e representações sociais
Cardoso, C.M.C.C.; Marion, D.; Wichmann, F.M.A.; Luzzi, G.; Benilez, L.; Franco, M.;
2011
Roos, N.; Areosa, S.; Brandt, T.
Cunha, A.C. B.; Benevides, J. 2012
Hermes, H. R; Lamarca, I. 2013
Camponogara, S.; Viero, C.; Pinno, C.; Soares, S.; Rodrigues, I.; Cielo, C. 2015
Detominia, V.; Bellenzanib, V. 2015
Chibante, C. L. P.; Espírito-Santo, F.; Oliveira-Aquino, A. 2015
da atividade (N= 14)
de uma abordagem do sujeito em sua singularidade. visibilizar, a partir da análise dos programas das
Os autores avaliaram que o ensino de graduação na disciplinas, de que forma os currículos de cursos
saúde no Brasil tem uma tradição ainda centrada em de Psicologia, do estado do Rio Grande do Sul,
conteúdos, que não articulam a teoria e a prática, estão formando profissionais da saúde para o
reforçada pela desvinculação entre ensino, pesquisa SUS. O trabalho foi desenvolvido, destacando
e extensão. Desse modo, apesar dos professores e discutindo os direcionamentos tomados pelas
expressarem um envolvimento com os valores ementas, conteúdos e bibliografias, adotando como
da Reforma Sanitária brasileira, observa-se que balizadores os princípios e diretrizes presentes
os modelos de formação do profissional da área nas políticas de saúde do SUS. A partir da análise
da saúde não estão voltados para uma formação desse estudo, verificou-se que a formação de
teórico-conceitual e metodológica que potencialize profissionais na área da saúde, na qual também
competências para a integralidade. Assim, falta se encontra a Psicologia, ainda se volta para a
o desenvolvimento de certas habilidades e abordagem clássica, em que o ensino é tecnicista,
competências que preparem os futuros profissionais preocupado com a sofisticação dos procedimentos
para as relações pessoais, a formação de vínculos e e do conhecimento dos equipamentos auxiliares
a convivência humanizada com os pacientes e com do diagnóstico, tratamento e cuidados; há, na
a equipe de saúde (GONZÉ; SILVA, 2011). perspectiva dos autores, uma necessidade de
problematizar a formação profissional do psicólogo,
Essa realidade denunciada pelos autores se
pois os conteúdos programáticos ainda se voltam a
contrapõe à formação proposta pela PNH (BRASIL,
um entendimento de sujeito “psíquico” deslocado
2010), que sustenta a redução de “especialismos”
do seu contexto e de outros entendimentos.
próprios das formações universitárias. Tais
práticas tutelam e não validam saberes e fazeres, O relato de Duarte (2015), a partir de experiências
não problematizam, mas, “potencializam de supervisão de estágios em psicologia do trabalho,
hierarquizações”. Em relação à Psicologia, várias com foco nos trabalhadores de saúde de atenção
produções destacaram o desafio de constituir secundária, realizado por alunos de Psicologia de
alternativas ao modelo hegemônico baseado na uma universidade estadual do Paraná, traz uma
atuação clínica tradicional, privatista e individualista colaboração diferenciada para a formação destes
e, ainda, construir conhecimentos que auxiliem na alunos. Diferentemente dos modelos tradicionais/
constituição e consolidação das redes de saúde. Com tecnicistas, a autora, utilizando-se de referenciais
o objetivo de apresentar uma pesquisa-intervenção teórico-metodológicos da análise institucional, da
realizada com Agentes Comunitários de Saúde psicodinâmica do trabalho e da psicossociologia,
das equipes de Saúde da Família de Porto Alegre, entre outros, buscou desenvolver em seus próprios
Zambenedetti et al. (2014) apontaram que a Psicologia estagiários os princípios de atuação da PNH, a partir
pode desenvolver ferramentas que propiciam novas de estratégias de supervisões que buscaram superar
experimentações relativas aos processos formativos a dicotomia entre teoria e prática, propiciando
em saúde sintetizadas em três aspectos: a formação a autonomia dos estagiários e estimulando o
como escuta e análise dos processos de trabalho; compromisso com a transformação da realidade
a transversalização das práticas, desconstruindo social e institucional, com engajamento técnico
dicotomias e relações hierarquizadas; o exercício de e político dos discentes. Neste sentido, além das
desconstrução de estereótipos e de modos instituídos práticas de análise institucional e intervenção junto
de operar as práticas em saúde. aos trabalhadores; a título de exemplo, o estágio
levou os alunos a instituições e eventos relacionados
Na mesma perspectiva, Guareschi et al. (2011)
indiretamente com o campo, como conferências de
realizaram um estudo que teve como objetivo
10
Semina: Ciências Sociais e Humanas, Londrina, v. 40, n. 1, p. 5-24, jan./jun. 2019
Elos entre a psicologia e o trabalho humanizado na saúde: compreensão, formação e práticas
A partir dos estudos relacionados à formação, Martins et al. (2008) relataram que a equipe de
percebe-se que ainda há uma tendência à saúde, ao realizar o atendimento diferenciado de
compartimentalização do saber e do cuidado, idosos hospitalizados submetidos à cirurgia cardíaca,
contrariando as propostas oferecidas pela PNH deve estar atenta a vários indicadores físicos,
(BRASIL, 2003). As mudanças, segundo Baeta- psicológicos e sociais que normalmente ocorrem
Neves e Heckert (2010) só são possíveis a partir nesses pacientes durante o período de internação.
da problematização das formas já sedimentadas de Os autores, nesse estudo, tiveram como intuito
gestão e cuidado dos trabalhadores e usuários do identificar a percepção da equipe de saúde e do idoso
SUS. Neste sentido, sugere-se experimentar, como sobre o cuidado humanizado, correlacionando os
desafios de rotina, a implantação dos princípios do dados da investigação com o preconizado na PNH.
SUS e estar disponível para novas formas de agir, O respeito aos temores, às crenças e às fragilidades
sentir e pensar sua prática. Materializar os princípios dos idosos e de seus familiares, além, da ética na
da PNH significa, por exemplo, questionar a própria adoção das atividades técnico-científicas, exige a
concepção de saúde e doença, a organização integração da equipe de saúde com os usuários para
dos processos de trabalho, cuidado e prática; a uma nova concepção sobre os hospitais, fazendo
consciência do protagonismo e da autonomia. Tais com que passem a conceber estas instituições como
ações se antagonizam à fragmentação de saberes locais que objetivam fornecer atendimento em
apontada nos estudos analisados. saúde integral, além de informações sobre todo o
tratamento realizado e possíveis intervenções para
a manutenção, cura, recuperação e prevenção da
Percepções, vivências e sentimentos dos saúde.
profissionais
Kanai e Fidelis (2010) analisaram os sentimentos
Os estudos sobre a relação entre o profissional de do profissional de enfermagem ao prestar assistência
saúde e os pacientes/usuários, e sobre as vivências aos pacientes pediátricos internados, em um
dos profissionais no contexto da saúde contribuíram hospital geral particular, de grande porte. A maioria
para o surgimento da proposta do modelo dos enfermeiros e técnicos de enfermagem que
humanizado de atendimento. Diversos autores, participou deste estudo destacou a importância da
por exemplo, têm apontado as angústias vividas humanização e destacou também a dificuldade de
por profissionais e estudantes da área da saúde ao transpor os seus sentimentos reais, pois a maioria
lidar com a dor, a morte e a invalidez. As angústias relata que ao ver a criança com dor, a assistência
ligadas ao adoecer são parte integrante dessa relação prestada ao cliente pediátrico passa a se tornar mais
e do vínculo, estabelecido entre o cliente e aquele difícil devido à dificuldade do inter-relacionamento
que o assiste. Assim, a crescente preocupação em entre a equipe de enfermagem, a criança e a família,
investigar tais vivências do ponto de vista dos além do sentimento de impotência, identificação e
profissionais e estudantes, tem revelado os aspectos a comparação com seus próprios filhos. Observou-
subjetivos da atuação profissional, que devem ser se também, por meio das falas, que a possibilidade
considerados para uma humanização da assistência, terapêutica mobiliza mecanismos inconscientes,
ressaltando a importância de se considerar a como o da racionalização, sendo imprescindível que
dimensão relacional existente entre os profissionais a equipe de enfermagem esteja atuando ativamente
de saúde e seus clientes, exigindo mudanças, tanto no cuidado humanizado da criança internada.
em relação aos modelos de atendimento quanto nas
Com objetivos similares, Reis et al. (2013)
próprias atitudes dos profissionais em relação aos
investigaram as percepções sobre a humanização
usuários do serviço.
na saúde em uma equipe de enfermagem de UTI
12
Semina: Ciências Sociais e Humanas, Londrina, v. 40, n. 1, p. 5-24, jan./jun. 2019
Elos entre a psicologia e o trabalho humanizado na saúde: compreensão, formação e práticas
neonatal e pediátrica. A partir de entrevistas com mesmo que considere atuar na perspectiva da
as profissionais, foram encontradas três categorias qualidade de vida, ainda se sente vulnerável perante
analíticas: “humanizar é ver o outro como um a ocorrência da morte e ressentem-se da falta de
todo-acolher”, “o vínculo e a comunicação como conhecimentos e habilidades para realizar tal ação.
práticas humanizadoras” e “falta de ambiência Por consequência, torna-se importante que alguns
como prática desumanizadora”. Ressalta-se a aspectos sejam trabalhados durante o processo de
perspectiva de que a humanização pressupõe o formação profissional, além de estratégias para
atendimento ao indivíduo para além da técnica favorecer a coesão grupal e estimular o diálogo entre
biomédica, com empatia e atenção às emoções os profissionais, proporcionando apoio e suporte.
e sentimentos dos pacientes, valorizando a troca
Salomé e Espósito (2008) buscaram descrever
interpessoal. No mesmo sentido, as profissionais
e analisar os sentimentos vivenciados pelos
percebem que a humanização pressupõe qualidade
acadêmicos do curso de enfermagem, quando
no vínculo, tanto com o paciente, como com a
realizam curativos e propiciam assistência técnica
família e a equipe de trabalho. Ao mesmo tempo,
e humanizada, durante os estágios. Os autores
práticas frágeis ou inexistentes de gestão de pessoas
enfatizaram a importância da qualificação dos
e baixo investimento em recursos estruturais podem
docentes dos cursos de graduação em enfermagem,
prejudicar sistematicamente a humanização, ao
para que possam preparar os acadêmicos para
gerar desmotivação, estresse e desconforto entre as
desempenhar suas atividades com competência
profissionais. Um ponto interessante da pesquisa
técnica, científica, habilidade e conscientização da
é a percepção de que as práticas humanizadas, na
importância da utilização da tecnologia no cuidado
enfermagem, devem-se mais à própria ciência da
humanizado. Este estudo revelou que os alunos
enfermagem do que à PNH.
de enfermagem sentem-se despreparados para a
Queiroz et al. (2013) buscaram compreender os execução do curativo com atendimento humanizado.
cuidados às pessoas com doenças em fase terminal Também têm várias dificuldades, como tocar uma
na atenção primária à saúde, conforme percepção pessoa que lhes é desconhecida, dificuldade para
de familiares, profissionais da Estratégia Saúde associar a teoria à prática, vivências negativas
da Família (ESF) e do Programa de Assistência como angústia, insegurança, medo, vergonha e
Domiciliar. Várias dimensões de formação, que inabilidade ao lidar com a dor, choro e o sofrimento
extrapolam o campo da técnica, constituem os do paciente. Nesse estudo, abordou-se também a
aspectos contextuais de maior dificuldade no importância da criação de um espaço para discussão
ato de cuidado qualificado e humanizado aos de suas vivências. Isso pode configurar-se como
doentes terminais. Destacam-se, na percepção dos uma das formas de apoio que observa ser necessária
profissionais, a própria limitação emocional para ao aluno frente às dificuldades enfrentadas nesse
lidar com a morte ou com a impossibilidade de cura, período de sua formação acadêmica.
além da inadequada formação para comunicar o
Benevides-Pereira e Gonçalves (2009)
diagnóstico e relacionar-se com a família do paciente.
investigaram a presença de transtornos emocionais
Os profissionais de saúde reconhecem que cuidar do
como ansiedade, estresse e burnout em estudantes
doente em fase terminal exige preparação para lidar
de Medicina durante o período de formação.
com os próprios sentimentos e com a finitude. Os
Os resultados evidenciaram que os transtornos
autores enfatizam os sentimentos de impotência,
foram mais intensos no terceiro e quarto anos. O
frustração e revolta no cotidiano de trabalho dos
sentimento de realização pessoal foi aumentando
profissionais de saúde. Como a formação técnica
no transcorrer do curso, assim como as atitudes
está baseada no paradigma da cura, o profissional,
de desumanização; a exaustão emocional, por sua
13
Semina: Ciências Sociais e Humanas, Londrina, v. 40, n. 1, p. 5-24, jan./jun. 2019
Cid, D. P. T. et al.
vez, apresentou decréscimo no final do curso. Os processo contínuo de avaliação, como também, a
autores sugeriram um estudo dos fatores de maior ressignificação de atitudes coerentes ao preconizado
pressão, principalmente os relativos aos terceiro e na PNH.
quarto anos do curso, no sentido de modificá-los e/
Como apontado nos estudos envolvendo
ou minimizar suas consequências nos estudantes.
“Percepções, vivências e sentimentos dos
Por outro lado, disciplinas que promovam maior
profissionais”, embora se verifiquem intensas
conhecimento do ser humano e, portanto, atitudes
demandas de trabalho entre os profissionais que
de humanização, devem ser implementadas e/ou
atuam nos vários setores do SUS, raramente há a
receber mais destaque. Segundo as autoras, a ênfase
possibilidade de trazer à tona e enfrentar abertamente
do curso deve ser pautada não só na capacitação
tais dificuldades, com consequente colaboração de
técnica e desenvolvimento de habilidades, mas,
pares. A PNH, no caderno HumanizaSUS, volume
especialmente, no conhecimento do ser humano e
1 (BRASIL, 2010) propõe espaços de encontro
nas relações interpessoais e afetivas.
entre trabalhadores e gestores; tais experiências
Campos e Santos (2009) investigaram os buscam cuidar dos aspectos subjetivos e objetivos
possíveis sentimentos de fisioterapeutas em relação dos profissionais no contato com a dor, a angustia,
ao atendimento de pessoas com paralisia cerebral a morte. Nesta perspectiva, a oferta de um espaço
com sequelas mais graves. Refutando a hipótese de fala resulta também em um espaço de escuta, de
dos pesquisadores sobre a existência de dificuldades entendimento, de partilha e de produção coletiva de
vivenciadas pelos fisioterapeutas no atendimento conhecimento. Trata-se de favorecer a criatividade,
às pessoas com paralisia cerebral, os pesquisados a autonomia, como propõe a PNH.
consideram o lidar com pessoas na condição de
paralisia cerebral como normal para o esperado em
um quadro de natureza neurológica, convergendo Características, práticas e representações
para aspectos positivos, entendendo que já estavam sociais da atividade
preparados para lidar pelo próprio curso de Cardoso et al. (2011) relataram a experiência
formação em fisioterapia, já que o mesmo privilegia do atendimento domiciliar à população idosa,
o modelo médico e as questões biológicas. Neste realizado por um grupo de acadêmicos e professores
caso, o aprofundamento técnico, sobre os quadros de cursos da área da saúde, no Programa Terceira
neurológicos graves, prepara os fisioterapeutas Idade. O atendimento domiciliar teve como
para as limitações do referido tratamento; por outro objetivos proporcionar uma assistência humanizada
lado, evidencia-se um possível distanciamento e integral, e estimular a maior participação do
ante os pacientes e familiares, eventualmente idoso e de sua família no tratamento proposto. A
desumanizados. assistência à saúde através da “visita domiciliar” tem
Percebe-se que o processo de humanização é como objetivo orientar, educar, levantar possíveis
moroso e complexo, pois requer a transformação soluções de saúde e fornecer subsídios educativos
da cultura institucional no reconhecimento e para os indivíduos, a família e a comunidade
valorização dos aspectos subjetivos, históricos proporcionando uma assistência humanizada e
e socioculturais dos atores sociais – usuários, integral.
gestores e trabalhadores – envolvidos nas práticas O estudo desenvolvido por Eulálio, Santos e
de saúde, melhorando as condições do trabalho e Albuquerque (2009) objetivou compreender a
a qualidade do atendimento. Tal transformação só relação entre auxiliar de enfermagem e usuário por
ocorrerá se houver o devido engajamento de toda meio das representações sociais do ato de tocar,
a equipe de saúde, dos gestores e usuários num representando possibilidades de aproximação e
14
Semina: Ciências Sociais e Humanas, Londrina, v. 40, n. 1, p. 5-24, jan./jun. 2019
Elos entre a psicologia e o trabalho humanizado na saúde: compreensão, formação e práticas
relação humanizada entre profissional e usuário, crítico para a promoção da saúde materno-infantil.
construídas por esses profissionais no contexto Os autores identificaram prevalência da orientação
do Programa Saúde da Família (PSF). A relação psicanalítica entre os profissionais pesquisados,
que o auxiliar de enfermagem estabelece com o e verificaram, também, que estes se valem,
usuário, perpassa pela compreensão da necessidade principalmente, de seu próprio percurso profissional
de auxiliá-lo, visto que, ao longo dos anos, essa como fonte de suas competências, o que pode
área tem se responsabilizado pela “arte” de cuidar indicar uma carência na formação dos profissionais
possibilitando um novo tipo de relação entre da área. A prática nos hospitais pesquisados é tida
os profissionais da equipe multidisciplinar e o como positiva e multiprofissional, com a percepção
usuário. Um atendimento de qualidade ao usuário de bons resultados para a saúde pública.
não deve ser restrito ao tratamento de doenças,
Souza e Carpigiani (2010) apresentaram
mas que, sobretudo, se basear na promoção da
resultados interessantes sobre a prática profissional
saúde e na percepção desse indivíduo como um
humanizada, em relação à comunicação em uma
ser biopsicossocial – que necessita ser escutado
enfermaria de cuidados paliativos. Segundo as
e compreendido em suas necessidades físicas,
autoras, os profissionais dos diferentes níveis,
emocionais e sociais. Através das questões levantadas
envolvidos na atividade de cuidados paliativos,
neste estudo, foi possível identificar a importância
demonstraram grande facilidade na comunicação,
do toque para os auxiliares de enfermagem do PSF
amparados, principalmente, em procedimentos
e como eles atribuem significados diferenciados
técnicos bem estruturados. Ao mesmo tempo,
à realização de procedimentos técnicos, e à
seria necessário desenvolver uma relação mais
demonstração de um tocar afetivamente. Verificou-
pessoalizada entre os profissionais dos diferentes
se que o toque está associado a uma inter-relação
níveis, além de diálogos sobre a morte, já que os
entre carinho e contato, significando que o mesmo
profissionais envolvidos apresentam diferentes
aparece revestido por possibilidades de aproximação
concepções sobre a mesma, muitas vezes pautadas
do auxiliar de enfermagem com o usuário. Os
mais em concepções religiosas do que em uma
pesquisadores apontaram a mudança na percepção
perspectiva científica ou profissional. Para as
da prática do auxiliar de enfermagem, antes e
autoras, a elaboração de diálogos é uma ferramenta
depois de se tornarem profissionais. Se antes estava
que pode melhorar a interdisciplinaridade na equipe
associada à realização de práticas técnicas, como o
e, consequentemente, a prática profissional nos
medicar, cuidar, fazer curativos, hoje, esse mesmo
cuidados paliativos.
trabalho é representado com algo mais complexo,
em que, além dos procedimentos técnicos, o afeto e Também versando sobre a temática da equipe
a responsabilidade se evidenciaram. interdisciplinar em cuidados paliativos, Hermes
e Lamarca (2013), realizaram uma pesquisa
O estudo de Cunha e Benevides (2012) buscou
bibliográfica que indicou uma acentuada carência de
investigar as práticas utilizadas por psicólogos em
disciplinas que auxiliem os profissionais de saúde,
intervenções precoces, realizadas em maternidades
como médicos, psicólogos e enfermeiros, a lidar
públicas do Rio de Janeiro. As práticas dos
com a morte e o morrer. Algumas convergências
profissionais envolvidos com as gestações de alto
entre as categorias profissionais ligadas aos
risco mostraram-se muito variadas, refletindo a
cuidados paliativos foram observadas, como o uso
diversificação da formação na área da psicologia. Um
do conceito da Organização Mundial de Saúde
resultado promissor é a clareza, demonstrada pelos
para definir cuidados paliativos, o reconhecimento
profissionais, quanto ao objetivo da intervenção, qual
da importância da equipe multiprofissional para o
seja, o vínculo mãe-bebê, reconhecido como ponto
paciente, a importância da política de humanização
15
Semina: Ciências Sociais e Humanas, Londrina, v. 40, n. 1, p. 5-24, jan./jun. 2019
Cid, D. P. T. et al.
Uma rara perspectiva crítica da humanização busca de evidências que demonstrem a viabilidade
nos hospitais e na saúde é apresentada por Cassoli e a importância de práticas profissionais mais
(2016). Em uma análise foucaultiana, o autor levanta humanizadas, com suas consequências positivas
o histórico da instituição hospitalar, chegando ao para a saúde pública.
modelo atual, centrado no paciente, à imagem de um
Uma análise mais abrangente destes achados
consumidor, que supera ou busca superar o modelo
indica diferentes contribuições para a compreensão
centrado no saber médico. Este novo modelo
dos fenômenos, processos e desafios relacionados
se apóia em saberes de diversas áreas da saúde,
ao definitivo fortalecimento da PNH no sistema
com destaque para o(s) saber(es) psicológico(s),
de saúde brasileiro. Inequivocamente, a maior
da psicanálise à psicologia positiva, que buscam
atenção parece necessária às etapas de formação dos
estratégias de enfrentamento da dor, da morte, do
profissionais da área de saúde, cujos cursos parecem
anormal, de modo a dificultar a vivência própria do
precisar não apenas de disciplinas com conteúdos
paciente/usuário, exercendo um esquema de poder
relacionados à humanização, mas de mudanças
que o obriga a sofrer dentro de determinados padrões,
mais aprofundadas, desde a lógica disciplinar,
mantendo-o sob controle. Para o autor, a inserção
até às questões relacionadas ao desenvolvimento
do riso como meio de tratamento/intervenção, pela
emocional e de grupo. Vários autores (ALVES et
atuação dos palhaços em hospitais, seria uma dessas
al., 2009; BRASIL, 2003, 2010; GONZÉ; SILVA,
formas de humanização que atendem a objetivos
2011; GUARESCHI et al., 2011) apontam para a
normalizantes e controladores de atenção à saúde.
cisão entre teoria e prática, constante em projetos
Observa-se, pela análise dos estudos pedagógicos, ou mesmo para os reflexos da falta
apresentados na categoria “Características, de articulação entre ensino, pesquisa e extensão, o
práticas e representações sociais da atividade”, a que pode remeter a questões estruturais do ensino
busca da implantação de novos modelos e novas superior brasileiro; outros indicam, ainda, que a área
práticas na rotina dos trabalhadores, ou seja, a de saúde carece de aprofundamento pedagógico.
criação de alternativas de ação que visem incorporar
No que tange às competências emocionais dos
a integralidade, a equidade, a transversalidade,
profissionais de saúde, estratégias de enfrentamento
a autonomia e a problematização dos saberes;
desta questão podem envolver o desenvolvimento
princípios tão amplamente preconizados pela PNH
psicológico, com técnicas de promoção e
(BRASIL, 2003, 2010, 2012, 2014).
manutenção do bem-estar, enfrentamento do
Diante destes estudos, fica patente que a prática estresse, empatia, luto e outros, mas, também,
profissional sofre uma carência de recursos mais uma maior compreensão dos processos saúde/
técnicos do que éticos, dado que a maioria dos autores doença/cura, para além dos fenômenos físicos/
indica que há concordância sobre a importância da fisiológicos, incluindo aspectos psicológicos e
humanização, da interdisciplinaridade e espaço sociais (econômicos, políticos, culturais, etc). Tal
para ações afirmativas de humanização. Contudo, perspectiva fomenta a ideia de práxis, implícita nos
parece estar na formação, centrada em práticas princípios da PNH, que demanda a construção do
disciplinares, a maior necessidade de intervenção. conhecimento indissociável das práticas cotidianas
Os estudos, talvez pela natureza de seu escopo, não destes profissionais (BAETA-NEVES; HECKERT,
apontam para problemas em modelos de gestão, 2010; BRASIL, 2003).
por exemplo, que poderiam impedir práticas mais
Ante tais vicissitudes, observa-se que os sistemas
humanizadas, o que pode ser visto como positivo.
formativos da atualidade têm desafios monumentais.
A ênfase maior desta categoria de estudos, fica na
Considerando uma tradição já amplamente baseada
18
Semina: Ciências Sociais e Humanas, Londrina, v. 40, n. 1, p. 5-24, jan./jun. 2019
Elos entre a psicologia e o trabalho humanizado na saúde: compreensão, formação e práticas
19
Semina: Ciências Sociais e Humanas, Londrina, v. 40, n. 1, p. 5-24, jan./jun. 2019
Cid, D. P. T. et al.
Com base nas publicações revisadas, pode-se Face ao maior problema relatado pelos estudos,
depreender que as vivências dos profissionais de concernente à formação dos profissionais para
saúde também são afetadas fortemente por questões atuar em equipes multiprofissionais, pode-se
técnico-formativas, como a falta de estratégias de sugerir que as universidades invistam em ações
enfrentamento emocional ante a dor (e a morte) inovadoras, como o fortalecimento de disciplinas
dos pacientes, situação que parece ignorada nos integradas entre diferentes cursos da área de
currículos acadêmicos. Parece, também, haver a saúde, ou estágios e vivências direcionados em
necessidade de se desenvolver competências para as equipes interdisciplinares de saúde pública. De
relações interpessoais nas equipes de trabalho, num qualquer forma, fica evidenciado o longo caminho
arranjo complexo entre a técnica, a ética e os jogos que a política de humanização tem a percorrer
de poder. para atingir seus objetivos maiores, e, ao mesmo
tempo, a necessidade da Psicologia, como ciência
Este estudo tem limitações importantes,
e profissão, ampliar sua ação e produção para o
que devem ser consideradas, em função de sua
trabalho humanizado na saúde pública.
abordagem metodológica, que optou por artigos
completos e que tenham sido localizados pelas
palavras-chave “Psicologia” e “Humanização”.
Referências
Inicialmente, parece estranho que não haja relatos
ALMEIDA, N. M. C.; ARRAIS, A. R. O pré-natal
sobre os problemas da gestão de pessoas na saúde, psicológico como programa de prevenção à depressão
ou mesmo outras questões administrativas; todavia, pós-parto. Psicologia: Ciência e Profissão, Brasília,
a inclusão de termos como “gestão” ou “recursos v. 36, n. 4, p. 847-863, dez. 2016. DOI: http://dx.doi.
humanos” na busca produziu impacto devastador org/10.1590/1982-3703001382014. Disponível
em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
nos resultados. Assim, optou-se por manter a ciência arttext&pid=S1414-98932016000400847&lng=en&nrm
e profissão como referencial de buscas. Além disso, =iso. Acesso em: 24 fev. 2019.
em virtude do reduzido número de artigos, não foram ALVES, A. N. O.; REIS, C.; MOREIRA, S. N. T.;
excluídos artigos por critérios secundários, como AZEVEDO, G. D.; ROCHA, V. M.; VILAR, M. J. A
tipo de estudo (exceto revisões), autoria, tema ou humanização e a formação médica na perspectiva dos
impacto da publicação, que poderiam potencializar estudantes de medicina da UFRN-Natal-RN. Revista
Brasileira de Educação Médica, Brasília, v. 33, n. 4, p.
o aprofundamento da análise. 555-561, 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/
São amplas as lacunas de pesquisa na área do rbem/v33n4/v33n4a06.pdf. Acesso em: 24 fev. 2019.
trabalho humanizado em saúde pública. A própria BAETA-NEVES, C. A.; HECKERT, A. L. C.
recenticidade do tema pode contribuir para isso, Micropolítica do processo de acolhimento em saúde.
Estudos e Pesquisas em Psicologia, Rio de Janeiro,
em comparação com áreas mais estabelecidas da v. 10, n. 1, abr. 2010. Disponível em: http://pepsic.
pesquisa psicológica. Em termos de metodologia, bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-
por exemplo, a maior parte dos estudos se utiliza 42812010000100011&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 24
de estudos de caso, baseados em entrevistas e fev. 2019.
análise documental, o que pode reduzir o poder BENEVIDES, R. A psicologia e o Sistema Único de
de comparação entre os estudos. Faltam, também, Saúde: quais interfaces? Psicologia & Sociedade, Belo
Horizonte, MG, v. 17, n. 2, p. 21-25, 2005. Disponível
estudos que investiguem técnicas específicas ou em: www.redalyc.org/articulo.oa?id=309323899004.
o impacto de treinamentos ou outras intervenções Acesso em: 24 fev. 2019.
que possam resultar em novas competências de BENEVIDES-PEREIRA, A. M.; GONÇALVES, M.
trabalho humanizado, como controle emocional, B. Transtornos emocionais e a formação em Medicina:
assertividade, auto-eficácia e resiliência, entre um estudo longitudinal. Revista Brasileira de Educação
outras.
20
Semina: Ciências Sociais e Humanas, Londrina, v. 40, n. 1, p. 5-24, jan./jun. 2019
Elos entre a psicologia e o trabalho humanizado na saúde: compreensão, formação e práticas
Médica, Brasília, v. 33, n. 1, p. 20-23, 2009. Disponível BRASIL. Ministério da Saúde. Universidade Estadual do
em: www.scielo.br/pdf/rbem/v33n1/03.pdf. Acesso em: Ceará. Humanização do parto e do nascimento. Brasília,
24 fev. 2019. DF: Ministério da Saúde, 2014. (Cadernos humanizaSUS,
v. 4). Disponível em: http://redehumanizasus.net/wp-
BRASIL. Ministério da Saúde. O SUS de A a Z:
content/uploads/2017/09/Cadernos-HumanizaSUS-
garantindo saúde nos municípios. 3. ed. Brasília: Editora
Volume-4-Humanizac%CC%A7a%CC%83o-do-Parto-
do Ministério da Saúde, 2009.
e-do-Nascimento-.pdf. Acesso em: 24 fev. 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção
CAMPONOGARA, S.; VIERO, C.; PINNO, C.;
à Saúde. Departamento de Ações Programáticas
SOARES, S.; RODRIGUES, I.; CIELO, C. Percepções
Estratégicas. Saúde mental. Brasília, DF: Ministério
de pacientes pós-alta da unidade de cuidados intensivos
da Saúde, 2015. (Cadernos humanizaSUS, v. 5).
sobre a hospitalização nesse setor. Revista de Enfermagem
Disponível em: http://redehumanizasus.net/wp-content/
do Centro Oeste Mineiro. Chanadour Divinópolis,
uploads/2017/09/Cadernos-HumanizaSUS-Volume-5-
MG, v. 5, n. 1, p. 1505-1513, 2015. DOI: http://dx.doi.
Saude-Mental.pdf. Acesso em: 24 fev. 2019.
org/10.19175/recom.v0i0.747. Disponível em: http://
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção www.seer.ufsj.edu.br/index.php/recom/article/view/747.
à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Acesso em: 24 fev. 2019.
Estratégicas. Atenção hospitalar. Brasília, DF:
CAMPOS, D.; SANTOS, M. Sentimentos vivenciados
Ministério da Saúde, 2011. (Cadernos humanizaSUS,
por fisioterapeutas no atendimento a pessoas com
v. 3). Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
paralisia cerebral. Psico-USF, Itatiba, v. 14, n. 2, p.
publicacoes/cadernos_humanizasus_atencao_hospitalar.
229-236, 2009. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1413-
pdf. Acesso em: 24 fev. 2019.
82712009000200012. Disponível em: http://www.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
Atenção à Saúde. Política Nacional de Humanização. 82712009000200012&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 24
Formação e intervenção. Brasília, DF: Ministério fev. 2019.
da Saúde, 2010a. (Cadernos humanizaSUS, v. 1).
CAMPOS, G. W. S. O anti-Taylor: sobre a invenção
Disponível em: http://redehumanizasus.net/wp-
de um método para co-governar instituições de saúde
content/uploads/2017/09/Cadernos-HumanizaSUS-
produzindo liberdade e compromisso. Cadernos de
Vo l u m e - 1 - F o r m a c % C C % A 7 a % C C % 8 3 o - e -
Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 14, n. 4, p. 863-870,
Intervenc%CC%A7o%CC%83es-1.pdf. Acesso em: 24
1998. Disponível em: https://www.scielosp.org/article/
fev. 2019.
csp/1998.v14n4/863-870/. Acesso em: 24 fev. 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva.
CARDOSO, C. M. C. C.; MARION, D.; WICHMANN,
Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização.
F. M. A.; LUZZI, G.; BENITEZ, L.; FRANCO, M.;
HumanizaSUS: política nacional de humanização:
ROOS, N.; AREOSA, S.; BRANDT, T. Atendimento à
documento base para gestores e trabalhadores do SUS.
unidade familiar do idoso: experiência multidisciplinar.
Brasília: Ministério da Saúde, 2004. Disponível em: http://
Estudos Interdisciplinares do Envelhecimento, Porto
bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/humanizaSus_doc_
Alegre, RS, v. 16, p. 385-394, 2011. Disponível em: seer.
base.pdf. Acesso em: 24 fev. 2019.
ufrgs.br/RevEnvelhecer/article/view/17918. Acesso em:
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. 24 fev. 2019.
Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização.
CASSOLI, T. Humanização, psicologia e riso: produção
HumanizaSUS: política nacional de humanização:
de liberdade e processos de subjetivação. Revista Polis
documento base para gestores e trabalhadores do SUS.
e Psique, Porto Alegre, v. 6, n. 2, p. 109-133, jul.
Brasília: Ministério da Saúde, 2003. Disponível em: http://
2016. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.
bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/humanizaSus.pdf.
php?script=sci_arttext&pid=S2238-152X201600020000
Acesso em: 24 fev. 2019.
7&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 24 fev. 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Universidade Estadual
CHIBANTE, C. L. P.; ESPÍRITO-SANTO, F.;
do Ceará. Atenção básica. Brasília, DF: Ministério
OLIVEIRA-AQUINO, A. As reações do familiar
da Saúde, 2010b. (Cadernos humanizaSUS, v. 2).
acompanhante de idosos hospitalizados frente às
Disponível em: http://redehumanizasus.net/wp-content/
situações de estresse. Revista de Pesquisa Cuidado é
uploads/2017/09/Cadernos-HumanizaSUS-Volume-2-
Fundamental Online, Rio de Janeiro, v. 7, n. 3, p. 2961-
Atenc%CC%A7a%CC%83o-Ba%CC%81sica-1.pdf.
2973, 2015. DOI: 10.9789/2175-5361.2015.v7i3.2961-
Acesso em: 24 fev. 2019.
2973. Disponível em: http://www.uacm.kirj.redalyc.
21
Semina: Ciências Sociais e Humanas, Londrina, v. 40, n. 1, p. 5-24, jan./jun. 2019
Cid, D. P. T. et al.
22
Semina: Ciências Sociais e Humanas, Londrina, v. 40, n. 1, p. 5-24, jan./jun. 2019
Elos entre a psicologia e o trabalho humanizado na saúde: compreensão, formação e práticas
23
Semina: Ciências Sociais e Humanas, Londrina, v. 40, n. 1, p. 5-24, jan./jun. 2019