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Um paciente que tem retificação associada à escoliose tende a ter mais rigidez
articular (hipomobilidade), assim como o paciente que tem uma hipercifose
associada à escoliose tende a ter mais mobilidade, porém pode ter compensações
em bloqueios na cadeia anterior e restrições respiratórias que dificultam ainda
mais o caso. Sabemos, porém, que o método Pilates possui um arsenal de
exercícios muito interessante para tratar e trabalhar com especificidade cada
caso em particular, como descompensações das cadeias musculares, casos de
hipomobilidade e hipermobilidade, retrações, ganho de força, estabilidade e
mobilidade global, falando também dos benefícios respiratórios e ventilatórios
pulmonares.
Parece difícil, mas a partir do momento que você vier a estudar comigo, iremos
“des-vendando” esses caminhos e “des-cobrindo” esse universo, tornando-se tudo
claro e muito proveitoso.
São situações às quais devemos ter bastante atenção durante nosso trabalho
com o paciente escoliótico: alinhamento postural e conscientização postural; esse
trabalho que vai precisar acompanhar o paciente para casa e em suas atividades de
vida diária. Deveremos orientar e ensinar o paciente a fazer seus “ajustes ativos”
de modo didático e funcional, de modo que ele possa realizar esse procedimento
sozinho da forma mais específica possível nas correções.
Vou passar aqui para vocês algumas dicas que considero valiosas e você já pode
começar a realizar durante o seu trabalho com seu paciente com escoliose:
• Buscar primeiro o básico, o movimento com a biomecânica funcional postural mais correta
possível, até o aluno fazer de forma fluida, fácil e sem compensação em sua rotina;
• Se ficou fácil, aí sim ir evoluindo para outro exercício. Ir traçando as etapas, sem se apressar.
Dar tempo para o sistema neuromusculoesquelético se adaptar e adotar esse ganho nociceptivo.
Sei que existem muitas dúvidas de como trabalhar a escoliose, inclusive as diferenças de
trabalho com o lado côncavo e o lado convexo. Por isso, trabalhando de forma criteriosa você
vai ter ganhos funcionais. Trabalhar de forma somente a fortalecer, traçando, ainda, padrões
errados de movimento, podem agravar ainda mais a curva e causar lesões.
Confira agora exercícios que trabalham as cadeias anterior e posterior (ambas são afetadas nos
casos das escolioses), assim como exercícios de mobilidade, estabilização e consciência corporal.
Lembrando sempre de trabalhar o estímulo à respiração e o crescimento axial.
Solo e acessórios
Posição inicial: O paciente em decúbito dorsal com joelhos fletidos e membros superiores ao
longo do corpo. Bola abaixo da pelve (região do sacro). O fisioterapeuta auxiliará na correção
postural necessária e pedirá para que o paciente faça uma retroversão de pelve.
Retornar da retroversão para o relaxamento à posição inicial. A pelve deve estar apoiada
bilateralmente e os movimentos devem ser realizados de forma harmônica.
Instruções:
Posição inicial: O paciente em decúbito dorsal com joelhos em extensão e membros superiores
ao longo do corpo. Bola abaixo da pelve (sacro). O fisioterapeuta auxiliará na correção postural
necessária e pedirá para que o paciente fique na posição por algumas respirações.
Instruções:
Posição inicial: Paciente em decúbito ventral com o tronco, cervical e cabeça alinhados, ombros
em abdução de 90 graus com cotovelos, antebraços e mãos apoiados no solo. A bola fica
apoiada na região manubrioesternal.
Fazer a flexão anterior da coluna, levando o queixo em flexão e aproximando as mãos, até
chegar com a região da testa no solo.
Retornar à posição inicial levando os cotovelos em rotação externa ao mesmo tempo em que se
leva a coluna em extensão.
Exercício: Mobilização da coluna no disco de rotação.
Objetivos: Mobilização da coluna vertebral e da cintura pélvica.
Instruções:
Posição inicial: Paciente em 4 apoios com o tronco, cervical e cabeça alinhados, mãos abaixo dos
ombros, pés paralelos e afastados na largura dos quadris e coluna neutra. Joelhos e mãos sobre
os discos de rotação. Pede-se a flexão lateral do tronco, com intenção de abrir as costelas. Mãos
acompanhando a rotação do tronco.
Instruções:
Posição inicial: Em decúbito ventral, colocar a bola inferiormente à região das tíbias. Manter as
mãos apoiadas no solo com ombros em flexão de 90 graus e cotovelos estendidos na largura
dos ombros.
Instruções:
Posição inicial: Paciente sentado sobre os ísquios, membros inferiores aduzidos e estendidos,
crescimento axial de tronco. Thera band apoiado nos pés e mãos segurando as alças.
Paciente sustenta o thera band com uma mão, enquanto leva o tronco em ligeira extensão e
rotação contralateral, abduzindo o ombro e elevando o membro superior.
Todo movimento deve ser realizado mantendo o alinhamento dos ísquios, sem deixar a pelve
rodar.
Manter o punho neutro, corrigindo as compensações, com comando verbal de abrir as costelas.
Realizar predominantemente para o lado côncavo (escoliose dorsal), realizando o comando de
descer a espinha ilíaca (caso haja concavidade lombar).
Instruções:
Posição inicial: Ao realizar o exercício de ponte (clássico), o paciente estará em decúbito dorsal
com joelhos fletidos e membros superiores ao longo do corpo. O fisioterapeuta fará os ajustes
posturais necessários e pedirá para que ele eleve a pelve de forma harmônica e conjunta,
bilateralmente.
Exercício: Kneeling.
Objetivos: Fortalecimento de reto abdominal, multífidos, transversos, quadríceps e tríceps;
ativação neuromuscular antecipatória e equilíbrio.
Instruções:
Posição inicial: Paciente com apoio de joelhos no estofado, membros superiores estendidos à
frente. Realizar uma extensão dos ombros com molas de leve a média resistência (o objetivo é
tornar a base instável para provocar a ativação do reflexo antecipatório), fazendo a rotação da
cervical (trabalhando ainda mais o sistema vestibular e o equilíbrio).
Instruções:
Posição inicial: Sentado na postura da sereia e sobre os ísquios. Um quadril em rotação interna
e o outro em rotação externa. Posicionar o membro superior ligeiramente à frente e a mão na
barra.
Inspire para preparar o movimento e expire enquanto leva a coluna em flexão lateral
acompanhada do membro superior livre, sempre se lembrando de abrir os espaços entre as
costelas. Priorizar a rotação para o lado côncavo.
Caso seja uma escoliose em S, lembrar-se ainda de levar o ísquio do lado da concavidade em
abertura para o solo, potencializando o trabalho postural.
Exercício: Ativação do Power House no Reformer.
Objetivos: Estabilização vertebral; fortalecimento do core e flexores laterais do tronco e
alongamento de adutores, ísquios e flexores laterais do tronco.
Instruções:
Posição inicial: Paciente de pé do lado de dentro do Reformer (mola de suave tensão), colocará
um pé no apoio de ombro. O thera band também estará fixado abaixo deste pé.
Instruções:
Posição inicial: Em decúbito ventral, com os pés apoiados na barra e as mãos no estofado,
mantendo a coluna neutra e os ombros flexionados em 90 graus com os cotovelos estendidos.
Instruções:
Posição inicial: Com os joelhos no estofado, segurar as molas de apoio mantendo os ombros em
flexão. Realize a flexão dos joelhos ativando o core, sem perder o alinhamento da pelve e da
coluna.
Instruções:
Posição inicial: Em decúbito ventral sobre o estofado, com cabeça apoiada e membros
superiores alongados acima da cabeça, mãos apoiadas na barra.
Exercício: Standing.
Objetivos: Fortalecimento dos abdominais e extensores da coluna; mobilização da coluna lombar
e torácica e alongamento dos rotadores de coluna e extensores de coluna e quadril.
Instruções:
Posição inicial: De pé em frente à Chair, realizar flexão anterior do tronco colocando uma mão
no pedal (cotovelo estendido e ombro flexionado em 90 graus). Manter o membro superior
contralateral em abdução de 90 graus.
Instruções:
Posição inicial: Paciente sentado com os ísquios apoiados nos pedais, joelhos seguindo a direção
das espinhas ilíacas anteriores. Pés bem apoiados no solo. Iniciar com coxofemorais em 90
graus de flexão. Mão do lado da concavidade apoiada na nuca e mão contralateral oferecendo
propriocepção no tronco (na topografia da concavidade).