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Psicologia

Genética:

Qual é a especificidade do ser humano?


- O que aconteceu antes de mim com o processo do ser humano?
- O que é que biologicamente confere à espécie humana características
especificas?
Vamos compreender a especificidade do ser humano do ponto de vista dos fatores
biológicos, cerebrais e culturais.

1. Agentes responsáveis pela transmissão hereditária

Muitos aspetos da forma do corpo, do funcionamento dos órgãos e dos


comportamentos dos animais e dos seres humanos são transmitidos por
hereditariedade.
No começo há o ovulo e o espermatozoide: cada um de nós resultou da sua
junção, que gerou uma célula: o ovo. São precisamente as células reprodutoras
(germinais e gâmetas) as responsáveis pela transmissão das características
hereditárias.
O ovo ou zigoto, é a primeira célula que constitui o individuo. Esta célula, vai
dividir-se em duas, que se subdividirão até gerar o organismo.
Este processo de divisão designa-se por mitose.

Cromossomas e herança genética

Os seres humanos, são constituídos por células que apresentam uma organização
estrutural complexa, o núcleo. É no interior do núcleo que se encontra a informação
genética responsável pelas características de cada espécie de cada indivíduo.
No núcleo de uma célula é possível observar finíssimos e longos filamentos
enrolados, que são os cromossomas. Os cromossomas são constituídos
quimicamente por ADN- ácido desoxirribonucleico- e proteínas.
Os cromossomas constituem o suporte dos genes. São as estruturas mais
importantes da célula, uma vez que são responsáveis pela transmissão da
informação hereditária de geração em geração.
As células de um organismo da mesma espécie têm o mesmo número de
cromossomas. O número e a forma dos cromossomas são característicos de cada
espécie, sendo designado por cariótipo.

Genes de desenvolvimento

O gene é um segmento de um cromossoma a que corresponde um código distinto,


uma informação para produzir uma determinada proteína ou controlar uma
característica. Um cromossoma contém vários genes, que são responsáveis por
todas as características físicas do individuo.
Têm-se desenvolvido investigações para identificar o genoma, ou seja, o conjunto
de genes que constituem o ser humano.
O que distingue os seres humanos de outros seres vivos é a grande complexidade
das associações entre os genes.
Os genes não constituem estruturas homogéneas, não são todos iguais e não têm
todos a mesma relevância.
Foram identificados os genes de desenvolvimento, que codificam a forma do
organismo definido. São estes genes que desenham o plano, o padrão do
organismo. Estes tipos de genes definem as dimensões e as formas dos diferentes
órgãos, determinando o número, a forma e a localização.
Os genes de desenvolvimento têm a função reguladora.

Meiose e variabilidade genética

No ser humano, quando ocorre a fecundação, quando se fundem os dois


gâmetas, espermatozoide e óvulo, o ovo resultante conterá 46 cromossomas e este
numero estará presente em todas as células do descendente.
A quantidade de material genético em cada espécie mantém-se constante de
geração em geração graças à ocorrência de um processo de divisão celular- a
meiose- da qual resultam as células sexuais, que possuem metade do número de
cromossomas característicos da espécie.
A separação, dos cromossomas homólogos, que reduz o número de
cromossomas para metade, contribui para o aumento da variabilidade genética.

2. Influências genéticas e epigenéticas no comportamento

A hereditariedade especifica corresponde à informação genética responsável


pelas características comuns a todos os indivíduos da mesma espécie,
determinando a constituição física e alguns comportamentos.
A hereditariedade individual corresponde à informação genética responsável pelas
características de um individuo e que o distingue de todos os outros membros da
sua espécie.
Poderemos afirmar que todos temos a mesma hereditariedade especifica- que nos
torna humanos – e todos temos diferente hereditariedade individual – que nos torna
únicos.

Genótipo e fenótipo

O genótipo corresponde à coleção de genes que o individuo é dotado aquando a


sua conceção resulta dos conjuntos de genes provenientes da mãe e pai. O
genótipo é a constituição genética de um individuo, o conjunto das determinações
genéticas herdadas e que podem exprimir-se conforme as características do meio
em que se desenvolve. O genótipo é, o projeto genético de um organismo, é o
conjunto de caracteres tal como são definidos pelos genes.
O fenótipo designa a aparência do individuo, é o conjunto de características
observáveis- anatómicas, morfológicas, fisiológicas - que resultam da interação
entre o genótipo e o meio ambiente onde ocorre o desenvolvimento. O fenótipo é o
conjunto de caracteres individuais de origem genética que receberam modificações
decorrentes da relação com o meio.
Esta interação - hereditariedade e meio – pode ser boa ou má: pode permitir o
desenvolvimento harmónico do potencial genético, mas pode também influenciar
negativamente o processo de expressão e desenvolvimento desse potencial.
Se começarmos por referir o meio intrauterino, sabemos que a má nutrição da
mãe, a ingestão de substâncias toxicas, medicamentosas, algumas doenças podem
afetar negativamente o desenvolvimento do feto.
A influência do meio após o nascimento que se manifesta nas mais diversas
expressões, vai decidir grande parte do que somos.

Os gémeos falsos resultam da fecundação de dois óvulos por dois


espermatozoides distintos. A fecundação ocorre ao mesmo tempo, irá gerar dois
seres humanos diferentes que nascerão ao mesmo tempo.
Os gémeos verdadeiros resultam do desdobramento do ovo. Dado que este
resulta de um óvulo fecundado por um espermatozoide, os dois ovos, resultados
dos desdobramentos, têm os mesmos cromossomas, por isso a mesma carga
hereditária. A configuração física é a mesma e têm o mesmo grupo sanguíneo.
Embora o código genético seja exatamente igual, há fatores que influenciam a
forma como os genes se expressam.

Prematuridade e neotenia

O ser humano é um ser prematuro, no sentido em que não apresenta as suas


capacidades, as competências desenvolvidas. O ser humano nasce inacabado. A
sua imaturidade explica porque razão a infância humana é tão longa: é o período de
acabamento do processo de desenvolvimento que decorreu na vida intrauterina. O
caracter embrionário do bebé torna-se uma vantagem, porque o longo período de
imaturidade é essencial para a sobrevivência e adaptação da espécie.
O ser humano apresenta um inacabamento biológico que se designa por neotenia:
atraso no desenvolvimento que faz com que o individuo se desenvolva mais
devagar, dependendo, dos adultos durante muito tempo, pois é necessário ensinar-
lhes a comer, andar, etc. O processo de desenvolvimento do cérebro está ligado ao
retardamento ontogenético, isto é, ao prolongamento do período de infância e da
adolescência.

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