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Educação Bilíngue
Me. Marina Savordelli Versolato

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AULA 8
O Ensino da Língua Portuguesa na
modalidade escrita como L2

Língua Portuguesa na modalidade escrita como L2

“umA aquisição da LIBRAS como L1 precisa ser assegurada para realizar


trabalho sistemático com a L2. A necessidade formal do ensino da
língua portuguesa evidencia que essa língua é, por excelência, uma “
segunda língua para a pessoa surda.

(QUADROS, 1997).

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Língua Portuguesa na modalidade escrita como L2

“escrita,
O ensino da Língua Portuguesa, preferencialmente na modalidade
como segunda língua, justifica-se por ser aquela que circula no
país e está presente em todas as esferas sociais, tornando-se
necessária para que os surdos, entre outros aspectos tenham acesso
aos conhecimentos historicamente construídos pela humanidade que “
se encontram preservados por meio da escrita.
(CARVALHO et. al, 2019).

Educação Bilíngue

A educação bilíngue para surdos se


caracteriza, na atualidade, como a filosofia L1 →
educacional mais adequada, pois respeita a
condição da pessoa surda e sua experiência
visual como constituidora de cultura singular,
sem, contudo, desconsiderar a necessária L2 →
aprendizagem escolar do português.

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Língua Portuguesa na modalidade escrita como L2

• A LP ocupa o espaço de segunda língua, tendo


em vista que é geralmente adquirida após a
língua de sinais, por meio de um processo
sistemático vivenciado em instituições de ensino.

• É importante destacar que a aprendizagem dessa


língua (LP) ocorre em sua modalidade escrita.

• Diante disso, as pesquisas científicas se dedicam


a esclarecer os aspectos envolvidos no processo
de ensino e aprendizagem de LP escrita para
surdos e, dessa forma, contribuir para diminuir
as barreiras linguísticas existentes.

Aquisição da Segunda Língua

• 3 formas basicamente de aquisição da L2


(QUADROS, 1997, p.82):

A-) A a quisição simultânea da L1 e da L2 → Fi lhos de país que


us a m uma língua diferente da comunidade onde vi vem,
ouvi ntes filhos de surdos;

B-) A a quisição espontânea da L2 nã o s imultânea → Passa a


mora r em outro país onde a língua usada é outra ;

C-)A a prendizagem da L2 de forma sistemática → escolas de


l íngua estrangeira; A a quisição da L2 ocorre em um ambiente
a rti ficial e de forma sistemática, observando metodologias de
ens ino.

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Aquisição da Segunda Língua

• Considerando a aquisição da L2 por crianças


surdas, as duas primeiras formas parecem não se
possível de serem aplicadas.

• A e B não se aplica. A criança surda vive em uma


comunidade que usa outra língua, porém ela não
ouve a língua usada.

• Os surdos poderiam se enquadrar nas formas A e


B, mas envolvendo outra língua de sinais. Ex: um
surdo que domina a LIBRAS vai morar nos EUA e
começa a aprender a Língua de sinais por lá.

Aquisição da Segunda Língua

• A opção C -> retrata a aquisição da L2 pelos surdos


da Língua Portuguesa modalidadeescrita.

• Cabe a escola bilíngue promover a aprendizagem


sistematizada da Língua Portuguesa na modalidade
escrita;

• No caso da comunidade surda, a L1 é essencial – as


crianças surdas precisam ter acesso a língua de sinais
para garantir o desenvolvimento da linguagem e,
consequentemente, do pensamento.

• E a L2 é necessária – pois os alunos surdos precisam


dominar para fazer valer seus direitos diante da
sociedade ouvinte. (QUADROS, 1997, p.85)

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Aquisição da Segunda Língua

• QUADROS (1997) traz 3 características da interação


no ambiente linguístico em que ocorre o processo de
aquisição de L2:

INPUT OUTPUT FEEDBACK


*

*
(Recepção) (Produção) (e a reação oferecida na
conversação diante da
produção do aluno)

→ A otimização da interação envolve a quantidade e


qualidade do input, output e do feedback;
→ Destacamos além da técnica gramatical a
importância da função social da língua portuguesa na
modalidade escrita.

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Aquisição da Segunda Língua

Configuram-se como os principais obstáculos ainda


existentes para o ensino e aprendizagem da língua
portuguesa escrita:

• a aquisição tardia de uma língua;


• a falta de uma formação docente adequada;
• a dificuldade de comunicação entre surdos e
ouvintes nas escolas;
• divergências entre as políticas educacionais e
linguísticas que orientam educação para esses
sujeitos;
(CARVALHO et. al, 2019)

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Aquisição da Segunda Língua

Diante disso, os estudiosos indicam alguns desfechos


para garantir a superação das barreiras apresentadas,
tais como:

• a produção coletiva de textos, mediada pela Libras,


• o uso de recursos digitais nas aulas de Língua
Portuguesa,
• aquisição o quanto antes da Língua de Sinais pelos
surdos,
• o ensino da Libras em sua modalidade escrita
(SignWriting),
• assim como o investimento em uma formação
docente que contemple as especificidades do ensino
da escrita para surdos como segunda língua.
(CARVALHO et. al, 2019)

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Referências Bibliográficas:

CARVALHO, M. E. ; CAVALCANTI, W. M. A. ; SILVA, J. A. . Ensino


de Língua portuguesa para surdos: uma revisão integrativa da
literatura. Revista CEFAC, v. 21, p. 1-12, 2019

QUADROS, Ronice Muller de. Bilinguismo In: QUADROS,


Ronice M. de. Educação de Surdos: a aquisição da linguagem.
Porto Alegre: Artemed, 1997.

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