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• LEGISLAÇÃO:

A) Federal:
• Lei 6938/81 (PNMA), art. 9º, inc. IV
• Dec. 99.274/90, art. 7°, inc. I
• Resolução CONAMA 001/86 e 237/97
• CF/88 art. 225 (proteção e prevenção)
• Lei 10.165/2000 (alterou a Lei 6938/81 - instituiu a taxa IBAMA e
anexo das atividades inerentes).

B) Estadual
• Código Estadual de Meio Ambiente ( LC 38/95), arts. 17 à 26 e ( LC
232/95);
• Portaria 129/96
CONCEITOS

• Licenciamento ambiental: é o complexo de etapas


que compõem o procedimento administrativo, o
qual objetiva a concessão da licença ambiental.

• Legal: procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental


competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação
de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais,
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que,
sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental,
considerando as disposições legais e regulamentares e as normas
técnicas aplicáveis ao caso ( Res. 237/97, art. 1°, inc. I).
• Licença Ambiental: é espécie de ato administratuivo
“unilateral, pelo qual a administração faculta àquele que
preencha os requisitos legais o exercicio de uma atividade”
(Alguns doutrinadores acrescentam o termo vinculado).

• Legal: Ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente,


estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental
que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou
jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou
atividades utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou
potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma,
possam causar degradação ambiental ( Res. 237/97, art. 1°, inc. II).
• Lembrando que ato administrativo é: manifestação unilateral de
vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade
tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar,
extinguir ou declarar direitos ou impor obrigações a
administrados ou a si própria.

• Podem ser atos: normativos, ordinários, negociais (licença,


autorização e permissão – emanam da administração em
decorrência de pedido do administrado), enunciativos e punitivos.

• Para serem válidos no mundo jurídico devem preencher os


requisitos: Competência, finalidade, forma, motivo e objeto.
• Natureza jurídica:
• Instrumento não jurisdicional de caráter preventivo
de tutela do meio ambiente.

• Lembrar que:
• Licença administrativa: ato vinculado.
• Licença ambiental: ato discricionário (em regra),
porque o EIA não oferece resposta objetiva.
• Assim se o EIA for:
• Favorável: a licença ambiental é vinculada (se
inexistem danos não há razão para que o
empreendedor não a possa desenvolver).
• Desfavorável: totalmente ou em parte: há uma
discricionariedade sui generis – análise de
conveniência e oportunidade em prol do
desenvolvimento sustentável - EIA é elemento de
restrição da discricionariedade.
• Quem precisa de licença?

• Toda atividade utilizadora de recursos ambientais,


consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras
ou capazes de causar degradação ambiental (art.
10, da Lei 6938/1981).

• O art. 17, da Lei 6.938, da ao IBAMA a


administração de um cadastro de tais atividades, as
quais estão relacionadas na Resolução 237/1997 e
Lei 10.165/2000 (além de portarias).
• O licenciamento é ato que deve respeitar:
• o devido processo legal (art. 10, da res. Conama 237/97);
• os princípios administrativos.

• Sendo que a licença:


• Não tem caráter de definitividade;
• E,
• Desenvolver atividade sem licença caracteriza o crime
do art. 60, da Lei 9.650/98.
As licenças podem ser alteradas,
suspensas ou revogadas dentro do
prazo de validade?
SIM.
• Hipóteses de alteração ou revogação das licenças:
(art. 19, I, II e III da res. 237/97).

• Violação ou inadequação de condicionantes ou


normas legais;
• Omissão ou descrição falsa relevante que
subsidiaram a expedição da licença;
• Superveniência de risco ambiental ou a saúde.
• TIPOS DE LICENÇAS ( Res. Conama 237/97, art.
8°)
a) Licença prévia (LP);
b)Licença de instalação (LI); e,
c) Licença de operação (LO).

• Além das licenças retro, o Estado de MT trata


também das: (art. 19, da LC 38/95 – MT).
d) Licença ambiental Única (LAU); e
e) Licença de Operação Provisória (LOP).
a) Licença Prévia (LP): concedida na fase preliminar com os
seguintes objetivos (art. 8°, I,):
• aprovação da sua localização e concepção;
• suprir o requerente com parâmetros para lançamento de
resíduos líquidos, sólidos, gasosos e para emissões sonoras no
meio ambiente, adequados aos níveis de tolerância estabelecidos
para a área requerida e para a tipologia do empreendimento.
• OBS: Esta licença não autoriza o início da implantação do
empreendimento, atividade ou obra requerida.

• Prazo de validade: até 5 anos (art. 18, I, Resolução 237/1997).


b) Licença de instalação (LI): (art. 8°, II):

• autoriza a instalação;
• de acordo com as especificações constantes nos planos,
programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de
controle ambiental.
• condicionada à apresentação do projeto detalhado do
empreendimento, bem como a comprovação de que todas
as exigências constantes da LP tenham sido atendidas.

• Prazo de validade: até 6 anos (art. 18, II, Resolução


237/1997).
c)Licença de operação (LO): (art. 8°, III) – Também chamada
de licença de funcionamento.
• autoriza a operação;
• após a verificação do efetivo cumprimento das medidas de
controle ambiental e condicionantes determinadas para a
operação.

• Prazo de validade: mínimo de 4 e Máximo de 10 anos (art.


18, III, Resolução 237/1997).

• A renovação da LO deverá ser requerida com antecedência


mínima de 120 dias, contados da data de expiração de seu
prazo de validade, que ficará automaticamente prorrogada
até manifestação definitiva do setor de Licenciamento da
SEMA (Art. 19, § 5º da LC 38/95).
• Ex de atividade que exige LP, LI, LO:
madeireira.
Requerimento do interessado
acompanhado de documentos
art. 17, Dec. 99.274/91

Despacho determinando o processamento;


órdem de publicação no diário oficial

Exame de documentos - escolha do rito

Procedimento simples Procedimento com EIA


(decisões, ajustes e exigencias)

Aceitação das medidas

Sim: art. 19, Dec. 99.274/91 Não: Indeferimento

LP Recurso
LI art. 20 Dec. 99.274/91
LO

FIM Decisão Favorável

Sim Não
LP
LI
LO

Fonte: Moraes, Luis


FIM FIM Carlos Silva, 2004.
• Competência para outorgar licença (Resolução CONAMA 237/97):

• A competência para outorgar licenças pode ser da União, Estados, DF e Municípios.


Depende da natureza de cada atividade.

• O Parágrafo único, do artigo 23, da CF/88 , dispõe que: “Leis complementares fixarão
normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional”.

• A Lei Complementar n. 140/2011, trata das competências dispostas no artigo 23, da


CF/88.

• O artigo 13 da Lei Complementar n. 140/2011 (seguindo a Resolução 237/97 CONAMA):


atribui competência para um único nível de competência: Art. 13 “Os empreendimentos
e atividades são licenciados ou autorizados, ambientalmente, por um único ente
federativo, em conformidade com as atribuições estabelecidas nos termos desta Lei
Complementar. “

• Discute-se a constitucionalidade, devido ao art. 23, VI da CF. (“art. 23. É competência


comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: VI - proteger o meio
ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas”.
Resumo das Competências para
outorgar licenças:
Pela Lei Complementar
n. 140/2011
• Art. 7º: UNIÃO
• FISCALIZAÇÃO:
• XIII - exercer o controle e fiscalizar as atividades e empreendimentos cuja atribuição para licenciar ou autorizar,
ambientalmente, for cometida à União;

• PROMOÇÃO:
• XIV - promover o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades:
• a) localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe;
• b) localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma continental ou na zona econômica exclusiva;
• c) localizados ou desenvolvidos em terras indígenas;
• d) localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pela União, exceto em Áreas de Proteção Ambiental
(APAs);
• e) localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais Estados;
• f) de caráter militar, excetuando-se do licenciamento ambiental, nos termos de ato do Poder Executivo, aqueles previstos no
preparo e emprego das Forças Armadas, conforme disposto na Lei Complementar no 97, de 9 de junho de 1999;
• g) destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor material radioativo, em qualquer estágio,
ou que utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas e aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional de Energia
Nuclear (Cnen); ou
• h) que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição da Comissão Tripartite Nacional,
assegurada a participação de um membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), e considerados os critérios de
porte, potencial poluidor e natureza da atividade ou empreendimento;

• XV - aprovar o manejo e a supressão de vegetação, de florestas e formações sucessoras em:


• a) florestas públicas federais, terras devolutas federais ou unidades de conservação instituídas pela União, exceto em APAs; e
• b) atividades ou empreendimentos licenciados ou autorizados, ambientalmente, pela União;

• Parágrafo único. O licenciamento dos empreendimentos cuja localização compreenda concomitantemente áreas das faixas
terrestre e marítima da zona costeira será de atribuição da União exclusivamente nos casos previstos em tipologia estabelecida
por ato do Poder Executivo, a partir de proposição da Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de um membro
do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da
atividade ou empreendimento.
• Art. 8º: Estados:

• FISCALIZAÇÃO:
• XIII - exercer o controle e fiscalizar as atividades e
empreendimentos cuja atribuição para licenciar ou autorizar,
ambientalmente, for cometida aos Estados;

• PROMOÇÃO:
• XIV - promover o licenciamento ambiental de atividades ou
empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva
ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma,
de causar degradação ambiental, ressalvado o disposto nos
arts. 7o e 9o;
• XV - promover o licenciamento ambiental de atividades ou
empreendimentos localizados ou desenvolvidos em unidades
de conservação instituídas pelo Estado, exceto em Áreas de
Proteção Ambiental (APAs).
• Art. 9º: Municípios:

• FISCALIZAÇÃO:
• XIII - exercer o controle e fiscalizar as atividades e empreendimentos
cuja atribuição para licenciar ou autorizar, ambientalmente, for
cometida ao Município;

• PROMOÇÃO:
• XIV - observadas as atribuições dos demais entes federativos
previstas nesta Lei Complementar, promover o licenciamento
ambiental das atividades ou empreendimentos:
• a) que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local,
conforme tipologia definida pelos respectivos Conselhos Estaduais
de Meio Ambiente, considerados os critérios de porte, potencial
poluidor e natureza da atividade; ou
• b) localizados em unidades de conservação instituídas pelo
Município, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs);
• Art. 10: Ao Distrito Federal:
• Fiscaliza e licenciar aquelas situações previstas nos artigos. 8o e 9o.

• OBSERVAÇÃO: Art. 17. Compete ao órgão responsável pelo licenciamento ou


autorização, conforme o caso, de um empreendimento ou atividade, lavrar auto de
infração ambiental e instaurar processo administrativo para a apuração de infrações
à legislação ambiental cometidas pelo empreendimento ou atividade licenciada ou
autorizada.
• § 1o Qualquer pessoa legalmente identificada, ao constatar infração ambiental
decorrente de empreendimento ou atividade utilizadores de recursos ambientais,
efetiva ou potencialmente poluidores, pode dirigir representação ao órgão a que se
refere o caput, para efeito do exercício de seu poder de polícia.
• § 2o Nos casos de iminência ou ocorrência de degradação da qualidade ambiental,
o ente federativo que tiver conhecimento do fato deverá determinar medidas para
evitá-la, fazer cessá-la ou mitigá-la, comunicando imediatamente ao órgão
competente para as providências cabíveis.
• § 3o O disposto no caput deste artigo não impede o exercício pelos entes
federativos da atribuição comum de fiscalização da conformidade de
empreendimentos e atividades efetiva ou potencialmente poluidores ou
utilizadores de recursos naturais com a legislação ambiental em vigor,
prevalecendo o auto de infração ambiental lavrado por órgão que detenha a
atribuição de licenciamento ou autorização a que se refere o caput.
Outras disposições acerca do
assunto
• A Resolução CONAMA n. 237/1997, dispunha sobre a
competência para licenciar.
• No entanto, com a superveniência da Lei
Complementar n. 140/2011, a resolução perde eficácia
naquilo que contrariar a Lei.

• A Resolução CONSEMA 04/08, de 21 de fevereiro de


2008.
• “DISPÕE SOBRE OS CRITÉRIOS PARA A
DESCENTRALIZAÇÃO DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL
PARA OS MUNICÍPIOS E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS”.
• No entanto, com a superveniência da Lei
Complementar n. 140/2011, a resolução perde eficácia
naquilo que contrariar a Lei.
• OBSERVAÇÕES:

• Há licenças que só podem ser outorgadas pela União – ex. Usinas


nucleares (art. 21, XXIII, a, b e c da CF)

• O CONAMA e Poder Público Federal, são competentes para fixar os


critérios gerais a serem adotados para o licenciamento, tendo os
Estados competência para modificar os padrões desde que para
ampliar a proteção ambiental;

• Se o município não possuir órgão ambiental na sua estrutura


administrativa e se não lhe for delegada pelo Estado por instrumento
legal, a licença ambiental será concedida pelo órgão estadual.

• A resolução 237 relaciona, no anexo I, atividades que dependem de


licença.
Qual a diferença substancial entre
Licenciamento ambiental e
EIA/RIMA?
EIA/RIMA

•Toda atividade que fizer uso de recursos natural está


obrigada a ter o Licenciamento Ambiental (anexo da Res.
237/97), e se essa atividade gerar significativa degradação
ambiental, ainda, terá que apresentar EIA/RIMA (Art. 2º
da Res. 001/86).

• LICENÇA: Toda atividade utilizadora de recursos ambientais, consideradas


efetiva ou potencialmente poluidoras ou capazes de causar degradação
ambiental (art. 10, da Lei 6938/1981: e artigo 2º, resolução 237/97 –
CONAMA).

• EIA/RIMA: sempre que causar significativo impacto ambiental (art. 3º,


resolução 237/97 – CONAMA).

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