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FONTES de ALIMENTAÇÃO
FONTES de CORRENTE
OSCILADORES
TEMPORIZADORES
António M. S. Francisco
Actualizado Março de 2006
Circuitos electrónicos
ÍNDICE
3. Osciladores ..................................................................................................................... 13
3.1. Oscilador a transístores ............................................................................................ 14
3.1.1. Pisca-pisca ..................................................................................................... 14
3.1.2. Besouro .......................................................................................................... 15
3.2. Osciladores com ICs................................................................................................. 15
3.2.1. Oscilador com o IC 741 .................................................................................. 15
3.2.2. Oscilador com o IC 555 .................................................................................. 16
3.2.3. Osciladores com portas lógicas ...................................................................... 17
4. Temporizadores.............................................................................................................. 19
4.1. Temporizador com o IC 555 ..................................................................................... 19
4.2. Temporizadores com portas lógicas ......................................................................... 19
4.3. Temporizador com flip-flop tipo D ............................................................................. 20
INTERNET:
http://amsfrancisco.planetaclix.pt
http://automatos.planetaclix.pt
http://motores.planetaclix.pt
António Francisco 1
Circuitos electrónicos
1. FONTES DE TENSÃO
As fontes de tensão, também designadas por fonte de alimentação, quando alimentadas a
partir da rede, obedecem à seguinte estrutura:
Circuito 1
230Vac Vo
Circuito 2
230Vac Vo
António Francisco 2
Circuitos electrónicos
Exemplo:
Cálculo do valor dos componentes para uma alimentação de 12VDC com uma intensidade
de corrente de saída (Io) de 30mA.
Cálculo de C1
O condensador C1 é o elemento fundamental do circuito, a corrente de saída da fonte
depende, essencialmente, do valor da sua reactância capacitiva.
Como a q.d.t. em R1, R2, e nos díodos, face à q.d.t. em C1, é muito pequena pode-se
desprezar.
Realizando o circuito rectificação de meia onda, podemos considerar a corrente total no
condensador (Ic) igual a duas vezes a corrente de saída (2xIo); soma da alternância positiva
com a alternância negativa.
Assim:
Vi
Vi = Xc.Ic ⇒ Xc =
Ic
Fazendo Ic=2xIo, o valor de Xc será:
230V =3833Ω
Xc =
2x30mA
1 1 1
Sendo: Xc = ⇒ C= = =0,83μF
2πfC 2πfXc 2x3,14x50x3833
A tensão de trabalho do condensador (VR) terá de ser 400V, visto o condensador estar
sujeito a uma tensão de pico de 2 x230 = 325V.
Outros componentes
R1 - Resistência que se destina a limitar a corrente de pico que atravessa o díodo Zener no
caso de, no momento da ligação, a tensão da rede passar por um valor elevado.
(Um condensador no momento da aplicação de tensão representa um curto-circuito.
Assim, se se ligar a alimentação no preciso momento em que a tensão é máxima,
( 2 x230), a totalidade dessa tensão, se não se utilizasse a resistência R1, seria
aplicada aos terminais do Zener o que o inutilizava).
António Francisco 3
Circuitos electrónicos
Como o díodo, para garantir a sua fiabilidade, deve possuir pelo menos o dobro da
potência calculada, o Zener a utilizar deve ter as seguintes características:
Dz = 12V / 1,5W
• No circuito 2 com a carga desligada, passa pelo Zener metade da corrente total, a que
corresponde a uma alternância. A corrente da outra alternância passa pelo díodo D2. Daí,
a potência máxima a que ele está sujeito valer:
Ic
Ptot = Vzx = 12x30mA = 0,36W
2
Pelas razões apontadas para o circuito 1, o díodo Zener, neste caso, terá as seguintes
características:
Dz = 12V, 1W
C2 - Condensador electrolítico que se destina a realizar a filtragem. O seu valor deve estar
compreendido entre 100 e 470μF e possuir uma tensão de trabalho (VR) superior ao
valor de Vz.
Nota:
Para se obter uma fonte de alimentação que forneça a mesma corrente, mas com tensão de
saída diferente, terá de se substituir, nos circuitos, o díodo Zener por outro com a tensão Vz
pretendida.
Atenção!
A tensão fornecida por estas fontes está ao potencial da rede, pelo que se devem
tomar as devidas precauções de isolamento e manuseamento nos circuitos com ela
alimentados.
António Francisco 4
Circuitos electrónicos
230Vac VS +
VR1 VBE
Vi VO
VZ
–
Funcionamento:
Pela analise da malha de saída do circuito verificamos que a tensão de saída (Vo) é igual a:
Vo = Vz - VBE
Como a tensão Vz e VBE são valores praticamente constantes, a tensão de saída Vo varia
muito pouco. Deste modo, quer varie a corrente fornecida pela fonte ou a tensão de entrada
Vi, a tensão de saída (dentro de determinados limites) mantém-se praticamente constante.
EXEMPLO:
Determinar os valores dos componentes para uma fonte de 12V, 400mA
Em primeiro lugar há que escolher a tensão Vz do díodo Zener para a tensão de saída
pretendida.
Como se pretende Vo=12V, o díodo Zener que possibilita o valor mais próximo é o que
possui Vz=13V, uma vez que a tensão VBE ≅0,7V.
Vo = Vz - VBE = 13 - 0,7 = 12,3V
A fonte, em vez de possuir uma tensão de saída de 12V, terá de possui uma tensão de
12,3V.
Neste tipo de fonte para que seja possível uma boa regulação do par transístor de
saída-díodo Zener é necessário que a tensão de entrada Vi seja superior, em pelo menos
3V, em relação à tensão de saída Vo.
Contudo, não é conveniente aumentar muito a tensão de entrada, através do aumento do
valor da tensão do secundário do transformador, porque isso aumenta e muito a dissipação
de potência no transístor.
Cálculo de C1
A tensão Vi possui ripple, que é tanto mais acentuado quanto maior for a corrente fornecida
pela fonte e menor o valor da capacidade C1. Portanto, este condensador tem que
assegurar, através do valor da sua capacidade, que a tensão Vi seja sempre superior em,
pelo menos 3V, à tensão Vo.
O valor da capacidade de C1 depende da finalidade da fonte. Se a carga a alimentar é
influenciada pelo ripple, este valor terá de ser pequeno, tipicamente 10% do valor da tensão
de saída.
Se o ripple não afecta grandemente a carga, este valor pode atingir os 40%.
O valor da tensão de ondulação (ripple) pico a pico numa rectificação de ½ onda pode ser
calculada a partir da seguinte expressão:
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Circuitos electrónicos
I
VRpp =
fC
Se considerarmos para esta fonte um valor de ripple de 15% da tensão de saída temos:
VRpp = 12x15%=1,8V
Como:
I 0,4
C1 = = =2222μF ⇒ 2000μF (série E12)
2 fVRpp 2 x50 x1,8
Cálculo de Tr1
Sendo a rectificação realizada por uma montagem em ponte, a corrente em cada alternância
passa por dois díodos rectificadores, daí existir uma q.d.t. de 2x0,7V. A esta q.d.t. há ainda
que somar a q.d.t. devida ao ripple.
Para garantir uma boa regulação do par díodo Zener-transístor é necessário que a tensão Vi
seja superior em pelo menos 3V à tensão Vo. Assim:
Vi ≥ 3+Vo ≥ 3+12,3 ≥ 15,3
Deste modo, opta-se pelo valor da tensão de entrada mínima de:
Vimin=16V
António Francisco 6
Circuitos electrónicos
P = VxI = 13,5x0,4=5,4VA
Cálculo de D1...D4
Estes díodos têm de possuir tensão inversa (VR) e corrente directa (IF) superiores aos
seguintes valores:
VR >Vsmáx VR >19,2V
IF >Io IF >400mA
Além disso, os díodos têm de ser capazes de suportar o pico de corrente que acontece no
momento da ligação (o condensador electrolítico de filtragem comporta-se como um
curto-circuito nesse momento se estiver descarregado).
Neste caso, analisando o catálogo do fabricante, podem ser escolhidos quaisquer díodos da
série:
1N 400X
Cálculo de R1
Assim, se o transístor escolhido tiver um ganho mínimo de 40, o valor de IBmáx será de:
Ic 400
IBmáx= = =10mA
hFE min 40
Mesmo na condição mais desfavorável temos que garantir IR1=15mA. Esta situação
acontece para o valor mínimo de Vi ou seja 16V. Assim:
16 - 13
R1 = = 200Ω ⇒ 180Ω (série E12)
15mA
Potência dissipada em R1
P=RxI2 = 180x0,0152=0,04W
R1=180Ω, 1/4W
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Escolha de T1 no catálogo
T1 é um transístor tipo NPN que, para ser escolhido no catálogo, são necessárias as
seguintes características:
VCEmáx
Icmax
Ptot
hFE
Cálculo de VCEmáx
VCEmáx acontece quando a carga está ligada e T1 está ao corte (IB=0). O seu valor é igual a
Vimax.
VCEmáx=17,8V
Cálculo de ICmáx
ICmáx=400mA
Cálculo de Ptot
Ptot= VCEx IC
Ptot = 3,7x0,4=1,48W
Ptot=1,48W
Cálculo de hFE
VCEmáx=17,8V
Icmax=400mA
Ptot=1,48W
hFEmim=40
Pela análise do catálogo, e tendo em conta as características e o preço, uma das opções
possíveis é o transístor NPN com o código BD 135, cujos valores são os seguintes:
VCEmáx=45V
Icmax=1A
Ptot=8W
hFEmim=40
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Circuitos electrónicos
Nota: Mesmo possuindo este transístor uma potência muito superior à necessária é
aconselhável, devido ao seu aquecimento, montá-lo num dissipador de calor.
Ptot=13x26,6mA=0,345W
A tensão de trabalho de C1 deve ser superior à tensão de pico a que o condensador está
sujeito, ou seja superior a Vimax.
Cálculo de C2
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Circuitos electrónicos
Os reguladores de tensão integrados da série 78XX possuem três terminais, são muito
robustos, de muito fácil montagem e simplificam consideravelmente a realização de fontes
de alimentação convencionais. Um único componente (IC) substitui toda uma montagem
mais ou menos complexa.
E S + 78XX
Vi Vo
-
Fabricam-se reguladores para vários valores de tensão; “XX” indica o valor de tensão que o
integrado fornece.
Para que estes integrados funcionem correctamente é necessário que à sua entrada a
tensão seja pelo menos superior em 3V ao valor “XX”, não podendo essa tensão de entrada,
na maioria dos casos, ultrapassar os 35V.
Devido à simplicidade e baixo custo, é esta a solução normalmente utilizada quando se
pretendem realizar fontes de alimentação fixas que forneçam intensidades de corrente até
1A.
Como estes integrados possuem protecção contra curto-circuitos, sobrecargas e limitação
interna da temperatura, caso se deseje uma alimentação que forneça correntes próximas da
máxima (1A), o regulador terá de ser montado num dissipador de calor adequado, caso
contrário, as protecções actuam e ele reduz automaticamente a tensão de saída. Esta
tensão mantém-se baixa enquanto a temperatura no IC estiver acima do seu valor máximo
de funcionamento.
A potência dissipada (PD) pelos integrados reguladores calcula-se multiplicando a diferença
entre a tensão de entrada e a tensão de saída do integrado pela corrente máxima que a
fonte vai fornecer, PD=(Vi-Vo)xIo.
António Francisco 10
Circuitos electrónicos
E S +
LM 317T
Aj
Vo
A fonte deste circuito possui óptimas performances uma vez que é realizada com base num
IC específico para este tipo de aplicação, o regulador de tensão LM 317T.
Este integrado, quando colocado num dissipador de calor adequado, fornece correntes de
saída até 2A e tensões a partir de 1,25V.
O valor da tensão de saída (Vo) é obtido através do divisor de tensão formado pelas
resistências R1 e R2, e calculado a partir da seguinte expressão:
R2
Vo =1,25 x (1+ )
R1
As informações fornecidas para as fontes realizadas com os ICs 78XX também são válidas
para as fontes realizadas com o IC LM 317T.
Lista de material
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2. FONTES de CORRENTE
2.1. REGULAÇÃO COM TRANSÍSTOR
Sem comando
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Nesta montagem a corrente de saída, a que passa no LED e na resistência RE, vale:
VZ − VBE
IE ≅ IC =
RE
Esta corrente também é praticamente constante uma vez que a tensão VZ e VBE também o
são.
A resistência R1 destina-se a polarizar correctamente o díodo Zener e a fornecer a corrente
de base de T1.
VZ − VBE
IE ≅ IC =
RE
3. OSCILADORES
Os osciladores, também designados por multivibradores astáveis, são circuitos cuja saída
não tem um estado estável, muda ciclicamente (0-1-0-1-0-1.......).
Os osciladores são muito utilizados em electrónica e podem ser obtidos a partir de circuitos
com: transístores, portas lógicas, amplificadores operacionais ou ICs específicos.
O valor da frequência de oscilação é determinado normalmente a partir do valor de uma
resistência e de um condensador.
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3 1. OSCILADORES A TRANSÍSTORES
Funcionamento
As resistências RB1 e RB2 devem possuir um valor que permita saturar os respectivos
transístores.
Se RB1=RB2=R e C1=C2=C o oscilador será simétrico, gera uma onda quadrada cujo período
vale:
T=1,4RC
RC1=RC2=1kΩ, 1/4W
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VCEmáx=45V
ICmáx=500mA
Ptot=0,8W
hFEmin=160
Como os transístores vão trabalhar ao corte e saturação, o valor de IB será zero ou:
Ic IF 10
IB= ⇒ IB1 =IB2 = = = 0,06mA (valor máximo de IB)
hFE hFE min 160
RB1=RB2=180kΩ
Cálculo de C1 e C2
T=1,4RB1C1
T 1
C1=C2 = = =3,9µF ⇒ 4,7µF (série E12)
, RB1 1,4 x180k
14
C1=C2=4,7μF / 16V
3.1.2. Besouro
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Circuitos electrónicos
741
3 7
6
2 4
As resistências R3 e R4 são necessárias para criar uma massa fictícia na entrada “+” do IC,
uma vez que o amplificador não é alimentado com tensão simétrica. Estas resistências têm
de ser iguais.
Com os valores indicados no esquema, o oscilador tem um período de 1seg.
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T=t0+t1 = 0,693(R1+2R2)C1
Ao quociente entre o tempo no estado alto e o período dá-se o nome de factor de ciclo “D”
(duty cycle).
t1
D=
T
T=1,4R1C1
E o factor de ciclo vale:
D=1/2=0,5 ⇒ 50%
a) Com inversores
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Circuitos electrónicos
a) Com Nors
in
out
Se a entrada estiver a ”1” o oscilador está bloqueado, quando a entrada vai a ”0” o oscilador
começa a oscilar.
b) Com Nands
in
out
Se a entrada estiver a ”0” o oscilador está bloqueado, quando a entrada vai a ”1” o oscilador
começa a oscilar.
in
out
Se a entrada estiver a ”1” o oscilador está bloqueado, quando a entrada vai a ”0” o oscilador
começa a oscilar.
Notas:
• A resistência R’ pode ser ou não utilizada nas várias montagens. Ela destina-se a tornar a
frequência de oscilação independente da tensão de alimentação do IC, caso se utilize, o
seu valor deve ser: R’ >> R
• Nas montagens anteriores o período da oscilação sem a resistência R’ e no caso de se
utilizarem portas MOS vale: T ≅ 1,6RC
• Com a resistência R’≅10R o período vale: T ≅ 2,2RC
• Em todas as montagens o condensador ”C” é despolarizado. Se se necessitar de um
condensador de alguns “µF” esse valor pode ser obtido a partir de dois condensadores
electrolíticos iguais ligados em anti-série:
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Circuitos electrónicos
4. TEMPORIZADORES
Os temporizadores, também designados por multivibradores monoestáveis, são circuitos
cuja saída muda de estado apenas durante um tempo pré-estabelecido.
Estes circuitos têm de possuir uma entrada para possibilitar o seu disparo (mudança de
estado da saída).
Tal como nos osciladores, o tempo que a saída muda de estado, isto é, a temporização do
temporizador, depende da capacidade de um condensador e do valor de uma resistência.
in
T≅1,1RC
out
Aplicando na entrada (in) um impulso “1→0”, a saída (out) vai a “1” durante um tempo que
vale:
T=1,1RC
a) Com Nors
in
T≅0,7RC
1
out
T ≅ 0,7RC
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Circuitos electrónicos
b) Com Nands
in
T≅0,7RC
0
out
T ≅ 0,7RC
SD
in
CP
CD
T≅0,7RC
out
R1=1MΩ
T ≅ 0,7RC
Atenção!
Em todos as montagens atrás referidas e sempre que se trate de ICs de tecnologia MOS
(série 4000 e 74HC) não se podem deixar as entradas não utilizadas no “ar”. Isso provoca a
instabilização do circuito. As entradas não ligadas podem assumir o valor “0” ou “1”.
Assim, as entradas não utilizadas têm de ser ligadas directamente ou através de
resistências ao “+” ou “-” da alimentação, ou a saídas de outras portas lógicas.
António Francisco 20